Condução de Calor em Regime Estacionário

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS - CCT


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICA - DEM

Andr Vincius Hollerweger Ceron


Felipe Aurlio Staack
Felipe Gabriel Dadam
Filipi Flr Teixeira
Guilherme Gomes
Humberto Lafuente Gonalves
Vincius Gonalves da Silva
CONDUO DE CALOR EM REGIME ESTACIONRIO

Joinville, Maro de 2015

Andr Vincius Hollerweger Ceron


Felipe Aurlio Staack
Felipe Gabriel Dadam
Filipi Flr Teixeira
Guilherme Gomes
Humberto Lafuente Gonalves
Vincius Gonalves da Silva

MEDIES DE TEMPERATURA NO CONDENSADOR E NO EVAPORADOR


DE UM REFRIGERADOR DOMSTICO

Relatrio apresentado como requisito


disciplina de LST2001, no Curso de
Engenharia Mecnica, na Universidade do
Estado de Santa Catarina

Orientador: Prof. Paulo Srgio Berving


Zdanski

Joinville, Maro de 2015

SUMRIO
1.

INTRODUO........................................................................................................1

2.

RESUMO TERICO..............................................................................................2

3.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.................................................................4

4.

RESULTADOS E DISCUSSES............................................................................6

5.

CONCLUSO..........................................................................................................9

6.

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................10

1. INTRODUO
O objetivo deste experimento determinar a variao da temperatura do
condensador e do evaporador gradativamente em pequenos intervalos de tempo, em um
refrigerador domstico, durante um ciclo de operao. Alm disso, avaliar e comparar
os dados experimentais (mquina real) com os dados tericos (mquina que opera
segundo o ciclo de Carnot).
Sabe-se que os valores experimentais obtidos no so iguais aos valores ideais,
porm podem ser prximos dependendo de certas condies. Assim, surge a
necessidade de se calcular o coeficiente de eficcia (desempenho) do refrigerador real e
de um refrigerador ideal (operando segundo o ciclo de Carnot). Para tal, considerado
se o ciclo atua em um regime permanente ou transiente; se h trocas de calor ao longo
do evaporador; e se h trocas de calor ao longo do condensador, observando a diferena
de temperatura com a temperatura ambiente.
Este estudo baseia-se na hiptese de o refrigerador operar segundo um ciclo
ideal, e considera a mdia das temperaturas do condensador, a temperatura do
evaporador e a do ambiente (laboratrio), obtidas experimentalmente.

2. REVISO BIBLIOGRFICA

O ciclo idealizado por Carnot, no qual se transfere calor entre dois reservatrios
em diferentes temperaturas, composto por dois processos isotrmicos reversveis e
dois adiabticos reversveis. Este processo no possui perdas, por isso, obtm-se um
mximo rendimento. Porm, ao observar o funcionamento de mquinas reais, constatase que impossvel que elas operem sem ter algum tipo de perda. Ou seja, o rendimento
de Carnot impossvel de ser alcanado.

Figura 1: Ciclo de Carnot para


refrigerao

Diferentemente do ciclo de Carnot, o ciclo de Rankine se aproxima mais do que


ocorre em mquinas reais. naturalmente muito mais difcil para um compressor
trabalhar na regio que contenha lquido e vapor, uma vez que impossvel comprimir
uma mistura tal como a representada pelo estado 1 da figura 1, e manter o equilbrio
entre o lquido e o vapor. Isso porque deve haver transferncia de calor e de massa
atravs das fronteiras das fases (Autor, 2008).

