Apostila História Da Arte
Apostila História Da Arte
Apostila História Da Arte
Recife divide com So Paulo a primazia de nossa modernidade artstica, pois Vicente do Rgo
Monteiro realizara em 1920 uma exposio no Recife, com 43 desenhos, que foi apresentada
em seguida no Rio de Janeiro e em So Paulo, antecipando-se dois anos da Semana de Arte
Moderna que os escritores e artistas realizaram em 1922.
A Semana de 22, como mais conhecido este acontecimento, que formou as bases de nossa
cultura atual, detonou o movimento modernista de So Paulo. Um dos pontos mximos
da biografia de Vicente a sua participao na semana de 22, ao lado de Anita Malfatti, Di
Cavalcanti, John Groz, Victor Brecheret e W. Haelerg. Tarsila do Amaral estava na Europa
e no participou, mas aderiu ao movimento e posteriormente teve definitiva participao no
Movimento Antropofgico lanado por Oswald de Andrade em 1928 que deu sequncia s
ideias modernistas, que teve a participao de Cassiano Ricardo e Flvio de Carvalho.
A exposio foi montada no hall do Teatro Municipal de So Paulo, palco de todas as
manifestaes dessa semana de trs dias na verdade as atividades s ocuparam os dias
15, 16 e 17 de fevereiro. Esta no foi a primeira exposio de arte moderna realizada no
Brasil. Lasar Segall, o grande artista lituano que passara pela Alemanha onde se integrou
arte de Berlim, fez em 1913 a primeira exposio de arte moderna no Brasil. Em 1916 foi a
vez de Anita Malfatti realizar a tal exposio que provocou a ira de Monteiro Lobato. Em 1920,
ento, foi a vez da exposio da escola de Paris trazida por Vicente do Rgo Monteiro. Este
pioneirismo sugere que o pintor Vicente e seus irmos Joaquim e Fdora, o pintor Ccero
Dias, como tambm a cidade do Recife como referncia de arte conectada com o mundo,
so to modernistas quanto So Paulo, to antenados com o mundo quanto Oswald e Mrio
de Andrade e a Paulicia Desvairada. certo que alguns dos modernistas paulistas,
Basta este manifesto para afirmar o modernismo de 22 como um movimento proposto para
abranger todo o Brasil, pelo menos isto o que sugere a conscincia criadora nacional.
Mas seus desdobramentos levaram a uma ciso no meio intelectual a partir do Manifesto
Regionalista de Gilberto Freyre.
barroca e acadmica. Reagindo-se a este esprito efervescente, foi criada em 1932 a Escola
de Belas Artes do Recife. Muito curioso o fato de ser criada depois que o modernismo
foi implantado e frutificado aqui. Em outros lugares foi o contrrio, o modernismo que
reagiu ao academismo assim como o impressionismo foi, em Paris, a reao ao salo de
arte parisiense que se norteava pela cole de Baux Arts.
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Afro Brasileiro coordenado por Gilberto Freyre em 1936 na Sociedade dos Empregados do
Comrcio, na Rua da Imperatriz, segundo contou Elezier Xavier a Nise Rodrigues.
Os Independentes foram sem dvida o primeiro coletivo de artistas, como chamamos na
contemporaneidade. Para compreendermos corretamente nossa histria recente da poca,
fundamental conhecermos este grupo e sua importncia na arte nacional. Eis, em seguida,
tpicos da carreira destes artistas:
Augusto Rodrigues:
Alm de sua arte, especialmente seu desenho, analisada e comentada por Frederico Morais,
Jacob Klintowitz e Herman Lima, autor de Histria da caricatura no Brasil, entre outros
crticos de arte, se coloca na histria da arte brasileira como um dos fundadores; ao lado da
artista gacha Lcia Alencastro Valentim e a escultora norte-americana Margareth Spencer,
fundou em 1948 a Escolinha de Arte do Brasil, instituio que, por dcadas, proporcionou
infncia e adolescncia a arte na educao.
A Escolinha prope estimular a autoexpresso, desenvolver projetos de interesse da arteeducao, contribuir para o reconhecimento social da arte da criana. Esse ltimo tpico
talvez seja o mais importante, baseado nas ideias do filsofo e crtico de arte ingls Herbert
Read. Entre 1950 e 1970, a Escolinha se desenvolveu e se espalhou por algumas cidades
brasileiras, entre elas Salvador e Recife.
So considerados desdobramentos da Escolinha o Ateli Infantil do Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro criado pelo artista e professor Ivan Serpa em 1972, e os cursos de licenciatura
em educao artstica, hoje obrigatrios no ensino das artes visuais das universidades
brasileiras.
Augusto Rodrigues atuou como um elo entre a cultura pernambucana e a carioca. Ele foi uma
das primeiras pessoas a despertar no Brasil a importncia da cultura popular nordestina
atravs, por exemplo, da realizao da primeira exposio de Vitalino no Rio de Janeiro.
Augusto Rodrigues faleceu em 1993 quando era um dos artistas de maior prestgio no Rio de
janeiro, onde fez sua carreira de artista e professor.
Elezier Xavier:
Pintor de grande importncia local, principalmente como paisagista que plasmou,
preferencialmente em aquarela, as vrzeas do Capibaribe, os casarios das cidades histricas
e as praias de Pernambuco. Nascido em 1907, teve uma vida intensa, foi muito amigo do
poeta Manuel Bandeira, que lhe apresentou a Portinari. Faleceu em 1998.
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Francisco Lauria:
Pintor e desenhista, nasceu em Macei em 1912 e tornou-se artista no Recife, onde participou
de um ateli coletivo com Percy Lau, Carlos de Holanda e Luiz Soares. O grande crtico de
arte baiano Clarival do Prado Valadares escreveu sobre ele:
Sobre o esquema duma cidade despovoada, sem vivalma nas ruas, nas portas e nas janelas,
Lauria constri misteriosos retratos de moas. Um tipo de criatura por vezes bela, por vezes
grotesca, mas sempre envolta em uma histria. Ningum necessita de legenda para logo saber
de quem se trata.
Hlio Feij:
Nascido em 1913, foi desenhista, pintor, arquiteto e poeta. Estudou no Rio de Janeiro com
o importante pintor de paisagens Carlos Chamberlland em 1929. Foi tambm discpulo de
Portinari e amigo de Vicente do Rgo Monteiro. No convite de sua exposio individual em
setembro de 1973, Joaquim Cardozo comenta:
Nos quadros de sua atual exposio, Hlio Feij exibe seus grandes recursos tonais: os efeitos
de cores esbatidas; os contornos das linhas limites das formas pintadas, executadas com a
pureza que se v tambm em Vicente e Portinari; esbatimentos de verde esmeralda e azul
cobalto, at quase branco, numa passagem que continua; o mesmo esbatimento que se encontra
em Braque e Lger;.
Manoel Bandeira:
O pintor e desenhista, no o poeta, nasceu em Escada, PE, em 1900 e faleceu em 1964.
Sua obra pictrica pequena, mas de grande importncia para a arte pernambucana. Seu
desenho, porm, assim como o desenho do peruano Percy Lau, so exemplos de habilidade
e talento para o registro do patrimnio cultural e natural de nosso povo. O desenho nos d
uma dimenso que a fotografia no tem, a observao do detalhe, do que mais impressiona
o desenhista na cena registrada. Bandeira foi o ilustrador do livro fundamental de Gilberto
Freyre sobre Olinda, desenhou a cidade nos seus mais relevantes ngulos, e desenhou com
aparato tcnico rudimentar da jangada dos pescadores locais, um desenho de importncia
perene pois a maioria daqueles instrumentos e implementos no so mais usados pelos
pescadores.
Percy Lau:
Desenhou para o IBGE os aspectos das regies brasileiras que mais chamavam a ateno
nos idos dos anos 1950. Tudo est editado pelo IBGE e formam um acervo fundamental para
pesquisa iconogrfica, histrica e artstica.
