O Painel Do Aprendiz
O Painel Do Aprendiz
O Painel Do Aprendiz
Simbolismo e Interpretao
Da mesma maneira que os filsofos egpcios, que para substiturem os Segredos e
Mistrios das vistas profanas, ministravam seus ensinamentos atravs de Smbolos, a
Maonaria, dando continuidade tradio, tambm encerra sua filosofia e conhecimento
nos smbolos, pelos quais oculta suas Verdades aos no iniciados.
Tendo no 1 Grau o embasamento da Filosofia Simblica, que resume a Moral
Manica do aperfeioamento humano, compete aos AP M a importante tarefa de
Desbastar a P B, isto , desvencilhar-se dos prprios defeitos e paixes, que se
constitui na Principal e Verdadeira Obra da Sublime Instituio. Quando, praticamente
concludo o trabalho de aperfeioamento moral, simbolizado pelo desbaste da P B, e
terem conseguido, atravs do esforo, transform-la em P P ou P C, apta
construo do prprio Edifcio Interior, ser possvel descansar os instrumentos de corte
para empunharem outros instrumentos, condio necessria para a ascenso na escala da
hierarquia da Maonaria, e, principalmente, participar da construo do Edifcio
Exterior que a Sociedade.
Um dos mais antigos smbolos da maonaria o painel de loja ou quadro (no devemos
confundir o painel com a carta constitutiva da loja ou ainda com a prancheta). O painel
de loja a representao de toda uma doutrina que simboliza a vida e a necessidade de
evoluo do ser humano, o verdadeiro desbastar da P B.
No Painel da Loja (do Grau de APM) se condensam todos os smbolos que devem
ser conhecidos para o efetivo trabalho de um Maom. O conhecimento profundo de
cada um dos smbolos facilitar o processo de interpretao e assimilao das instrues
subsequentes.
O Painel da Loja encerra quase todos os smbolos de um Templo Manico ali
representado.
Antes de iniciarmos a descrio do painel propriamente dito, necessrio que
caracterizemos a instituio manica, como um repositrio de conhecimentos
altura, com um capitel de cinco cbitos de altura. A largura de cada uma era de quatro
cbitos de dimetro. Um cbito tem 30 cm e meio.
Isto , cada coluna tinha um pouco mais de trinta ps e oito polegadas de altura, cada
capitel um pouco mais de oito ps e seis polegadas de altura, e o dimetro seis ps e
dez polegadas.
Os capitis estavam adornados com roms de bronze, cobertas com rede de bronze e
ornamentadas com tranas de bronze; e parece que imitavam a forma do recipiente das
sementes do ltus ou lrio egpcio, um smbolo sagrado para os hindus e egpcios. O
pilar ou coluna da direita, ou do sul, era chamada, como a palavra hebraica
reproduzida em nossa traduo da Bblia, JACHIN; e o da esquerda, BOAZ. Nossos
tradutores dizem que a segunda palavra significa Nele est a fora.
Essas colunas eram imitaes, feitas por Krm, o artista trio, das grandes colunas
consagradas aos Ventos e ao Fogo na entrada do famoso Templo de Malkarth, na
cidade de Tiro.
A palavra Boaz w u k; Baaz w u significa Forte, Fora, Poder, Refgio, Fonte de
Poder, um Forte. O b como prefixo significa com ou em, e d palavra a fora do
gerndio latino roborando Fortalecendo.
3. A ABBADA CELESTE representada no Teto das Lojas e no Painel, com suas
variadas nuances de cores, sendo que o caminho para o Cu Infinito representado pela
Escada existente no Painel, conhecida como Escada de Jac. Tambm representa a Luz
e as Trevas, ou o caminho do conhecimento humano e da sabedoria, da escurido luz.
