Variação Linguística - Exercícios
Variação Linguística - Exercícios
Variação Linguística - Exercícios
A, galera
Jogadores de futebol podem ser vtimas de estereotipao. Por exemplo, voc pode imaginar um jogador de
futebol dizendo estereotipao? E, no entanto, por que no?
A, campeo. Uma palavrinha pra galera.
Minha saudao aos aficionados do clube aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
Como ?
A, galera.
Quais so as instrues do tcnico?
Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de conteno coordenada, com energia otimizada, na zona de
preparao, aumentam as probabilidades de, recuperado o esfrico, concatenarmos um contragolpe agudo com
parcimnia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturao momentnea do sistema oposto,
surpreendido pela reverso inesperada do fluxo da ao.
Ahn?
pra dividir no meio e ir pra cima pra peg eles sem cala.
Certo. Voc quer dizer mais alguma coisa?
Posso dirigir uma mensagem de carter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsvel e piegas, a uma pessoa
qual sou ligado por razes, inclusive, genticas?
Pode.
Uma saudao para a minha genitora.
Como ?
Al, mame!
Estou vendo que voc um, um...
Um jogador que confunde o entrevistador, pois no corresponde expectativa de que o atleta seja um ser algo
primitivo com dificuldade de expresso e assim sabota a estereotipao?
Estereoqu?
Um chato?
Isso.
(VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio Brasiliense, 12/maio/1998.)
Luis Fernando Verssimo constri o humor por apresentar um jogador de futebol que no corresponde imagem que
normalmente se faz desse tipo de atleta.
1. Qual essa imagem?
2. Que tipo de linguagem se esperaria que um jogador de futebol utilizasse?
Leia o texto a seguir:
"Todas as variedades lingusticas so estruturadas e correspondem a sistemas e subsistemas adequados s necessidades de
seus usurios. Mas o fato de estar a lngua fortemente ligada estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade
conduz a uma avaliao distinta das caractersticas das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilsticas. A lngua
padro, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, sempre a mais prestigiosa, porque atua
como modelo, como norma, como ideal lingustico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua funo
coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma pondervel fora contrria variao."
Celso Cunha. Nova gramtica do portugus contemporneo. Adaptado.
3. A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma lngua :
a) conjunto de variedades lingusticas, dentre as quais uma alcana maior valor social e passa a ser considerada exemplar.
b) sistema que no admite nenhum tipo de variao lingustica, sob pena de empobrecimento do lxico.
c) a modalidade oral alcana maior prestgio social, pois o resultado das adaptaes lingusticas produzidas pelos
falantes.
d) A lngua padro deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificao prejudicial a um sistema
lingustico.
Leia a seguinte cano:
At quando?
No adianta olhar pro cu
Com muita f e pouca luta
Levanta a que voc tem muito protesto pra fazer
que esse portugus seja um bloco compacto coeso e homogneo. (BAGNO, 1999, p. 18)
6. Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto:
a) A lngua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opresso. Quem estudou mais define os padres
lingusticos, analisando assim o que correto e o que deve ser evitado na lngua.
b) As variaes lingusticas so prprias da lngua e esto aliceradas nas diversas intenes comunicacionais.
c) A variedade lingustica um importante elemento de incluso, alm de instrumento de afirmao da identidade de
alguns grupos sociais.
d) O aprendizado da lngua portuguesa no deve estar restrito ao ensino das regras.
e) Segundo Bagno, no podemos afirmar que exista um tipo de variante que possa ser considerada superior outra, j que
todas possuem funes dentro de um determinado grupo social.
7. Tendo em vista que as grias compem o quadro de variantes lingusticas ligadas ao aspecto sociocultural, analise os
excertos a seguir, indicando o significado de cada termo destacado de acordo com o contexto:
a) Possivelmente no iremos festa. L, todos os convidados so patricinhas e mauricinhos!
b) Nossa! Como meu pai careta! No permitiu que eu assistisse quele filme.
c) Os namoros resultantes da modernidade baseiam-se somente no ficar.
d) E a mano? Ests a fim de encontrar com uma mina hoje? A parada vai bombar!
e) Aquela aula de matemtica foi pssima, no saquei nada daquilo que o professor falou.
8. Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: Venho respeitosamente solicitar-lhe que se digne
emprestar-me o livro. A atitude desse aluno se assemelha atitude do indivduo que:
a) comparece ao baile de gala trajando smoking.
b) vai audincia com uma autoridade de short e camiseta.
c) vai praia de terno e gravata.
d) pe terno e gravata para ir falar na Cmara dos Deputados.
e) vai ao Maracan de chinelo e bermuda.
