Captulo 1

Por que Geoprocessamento?

Com o passar dos anos a coleta de informaes geogrfica foi se tornando
necessria para homem, at recentemente se fazia isso atravs de mapas de papel o
que no permitia a unio desses mapas, com o avano da informtica tornou-se
possvel em ambiente computacional, abrindo espao para o aparecimento do
Geoprocessamento
Podemos definir Geoprocessamento como a disciplina do conhecimento que
utiliza tcnicas matemticas e computacionais para o tratamento da informao
geogrfica e que vem influenciando de maneira crescente varias do conhecimento
como as reas de Cartografia, Anlise de Recursos Naturais, e etc Regional.
As ferramentas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de
Sistemas de Informao Geogrfica (GIS), permitem realizar anlises complexas, ao
integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados geo-referenciados.
As primeiras tentativas de automatizar os dados surgiram nos Estados Unidos,
com finalidade de reduzir o custo na confeco de mapas.Devido o pouco avano da
informtica na poca esse sistema no pode ser considerado um sistema de
informao mais tarde no Canad foi desenvolvido um sistema mais avanado mas
encontrava barreiras na baixa resoluo dos monitores,baixa velocidade no
processamento, armazenamento limitado e no alto custo dos computadores.
Nos anos 70, com avano da tecnologia, foi criada a expresso Geographic
Information System. Avanos em base de dados matemticos ligados a cartografia
foram relevantes nessa poca. A dificuldade se dava por conta do grande porte dos
computadores e altos preos apenas grandes empresas possuam essa tecnologia.
Nos anos 80 ocorreu uma popularizao do sistema adquirindo novas funes,
com o barateamento das estaes de trabalho grficas, alm do surgimento e
evoluo dos computadores pessoais e dos sistemas gerenciadores de bancos de
dados relacionais.
Nos anos 80, por meio do Prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ) inicia-se a
introduo ao geoprocessamento no Brasil, dentre os grupos pioneiros interessados
em estudar e desenvolver a tecnologia do SIG estavam: UFRJ: Laboratrio de
Geoprocessamento do Departamento de Geografia da UFRJ, com o professor
Jorge Xavier, o SAGA (Sistema de Anlise Geo Ambiental);A MaxiDATA, empresa
de aerolevantamento AeroSul criaram, em meados dos anos 80, um sistema para
automatizao de processos cartogrficos(MaxiCAD); O CPqD/TELEBRS, que em
1990 criou o SAGRE (Sistema Automatizado de Gerncia da Rede Externa);O INPE

atravs da diviso de Processamento de Imagens (DPI), SITIM (Sistemade

Tratamento de Imagens) o SGI (Sistema de Infor . Geog.), que posteriormente se
fundiram no SPRING.

Captulo 2

CONCEITOS BSICOS EM CINCIA DA GEOINFORMAO

O sistema de informaes geogrficas podem ser utilizados de diferentes maneiras por
socilogos, eclogos, gelogos, ou seja podemos dizer que trata-se de uma tecnologia
interdisciplinar. Mas para se utilizar dessa tecnologia se faz necessrio que o espao
esteja computacionalmente representado.
TRADUZINDO A INFORMAO GEOGRFICA PARA O COMPUTADOR
Para se conhecer como representar dados reais em computacionais necessrio
conhecer o paradigma dos quatro universos:
- O universo do mundo real, que inclui as entidades da realidade a serem modeladas
no sistema;
- O universo matemtico (conceitual),que inclui uma definio matemtica(formal) das
entidades a ser representadas;
- O universo de representao, onde as diversas entidades formais so mapeadas para
representaes geomtricas e alfanumricas no computador;
- O universo de implementao, onde as estruturas de dados e algoritmos so
escolhidos, baseados em consideraes como desempenho, capacidade do
equipamento e tamanho da massa de dados. neste nvel que acontece a codificao.
O UNIVERSO DO MUNDO REAL
A representao de um universo, deriva do conceito "representacionalista" proposto
pelo filsofo Bertrand Russel: as propriedades no so intrnsecas aos objetos, mas so
obtidas a partir de medidas, ou seja o objeto representado em um GIS depender da
escala utilizada.
O trabalho de Stevens (1951), em que esse autor prope quatro escalas de
mensurao: nominal, ordinal, intervalo e razo, onde os dois primeiros so temticos,
ou seja o nmero ou nome associado a um tema ou classe, no podendo se utilizar
expresses matemticas pois no so variveis quantitativas e sim qualitativas. o
caso dos nveis
-Nominal: classe propriamente dita;
- Ordinal: conjunto ordenado (0 = ruim, 1=bom, 2=timo);

