Estampagem A - Exercicios Pag 23 em Diante

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PROJETO

DE
FERRAMENTAS
DE
CONFORMAO PLSTICA

CORTE
DOBRA
EMBUTIMENTO

PARTE IINTRODUO

NOTAS DE AULA
2/2008

PROF. FERNANDO A. FLANDOLI

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

pag . 2

ESTAMPAGEM
I-) Introduo:
1-) O Processo de Estampagem
1.1-) Definio do Processo:
ESTAMPAGEM o processo de fabricao onde o material utilizado
para a produo de peas a chapa metlica(ESPESSURA AT 6,35 mm).
Podemos atravs desse processo realizar as operaes de Corte de chapas ( onde obtemos peas planas que possuam furos e rasgos ) , Dobra e
Embutimento onde realizamos uma operao de conformao de chapas
metlicas finas na forma desejada sem que ocorra fratura ou reduo excessiva da espessura em regies especificas.
Obs. Nesta definio excluimos o processo de corte de chapas.

1.2-) Classificao dos processos de Estampagem:


Os processos de Estampagem so classificados de acordo com o tipo de pea a ser produzida ou pela movimentao do material dentro da ferramenta.
Podemos classificar os processos de estampagem em 3 (tres) grandes grupos:
1-)CORTE
2-)DOBRAMENTO
3-)EMBUTIMENTO OU ESTAMPAGEM PROFUNDA

Corte - Consiste na obteno de peas de chapas metlicas, pela atuao


de tenses de cisalhamento no material. Exemplo: Chaves, arruelas, chapas

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

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Dobramento - Consiste na modificao da forma da chapa atravs da aplicao de fora de que ir provocar tenses de flexo.Exemplos: Cantoneiras, tampas de caixas de microcomputadores.

Embutimento ou estampagem profunda: - o processo de transformao de uma chapa plana em corpos cos, como copos metlicos, por exemplo. Exemplo: Panelas, Tampas de panelas, latas de refrigerante, etc.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

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A fabricao de uma pea estampada pode exigir a utilizao de um


destes processos ou ento a combinao de dois ou at dos trs processos,
como por exemplo a fabricao de um paralama de automvel que exige as
operaes de corte dobra e embutimento.

1.3) Propriedades dos Materiais utilizados na estampagem.


As chapas utilizadas na estampagem so muito variadas , sendo desde chapas de ao carbono com baixo teor de carbono at chapas de ao
com alto teor de carbono, prprias para embutimento , que so cortadas j
temperadas , como por exemplo para molas de diafragma de disco de embreagem , at chapas de alumnio , cobre , lato, ao inox, etc.
De forma geral as chapas metlicas para estampagem devem ter propriedades como:
Boa capacidade para distribuio de Tenses
Alcanar altos nveis de deformao sem a ocorrncia de fraturas
ou estrico
Resistir compresso sem enrugamento
Reter a forma final aps a retirada da carga
Durante o processo de estampagem, manter a superfcie lisa e resistir a formao de defeitos superficiais
Alguns processos de estampagem s podem operar de forma satisfatria, quando os materiais de um lote para outro sofrem pequenas variaes, j outros processos podem operar com grandes variaes nas propriedades dos materiais que esto sendo empregados.

1.4) ENSAIOS EM CHAPAS METLICAS UTILIZADOS


EM ESTAMPAGEM
Os ensaios em chapas metlicas utilizadas em estampagem , variam
de ensaios convencionais , como o Ensaio de trao , ensaios aplicados
smente ao embutimento profundo como o ensaio Swift.
Devido grande variao dos tipos de ensaios utilizados podemos dividi-los em dois tipos:
-Ensaios tericos que servem para que sejam medidas as propriedades intrinsecas do material a ser estampado.
-Ensaios simulados do processo que servem para podermos verificar
o comportamento do material quando submetido s condies do processo.
Entre os testes tericos podemos citar:
-Ensaios de estiramento bi-axial que so:
Ensaio de Marcinak

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

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Ensaio de abaulamento hidrosttico


