Conhecimentos Bancários
Conhecimentos Bancários
Conhecimentos Bancários
Principais objetivos:
- Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário;
- Assegurar o funcionamento às bolsas de valores e instituições auxiliares;
- Proteger os titulares de valores mobiliários contra irregularidades;
- Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos;
- Fortalecimento do Mercado de Ações.
CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Histórico
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CRSFN foi criado pelo Decreto n° 91.152,
de 15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para o CRSFN a competência para julgar,
em segunda e última instância administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à aplicação das
penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1° do referido Decreto. Permanece com o CMN a
competência residual para julgar os demais casos ali previstos, por força do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei
4.595/64.
Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais especificamente em razão do seu artigo 81 e
parágrafo único, ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu igualmente do CMN a responsabilidade de
julgar os recursos interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasil relativas a aplicação de
penalidades por infração à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e industrial.
O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprovado pelo Decreto n° 1.935, de 20.06.96, com a nova
redação dada pelo Decreto nº 2.277, de 17.07.97, dispondo sobre as competências, prazos e demais atos
processuais vinculados às suas atividades.
Atribuições
São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em segunda e última instância administrativa os
recursos interpostos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do
Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior; nas infrações previstas na
legislação.
O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recursos de ofício, interpostos pelos órgãos de
primeira instância, das decisões que concluírem pela não aplicação das penalidades previstas no item anterior.
Estrutura
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é constituído por oito Conselheiros,
possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de câmbio, de
capitais, e de crédito rural e industrial, observada a seguinte composição:
I - um representante do Ministério da Fazenda (Minifaz);
II - um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);
III - um representante da Secretaria de Comércio Exterior (MIDIC);
IV - um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
V - quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estas indicados em lista
tríplice.
As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes: Abrasca (Associação Brasileira das
Companhias Abertas), Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV (Comissão de Bolsas
de Valores), Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Abel (Associação Brasileira das
Empresas de Leasing), Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores), AEB (Associação de
Comércio Exterior do Brasil), sendo que os representantes das quatro primeiras entidades têm assento no
Conselho como membros-titulares e os demais, como suplentes.
Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são nomeados pelo Ministro da
Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores da Fazenda Nacional, designados
pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação
aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e
coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores
Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo.
O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice-presidente é o
representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades de classe
que integram o Conselho.
AGENTES ESPECIAIS
BANCO DO BRASIL
Até 1986 o Banco do Brasil atuou como co-responsável pela emissão de moeda, através do
ajustamento das contas das autoridades monetárias e do Tesouro Nacional.
Atualmente atua como banco comercial sendo agente financeiro do Governo Federal.
Principais atribuições:
- Principal executor da política de crédito rural e industrial;
- Responsável pelo Departamento de Comércio Exterior (Decex); Câmara de Compensação de cheques
e outros papéis;
- Executar os serviços ligados ao orçamento geral da União;
- Executar o serviço da dívida pública consolidada;
- Adquirir os estoques de produção exportável;
- Executar a política de preços mínimos de produtos agropecuários.
BOLSAS DE VALORES;
BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA
(SELIC)
CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA DE TÍTULOS (CETIP)
BOLSAS DE VALORES
DEFINIÇÃO:
São associações civis, sem fins lucrativos. Seu patrimônio é representado por títulos que pertencem às
sociedades corretoras membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, mas estão
sujeitas à supervisão da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e obedecem as diretrizes e políticas emanadas
do CMN - Conselho Monetário Nacional.
OBJETIVO:
Fornecem o ambiente para negociação de títulos em sistema de apregoação, com intermediação
privativa dos corretores de valores associados. Promovem ampla e imediata divulgação dos negócios realizados
e tem poder para interferir nesses negócios, visando a clareza e amplo acesso dos participantes. Detém poder
regulatório bastante eficiente.
O PREGÃO
CARACTERÍSTICAS:
- Local de realização de negócios de compra e venda de títulos, principalmente ações, em mercado livre
e aberto;
- É o principal recinto de uma Bolsa de Valores, onde se realiza todo processo operacional; Onde se
efetuam milhares de negócios em um só dia, de forma segura, ágil e livre; Encontram-se os fluxos de oferta e
procura do mercado de ações;
- Funciona de forma transparente;
- Sistema de informações instantâneas;
- Sistemas interligados (pregão de uma Bolsa aos pregões das demais Bolsas do País, às sociedades
corretoras dos diversos Estados, a bancos de investimento e investidores individuais).