Figura 2: Ciclo de Rankine para


refrigerao

Os componentes bsicos para um ciclo de refrigerao so: compressor,


condensador, vlvula de expanso e evaporador.
O processo se inicia com vapor saturado a baixa presso que entra no
compressor, e sofre uma compresso adiabtica reversvel (1-2, figura 2), ocasionando
tambm um aumento da temperatura. Em seguida o vapor superaquecido passa a ser
resfriado no condensador que troca calor com o ambiente at que vire lquido saturado
(2-3). A prxima etapa a passagem do fluido refrigerante pela vlvula de expanso,
acarretando numa diminuio da temperatura e presso, tornando o refrigerante numa
mistura de lquido e vapor (3-4). Por fim feita a troca de calor no evaporador (situado
na parte mais fria do refrigerador), onde a mistura de lquido e vapor encontra um
ambiente com baixssima presso. Isso faz com que o fluido refrigerante evapore a uma
temperatura muito baixa. O fluido retira calor desse ambiente at atingir o estgio de
vapor saturado e retornar para o compressor fechando o ciclo (4-1).
Uma forma de avaliar o desempenho do refrigerador real atravs da equao,
onde QL a quantidade de calor trocada com o ambiente frio e W c o trabalho realizado
pelo compressor.

QL
|W c|

Equao 1
Porm a obteno dos dados requeridos pela equao 1 pode ser complexa. Por
isso, pode-se utilizar, como uma boa aproximao, o coeficiente de desempenho de
Carnot, no qual so apenas necessrias as temperaturas dos reservatrios, sendo Tl a
temperatura do evaporador, e Th a temperatura ao longo do condensador (mdia).

TL
T H T L

Equao 2

Sendo TL temperatura do evaporador e TH temperatura na

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Aps uma breve reviso de alguns conceitos de termodinmica, definiram-se as


etapas do experimento, a fim de se obter dados aplicveis ao presente estudo. Sabe-se
que no Ciclo de Refrigerao (abordado, neste relatrio, em um refrigerador
domstico), a temperatura do fluido refrigerante varia ao longo do condensador, uma
vez que este elemento longo: tem sua extenso entre a sada do Compressor e o
Elemento de Controle (vlvula de expanso ou tubo capilar). Este oferece resistncia
circulao do fluido, e o direciona para o evaporador. Por isso, a fim de se monitorar a
temperatura em diferentes pontos do condensador, disps-se de 7 termopares fixados ao
longo do condensador e evaporador, dispostos da seguinte maneira:
T1 Sada do compressor; T2 Tubo vertical do condensador; T3 2 passe do
condensador; T4 7 passe do condensador; T5 11 passe do condensador; T6 15
passe do condensador; T7 Evaporador.

Figura x esquematizao do posicionamento dos termopares


Fonte: http://www.embraco.com/Default.aspx?tabid=127 - modificado

O sistema foi ento acionado, com a carga trmica em temperatura ambiente,


medida com um termmetro de bulbo. Ao ligar o refrigerador, iniciou-se o processo de
medio das temperaturas nos termopares. Foram realizadas 53 medies em um
intervalo de aproximadamente 45 minutos. Nos 15 minutos iniciais, as mesmas foram
coletadas com maior frequncia devido a significativa variao de temperatura.
Posteriormente, as medies passaram a ocorrer com intervalos de tempo maiores. A
leitura da temperatura se deu com o auxlio de um multmetro e de termopares. Os
valores das 7 temperaturas foram anotados, assim como o tempo total decorrido at a
medio em questo.
valido salientar que por dificuldade em alcanar o termopar e pelo
comprometimento de sua instalao realizou-se somente uma leitura na temperatura
referente ao 15 passe (T6).

RESULTADOS E DISCUSSES
A partir dos procedimentos experimentais, anteriormente mencionados,
obteve-se os valores das temperaturas entre o compressor e o evaporador, em funo do
tempo, conforme pode-se observar na Tabela 1. Para facilitar a visualizao dos
resultados encontrados, estes foram representados em grficos, evidenciados pelas
Figuras 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Tabela 1 Medies dos termopares entre o compressor e o evaporador, de acordo com o
tempo
Temperaturas medidas (C)
T1
Medie
s
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25

T2

Sada
Tubo vertical
compressor condensador
29
33
35
37
39
42
45
46
48
50
51
52
53
53
54
55
56
56
57
58
59
59
60
60
61