Leia os quadrinhos a seguir:
10. A tira exemplifica o uso de variedades lingusticas. Sobre variedades e registros de linguagem, assinale a afirmativa
INCORRETA.
a) Preconceito lingustico o julgamento negativo dos falantes em funo da variedade lingustica que utilizam.
b) A maior ou menor proximidade entre os falantes faz com que usem variedades mais ou menos formais, denominadas
registros de linguagem.
c) Diferenas significativas nos aspectos fonolgicos e morfossintticos da lngua marcam as variedades sociais, seja
devido escolaridade, faixa etria, ao sexo.
d) Norma culta ou padro a denominao dada variedade lingustica dos membros da classe social de maior prestgio,
que deve ser utilizada por todos da mesma comunidade.
e) Gria ou jargo uma forma de linguagem baseada em vocabulrio criado por um grupo social e serve de emblema
para os membros do grupo, distinguindo-os dos demais falantes da lngua.
Texto para as questes 11 a 16.
Para falar e escrever bem, preciso, alm de conhecer o padro formal da Lngua Portuguesa, saber adequar o uso da
linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Lngua Portuguesa convida-o a ler o texto
A, galera, de Lus Fernando Verssimo. No texto, o autor brinca com situaes de discurso oral que fogem expectativa
do ouvinte.
A, galera
Jogadores de futebol podem ser vtimas de estereotipao. Por exemplo, voc pode imaginar um jogador de futebol
dizendo "estereotipao"? E, no entanto, por que no?
A, campeo. Uma palavrinha pra galera.
Minha saudao aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
Como ?
A, galera.
Quais so as instrues do tcnico?
Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de conteno coordenada, com energia otimizada, na zona de
preparao, aumentam as probabilidades de, recuperado o esfrico, concatenarmos um contragolpe agudo com
parcimnia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturao momentnea do sistema oposto,
surpreendido pela reverso inesperada do fluxo da ao.
Ahn?
pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem cala.
Certo. Voc quer dizer mais alguma coisa?
Posso dirigir uma mensagem de carter sentimental. algo banal, talvez mesmo previsvel e piegas, a uma pessoa qual
sou ligado por razes, inclusive, genticas?
Pode.
Uma saudao para a minha progenitora.
Como ?
Alo, mame!
Estou vendo que voc um, um...
Um jogador que confunde o entrevistador, pois no corresponde expectativa de que o atleta seja um ser algo
primitivo com dificuldade de expresso e assim sabota a estereotipao?
Estereoqu?
Um chato?
Isso.
Correio Braziliense, 13 maio 1998.
11. O texto retraa duas situaes relacionadas que fogem expectativa do pblico. So elas:
a) a saudao do jogador aos fs do clube, no incio da entrevista, e a saudao final dirigida sua me.
b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada situao da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura,
de modo muito rebuscado.
c) o uso da expresso "galera", por parte do entrevistador, e da expresso "progenitora", por parte do jogador.
d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra "estereotipao", e a fala do jogador em " pra dividir no
meio e ir pra cima pra pega eles sem cala".
e) o fato de os jogadores de futebol serem vtimas de estereotipao e o jogador entrevistado no corresponder ao
esteretipo.
12. O texto mostra uma situao em que a linguagem usada inadequada ao contexto. Considerando as diferenas entre
lngua oral e lngua escrita, assinale a opo que representa tambm uma inadequao da linguagem usada ao contexto.
a) "O carro bateu e capoto, mas num deu pra v direito" - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que
vai passando.
b) "E a, meu! Como vai essa fora?" - um jovem que fala para um amigo.
c) "S um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observao" - algum comenta em uma reunio de trabalho.
d) "Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretria Executiva desta conceituada empresa" algum que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
e) "Porque se a gente no resolve as coisas como tm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro prximo, muito
pouca comida nos lares brasileiros" - um professor universitrio em um congresso internacional.
13. A expresso "pega eles sem cala" poderia ser substituda, sem comprometimento de sentido, em lngua culta, formal,
por:
a) peg-los na mentira.
b) peg-los desprevenidos.
c) peg-los em flagrante.
d) peg-los rapidamente.
e) peg-los momentaneamente.
Texto para a questo 14
Pronominais
D-me um cigarro
Diz a gramtica
Do professor e do aluno
E do mulato sabido.