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cursos de arquitetura, pintura e escultura. A instituio contou com apoio de vrios artistas
e professores, que doaram livros para a biblioteca e quadros para a pinacoteca.
Inicialmente, os currculos dos cursos da EBAR seguiam o modelo da Escola Nacional de Belas
Artes criada no Rio de Janeiro pelo Imperador Dom Pedro II, mecenas da arte brasileira. De
carter acadmico, os cursos, porm, faziam concesses aos estilos neoclssico e ecltico
que norteavam a arquitetura e a arte ornamental de dcadas nos sculos XVII e XIX.
A partir dos anos 1950 foram criados os cursos livres da EBAR oferecendo oficinas de arte com
durao de trs anos. Entre seus professores, estavam artistas renomados que trabalhavam
no Estado tais como os irmos Fdora e Vicente do Rgo Monteiro, Lula Cardoso Ayres,
Murillo La Greca, Laerte Baldini, Aurora Lima, Roberto Correia, Queralt Pratt, entre outros.
Passaram artistas como Ypiranga Filho, Joo Cmara, Jos Tavares e Jairo Arcoverde, entre
outros.
Nos anos da ditadura, o Curso de Belas Artes foi extinto e comeou a funcionar no mesmo
prdio os cursos de Licenciatura em Educao Artstica, Desenho Industrial e Comunicao
Visual. Nos anos de 1970, foram transferidos para o Centro de Artes e Comunicao no
Campus da UFPE.
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o escultor e poeta Waldemar das Chagas, um Moacir amigo de Delson (e que tinha
sido muito amigo de Nestor Silva), Abelardo Rodrigues, Tilde Canto e seu marido, o
escritor Antonio Franca, Aderbal Jurema, o poeta Carlos Moreira, o engenheiro Manuel
Caetano, que desenhava muito e fazia mbiles, o filho de Anbal Bruno, Maurlio
Bruno, da revista Resenha Literria e o seu fundador Permnio Asfora, Edson Rgis,
que dirigia a revista Regio, Waldemar de Oliveira, que editava a revista Contraponto,
todas de literatura e arte, os petas Craveiro Leite, pai de Paulo Fernando Craveiro, Jos
Gonalves de Oliveira e Cezrio Melo, pintores Eliezer Xavier e Mrio Nunes, o escritor
Hermilo Borba Filho, Ziembinski que estava ajudando Hermilo na criao do Teatro
do Estudante de Pernambuco Joel Pontes, Jos Laurnio, Gilvan Samico, Barbosa
Leite, Otvio de Freitas Jnior, Bernardo Ludemir, Geraldo Seabra, Gilberto Freyre,
Jos Teixeira, Otvio Morais.
importante notar que as pessoas citadas, a maioria intelectuais conhecidos at hoje,
aderiram discusso da arte moderna quando ainda era motivo de preconceito na tradicional
sociedade pernambucana. A participao de pessoas como Gilberto Freyre, Pelpidas da
Silveira, Abelardo Rodrigues, Aderbal Jurema e Waldemar de Oliveira, avalizou e prestigiou
a SAMR.
A princpio, o entusiasmo transbordava em forma de reunies frequentadas pelos
interessados em fazer algo novo e diferente, especialmente em oposio disciplina
acadmica tradicional da Escola de Belas Artes. Era o tempo em que se consagraram os
primeiros artistas modernos de Pernambuco e modernistas da Semana de 22, e artistas
como Portinari, Segall, o Grupo Santa Helena de So Paulo, entre outros vigorosos artistas
da era moderna, como Dejanira, Emeric Marcier, Guignard, Iber Camargo, entre outros.
Foi ainda quando os concretistas e neoconcretistas se lanaram em Rio e So Paulo e a
pintura nafe se colocou no mercado atravs da pintura de Dejanira e de Heitor dos Prazeres.
A SAMR colocava essas novas realidades em foco e com isso mexia com a cultura da cidade
incentivando discusses e incrementando teorias ao produzir textos, conferncias, palestras
e encontros.
O Atelier Coletivo do Recife
Havia, porm, no mago dos artistas, a necessidade de se incrementar o ofcio da arte, a
oficina, o ateli. Embora a Sociedade de Arte Moderna fosse a vlvula de escape de muitos
artistas que no se viam encaixados no perfil convencional, ela privilegiava a teoria em
detrimento da prtica. Foi ento que surgiu a ideia do Atelier Coletivo do Recife, criado em
07 de fevereiro de 1952, para dar continuidade ao trabalho j desenvolvido pela SAMR. O
Atelier (assim mesmo, escrito em francs) funcionou at 1957, mudando, nesses seis anos,
trs vezes de lugar, localizando-se primeiro na Rua da Soledade, depois na Rua Velha e por
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fim na Rua da Matriz. As mudanas foram motivadas por problemas de caixa. A proposta era
criar um ambiente artstico, voltado para as tendncias vigentes na poca. Abelardo liderava
um grupo composto inicialmente por Gilvan Samico, Wilton de Souza e seu irmo Wellington
Virgolino. Num segundo momento entraram Jos Cludio, Corbiniano Lins, Celina Lima
Verde, Ivan Carneiro, Marius Lauritzen Bern, Anchises Azevedo, Guita Charifker, Ionaldo
Cavalcanti, Ladjane Bandeira, Bernardo Dimenstein, Genilson Soares e Armando Lacerda,
entre outros.
Com um novo conceito de arte transmitido pelos cursos livres, esses artistas tornaram-se
figuras mpares no circuito da arte pernambucana. Os mais jovens tornaram-se devotos do
Atelier. O aluguel da casa era mantido por uma cota dividida entre alguns participantes e
associados. No se vendia, nem se comprava, mas a vontade de aprender era intensa.
A proposta temtica que Abelardo defendia, e praticada pelos outros participantes, buscava
a expresso cultural do cotidiano do povo: a realidade das ruas e a imagem dos mocambos,
a religiosidade crist e os xangs, as festas populares como o So Joo e o Carnaval, as
vises do Serto com o drama da seca tudo o que representasse o povo pernambucano.
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ampla, necessrio maior conhecimento dos escultores acadmicos, pois, como professores
da Escola de Belas Artes, eles instruram os modernistas. Infelizmente pouco se conhece
da obra e vida dos escultores de antes da Lei, pois no tiveram o mercado desbravado por
ela. Neste meio estavam Edson Figueiredo, pai do escultor Jobson Figueiredo e orientador
de Abelardo da Hora na Escola de Belas Artes e o portugus tambm professor da Escola
Cassimiro Correia, alm de lvaro Amorim, Rosa Soares e Roberto Correia.
Abelardo da Hora:
Em Memrias do Atelier Coletivo, l-se que, ao se referir sua prpria obra, Abelardo
falava do sofrimento e do drama do povo:
Meus trabalhos eram de uma linguagem nova e de um expressionismo muito forte.
Abelardo e seus pares, principalmente Corbiniano Lins, Armando Lacerda e Wilton de Souza,
na fase em que estavam reunidos no Atelier Coletivo, interpretaram os valores estticos do
povo manifestando-os atravs de admirveis snteses formais, sendo Abelardo, no entanto, o
precursor desse estilo. De sua fase social-expressionista, constam obras como A Fome e
o Brado, Seu Birunga e gua Para o Morro. Abelardo passou a ter influncia da cermica
popular, especialmente de Caruaru, que se pode notar nas esculturas como Cantadores
e Vendedor de Caldo de Cana Parque 13 de Maio, Sertanejo Praa em frente ao Clube
Internacional; Monumento ao Frevo; Monumento ao Maracatu Rua da Aurora; Memorial
aos Retirantes Parque Dona Lind Monumento a Miguel Arraes entorno do Aeroporto.
