O Legado Grego para A Posteridade

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

O LEGADO GREGO PARA A POSTERIDADE

Processo de Aculturao:
A cultura grega em diversos aspectos: sociais, polticos e religiosos
propagou-se por diversas regies do mundo antigo e fundiu-se a cultura de
outros povos, depois das conquistas de Alexandre Magno.
1. DEUSES MUITO HUMANOS:
Com a maior parte dos povos, da antiguidade, os gregos eraram
politestas. Seus deuses, entretanto, assim como os seres humanos, eram
dotados de sentimentos, de raiva, de dio, de compaixo. A maioria dessas
divindades habitava no monte olimpo, a mais alta montanha da pennsula
balcnica. Segundo a mitologia grega, alguns desses deuses chegaram a
manter relaes sexuais com seres humanos, gerando filhos conhecidos como
heris ou semideuses. A religio dos gregos no tinha dogmas nem
mandamentos, desde que no provocasse a fria divina, a crena era livre.
O culto religioso tinha o objetivo de assegurar proteo ao individuo,
famlia ou ainda a cidade. A divindade mais importante era Zeus, considerado o
deus dos deuses do Olimpo, senhor dos raios e da chuva, era o protetor de
toda a Grcia.

No entanto, havia diversas divindades, dentre as quais se

destacam as mais conhecidas que so:

Hera, esposa de Zeus, protetor do casamento e da famlia;

Apolo, deus do sol e das profecias, ensinou organizao social


a humanidade, com o auxilio das musas suas seguidoras;

rtemis, deus da lua e da caa;

Hermes, o veloz mensageiro de Zeus, protetor dos viajantes, do


comercio, dos atletas e dos ladres;

Hefesto, deus do fogo, dos vulces e dos ferreiros;

Afrodite, deusa do amor e da beleza;

Palas atenas, deusa das batalhas, da inteligncia e das artes,


protetora da cidade de Atenas.

Na terra reinavam Demter, que protegia os agricultores e as colheitas e


Dionsio, protetor dos vinhedos. Nos mares, Posidon, irmo de Zeus. No
reino dos mortos, no interior da terra, ficava Hades, outro irmo de Zeus.
1

Para conhecer a vontade dos deuses, os gregos interpretavam certos


sinais os pressgios-ou dirigiam-se aos orculos, isto, a santurios os
quais os sacerdotes respondiam s consultas feitas as divindades. Outra
manifestao religiosa eram as festas para homenagear os deuses. As mais
importantes eram os jogos olmpicos, realizados para Zeus na cidade de
Olmpia. Nessas ocasies, estabelecia-se uma trgua sagrada e at as
guerras eram interrompidas.
2. ESPENDOR ARTSTICO:
A arquitetura e a escultura em expresso mxima da criatividade dos
gregos. Os templos constituam o principal e quase nico requinte das
cidades-estados, eram pequenos, no se destinavam a abrigar fieis,
guardavam apenas a estatua da divindade, seus tesouros e as oferendas
recebidas. Muitos templos eram retangulares, cercados de colunas, e neles
predominavam as linhas retas. Uma caracterstica importante da arquitetura
grega era a ausncia de arco e da abboda. Na arquitetura identificam-se trs
estilos: O principal e mais antigo deles o drico, caracteriza pela
simplicidade e pela solidez. Mais tarde desenvolveu-se o estilo jnico, com
construes mais leves e graciosas. No sculo IV a.C., destacou-se o estilo
corntio, mais rebuscado que os anteriores, distinguindo-se pela riqueza e
abundancia de detalhes. Um dos mais belos monumentos da arquitetura grega
o Partenon, construdo em Atenas durante o governo de Pricles.
O templo foi erguido em homenagem deusa Palas Atenas e rene
caractersticas do estilo drico. A escultura tinha por objetivo principalmente
reproduzir, de forma idealizada, o corpo humano, de modo a representa-lo
como um objeto belo e harmonioso em si mesmo. No inicio, apresentava ntida
influencia egpcia, posteriormente, adquiriu caracterstica prpria, com a
vitalidade e o equilbrio das formas representadas. Os grandes escultures
gregos foram Fdias, Mron e Praxteles.
3. REPRESENTAO E DRAMATIZAO: TEATRO GREGO:
O teatro grego nasceu em Atenas no sculo VI a.C., provavelmente nas
festas dedicadas ao deus Dionsio. A princpio, sua narrativa estava voltada
para temas religiosos e mitolgicos. Com o tempo, as encenaes passaram a
2

