Apontamentos de Direito Comunitário II
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Apontamentos de Direito Comunitário II
Faculdade de Direito
sade ou a falta de dinheiro, tem de se ensinar aos homens sem que eles percebam que a lei a palavra
de quem tem direito de comandar os outros, assim conveniente que os tribunais no mandem para que
o poder poltico controle o direito dos cidados.
Hobbes diz tem razo quem vence e, assim sendo, para que o povo no questione esta afirmao,
que manter entretido em conflitos pessoais de insatisfao, de medo e de insegurana para que afinal
esses homens deleguem a sua fora no tal poder que o nico detentor de alma.
Quando Hobbes se refere inveja ele diz h que transmitir ao Homem a falsa ideia de que ele
superior ao seu vizinho, ao seu amigo, ao seu colega ou a outros povos de outras Naes, assim fica
convicta que manda e, no se d conta de que est a ser mandado. Para Hobbes, o pacto social s
pode existir como uma alienao de direito, j que o estado o nico com capacidade para determinar
quais os pactos que se mantm e, quais os que nunca sero reconhecidos, nomeadamente o direito
natural dos homens nunca deve ser reconhecido pelo poder poltico.
O soberano passa a ter direitos ilimitados sem que a sociedade se d conta e, para ele, votar s pode
querer dizer autorizo essa pessoa a governar-me e abandono-lhe o direito de pensar por mim. A isto
se chama o pacto de sujeio, o Leviat. Assim, se entende melhor o quanto Hobbes analisou que se
deve colocar os Homens uns contra os outros, provocar as guerras, criar indisciplina atravs das
manifestaes enquanto o poder poltico as concede mas de forma totalmente controlada.
Assim, o homem passa a ter uma vida submetida e esperar que um messias tirnico tire o melhor
proveito da instabilidade econmica e social para levar o homem insatisfao total, ao medo de uma
morte lenta e concordar que afinal quem o tiraniza e quem o no deixa ser um homem culto visa apenas
controlar o homem que no sabe pensar.
Thomas diz tem de se transmitir ao homem de forma subtil que ele solitrio, pobre, inculto, brutal,
estpido e dependente. Tem o Homem que julgar que algum o vai salvar e que esse algum que vai
dar o seu voto, mas um voto com Leviathan, ou seja, com pacto de sujeio.
Para Hobbes, os pases devem de arranjar motivos para fazerem guerras uns aos outros, ao menos de X
em X anos. De tal forma, que a impressa que a felicidade no mundo pela paz possa levar
desobedincia do poder poltico. Cada homem deve de ser instigado a ser inimigo do outro homem
desde muito jovem.
O Leviathan um poder que est acima da Lei e que leva a que o prprio poder poltico no
obedea ao principio da legalidade. Assim, o contrato social serve para manter um homem
insatisfeito ao ponto de entender que deve de legar o seu poder de pensar noutro homem, visto
aqui como o poder acima da lei.
Banco Central Europeu (BCE)
O Banco Central Europeu o banco responsvel pela moeda nica que o Euro e o centro do sistema
europeu de bancos centrais.
O BCE trabalha em conjunto com o sistema europeu de bancos centrais dos 27 pases e funciona com
total independncia (= no aceitam cunhas).
Os Bancos Centrais Nacionais e os membros dos respectivos rgos de deciso no podem solicitar
nem receber ordens de qualquer outro rgo, mesmo do BCE. (= No pode receber ordens
directamente)
As instituies e os governos dos estados-membros da UE devem respeitar este principio e no
procurar influenciar o BCE ou qualquer outro Banco Central Nacional.
O BCE tem a obrigao de manter a estabilidade dos preos para que, o poder de compra do Euro no
seja afectado pela inflaco, o que quer dizer que, se esfora para que o aumento anual dos preos no
consumidor seja inferior a 2%.
Ao controlar a massa monetria implica que se fixam as taxas de juro para toda a Zona Euro e o BCE
que controla a massa monetria1.