H tambm o mural cermico Nabuco e a Abolio, realizado em 1950, na fachada do edifcio
Joaquim Nabuco, na Praa Joaquim Nabuco. Abelardo desenhou no ano de 1962 o lbum
Meninos do Recife, potica denncia da misria dos entornos da cidade e a srie Danas
Brasileiras, ambas em bico de pena; Famlia, de 1977, aguadas de nanquim; e em 2004, a
srie Hora de Brincar, em aguada de nanquim colorido.
Francisco Brennand:
Ao lado de Abelardo e Corbiniano Lins, so os mais presentes escultores da cidade. Brennand
o autor do maior acervo pblico do Recife, um conjunto de obras composto de esculturas
e murais cermicos de alta queima cuja matria desenvolvida por ele prprio por meio
das pesquisas da tradio cermica que herdou de sua famlia, tradicionais empresrios
e industriais dessa atividade no Brasil. Ele o autor do magnfico conjunto de esculturas
instalado no molhe de pedras dos arrecifes em frente ao Marco Zero do Recife e do importante
mural cermico realizado em 1952 na Rua das Flores, centro da cidade, sobre a Batalha dos
Guararapes.
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Marianne Peretti:
Escultora e vitralista nascida em Paris que vive em Pernambuco desde 1953, e h dcadas
reside em Olinda. Ela filha de pai brasileiro. patente sua participao em obras de grandes
arquitetos no Recife e em outras cidades brasileiras, mas suas obras mais conhecidas esto
nos edifcios de Oscar Niemeyer desde que o conheceu na Europa quando de seu exlio.
Sua obra mais importante talvez seja o conjunto de vitrais da Catedral de Braslia, mas sua
obra est tambm presente em outros edifcios assinados por Niemeyer na Capital Federal,
como os vitrais do Panteo da Ptria, do Palcio do Jaburu, do Memorial JK e da Cmara
dos Deputados, por exemplo. No Recife, alm das obras particulares em fachadas e halls de
diversos edifcios, ela tem o vitral do Tribunal Regional Federal e a escultura em bronze da
Escola de Contas Pblicas Professor Barreto Guimares. Digno de citao tambm o vitral
do Memorial da Cabanagem, em Belm do Par.
Jobson Figueiredo:
Outro escultor presente na cidade com obras como os monumentos militares que esto
em frente ao Quartel do Derby e outros na pracinha atrs do Cemitrio dos Ingleses. Ele
tambm autor de muitas obras em edifcios produzidas a partir da Lei das Esculturas,
principalmente em prdios de Boa Viagem.
Demtrio:
Tem obras por todo o centro do Recife, pois ele autor das diversas esculturas, geralmente
feitas em concreto moldado, de poetas da cidade, como Manuel Bandeira, Ascenso Ferreira,
Joo Cabral de Mello Neto, Joaquim Cardoso, entre outras que esto distribudas pela
cidade. Alm disso, ele autor do monumento Tortura Nunca Mais.
Helder Ferrer:
Outro escultor que trabalha com diversos materiais. Suas obras mais conhecidas so ligadas
ao movimento Manguebeat e refletem o ambiente vegetal e a fauna dos mangues do entorno
do Recife. Uma de suas obras conhecidas um enorme caranguejo de chapas de ferro
moldadas e soldadas que por muito tempo ficou na Rua da Aurora ao redor do monumento
Tortura Nunca Mais, onde esto tambm outras esculturas de autores diferentes.
Paulo Andrade:
Escultor e designer que utiliza, sobretudo, o metal em suas peas moldadas e dobradas em
alumnio e ferro. Designer de joias, mobilirio e instalaes de supermercados e lojas. Sua
arte reflete sua condio metropolitana, seu gosto pela esttica da organizao e da ordem.
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Ferreira:
Como Brennand, tambm utiliza a cermica como matria, e produz suas esculturas em alta
queima na sua oficina-ateli de Campo Grande. Sua produo envolve esculturas e painis
cermicos, mas tambm produz azulejaria pintada em painis e cria elegantes objetos de
porcelana. Ferreira tambm pintor e desenhista de muita presena nas galerias de arte
da cidade. autor do mural Navio Chegando, da Capitania dos Portos, de uma srie de
painis cermicos no Country Club e na Universidade Catlica de Pernambuco. Ele tambm
experimentou a escultura em ferro soldado e o mosaico.
Outros artistas da escultura: Joo Batista de Queiroz que trabalhou com madeira,
principalmente, e com resina plstica, matria dos marcos da entrada do Porto do Recife
um verde outro vermelho; Cavani Rosas, escultor e desenhista, mestre da moldagem em
concreto, desenvolveu tcnicas de moldagem e desmoldagem formando assim diversos
novos escultores; Alex MontElberto, escultor e designer de mobilirio presente nas fachadas
dos edifcios em vrias regies da cidade; Nicola, mais conhecido como santeiro, utiliza a
madeira para esculpir grandes cabeas de So Francisco que, embora sejam colecionadas
como artesanato de qualidade, so na verdade esculturas sacras; Pedro ndio, escultor de
pedra, Adolfo Srgio, mestre da madeira, Amaro Maciel e Zeferino, ferreiros j falecidos,
formam uma gerao de escultores espontneos de Olinda.
Na arte contempornea, assunto que veremos na 4 aula, citaremos as obras dos artistas
Marcelo Silveira, Marcelo Coutinho, Braz Marinho, Cristina Machado, Jos Paulo, Maurcio
Castro,
O Grfico Amador:
Em 1954, muito antes da criao da Oficina Guaianases de Gravura, o escritor e editor
Gasto de Holanda, acompanhado do designer Alosio Magalhes, dos escritores Orlando
da Costa Ferreira e Jos Laurnio Melo, criaram uma oficina experimental de artes grficas
que nomearam de O Grfico Amador. Esta casa de criao, composta escritores e artistas do
livro, colocou o Recife na vanguarda das artes grficas e nos legou uma profcua produo
de textos e imagens. A concepo do livro como objeto de arte fixou-se na concepo
dos escritores e do pblico, e orientou a criao de mdias expressivas que apareceram
posteriormente, como a arte postal (ou mail-art) e o Livro de Artista.
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Foi tambm nas dcadas de 50 e 70 que surgiram as obras de Maria Carmem e Gita Charifker,
duas das mais importantes artistas brasileiras que se destacaram atravs do desenho e da
aquarela tcnica artstica que muitas vezes, na arte moderna, se coloca na fronteira entre
o desenho e a pintura. Maria Carmem chegou a ser colocada criticamente por Pietro Maria
Bardi, curador do MASP, onde ela realizou uma grande exposio, como a mais importante
artista do desenho brasileiro. Gita tambm se destaca no mesmo af pelo desenho. Em 1972
o crtico de arte carioca Roberto Pontual escreveu:
Desde a vinda para o Rio de Janeiro, em fins de 1970, depois de longa atividade como
desenhista no Recife, Guita tem dado sequncia a um desenho que absorve, acasala,
manipula e organiza o sonho.
Interessante notar que desde Percy Lau se pratica um tipo de desenho minucioso, de
traos finos que se entrelaam como uma malha. Vejam-se as ilustraes de Percy Lau para
o livro Tipos e Aspectos do Brasil, de 1949, obra chave para a geografia fsica e humana
tratada oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, que o editou. Este
desenho como malha, como Bardi referiu a arte de Maria Carmem, se repetiu tambm na
obra ilustrativa de Manuel Bandeira veja-se o livro de Gilberto Freyre.
A gravura em Pernambuco
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funcionou por mais de dois anos e editou gravuras de Liliane Dardot, Jos Patrcio, Prside
Omena, Maurcio Silva, entre outros.
