8 Granulometria

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Captulo 8 - TEXTURA e ANLISE GRANULOMTRICA

Embora a NBR 6502 defina textura como conjunto de caractersticas de forma,


dimenso e arranjo dos elementos mineralgicos constituintes do solo, neste texto
consideraremos TEXTURA como a relao entre as dimenses das partculas de um
solo e as propores relativas com que as partculas com essas dimenses ocorrem no
solo. A medida da textura feita pela anlise granulomtrica.
ANLISE GRANULOMTRICA
OBJETIVO DA ANLISE: Obter as coordenadas que permitam traar a curva
granulomtrica.
CURVA GRANULOMTRICA o grfico semilogartmico, cujos pontos representam:
em ordenadas, em porcentagem, a massa dos gros ou partculas de dimenses
inferiores s indicadas, por seus logaritmos, nas abscissas. A escala das ordenadas
crescente, de baixo para cima e a das abscissas cresce a partir da esquerda.
C U R V A G R AN U LO M T R IC A
S ILT E

A R G ILA

Fina

A R E IA
M dia

G rossa

P E D R E G U LH O
M dio
G ros so

Fino

1 0 0 ,0 0 %
9 0 ,0 0 %
8 0 ,0 0 %

% passante

7 0 ,0 0 %
6 0 ,0 0 %
5 0 ,0 0 %
4 0 ,0 0 %
3 0 ,0 0 %
2 0 ,0 0 %
1 0 ,0 0 %
0 ,0 0 %
0 ,0 0 1

0,002

0 ,0 1

0,06

0 ,1

0,42

2,0

10

20

60

100

D im etro d os gros (m m )

Fig. 9.1: Curva granulomtrica (exemplo)

Neste texto, utilizaremos a escala granulomtrica adotada pela ABNT 6502/95


na nomenclatura das partculas.

Ateno: so utilizados os mesmos termos (argila, silte, areia) para


partculas em
certa faixa de tamanhos e para solos que tem seu comportamento dominante devido
presena (atuante) destas partculas. Isto motivo de confuso inicial para iniciantes
nesta cincia.
A curva granulomtrica permite distinguir tipos de textura diferentes: na figura
9.1 identificado um solo bem graduado, com distribuio contnua. Nas figuras 9.2 a
9.4, outros tipos de textura so apresentados como exemplos.

93

CURVA GRANULOMTRICA

CURVA GRANULOMTRICA
Fino

PEDREGULHO
Mdio
Grosso

Fina

0,01

0,42

0,1

0,06

2,0

10

20

60

CURVA GRANULOMTRICA
Fino

Grossa

PEDREGULHO
Mdio
Grosso

SILTE

ARGILA

Fina

AREIA
Mdia

Fino

Grossa

PEDREGULHO
Mdio
Grosso

100,00%

100,00%

90,00%

90,00%

90,00%

80,00%

80,00%

80,00%

70,00%

70,00%

70,00%

50,00%

0,002

AREIA
Mdia

100,00%

60,00%

0,001

SILTE

ARGILA

% passante

Grossa

% passante

AREIA
Mdia

Fina

% passante

SILTE

ARGILA

60,00%
50,00%

60,00%
50,00%

40,00%

40,00%

40,00%

30,00%

30,00%

30,00%

20,00%

20,00%

10,00%

10,00%

0,00%
100

0,001

0,01

0,002

0,06

0,1

0,42

2,0

10

20

60

20,00%
10,00%

0,00%
100

0,001

0,002

0,01

0,1

0,06

0,42

2,0

10

20

60

Dimetro dos gros (mm)

Dimetro dos gros (mm)

Dimetro dos gros (mm)

Fig. 9.2: Areia bem


graduada

Fig. 9.3: Solo desuniforme,


graduao aberta

Fig. 9.4: Solo muito


uniforme
(areia grossa)

0,00%
100

Obs: A classificao granulomtrica de um de solo deve ser feita pelo


comportamento do solo, no pela predominncia de gros de um determinado tamanho.
Para auxiliar a identificao das caractersticas de uniformidade e graduao dos solos,
so definidos os seguintes ndices, obtidos diretamente do grfico (ver figura 9.5):
DIMETRO EFETIVO (D10 ou De): o dimetro correspondente a 10% em peso total
de todas as partculas menores que ele.
O valor de D10 fornece uma das informaes necessrias para o clculo da
permeabilidade, utilizado no dimensionamento de filtros e drenos.
D30 e D60: dimetros correspondentes a 30% e 60% em peso total das partculas
menores que eles.
CURVA GRANULOMTRICA
SILTE

ARGILA

Fina

AREIA
Mdia

Fino

Grossa

PEDREGULHO
Mdio
Grosso

100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
% passante

60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%

0,001

0,002

D10

0,01

D30

0,1

D60

2,0

10

20

60

Dimetro dos gros (mm)

FIG 9.5: como se obtm D10, D30 e D60.

94

0,00%
100

GRAU DE UNIFORMIDADE (U):


O grau de uniformidade indica a falta de uniformidade, sendo tanto menor quanto mais
uniforme for o solo. (Milton Vargas prefere cham-lo grau de desuniformidade, e
simboliz-lo por D)
U = D60 / D10
Quanto menor, maior a inclinao da curva granulomtrica, e o solo melhor
graduado, segundo a seguinte classificao:
U < 5 muito uniforme
5 < U < 15 uniformidade mdia
U > 15 desuniforme
Alguns autores consideram solos uniformes os que tm grau de uniformidade menor
que 3, e desuniformes os que tm U>3.
COEFICIENTE DE CURVATURA (CC):
CC = (D 30) 2 / (D 10 . D 60)
Solos bem graduados tm 1 < CC < 3.
DETERMINAO DA COMPOSIO GRANULOMTRICA
O processo de determinao da composio granulomtrica de um solo envolve trs
fases:
1. Obter uma amostra representativa;
2. Obter a disperso das partculas da amostra de forma a conseguir a
individualizao das suas partculas;
3. Determinar a porcentagem das partculas com dimenses entre limites
determinados.
Neste texto, pressuposto que uma amostra de tamanho suficiente para a execuo da
anlise granulomtrica foi corretamente colhida no campo e foi preparada conforme as
especificaes da NBR6457 para os ensaios de caracterizao (secagem ao ar,
destorroamento). Aps ser feita sua homogeneizao dela retirada quantidade
suficiente para a execuo dos diversos ensaios de caracterizao. Um desses ensaios
a anlise granulomtrica, e o tamanho da amostra para este ensaio ser detalhado mais
adiante.
A anlise granulomtrica de solos pode ser realizada por peneiramento ou por uma
combinao de peneiramento e sedimentao.
NORMAS PARA CONSULTA
NBR 7181 Ensaio de Granulometria
NBR 5734 Especificao de peneiras para ensaio
NBR 6457 Preparao de amostras de solo para ensaio normal de compactao e
ensaios de caracterizao
NBR 6508 - Gros de solos que passam na peneira de 4,8 mm - Determinao da massa
especfica Mtodo de ensaio