31
34
35
37
39
40
42
43
44
45
46
47
48
49
49
51
51
51
52
52
53
54
54
54
55

T3
2
pass
e
32
34
36
38
40
41
42
43
44
44
44
45
45
46
46
46
46
46
47
47
47
47
48
48
48

T = 24C

T4
T5
T6
T7
7
15
Tempo (min)
11
pass
pass Evaporador
passe
e
e
30
29
13
0:40
33
33
3
1:30
35
35
0
1:55
37
36
-2
2:25
39
38
-3
3:00
40
39
-3
3:30
41
40
-3
4:00
41
41
-3
4:30
42
42
-3
5:00
43
42
-3
5:20
43
43
-3
5:50
44
43
-3
6:15
44
43
-3
6:40
44
44
-4
7:05
44
44
-4
7:30
45
44
-4
7:55
45
44
-4
8:20
45
45
-4
8:45
46
45
-3
9:15
46
45
-3
9:40
46
46
-3
10:05
46
46
-3
10:30
46
46
-3
10:55
46
46
-3
11:20
47
46
-3
11:47

26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53

62
63
63
63
65
65
65
65
68
69
69
69
69
73
73
72
72
74
74
75
75
76
77
77
78
79
79
-

55
48
47
46
56
48
47
46
56
48
47
47
57
48
47
47
57
48
47
47
58
49
48
47
57
49
48
47
58
49
47
47
60
50
48
48
60
50
48
48
60
49
48
47
60
49
48
47
61
49
48
47
63
50
48
48
63
50
48
47
63
49
47
47
62
49
47
47
63
50
47
47
63
50
47
47
63
49
47
47
63
50
47
47
63
50
47
47
65
50
47
46
65
50
47
46
66
50
47
46
65
50
47
46
66
50
46
46
46
Fonte: Elaborao dos prprios autores, 2015.

-3
-3
-3
-3
-3
-3
-3
-3
-4
-4
-4
-4
-4
-4
-5
-5
-5
-5
-5
-5
-5
-6
-6
-6
-6
-6
-6
-

12:15
12:42
13:08
13:32
14:05
14:36
15:10
15:39
18:28
18:53
19:19
19:45
20:15
25:00
25:27
25:57
26:27
29:37
30:05
30:32
32:05
33:33
36:05
37:49
39:53
41:33
43:32
44:14

Figura 1 Temperatura na sada do compressor (T1) versus Tempo


12
10
8
Medies de T1 (C)

6
4
2
0
0

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (min)

Fonte: Elaborao dos prprios autores, 2015.

Figura 2 Temperatura no tubo vertical do condensador (T2) versus Tempo

12
10
8
Medies de T2 (C)

6
4
2
0
0

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (min)

Fonte: Elaborao dos prprios autores, 2015.

Figura 3 Temperatura no 2 passe do condensador (T3) versus Tempo

12
10
8
Medies de T3 (C)

6
4
2
0
0

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (min)

Fonte: Elaborao dos prprios autores, 2015.

Figura 4 Temperatura no 7 passe do condensador (T4) versus Tempo

12
10
8
Medies de T4 (C)

6
4
2
0
0

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (min)

Fonte: Elaborao dos prprios autores, 2015.

Figura 5 Temperatura no 11 passe do condensador (T5) versus Tempo

12
10
8
Medies de T5 (C)

6
4
2
0
0

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (min)

Fonte: Elaborao dos prprios autores, 2015.

Figura 6 Temperatura no evaporador (T7) versus Tempo

12
10
8
Medies de T7 (C)

6
4
2
0
0

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (min)

Fonte: Elaborao dos prprios autores, 2015.