Oficina Guaianases de Gravura
A Guaianases serviu a cerca de cem scios artistas que criaram, e ainda criam suas obras,
pois a Oficina ainda existe funcionando no Centro de Artes da UFPE, atravs de seus
equipamentos e da habilidade do impressor Hlio Soares. O impressor Alberto, o outro
grande artfice pernambucano do delicado conhecimento da impresso litogrfica, j
falecido. A Guaianases ainda cumpre um grande papel na formao e na socializao dos
artistas do Recife, pois dela foram scios artistas como Delano, Jos Carlos Viana, Liliane
Dardot, Luciano Pinheiro, Gil Vicente, Tereza Costa Rgo, Petrnio Cunha, Marcos Cordeiro,
Maria Carmem, Mariza Lacerda, Jos de Moura, Jos Patrcio, Alexandre Nbrega, Piedade
Moura, Prside Omena, Maria Tomaselli, Dulce Lobo, Samico, Maurcio Silva, Jos Paulo,
Maurcio Castro, Amlia Couto, entre tantos outros. A Guaianases deu a Olinda a posio
de referncia nacional da produo de gravura e recuperou uma tcnica tradicional de
produo de imagens colocando-a a servio dos artistas, preservando tambm o saber dos
antigos litgrafos.
Exemplos da gravura pernambucana so encontrados em acervos como a coleo de
Giuseppe Baccaro, do Instituto de Documentao da Fundao Joaquim Nabuco acervo
iconogrfico e fotogrfico, com colees de estampas (rtulos de cachaa e cigarro), alguns
de origem popular em lito e xilogravura; no Museu de Arte Contempornea de Pernambuco
principalmente o acervo que pertenceu ao colecionador Abelardo Rodrigues, composto
de gravuras, documentos, fotografias e desenhos procedentes de vrias personalidades
relacionadas sua vida intelectual; na Biblioteca Joaquim Cardoso do Centro de Artes e
Comunicao da UFPE, que abriga o acervo de litogravuras da Oficina Guaianases.
A gravura de Samico
Gilvan Samico , para muitos historiadores, crticos e curadores de arte, um dos mais
importantes artistas da gravura do mundo. Utilizando a xilogravura como seu meio principal,
ele criou um universo fantstico tomando como base o imaginrio popular nordestino. Em
suas entrevistas ele lembra a importncia determinante de Ariano Suassuna na sua arte
quando o procurou em busca de conselhos do amigo, e Ariano lhe disse que procurasse
no mundo mgico da poesia e da grfica de cordel. Da sua arte se alinhou numa vertente de
representaes do mundo ao modo, podemos dizer, binrio que s a xilogravura comporta.
Vemos hoje seu nome ao lado dos mestres da gravura moderna brasileira, como Oswald
Goeldi, Lvio Abramo, ambos seus antigos mestres, e Maria Bonnomi, a grande gravadora
experimentalista de So Paulo, a nica ainda viva dos quatro.
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A Figurao do Recife
Os artistas cujos nomes esto citados acima, com alguns acrscimos, formam o ambiente
artstico de Pernambuco na primeira metade do sculo passado. O surgimento de Olinda
como cidade propcia atividade artstica na dcada de 1950 provocou a descentralizao
no apenas dos artistas plsticos, mas tambm dos artistas do teatro e da msica. A partir
de ento, mesmo com o advento da ditadura, o meio artstico se ampliou e sedimentou-se
com nveis crticos de excelncia. Em meados do sculo passado, Recife se torna um polo de
arte figurativa chamada tambm de Figurao do Recife.
Alguns jornalistas ligados crtica de arte, talvez inspirados pelo movimento filosfico do
sculo XIX intitulado de Escola do Recife, nomearam, assim, nas dcadas de 1960/1970, os
artistas de Recife e Olinda. Tinham em comum algumas caractersticas, como a paisagem,
a temtica popular e a superabundncia formal prpria da arte barroca.
Mas a Escola filosfica do Recife foi um acontecimento muito diferente que vale a pena ser
lembrado:
Nascida na Faculdade de Direito do Recife entre os anos de 1860 e 1880, a Escola do Recife teve
a liderana do filsofo sergipano Tobias Barreto, que foi acompanhado por personalidades
de grande importncia intelectual, como Slvio Romero, Artur Orlando, Clvis Bevilqua,
Capistrano de Abreu, Graa Aranha, Martins Jnior, Faelante da Cmara, Urbano Santos da
Costa Arajo, Abelardo Lobo, Vitoriano Palhares, Jos Higino Duarte Pereira, Araripe Jnior,
Gumercindo Bessa e Joo Carneiro.
A comparao entre estes filsofos e juristas do sculo XIX com o meio artsitico certamente
se deve identidade de propsitos em relao autenticidade do pensamento, em relao
aos filsofos, e do olhar, em relao aos artistas. Pode-se, no entanto, pensar em resqucios
do Regionalismo pernambucano prprio do pensamento de Gilberto Freyre.
Paralamente, porm, em Olinda nascia uma variao da mesma viso de arte, que Ado
Pinheiro apelidou, inteligentemente, de Neobarroco, algo que pronunciava o interesse
pela desordem esttica que caracteriza este estilo que vigorou na Europa advindo da
contrarreforma e, com a colonizao, vigorou na Amrica Ibrica, quando adquiriu cor local.
Ado referia-se ao ornamento das igrejas, tanto pintados como entalhados, e a influncia
disto em artistas locais como Jos Barbosa, Guita Charifker, Jos Tavares, Ladjane Bandeira,
Reynaldo Fonseca, Wellington Virgolino e, inclusive, ele mesmo, entre outros.
No entanto, para o meio artstico do Recife quela poca vingou o termo Figurao do Recife,
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muitssimo utilizado para classificar a quase totalidade da produo da arte local antes da
contemporaneidade, e muito criticado por correntes crticas exteriores ao Nordeste. Figurao
do Recife abrangeu a quase todos. Na crnica artstico-social da poca, relacionamos os
pioneiros Vicente, Ccero e Lula, e ainda o Grupo dos Independentes, alm dos artistas de
Olinda, com destaque para Joo Cmara, Tereza Costa Rgo, Bernardo Dimenstein, Roberto
Amorim, Tiago Amorim e muitos outros.
Olinda
Quem conhece o Stio Histrico de Olinda sabe que ele uma joia urbana, arquitetnica,
paisagstica e comunitria. Um lugar onde todos se conhecem, se respeitam, se gostam e
quase todos que aqui moram, de alguma maneira, so artistas de Olinda, como se proclamou
um Bajado um dia.
Nos primrdios de seus movimentos artsticos modernos, iniciados na dcada de 1950
por Ado Pinheiro e seus companheiros de ateli Anchises Azevedo e Montez Magno, e,
posteriormente, a presena de vrios outros artistas atrados por fatores como a tranquilidade,
a disponibilidade de sobrados com timos espaos para atelis para alugar por preos mais
em conta do que no Recife, e o conforto de sair do foco que era Recife na poca da ditadura,
como Ypiranga Filho, Guita Charifker, Jos Tavares, Jos Amorim, Joo Cmara e Vicente
do Rgo Monteiro, que a convite do Prefeito Eufrsio Barbosa, o incentivador dos artistas na
dcada de 1960, foi Secretrio Municipal de Cultura e Turismo, substituindo Ado . Eles foram
para Olinda e criaram suas famlias e, consequentemente, aqui nasceu uma nova gerao de
artistas que hoje esto adultos, colocando-se com sucesso no meio artstico nacional como
pintores, escultores gravadores, designers, artesos, fotgrafos, performticos alis,
uma tradio da cidade e contemporneos, no sentido da atualidade da arte que no se
limita mais a categorias artsticas.