95

APARELHAGEM PARA O ENSAIO DE GRANULOMETRIA:


1.

Estufa capaz de manter a temperatura entre 60o C e 65o C e entre


105oC e 110oC;

2.

Balanas que permitam pesar nominalmente 200 g, 1,5 kg, 5 kg e


10 kg, com resolues de 0,01g, 0,1g, 0,5g e 1g, respectivamente,
e sensibilidades compatveis;

3.

Recipientes adequados, tais como dessecadores, que permitam


esfriar amostras sem absoro de umidade;

4.

Aparelho de disperso, com hlices substituveis e copo munido

Estufa

Dessecador

de chicanas (a rotao da hlice do aparelho no dever ser


inferior a 9.000 rpm);
5.

Proveta de vidro, com cerca de 450 mm de altura, com


de
referncia indicando 1.000 cm3 a 20o C;

6.

Proveta de vidro, c/ capacidade de 250 cm3 e resoluo de 2


cm3;

7.

Bquer de vidro, com capacidade de 250 cm3;

8.

Tanque para banho, com dimenses adequadas imerso


das
provetas at o trao de referncia, capaz de manter a
temperatura
da suspenso aproximadamente constante durante a
fase
de
sedimentao. Este banho dispensvel quando o ensaio for
efetuado em ambiente com temperatura aproximadamente
constante.

9.

Densmetro de bulbo simtrico, calibrado a 20oC


de 0,001, graduado de 0,995 a
1,050;

10.

Termmetro graduado de 0oC a 50oC, com resoluo 0,1o C;

11.

Relgio com indicao de segundos;

12.

Agitador mecnico de peneiras com dispositivo para fixao


de at seis peneiras, inclusive tampa e fundo;

13.

Escova de cerdas metlicas;

14.

Baqueta (basto) de vidro;

15.

Bisnaga de borracha (piceta);

Aparelho de disperso

com

Piceta ou bisnaga

96

trao

resoluo

agitador de
peneiras

16.

Peneiras de 50, 38, 25, 19, 9,5, 4,8, 2,0 mm


(peneiramento grosso),
1,2, 0,6, 0,42, 0,25, 0,15,e 0,075 mm
(peneiramento fino), conforme a NBR 5734;
peneiras

EXECUO DO ENSAIO (NBR 7181/84)


1. Preparao da amostra
Por quarteamento, tomar a quantidade* de amostra preparada com secagem
prvia, de acordo com a NBR 6457.
*Tabela 9.1: Quantidade de amostra para anlise granulomtrica
Dimenso dos gros maiores contidos na
Quantidade mnima a tomar
amostra, determinada por observao
(kg)
visual (mm)
<5
1
5 a 25
4
>25
8
2. Operaes preliminares
2.1
Determinar com as resolues da Tabela 1 abaixo, a massa da amostra seca ao ar
e anotar como MT.
Tabela 1 Balana para a determinao do peso da amostra seca ao ar
Dimenso dos gros
maiores contidos na
amostra
[mm]
> 25
5 a 25
<5

Balana a ser utilizada


Capacidade
Nominal
[kg]
10
5
1,5

Resoluo
[g]
1
0,5
0,1

2.2. Passar este material na peneira de 2,0 mm, tomando-se a precauo


de
desmanchar no almofariz todos os torres eventualmente ainda existentes, de modo a
assegurar a reteno na peneira somente dos gros maiores que a abertura da malha.
Basicamente, o ensaio ser dividido em trs partes, o que pressupe a existncia das
seguintes amostras:
a)
todo o material retido na peneira (# 10) de 2,0 mm;
b)
material que passa na peneira 2,0 mm, do qual:
b.1) cerca de 100 g so usados para determinao da umidade, executada com
trs amostras de pelo menos 30 g ;
b.2) 120 g, no caso de solos arenosos, ou cerca de 70 g, no caso de solos
siltosos ou argilosos, para o ensaio de sedimentao e/ou peneiramento
fino.

97

3.

Peneiramento do material grosso:


Lavar a parte retida na peneira de 2,0 mm (#10) a fim de eliminar o material fino
aderente e secar em estufa a 105o110oC, at constncia de massa.
3.1 Utilizando-se o agitador mecnico, passar esse material nas peneiras de 50, 38,
25,19, 9,5, 4,8 e 2,0mm. Anotar com a resoluo indicada em 4.2.1 as massas
retidas acumuladas em cada peneira. A soma de todas essas massas retidas (ou o
retido acumulado na peneira de 2,0 mm) ser anotada com MG (massa do material
grado).
Nota: Quando no se vai fazer o ensaio de sedimentao*, e a determinao da
distribuio granulomtrica for feita apenas por peneiramento, proceder como se
segue com a frao fina:
a)
Do material passado na peneira de 2,0 mm, tomar cerca de 120 g. Pesar
esse material com resoluo de 0,01 g e anotar como Mh. Tomar ainda cerca de
100 g para trs determinaes de umidade higroscpica [h] , de acordo com a
NBR 6457; O valor do fator de correo da umidade deve ser anotado com quatro
casas decimais
b)
Lavar na peneira de 0,075 mm (n200) o material assim obtido, vertendose gua potvel baixa presso;
(recomenda-se usar junto uma peneira
intermediria, como a de 0,25 mm, para no sobrecarregar a peneira n 200,
para aumentar sua durabilidade e evitar transbordamento, com perda de solo. )
c)

Proceder como descrito a partir de (5).

