Jaime Amparo Alves

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Jaime Amparo Alves: " A morte negra morte

produzida, necropoltica"
Seg, 21 de Maio de 2012 16:38

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No incio de maio, pelo menos 40 organizaes populares se reuniram na cidade de So Paulo


para lanar a Frente Pr-Cotas Raciais. O encontro ocorreu duas semanas aps o Supremo
Tribunal Federal (STF) declarar a constitucionalidade da reserva de vagas para negros em
instituies pblicas de ensino superior.
A mobilizao se deu quando os reitores das trs universidades estaduais paulistas (USP,
UNESP e Unicamp) anunciaram que a deciso dos ministros no provocar nenhuma alterao
em seus processos seletivos. O primeiro ato poltico da Frente foi a realizao de uma Aula
Pblica, na semana da Abolio, no interior da Faculdade de Direito do Largo So Francisco.
Anteriormente, muitas dessas organizaes formaram o Comit contra o Genocdio da
Juventude Negra, para denunciar a violncia policial e a ausncia de polticas pblicas voltadas
para essa parcela da populao.

Em entrevista Radioagncia NP, do grupo Brasil de Fato, Jaime Amparo Alves, doutor em
Antropologia e Pesquisador do Departamento de Estudos Africanos e Afro-Americanos da
Universidade do Texas (EUA), interpreta as recentes mobilizaes como um indicativo de que
possvel uma reaproximao das entidades do movimento negro, fragmentado com a
aprovao de um Estatuto da Igualdade Racial esvaziado.
A esquerda brasileira esquizofrnica ao esperar que se resolva o problema de classe para
que um dia a questo racial seja, enfim, posta na mesa de debates, analisa o antroplogo. Eu
descobri isso quando vi minha me envelhecendo na cozinha dos companheiros
revolucionrios. Entre outras anlises, ele v So Paulo como uma necropolis que ambienta
nas relaes sociais e nas polticas governamentais as prticas genocidas anti-negro.

A ltima mobilizao nacional do movimento negro foi em torno do Estatuto da


Igualdade Racial. Porque houve fragmentao depois da "aprovao"?
O Estatuto da Igualdade Racial j nasceu morto. Se tem algo no Brasil que exemplifica o
impasse poltico para uma agenda negra revolucionria, o Estatuto. Ele serviu como
esvaziamento poltico-ideolgico e colocou em lados opostos lideranas negras com
contribuies histricas contra o racismo. De um lado, aqueles vislumbrados com as migalhas
polticas acenadas pelo Petismo. De outro, aqueles que entendem a luta negra para alm das
concesses estatais. O Estatuto mostrou mais uma vez as artimanhas do racismo brasileiro:
ele opera a partir da despolitizao da categoria raa e da falsa ideia de que preciso
substituir as ruas pelos gabinetes em Braslia. O que se viu foram lideranas com o pires nas
mos negociando cada exigncia ao ponto de, no fim, o lema ser mais vale um estatuto vazio
na mo do que um perfeito engavetado. As dificuldades em torno de uma unidade
programtica na militncia pem um desafio construo da agenda radical negra. Eu acho
que um dos impasses reconhecer ou no a natureza anti-negro do Estado brasileiro, em
particular, e do modelo capitalista em geral. Se para as organizaes negras radicais os
terrenos esto bem demarcados, me parece que falta rumo a outras, e olha que estou
consciente das implicaes polticas de uma crtica pblica s organizaes negras no contexto
do racismo anti-negro brasileiro. Se negras e negros so os ltimos da fila depois de
ningum, deste lugar social que pode nascer um projeto radical em tempos de dystopia. A
pergunta se a aprovao do Estatuto e a constitucionalidade das cotas pelo STF vo esfriar
ou dar novo gs agenda negra. Mais do que nunca, a gente precisa de uma radicalidade
negra que recupere a crtica ao capitalismo racial e ao Estado como disposies anti-negras,
das quais no podem surgir transformaes sociais. Onde o movimento negro se posiciona: no
dilema revoluo ou reforma?