A NEGOCIAÇÃO NO PREGÃO
O pregão pode ser organizado segundo os sistemas de negociação existentes: Call System, Trading
Post ou Pregão Contínuo e pregões eletrônicos.
TRADING POST:
- Negócios são realizados durante todo o período do pregão;
- Títulos são agrupados em postos de negociações segundo ramos afins de atividades econômicas, e
homogeneidade quanto aos volumes de transação;
- Sistema consagrado nas maiores Bolsas do País e estrangeiras, por permitir efetuar grandes volumes
de negócios.
PROCESSOS DE NEGOCIAÇÃO
NEGOCIAÇÃO DIRETA: O mesmo operador é simultaneamente comprador e vendedor: comprador
para um dos clientes de sua corretora e vendedor para outro.
NEGOCIAÇÃO COMUM: Realiza-se entre dois representantes. Apregoação de viva voz menciona
intenção de comprar e vender o título, características, quantidade e preço unitário.
NEGOCIAÇÃO POR OFERTA: Realizada entre dois operadores, sendo um deles representado pelo
posto de negociação que recebeu sua oferta.
O TELEPREGÃO
CATS (COMPUTER ASSISTED TRADING SYST&M)
CARACTERÍSTICAS:
- Operado pela Bolsa de Valores de São Paulo;
- É uma versão atualizada do sistema desenvolvido pela Bolsa de Valores de Toronto, no Canadá;
- O sistema reproduz em terminal de computador os registros de ofertas de compra e venda de ações e
os fechamentos de negócios;
- Confirmação de fechamento on line;
- Pode ser acionado por sociedades corretoras em qualquer local do país, em tempo real, no mesmo
horário de funcionamento do pregão;
- Oferece um sistema de informações de mercado e instrumentos de análise de investimentos.
SENN (A NEGOCIAÇÃO NACIONAL)
CARACTERÍSTICAS:
- Sistema Eletrônico de Negociação Nacional, administrado pela CNBV (Comissão Nacional de Bolsas
de Valores) e operacionalizado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro;
- Utiliza terminais de vídeo conectados ao Sistema de Processamento de Dados da Bolsa do Rio
Permite negociação de ações no mercado à vista;
- Operações são processadas e fechadas automaticamente;
- As corretoras registram no sistema sua intenção de compra ou venda de determinada ação; a qual é
difundida nos terminais, tornando-se conhecido de todo o mercado;
- Os negócios realizados no SENN interferem nos preços do pregão de viva voz, e vice-versa.
SELIC E CETIP
As aplicações bancárias não são iguais. Variam de acordo com o tipo de papel que as lastreiam e onde
esse título está custodiado, ou seja, fisicamente guardado. Quanto ao lastro, temos papéis privados: Certificado
de Depósito Bancário (CDB), Letras de Câmbio (LC), por exemplo; e públicos: Letras de Tesouro Nacional
(LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT), entre outros.
Essas modalidades podem ser custodiadas de duas formas:
1 - SELIC;
2 - CETIP.
Se custodiado no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), o papel adquirido pelo aplicador
é necessariamente um título público e deverá ser registrado em seu nome nos computadores do Banco Central
(o chamado SELIC I), ou em nome da instituição que intermediou a operação (SELIC II).
No primeiro caso, a garantia é total. Mesmo que ocorra algum problema com a instituição intermediária,
os recursos aplicados não poderão ser transferidos para a instituição. Já o SELIC II não oferece essa garantia.
O CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos) é uma sociedade civil sem fins lucrativos,
criada em 1986 para preencher a lacuna de um sistema eletrônico de custódia e liquidação financeira no
mercado de títulos privados.
Ao contrário do SELIC, que surgiu há cerca de vinte anos, a CETIP não é administrada diretamente
pela Associação Nacional das Instituições de Mercado Aberto (ANDIMA), apesar de estar intimamente ligada a
ela. Funciona de forma similar ao SELIC, só que apenas com títulos privados. Nesta operação, os títulos estão
custodiados ou guardados em um grupo de instituições financeiras reconhecidas pelo Banco Central.
Se houver algum problema com a instituição na qual o investidor fez a aplicação, o Banco Central
garantirá a entrega do título. O investidor não perde.