tratar de assuntos ligados ao comportamento humano (tragdia) ou a fazer


critica aos costumes e vida politica (comdia). As encenaes eram feitas
apenas por homens, que usavam mascaras. Os escritores trgicos mais
importantes foram: squilo, autor de Os persas e Sete contra Tebas; Sfocles,
cujas principais obras so dipo Rei, Electra e Antgona; e Eurpedes, que
escreveu As bacantes e Medeia. Na comdia, destaca-se Aristfanes, autor de
A paz e As vespas.
4. REGISTROS HISTRICOS OS PRIMEIROS HISTORIADORES:

Os gregos, como outros povos, procuravam conhecer e explicar suas


origens. Para isso, recorriam aos mitos e s lendas, que em geral, descreviam
as faanhas de deuses ou de heris, dotados de poderes extraordinrios.
Todavia, surgiu entre eles uma preocupao em relatar acontecimentos
sem recorrer s narrativas mticas. O primeiro grego que fez isso foi Herdoto
(484-425 a.C.), o pai da Histria.
Aps passar um longo tempo viajando pelo Egito, pelo Imprio Persa e
por muitos outros lugares, escreveu sua obra com base nas informaes
obtidas. Herdoto, porem no chegava a ser um racionalista perfeito. Deixavase muitas vezes, levar em seus relatos por explicaes mticas e lendrias.
Apesar disso, revelou uma atitude crtica em relao s fontes histricas.
O ateniense Tucdides (460- 400 a. C) pode ser considerado o fundador
da histria cientfica. Escreveu a Histria da guerra do Peloponeso, composta
de oito livros, dos quais alguns se perderam. Em seu trabalho no havia lugar
para mito, lendas ou deuses. Ao contrario, como ele mesmo declara, sua
inteno era apresentar os acontecimentos histricos de tal maneira que sua
obra jamais perdesse o valor. A certa altura, ele escreveu: Pelo que se refere
aos fatos, no me baseei no dizer do primeiro que chegou ou nas minhas
impresses pessoais; no narrei seno aqueles de que eu prprio fu espetador
ou sobre os quais obtive informaes precisas e de inteira exatido. (citado em:
Dez, Gaton; Weiler, A. Oriente e Grcia. So Paulo: Mestre Jou, 1964. P.214.)

5. A REFLEXO FILOSFICA:
Os primeiros filsofos viveram na Jnia, regio da sia menor, onde
estavam em contato direto com as sociedades orientais, particularmente a do
Egito e as da Mesopotmia. Nessa regio, destacou-se o matemtico e
astrnomo Talles de Mileto. Outros filsofos desse primeiro momento foram:
Pitgoras, Anaximandro, Herclito, Parmnides e Demcrito, nesse perodo a
principal preocupao diziam respeito natureza do mundo e ao sentido da
vida. Na segunda metade do sculo V a.C., a ateno dos pensadores
deslocou-se para os problemas da vida social e politica.
Essa nova tendncia iniciou-se com a corrente filosfica denominada
sofista. O mrito dos sofistas foi popularizar a filosofia e discutir questes
importantes, como a escravido e a guerra. Segundo os sofistas no existem
verdades absolutas; havia apenas verdades particulares, vlidas para cada
situao. Protgoras, o mais destacado entre eles, afirmava: O homem a
medida de todas as coisas. Scrates e Plato foram dois dos principais
filsofos do sculo IV a.C. Scrates acusava os sofistas de no procurarem o
verdadeiro saber. Defendia a existncia de verdade validas universalmente.
A frase conhea-te a ti mesmo um exemplo de seu ensinamento, foi
condenado morte pelas autoridades de Atenas, sob a acusao de corromper
a juventude, violar as leis e os preceitos da religio. Scrates nada escreveu.
Tudo que se sabe a seu respeito foi transmitido por seus discpulos, dos quais
o principal foi Plato. Ao contrrio de Scrates, Plato deixou registros de seu
pensamento em obras como: O banquete e a Repblica. Fundou a Academia
de Atenas e introduziu a concepo idealista, segundo a qual as ideias so
essncias eternas e imutveis, dotadas de existncia prpria, e as coisas
materiais seriam apenas manifestaes imperfeitas das ideias universais.
Plato exerceu grande influncia sobre os filsofos posteriores, como Santo
Agostinho, telogo cristo do inicio da idade mdia. O pensamento filosfico
desse perodo foi sistematizado, em grande parte, por Aristteles ex-discpulo
de Plato. Aristteles foi tutor de Alexandre o Grande. Fundador do Liceu em
Atenas, seu pensamento abarcou quase todos os ramos da filosofia e das
cincias naturais, ele iniciou o estudo da lgica, sua obra mais destacada A
Poltica, analise de diversas formas de governo.
4