Eis a Olinda de hoje, a cidade dos artistas com suas diversas faces, miscigenada de novas
e antigas manifestaes artsticas, com seu carnaval impregnado nas ladeiras de som e
movimento, e sua democracia barroca. Cidade impregnada de uma arte que almeja s vises
do paraso, basta percorrer a obra dos seus artistas: Jos Barbosa, Luciano Pinheiro, Guita
Charifker, Gilvan Samico, Tereza Costa Rgo, Maria Carmem, Tiago Amorim, Jos Cludio,
Humberto Magno, Liliane Dardot, Petrnio Cunha, Roberto Peixe, Marisa Varela, Marisa
Lacerda, e os filhos-artistas Man Tatu , de Jos Cludio, Marcelo Peregrino, de Samico,
Catarina Arago e Paulinho do Amparo de Humberto Magno e Iza do Amparo, Marilah Dardot,
de Liliane Dardot, Juliana Notari, de Roberto Peixe e Juliana Calheiros, de Snia e Ivaldevan
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A Arte Armorial
Ainda na dcada de 1960, Ariano Suassuna codifica sua viso da arte nordestina, tendo lanado
o Movimento Armorial, que repercute em todas as manifestaes artsticas encontradas
aqui no Nordeste: artes visuais, msica, dana, teatro e literatura. Nas artes visuais, sua
prpria obra desenhada, pintada ou realizada em outras tcnicas, define formalmente a Arte
Armorial, por muitos denominada de estilo armorial por conter elementos estilsticos
preponderantes. Nem todos concordam com isto, pois o principal motivo da existncia do
armorial reside no contedo historicamente nordestino, fruto do embasamento ibrico
de nossa cultura e do aspecto medieval da representao grfico-plstica de nosso olhar,
principalmente se vermos a xilogravura das capas dos cordis, que por sua vez so o
receptculo literrio desta herana. Ariano enxerga em todas as manifestaes de nossa
cultura autntica e pura, ainda sem as mculas da civilizao contempornea pelo capital,
pela vulgaridade trazida pelo lucro fcil, os mesmos traos da narrativa medieval poesia de
cordel e menestris , da msica moda de viola e msica medieval, e das manifestaes
das artes plsticas que se alinham com a esttica dos brases, isto , das armas das
famlias, grupos, cls e reinados. Armorial o coletivo de armas, no sentido de brases,
e para Ariano a traduo disso est na linearidade do desenho, na dimensionalidade da
figura e da composio, como foi na tapearia e na pintura medieval.
Ariano, ele mesmo, um grande artista e designer, desenvolveu um alfabeto armorial
34
baseado nos ferros de gado, que so o equipamento para marcar com ferro-em-brasa as
reses de um determinado rebanho. Elegendo a cidade de Tapero como sua cidade ele
nasceu em Joo Pessoa, no Palcio do Governo, pois seu pai, Joo Suassuna, era poca
Presidente da Provncia da Paraba , Ariano a transformou em centro das vises histricas
eivadas da magia de sua arte, e construiu um mundo paralelo de imagens fantsticas que, se
vistos por sua mente sem fronteiras formais ou acadmicas, mostrar uma realidade sciopoltica belssima, embora assustadora.
Muitos artistas visuais pernambucanos se ombrearam com Ariano, sendo o mais importante,
como uma baliza deste movimento, o pintor e xilogravador Gilvan Samico. Muitos outros
o seguiram e seguem: seu filho Manuel Dantas Suassuna, sobrinho Romero Andrade
Lima, seu genro Alexandre Nbrega, o escultor em cermica e pintor Miguel dos Santos
pernambucano de Caruaru residente em Joo Pessoa - , Bernardo Dimenstein, Alusio
Braga, entre outros.
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A arte contempornea
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Monteiro, Carlos Mlo, Renata Pinheiro, Rodrigo Braga, Kilian Glasner, Andr Aquino, Juliana
Calheiros, Marcos Costa, Beth da Matta, Jeims Duarte, Adriana Aranha e Marina Mendona.
Em 2000, a 45 verso do Salo do Estado, intitulado pelo secretrio de cultura Carlos Garcia
de Salo Pernambucano de Artes Plsticas 2000, tambm teve nossa curadoria, e colocamos
no seu programa o seminrio intitulado O Curador Como Coautor da Obra de Arte, que teve
a coordenao da Fundao Joaquim Nabuco sob a responsabilidade de Moacir dos Anjos.
Neste seminrio foram conferencistas curadores como Lisethe Lanhado, Agnaldo Farias,
Rodrigo Naves e o prprio Moacir dos Anjos.
Os Coletivos
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Duarte afirma seu interesse criativo no encontro entre as coisas que esto no mundo e a
possibilidade do desdobramento significativo dessas coisas nesses encontros; Paulo Meira
utiliza qualquer material que seja vital para a construo de seu rudo plstico; e Renata
Pinheiro trabalha com construes de ambientes marcados pela passagem de personagens
fictcios, um ser exaurido pela condio de encarceramento urbano.
Submarino
O Submarino foi um coletivo fundado em 2001 por Maurcio Castro com a participao de
Juliana Notari, Isabela Stampanoni, Jacar e Fernando Augusto. Uma das realizaes do
grupo foi a exposio Casa Coisa, uma stira Casa Cor, evento realizado em vrias
cidades, promovido por arquitetos e lojas de decorao. Em Casa Coisa, o grupo apresentava
ambientes como o Quarto de Empregada, o Galinheiro, a rea de Servio, o Quarto da
Donzela com a Calcinha Pendurada, etc. Show da Monga foi outra produo do Submarino,
onde foi recriado o show popular no qual uma moa se transforma em macaco atravs de
um jogo de espelho, comentando assim questes da gentica e do preconceito. Show da
Monga foi uma performance de Juliana Calheiros.
Balnerio de gua Fria
Outro coletivo liderado por Mauricio Castro, que funcionou na fbrica de mveis da arquiteta
Janete Costa e teve a participao de Fernando Augusto, Maurcio Silva, Cristina Machado
e a galerista Lcia Santos. O Balnerio produziu uma oficina de serralheria onde artistas
trabalharam com chapas, perfis e vergalhes de ferro. Nesta oficina, Cristina Machado
produziu sua escultura Armadura, uma cpia de si mesmo feita como uma malha de ferro
que ela pode vestir.
Branco do Olho
Entre julho e dezembro de 2004, um grupo de jovens artistas alugou por seis meses a casa
155 da Ladeira da Misericrdia, que hoje o ateli-galeria do artista nafe J. Calazans, com
o objetivo do encontro, da conversa e da tertlia. Dois deles, Bruno Monteiro e Augusto
Japi, participaram do Prmio Pernambuco de Artes Plsticas 1999, almd de Bruno Vieira
e Bruno Vilela. A nasceu o coletivo Branco do Olho, cujo nome foi sugesto de Bruno Vilela.
O Branco do Olho, ou BO, como simplificado, em seus nove anos de vida percorreu um rico
caminho e formou um currculo que referncia na arte contempornea daqui, tendo outras
constituies ao longo deste caminho, como na fase ps-Olinda: Rodrigo Braga e Clarissa
Diniz, Brbara Collier, Joo Manuel, Eduardo Romero, Luciana Padilha, Xanxa, Romo, Zel,
Srgio Vasconcelos, Roy Rgo, Sphora, Maurcio Castro, todos artistas atuantes. O BO se
modificou na sua dinmica e em 2012 estava constitudo pelos artistas Bruno Monteiro,
Daniel Santiago, Luciana Padilha, Eduardo Romero, Charles Martins, Rodrigo Cabral,
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42
***
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VARGAS NO PODER
Para boa parte dos historiadores , a Era Vargas pode ser dividida em trs perodos:
1) Governo Provisrio ( 1930 1934 )
2) Governo Constitucional ( 1934 1937 )
3) Estado Novo ( 1937 1945 )
De uma maneira geral, a Era Vargas marcou uma nova e importante etapa na histria do Brasil. Fazia tempo
que nossa sociedade e economia precisavam se ajustar s novas exigncias dos anos 30. Nesse perodo, era
necessrio reformular as relaes de trabalho entre empresas e operariado, repensar o desenvolvimento
do capitalismo brasileiro e reorganizar o papel do Estado, afirmando-o como o grande responsvel pelas
transformaes que viriam a acontecer.
