Apostila Separacao Solido Liquido
Apostila Separacao Solido Liquido
Apostila Separacao Solido Liquido
1 - INTRODUO
A separao slido lquido uma etapa importante e, s vezes crtica, nas usinas de
processamento mineral. Apresenta normalmente alto consumo energtico. No caso da
concentrao de cobre, por exemplo, esse consumo s suplantado pela fragmentao e
flotao.
Para os minrios de ferro processados no Quadriltero Ferrfero (MG) o consumo energtico
da separao slido lquido nas usinas representa de 15 a 40% do total.
As operaes de separao slido lquido tm como objetivo: a recuperao/recirculao de
gua, a preparao de polpas com porcentagem de slidos adequadas a etapas
subseqentes, desaguamento final de concentrados, preparao de rejeitos para o descarte.
Vrias operaes podem ser utilizadas na separao slido lquido como: espessamento,
filtragem, centrifugao, peneiramento, secagem, flotao e separao magntica. A
aplicao industrial de uma ou outra operao depender, principalmente, das caractersticas
do material a ser processado e de uma anlise tcnico/econmica. H na literatura uma srie
de procedimentos sugeridos para uma seleo preliminar de equipamentos mais adequados
uma determinada situao.
Diversos fatores podem influenciar no projeto e na operao de sistemas de separao
slido lquido como: distribuio granulomtrica do slido, rea superficial do slido, forma da
partcula, caractersticas de superfcie do slido, porcentagem de slidos na polpa e
viscosidade do lquido.
Uma maior proporo de materiais em faixas granulomtricas mais finas pode representar
reduo na eficincia de separao e maior consumo de reagentes agregantes. Maiores
valores de rea superficial especfica do slido causam, por exemplo, maior dificuldade para
a operao de filtros industriais. Partculas lamelares e aciculares tendem a apresentar mais
problemas na filtragem (reduo da produtividade do filtro e cegamento do meio filtrante).
As caractersticas de superfcie do slido esto diretamente relacionadas com o estado de
disperso/agregao da polpa e com a escolha do tipo de reagente a se utilizado no
espessamento e na filtragem.
A porcentagem de slidos pode ser crtica para o desempenho dos filtros contnuos a vcuo
que operam com polpa em maiores concentraes de slidos. Na floculao, uma maior
porcentagem de slidos na polpa pode ser favorvel formao de flocos.
A diluio da alimentao de espessadores pode aumentar a velocidade de sedimentao de
partculas, melhorar a qualidade do overflow e do underflow. Maiores valores de temperatura
(dentro de certos limites) significam menores valores de viscosidade e podem significar
melhor separao.
191
14.2 - ESPESSAMENTO
O espessamento a operao de separao slido lquido baseada na sedimentao,
utilizada para: recuperao de gua de polpas contendo rejeitos para descarte, preparao
de polpas com densidades mais adequadas para operaes subseqentes (filtragem,
moagem, flotao, lixiviao, preenchimento de cavidades), separao das espcies
dissolvidas dos resduos lixiviados.
Polpas com menos de 1% at cerca de 50% de slidos (em massa) so espessados para 10
a 75% tendo a fase clarificada concentrao da ordem de ppm.
Os equipamentos utilizados industrialmente so construdos em ao ou em concreto armado
e podem ser classificados em: espessadores de alta capacidade, espessadores de lamela e
cones de sedimentao (de desaguamento).
O espessador convencional um tanque circular no qual a alimentao realizada na regio
central onde um dispositivo diminui a energia cintica da polpa, permite o espalhamento
homogneo do material e a sedimentao do slido. Caracteriza-se por: parte superior
cilndrica com dimetro maior que a altura; parte inferior representada por cone raso com
apex voltado para baixo; calha interna ou externa ao tanque; para coleta do overflow; calha
da alimentao; passarela para mecanismo de giro; alimentador; mecanismo de giro de
braos e ps; sistema de remoo do underflow.
O mecanismo de giro de braos e ps pode estar apoiado em uma viga ou ponte (dimetro <
30m). Para equipamentos maiores, este mecanismo suportado por uma coluna central. Um
sistema de cabos de ao, capaz de fornecer rotao aos braos e ps e ainda realizar a
elevao deste conjunto, quando necessrio, pode tambm ser utilizado.