O cu a imagem do infinito, as estrelas representam a idia Divina que nos descobrem
o mundo da realidade e da verdade, porque a perfeio infinita, representada pelo sol
que nasce no Oriente, fonte natural de luz e da sabedoria e do princpio criador;
4. A ESCADA DE JAC A escada com seus mltiplos degraus, cada um
representativo das virtudes e evoluo exigida a um Maom nos seu caminho a
perfeio. Suportada pelo livro da lei fica a escada de Jac, cujo cimo toca os cus,
descrita com propriedade no livro de Gnesis - Captulo 28, versculo 1O a 13, onde
Jac viu anjos que desciam e subiam por ela e Jeov disse-lhe: "Eu sou Jeov, Deus de
teu Pai Abrao e de lsaac"."A terra em que ests deitado, a darei a ti e tua posteridade;
a tua posteridade ser como o p da terra e se dilatar para o Ocidente e para o Oriente,
para o Norte e para o Sul. Por ti e por tua descendncia sero benditas todas as famlias
da terra"."Eis que estou contigo e te guardarei por onde quer que v e te reconduzirei
para esta terra; porque no te abandonarei at ter Eu cumprido aquilo de que te hei
falado".
A interpretao da escada de Jac que este o nico caminho para atingirmos o xtase
total, a plenitude, entretanto, deveu mais uma vez superar os obstculos que
atravs dele, e com ele o GADU traou o plano da criao com todo o seu
conhecimento, por este ser infinito, a abertura do compasso total, em nossos trabalhos
o compasso se mantm aberto em 45 demonstrando a nossa limitao em relao ao
g.:a.:d.:u.: e a limitao do domnio do esprito sobre a matria. De forma mais objetiva
o esquadro representa a matria, e o compasso o esprito, e como em nosso grau a
matria domina o esprito, temos o esquadro posto acima do compasso no Altar dos
Jur sempre estaro entrecruzados, lembrando o Selo de Salomo (o hexagrama),
evocando em nossas reunies uma idia do infinito.
JOIAS FIXAS
10. A PRANCHETA DA LOJA Simbolicamente exprime que os Mestres guiam os
APM no trabalho indicado, traando o caminho a ser seguido para seu prprio
aperfeioamento, que possibilitar, consequentemente, o progresso na Arte Real.
Tambm serve para nos recordar que devemos nos empenhar na busca de
conhecimentos elevados, para que no futuro saibamos atravs dela traar nossos planos
de trabalho quando chegarmos ao grau de m.: esta prancha contm a base do alfabeto
manico e este ensinamento vir a ns em outros momentos, pois ainda somos ap.: e
no dominamos o conhecimento suficiente para nos expressarmos atravs da escrita;
11. A P B - o objeto sobre o qual o AP M deve trabalhar, representa a alma
imperfeita que deve ser talhada com os instrumentos certos e assim chegar a P C, ou
seja, a obra prima de um o AP M.Lembremos nossa cer.: de Inic.: onde o ento
nefito conduzido para aprender a trabalhar na p.: b.: e ensinado pelo 1 vig. o
smbolo base do grau de AP M;
12. A P C - a obra prima do ap.: e representa o resultado de seus esforos aps um
trabalho bem feito sobre a p.: b.: estas pp.: cc.: que a oficina produz serve para
construirmos nossa principal obra, o templo interior, ou o verdadeiro Templo de
Salomo. Representa o saber do homem, enquanto aplicou a Piedade e a Virtude, ambas
perfeitamente verificveis pelo Esq da Palavra Divina e pelo Comp da Conscincia
esclarecida;
MVEIS
13. O Esq Smbolo maior da fraternidade representa a ao do homem sobre a
matria e principalmente a ao do homem sobre si mesmo. o smbolo de retido ao
que o homem deve se sujeitar em suas aes e a Virtude que deve retificar os coraes.
Est presente na jia do VM significando que este deve agir no sentido do Bem;
14. O N o smbolo da igualdade e base do Direito Natural. No pode implicar no
nivelamento dos valores, mas sim lembrando o dever de serem consideradas as coisas
com a mesma e igualitria serenidade. a jia do 1 Vig que o responsvel pela
perfeita igualdade que deve reinar na Loja;
benfica e a lua muitas vezes representa o oposto, o sol de uma vibrao positiva e a
lua negativa, o sol corresponde ao elemento fogo e a lua a gua, entre inmeras outras
formas de interpretao destes poderosos smbolos. Porm em nosso ritual clara e
objetiva a manifestao do perodo que uma loja deve trabalhar, do m d m n, e
assim o sol simboliza o znite e a lua simboliza o nadir.