2.
Obs. A Assembleia Nacional Constituinte, alm de elaborar a Constituio de 1934, elegeu Vargas para a
presidncia da Repblica, com um mandato de quatro anos. Esse fato provocou o fim do governo provisrio e
o incio do governo constitucional.
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O ESTADO NOVO
Texto para anlise
Esse regime poltico recebeu o nome de Estado Novo, (nome inspirado na ditadura de Antnio de Oliveira
Salazar em Portugal), e durou at 29 de outubro de 1945, quando Getlio foi deposto pelas Foras Armadas.
Getlio Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional e extino dos partidos polticos. Ele outorgou
uma nova constituio, que lhe conferia o controle total do pode executivo e lhe permitia nomear interventores
nos estados, aos quais, Getlio deu ampla autonomia na tomada de decises, e previa um novo Legislativo,
porm nunca se realizaram eleies no Estado Novo.
Esta constituio de 1937 tinha o apelido de Polaca, (denominao usada para mostrar que a Constituio
Brasileira de 1937 foi amplamente influenciada pela Constituio autoritria da Polnia), e, tinha
depreciativamente, o mesmo apelido de uma zona de baixo meretrcio no Rio de Janeiro). Na prtica a
Constituio de 1937 no vigorou, pois, Getlio governou durante todo o Estado Novo atravs de decreto-lei e
nunca convocou o plebiscito previsto na Polaca.
Na verso de Francisco Campos que redigiu a Polaca, esse foi o erro de Getlio no Estado Novo: no ter
instalado o Poder Legislativo, nem ter se legitimado pelo voto em plebiscito.
Como Francisco Campos afirmou que comeara a redigir a nova constituio em 1936, suspeita-se que a
deciso de dar um golpe de estado foi tomada logo depois da Intentona Comunista em novembro de 1935.
O Estado Novo promovia grandes manifestaes patriticas, cvicas e nacionalistas e eram incentivados, pelo
Departamento de Imprensa e Propaganda, os apelos patriticos na imprensa e nos livros didticos.
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O Incio
O marco inicial ocorreu no ano de 1939, quando o exrcito alemo invadiu a Polnia. De imediato, a Frana
e a Inglaterra declararam guerra Alemanha. De acordo com a poltica de alianas militares existentes na
poca, formaram-se dois grupos: Aliados (liderados por Inglaterra, URSS, Frana e Estados Unidos) e Eixo
(Alemanha, Itlia e Japo).
Desenvolvimento e Fatos Histricos Importantes:
O perodo de 1939 a 1941 foi marcado por vitrias do Eixo, lideradas pelas foras armadas da Alemanha, que
conquistou o Norte da Frana, Iugoslvia, Polnia, Ucrnia, Noruega e territrios no norte da frica. O Japo
anexou a Manchria, enquanto a Itlia conquistava a Albnia e territrios da Lbia.
Em 1941, o Japo atacou a base militar norte-americana de Pearl Harbor no Oceano Pacfico (Hava). Aps
este fato, considerado uma traio pelos norte-americanos, os estados Unidos entraram no conflito ao lado
das foras aliadas.
De 1941 a 1945, ocorreram as derrotas do Eixo, iniciadas com as perdas sofridas pelos alemes no rigoroso
inverno russo. Neste perodo, ocorreu uma regresso das foras do Eixo que sofreram derrotas seguidas. Com
a entrada dos EUA, os aliados ganharam fora nas frentes de batalha.
O Brasil participou diretamente, enviando para a Itlia (regio de Monte Cassino) os pracinhas da FEB, Fora
Expedicionria Brasileira. Os cerca de 25 mil soldados brasileiros conquistaram a regio, somando uma
importante vitria ao lado dos Aliados.
Final e Consequncias
Este importante e triste conflito terminou somente no ano de 1945, com a rendio da Alemanha e da Itlia.
O Japo, ltimo pas a assinar o tratado de rendio, ainda sofreu um forte ataque dos Estados Unidos, que
despejou bombas atmicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. Uma ao desnecessria que provocou
a morte de milhares de cidados japoneses inocentes, deixando um rastro de destruio nestas cidades.
Bomba Atmica explode na cidade japonesa de Hiroshima
Os prejuzos foram enormes, principalmente para os pases derrotados. Foram milhes de mortos e feridos,
cidades destrudas, indstrias e zonas rurais arrasadas e dvidas incalculveis. O racismo esteve presente
e deixou uma ferida grave, principalmente na Alemanha, onde os nazistas mandaram para campos de
concentrao e mataram aproximadamente seis milhes de judeus.
Com o final do conflito, em 1945, foi criada a ONU (Organizao das Naes Unidas), cujo objetivo principal seria
a manuteno da paz entre as naes. Inicia-se tambm um perodo conhecido como Guerra Fria, colocando
agora, em lados opostos, Estados Unidos e Unio Sovitica. Uma disputa geopoltica entre o capitalismo norteamericano e o socialismo sovitico, onde ambos buscavam ampliar suas reas de influncia sem entrar em
conflitos armados.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/segundaguerra/
O Brasil e a II Guerra
Inicialmente, o Brasil assumiu uma posio de neutralidade. Mas o envolvimento dos EUA no conflito e o
ataque a navios brasileiros por parte da marinha alem exigiram uma postura radical de Vargas contra as
naes do eixo.
1944
O Brasil teve uma importante participao no conflito, com destaque para a vitria do nosso exrcito na batalha
de Monte Castelo na Itlia.
Fato Importante: Internamente, os ltimos anos do Estado Novo foram marcados por fortes presses contra Vargas,
exigindo-se a redemocratizao do Brasil.
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(1945-1964) REPBLICA NOVA - poca marcada por importantes mudanas na economia e na sociedade
brasileira.
No mundo, foi estabelecida uma situao de grande tenso poltica entre as principais potncias. Os EUA e a
URSS passaram a liderar uma nova GUERRA, que ficou conhecida como Guerra Fria.
A GUERRA FRIA
Texto para anlise
Guerra Fria a designao atribuda ao perodo histrico de disputas estratgicas e conflitos indiretos entre os
Estados Unidos e a Unio Sovitica, compreendendo o perodo entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945)
e a extino da Unio Sovitica (1991).
Uma parte dos historiadores defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, representado pelos EUA e o
socialismo, defendido pela Unio Sovitica (URSS). Entretanto, as disputas durante a Guerra Fria foram muito
mais amplas e conplexas.
chamada fria porque no houve uma guerra direta entre as superpotncias, dada a inviabilidade da vitria
em uma batalha nuclear. A corrida pela construo de um grande arsenal de armas nucleares foi central
durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na dcada de 1960 at dcada de 1970 e sendo
reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente estadunidense Ronald Reagan Guerra nas Estrelas.
Dada a impossibilidade da resoluo do confronto no plano estratgico, pela via tradicional da guerra aberta e
direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotncias passaram a disputar poder de influncia
poltica, econmica e ideolgica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos
Estados Unidos e Unio Sovitica em diversas guerras regionais, onde cada potncia apoiava um dos lados
em guerra. Estados Unidos e Unio Sovitica no apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando
influncia poltico-ideolgica, mas tambm para mostrar o seu poder de fogo e reforar as alianas regionais.
A Guerra da Coreia (1950-1953), a Guerra do Vietn (1962-1975) e a Guerra do Afeganisto(1979-1989) so os
conflitos mais famosos da Guerra Fria. Alm da famosa tenso na Crise dos msseis em Cuba (1962) e, tambm
na Amrica do Sul, a Guerra das Malvinas (1982). Entretanto, durante todo este perodo, a maior parte dos
conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarizao entre EUA e URSS.