6. A CULTURA NO PERODO HELENSTICO:

Com as conquistas de Alexandre da Macednia, a cultura no mundo


antigo sofreu grandes transformaes. No sculo III a.C., Alexandria, no Egito,
se tornaria o principal polo de produo intelectual. Nessa cidade, em
princpio do sculo IV a.C., foi construda uma grandiosa biblioteca, que chegou
a ter quinhentos mil volume, atraindo nmeros pensadores, vindo de diversas
regies. Alm da biblioteca havia o Museu, um centro de pesquisa mantido
pelo governo. Nele trabalhava importantes pensadores, como Euclides
(gemetra), Arquimedes (fsico e matemtico), Eratstenes (gegrafo e
astrnomo) e Aristarco (astrnomo).
Filosofia, histria e arte.

No campo da filosofia, durante o helenismo, destacou-se Epicuro e


Zeno, que viveram m Atenas e foram os criadores, respectivamente, do
epicurismo e do estoicismo. A filosofia epicurista, baseada no desenvolvimento
do espirito e na prtica das virtudes, procurava atingir a harmonia entre os
indivduos e a natureza. Argumentava que o prazer e a dor eram insignificantes
diante da verdadeira felicidade. Propunha o desprendimento em relao aos
bens materiais e defendia a fraternidade humana.
Na rea da histria, nome de destaque o de Polbio, que viveu no
sculo II a. C., sua principal obra: Histria geral, narra conquista dos
territrios dos reis helensticos pelos romanos. No novo perodo, a arte passou
por grande mudana. O ramo mais destacado foi escultura, os escultures
gregos

preocupava-se

com

equilbrio

das

expresses,

procurando

representar o corpo perfeito e a beleza ideal.


No helenismo, os artistas impregnaram suas obras de realismo,
movimento e dramaticidade. Algumas das esculturas mais expressivas do
helenismo foram: Vnus de Milo, a Vitria de Samotrcia e o grupo do
Laocoonte.

O LEGADO GREGO PARA A POSTERIDADE


Processo de Aculturao:

Srie

Data

Situao de aprendizagem 6 Histria - Prof. Elicio Lima

NOME:

PARA SISTEMATIZAR O ESTUDO


1. Sabemos que os gregos, como outros povos eram politestas. Partindo
dessa assertiva, em que diferenciava o a religio dos antigos gregos em
relao de outros povos? E quais eram o sentido e os objetivos de seus
cultos de adorao aos deuses?

2. Quais eram as principais divindades gregas, suas atribuies e a forma


dos cultos de adorao?

3. Descreva o esplendor artstico da cultura dos gregos, as principais


caractersticas de suas obras em amplas dimenses.

4. A cultura grega em diversos aspectos: sociais, polticos e religiosos,


etc., nos deixou um grande legado, detalhe contribuio da cultura
grega no processo histrico contemporneo.
5. Em relao aos fatos e acontecimentos, o que significa histria
cientfica e quem foi o percurso (pai da histria) dessa forma de registrar
a histria?

6. Reflexo filosfica: Em um primeiro momento os filsofos gregos


preocupavam-se em compreender a natureza do mundo e sentido da
vida. Na segunda metade do sculo V a.C., a ateno dos pensadores
deslocou-se para os problemas da vida social e politica. Explique o que
caracteriza cada uma dessas concepes.

Material elaborado pelo prof. Elicio Lima para sistematizar situaes de aprendizagem na sala de aula, a
intertextualidade desse trabalho so entre as obras: Histria: Volume nico: Divalte Garcia Figueiredo. 1. ed. So
Paulo: tica, 2005. Histria global volume nico: Gilberto Cotrim. 8. ed. So Paulo: Saraiva, 1995. (Feitas algumas
adaptaes e grifos para facilidade o processo didtico ensino aprendizagem - 2015). Sequencia didtica para o
Primeiro ano do ensino mdio.

Você também pode gostar