192
193
Concentrao de Slidos
Compresso
Clarificao
de partculas
Sedimentao
por zona
Clarificao
de agregados
Agregao
Figura 14.3 Regimes de Sedimentao segundo Fitch
A=D
A . D A = D . DD + R
R = A . DA A . DD = A . (DA DD)
Onde:
A = fluxo de massa de slido na alimentao (massa de slido/tempo)
194
195
196
197
As curvas de sedimentao apresentam, em geral, trs seces como pode ser visto na
figura: seo de velocidade constante, seo de transio e seo de queda de velocidade
(compresso). Nos mtodos de dimensionamento a identificao dos limites entre as sees
pode ser fundamental. Neste caso pode-se utilizar:
- grfico do logartmo da altura da interface em funo do logaritmo do tempo
- grfico de Roberts (log (H-Hinfinito) em funo do tempo, onde H e Hinfinito so
respectivamente a altura de sediemntao no tempo t e no tempo infinito
- grfico de log ((H Hinfinito)/t) em funo do logartmo do tempo.
Os mtodos de dimensionamento de espessadores mais utilizados na prtica so: Coe e
Clevenger, Talmege-Fitch e Oltmann. Verifica-se que os resultados obtidos por estes trs
mtodos, para uma mesma situao, nem sempre sero coincidentes. Fitch (1977) mostra de
uma forma detalhada a aplicao de cada um destes mtodos.
198
% slidos
alimentao
% slidos UF
rea unitria
m2/t.dia
3-4
6-8
6-8
10 - 25
15 - 25
20 - 35
2-5
1-4
1-3
2 - 10
16 - 20
30 - 50
60 - 70
1-3
-
0,5 - 6
20 - 30
20 - 40
20 - 50
60 - 70
0,2 - 2
0,2 - 2
8 - 10
40 - 60
30 - 70
25 - 50
6 - 10
2-3
5 - 10
15 - 20
20 - 30
10 - 26
10 - 15
15 - 30
10 - 30
50 - 75
45 - 65
0,2 - 0,6
0,04 - 1
20 - 35
25 - 50
1 - 10
20 - 25
60
65
40
60
70
80
60
80
0,004 - 0,008
0,002 - 0,005
0,4 - 1
0,2 - 0,6
0,5 - 2
5-9
10 - 20
10
8
-
30
40
50 - 60
1 - 1,5
0,5
1 - 1,5
10 - 25
3-5
10 - 20
50 - 60
65
50 - 60
0,5 - 1,5
0,5 - 2
0,3 - 0,7
10 - 25
1-5
35 - 50
6 - 25
4 - 20
10 - 30
20
1-2
45 - 65
60
10 - 25
0,15 - 0,6
1
5 - 12,7
199
Pico / MBR
Produto
Equipamento
Dimetro (m)/
Alimentao
Alimentao
Underflow
Tipo de Construo/
Base Seca
(% slidos)
(% slidos)
Quantidade
(t/h)
Alimentao Flotao
Convencional
22 / concreto / 1
600
50
65
Lamas
Convencional
45,7 / ao / 1
120
10
35
Convencional
14 / concreto / 1
550
55
65
Mutuca / MBR
Alta Capacidade
22 / concreto / 1
250
10
45
Alimentao Flotao
Convencional
22 / concreto / 1
300
50
65
Lamas
Convencional
36 / ao / 1
80
10
35
Convencional
12 / concreto / 1
270
55
65
Undersize Peneiramento
Alta Capacidade
5 / ao / 2
60
15
60
Rejeito
Convencional
100 / concreto / 1
214
06
60
Concentrado
Convencional
18 / concreto / 1
350
42
65
Rejeito
Convencional
75 / concreto / 2
300
04
45
Concentrado
Convencional
30 / concreto / 2
400
15
60
Rejeito
Convencional
100 / concreto / 1
300
04
45
Concentrado
Convencional
30 / concreto / 2
500
20
60 70
Cau / CVRD
Conceio / CVRD
202
Exerccio:
1) Estimar a rea (m2) e o dimetro (m) de um espessador que alimentado com
concentrado de minrio de ferro fino, em 6000t/dia (base seca).