Considerando as composies polticas, ainda h possibilidades de unidade nas


bandeiras do movimento negro?
Acredito que h possibilidade de unidade e acredito que esta unidade se forja nas ruas. Aqui
est o que eu penso: o racismo anti-negro cria as condies materiais para a luta negra. Veja o
exemplo da campanha contra o genocdio negro, encampada por dezenas de organizaes
negras em So Paulo. A morte negra aparece aqui como o lugar histrico, permanente,
estrutural de onde forjamos uma identidade em movimento. No foi a morte de Robson Silveira
da Luz, em 1978, e os atos contnuos de discriminao sofrida por jovens negros na cidade que
deram origem ao MNU? Com isso quero dizer que, irnica e paradoxalmente, o sofrimento
social negro traz consigo as sementes revolucionrias porque no nos resta outra opo a no
ser resistir enquanto grupo organizado. Se a dominao racial no Brasil opera a partir do
esvaziamento poltico da categoria raa, os encontros dirios de negras e negros com as
tecnologias de dominao racial fazem surgir uma identidade explosiva, forjada na dor e na
raiva. Ai est a experincia comum que ultrapassa as diferenas polticas entre as
organizaes negras e cria o combustvel para a batalha poltica.

Por que h tanta resistncia em enxergar o racismo como problema estrutural, mesmo
dentro da esquerda?

Sua pergunta nos obriga a voltar questo anterior porque de certa forma o Estatuto visibiliza
bem essa esquizofrenia da esquerda em entender a especificidade da condio negra. Eu acho
que o debate empobrece quando as respostas que recebemos s nossas criticas esquerda
a de que ns negros e negras fragmentamos a luta, como se fssemos partidrios do DEM ou
do PSDB. Ns pedimos aos companheiros e companheiras das esquerdas: se quiserem ser
radicais/revolucionrios, no nos peam para ter pacincia porque no contexto da luta pela
sobrevivncia negra, ter pacincia um privilgio branco.
No podemos esperar que se resolva o problema de classe para que um dia a questo racial
seja enfim posta na mesa de debates. No! No h negociao se a esquerda progressista se
recusa a entender como a categoria raa informa a maneira como a opresso de classe
experienciada. a condio negra, o lugar do no-lugar, que sintetiza o que o feminismo
radical negro tem chamado de matriz da dominao no mundo contemporneo. Eu acho que
a dificuldade da esquerda em entender o racismo reside na recusa em entender o que
representou o trauma histrico da travessia do Atlntico negro.
O militante radical/revolucionrio branco encontra os limites da prxis revolucionria
exatamente quando confrontado com a sua prpria identidade. Eu descobri isso quando vi
minha me envelhecendo na cozinha dos companheiros revolucionrios. Estamos falando de
um trauma histrico que tem na cor da pele negra as marcas de todos os horrores de um
passado que se mantm entre ns. As feridas abertas com a travessia do Atlntico ainda no
cicatrizaram e no cicatrizaro to cedo. S quem negro entende o que estou falando em
termos de dor fsica e psquica. Ou a esquerda brasileira entende isso ou continuar
recolhendo os cacos do que sobrou do seu percurso de classe mdia branca, universitria. O
conceito abstrato e universalista de esquerda no convence nem a mim nem aos meus amigos
da quebrada.