Como você viu, o que para o aplicador era apenas uma simples operação bancária passou a ser algo
diferente e um pouco mais complicado.
Contrato de Seguro
A contratação de qualquer seguro só poderá ser feita mediante proposta assinada pelo interessado,
seu representante legal ou por corretor registrado, exceto quando o seguro for contratado por emissão de
bilhete de seguro.
O início de cobertura do risco constará da apólice e coincidirá com a aceitação da proposta.
A emissão da apólice será feita até 15 dias da aceitação da proposta.
HOT MONEY
No mercado financeiro brasileiro, é o termo usado para operações de crédito voltadas às empresas que
precisam de capital de curtíssimo prazo (inferior a 30 dias).
As empresas tomam dinheiro no hot money para cobrir eventual falta de caixa para suas atividades.
CONTA GARANTIDA
É uma espécie de cheque especial. Trata-se de uma conta corrente com limite pré-aprovado, com juros
menores do que os do cheque especial. Para essa conta, a empresa dá garantias como notas promissórias
(NPs), duplicatas ou cheques pré-datados. É uma alternativa interessante e rápida para obter capital de giro.
Conta garantida com caução de cheque pré-datado
É uma alternativa de empréstimo que permite a abertura de crédito rotativo em conta corrente. Para
isso, é preciso dar como garantia cheques pré-datados, que ficam em poder da agência.
Cheque especial de empresa
Os cheques especiais de empresas costumam ter limite de crédito maior e juros menores do que os
das pessoas físicas. São uma forma de ter dinheiro rápido e sem burocracia, para emergências. Além disso,
quem consegue se planejar pode obter bons resultados. Suponha que você precise pagar o salário de seus
funcionários no dia 5 e, por azar, um importante cliente pediu para lhe pagar só no dia 10. Você fica sabendo
disso com certa antecedência, então procura seu gerente e negocia a taxa de juros do cheque especial por esse
período. É bem possível que consiga reduzi-ia expressivamente.
Desconto de notas promissórias, Duplicatas e Cheques Pré-Datados
Essa linha funciona da seguinte forma: a empresa entrega algumas duplicatas, NPs e cheques pré-
datados de terceiros para serem descontados no banco antes de seu prazo de vencimento. O banco oferece um
adiantamento (baseado nas taxas de juros do momento) sobre o valor dos papéis e repassa o dinheiro para a
empresa. O banco só poderá descontar os papéis na data de vencimento.
Linhas de capital de giro
Existem linhas específicas para capital de giro, com prazo mínimo de 30 dias, nas quais as empresas
colocam títulos como garantia. Podem ser NPs de terceiros, NP da própria empresa ou mesmo um veículo leve.
Diferentemente do desconto de NP, nesses casos o banco oferece um valor de empréstimo e os papéis ficam
como garantia. Quando a dívida for quitada no banco, as garantias são simplesmente devolvidas ao cliente.
Desconto de títulos em cobrança
Para as empresas que fazem cobrança bancária, é possível receber adiantado o dinheiro
correspondente aos papéis a serem recebidos pelo banco. Aqui também há um desconto sobre o valor principal
dos papéis em poder do banco.
Adiantamento de Recebíveis de cartão de crédito
O banco adianta recursos que serão cobertos com os recebíveis do cartão de crédito. A empresa
recebe o dinheiro comum desconto sobre o valor total a título de juros pela operação e o banco receberá sua
parte no vencimento. Esse tipo de empréstimo também funciona como capital de giro.
Factoring
As empresas de comércio fazem factoring com os cheques pré-datados que recebem. Elas entregam
os cheques e recebem adiantado o dinheiro, com desconto. Essa operação pode ser feita com empresas de
factoring e algumas instituições financeiras. Procure a que tiver menor taxa de desconto.
Consórcio
Sistema de compra de qualquer bem a longo prazo. Serve tanto para pessoa física como jurídica. Em
ambos os casos, as condições são semelhantes.
COM O VENDOR
EMPRESA VENDEDORA
EMPRESA COMPRADORA
À VISTA R$ 100.00 BANCO
A PRAZO R$ 108.00
Compror/Finance
É uma operação de financiamento de compras onde a iniciativa parte do comprador, que concentra em
si o risco de crédito. O Compror visa financiar as compras de clientes do banco junto aos fornecedores. O risco
da operação concentra-se no comprador, não existindo regresso contra o fornecedor (vendedor).