2) Um floculante deve ser adicionado a uma polpa de minrio que alimenta um espessador
industrial. Sabendo-se que:
-massa de polpa da alimentao = 600 t/h;
-massa especfica de slido: 3,5g/cm3
-massa especfica do lquido: 1g/cm3
-massa especfica da polpa: 1,17g/cm3
-custo do floculante: US$ 1,00 /Kg
Calcule:
a) %slidos em massa da polpa;
b) % slidos em volume da polpa;
c) a diluio da polpa;
d) a concentrao massa/volume (Kg/m3);
e) o volume a ser adicionado de floculante (L/h) considerando-se uma dosagem de 60 g/t e
que este reagente preparado em uma concentrao de 1% (10 Kg de floculante /1000L de
soluo);
f) o custo anual de floculante considerando-se 7500 horas trabalhadas/ano.
3) Considere o modelo de Mishler para o espessamento e os seguintes dados:
- alimentao (slidos): 250 t/h
- velocidade de sedimentao do slido: 0,0005 m/s
- massa especfica do lquido: 1 g/cm3
- % slidos em massa na alimentao: 25
- % slidos em massa no underflow: 55
Responda:
a) Qual a rea necessria ao espessamento (m2)?
b) Qual o dimetro do espessador (m)?
c) Qual o fluxo volumtrico de gua que deixa o espessador (m 3/h)?
4) Em uma usina de concentrao por flotao so alimentadas 600 t/h de um minrio com
58,7% de Fe. Tendo-se obtido neste processo um concentrado com 68,5 % de Fe e um
rejeito com 10% de Fe, pede-se:
a) Calcular o dimetro de um espessador para receber o concentrado produzido sendo
que o mesmo alimentado com uma polpa com 30% de slidos. A velocidade de
sedimentao destes slidos de 0,66 m/h e o bombeamento do underflow ser
executado com 84% de slidos;
b) Calcular o dimetro de um espessador para receber o rejeito produzido sendo sua
alimentao uma polpa com 25% de slidos. A velocidade de sedimentao destes
slidos de 0,56 m/h e o underflow apresenta 70% de slidos;
c) Calcular a vazo de gua descartada no overflow dos espessadores;
d) Calcular a vazo de floculante, em l/min, usado para a sedimentao do concentrado
e do rejeito, considerando que a dosagem do reagente de 150 g/t no espessador de
concentrado e de 250 g/t no espessador de rejeito. A soluo do floculante foi
preparada com uma concentrao de 5%.
200
14.3 - FILTRAGEM
A filtragem (filtrao) uma operao de separao slido lquido, empregada nas usinas de
processamento mineral, que se caracteriza pela passagem de uma polpa atravs de um
meio filtrante de tal forma que haja reteno do slido e a passagem do lquido. utilizada
com objetivo de retirada de gua de concentrados e rejeitos finais, e maximizao da
recuperao de espcies dissolvidas em processos hidrometalrgicos.
A existncia de uma fora incidente sobre as partculas, atravs do meio, necessria e
pode ser conseguida atravs de: gravidade, vcuo, presso ou centrifugao.
A filtragem contnua, a vcuo, com formao de torta, a mais comumente utilizada no
processamento mineral com: filtros de tambor, de disco e horizontais.
O filtro de tambor (figura) representa um grande cilindro que gira solidrio ao seu eixo
longitudinal. A alimentao feita numa bacia de polpa (alimentao por baixo), ou sobre a
superfcie do tambor (alimentao por cima). O meio filtrante utilizado pode ser: um tecido
preso superfcie do tambor, tecido na forma de uma correia, ou um tecido preso ao tambor
acrescido de uma camada de material granular formada sobre esse tecido (filtros prcobertos). A descarga efetuada por: raspador, por rolo ou por fios.
PRESO
CORREIA
201
O filtro de disco convencional composto por uma srie de discos espaados, ligados entre
si por um tubo que executa um movimento de rotao. A formao de torta realizada em
ambos os lados de cada disco, dentro de uma bacia de polpa mantida sob agitao. A
descarga da torta feita com o auxlio de ar comprimido. Filtros de disco encapsulados, ou
hiperbricos, caracterizam-se pela operao realizada dentro de uma cmara pressurizada
(AP = 105Pa = 29,5 pol Hg). Existem ainda filtros que utilizam setores constitudos de
material cermico dispensando o uso de tecidos.
202
Os filtros de correia podem operar com porcentagens de slido em uma faixa mais ampla de
valores e com polpas heterogneas. Caracterizam-se por uma correia de borracha, perfurada
em vrios pontos, que suporta o meio filtrante e permite a ao do vcuo realizado sob a
mesma. A polpa alimentada em uma das extremidades da correia ocorrendo formao de
torta, secagem, lavagem (opcional), descarga e lavagem do meio filtrante.