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nao Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me d um cigarro
Oswald de Andrade. In Poesia Pau-Brasil
14. Analise as seguintes afirmaes a respeito desse poema:
I) No texto, encontramos exemplos do Portugus tanto no seu uso padro quanto no seu uso coloquial.
II) Para manifestar sua tendncia coloquialidade, o texto ignora completamente procedimentos do Portugus padro.
III) Ao adotar a norma culta como mecanismo de julgamento estilstico, o texto implicitamente condena o analfabetismo.
IV) O uso do Portugus padro no primeiro verso, em contraste com a adoo da linguagem coloquial no ltimo, insinua
a superioridade daquele sobre este.
V) A coexistncia da norma culta com a linguagem coloquial indica a diversidade dos usos do Portugus no Brasil.
possvel considerar que:
a) todas as afirmaes esto corretas.
b) esto corretas as afirmaes I e V.
c) esto corretas as afirmaes II e III.
d) esto corretas as afirmaes III e IV.
e) todas as afirmaes esto incorretas.
Leia o texto a seguir e assinale a nica alternativa correta:
Iscute o que to dizeno,
Seu dotor, seu coron:
De fome to padeceno
Meus fio e minha muir.
Sem briga, questo nem guerra,
Mea desta grande terra
Umas tarefas pra eu!
Tenha pena do agregado
No me dexe deserdado
As diferentes esferas sociais de uso da lngua obrigam o falante a adapt-la s variadas situaes de comunicao. Uma
das marcas lingusticas que configuram a linguagem oral informal usada entre o av e o neto neste texto
a) a opo pelo emprego da forma verbal era em lugar de foi.
b) a ausncia de artigo antes da palavra rvore.
c) o emprego da reduo t em lugar da forma verbal est.
d) o emprego da contrao desse em lugar de de esse.
e) a utilizao do pronome que em lugar de frase exclamativa.
19. Assinale a alternativa que contm uma informao FALSA em relao ao fenmeno da variao lingustica.
a) A variao lingustica consiste num uso diferente da lngua, num outro modo de expresso aceitvel em determinados
contextos.
b) A variedade lingustica usada num texto deve estar adequada situao de comunicao vivenciada, ao assunto
abordado, aos participantes da interao.
c) As variedades que se diferenciam da variedade considerada padro devem ser vistas como imperfeitas, incorretas e
inadequadas.
d) As lnguas so heterogneas e variveis e, por isso, os falantes apresentam variaes na sua forma de expresso,
provenientes de diferentes fatores.
20. Leia o texto abaixo para responder as duas primeiras questes.
pampa, truta?
A gria o elemento mais intercambivel entre as tribos. Ela se dissemina rapidamente e acaba se incorporando ao
vocabulrio de todas elas.
(Revista Ana Maria, 22 de maio 2005, p. 36)
A partir do texto apresentado, assinale o que for correto.
___ As grias so expresses que marcam a lngua coloquial, ou seja, uma variante mais espontnea, utilizada nas
relaes informais entre os falantes.
___ O emprego intensivo de grias entre os falantes faz com que essa variedade lingustica se propague rapidamente.
___ O autor do texto expe sobre um processo lingustico que sofre influncia de inmeros fatores entre eles: a relao
entre falantes e ouvintes.
___ pampa, truta so expresses resultantes de variao lingustica, empregadas entre falantes, marcadas por uma
c) O jornal III tem redatores menos experientes no uso da linguagem formal e erudita.
d) Os jornais II e III dirigem-se a um pblico menos exigente e, por isso, utilizam a linguagem informal e no erudita.
e.) O jornal III usa uma linguagem menos formal, para atingir um pblico mais informal e menos erudito.
25. So vrias as diferenas lingusticas das diversas regies e das diferentes camadas sociais do Brasil. Todas, porm,
fazem parte de nossa realidade e so compreensveis por seus falantes. Como exemplo disso, podem-se verificar as
variantes lingusticas para as palavras tangerina e mandioca. Considerando essas informaes acerca das variaes
lingusticas da lngua portuguesa, assinale a opo correta.
a) As palavras tangerina, mexerica e bergamota so sinnimas, assim como mandioca e macaxeira.
b) So corretas apenas as formas mandioca e tangerina, uma vez que so palavras mais bem aceitas na lngua culta.
c) O uso da palavra macaxeira no correto, pois faz parte da lngua indgena do nordeste do Pas.
d) quando um falante usa o termo macaxeira, em vez de mandioca, demonstra pertencer a uma classe social baixa.
e) Os brasileiros falam o Portugus mais corretamente na regio Sul do que na regio Nordeste.