Sistema de Custos Como Ferramenta de Gestão para o Setor Público
Sistema de Custos Como Ferramenta de Gestão para o Setor Público
Sistema de Custos Como Ferramenta de Gestão para o Setor Público
Painel 10/038
RESUMO
A par dos novos desafios que tm sido apresentados aos gestores pblicos nos
ltimos anos, uma variada gama de instrumentos e modelos de gesto vem sendo
incorporadas pelas instituies pblicas, a fim de dotar seus administradores de
maior capacidade gerencial. Um desses instrumentos um Sistema de Custos que
possibilite no s quantificar os custos dos processos, como tambm estabelecer
padres de desempenho adequados e compatveis com as expectativas da
sociedade. A existncia de um Sistema de Custos permite que a administrao
pblica possa avaliar a utilizao dos recursos alocados e os resultados por eles
atingidos. Cada vez mais se percebe que a melhoria no desempenho de uma
organizao governamental requer sistemas de informaes gerenciais que deem
sustentao aos processos decisrios, contemplando medidas de resultado e custo
para obt-los. necessrio maximizar os esforos desenvolvidos, buscando-se
solues simples, mas que melhor permitam viabilizar as informaes necessrias.
No caso do Banco Central do Brasil, a iniciativa encontrou apoio em dispositivos
legais e normativos que determinam a implantao de sistemas de custo em
organizaes pblicas. A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de
4 de maio de 2000) estabelece que as organizaes pblicas devem sempre se
pautar por critrios de economicidade, eficincia, eficcia e, para isso, devem definir
mtodos de custeamento. Alm disso, outro fator decisivo para se decidir pela
implantao foi a possibilidade de utilizao das informaes a serem geradas pelo
sistema no aperfeioamento dos seus processos de trabalho e das ferramentas de
gesto, levando em conta os princpios gerenciais da efetividade, eficcia e
eficincia to em voga nos dias de hoje. Uma vez implantado, o Banco Central do
Brasil vem buscando integrar o Sistema de Custos com outros instrumentos e
modelos de gesto, como Planejamento, Planos de Ao, Gesto de Pessoas
(incluindo Gesto por Competncias), Avaliao de Desempenho, Gesto de Riscos,
Gesto de Processos, Gesto do Conhecimento, Manuais, Rotinas, Indicadores e
Metas. Atualmente h um esforo constante para que essas iniciativas se convirjam
e, assim, criem bases slidas para as diversas tomadas de deciso que envolvem
sua gesto. O objetivo principal do artigo relatar a experincia do Banco Central,
focando na aplicao da ferramenta de custos enquanto provedora de informaes
gerenciais para a Instituio como um todo e, especificamente, para um de seus
componentes. Como dito anteriormente, tambm analisamos a ferramenta em
conjunto com outros instrumentos de gesto, o que permite uma gesto
departamental mais efetiva. O trabalho est estruturado em cinco tpicos.
Primeiramente h uma introduo e a seguir o tpico Sistema de Custos e Aes
Gerenciais, onde ser feita uma breve anlise da importncia e possibilidades de
informaes extradas a partir de dados do SCIG, alm de uma anlise da realidade
acerca dos benefcios esperados a partir da implantao de um sistema de
SUMRIO
1 INTRODUO........................................................................................................ 04
2 SISTEMA DE CUSTOS E AES GERENCIAIS.................................................. 06
3 INTER-RELAES DO SISTEMA DE CUSTOS COM OUTROS
INSTRUMENTOS DE GESTO................................................................................ 11
4 A EXPERINCIA DE UM DEPARTAMENTO DO BANCO CENTRAL
DO BRASIL................................................................................................................ 17
5 CONCLUSO......................................................................................................... 22
REFERNCIAS......................................................................................................... 23
1 INTRODUO
gerados.