CRÉDITO RURAL
Objetivos do crédito rural
- Estimular os investimentos rurais feitos pelos produtores ou pelas cooperativas rurais; - favorecer o
custeio, a produção e a comercialização de produtos agropecuários;
- fortalecer o setor rural, notadamente no que se refere a pequenos e médios produtores; - incentivar a
introdução de métodos racionais no sistema de produção.
Atividades financiadas pelo crédito rural
- Custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo;
- investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos; -
comercialização da produção.
Beneficiários
- O produtor rural (pessoa física ou jurídica);
- cooperativa de produtores rurais; e
- a pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes
atividades:
. Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;
. Pesquisa ou produção de sêmem para inseminação artificial;
.Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para a
proteção do solo;
. Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
. Exploração de pesca, com fins comerciais.
Renda agropecuária bruta anual.
- Considera-se como renda agropecuária bruta anual a prevista para o período de um ano de produção
normal, englobando todas as atividades agropecuárias exploradas pelo produtor, tendo por base o preço
mínimo na data de classificação ou, na sua falta, o preço de mercado operado pela agência que está
oferecendo o crédito rural;
- a classificação como mini-produtor e pequeno produtor fica condicionada a que, no mínimo, 80% de
sua renda anual sejam provenientes da atividade agropecuária;
- deve ser abatida em 50% a renda bruta proveniente da avicultura, olericultura, pecuária leiteira,
piscicultura, sericicultura e suinocultura.
A classificação do beneficiário é de responsabilidade exclusiva da instituição financeira, que deve
manter os documentos comprovantes, para efeitos de fiscalização.
Classificação da renda agropecuária.
- mini-produtor: renda agropecuária bruta anual até R$7.500,00;
- pequeno produtor: renda agropecuária bruta anual entre R$7.500,00 e R$22.000,00;
- demais produtores: renda agropecuária bruta anual superior a R$22.000,00.
Exigências essenciais para concessão de crédito rural.
- Idoneidade do tomador;
- apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo no financiamento de lavouras com valor básico
de custeio (VBC) ou em operações de desconto;
- oportunidade, suficiência e adequação de recursos;
- observância de cronograma de utilização e de reembolso;
- fiscalização pelo financiador.
Garantias
As garantias são livremente acertadas entre o financiado e o financiador, que devem ajustá-las de
acordo com a natureza e o prazo do crédito.
Constituição da garantia
- Penhores agrícolas, pecuários, mercantis ou cedular;
- alienação fiduciária;
- hipoteca comum ou cedular;
- aval ou fiança;
- outros bens que o Conselho Monetário Nacional admitir. Despesas
- Remuneração financeira;
- imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre operações relativas a Títulos e
Valores Mobiliários;
- custo de prestação de serviços;
- comissão sobre Empréstimos do Governo Federal - EGF;
- adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO); - sanções pecuniárias.
Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à sua
conta pela instituição financeira, ou decorrente de expressas disposições legais.
Taxas de juros segundo a origem dos recursos aplicados
- Recursos controlados: taxa efetiva de juros de até 16% a.a.;
- recursos não controlados: livremente pactuados entre as partes;
- recursos das Operações Oficiais de Crédito destinados a investimentos: Taxa de Juros de Longo
Prazo (TJPL), acrescida de taxa efetiva de juros fixada semestralmente pelo Conselho Monetário Nacional.
Hipóteses em que se concederá o Crédito Rural a taxas inferiores às praticadas nos
financiamentos com recursos obrigatórios será:
- Norma expressa do Banco Central do Brasil, em programa ou linha de crédito específica;
- operação amparada por recursos fiscais transferidos à instituição financeira pelo erário público federal
ou estadual.
Cédulas de crédito rural
As cédulas de crédito rural são promessas de pagamento sem ou com garantia real cedularmente
constituída, isto é, no próprio título, dispensando documento à parte. A garantia pode ser ofertada pelo próprio
financiado, ou por um terceiro. Embora seja considerado um título civil, é evidente sua comerciabilidade, por
sujeitar-se à disciplina do direito cambiário.