-Ensaios de Toro que so:
Ensaio de Toro de marcinak.
Ensaio de Cisalhamento de Miyauchi
-Ensaio de dureza
-Ensaio de Trao
Entre os ensaios simulados podemos citar
Ensaios de Dobramento - Existem dois ensaios mais utilizados :
-Ensaio de Dobramento simples que consiste em fazer um corpo de
prova ser dobrado em um determinado angulo para verificar se o material
ir fraturar ou no quando dobrado e o teste de Dobramento e Estiramento
que verifica o comportamento do material quando submetido ao esforo
combinado.
-Ensaio de Estiramento - o mais aplicado aos processos de Estampagem . Estes ensaios servem para quantificar as propriedades do material
quando submetido ao estiramento. Os ensaios mais conhecidos so os Ensaios de Olsen e Erichsen.
-Ensaios de Embutimento : O mais conhecido o ensaio Swift onde
blanks circulares so fixados entre duas partes da ferramenta, chamada
de prensa chapa e submetidos operao de embutimento , transformando
esse corpo de prova em um corpo oco em forma de um copo. Neste ensaio
podemos obter a relao limite de embutimento. Esta relao mostra qual o
maximo diametro de blank pode ser embutido para um determinado diametro de puno.
LDR =

Max. diametro do blank antes da ruptura ( Do)


Diametro do Blank ( D )

Estes so os principais ensaios utilizados em estampagem e como estes existe ainda um grande nmero de outros ensaios que tem aplicao especifica e necessitariam mais tempo para discusso. Podero ser encontrados dados para esses outros ensaios no Metals Handbook (vol 14) pag.
876 a 899.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

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1.5) PRENSAS MAQUINAS PARA TRABALHO DE CONFORMAO MECNICA


As prensas so maquinas destinadas ao trabalho com as ferramentas
denominadas Estampos. So maquinas com a capacidade de produzir grandes esforos.
As prensas podem ser classificadas em:
PRENSAS MECNICAS: So as Prensas Excntricas e as Prensas
de Frico
PRENSAS EXCENTRICAS: O movimento de subida e descida do
martelo feito atravs de um eixo excntrico que preso ao martelo da
prensa . O movimento de rotao do motor da prensa transmitido ao excntrico atravs de uma embreagem que quando acionada faz com que o
martelo complete um ciclo. Normalmente estas prensas podem trabalhar de
forma continua ou intermitente dependendo do tipo de operao a ser realizada. ( VIDE FIGURAS PAG. seguinte )
PRENSA DE FRICO: O martelo da prensa acionado atravs de
dois discos , colocados perpendicularmente a um terceiro disco que est
preso ao fuso trapezoidal que faz a movimentao do martelo na vertical.
Cada um desses discos entra em contato com o terceiro que est na vertical
separadamente, um resposavel pela subida do martelo e o outro pela descida. O disco do fuso do martelo revestido em sua lateral com couro ou
borracha para aumentar a eficincia da transmisso por atrito. Este tipo de
prensa ainda pode ser encontrado nas industrias, mas normalmente so
prensas antigas.(VIDE FIGURA PAG. seguinte )
PRENSAS HIDRAULICAS DE SIMPLES E DUPLO EFEITO:
PRENSAS HIDRAULICAS: As prensas hidrulicas tem o sistema de
movimentao do martelo acionado atravs de um ou varios cilindros hidraulicos. Estas prensas possuem a vantagem de variar a velocidade de acionamento do martelo, o que as tornam mais versteis que as prensas mecnicas e tambm podem gerar um esforo muitas vezes maior que as
prensas mecnicas com um tamanho de maquina bem menor.
As prensas hidrulicas esto divididas em dois grupos: As prensas de
simples efeito, que trabalham apenas com um cilindro hidraulico para acionamento do martelo, e as prensas de duplo efeito que trabalham com um
cilindro hidraulico central e cilindros laterais, possibilitando sub dividir operaes que necessitam de esforos combinados ou acionamento de extrator.
Estas prensas de duplo efeito so muito utilizadas em operaes de embutimenbto pois devido ao controle da variao da velocidade, conseguem uma
boa uniformidade de distribuio de presso do prensa chapa.(VIDE FIGURA PAG. seguinte )

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

FIGURA DA PRENSA EXCENTRICA

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ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

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ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

Prensa Hidraulica acoplada a sistema de desbobinamento da chapa.