* A deciso de no fazer a sedimentao poder ser tomada quando se verificar


que a proporo do material fino for to baixa que este material no ter
influncia significativa no comportamento do solo.
4.

Sedimentao

4.1

Do material passado na peneira de 2,0 mm tomar cerca de 120 g, no caso de


solos arenosos, ou 70 g, no de solos siltosos e argilosos, para a sedimentao e o
peneiramento fino. Pesar esse material com resoluo de 0,01 g e anotar como
Mh. Tomar ainda cerca de 100 g para trs determinaes de umidade
higroscpica (h) , de acordo com a NBR 6457, o teor de umidade deve ser
expresso em porcentagem e calculado com duas casas decimais e o fator de
correo com quatro casas decimais;
Transferir o material assim obtido para um bquer de 250 cm3 e juntar, com
auxlio de proveta, como defloculante, 125 cm3 de soluo de hexametafosfato
de sdio [3] com a concentrao de 45,7 g do sal por 1 000 cm3 de soluo.
Agitar o bquer at que todo o material fique imerso e deixar em repouso, no
mnimo 12 horas.
[3] A soluo de hexametafosfato de sdio deve ser tamponada com carbonato
de sdio at que a soluo atinja um PH entre 8 e 9, evitando assim a reverso
da soluo para ortofosfato de sdio. Em solos para os quais o defloculante e a
concentrao indicados no forem satisfatrios na disperso, deve-se investigar
o tipo e a dosagem do defloculante mais adequados. So exemplos: polifosfato
de sdio (21,6 g por litro de soluo), trifosfato de sdio (18,8 g pls),
tetrafosfato de sdio (35,1 g pls) .

4.2

98

4.3

4.4

4.5

4.6

4.7
4.8

5.

Verter a mistura no copo de disperso, removendo-se com gua destilada, com


auxlio da bisnaga, o material aderido ao bquer. Adicionar gua destilada at
que a hlice fique imersa e submeter ao do aparelho dispersor durante cerca
de quinze minutos [4].
[4] Solos que contenham gros susceptveis de quebra podem ser dispersos em
um intervalo de tempo menor.
Transferir a disperso para a proveta e remover com gua destilada, com auxlio
da piceta, todo o material aderido ao copo. Juntar gua destilada at atingir o
trao correspondente a 1 000 cm3; em seguida, colocar a proveta no tanque para
banho ou em local com temperatura aproximadamente constante. Agitar
freqentemente a baqueta de vidro para manter, tanto quanto possvel, as
partculas em suspenso. Logo que a disperso atinja a temperatura de equilbrio,
tomar a proveta e tampando-lhe a boca com uma das mos, executar, com
auxlio da outra, movimentos enrgicos de rotao, durante 1 minuto, de forma
que a boca da proveta passe de cima para baixo e vice-versa.
Imediatamente depois de terminada a agitao, colocar a proveta sobre uma
mesa, anotar a hora exata do incio da sedimentao e mergulhar
cuidadosamente o densmetro na disperso. Efetuar as leituras do densmetro
correspondentes aos tempos de sedimentao (t) de 0,5, 1 e 2 minutos [5] . Retirar
lenta e cuidadosamente o densmetro da disperso. Se o ensaio no estiver sendo
realizado em local de temperatura constante, colocar a proveta no banho onde
permanecer at a ltima leitura.
Fazer as leituras subseqentes a 4, 8 , 15 e
30 minutos, 1 , 2 , 4 , 8 e 24 horas, a contar do incio da sedimentao. Se
espuma resultante da agitao prejudicar as primeiras leituras, pulverizao
com ter a faz desaparecer sem prejudicar o ensaio.
[5] Recomenda-se repetir as trs primeiras leituras. Para tanto, agitar
novamente a proveta, conforme descrito em (4.3.4) e refazer as leituras para os
tempos de 0,5, 1,e 2 minutos.
Cerca de quinze a vinte segundos antes de cada leitura, mergulhar cuidadosa e
lentamente o densmetro na disperso. Todas as leituras devem ser feitas na parte
superior do menisco, com interpolao de 0,0002, aps o densmetro ter ficado
em equilbrio. Assim que uma dada leitura seja efetuada, retirar o densmetro da
disperso e coloc-lo em uma proveta com gua limpa, mesma temperatura da
disperso.
Aps cada leitura, excetuadas as duas primeiras, medir a temperatura de
disperso, com resoluo de 0,1o C.
Realizada a ltima, verter o material da proveta na peneira de 0,075 mm
[N200], remover com gua de todo o material que tenha aderido s suas paredes
e efetuar a lavagem do material na peneira mencionada, empregando-se gua
potvel baixa presso.
Peneiramento do material fino:
Secar o material retido na peneira de 0,075 mm (n. 200) em estufa, temperatura
de 105o110o C at constncia de massa, e, utilizando-se o agitador mecnico,
passar nas peneiras de 1,2, 0,6, 0,42, 0,25, 0,15, 0,075 mm. [6] Anotar com resoluo
de 0,01g as massas retidas acumuladas em cada peneira.
[6] No caso de solos muito uniformes, pode ser necessrio utilizar, tanto no
peneiramento fino como no grosso, peneiras intermedirias quelas indicadas.

99

6.