SCIG
permite
ainda
apurao
dos
custos
dos
organizaes, como
tambm
estabelecer padres de
desempenho
viagens,
salrios
encargos
benefcios,
despesas
com
Aes gerenciais: Cada unidade pode ver sua contribuio para tais
custos por intermdio das atividades e projetos que o compem.
Custo Mdio das Atividades de Apoio: exibe o custo das atividades
de apoio administrativo, como Gerenciamento dos assuntos relativos a
pessoal, Gesto oramentria, financeira e contbil ou Planejamento
e Gesto, por diretoria, por unidade e por subunidade.
Aes gerenciais: com base no custo das atividades de apoio e uma
anlise dos custos das atividades finalsticas da unidade o gerente
pode avaliar se a distribuio dos servios est adequada s
necessidades do componente.
Custo dos Projetos: exibe os custos diretos e indiretos dos projetos
que esto sendo conduzidos no Banco Central. Hoje, em nvel de
objeto de custo, temos o custo total dos projetos, includas as possveis
contribuies de outras unidades alm da unidade gestora do projeto.
Aes gerenciais: saber-se o custo real de cada projeto, e no
apenas o custo decorrente da contratao da empresa de consultoria
ou de desenvolvimento do projeto, uma informao til para
qualquer nvel de gerncia. Em muitos casos, o custo com mo-deobra, encargos etc. so maiores do que os demais e, assim, um
correto apontamento por parte dos servidores permite uma apurao
completa do custo de cada projeto.
Outras possibilidades: o sistema ainda permite mostrar o quantitativo
de servidores ativos por diretoria, unidade, subunidade e praa; o total
de servidores aposentados e afastados; o custo das viagens nacionais
e internacionais, com a quantidade de bilhetes areos emitidos; e
aes normais de controle no gasto da dotao oramentria.
Alm dessas possibilidades gerenciais sugeridas, algumas outras aes
so tomadas com base no Sistema de Custos e Informaes Gerenciais do BCB.
So elas:
1. Cobrana de taxa de administrao de alguns fundos administrados
pelo Banco, com base na apurao efetuada pelo Sistema de Custos;
2. Cobrana de taxa de Administrao do Selic (Sistema Especial de
Liquidao e Custdia), com base na apurao efetuada pelo Sistema
de Custos;
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efetuados
pelo
Grupo
de
Trabalho
encarregado
da
dos
recursos
disponibilizados
pelas
unidades
em
atividades
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12
organizao
por
processos
caminho
entre
as
entradas
13
14
15
na vida de uma organizao. Permite organizao saber o que ela sabe, levando as
organizaes a mensurar com mais segurana a sua eficincia, tomar decises
acertadas, saber administrar dados e informaes e a gerenciar seus conhecimentos.
Trata-se da prtica de agregar valor informao e de distribu-la.
Nesse contexto, constata-se que o Banco Central do Brasil dispe de uma
grande rede de conhecimento disponvel para toda a organizao. Com o Sistema
de Custos existente hoje, possvel conhecer o tempo total que foi dedicado a cada
ao (atividade ou projeto) de todas as diretorias, unidades e subunidades,
mensalmente, sendo tambm possvel identificar os servidores que desenvolveram
cada ao, e que proporo do tempo de trabalho de cada um foi alocada.
Saber quem faz o qu, inclusive em outras unidades, pode viabilizar a
formao de redes formais ou informais de interessados em determinada atividade
ou projeto (ou ainda algum assunto). Como exemplo podemos citar a gesto de
contratos que uma atividade desenvolvida em diversas reas do Banco. Caso
seja de interesse dos gestores discutir o assunto, o sistema contribui identificando as
pessoas, os recursos e os componentes onde a atividade desenvolvida.
A identificao dos servidores ainda pode atender a necessidades
gerenciais por ocasio da formao de equipes de projetos ou grupos de trabalho.
Com essas informaes disponveis possvel tomar decises mais acertadas e
aprimorar a gesto.