Uma caracterstica desses nveis que elas no determinam magnitude. Quando o

estudo necessita de um estudo mais detalhado, recorre-se aos nveis de medidas
denominados de numricos.
Os nveis numricos so aqueles em que as regras de atribuio de valores baseiam-se
em uma escala de nmeros reais. So os nveis de :
- Intervalo: 0 arbitrrio mas subsidia todas as amostras(Equador e Greenwich)
- Razo: 0 no arbitrrio e sim condio natural como a temperatura (C).
UNIVERSO MATEMTICO
Grandes classes formais de dados geogrficos
- Dados Temticos: Dados temticos descrevem a distribuio espacial de uma
grandeza geogrfica, expressa de forma qualitativa.
- Dados cadastrais: Um dado cadastral distingue-se de um temtico, pois cada um de
seus elementos um objeto geogrfico, que possui atributos e pode estar associado a
vrias representaes grficas. Os atributos esto armazenados num sistema
gerenciador de banco de dados.
-Redes: O conceito de "rede" denota as informaes associadas a: Servios de utilidade
pblica (gua, luz e telefone); Redes de drenagem (bacias hidrogrficas); Rodovias.
- Modelos numricos de terreno: O termo modelo numrico de terreno (ou MNT)
utilizado para denotar a representao quantitativa de uma grandeza que varia
continuamente no espao. Um MNT pode ser definido como um modelo matemtico
que reproduz uma superfcie real a partir de algoritmos e de um conjunto de pontos (x,
y), em um referencial qualquer.
O UNIVERSO CONCEITUAL
O espao geogrfico modelado segundo duas vises complementares: os modelos de
campos e objetos. O modelo de campos enxerga o espao geogrfico como uma
superfcie contnua. O modelo de objetos representa o espao geogrfico como uma
coleo de entidades distintas e identificveis.
Para definir o modelo, seguir-se-o os seguintes passos:
1. definir as classes bsicas do modelo e estabelecer as suas relaes, dentro dos
princpios de especializao, generalizao e agregao;
2. estabelecer como possvel, a partir do modelo, definir um esquema conceitual
para um banco de dados geogrfico, por especializao das classes bsicas.

Regio Geogrfica: Define-se uma regio geogrfica R como uma superfcie qualquer
pertencente ao espao geogrfico, que pode ser representada num plano ou reticulado,
dependente de uma projeo cartogrfica.
A regio geogrfica serve de suporte geomtrico para localizao de entidades
geogrficas
Geo-Campo: Um geo-campo representa a distribuio espacial de uma varivel que
possui valores em todos os pontos pertencentes a uma regio geogrfica, num dado
tempo t.
Os geo-campos podem ser especializados em:
TEMTICO - dada uma regio geogrfica R, um geo-campo temtico associa a cada
ponto do espao um temade um mapa (p.ex. um geo-campo de vegetao
caracterizado pelo conjunto de temas {floresta densa, floresta aberta, cerrado, ...});
NUMRICO - dada uma regio geogrfica, um geo-campo numricoassocia, a cada
ponto do espao, um valor real (p. ex. um mapa de campo magntico ou mapa de
altimetria);
DADO SENSOR REMOTO- esta classe uma especializao de NUMRICO, obtida
atravs de discretizao da resposta recebida por um sensor (passivo ou ativo) de uma
rea da superfcie terrestre
GEO-OBJETO
Um geo-objeto um elemento nico que possui atributos no-espaciais e est
associado a mltiplas localizaes geogrficas. A localizao pretende ser exata e o
objeto distinguvel de seu entorno.
Esta definio tem trs grandes motivaes adicionais:
1. Projees cartogrficas;
2. Representaes geomtricas diferentes com escala;
3. Mltiplas representaes temporais;
Objeto no-espacial : Um objeto no-espacial um objeto que no possui localizaes
espaciais associadas.
Assim, a noo de objeto no-espacial engloba qualquer tipo de informao que no
seja georeferenciada e que se queira agregar a um SIG