O BCE cosa da personalidade jurdica e com isto, a total independncia que j referimos inerente s
instituies nacionais e comunitrias.
Banco Europeu de Investimentos (BEI)
Este banco foi criado em 1958 e sobretudo concede emprstimos a longo prazo, visa o
desenvolvimento das regies mais desfavorecidas de um pas, a modernizao das empresas e as infraestruturas desse mesmo pas.
Os emprstimos deste banco norteiam-se por princpios que os estados-membros devem de justificar
como locais a desenvolver fora dos grandes centros urbanos.
Tem em vista o BEI o apoio s PME criadas particularmente fora dos grandes centros urbanos.
Tambm tem em conta a viabilidade ambiental, ou seja, se lhes for recomendado que h uma
necessidade de criar ou transformar gua no possvel em gua potvel, o BCE tem em conta essa
prioridade.
O BEI tambm tem em vista apoiar as chamadas execues, de iniciativa criadores de trabalho. O BEI
visa ainda desenvolver os transportes e a energia. O banco assegura-se da viabilidade tcnica e
econmica dos projectos e, tem participado nas estratgias de Lisboa que tm sido definidas
inclusivamente pelo crescimento da moda Lisboa. Entende o BCE que as PME so muito mais
importantes para a formao de emprego do que as grandes empresas. Alm do que, as Comunidades
Africanas pode atravs do Estado onde resida solicitar verbas para desenvolver importaes e
exportaes entre, neste caso de Portugal e: Angola, So Tom e Prncipe, etc.
Estado Exguo
O Estado Exguo tambm conhecido por microestado. exguo todo o Estado que se v obrigado a
delegar a sua soberania noutro Estado sendo a sua independncia unicamente formal, normalmente
possuem um substrato populacional e relevante e, territrios escassos. No fundo, tratam-se de Estados
protegidos no sentido de que so Estados que reconhecem a um outro Estado como seu soberano e,
que lhe paga normalmente um tributo como forma de reconhecimento da vassalagem.
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Estes Estados delegam de facto num outro Estado parte da sua soberania para efeitos de Soberania
Nacional e, consubstanciam-se assinando atravs das Relaes Internacionais um Tratado
Internacional. Tambm h quem chame a estes Estados, Estados Neutralizados, entendendo-se assim,
nomeadamente, por abdicarem do Direito de possuir foras armadas estaduais, o que impede de levar a
cabo conflitos armados.
Estes Estados tm ainda jurisdio territorial e, possuem uma populao e inclusive instituies
pblicas estveis. No Direito das Relaes Internacionais, diz-se que em razo da sua exiguidade parte
das suas competncias, so confiadas normalmente a Estados vizinhos. O que quer dizer que, a
Segurana Externa confiada a potncias externas e, por bvio, as restantes soberanias olham com
reticncias a personalidade internacional dos microestados ou dos Estados Exguos, como o caso de
Andorra, Vaticano, Mnaco, So Marinho e Naur.
Quem adormece em Democracia, acorda em Ditadura.
Comisso da Unio Europeia (UE)
Em relao Comisso da UE, existe um direito de iniciativa, ou seja, o processo legislativo inicia-se
exactamente com uma proposta da Comisso sem a qual no pode levar-se a cabo nenhum Acto
Legislativo com UE.
A Comisso visa defender os interesses europeus, sendo que as propostas devem refletir a prpria
opinio da Comisso acerca daquilo que mais conveniente para a UE, cujo interesse deve prevalecer.
(= O Sufrgio que limita o poder)
A Comisso Europeia deve efectuar um maior nmero de consultas possvel, antes de dar por definitivo
um projecto, devendo ouvir organizaes empresariais, sindicatos, e de mais especialistas. Este reforo
foi dado pelo Tratado de Lisboa.
Respeitar o Princpio da Subsidiariedade (visa determinar o nvel de interveno mais pertinente nos
domnios de competncias partilhadas entre a UE e os EstadosMembros) para se certificar que, a
Unio s adopta medidas quando sejam realmente as mais eficazes a nvel dos estados-membros.