Segue trecho de Moral e Dogmas:
O Sol o smbolo antigo da gerao de vida e do poder da Divindade. Para os
antigos, a luz era a causa da vida; e Deus era a fonte de tudo de onde a luz flua; a
essncia da Luz, o Fogo Invisvel, desenvolveu-se como Chama, manifesta como luz e
esplendor. O Sol era a Sua manifestao e imagem visvel; e os Sabeanos, ao adorar o
Deus-Sol, pareciam adorar o Sol, no qual viam a manifestao da Divindade.
A Lua era o smbolo da capacidade passiva da natureza de procriar, a fmea, da qual o
poder e energia geradora de vida era o macho. Era o smbolo de SIS, ASTARTE, e
RTEMIS ou DIANA. Os Mestres da Vida eram a Divindade Superior, acima de
ambos, e manifestos atravs de ambos; ZEUS, o Filho de Saturno, torna-se Rei dos
Deuses; HRUS, filho de OSRIS e SIS, tornase o Mestre da Vida; DIONUSO ou
BACO, tal como Mitra, torna-se o autor da Luz, da Vida e da Verdade.
Os Mestres da Luz e da Vida, o Sol e a Lua, so simbolizados em todas as Lojas pelo
Mestre e pelos Vigilantes; e isto torna dever do Mestre prover luz para os Irmos, por si
prprio, e atravs dos Vigilantes, que so seus ministros.
Vosso sol, diz Isaas a Jerusalm, no mais se por e a lua tambm no se
erguer; por que o Senhor ser vossa luz eterna, e os dias de suas lamentaes
havero terminado. Vosso povo todo tambm ser virtuoso; ele herdar a terra para
sempre. assim um povo livre.
Nossos ancestrais do norte adoravam uma Divindade tri-una ODIN, o Pai todopoderoso, FREA, sua mulher, emblema da matria universal, e THOR, seu filho, o
mediador. Mas acima deles estava o Deus Supremo, o autor de tudo o que existia, o
Eterno, o Antigo, o Ser Vivo e Terrvel, o Buscador de coisas ocultas, o Ser que nunca
muda. No Templo de Elusis (um santurio iluminado por apenas uma janela no teto,
e que representa o Universo), estavam representadas as imagens do Sol, da Lua e de
Mercrio.
O Sol e a Lua, diz o erudito Ir.. DELAUNAY, representam os dois grandes
princpios de todas as geraes, o ativo e o passivo, o macho e a fmea. O Sol
representa a verdadeira luz. Ele derrama seus raios fecundos sobre a Lua; ambos
voltam suas luzes sobre seu fruto, a Estrela Flamejante, ou Hrus, e os trs formam o
grande Tringulo Eqiltero, no centro do qual est a letra geradora da Cabala, que
dizem ter criado a Estrela.
(Extrado Moral e Dogma de Albert Pike, Traduo de Ladislau Fuchs)
19. As trs janelas: AS TRS JANELAS que figuram no Painel do Aprendiz
representam as Trs Portas do Templo de Salomo, e esto assim situadas: a primeira no
Oriente, a segunda no Meio-Dia e a terceira no Ocidente. Nota-se, portanto, que
nenhuma Janela se abre para o Norte. Os Maons sempre construram os Templos com a
entrada para o Ocidente, de modo que as janelas seguem a marcha do Sol. E como o Sol
no passa pelo Norte, no existe janela ali. A Janela do Oriente traz a doura da aurora,
sua renovao de atividade; a do Meio-Dia, a fora e o calor; a do Ocidente d uma luz
que, medida que se torna mais fraca, convida ao repouso.
http://www.cinzeleditora.com.br/palavra_maconica/noticias_exibe.php?id=Mjkx
20. A Corda de 81 ns:
Segundo RIZZARDO DA CAMINO, tal ornamento est presente em todos os templos
manicos (1). Segundo JOS CASTELLANI, porm, ela no ornamento presente em todos
os ritos (2).