203
O filtro de bandeja revolvente caracterizado por uma aliemntao feita por cima, pela
existncia de compartimentos (taboleiros) e pelo movimento de rotao, no plano horizontal,
que permite a realizao das diversas tarefas, A descarga da torta efetuada com auxilio de
ar comprimido e com a movimentao do compartimento do filtro.
204
dos filtros de tambor pr-cobertos o meio filtrante constitudo por um tecido e sobre este h
deposio de uma camada de material granulado. O tipo poroso inclui, entre outros
materiais, metal sinterizado, carvo ativado, vidro sinterizado e cermica porosa. A utilizao
de material cermico nos filtros de disco dispensa o uso do tecido permitindo a operao
com polpas em condies mais severas.
Funil de Bchner
Vlvula de controle
do vcuo de formao
Vvula de controle
do vcuo de secagem
Computador interligado
balana
Vlvula de abetura e
de fechamento
do vcuo
Manmetro
Arquivo: CAM1-100
PESO
0.0
0.0
10.1
17.2
20.5
25.8
30.9
39.6
50.1
55.6
Bomba de Vcuo
HORA
DATA
07:12:18
07:12:19
07:12:20
07:12:21
07:12:22
07:12:23
07:12:24
07:12:25
07:12:26
07:12:27
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
05/10/2001
Balana
Recipiente do filtrado
Nesta montagem uma bomba de vcuo conectada a um disco (folha) que dispe de
aberturas, com rea 92,6 cm2 (0,1 p2) e que coberto por um meio filtrante de forma a
206
simular uma filtragem industrial. O teste pode ser feito com alimentao por baixo,
mergulhando-se a folha em um recipiente contendo polpa sob agitao. De forma alternativa,
com alimentao por cima, onde a folha dispe de um anteparo que atua como recipiente
para a conteno da polpa. Em algumas situaes pode-se usar funil de Buchner. Purchas,
1977 apresenta o procedimento detalhado para o dimensionamento de diferentes tipos de
filtros industriais.
14.4 - OUTROS MTODOS
Os hidrociclones so equipamentos que utilizam a centrifugao. So chamados de
desguadores quando usados para a separao slido lquido. A menor abertura de apex a
principal diferena geomtrica existente em relao aos ciclones utilizados na classificao.
Busca-se, neste caso, o favorecimento da sada de partculas slidas no underlflow em
relao a gua. Alm disso, em termos operacionais, trabalha-se com presses menores
para que no seja afetada a partio. Produtos de at 75% de slidos podem ser obtidos no
underflow dos ciclones desaguadores. (Chaves, 1996).
As peneiras industriais podem ser aplicadas com sucesso no desaguamento de produtos.
Neste caso a eficincia de peneiramento muito baixa, j que o principal interesse
desaguamento de produto, ou seja, a manuteno dos slidos no oversize e na passagem de
gua para o undersize.
Outros tipos de peneiras desaguadoras esto disponveis no mercado, entre estes tipos
pode-se destacar: peneira DSM, peneiras vibratrias horizontais, e peneiras vibratrias de
alta freqncia.
A secagem utiliza a elevao da temperatura para a reduo de umidade de produtos finais
at cerca de 5%.
O secador rotativo o mais utilizado na Tecnologia Mineral. constitudo por um cilindro
rotativo com inclinao em torno de 8% e com relao dimetro/comprimento igual a 8.
Os dois tipos principais so: secadores diretos em que os gases em alta temperatura
mantm contato com o material (mesma direo ou em contracorrente); secadores indiretos
em que no existe contato do gs com o material havendo transferncia de calor por
conduo e/ou na radiao atravs das paredes metlicas.
Caracterizam-se por baixos custos de investimento e de operao.
A utilizao de centrfugas considerada como uma extenso dos mtodos gravitacionais
nos quais a fora centrifuga aumenta a velocidade de sedimentao das partculas slidas.
Dois dos tipos se destacam na utilizao industrial: as centrfugas de sedimentao e as
centrfugas de filtragem.
Caracterizam-se: por permitir operao com partculas mais finas, por produzir tortas com
baixa umidade, pela alta capacidade em relao ao tamanho do equipamento, pelos
elevados custos de capital e de operao.