Esta polarizao dos conflitos locais entre apenas dois grandes plos de poder mundial, que justifica a
caracterizao da polaridade deste perodo como bipolar. Principalmente porque, mesmo que tenham existido
outras potncias regionais entre 1945 e 1991, apenas EUA e URSS tinham capacidade nuclear de segundo
ataque, ou seja, capacidade de disuaso nuclear.
Norte-americanos e soviticos travaram uma luta ideolgica, poltica e econmica durante esse perodo. Se um
governo socialista fosse implantado em algum pas do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia
como uma ameaa sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado aos EUA, logo
poderia ser visto com simpatia pelo sovitico e receber apoio.
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O POPULISMO
Historicamente, o populismo se identifica com certos fenmenos polticos tpicos da Amrica Latina,
principalmente a partir dos anos 30, estando associado industrializao, urbanizao e dissoluo das
estruturas polticas oligrquicas, que concentravam firmemente o poder poltico na mo de aristocracias
rurais. Da a gnese do populismo, no Brasil, estar ligada Revoluo de 1930, que derrubou a Repblica Velha
oligrquica, colocando no poder Getulio Vargas, que viria a ser a figura central da poltica brasileira at seu
suicdio em 1954. Sua caracterstica bsica o contato direto entre as massas urbanas e o lder carismtico
(caudilho), supostamente sem a intermediao de partidos ou corporaes.
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CARTA-TESTAMENTO DE VARGAS
Mais uma vez, as foras e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. No
me acusam, insultam; no me combatem, caluniam e no me do o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e
impedir a minha ao, para que eu no continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
(...)
No querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionria que destrua os
valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcanavam at 500% ao ano. Nas declaraes de
valores do que importvamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhes de dlares por ano. Veio
a crise do caf, desvalorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preo e a resposta foi uma
violenta presso sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado ms a ms, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma presso constante, incessante, tudo
suportando em silncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se
queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a no ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue
de algum, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereo em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao
vosso lado. Quando a fome bater vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vs e vossos
filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a fora para a reao. Meu sacrifcio vos manter
unidos e meu nome ser a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue ser uma chama imortal na vossa
conscincia e manter a vibrao sagrada para a resistncia. Ao dio respondo com o perdo.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitria. Era escravo do povo e hoje me liberto
para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo no mais ser escravo de ningum. Meu sacrifcio ficar
para sempre em sua alma e meu sangue ser o preo do seu resgate. Lutei contra a espoliao do Brasil. Lutei
contra a espoliao do povo. Tenho lutado de peito aberto. O dio, as infmias, a calnia no abateram meu
nimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereo a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro
passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na Histria. Getlio Vargas
Nacionalismo e intervencionismo
Sem dvida, um dos maiores legados do varguismo foi a implementao de um projeto desenvolvimentista
baseado na forte presena do Estado em reas consideradas cruciais para o desenvolvimento do pas. Atuando
como regulador ou empreendedor de certas atividades econmicas, a interveno estatal tinha por objetivo
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papel preponderante e central. Foi com esse objetivo que, em seu segundo mandato, Vargas elaborou uma
poltica desenvolvimentista baseada no fortalecimento da indstria de base: siderurgia, petroqumica, energia
e transportes.
No primeiro ano de seu governo, Vargas estabeleceu o monoplio estatal sobre o petrleo, a partir de uma
campanha de cunho nacionalista que recebeu forte apoio popular. A campanha foi denominada de O petrleo
nosso e conseguiu galvanizar o apoio do povo ao governo federal. A partir dela, criou-se a empresa estatal
Petrobrs, que monopolizou as atividades de explorao e refino do todas as reservas de petrleo encontrado
em territrio brasileiro.
Modernizao acelerada
O acelerado processo de modernizao do pas provocou vertiginosas ondas migratrias do campo para as
cidades, fazendo surgir um expressivo contingente de trabalhadores urbanos, ou seja, operariado e classe
mdias. Foram essas classes sociais que formaram a base de sustentao do populismo. Enquanto os
governantes e lderes polticos foram capazes de controlar essas camadas sociais, e o Estado foi capaz de
responder plenamente s demandas populares, o populismo funcionou de forma estvel.
O governo Vargas, porm, se deparou com situaes em que a necessidade de implementao de reformas
econmicas e projetos desenvolvimentistas comprometeram a capacidade do Estado de fornecer respostas
adequadas aos anseios e interesses populares, como por exemplo, aumento de salrios, direitos sociais, etc.
Por outro lado, diversos setores das camadas populares, principalmente o operariado, passaram a se organizar
autonomamente, dificultando a manipulao poltica de seus interesses por lderes demaggicos.
Quando assumiu a presidncia da Repblica, Vargas se deparou com um operariado que rapidamente se
reorganizava e buscava definir seus interesses e agir autonomamente. No transcurso de seu governo, inmeras
greves de trabalhadores e movimentos sociais tendo como motivao bsica exigncias de aumento salariais
e denncias do alto custo de vida ocorreram por todo o pas.
A crise poltica
A ascenso e a radicalizao dos movimentos populares, fora do controle estatal, so considerados os
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principais fatores desencadeadores da crise poltica que levaria ao fim o governo Vargas. De acordo com
essa linha interpretativa, as classes dominantes ficaram temerosas com o avano dos movimentos populares
e discordaram do modo como o governo respondeu s exigncias e demandas sociais que irromperam no
cenrio poltico da poca.
A oposio ao governo varguista foi crescendo paulatinamente medida em que o pas era agitado por
manifestaes de protesto e greves trabalhistas. Crticas e presses oposicionistas minaram rapidamente a
estabilidade governamental. Na rea da poltica institucional, os principais grupos oposicionistas ao governo de
Getlio Vargas faziam parte da Unio Democrtica Nacional (UDN), que o acusava constantemente de planejar
um golpe em conluio com lderes sindicais, objetivando criar um regime socialista no pas.
Na rea da imprensa, o antigetulismo ganhou fora com a atuao do jornalista Carlos Lacerda, que em
seus pronunciamentos e artigos denunciava recorrentes casos de corrupo e desmandos administrativos do
governo federal.
O presidente se defendia das crticas, argumentando que grupos subalternos, ligados a interesses internacionais
e nacionais, haviam se unido na tentativa de impedir que o governo avanasse na rea de proteo ao trabalho,
de limitaes de remessa de lucros das empresas multinacionais para o estrangeiro e de fortalecimento das
empresas pblicas, sobretudo aquelas ligadas rea de energia.
O suicdio de Getlio
Depois do episdio da rua Toneleros, os grupos oposicionistas exigiram o afastamento de Vargas da presidncia
da Repblica. Setores das Foras Armadas e da sociedade civil se uniram aos grupos de oposio e exigiram
que Vargas renunciasse. No dia 24 de agosto, um ultimato dos generais, assinado pelo ministro da Guerra,
Zenbio da Costa, foi entregue a Vargas.
O presidente se encontrava no Palcio do Catete, quando redigiu uma carta-testamento e suicidou-se com um
tiro no peito. O impacto provocado pela notcia do suicdio de Vargas e pela divulgao da carta-testamento foi
intenso e acabou se voltando contra a oposio. Grandes manifestaes populares de apoio ao ex-presidente
estouraram em vrias cidades do pas.
Comcios organizados por lderes sindicais e polticos ligados ao getulismo responsabilizavam a UDN e o
governo norte-americano pelo fim dramtico de Getlio. rgos de imprensa, como o jornal O Globo, entre
outros, e a embaixada dos Estados Unidos foram alvo de ataques populares. Greves de trabalhadores tambm
ocorreram como forma de protesto. Depois de algumas semanas, as manifestaes e agitaes populares
cessaram.