Sendo que, este princpio tem consagrao o prprio Tratado da UE.
Quando a Comisso remete oficialmente uma proposta ao Conselho de Ministros da UE e, ao
Parlamento, o processo normativo da UE passa a depender de trs instituies: Conselho, Parlamento e
a Comisso. de assinalar tambm que a Comisso no tem direito de iniciativa legislativa, nem
Poltica Externa, nem Segurana Comum, nem em Justia (Assuntos Internos), ainda que, possa
participar em debates.
Relaes da Europol e Eurojust como polticas de Segurana Comum que levantaram a questo da UE
devem ou no ter um exrcito prprio.
Extraterritorialidade2 = Leis da UE
Territorialidade3 = Leis Nacionais
2
Extraterritorialidade = Estado ou privilgio do que est isento, total ou parcialmente, da lei ou da jurisdio dos tribunais do
pas em que se encontra.
3
Territorialidade = Estatuto a que esto subordinadas as decises relativas ao territrio de um cidado ou de uma nao.
Conselho da Europa
O Conselho da Europa uma organizao internacional fundada a 5 de Maio de 1949 e a mais antiga
instituio europeia em funcionamento, sendo os seus objectivos a defesa dos direitos humanos, o
desenvolvimento democrtico e a estabilidade poltico-social na Europa.
Tem personalidade jurdica reconhecida pelo direito internacional e serve cerca de 800 milhes de
pessoas em 47 Estados, incluindo os 27 que englobam a UE.
Dentro do Conselho da Europa encontra-se a conveno europeia dos Direitos Humanos e o Tribunal
Europeu dos Direitos Humanos e, para esse tribunal que so encaminhados os processos em que os
Europeus acham que um determinado Estado-Membro violou um ou vrios direitos.
A sede do Conselho em Frana, em Estrasburgo. O francs a lngua oficial.
Conselho da Unio Europeia
O Conselho da Unio Europeia tambm conhecido simplesmente por Conselho constitui a principal
instncia de deciso da Unio Europeia.
o local onde a expresso da vontade, dos estados-membros tida em conta a nvel ministral e em
funo das questes a analisar o Conselho rene-se em diferentes firmaes.
Exemplo: Para a poltica externa (onde se inclu a de defesa), economia, finanas, educao, etc.
De entre as funes do Conselho, trata-se do rgo legislativo que tem o poder de co-deciso.
Tambm celebra em nome da UE os Acordos Internacionais.
O Conselho Europeu tambm referido como Cimeira Europeia que constitui o mais alto rgo da UE,
desde logo porque composto pelos chefes de Estado ou de Governo, por Estado-Membro e,
presidida pelo Presidente da Comisso Europeia e ainda, presidida por quem tem a presidncia do
Conselho da UE.
Principio da Igualdade
Principio da Igualdade de Oportunidades, assegura que todos os cidados, seja qual for o seu EstadoMembro, etnia, ou sexo, ou crenas, ou condies fsicas tm acesso s mesmas oportunidades.
A Igualdade de Oportunidades, constitui um principio geral, cujas duas vertentes so a igualdade entre
homens e mulheres.
Trata-se de um principio a aplicar em todos os domnios, nomeadamente na vida profissional, na
educao, no acesso a cuidados de sade e a bens ou servios.
Para reiterar os princpios de no discriminao, h que ter a maturidade cultural para perceber que a
nvel religioso, lingustico, laboral, direito das crianas e dos idosos, direitos dos animais e das plantas,
so todos eles uma realidade nica a defender.
(Carta dos Direitos Fundamentais; Igualdade de Tratamento de Homens e Mulheres na UE e o
Princpio da No Descriminao).
Principio da Solidariedade
Principio da Solidariedade defende que as regies e os cidados mais desfavorecidos devem ser
ajudados de forma a minimizar essas dificuldades pois todos devem ter direito s mesmas
oportunidades.