UNIVERSO DE REPRESENTAO
No universo de representao, definem-se as possveis representaes geomtricas
que podem estar associadas s classes do universo conceitual. As classes de
representao geomtricas so : representao vetorial e representao matricial.
Na representao vetorial procura-se representar o objeto da forma mais perfeita
possvel, usando elementos geomtricos como ponto, reta e polgono. J na
representao matricial cada elemento da imagem representa uma clula, que possui
um cdigo estando numa malha de tal forma que o computador saiba que elemento
ou objeto pertence a cada clula.
As representaes esto associadas ao tipos de dados citados antes:
- Dado temtico: matriz ou vetor
- Dado cadastral: geometria em vetor, atributos em banco de dados
- Dado em rede: geometria em vetor com topologia, atributos em banco de dados
- Imagens de sensoriamento remoto: matriz
- Mnt: matricial (grade regular), vetorial com topologia (grade triangular) ou isolinhas
(vetorial sem topologia)
REPRESENTAO MATRICIAL
Nesta representao matricial , o espao representado como uma matriz P(m,
n)composto de m colunas e n linhas, onde cada clula possui um nmero de linha, um
nmero de coluna e um valor correspondente ao atributo estudado e cada clula
individualmente acessada pelas suas coordenadas. A representao matricial relata
que o espao pode ser tratado como um superfcie plana, onde cada clula est
associada a uma poro do terreno. A resoluo do sistema dada pela relao entre
o tamanho da clula no mapa ou documento e a rea por ela coberta no terreno.
Os tipos possveis de representao matricial so:
Grade regular: uma grade regular uma matriz de reais;
Imagem em tons de cinza: imagem representada atravs de uma matriz onde os
valores da matriz representam os valores de cinza da imagem;
Imagem temtica: representao matricial de um geo-campo temtico,
Imagem sinttica (ou codificada): representao de uma imagem em cores, utilizada
para mostrar imagens em composio colorida em placas grficas falsa-cor.

REPRESENTAO VETORIAL
No modelo vetorial, a localizao e a aparncia grfica de cada objeto so
representadas por um ou mais pares de coordenadas. Em GIS a utilizao de vetor
bem mais complexa que em outros sistemas devido a grande quantidade de dados. No
caso de representao vetorial, consideram-se trs elementos grficos: ponto, linha
poligonal e rea (polgono).
Forma com que o vetor ocorre no mundo real;- Objetos isolados: edificaes, piscinas, quadras;
- Objetos aninhados: curva de nvel e isolinhas
- Objetos adjacentes: limites municipais ,geologia, pedologia etc.
TOPOLOGIAS
A topologia arco-n a representao vetorial associada a um rede linear conectada.
Um n pode ser definido como o ponto de interseco entre duas ou mais linhas,
correspondente ao ponto inicial ou final de cada linha. Nenhuma linha poder estar
desconectada das demais para que a topologia da rede possa ficar totalmente
definida. O conhecimento da das topologias fundamental no caso de redes
A topologia arco-n-polgono utilizada quando se quer representar elementos
grficos do tipo rea. Seu objetivo descrever as propriedades topolgicas de reas de
tal maneira que os atributos no-espaciais associados aos elementos ou entidades
poligonais possam ser manipulados da mesma forma que os correspondentes
elementos em um mapa temtico analgico.
HIERARQUIA DAS REPRESENTAES VETORIAIS
Para melhorar a compreenso das representaes vetoriais em GIS, deve-se
inicialmente precisar o que se entende por primitivas geomtricas, ento vamos
definir as seguintes primitivas:
COORDENADA2D - objeto composto por uma localizao singular (xi, yj) R;
COORDENADA3D - objeto composto por uma localizao singular (xi, yj, z), onde (xi,
yj) R;
PONTO2D - objeto que possui atributos descritivos e uma coordenada 2D;
LINHA2D - possui atributos e inclui um conjunto de coordenadas 2D;
ISOLINHA - contm uma linha 2D associada a um valor real (cota);