Gesto de Riscos:
O termo Gesto de Riscos vem se tornando comumente utilizado nos
dias de hoje. Tradicionalmente, costumamos associ-lo aos riscos relacionados aos
ativos financeiros (seguros, crditos, taxas de cmbio, emprstimos etc.), mas
atualmente o enfoque modificou-se. Passou-se a discutir e avaliar tambm os riscos
relacionados s estratgias e os operacionais, bastante associados Tecnologia da
Informao, por exemplo.
sabido que existem diferentes tipos de riscos (financeiros, operacionais,
relacionados estratgia, ao meio ambiente etc.) com caractersticas diferentes em
funo do ambiente empresarial em que a instituio atua e das suas prprias
caractersticas operacionais. Portanto, cada tipo de organizao tem um universo de
riscos diferente. Quando identificados e gerenciados adequadamente, os riscos
podem ser minimizados e o sucesso no somente ocorrer, mas ainda gerar
vantagens competitivas.
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Regimento
Interno
da
instituio
compete
esse
departamento:
Administrar convnios de intercmbio de informaes de interesse
corporativo do Banco Central com rgo e entidades no Pas;
Aplicar as penalidades relacionadas rea de gesto da informao;
Credenciar e descredenciar agncias de turismo e meios de
hospedagem para a prtica acessria de operaes de cmbio manual,
entre outras.
Credenciar entidades do setor pblico para a contratao de operaes
de crdito;
Realizar a gesto das informaes oriundas do Sistema Financeiro
Nacional;
Realizar o monitoramento do Sistema Financeiro Nacional;
Definida sua estrutura e competncias, cabe ao departamento definir suas
funes, processos, atividades, procedimentos e rotinas nos diversos manuais e
instrumentos que compem o ambiente de controle do Banco, sendo alguns deles, o
ADM (Manual de Organizao Administrativa), o MPR (Manual de Procedimentos e
Rotinas), o Plano de Ao da Unidade e o SCIG.
No Banco Central, a Diretoria Colegiada promove a criao de um ambiente
de controle por meio do planejamento estratgico, do acompanhamento do
planejamento ttico-operacional das diversas reas e do acompanhamento da sua
efetiva execuo. Ao presidente e aos diretores cabe a responsabilidade pelas aes
praticadas pelo Banco. Tais atribuies so delegadas aos nveis hierrquicos inferiores
proporcionalmente s suas aladas e acompanhadas pelo sistema de controle
implantado. Os controles implementados tm procurado contemplar a segregao entre
funes conflitantes, quer em nvel de rotinas, atividades ou reas, integrando, quando
pertinente, os manuais institudos pelo Banco, como o ADM e o MPR.
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esse
mapeamento,
elaborou-se
mapa
estratgico
do
20
pode-se
dizer
que
todos
os
manuais
da
unidade
esto
possvel
dizer,
por exemplo,
quantos
servidores
esto
21
de
forma
permitir
outras
mensuraes,
tambm
para
outros
departamentos do Banco.
Com o custeamento de todos os processos de trabalho da instituio,
inclusive os processos interdepartamentais, os gestores contaro com uma viso
mais holstica da organizao, sem as amarras da tradicional abordagem
hierrquica, que privilegia a anlise da organizao em funo das caixinhas do
organograma e no dos processos de negcio. (SILVEIRA, 2006). Essa
compatibilizao entre o Sistema de Custos e os reais processos de trabalho das
unidades permitir uma viso completa por processos.
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5 CONCLUSO
23
REFERNCIAS
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AUTORIA
Adriana Moreira Bastos de Faria Especialista em Finanas pela Universidade Federal de Minas
Gerais (2003) e graduada em Administrao de Empresas pela Unio de Negcios e Administrao
UNA, (2002). Analista concursada do Banco Central do Brasil desde 2006, com atuao na rea de
Planejamento, Oramento e Custos.
Endereo eletrnico: [email protected]