CLCULOS

6.1

Massa total da amostra seca


Calcular a massa total da amostra seca, utilizando-se a expresso:
MS = (MT-MG).fc + MG

onde:
MS = massa total da amostra seca;
MT = massa da amostra seca ao ar;
MG = massa do material seco acumulado retido na peneira de 2,0 mm;
fc = fator de correo da umidade = 100 / (100 + h);
h = umidade higroscpica do material passado na peneira de 2 mm.
6.2

Calcular as porcentagens de materiais que passam nas peneiras de 50, 38, 19,
9,5, 4,8, e 2,0 mm, utilizando a expresso:
Qg = 100 (Ms Mi) / Ms

onde:
Qg = porcentagem de material passado em cada peneira
Ms = massa total da amostra seca
Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira
6.3

Porcentagens do material em suspenso


Calcular as porcentagens correspondentes a cada leitura do densmetro, referidas
massa total da amostra, utilizando-se a expresso
Qs = N..V.c.Lc / [(-d).Mh.fc)]

onde:
Qs = porcentagem de solo em suspenso no instante da leitura do densmetro ;
N = porcentagem de material que passa na peneira de 2,0 mm, calculado como
indicado em (6.2);
= massa especfica dos gros do solo, em g/ cm3 ;
d = massa especfica do meio dispersor, temperatura de ensaio, em
g/ cm3
;
V = volume da suspenso, em cm3;
c = massa especfica da gua, temperatura de ensaio, em g/cm3;
Lc = leitura corrigida = L Ld + (erro causado pelo menisco)*;
L = leitura do densmetro na suspenso;
Ld = leitura do densmetro no meio dispersor ( ver anexo ), na mesma
temperatura da suspenso, durante o ensaio;
Mh = massa do material mido submetido sedimentao, em g ;
h = umidade higroscpica do material passado na peneira de 2,0 mm .
Para efeito de clculo, considerar:
6.4

d = 1 g/cm3 ; V = 1 000 cm3 e c = 1 g/cm3

Calcular o dimetro mximo das partculas em suspenso 8, no momento de cada


leitura do densmetro, utilizando-se a frmula de Stokes:
= [ 1800 . a / {t.(-d)} ] 0,5

onde:

100

= dimetro mximo das partculas, em mm ;


= coeficiente de viscosidade do meio dispersor, temperatura de ensaio, em
g.s/cm2 ;
a = altura de queda das partculas, com resoluo de 0,1 cm, correspondente altura
do densmetro, em cm (ver Anexo);
t = tempo de sedimentao, em segundos;
= massa especfica dos gros do solo, determinada de acordo com a NBR 6508,
em g/ cm3;
d = massa especfica do meio dispersor, temperatura de ensaio, em g/cm3;
Para efeito de clculo, considerar d = 1,000 g/cm3 e correspondente ao coeficiente
de viscosidade da gua (ver tabela 2);
[8]
O dimetro mximo das partculas em suspenso, no momento de cada leitura
do densmetro, pode tambm ser determinado pelo mtodo grfico de Casagrande.
TABELA 2 Viscosidade da gua (valores em 10 6 g.s/cm2)
o

0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
C
10 13,36 12,99 12,63 12,30 11,98 11,68 11,38 11,09 10,81 10,54
20 10,29 10,03 9,80 9,56 9,34 9,13 8,92 8,72 8,52 8,34
30 8,16 7,98 7,82 7,66 7,50 7,35 7,20 7,06 6,92 6,79
Para temperaturas intermedirias, obter a viscosidade a gua por interpolao linear.

(O valor da viscosidade da gua a 35 est ressaltado por haver erro na NB7181)


6.5

Calcular as porcentagens dos materiais que passam nas peneiras de 1,2, 0,6, 0,42,
0,25, 0,15 e 0,075mm, utilizando-se a expresso
Qf = N.(Mh.fc-Mi)/(Mh.fc)

onde:
Qf = porcentagem de material passado em cada peneira;
Mh = massa do material mido submetido ao peneiramento fino ou sedimentao,
conforme o ensaio tenha sido realizado apenas por peneiramento ou por
combinao de peneiramento e sedimentao, respectivamente;
fc = fator de correo = 100 / (100 + h);
h = umidade higroscpica do material passado na peneira de 2,0 mm;
Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira;
N = porcentagem de material que passa na peneira de 2,0 mm, calculado conforme
indicado em 5.2 .

101

7.

RESULTADOS
O resultado final deve ser apresentado graficamente, dispondo-se em abscissas
os dimetros das partculas, em escala logartmica, e em ordenadas as
porcentagens das partculas menores do que os dimetros considerados, em
escala aritmtica.

Observaes: Observando que, na frmula para o clculo da percentagem de partculas


em suspenso os valores Ps, N, V, e c so constantes, e chamando (L Ld+ r) de Lc
(Leitura corrigida ), calcular o fator Q / Lc = N / (Ps ( -1)) permitir uma
interessante simplificao na ficha de clculo, diminuindo a possibilidade de erro
humano, pois esse fator constante. Mais tarde obteremos Q apenas multiplicando o
fator constante Q/Lc por cada um dos valores Lc.
( r) a correo devida ao erro de leitura devido ao menisco, e tem por ordem de
grandeza 0,0012. A correo ser feita quando as leituras densimtricas no meio
dispersor, durante a calibrao, so feitas na base do menisco.

102

ANEXO 1 CALIBRAO DO DENSMETRO


1. Para cada densmetro, construir a curva de variao das leituras Ld, no meio
dispersor, em funo da temperatura. Para tanto, diluir em proveta (de um litro), 125
cm3 da soluo indicada em 4.3.2, em 875 cm3 de gua destilada;
2. Com a proveta imersa em um recipiente com gua, provido de dispositivo para
controle de temperatura, variar a temperatura do meio dispersor e obter diversas
leituras da densidade, em uma faixa compreendida entre 10o C e 35o C, as quais
devem ser feitas no limite inferior do menisco.
3. Com os valores obtidos construir uma curva, como exemplificado na figura
seguinte.
CALIBRAO DENSIMETRO 000.001

Leitura do densmetro no meio dispersor ( Ld )

1,0060
1,0050
1,0040
1,0030
1,0020
1,0010
1,0000
0,9990
0,9980
0,9970
10

20

30

40

Temperatura ( C )

Figura 6 Curva de calibrao do densmetro

O uso de uma planilha eletrnica pode simplificar bastante a construo da curva de


calibrao, ou mesmo substitu-la por uma tabela ou pela identificao da equao da
curva. As correes por processo computacional podem contribuir bastante na
eliminao do erro humano na leitura e interpretao do grfico, aumentando a
preciso dos clculos. Um exemplo est disponvel no cd-rom ou no site
www.geotecnia.ufjf.br.