Graas a um instrumento financeiro de solidariedade, a UE pode prestar assistncia aos EstadosMembros e aos pases que esto a negociar a sua adeso UE e que so afectados por catstrofes de
grandes propores, includo situaes de emergncia no domnio de sade pblica.
Principio da Transparncia
Principio da Transparncia leva a que os cidados europeus possam ter acesso a todos os documentos
das instituies europeias, salvo em casos especficos quando os acessos a esses documentos possam
prejudicar os interesses das pessoas ou entidades que estejam envolvidas em processos judiciais.
As instituies da UE tem a responsabilidade de realizar o seu trabalho e o regulamento de forma mais
transparente possvel. E, o Regulamento de 31 de Maio de 2001 aplica este direito de acesso aos
documentos, quer do Parlamento, quer do Conselho, quer da Comisso, salvo os casos em que, esteja
em perigo a Segurana Nacional, os pedidos de todos.
Os cidados devem de ser aceites e dada uma resposta num prazo de trs semanas. A isto se chama o
acesso informao.
5
Prejudicial (=questo prvia) prvio de um julgamento que o Tribunal vai dar. Exemplo: Divrcio-Casamento;
Herana/Partilha.
6
Remete para o artigo 8 C.R.P.
7
Vigora nos 27 Estados-Membros (E.M); Uniformizao do Direito.
8
Contratual (= decorre de um contrato) Extracontratual (= no decorre de um contrato; responsabilidade pelo risco de
alguns danos).
CURIOSIDADES:
Organizao Internacional de Trabalho (OIT)
A OIT uma das instituies especializadas da Organizao das Naes Unidas. Foi criada em
1919 para defender os direitos dos trabalhadores e para promover o desenvolvimento e a melhoria das
suas condies de trabalho. Como tal, ocupa um lugar prprio na Histria do sindicalismo. A OIT foi
fundada depois da Primeira Guerra Mundial pela Sociedade das Naes. Em 1946, e j depois do
estabelecimento da ONU, foi a primeira instituio a filiar-se nas Naes Unidas. As suas primeiras
aes estiveram ligadas criao de legislao que promovesse os direitos dos trabalhadores.
Atravs da elaborao de normas internacionais do trabalho, que no seu conjunto se denominam como,
Cdigo Internacional do Trabalho, so feitas convenes, de carcter vinculativo e sujeitas a ratificao
por parte dos estados-membros e so ainda emitidas recomendaes de forma a orientar a futura
legislao. Todas as normas esto sujeitas a uma reviso peridica, sempre que se tornar necessrio.
Sediada em Genebra, o rgo supremo da OIT a Conferncia Internacional do Trabalho, assembleia
dos estados-membros. Alm dos representantes dos governos ainda podem participar na assembleia os
representantes dos empregados e dos trabalhadores.
A OIT elabora estatsticas e faz pesquisas a nvel mundial acerca de problemas sociais como o
desemprego, o subemprego, as relaes de trabalho e a proteo dos direitos humanos dos
trabalhadores. Entre estas questes, vem ocupando, de alguns anos a esta parte, um lugar especial o
problema do trabalho infantil. Em 1969, foi galardoada com o Prmio Nobel da Paz. Conta atualmente
com mais de 150 naes associadas.
Comunidade ACP
A comunidade ACP constituda por vrios pases do espao frica, Carabas e Pacfico, cuja
unio visa a elaborao de polticas centradas no seu desenvolvimento para alm de ajuda mtua. Um
dos seus pontos basilares a Conveno de Lom, assinada em 1975 na capital do Togo, entre os ento
nove estados-membros da Comunidade Europeia e 46 pases ACP. Posteriormente foram feitas vrias
revises do texto, que agora une os 15 Estados-membros da Unio Europeia e 70 pases ACP. Os
objetivos desta conveno tem como objetivo primeiro promover e acelerar o crescimento dos
estados ACP, respeitando sempre a soberania e independncia de cada Estado. Esta uma forma
de auxiliar o desenvolvimento dos pases mais carecidos.