ARCO ORIENTADO - contm uma linha 2D associada a uma orientao de

percorrimento;
N2D - inclui uma coordenada2d (xi, yi) R e uma lista L de linhas 2D (trata-se
da conexo entre duas ou mais linhas, utilizada para manter a topologia da
estrutura);
N REDE - contm um n 2D e uma lista de arcos orientados, onde a cada
instncia associa-se uma impedncia e um custo de percorrimento;
N 3D - contm uma coordenada 3D (xi, yi, zi) e um lista L de linhas 2D (trata-se
da conexo entre trs ou mais linhas de uma grade triangular);
POLGONO - contm uma lista de linhas 2D e uma lista de ns 2D que descrevem as
coordenadas da rea externa e das reas internas.
Uma vez definidas as primitivas geomtricas vetoriais, pode ser estabelecida a
hierarquia de representaes geomtricas vetoriais.
COMPARAO ENTRE REPRESENTAES PARA MAPAS TEMTICOS
A tabela a seguir apresenta uma comparao entre as vantagens e desvantagens de
armazenamento matricial

Na a tabela est em destaque esta a indicao do formato mais vantajoso

REPRESENTAES DE MODELOS NUMRICOS DE TERRENO
A grade regular uma representao matricial aonde cada elemento da matriz est
associado a um valor numrico, utiliza-se de interpoladores matemticos(variam de
acordo com a grandeza da medida) para clulas sem medidas. Funes utilizando o
inverso do quadrado da distncia.

REPRESENTAES DE MODELOS NUMRICOS DE TERRENO

A malha triangular uma estrutura do tipo vetorial com topologia do tipo n-arco e
representa uma superfcie atravs de um conjunto de faces triangulares interligadas.
Quanto mais equilteros forem os tringulos maior a exatido da superfcie
Num comparao entre as representaes temos as malhas triangulares so
geralmente melhores para representar a variao do terreno sem a utilizao de dados
redundantes, possuem melhor representao em relevos complexos, incorporam as
restries como linhas de crista . Em contrapartida possuem complexidade no
manuseio e inadequada pra visualizao 3D. J na grade regular quantidade tem o
manuseio fcil e adequado para geofsica e visualizao 3D, as desvantagens que
essa representao possui grande redundncia uniforme e dificuldade de adaptao a
relevos de natureza distinta. Os modelos numricos de terreno tambm podem ser
convertidos para mapas temticos e para imagens.
REPRESENTAES COMPUTACIONAIS DE ATRIBUTOS DE OBJETOS
Entende-se por atributo qualquer informao descritiva (nomes, nmeros,tabelas e
textos) relacionada com um nico objeto, elemento, entidade grfica ou um conjunto
deles, que caracteriza um dado fenmeno geogrfico. Inicialmente os SIGS
armazenavam atributos no-espaciais, essa funo mostrou-se problemtica devido a
grande quantidade de objetos no-espaciais. O sistema de gerenciamento de banco de
dados (SGBD) um sistema de banco de dados que funciona independentemente
do sistema aplicativo, armazenando os dados em arquivos no disco rgido e
carregando-os em memria para sua manipulao. Esse sistema de gerenciemento
assegura trs requisitos importantes na operao de dados: integridade- controle de
acesso por vrios usurios; eficincia- acesso e modificaes de grande volume de
dados e persistncia- manuteno de dados por longo tempo, independente dos
aplicativos que do acesso ao dado.
A organizao de bancos de dados geogrficas mais utilizada na prtica a chamada
estratgia dual. Um SIG implementado com a estratgia dual utiliza um SGBD
relacional para armazenar os atributos convencionais dos objetos geogrficos (na
forma de tabelas) e arquivos para guardar as representaes geomtricas destes
objetos. No modelo relacional, os dados so organizados na forma de uma tabela onde
as linhas correspondem aos dados e as colunas correspondem aos atributos. A entra
da de atributos no-espaciais feita por meio de um rtulo ou identificador na
imagem relacionado atravs de uma ligao lgica com seus respetivos atributos.
UNIVERSO DE IMPLEMENTAO
O universo de implementao trata de quais as estruturas de dados a serem
utilizadas para construir um sistema de Geoprocessamento. O que necessariamente

tem que ser levado em considerao disponibilidade de algoritmos para

tratamento de dados geogrficos e desempenho do hardware. Estes mtodos
operam sobre chaves multidimensionais e dividem-se conforme a representao dos
dados associados: pontos (ex: rvores K-D), linhas e polgonos (ex: rvores R e R+) e
imagens (ex: rvores quaternrias).