103

Anexo 2: VARIAO DA ALTURA DE QUEDA DAS PARTCULAS EM FUNO


DA LEITURA DO DENSMETRO
(do artigo Calibrao do densmetro, de Avelino Gonalves Koch Torres)
h

Rh MAX

0,995

1,050

Rh

1.
Para cada densmetro, construir as curvas de variao da altura de queda das
partculas, a e a , em funo da leitura do densmetro. Para tanto, necessrio
determinar a distncia a, do centro de volume do densmetro a qualquer ponto de leitura
na escala do densmetro.
Para facilitar, projeta-se sobre um papel milimetrado com a haste paralela folha e
mede-se a distncia (Rh MAX) da marca de graduao mais baixa (1,050) marca de
graduao mais alta (0,995). Sendo a curva essencialmente uma reta, poderemos
desenhar a reta de correo das leituras a partir desses dois pontos .
Para a leitura extrema inferior (1,050), Rh = 0 e a1 = c + h / 2 .
Para a leitura extrema superior (0,995), Rh a mxima, e a2 = Rh MAX + c + h/2
2.
Com os valores obtidos construir uma curva (ou tabela) correlacionando as
alturas de queda, a , com as leituras do densmetro, como exemplificado na figura 6.
Essa curva valida para as trs leituras efetuadas nos dois primeiros minutos de ensaio,
quando o densmetro permanece mergulhado na disperso.
3.
Para as leituras subsequentes construir uma curva correlacionando as alturas de
queda corrigidas , a , com as leituras do densmetro, como exemplificado na figura 6 ,
utilizando a expresso
a = a - ( V / 2A )
onde :
V = volume da parte imersa do densmetro, quando imerso em gua em uma
proveta graduada (esse valor numericamente igual ao peso do densmetro);
A = rea da seo interna da proveta, obtida dividindo-se um volume conhecido
(em cm3) pela distncia medida entre os traos que delimitam na proveta a
esse volume.
Durante as trs primeiras leituras da fase de sedimentao (executadas aos 30
segundos, 1 e 2 minutos), a superfcie livre da soluo permanece estvel. Antes das
leituras subseqentes, o densmetro retirado nos intervalos das leituras e s
colocado na soluo 20 segundos antes das mesmas, e as partculas percorrem um
espao (altura de queda) menor. A reduo de altura da superfcie livre da soluo V
/ A , e o trajeto das partculas at a altura do centro de gravidade do densmetro passa
a ter, em mdia, comprimento
a(V/A)/2. Da o fator de correo (V / 2 A) , que reduz o valor das leituras feitas
aps a terceira.

104

Densmetro n 44 Proveta n 390 307


19,00

18,50

Altura de queda ( cm )

18,00

Tres primeiras leituras

V / 2A

17,50

17,00

demais leituras

16,50

16,00

15,50
0,995

0,996

0,997

0,998

0,999

1,001

1,002

1,003

1,004

1,005

Leitura no densmetro

ERRO DEVIDO AO MENISCO, NO ASSINALADO NA NBR 7181:


Leitura no
densmetro
Nvel da soluo, onde deveria ser feita a
leitura

haste do
densmetro

As leituras do densmetro, durante o ensaio, so feitas na parte superior do


menisco, por causa da turbidez da soluo. Isto provoca um erro negativo de leitura da
ordem de grandeza de 0,0012. Podemos diminuir esse erro, somando o valor 0,0012 ao
resultado de (L-Ld) , no numerador da frmula de percentagem do material em
suspenso, Qs.
Exemplo:
L = 1,023 , Ld = 1,012 , = 2,730 , N = 60% , M = 70 g , h = 4%
Q% = N..V. dc.(L-Ld+0,0012) / ((-1).Mh.fc)
Fc = 100 / (100+h) = 100/104 = 0,9615
Q% = 60%.2,730.1000.1.(1,023-1,012+0,0012)/((2,730-1).70.0,9615)
105

Observao: A NBR6502 apresenta a frmula de Stokes para o clculo da percentagem


das partculas em suspenso mas permite, por causar erro desprezvel, que os valores d
e c sejam, para efeito de clculo, considerados como iguais a 1,000 g/cm.
DETERMINAO DO DIMETRO MXIMO DAS PARTCULAS PELO
NOMOGRAMA DE CASAGRANDE
A determinao do dimetro mximo das partculas pela Lei de Stokes pode ser feita
utilizando-se o nomograma elaborado por Casagrande. A figura 7 fornece as
indicaes necessrias para sua elaborao e a figura 8 apresenta um nomograma j
construdo. O nomograma, constitui uma representao grfica da Lei de Stokes, e
adaptvel a qualquer densmetro, desde que se tenha feito a correlao entre as alturas
de queda e as leituras do densmetro. Esta correlao pode ser feita no prprio
nomograma, marcando-se contiguamente escala das alturas de queda as leituras
correspondentes do densmetro, lembrando, porm, que a correlao para as trs
primeiras leituras, correspondentes aos tempos de sedimentao de 0, 5, 1 e 2 minutos,
diferente daquela para as leituras subseqentes. A chave para a utilizao do
nomograma est apresentada na figura 8.
A.3.1.1
L
t
T

Para exemplificar, considerem-se os seguintes dados obtidos em ensaio:


[ leitura do densmetro ] ............................. 1,028
[ tempo de sedimentao ] .......................... 4 minutos
[ temperatura da suspenso ] ..................... 21o C
[ massa especfica dos gros do solo ] ........ 2,56 g/cm3

Considere-se ainda que, para o densmetro utilizado no ensaio, as curvas de variao


da altura de queda das partculas sejam aquelas exemplificadas na figura 6.
Para L = 1,028 obtm-se, portanto, a = 17 cm.
A seguir, proceder como se segue:
A)
ligar os valores 2,56 e 21 , das respectivas escalas e T, por uma reta
que cortar a escala A no ponto 11,6;
B)
outra reta ligando os valores de 17,0 cm e 4 minutos, das respectivas
escalas a e t , determinar, na escala V, a velocidade de 0,068
cm/s;
C)
uma terceira reta, ligando esse valor ao ponto 11,6 , na escala A, cortar
a escala d no ponto 0,028, que o dimetro mximo procurado das
partculas em suspenso, para esse exemplo.
Com o advento dos computadores, este nomograma passou a ter apenas valor histrico.
Neste trabalho, tem a finalidade de mostrar que, mesmo em poca em que os primeiros
conceitos da Mecnica dos Solos estavam em discusso, j existia a preocupao em
reduzir tanto o trabalho de calcular quanto a probabilidade de cometer erros de
clculo. No mais razovel fazer manualmente todos os clculos do ensaio de
granulometria. Por exemplo, planilhas de clculo podem ser usadas, com grande
economia de trabalho. Uma planilha Excel com essa finalidade, est disponvel no cdrom e no site www.geotecnia.ufjf.br.