2. Comportamento de partculas slidas em meio fluido
207
INTRODUO
Quando uma partcula cai livremente, ela est sujeita a uma acelerao constante e sua velocidade aumenta
indefinidamente, qualquer que seja seu tamanho ou densidade. Se, contudo, a partcula cai em um outro meio
que no o vcuo, este oferece uma resistncia ao seu movimento, a qual aumenta em razo direta com a
velocidade, at atingir um valor constante. Quando as foras que atuam na partcula (gravitacional, empuxo e
de resistncia do fluido) se tornam iguais, a partcula atinge uma velocidade denominada terminal e passa a ter
uma queda com velocidade constante.
A natureza da resistncia do fluido depende da velocidade de queda. Para baixas velocidades o movimento
suave, pois a camada de fluido em contato com a partcula move-se com ela, enquanto o fluido como um todo
permanece esttico. Para altas velocidades a principal resistncia atribuda perturbao do fluido, como um
todo, pela partcula, caracterizando um regime denominado de turbulento.
Independentemente do regime que predomine, a acelerao da partcula tende a decrescer rapidamente com o
tempo, sob a ao das foras atuantes, e a velocidade terminal sempre atingida.
Uma partcula slida em movimento em um meio fluido est sujeito a fora da gravidade que proporcional a
densidade aparente do slido no fluido e a uma fora de resistncia que o fluido ope ao movimento relativo,
sendo essa fora, funo da velocidade relativa e tambm do tamanho da partcula.
Dois processos podem reger esse movimento: processos de sedimentao por queda livre e processos de
sedimentao por queda retardada.
O movimento das partculas por queda livre supe que no existam interaes entre os movimentos das
partculas slidas e que seja desprezvel a influncia das paredes do recipiente, para tal condio necessria
que a distncia das partculas entre si ou das partculas com as paredes sejam no mnimo uma dezena de
vezes o seu dimetro. Desde que a porcentagem de slidos em volume ultrapasse 1%, as condies comeam
a se afastar do processo de queda livre.
Sedimentao em Queda Livre
A sedimentao em queda livre refere-se ao movimento da partcula imersa em um fluido e que tende, sob a
ao da gravidade, a percorrer uma distncia teoricamente infinita. Ela verificada quando a percentagem de
slidos for menor que 15% em peso.
No clculo da velocidade terminal, ou seja, a velocidade constante que uma partcula adquire ao sedimentar em
um meio fluido, obtm-se uma equao na qual a soma de todas as foras que atuam sobre ela seja zero.
Aplicando-se a segunda lei do movimento tem-se:
F = m.a
[5.1]
[5.2]
208
As massas da partcula e do fluido deslocado so dadas pelas frmulas a seguir, considerando-se a forma da
partcula como sendo esfrica.
3
m = 4r ds
3
[5.3]
m = m df
ds
[5.4]
[5.5]
[5.6]
R = Q (/2) df r v
[5.8]
VT =
As leis de Stokes e de Newton, para um fluido em particular, podem ser simplificadas, respectivamente, para:
2
1/2
[5.10]
[5.11]
Sendo: k1 e k2 = constantes
ds df = densidade efetiva de uma partcula de densidade ds em um fluido de densidade df.
209
Essas leis mostram que a velocidade terminal da partcula, em um dado fluido, funo apenas do tamanho e
da densidade da partcula, concluindo-se portanto que: se duas partculas tm a mesma densidade, a partcula
com maior tamanho ter maior velocidade terminal; se duas partculas tm o mesmo tamanho, a partcula mais
densa ter maior velocidade terminal.
Considere duas partculas minerais de densidades (d a) e (db) e dimetros (Da) e (Db), respectivamente, caindo
em um meio fluido de densidade df, a uma mesma taxa de sedimentao. Suas velocidades terminais devem
ser as mesmas e tem-se pela aplicao direta das leis de Newton e Stokes que:
r = Da/Db = (db-df/da-df)n
[5.12]
[5.13]
1/2
[5.14]
Onde: k = constante;
D = dimetro da partcula;
ds = densidade de partcula;
dp = densidade de polpa.
Similarmente sedimentao em queda livre, pode-se definir uma razo de sedimentao em queda impedida
que ser dada por:
z = D a = ( db dp )
Db
da - dp
[5.15]
210
211