Para JLIO CEZAR PIRES (3), a Corda poder ser natural ou esculpida nas paredes,
mas os ns devero ser eqidistantes e, sempre em nmero de oitenta e um, buscando
preservar seu simbolismo.
A Corda de 81 Ns deve circundar todo o templo, no alto das paredes, junto ao teto e
acima das colunas zodiacais (nos ritos que as possuem). O n central deve ficar sobre o
Trono, acima do Delta, na parede oriental. A partir da, a Corda deve estender-se pelas
paredes do Norte e do Sul, com quarenta ns de cada lado. Os extremos da Corda terminam
em ambos os lados da porta ocidental, em duas borlas, representando a Justia (ou
Eqidade)
Prudncia
(ou
Moderao)
(4).
humanidade (6).
J para RIZZARDO DA CAMINO, a Corda tem a finalidade de absorver as vibraes
negativas que possam ser formadas dentro do Templo; absorvidas, so transformadas em
energia positiva e devolvidas aos maons que se encontram no recinto (7).
E conclui dizendo que os ns representam o irmo dentro da unidade da Loja,
encerrando, assim, toda a energia para espargi-la no conduto geral aos demais irmos num
ato
de
fraternidade
(8).
CONSIDERAES FINAIS
Levei longo tempo para perceber que existe uma diferena entre entender ou
aprender algo e sentir algo. O que descrevi at aqui o que aprendi sobre a Corda de 81
Ns. Mas gostaria de dizer tambm o que sinto quando hoje vejo a Corda. Para mim, a Corda
pode representar a humanidade toda. E cada n representa um maom, que est tambm na
humanidade. O n marca a existncia de maons. O n um lao que se firma em si mesmo.
Assim deve ser o maom: livre e de bons costumes, deve ter condies de se firmar a si
prprio. Sem isso, no conseguiria contribuir para os objetivos da Maonaria, que alcanam a
toda a Humanidade, e no apenas aos maons.
E mais: os maons que realmente praticarem as virtudes manicas se destacaro
entre os demais homens inclusive profanos por serem ns (referncias) na corda
(humanidade). 81 um nmero perfeito. E perfeita e a nossa Arte Real. Arte Real que se
desenvolve em Loja. Loja o agrupamento de maons em trabalho. No o templo, ou
qualquer construo. Loja unio.
Ccero D:., A:.M:.
A:.R:.L:.S:. Luz da Accia N 2586 Or:. de Jaragu do Sul (SC), Brasil
NOTAS:
(1) CAMINO, Rizzardo da. Dicionrio manico. Madras: So Paulo, 2006. p. 119.
(2) CASTELLANI, Jos. Dicionrio Etimolgico Manico. 1 ed. Editora Manica A Trolha:
1990. n 8, p. 132.
(3) Conforme trabalho disponvel em www.poralmaconico.com.br, consultado em 12/04/07.
(4) CASTELLANI, Jos. Dicionrio Etimolgico Manico. 1 ed. Editora Manica A Trolha:
1990. n 8, p. 132. Estas significaes aparecem tambm no Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo
GOB em 2001, p. 4.
(5) CASTELLANI, Jos. Dicionrio Etimolgico Manico. 1 ed. Editora Manica A Trolha:
1990. n 8, p. 132.
(6) CASTELLANI, Jos. Dicionrio Etimolgico Manico. 1 ed. Editora Manica A Trolha:
1990. n 8, p. 132.
(7) CAMINO, Rizzardo da. Dicionrio manico. Madras: So Paulo, 2006. p. 119.
(8) CAMINO, Rizzardo da. Dicionrio manico. Madras: So Paulo, 2006. p. 119.
REFERNCIAS:
- Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001
- CASTELLANI, Jos. Dicionrio Etimolgico Manico. 1 ed. Editora Manica A Trolha: 1990.
n8
- CAMINO, Rizzardo da. Dicionrio manico. Madras: So Paulo, 2006
- PIRES, Jlio Cezar. A corda de 81 ns. Disponvel em: www.poralmaconico.com.br/. Acesso
em 12/04/2007.
Actualizado em ( Segunda, 15 Junho 2009 18:39 )
http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=203
*1 - Texto base de Luis Genaro LaderecheFigoli com adaptaes e incluses.