106

Exemplo do Nomograma de Casagrande

107

MODO DE CONSTRUO DO NOMOGRAMA DE CASAGRANDE

Fonte: DNER

Em anexo, modelo de ficha de ensaio para o ensaio de granulometria sem sedimentao


e exemplo de clculo do ensaio de granulometria completa (com peneiramento e
sedimentao).

108

ANLISE GRANULOMTRICA SEM SEDIMENTAO


TEOR DE UMIDADE
Recipiente n
Massa da tara com solo mido
Massa da tara com solo seco
Massa da tara
Massa da gua
Massa do solo seco
Teor de umidade
Umidade mdia (%)
Fator de correo fc =
PENEIRAMENTO DO MATERIAL GROSSO:
Peso total da amostra mida:
MT= __________ g
Peso do pedregulho lavado e seco:
MG= __________ g
Peso total da amostra seca:
MS = (MT-MG). FC + MG = ________________ g
PENEIRAS
Nmero

Abertura
mm

2
1
1

3/8
#4
# 10

50.80
38.10
25,40
19,10
12,70
9,50
4,80
2,00

MASSA DO MATERIAL
Retido
Passante =
acumulado
Retido (Mi)
Ms - Mi
Mi

%
PASSANDO

N=

PENEIRAMENTO DO MATERIAL FINO:


Massa amostra parcial MIDA Mh= _______ SECA MFs= ________
PENEIRAS
Nmero

mm

16
20
30
40
50
60
80
100
200

1,20
0,84
0,60
0,42
0,30
0,25
0,175
0,15
0,075

MASSA DO MATERIAL
Retido
MPi=
Retido Mi
Acumulado
MFs - Mi
Mi

PORCENTAGENS
% parcial=PP=
100 MPi/Mfs

% total=
PP X N

Operador__________________________________________ Data:_____________
Amostra:______________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________

109

ANLISE GRANULOMTRICA COM SEDIMENTAO


PREPARAO DO MATERIAL

DETERMINAO DA DENSIDADE DOS GROS


Picnmetro n
M (a + s)
Temperatura
M (a)
Ps
Densidade
Densidade mdia

DETERMINAO DA UMIDADE
capsula n
massa tara+amostra+gua
massa amostra + tara
massa gua
massa tara
massa solo seco
umidade higroscpica
umidade mdia
fator de correo

PENEIRAMENTO DO SOLO GRADO


peneira M retida M ret acum passante % passa
50.80
38.10
25,40
19,10
12,70
9,50
4,80
N
2,00

AMOSTRA TOTAL
Massa bruta mida
Tara
Massa Total mida
massa pedregulho
massa solo mido mido
massa solo mido sedo
AMOSTRA PARA SEDIMENTAO
Massa mida (Mf)
teor de umidade (h)
Massa seca (Mfs)

PENEIRAMENTO SOLO MIDO


Peneira Massa massa
massa % passa % passa
(mm) retida ret.acum passante parcial TOTAL
1,20
0,84
0,60
0,42
0,30
0,25
0,175
0,15
0,075

CLCULO DO FATOR Q / Lc
Q / Lc = N . .V =
Ps ( - 1)

SEDIMENTAO
Data

DENSIMETRO N
Tempo
em
segundos

Hora

Tempe
Leitura Leitura
ratura
Calibr.
Ld
L
C

PROVETA N

Altura
Queda
a

Leitura
max.
%<
corrigida
em
da amostra
Lc =
suspenso
total
L Ld +
(mm)
Q

30 seg
1 min
2 min
4 min
8 min
15 min
30 min
1 hora
2h
4h
8h
24 h

Data inicial

Data Final

Operador

110

Calculista

EXEMPLO/EXERCCIO: CLCULOS DE UMA GRANULOMETRIA COMPLETA


DETERMINAO DO TEOR DE UMIDADE: A amostra para a determinao de h
retirada do material que passa na peneira de 2,0 mm, aps homogeneizao. Deve ser
apresentado o resultado em porcentagem, com pelo menos uma casa decimal. O fator de
correo dever ter, no mnimo, quatro casas decimais.
Como exemplo, supondo h=5,0% fc = 100/(100+5) = 0,9524
AMOSTRA TOTAL E AMOSTRA TOTAL SECA:
A massa do pedregulho (MG) preferencialmente obtida pela soma (acumulada) das
massas retidas nas peneiras iguais e maiores que 2,0 mm ( preciso consultar a planilha
de peneiramento do material grosso e somar os retidos naquelas peneiras.).
Neste exemplo, a massa total mida da amostra MT = 1000 g
A massa da amostra seca obtida apenas pela frmula MS = (MT-MG). Fc + MG
No admitida outra forma para o clculo da massa total seca da amostra. Observe-se
que a massa do material grosso no pode sofrer correo devida umidade.
Obtendo MG = 40,0g na planilha do peneiramento grosso,
MS= (1000-40).0,9524+40 = 954,3
AMOSTRA PARA SEDIMENTAO e PENEIRAMENTO FINO
A massa da amostra parcial integralmente corrigida pelo fator de correo da umidade.
Suponhamos que, por presena significativa de areia tenha sido escolhida uma amostra
com Mh=120 g para a execuo da sedimentao: Mfs = Mh.fc = 120.0,9524 =114,3 g
DENSIDADE DOS GROS
A ficha de clculo da determinao da densidade costuma fazer parte da ficha de ensaio
de granulometria porque utilizado o valor da densidade dos gros menores que 2,0
mm nos clculos relativos fase de sedimentao. Neste exemplo supomos que o ensaio
realizado com o picnmetro de 500 ml tenha resultado = 2,698. prtica comum
adotar para a massa especfica o mesmo valor numrico (=2,698g/cm3).
PENEIRAMENTO DO SOLO GRADO: (calcule os valores que faltam)
MT= 1000g Ms=954,3 g
massa
Peneira retido
ret. acum
% passa
pass.
50.80
5
5
949,3
38.10
5
10
944,3
98,96
25,40
5
15
19,10
5
20
934,3
12,70
5
25
9,50
5
30
924,3
4,80
5
35
2,00
5
40
MG
N
Observe que o valor da massa de pedregulho (MG) obtido aqui.(massa retida
acumulada na peneira de 2,0 mm).
Clculo da linha 2, utilizada como exemplo:
Ret ac = 5 + 5 = 10 , Mpassa = 954,3 10 = 944,3,
% passante = 100 . 944,3 / 954,3 = 98,96%
(verifique que, neste exemplo, N = 95,8%)