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ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

Prensa Excentrica acoplada ao sistema de desbobinamento da chapa

Peas Produzidas por estampagem

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ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE IINTRODUO

2.2) COMPONENTES CONTRUTIVOS DE UM ESTAMPO


Todos os estampos independente do tipo da operao,
tero os mesmos componentes construtivos. No projeto
da mesma faremos a diferenciao de acordo com o tipo
de operao.
Os componentes construtivos de um estampo em geral
so:
1- ESPIGA: Pea cilndrica que fixa a parte superior da
ferramenta ao martelo da prensa. O dimetro da espiga
funo do furo que existe no martelo da prensa. A espiga s aplicada a prensas mecnicas ( excntricas e de
frico ), em prensas hidrulicas a fixao da parte superior do estampo no martelo feita atravs de parafusos e
sapatas do tipo T.
2-) PORTA ESPIGA OU CABEOTE OU BASE SUPERIOR : Sua funo suportar a parte superior do estampo. Normalmente adquirida junto com a parte inferior e
colunas do mesmo fabricante, no sendo necessria sua
fabricao ou projeto.
3- PLACA DE CHOQUE : Evita o contato direto entre os
punes e a base superior. utilizada sempre que existirem punes de pequeno dimetro, que possam marcar
a base superior.
4- PORTA PUNO: Tem por finalidade fixar os punes junto a placa de choque , evitando que ocorram
movimento laterais. A fixao do puno ao porta puno tem os mais diversos tipos , sendo que o mais comum aplicados a estampos pequenos fazer uma variao nas dimenses na cabea do puno.
5- GUIA DA CHAPA OU DA TIRA - Tem a finalidade de
guiar a tira da chapa no interior da matriz evitando que a
mesma mude sua trajetria. Esta guia tem um papel importante na trajetoria da tira pois depende dela a preciso da pea. Para que a guia efetivamente tenha sua
funo exercida podemos melhorar seu rendimento atravs de colocao de molas laterais que foram a tira de
chapa a se deslocar com mais preciso dentro da ferramenta.
6- GUIA DO PUNO OU EXTRATOR DA CHAPA Evita que os punes mudem de trajetria na descida da
prensa , evitando assim que os mesmos sejam danificados na lateral da furao da matriz. Outra funo da guia
do puno evitar que a chapa fique presa ao puno
no retorno da subida do mesmo.
7- PUNES - So responsaveis junto com a matriz pela fabricao da pea .
8- FACA DE AVANO: um puno que tem a finalidade de controlar o avano da tira dentro da ferramenta .
9- MATRIZ a pea mais importante da ferramenta,
responsvel junto com os punes pela conformao da
pea a ser produzida.
10- BASE INFERIOR- Sua funo de suportar toda a
parte inferior da ferramenta , deve ter resistencia para
suportar o peso do estampo e a fora gerada durante a
processo de conformao.
11- COLUNAS- Tem a finalidade de guiar a parte superior do estampo na direo da parte inferior, evitando que
exista deslocamento transversal entre as partes.

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PROJETO
DE
FERRAMENTAS
DE
CONFORMAO PLSTICA

CORTE
DOBRA
EMBUTIMENTO

PARTE IICORTE I
NOTAS DE AULA

2/2008

PROF. FERNANDO A. FLANDOLI

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

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2-) APRESENTAO DA FERRAMENTA DE CORTE

FERRAMENTA DE CORTE PARA UMA ARRUELA DIAMETRO 30 mm COM UMA FACA DE AVANO

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

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PERSPECTIVA EXPLODIDA DA FERRAMENTA DE CORTE PARA ARRUELA MOSTRANDO OS COMPONENTES DA FERRAMENTA

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

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ESQUEMA FERRAMENTA DE CORTE DA ARRUELA COM FACA DE AVANO

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

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ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

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ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

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3-) TEORIA DE CORTE DE CHAPAS METLICAS


As chapas metlicas para serem cortadas passam por 3 (tres) fases
distintas durante o processo:
Primeira fase: A chapa entrando em contato com o puno sofre um processo de
esmagamento,

Segunda fase : A chapa passa a sofrer o processo de cisalhamento puro.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

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Terceira fase : Devido a processo ser continuo a chapa sofre o processo de


ruptura.