Como j mencionado nos procedimentos experimentais do presente


relatrio, a temperatura no 15 passe do condensador (T6) foi aferida somente uma vez,
ao fim das demais medies, alcanando o valor de 46C.
Por meio das Figuras 1, 2, 3, 4, 5 e 6 supracitadas, referentes a T1, T2, T3,
T4, T5 e T7, respectivamente, verificou-se que a estabilizao das temperaturas foi, de
modo geral, obtida. Dessa forma, pode-se inferir que o regime permanente foi
alcanado. Apesar da temperatura no 15 passe do condensador (T6) ter sido aferida

somente uma vez (46C), subentende-se que a mesma tambm foi estabilizada, haja
vista que T4 e T5 alcanaram o regime permanente e esto prximas de T6.
Ainda acerca das Figuras 1, 2, 3, 4 e 5 e do valor de T6 (46C), percebe-se
que, para o refrigerador operando em regime estacionrio, o condensador no possui
temperatura constante por toda sua extenso. Isto porque no primeiro trecho do
condensador (T1, T2 e T3) ocorre uma queda na temperatura, oriunda da troca de calor
sensvel entre o vapor super aquecido e o ambiente, at que aquele atinja a temperatura
de saturao. J no segundo trecho (T4, T5 e T6), nota-se que a temperatura permanece
constante, proveniente da troca de calor latente, o que assinala a mudana de fase.
Ao realizar-se a mdia aritmtica das ltimas temperaturas aferidas do
condensador, quando no regime estacionrio, obtm-se o valor de Tm = 55,5C. Este, por
sua vez, difere da temperatura do ambiente externo, T = 24C, resultando uma
diferena de temperatura.
Nos refrigeradores convencionais, a diferena de temperatura gera uma taxa
de calor dissipada no condensador, a qual pode ser calculada por meio da equao
abaixo. Sendo u o coeficiente global de troca de calor, A a rea da transferncia de
calor e Tm a diferena mdia de temperatura entre os pontos do condensador e o
ambiente.
q=u . A . T m

Contudo, admitindo-se ciclo ideal Carnot, entende-se que para uma maior
eficincia do refrigerador, torna-se necessrio que a diferena entre a temperatura mdia
do condesador e a temperatura do ambiente externo seja reduzida ao mximo. Para tal,
tem-se como alternativas: aumentar a rea de superfcie do condensador e/ou aumentar
o fluxo de ar passando por ele.
Em funo dos valores medidos para as temperaturas de condensao e
evaporao, pode-se calcular a estimativa do coeficiente de desempenho () do
refrigerador estudado. Para tanto, utilizou-se o ciclo ideal de Carnot, expresso pela
equao adiante, onde TL a temperatura da fonte fria (evaporador) e TH a
temperatura da fonte quente (temperatura mdia condensador Tm):

TL
T H T L =

267
=4,34
328,5267

Discutir o significado deste resultado!

Por meio do valor do coeficiente de eficcia calculado, algumas consideraes


podem ser feitas. Primeiramente ressaltar a importncia do ciclo idealizado por Carnot,
que impossvel de ser alcanado, porm serve como timo direcionamento para o
estudo de refrigerao e para o clculo da eficincia desses sistemas.
Conforme apresentado acima, os valores medidos para temperatura variaram
pouco depois de decorrido o tempo da experincia. Isso mostra que o regime
permanente foi alcanado, e com isso foi possvel realizar os clculos descritos de
eficincia do refrigerador.
Para se obter um coeficiente e eficcia maior, o mais indicado seria diminuir ao
mximo a diferena entre a temperatura mdia do condensador e a temperatura
ambiente. Quando essa diferena de temperaturas tende a zero, a eficincia do sistema
tende ao infinito. Alm disso, aumentar a rea de contato entre o ar e o condensador
uma alternativa para aumentar a eficincia.
O valor obtido para o coeficiente de eficcia foi satisfatrio, uma vez que os
parmetros de medio foram cuidadosamente respeitados. O valor de 4,34 bastante
aceitvel, tomando-se como base os valores encontrados na literatura.

CONCLUSO

3. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
INCROPERA, F.P., DEWITT, D.P., BERGMAN,T.L., LAVINE,A.S., Fundamentos de
Transferncia de Calor e de Massa. 6 edio, Rio de Janeiro, LTC, 2008.
VAN WYLEN, J.G.; SONNTAG, R.E.; BORGNAKKE, C. Fundamentos da
Termodinmica. 6 ed, Edgard Blcher, 2003.

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