Com a morte de Vargas, assumiu o governo o vice-presidente Caf Filho, que ficou encarregado de completar o
mandato at o fim de 1955. O suicdio de Vargas, porm, acabou sendo muito explorado, tanto por polticos que
o apoiavam como por grupos da oposio, nas disputas eleitorais legislativas e presidencial.
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Indstria de base
5. Educao
Juscelino foi o ltimo presidente da Repblica a assumir o cargo no Palcio do Catete. Foi empossado em 31
de janeiro de 1956, e, governou por 5 anos, at 31 de janeiro de 1961. Seu vice-presidente, eleito tambm em 3
de outubro de 1955, foi Joo Goulart.
O Plano de Metas
Em seu mandato presidencial, Juscelino lanou o Plano Nacional de Desenvolvimento, tambm chamado de
Plano de Metas, que tinha o clebre lema Cinquenta anos em cinco.
O plano tinha 31 metas distribudas em 5 grandes grupos: Energia, Transportes, Alimentao, Indstria de base,
Educao, e, a meta principal ou meta-sntese: Braslia. O Plano de Metas visava estimular a diversificao
e o crescimento da economia brasileira, baseado na expanso industrial e na integrao dos povos de todas
as regies do Brasil atravs da nova capital localizada no centro do territrio brasileiro, na regio do Brasil
Central.
A estratgia do Plano de Metas era corrigir os pontos de entrangulamento da economia brasileira, em
termos atuais reduzir o custo brasil, que poderiam estancar o crescimento econmico brasileiro (por falta de
estradas e energia eltrica) e reduzir a dependncia das importaes, no processo chamado de substituio
de importaes, j que o Brasil padecia de uma crnica falta de divisas externas (dlares).A convivncia
democrtica
Outro fato importante do governo de JK foi a manuteno do regime democrtico e da estabilidade poltica,
que gerou um clima de confiana e de esperana no futuro entre os brasileiros. Teve grande habilidade poltica
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para conciliar os diversos setores da sociedade brasileira, mostrando-lhes as vantagens de cada setor dentro
da estratgia de desenvolvimento de seu governo.
Seu maior adversrio foi Carlos Lacerda, com o qual se reconciliou posteriormente. Juscelino no permitiu o
acesso de Carlos Lacerda televiso durante todo o seu governo. Juscelino confessou a Lacerda, depois, que
se tivesse deixado Lacerda ter acesso a televiso, este o derrubaria.
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- Polticos cassados
- Grande Represso
* Mortos
* Torturados
* Desaparecidos
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- Censura
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do regime militar. Foi editado no dia 13 de dezembro, uma sexta-feira que ficou marcada para a histria
contempornea brasileira. Este ato inclua a proibio de manifestaes de natureza poltica, alm de vetar o
habeas corpus para crimes contra a segurana nacional (ou seja, crimes polticos). Entrou em vigor em 13
de dezembro de 1968. O Ato Institucional Nmero Cinco (Ai5), concedia ao Presidente da Republica enormes
poderes, tais como: fechar o Congresso Nacional; demitir, remover ou aposentar quaisquer funcionrios;
cassar mandatos parlamentares; suspender por dez anos os direitos polticos de qualquer pessoa; decretar
estado de stio; julgamento de crimes polticos por tribunais militares, etc.
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O Bbado e A Equilibrista
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Depois de So Paulo, o movimento se espalhou por outros Estados entre 1975 e 1977.
O manifesto do grupo foi lido por Therezinha na Cidade do Mxico, em 1975, durante conferncia da ONU
(Organizao das Naes Unidas) sobre o Ano Internacional da Mulher.
O movimento logo se expandiu, com a adeso de outros setores, entre eles a Igreja Catlica, o CBA (Comit
Brasileiro pela Anistia), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a ABI (Associao Brasileira de Imprensa).
Organizado em 1978, o CBA deu carter mais amplo campanha iniciada pelas mulheres em 1975. Em
novembro de 1978, todas essas organizaes se reuniram no Primeiro Congresso Nacional pela Anistia, em
So Paulo.
Luiz Eduardo Greenhalgh, presidente da executiva nacional do CBA, afirma que o projeto inicial do regime
militar para a anistia era restrito e atribui sua ampliao presso popular.
A nica luta que a esquerda ganhou durante o regime militar foi a anistia, conquistada dentro do prprio
regime. ramos radicais, pois queramos a anistia ampla, geral e irrestrita, diz Greenhalgh, que tambm
atuava como advogado de presos polticos.
A anistia no foi uma coisa gratuita, resultado da benevolncia do presidente Figueiredo. A idia cresceu com
a resistncia da sociedade civil, afirma o ministro da Justia, Jos Carlos Dias, advogado de presos polticos
militante do movimento pela anistia.
Aprovada, por 206 a 201, durante a vigncia do regime, a anistia no foi to ampla, geral e irrestrita como
pretendiam seus defensores. De acordo com a lei aprovada, foram excludos os condenados pela prtica de
crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal.
Mas, de qualquer forma, ela permitiu a libertao de praticamente todos os presos polticos e a volta ao pas de
pelo menos 5.000 exilados. Entre os que voltaram, estavam lideranas de esquerda, como os ex-governadores
Leonel Brizola e Miguel Arraes e o lder comunista Lus Carlos Prestes. Apesar de ter sido restrita, a anistia
acabou cumprindo seus objetivos, afirma o secretrio da Justia de So Paulo, Belisrio dos Santos Jnior,
outro advogado de presos polticos que participou do movimento.
A campanha pela anistia ganhou um considervel peso institucional com a adeso do senador Teotonio Vilela
ideia. Arenista, o senador presidida a comisso mista responsvel pela anlise do projeto no Congresso.
No dia 15 de abril de 1979, Vilela deixa o partido governista e filia-se ao MDB. No ms seguinte, comearia a
chamada peregrinao pelas cadeias de todo o pas onde havia presos polticos.
Inicialmente defensor da excluso dos chamados crimes de sangue e de terrorismo da anistia, Vilela decidiu
conhecer de perto as pessoas acusadas desses atos.
No encontrei nenhum terrorista, mas jovens idealistas que arriscaram suas vidas pelo bem do Brasil, disse
Vilela ao final de sua primeira visita, em So Paulo. E acrescentou: Convidaria todos para se hospedarem em
minha casa, convite que no fao a muitos ministros do atual governo.
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OPOSIO
PDT Brizola
1984: Eleio para presidente de acordo com a lei Eleio indireta (colgio eleitoral)
Campanha das DIRETAS J
Foi a mais importante campanha de toda a nossa histria, mobilizando milhes de brasileiros.
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A Nova Repblica
Governo de Jos Sarney (1985/1990)
O mandato de Jos Sarney foi marcado pelos altos ndices inflacionrios e pela existncia de vrios planos
econmicos: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e Plano Vero (1989). O plano de maior repercusso
foi o Plano Cruzado, que, procurando conter a inflao determinou: congelamento de todos os preos por
um ano; abono salarial de 8%, e reajustados aps um ano, ou quando a inflao atingisse 20%; extino da
correo monetria e o cruzeiro perdia trs zeros e passava ser chamado de cruzado.
Por ser um governo de transio democrtica, importantes avanos polticos ocorreram, como a convocao de
uma Assemblia Constituinte que elaborou e promulgou a Constituio de 1988 Constituio Cidad- que
estabeleceu as eleies diretas em todos os nveis; a legalizao dos partidos polticos de qualquer tendncia;
instituio do voto facultativo aos analfabetos, jovens entre 16 e 18 anos e pessoas acima de 70 anos; fim da
censura; garantido o direito de greve e a liberdade sindical; ampliao dos direitos trabalhistas; interveno
do Estado nos assuntos econmicos e nacionalismo econmico ao reservar algumas atividades s empresas
estatais.
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