O estado de tenses na chapa durante o processo de corte representado a figura abaixo:

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

pag . 9

Quando a lateral da chapa observada podemos distinguir, nitidamente as regies diferenciadas com relao ao tipo de esforo sofrido pela
chapa, Primeiro temos cisalhamento em uma zona mais brilhante e depois
trao em uma zona que parece mais opaca conforme figura abaixo.

3.1-) FOLGA ENTRE PUNO E MATRIZ


Para que ocorra um corte adequado na chapa torna-se necessrio que
exista uma folga entre o Puno e a Matriz.
Esta folga tem por finalidade:
1-) Evitar que a fora de corte necessria ao corte aumente a valores extremos.
2-) Aumentar a durabilidade do estampo.
3-) Produzir peas que atendam a tolerncias dimensionais.
Folgas excessivamente grandes provocam um dobramento na chapa para
dentro da matriz, aumentando o atrito entre a chapa e o puno, prejudicando o acabamento no corte.
Folgas excessivamente pequenas prejudicam a fase de ruptura da chapa
provocando os mesmos efeitos citados acima.
A Folga entre Puno e Matriz funo :
1-) Da espessura da chapa que ser cortada.
2-) Da resistncia do material.
Essa folga pode ser determinada de acordo com o diagrama na pagina
seguinte.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

Na determinao da folga podemos ter duas possibilidades:


1 Reduzir o dimenso do puno.
2 Aumentar o dimenso do furo da matriz .

Esquema da ferramenta de corte

Grfico para determinao da folga entre Puno e Matriz

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ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTOPARTE II - CORTE I

pag . 11

As possibilidades dependem do produto a ser obtido.


Vejamos um exemplo
Obteno de discos de dimetro 50 mm de material com 3mm de espessura
e resistncia trao de 25 Kgf?mm2
Soluo:
No diagrama retiramos a folga parcial de 0,048 mm.
Como desejamos discos com dimetro de 50 mm teremos:
Dimetro da matriz = 50 mm pois a matriz que garante a dimenso da pea.
Dimetro do puno = 50 - 2 x 0,048 = 49,904 mm subtraio a folga do dimetro da matriz para encontrar a dimenso do puno

Obter um furo em uma pea de dimetro 50 mm em uma chapa de 3mm de


espessura e resistncia trao de 25 Kgf/mm2.
Do diagrama retiramos uma folga parcial de 0,049mm.
Para este caso temos
Dimetro do puno =50 mm pois o puno que garante o dimetro do furo.
Dimetro da matriz = 50 + 2x 0,049 = 50, 096 mm.somo a folga ao dimetro
do puno

PROJETO
DE
FERRAMENTAS
DE
CONFORMAO PLASTICA
CORTE
DOBRA
EMBUTIMENTO
PARTE II CORTE II
NOTAS DE AULA

2/2008

PROF. FERNANDO A. FLANDOLI

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

pag . 2

4-) PROJETO DA FERRAMENTA.


4.1) ESTUDO DO APROVEITAMENTO DA CHAPA.
O projeto da ferramenta tem incio atravs de uma pea cuja materia
prima a chapa e que vamos produzir atravs do nosso projeto. justamente para essa pea que vamos fazer um estudo para poder projetar uma
ferramenta que ir por muito tempo produzir essa pea com preciso e baixo custo.
Baseado na idia de produzir uma pea com qualidade, inicialmente
vamos fazer um estudo para melhor aproveitar a chapa que vamos utilizar
na confeco das peas que a nossa ferramenta ir produzir, no podemos
esquecer que a chapa ser a matria prima para a fabricao do nosso produto final.
Este estudo est ligado ao lay-out dos punes na ferramenta.