Captulo 4
MODELAGEM DE DADOS GEOGRFICOS
O modelo de dados um conjunto de operaes que podem ser usados para descrever
a estrutura e as operaes em um banco de dados o modelo procura simplificar o
entendimento a respeitos dos objetos e fenmenos utilizados no sistema
informatizado. Os objetos reais so complexos e para conseguir sua representao no
modelo necessrio que utilize a abstrao, para se obter uma forma de
representao conveniente. Abstrao uma ferramenta importante na construo de
sistemas de informao ela funciona como uma ferramenta que nos ajuda a
compreender o sistema, dividindo-o em componentes separados. ada um destes
componentes pode ser visualizado em diferentes nveis de complexidade e detalhe, de
acordo com a necessidade de compreenso e representao das diversas entidades de
interesse do sistema de informao e suas interaes. Existem vrios tipos de modelos,
desde os que possuem descries orientadas aos usurios chamados infological at
aqueles cuja principal preocupao a representao no computador, os datalogical.
Os modelos so divididos em:
Modelo de dados lgico: Os modelos de dados lgicos, tambm chamados de clssicos,
se destinam a descrever a estrutura de um banco de dados apresentando um nvel de
abstrao mais prximo das estruturas fsicas de armazenamento de dados. Uma
caracterstica desse tipo de modelo a sua inflexibilidade, forando a adequao da
realidade estrutura proposta por ele.
Modelo de dados conceitual: Os modelos de dados conceituais so os mais adequados
para capturar a semntica dos dados e, consequentemente, para modelar e especificar
as suas propriedades. Eles se destinam a descrever a estrutura de um banco de dados
em um nvel de abstrao independente dos aspectos de implementao. Como
exemplo desse tipo de modelo, temos o modelo entidade-relacionamento, o modelo
funcional, o modelo binrio e os modelos orientados a objetos.
Modelos de dados fsicos: Esses modelos so utilizados para descrever as estruturas
fsicas de armazenamento.

A modelagem do mundo real uma atividade complexa porque envolve a

discretizao do espao geogrfico para a sua devida representao. Nmeros so os
fatores envolvidos nesse processo de discretizao do espao. Entre eles citamos:
- Transcrio da informao geogrfica em unidades lgicas de dados: O esquema de
uma aplicao geogrfica uma representao limitada da realidade, tendo em vista a
natureza finita e discreta da representao nos computadores. Como a modelagem
acontece atravs da utilizao de conceitos geomtricos, necessrio conceitos
abstratos para descrever os dados geomtricos, e um maior nmero de operaes
apropriadas, as quais so independente de implementao.
- Forma como as pessoas percebem o espao O aspecto cognitivo na percepo
espacial um dos aspectos que faz com que a modelagem de dados geogrficos seja
diferente da modelagem tradicional.
-Natureza diversificada dos dados geogrficos Alm dos dados geogrficos possurem
geometria, localizao no espao, informaes associadas e caractersticas temporais,
eles ainda possuem origens distintas.
-Existncia de relaes espaciais(topolgicas, mtricas, de ordem e fuzzy) - Essas
relaes so abstraes que nos ajudam a compreender como no mundo real os
objetos se relacionam uns com os outros.
-Coexistncia de entidades essenciais ao processamento e entidades cartogrficas Entidades cartogrficas* , exemplo da fazenda delimitada por uma cerca, a cerca que
no est representada na imagem pode ser uma informao alfanumrica,
dependendo o nvel cartogrfico considerado a informao da existncia da cerca
pode ser considerado e pode ser includa no banco de dados.
*Uma entidade geogrfica qualquer entidade identificvel do mundo real.
**Dados geogrficos so dados em que a dimenso espacial est associada sua
localizao na superfcie da terra.

MODELOS DE DADOS CONVENCIONAIS MAIS UTILIZADOS NA MODELAGEM

GEOGRFICA.

MODELOS DE DADOS SEMNTICOS

Os modelos de dados semnticos foram desenvolvidos com o objetivo de facilitar o
projeto de esquemas de banco de dados provendo abstraes de alto nvel para a
modelagem de dados, independente do software de banco de dados ou hardware
utilizado, um modelo de dados semnticos deve possuir as seguintes caractersticas:
Expressividade Distinguir diferentes dados, relacionamentos e restries.
Simplicidade Simples o bastante para que os usurios possam entender e usar,
devendo possuir uma notao diagramtica simples.
Minimalidade Deve possuir um pequeno nmero de conceitos bsicos, que so
distintos em seu significado.
Formalidade Deve possuir seus conceitos formalmente definidos.
Interpretao nica Deve ser interpretado de forma inequvoca.
Conceitos de abstrao:

Agregao construo de um objeto agregado a partir de objetos

componentes.