111

No se admitem erros de clculo, mas especialmente o valor da porcentagem passante


na peneira de 2,0 mm (N) deve ser cuidadosamente conferido, j que far parte de
todos os clculos da sedimentao e do peneiramento do material mido.
PENEIRAMENTO SOLO MIDO (preencha as lacunas).
Mh= 120g
Mfs = fc.Mh = 114,3g
PENEIRAS
Nme
ro

mm

16
20
30
40
50
60
80
100
200

1,20
0,84
0,60
0,42
0,30
0,25
0,175
0,15
0,075

MASSA DO MATERIAL
Retido
MPi=
Retido Acumul
MFs Mi ado M
Mi
i
10
10
104,3
5
15
99,3
5
20
94,3
5
25
5
30
5
5
5
5

PORCENTAGENS
% parcial
% total =
=
%Parcial
100
XN
MPi/Mfs
91,16
87,3

CLCULOS DA FASE DE SEDIMENTAO:


Suponha que a curva de variao da densidade do meio dispersor em funo da
temperatura obtida por calibrao do densmetro utilizado no ensaio, e que o grfico de
alturas de queda para o par densmetro x proveta (utilizados no ensaio) sejam os
apresentados a seguir. Da curva de calibrao so obtidos os valores Ld (leitura
densimtrica no meio dispersor) e do grfico de altura de queda, os valores a com que
sero preenchidas as correspondentes colunas na planilha da pgina seguinte. Foi usado
um densmetro de volume (V) 1000 ml.

112

Os valores da viscosidade so obtidos em funo da temperatura de cada leitura,


utilizando-se a tabela de viscosidade da gua, apresentada anteriormente. No deixe de
notar que os valores anotados devem ser multiplicados por 10-6.
113

Para reduzir o trabalho de clculo da porcentagem de material que est em suspenso,


em um dos momentos de leitura, calcula-se primeiro o fator Q/Lc, que constante.
Depois bastar multiplic-lo pelo resultado de Lc, em cada linha, para obter Q (%).
Q/LC = N..V. c /[mfs.(-1)] = 98,96%.2,689.1000.1/[114,29.(2,698-1)]
Q/LC = 13,71
CLCULOS DA SEDIMENTAO (preencha as lacunas)

19,2
19,2
19,2
19,2
19,2
19,2
19,2
19,6
20
20,2
21
19,3

Ld

Q% = % <
da amostra total

30
60
120
240
480
900
1800
3640
7200
14400
28800
86400

1371
max do gro
em
suspenso (mm)

30 seg
1 min
2 min
4 min
8 min
15 min
30 min
1 hora
2h
4h
8h
24 h

Q/LC= N. / [mfs.(-1) =
x106 (Viscosi
dade)

8:0030
8:0100
8:02
8:04
8:08
8:15
8:30
9:0040
10:00
12:00
16:00
8:00

2960

a = Altura de
queda

Em
seg

= [ 1800 . a / {t.(-d)} ] 0,5

Lc=LLd
+0,0012

hora
de
leitura

Temperatura
C

Mh=120g
Mfs=114,3 g
DENSIMETRO N
PROVETA N
390266
Tempo decorrido

1,031
1,030
1,028
1,026
1,024
1,020
1,017
1,016
1,015
1,014
1,011

1,0059

0,0263

12,4

10,48

0,048

36,1%

1,00584

0,0124

13,9

10,36

0,006

17,0%

Observe que o laboratorista fez a leitura de 1 hora com quarenta segundos de atraso. O
tempo(t), expresso em segundos, teve de ser corrigido (de 3600 para 3640 s).
Neste exemplo, calculamos a segunda e oitava linhas da planilha. Como exerccio, consulte os grficos e
preencha todas as lacunas (L e Ld devem ser lidos com pelo menos quatro casas decimais) e a altura de
queda com pelo menos uma casa decimal.

O clculo da viscosidade foi feito por interpolao entre os valores para as temperaturas
de 19 (10,54 . 10-6) e 20 (10,24 . 10-6) obtidos na tabela da NBR7181:
Por exemplo, na segunda linha:
.106 = 10,54 + 0,2.(10,54 - 10,24 )/ (19-20) = 10,54-0,06 = 10,48
(lembre-se de multiplicar por 10-6, que o mesmo que dividir por 1 000 000).
Onde for necessrio, faa voc tambm as interpolaes necessrias.
Complete o exerccio, desenhando a curva granulomtrica e calculando o dimetro
efetivo, d30 e d60, calculando o coeficiente de uniformidade e o grau de curvatura.
Conclua sobre a uniformidade e a graduao do solo estudado. Aps estudar
classificaes dos solos, v. poder fazer a classificao granulomtrica, com auxlio
do tringulo de Feret. Uma classificao de maior valor geotcnico, como a do TRB
(Transportation Research Board) ou SUCS (Sistema Unificado de Classificao de
Solos) s poder ser feita com o conhecimento dos limites de consistncia, ainda no
estudados.

114

Exerccios
1.

Determinar a percentagens de areia, silte e argila de um solo, de acordo com a


escala granulomtrica da ABNT, sabendo que
Peneiras de aberturas (mm)
% que passa
2,5
100
0,94
80
4,8
72
2,0
67
0,42
56
0,25
44
0,074
24
0,060 *
21
0,002*
11
0,001*
4
(*) percentagens e dimetros determinados por sedimentao
Encontre tambm o dimetro efetivo, o grau de uniformidade e coeficiente de
curvatura e explique por que o solo bem (ou mal) graduado.

2.