Qual o significado poltico da ocupao do Shopping Higienpolis, em fevereiro de 2012,


visto que cerca de 30 organizaes participaram do ato?
A ocupao do Shopping Higienpolis tem um simbolismo muito importante. Primeiro, pelo
prprio significado que a palavra Higienpolis encerra. Essa rea onde o shopping est
plantado tem tambm um peso histrico muito grande porque ela nasceu como parte da Cidade
Nova, um projeto urbanstico que visava reestruturar o espao urbano no final do sculo XIX,
quando a elite cafeicultora dividiu a cidade em duas, varrendo os bairros predominantemente
negros. A nova cidade no poderia comportar os territrios negros das reas adjacentes do
centro porque o corpo negro representava um obstculo ao projeto de modernidade capitalista
que So Paulo copiava da Europa. Ao ocupar o Shopping Higienpolis, estamos deixando a
elite paulistana nua, assim como deixamos com o churrasco da gente diferenciada.
Nossas elites tm uma capacidade impressionante de reescrever a histria e se configurar
como progressista nas colunas dos jornales, de maneira tal que famlias tradicionais como a
Matarazzo, ou a Mesquita para lembrar de duas aparecem como vanguarda poltica na
boca de alguns. O que Andrea Matarazzo fez como sub-prefeito da S e o que Kassab fez na
cidade foi apenas reatualizar esse modelo de higienizao social que est no nascedouro de
So Paulo. Eu tenho sugerido o termo espacialidade macabra para descrever a cidade de
So Paulo. Sugiro que a gente leia/entenda a cidade como uma necropolis que ambienta nas
relaes sociais e nas polticas governamentais as prticas genocidas anti-negro. Ao ocupar o
Shopping Higienpolis, denunciamos as polticas programadas da morte negra, exigimos o
nosso direito cidade e mandamos um recado bem direto para a elite paulistana: vocs esto

construindo uma cidade muito perigosa. Qual a estratgia de luta para aqueles deserdados da
cidade neoliberal? Um dia a misria cansa, cuidado!

O que configura uma situao de genocdio?


Esta uma pergunta imprescindvel. O movimento negro tem caracterizado como genocdio
todas as polticas estatais que sistematicamente tm impactado negativamente na qualidade de
vida da populao negra. Se levarmos em conta o conceito de genocdio tal qual definido pela
resoluo de 9 de dezembro de 1948, da Assemblia Geral das Naes Unidas, o termo diz
respeito a todo o ato que visa destruir, matar, limitar a reproduo fsica, cultural e social de um
determinado grupo tnico-racial ou nacional. A resoluo vai ainda mais longe e configura como
genocdio as polticas que visam infringir condies de vida que pem o grupo em
desvantagem social em relao a outros grupos em determinada sociedade.
Na discusso que se seguiu ao conceito da ONU, o foco saiu do resultado das aes para a
intencionalidade, ou seja, ao se caracterizar um ato como genocdio haveria que se provar se o
estado teve inteno de levar a cabo tais polticas ou no. A pergunta aqui a seguinte: do
ponto de vista das vtimas importa provar a intencionalidade de um estado genocida? O que
dizer das polticas estatais que resultam em morte generalizada de um grupo social mesmo
quando o estado no prescreve tais polticas de eliminao no seu estatuto jurdico? Na era
dos direitos humanos, seria quase impossvel provar a existncia do genocdio contra
determinados grupos sociais se tivermos que provar a inteno estatal. Agora, dizer que porque
no h polticas oficiais de eliminao fsica baseadas em raa e etnicidade no haja praticas
genocidas uma outra histria.