Classificao e Instanciao objetos similares so agrupados dentro de uma

mesma classe. As propriedades podem ser estticas ou dinmicas. Apesar de na
maioria das vezes utilizar-se modelos orientados a objetos para representar as
propriedades dinmicas .

Generalizao/especializao um conjunto de classes similares generalizado

em uma classe genrica (superclasse). A especializao o processo inverso, ou
seja agrupar em subclasses

Identificao - Cada conceito abstrato ou objeto concreto tem identificadores

nicos.

Modelos de dados semnticos mais utilizados:

Modelo Entidade-Relacionamento (ER)
Ele utiliza apenas trs tipos construtores bsicos: entidade (conjunto de entidades),
relacionamento(conjunto de relacionamentos) e atributo. Onde a entidade a
representao de um objeto real ou abstrato, o relacionamento que indicada o tipo de

associao entre duas ou mais entidades e atributo que a descrio da entidade ou

do relacionamento.
Modelo IFO
Apresenta atributos e tipos construtores para agregao e agrupamento, alm de
distinguir entre os dois tipos de relacionamento _um (generalizao e
especializao) Os componentes so: Objetos, fragmentos e relacionamentos. Objetos
so: imprimvel, abstrato ou livre. O Fragmento uma construo do modelo IFO que
contm os tipos e funes, formam os blocos construtores dos esquemas.
Object Modeling Technique (OMT)
Propuseram um mtodo de projeto orientado a objetos chamado Tcnica de
Modelagem de Objetos (Object Modeling Technique- OMT). Ele dividido em trs
fases: anlise, projeto e implementao. Como a fase de anlise se ocupa da
modelagem do mundo real, apenas ela ser referenciada nesta seo Dentro da fase
de anlise, existem trs modelos: o modelo de objetos, o modelo dinmico e o modelo
funcional. Um objeto uma abstrao que pode ser real ou no os atributos so
propriedades dos objetos. Uma operao uma ao que pode ser aplicada a um
objeto. O relacionamento entre objetos e classes feito atravs de ligaes e
associaes.
Object-Oriented Analysis Method (OOA)
O mtodo possui um processo bem definido, cobrindo anlise e o projeto. A fase de
anlise baseada no desenvolvimento de uma forma estendida do modelo entidaderelacionamento.
O mtodo consiste em cinco nveis;
1. Assunto Um assunto contm classes que podem conter outros assuntos;
2. Classe e Objeto Uma classe descreve uma coleo de objetos atravs de um
conjunto;
3. Estrutura O mtodo OOA chama de estrutura as primitivas para
representao de generalizao/especializao e agregao.
4. Atributo - Este nvel fornece detalhes de informao sobre os objetos.
5. Servio Um Servio (mtodo, operao) um comportamento especfico que
um objeto responsvel por exibir.

.Apesar da grande expressividade desses modelos, eles apresentam limitaes para a

adequada modelagem dessas aplicaes, j que no possuem primitivas geogrficas
apropriadas para a representao de dados espaciais.

Nveis de Abstrao de Dados Geogrficos

Nvel do mundo real- Contm os fenmenos geogrficos a serem representados como,
rios, cidades e vegetao.
Nvel conceitual- Oferece um conjunto de conceitos formais para modelar as entidades
geogrficas, em um alto nvel de abstrao. Este nvel determina as classes bsicas
(contnuas e discretas) que sero criadas no banco de dados.
Nvel de representao- As entidades formais definidas no nvel conceitual (classes de
campos e objetos) so associadas s classes de representao espacial. As diferentes
representaes geomtricas podem variar conforme a escala, a projeo cartogrfica
escolhida ou a viso do usurio. O nvel de representao no tem correspondente na
metodologia tradicional de banco de dados j que aplicaes convencionais raramente
lidam com o problema de mltipla representao.
Nvel de implementao- Define padres, formas de armazenamento e estruturas
dedados para implementar cada tipo de representao.
Requisitos de um Modelo de Dados Geogrficos
Um modelo de dados para aplicaes geogrficas deve:
fornecer um alto nvel de abstrao;
representar e diferenciar os diversos tipos de dados envolvidos nas aplicaes
geogrficas, tais como ponto, linha, rea, imagem, etc.;
representar tanto as relaes espaciais e suas propriedades como tambm as
associaes simples e de rede;
ser capaz de especificar regras de integridade espacial;
ser independente de implementao;
suportar classes georreferenciadas e classes convencionais, assim como os
relacionamentos entre elas;