Quando se corrige o erro de imerso, no ensaio de anlise granulomtrica ?


Como feita a correo?

3.

Explique, detalhadamente, como se determina a massa total da amostra seca no


ensaio de anlise granulomtrica.. Justifique porque no se permite o uso de
outra frmula para o clculo.

4.

Defina altura de queda no ensaio de anlise granulomtrica .

5.

Trace a curva granulomtrica do solo que apresenta as seguintes percentagens


(passando) e, a seguir,
peneira peneira peneira
peneira
< 0,06 < 0,002
4
10
40
200
mm
mm
100 %
95 %
85 %
40 %
30 %
15 %
a)
indique as percentagens correspondentes de pedregulho, areia, silte,
argila;
b)
calcule o dimetro efetivo;
c)
calcule o grau de (des)uniformidade;
d)
explique (justificando) se o solo bem graduado ou no.

6.

Explique, desenhando, o erro devido ao menisco, informe a sua ordem de


grandeza e se na correo do erro deve-se somar ou subtrair o valor de
correo. Esse erro varia conforme a proveta? Varia conforme o densmetro?
Varia conforme o tipo de solo? Varia conforme o defloculante utilizado? Que
variaes so suficientemente grandes para alterar significativamente o
resultado do ensaio?

7.

Quando se vai fazer o peneiramento fino, utilizamos (geralmente) uma amostra


de peso menor que a amostra total do ensaio de granulometria. a) Por qu ?
b) Obtidas as percentagens de material passante nesta amostra parcial, como
obtemos as percentagens correspondentes da amostra total?

115

8.

Construir a curva granulomtrica e fazer a classificao granulomtrica do solo


descrito adiante. Calcule o dimetro efetivo e o coeficiente de uniformidade.
Massa da amostra seca = 63g
Peneira (mm)
20
40
60
140
200
Sedimentao < 0,06 mm
Sedimentao < 0,002 mm

Massa retida
Massas
(g)
acumuladas
3
4
9
7
11
24

Massa
passante

%
passante

(Este exerccio terico. Na prtica no se conseguem as massas mencionadas nas


ultimas duas linhas)
9.

Sabe-se que a anlise granulomtrica constituda por peneiramento e


sedimentao. Voc o engenheiro responsvel por um laboratrio de solos e
recebeu duas amostras de solo A e B para serem analisadas
granulometricamente. A amostra A parece ser uma areia grossa siltosa, e
provem de uma construtora de estradas e aeroportos, e a outra, B, parece ser
uma argila pura ou quase pura. Como voc procederia com cada uma delas?

10)

Ao executar a sedimentao, algumas leituras no puderam ser executadas nos


exatos tempos preconizados pela Norma.
Em sua opinio, o ensaio fica
invalidado por isso? Esse fato introduziu erros? Por qu?

11)

Durante a ltima agitao da proveta antes do incio da sedimentao, um


pouco da soluo gua + solo + defloculante fica sempre aderida mo do
operador, e s vezes, algumas gotas se perdem. Voc teria alguma sugesto
para eliminar ou minorar esta causa de erro? A ordem de grandeza do erro
significativa?

12.

Construa a curva granulomtrica e faa a classificao (granulomtrica) do


solo descrito adiante. Determine tambm o d10 e o coeficiente de uniformidade.
Peneira (abertura em mm)
25
0,94
4,8
2,0
0,42
0,25
0,074
0,06 ( obtido na sedimentao)
0,002 ( obtido na sedimentao)
0,001 ( obtido na sedimentao)

116

% que
passa
100
80
72
67
50
44
24
21
11
4

13)

Vrios fatores (tericos e de execuo) causam erros no ensaio de


granulometria. Voc consegue enumer-los?
A ordem de grandeza dos erros grande o bastante para que se perca a
confiana no ensaio de granulometria?
Que fator ou parcela da frmula corrige o erro devido ao menisco? A correo
anula completamente o erro? A temperatura ambiente pode causar erro, se o
ensaio for corretamente executado?

14)

Se voc tivesse decidido analisar a granulometria de um solo apenas por


peneiramento, e mudado de idia aps o ensaio ter sido executado, poderia
completar ainda a anlise fazendo apenas a sedimentao com uma outra
amostra do mesmo solo?
Defenda sua opinio.

15)

Para que e por que, no ensaio de granulometria (sem sedimentao), se separa


a amostra para executar dois peneiramentos (fino e grosso ) ?
Seria
este
hbito um refinamento desnecessrio da Norma? Defenda sua opinio.

16)

Por que no se corrige o valor da massa do pedregulho com o fator de


correo? Por que a amostra para a determinao do teor de umidade
retirada da frao que passa na peneira #10, e no da amostra total?
Explique a frmula usada para determinar a massa da amostra seca no ensaio
de granulometria, em funo do teor de umidade.

17)

Se a soma das fraes retidas nas peneiras for menor que o total seco original,
isto normal ou ocorreu erro?

18)

Como v. classificaria (granulometricamente) um solo constitudo por:


a) 60% areia, 20% silte e 20% de argila?
b) 10% areia+pedregulho, 35% argila e 55% silte?
c) 45% silte, 45% areia, 10% argila?
d) 32% silte, 20% areia, 10% pedregulho, 28% argila, 10% pedras?
(Utilize o tringulo de Ferret para corrigir eventuais equvocos nos exerccios 18 e 19)

19)

Granulometricamente, como voc classificaria os solos com as curvas a seguir?


Que outras informaes podem ser obtidas da curva granulomtrica?

117

CURVA GRANULOMTRICA

ARGILA

SILTE

AREIA
Mdia
Grossa

Fina

Fino

PEDREGULHO
Mdio
Grosso

100%
90%
80%

% passante

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%

0,001 0,002

0,01

0,06

0,2

0,1

0,6

2,0

10

20

60

0%
100

Dimetro dos gros (mm)

CURVA GRANULOMTRICA

ARGILA

SILTE

AREIA
Mdia Grossa

Fina

Fino

PEDREGULHO
Mdio
Grosso

100%
90%
80%

% passante

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%

0,001 0,002

0,01

0,06

0,1

0,2

0,6

2,0

10

20

60

Dimetro dos gros (mm)

118

0%
100

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