No caso do Brasil, que aes evidenciam que h um projeto genocida em curso, como o
movimento negro vem denunciando?
O genocdio contra a populao negra to evidente que somente o cinismo cruel da nossa
elite intelectual poderia negar a sua existncia. No apenas a violncia homicida, com
vitimizao juvenil negra 1900% superior a branca em estados como Paraba e Alagoas, que
caracteriza o genocdio brasileiro. So tambm as ms condies de vida, as polticas de
limpeza urbana com os novos desabrigados como nos casos de Pinheirinho e a Favela do
Moinho em So Paulo. Ou ainda, a hedionda ao na chamada Cracolndia, para no falar
do sistemtico assassinato de pessoas em situao de rua e a poltica de encarceramento em
massa. H um tipo de morte que no o resultado do processo natural de nascer, crescer e
morrer. A morte negra morte produzida, necropoltica.
Quantos pessoas negras precisam morrer para que o massacre seja considerado genocdio?
Como fazer legvel aos olhos internacionais a economia do massacre que transforma as
cidades brasileiras em campos de guerra e a experincia negra urbana em tragdia
programada? Ainda assim, esbarramos nas dificuldades legais de levar o Estado brasileiro ao
banco dos rus. preciso que se diga, no entanto, que essa no uma dificuldade apenas
nossa. Ainda em 1950 um grupo de intelectuais negros estadunidenses protocolou uma petio
na ONU denunciando os Estados Unidos pelo genocdio da populao negra daquele pas.
Voc pode adivinhar qual o resultado da petio, certo? Se a ONU um organismo
internacional em que quem tem poder de voto e de veto so os super-poderes implicados eles
mesmos na ordem genocida, quem vai conden-los? Quem vigia os vigias?

Os autos de "resistncia seguida de morte" significam "licena para matar"?


Os autos de resistncia ou resistncia seguida de morte so no apenas licena para matar,
mas elas tambm sintetizam o que eu tenho chamado de antropofagia racial brasileira. Se no
mito fundacional da nao, os ndios devoraram os primeiros colonizadores, aqui temos o
inverso, esta uma nao que devora o corpo negro. O corpo negro, tenho dito, representa um
excesso de significados criminoso, feio, perverso, malvado, sujo que no lhe basta matar,
preciso negar qualquer possibilidade de humanidade. Quando a polcia aperta o gatilho, ela
est apenas traduzindo os significados da subalternidade negra historicamente produzidos. A
polcia mata em conformidade com um modelo de sociedade que em sua essncia antinegra, afinal o policial no um extraterrestre.
Ele parte de uma sociedade inerentemente racista. A licena para matar reitera o modelo de
relaes raciais em que no basta tirar a vida. preciso submeter o corpo negro a mltiplas
mortes; morte simblica, fsica, social. Percebo isso por exemplo no fato de que a policia no
apenas tem licena para matar, mas o morto tambm indiciado pelo Estado por resistir a
priso, o que o leitor pode muito bem chamar de morte dupla. Explico: a polcia mata, o
delegado lavra um boletim de ocorrncias baseado nos depoimentos dos policiais e o morto
caracterizado como bandido e indiciado. Isso nos remete, ento, mais uma vez
especificidade da condio negra.
A esquerda acha que o problema da violncia policial um defeito da democracia brasileira,
ou seja, melhorando a democracia, depurando as instituies e punindo os policiais haveria
uma sada para o genocdio negro. O que afirmamos precisamente o contrrio: qual o lugar
do corpo negro em um regime de cidadania racializado em que a morte negra no exceo,
mas a regra? Quais os limites de negociao com um estado democrtico de direitos
inerentemente anti-negro? Parece contradio, mas no . Direitos humanos e morte negra
caminham de mos dadas no Brasil da democracia racial.

Faa uma considerao sobre o potencial de mobilizao da juventude negra nos


cursinhos comunitrios. Eles podem ser espaos de resistncia ao genocdio?
A reside a esperana. O que em outra oportunidade o Douglas Belchior chamou de identidade
explosiva nasce a na quebrada. Os cursinhos comunitrios esto forjando uma nova
subjetividade negra. So jovens que se sabem excludos da cidade neoliberal, sabem quem
so os seus algozes e se reconhecem como agentes de sua prpria histria. O que me chama
ateno nos ncleos da Uneafro-Brasil, por exemplo, a criatividade em fazer tanto com to
pouco e a perspiccia poltica dos seus membros. Estamos falando de uma juventude que
cresceu nos anos 90, sob a gide de uma poltica neoliberal sanguinria. Encarceramento em
massa, violncia policial, desemprego, todos os tipos de vulnerabilidade social que configuram
o genocdio negro tiveram nos governos do PSDB dos ltimos vinte anos em So Paulo sua
expresso mxima. Este foi o contexto em que surgiram as experincias dos pr-vestibulares
comunitrios em So Paulo e essa a realidade que orienta a luta das organizaes. O fato de
serem essas organizaes as principais articuladoras da campanha contra o genocdio negro e
pelas aes afirmativas nas universidades estaduais paulistas mostra bem o potencial
revolucionrio de uma juventude excluda, para quem no resta outra opo a no ser resistir.