Estas chapas para serem utilizadas em nossas ferramentas sero


cortadas em tiras em uma guilhotina ou em tesouras rotativas . O ideal
que as tiras ocupassem sempre o total da largura da chapa, o que na
maioria dos casos impossivel devido a uma grande variao da dimenso
das peas a serem produzidas por nossas ferramentas.Para que seja mais
facil depois da ferramenta pronta e testada ser utilizado uma bobina de
chapa na respectiva largura (L) da tira. O nmero de peas a serem
retiradas destas tiras dever ser o maior possvel prevendo-se a menor
quantidade de retalhos para que as perdas sejam mnimas.
Portanto com o objetivo de minimizar as perdas e maximizar o aproveitamento da chapa faremos um estudo para determinar o maior numero
de peas a serem produzidas por chapa.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

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TIRA DE MATERIAL ONDE SER CORTADA A PEA E DIMENSES DO RETALHO

4.1.1 ESPAAMENTO ENTRE A BORDA DA TIRA E AS


PEAS, E ESPAAMENTO ENTRE PEAS.
Durante o processo de corte da chapa metlica, nas fases de esmagamento e ruptura da chapa surgem deformaes plsticas na lateral da chapa. Estas deformaes no so uniformes, prejudicando dimensionalmente
o produto. Para se evitar tal problema, podemos prever um espaamento
entre as peas e entre as peas e a borda da tira de chapa.
As dimenses existentes entre as peas e as dimenses entre as peas e a lateral da tira funo da maior dimenso da pea, do material da
chapa e da espessura da chapa.
Entre as bordas da tira e a pea chamamos a distancia t e entre as
peas teremos a distancia x. Para podermos trabalhar com segurana, escolhemos os maiores valores do intervalo e depois fazemos um ajuste tentando melhorar o rendimento se possvel.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

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4.1.2) ESTUDO ECONMICO DA CHAPA


Consideremos o produto desenhado abaixo :

Para determinarmos qual a melhor disposio para o mximo aproveitamento da chapa necessitamos fazer vrios estudos de localizao da
pea na chapa e para isso teremos as seguintes possibilidades de localizao da pea na tira:
1-) Disposio encaixada reta paralela: As peas so colocadas uma ao lado da outra com sentido de avano da tira dentro da ferramenta
como o indicado na figura.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

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2-) Disposio paralela invertida: As peas so colocadas na tira


invertidas e paralelas ( pode ser que tenhamos um melhor rendimento ) ,
serve para peas que se encaixem reduzindo as perdas em relao disposio anterior.

3-) Disposio inclinada : As peas podem estar inclinadas na tira o


que pode fazer com que o aproveitamento seja melhor, sendo que podemos
ter duas formas de inclinar a pea na tira, com espaamento x entre as
peas ou at sem o espaamento o que pode causar um acabamento menos preciso na pea.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

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4-) Disposio inclinada encaixada: Existem peas que tem a possibilidade de serem localizadas da forma como mostra a figura abaixo, essa
pea tem uma forma que permite que se estude uma posio inclinada e alm disso se faa o encaixe de uma pea na outra para melhorar o rendimento, obedecendo os valores de x e t poderemos ter uma pea com acabamento bom e um rendimento melhor.

Obs : O estudo das disposies no termina aqui, podemos ter outras


disposies dependendo da pea a ser produzida, estas so as principais e
as formas mais comuns de localizao da pea na tira. Este estudo deve
ser feito para podermos ter um aproveitamento melhor da matria prima a
ser utilizada resultando em custo menor para a ferramenta e para a produo.
Na pagina seguinte apresentada a tabela dos valores de x,t,z, em
funo da espessura da material da chapa.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

Dimenses de retalhos para chapas estampadas

pag . 7

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

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5-)Calculo do Rendimento da chapa


Vamos calcular
N= 1000/L ; e N=2000/L (Nmero de tiras / chapa)
n=2000/a ; e

n= 1000/a ( Nmero de peas / tira)

Q= N . n (Nmero de peas / chapa)

OBS: O valor de Q dever ser determinado de acordo com a


quantidade de peas em cada avano ou seja depende da
posio da pea a ser adotada na tira.