. ser adequado aos conceitos natos que o ser humano tem sobre dados
espaciais,representando as vises de campo e de objetos;
ser de fcil visualizao e compreenso;
utilizar o conceito de nveis de informao, possibilitando que uma entidade
geogrfica seja associada a diversos nveis de informao;
representar as mltiplas vises de uma mesma entidade geogrfica, tanto com base
em variaes de escala, quanto nas vrias formas de perceb-las;
ser capaz de expressar verses e sries temporais, assim como relacionamentos
temporais.

O MODELO GEO-OMT
Caractersticas do modelo Geo-OMT
O modelo Geo-OMT apresenta as seguintes caractersticas:
segue o paradigma de orientao a objetos suportando os conceitos de classe,
herana, objeto complexo e mtodo;
. Representa e diferencia os diversos tipos de dados envolvidos nas aplicaes
geogrficas, fazendo uso de uma representao simblica que possibilita a percepo
imediata da natureza do dado, eliminando assim, a extensa classe de hierarquias
utilizada pararepresentar a geometria e a topologia dos objetos espaciais;
fornece uma viso integrada do espao modelado, representando e diferenciando
classes com representao grfica (georreferenciadas) e classes convencionais (noespaciais), assim como os diferentes tipos de relacionamento entre elas;
caracteriza as classes em contnuas e discretas, utilizando os conceitos de viso de
campos e viso de objetos introduzidos por Goodchild [FrGo90,Good92];
representa a dinmica da interao entre os vrios objetos, explicitando tanto as
relaes espaciais como as associaes simples;
representa as estruturas topolgicas todo-parte e de rede;
formaliza as possveis relaes espaciais, levando em considerao a forma
geomtrica da classe;
traduz as relaes topolgicas e espaciais em restries de integridade espaciais;

 representa os diversos fenmenos geogrficos, utilizando conceitos natos que o ser

humano tem sobre dados espaciais;
possibilita a representao de mltiplas vises de uma mesma classe geogrfica,
tanto baseada em variaes de escala, quanto nas vrias formas de se perceber o
mesmo objeto no mundo real;
de fcil visualizao e entendimento, pois utiliza basicamente os mesmos tipos
construtores definidos no modelo OMT;
no utiliza o conceito de camadas e sim o de nveis de informao (temas), no
limitando o aparecimento de uma classe geogrfica em apenas um nvel de
informao;
independente de implementao.
O modelo Geo-OMT baseado em trs conceitos principais: classes, relacionamentos e
restries de integridade espaciais. Nas sees seguintes esses conceitos sero
detalhados.
Suas classes bsicas so: Classes Georreferenciadas e Classes Convencionais
- Uma Classe Georreferenciada descreve um conjunto de objetos que possuem
representao espacial e esto associados a regies da superfcie da terra
representando a viso de campos e de objetos.
- Uma Classe Convencional descreve um conjunto de objetos com propriedades,
comportamento, relacionamentos, e semntica semelhantes, e que possuem alguma
relao com os objetos espaciais, mas que no possuem propriedades geomtricas.
Tanto as classes georreferenciadas como as classes convencionais podem ser
especializadas, utilizando o conceito de herana da orientao a objetos. O modelo
Geo- OMT formaliza a especializao das Classes Georreferenciadas em classes do tipo
Geo-Campo e Geo-Objeto. As classes do tipo Geo-Campo representam objetos
distribudos continuamente pelo espao, correspondendo a grandezas como tipo de
solo, topografia e teor de minerais. As classes do tipo Geo-Objeto representam objetos
geogrficos individualizveis, que possuem identificao com elementos do mundo
real, como lotes, rios e postes. Esses objetos podem ter ou no atributos no-espaciais,
e podem estar associados a mais de uma representao geomtrica, dependendo da
escala em que representado, ou de como ele percebido pelo usurio. Por exemplo,
um usurio encarregado do gerenciamento de trnsito ver a rua como uma rede
direcionada, representando vias de mo simples e dupla; um usurio encarregado do
cadastro da cidade, interessado em conhecer os proprietrios dos lotes, ver a rua
como o espao entre os meios-fios.