Qual o significado da deciso dos ministros do STF, que declararam constitucionais as


cotas raciais?
A deciso foi fruto da luta do movimento negro que, em todos esses anos, pautou a questo
racial mesmo com uma campanha generalizada da mdia contra as aes afirmativas. O STF
apenas confirmou o que ativistas negros tm dito ao longo dos anos: a democracia racial uma
promessa, no uma realidade. Depois de mais de 120 anos da abolio da escravido, onde
esto os negros na hierarquia social brasileira? Continuam com o mesmo status subalterno do
sculo XIX. A deciso do STF, como lembrou Aires Britto, abre caminho para o Brasil finalmente
se reencontrar consigo mesmo. Acho que pela primeira vez uma intelectualidade branca que
tem construdo suas carreiras acadmicas negando a existncia do racismo vai ter que aceitar
o peso social que a categoria raa tem na produo de desigualdades. Mas tem algo mais aqui:
um desafio que a militncia negra no se d por satisfeita e tome o momento presente como
um novo impulso luta pela emancipao plena. As cotas raciais so ponto de partida, no
ponto de chegada.

Como se explica a postura das universidades paulistas, que imediatamente anunciaram


que no promovero mudanas em seus processos seletivos?
O fato das universidades estaduais paulistas USP, Unesp e Unicamp decidirem no adotar
programas de aes afirmativas no nos surpreende. Essas instituies so disposies antinegro em sua essncia. Veja o que aconteceu recentemente no campus da Unesp Araraquara
onde inscries nas paredes associavam alunos africanos com animais. Na USP eu mesmo
tive meus encontros racializados no apenas nas tentativas de ingresso na ps-graduao da
instituio, como tambm quando da minha tentativa de visita a um certo Ncleo de Estudos da
Violncia, agora como pesquisador visitante. Inexplicavelmente, o professor branco se recusou
a me receber. Essas experincias cotidianas no so fatos isolados. Elas mostram como o
sentimento anti-negro est enraizado na burocracia e nas praticas cotidianas que desqualificam
nossa gente para o ingresso na universidade.
O agravante aqui que a universidade publica financiada com o dinheiro dos impostos da
coletividade. Ironicamente, so os mais pobres - aqueles sob os quais h uma desproporcional
taxao dos impostos, haja vista que o ICMS a fonte de recursos das estaduais paulistas quem paga para os filhos da elite estudar. O menino pobre do Capo Redondo paga pelo curso
de Medicina do playboy morador de Itaim Bibi. As universidades estaduais paulistas no iro
adotar cotas raciais porque elas representam projetos poltico-ideolgicos muito bem definidos.
Mas isso no quer dizer que elas sero imbatveis em seu cinismo cruel. A campanha do
movimento negro em So Paulo pelas aes afirmativas tem agora na deciso do STF um
combustvel a mais.
Colocar a militncia na rua e deixar a USP, por exemplo, nua perante o pas, uma meta. A
USP no pode continuar sendo um instrumento perverso de reproduo das desigualdades
raciais no pas. Sua comunidade acadmica precisa e deve ser envergonhada no apenas no
pas, mas tambm no exterior. Uma estratgia mapearmos todas as universidades
internacionais com as quais USP, Unesp e Unicamp possuem convenio e acionar os seus
parceiros para que no celebrem acordos com as universidades enquanto elas insistirem em
investir na supremacia branca.

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