Rendimento:

= (Ap . Q / 2000x1000 ). 100 [%]


Ap =rea aproveitada da pea (mm2)

Q = quantidade de peas por chapa

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

pag . 9

Exemplos: Faremos aqui alguns exemplos de estudo econmico

Exemplo 1
1o ) Estudo:
1-) Desenho da Pea:
Da tabela (pag. 7) temos :
Material da Pea Ao ABNT 1020
e = 1,5 mm
x = 2,5 mm
t = 3,5 mm
a = avano = 40 + x = 40 + 2,5 =
42,5mm
L = largura da t ira = 30 + 2 x t =
3 0 + 2 x3,5 = 37 mm

Calculos :
N = quantidade de tiras em uma chapa de 2000 x 1000 mm
N = 1000 / L
L = 30 + 2 . t = 30 + 2 . 3,5 = 37 mm
N= 1000 / 37 = 27 tiras por chapa ( consideraremos N (inteiro))
n = quantidade de peas em uma tira ( 2000 x L)
n = 2000 / a
a = 40 + 2,5 = 42,5 mm
n = 2000 / 42,5 = 47 peas em uma tira ( consideraremos n (inteiro))
Q = Quantidade de peas por chapa
Q = N x n = 27 x 47 = 1269 peas por chapa( inteiro)
Calculo do rendimento da chapa

= ((rea da pea)

x Q / rea da chapa ) . 100

= ( (30 . 40) . 1269)/ 2000000) .100 = 76.14 % (CONSIDERADO bom )


OBS: Cabe aqui lembrar que no foi considerado faca de avano e a pea
muito simples.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

pag . 10

2o ) Estudo
L = 69,5 mm
p = 42,5 mm
N = 1000/69,5 = 143 tiras / chapa
n = 2000/42,5 = 47,2 = 94 peas /
tira
Q = 14 . 94 = 1316 peas / chapa

=30.40. 1316.100/2000.1000

=78,96 % sem faca de avano


Vamos agora fazer alguns exemplos de estudo de aproveitamento

Dados:
e=2 mm
Material : Ao ABNT 1010
rea da pea= 3000 mm 2
t= 5 mm
x=3,5 mm

Utilizamos neste caso a posio invertida

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

pag . 11

L = 70 +2 x 5 = 80 mm
a = 100+20+2x3,5 =127mm
N = 1000/80 = 12 tiras / chapa
n = 2000/ 127 = 15,2 x 2 = 30 peas / tira
Q= 30 x 12 =360 peas / chapa

= 3000x 360 x 100/ 2000 x 1000 =

54 % sem faca de avano

Para este caso vamos realizar o estudo do final da tira para verificarmos se
podemos obter uma pea a mais .
De acordo com o desenho do final da tira no conseguimos mais uma pea.

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

pag . 12

Estudo 2:
L = 100+2 x t = 100 + 10 = 110 mm
a= 70 + 2 x 3,5 = 97 mm
N = 1000/110 = 9 tiras / chapa
n = 2000 / 97 = 20 x 2 = 40 peas / tira
Teremos que executar o estudo do final da tira

No ser possvel retirar mais uma pea portanto teremos apenas 40 peas / tira.
Q = 9 x 40 = 360 peas / chapa

= 3000 x 360 x 100 / 2000 x 1000 = 54 %

ESTAMPOS DE CORTE DOBRA E EMBUTIMENTO PARTE III CORTE II

pag . 13

6-)Calculo da fora de Corte

Fc= p . e .

r (Kgf)

onde

p= permetro total do corte (mm)


e= espessura da chapa (mm)

r = Tenso de ruptura ao cisalhamento do


material da chapa ( Kgf/ mm2 )

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