CADERNETAS DE POUPANÇA
Captação específica destinada a incrementar o Sistema Financeiro de Habitação, proporcionando
financiamento aos construtores e a compadres de casa própria. São dois os tipos de caderneta de poupança:
- Livre
- Programada
A caderneta de poupança tornou-se com o passar do tempo a aplicação mais popular. proporcionando
aos aplicados liquidez, segurança e rentabilidade.
As contas de poupança não têm datas especificas de vencimento nem limite em termos de volume. As
contas vencem no dia escolhido pelos titulares, e depósitos e retiradas são feitos a qualquer hora.
As contas de poupança em geral são chamadas "caderneta de poupança" porque tradicionalmente o
poupador recebia uma pequena caderneta onde os caixas do Banco registravam todas as retiradas e depósitos,
incluindo juros, e cuja apresentação era obrigatória para que fosse efetuada uma transação. As cadernetas
foram eliminadas pelos Bancos, que agora oferecem ao cliente um extrato mensal mostrando todas as
atividades da conta. As contas de poupança compõem um pouco mais de um quarto dos depósitos bancários.
FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO
REPASSES DE RECURSOS DO BNDES
FINAMEX
EMPRESAS BENEFICIADAS
Pequenas, médias e grandes empresas privadas que realizam exportação de máquinas e
equipamentos novos, fabricados no Brasil e registrados no FINAME.
FINALIDADE DO FINANCIAMENTO
Financiamento à exportação de bens e serviços nas modalidades:
Pré-embarque - Para produção de máquinas e equipamentos a serem exportados.
Pré-embarque Especial - Para comercialização no exterior de máquinas e equipamentos atravésde
refinanciamento ao exportador, mediante pagamento de letra de câmbio e concessão ed direito de carta de
crédito.
(') Podem ser realizadas operações que combinem as modalidades de pré-embarque e pós-embarque.
LIMITE DO FINANCIAMENTO
Até 100% do valor do bem.
PARTICIPAÇÃO DO BANCO NO EMPRÉSTIMO Até 100% dos investimentos financiáveis. CUSTO
DO FINANCIAMENTO
Variação cambial + Líbor + 1 % a.a + taxa de risco (negociada entre o Agente Financeiro e o cliente).
P.S: Outros encargos poderão ser cobrados, em função das características da operação.
ENQUADRAMENTO DA EMPRESA
Empresa de qualquer porte
PRAZOS MÁXIMOS DE PAGAMENTO
Pré-embarque e Pré-embarque especial: até 30 meses.
Pós-embarque: até 96 meses, podendo chegar a 12 anos. GARANTIAS
As garantias requeridas dependem do tipo de operação.
P.S: - O FINAMEX não financia
- automóveis de passeio
- produtos de menor valor agregado, tais como: açúcar, álcool, grãos, suco de laranja, minérios e
animais vivos.
REFINANCIAMENTO MEDIANTE DESCONTO DOS TÍTULOS
Pós-embarque:
- financia a comercialização de bens no exterior, através de refinanciamento ao exportador, ou através
da modalidade buyers credit.
- Taxa de desconto:
Líbor + 1% a.a
PROEX
- programa de Financiamento às Exportações é um programa instituído pelo Governo Federal que
objetiva proporcionar às exportações brasileiras condições de financiamento equivalentes às do mercado
internacional. Ela prevê a concessão de financiamento ao exportador (supplier's credit), bem como
financiamento ao importador (buyer's credit). Na primeira situação, o exportador, depois de contratada a venda
externa com o importador, embarca suas mercadorias ou fatura os serviços, emite os documentos de créditos
(letra de câmbio, notas promissórias, cartas de fiança, cartas de crédito) correspondentes ao principal e juros e,
após a constituição das garantias, os refinancia junto ao Banco do Brasil (descontos/ cessão de direitos
creditórios), e, na segunda situação, o exportador contrata a venda externa com uma entidade pública de outro
país e o financiado, na medida em que recebe o bem ou o serviço contratado, autoriza o crédito na conta do
exportador.
Esse programa opera sob duas modalidades de assistência creditícia:
Financiamento: Modalidade de crédito ao exportador ou ao importador de bens e serviços brasileiros,
realizada exclusivamente pelo Banco do Brasil com recursos do Tesouro Nacional.
Equalização: Modalidade de crédito ao exportador ou importador de bens e serviços brasileiros,
realizada pelas instituições financeiras, na qual o PROEX assume parte dos encargos financeiros, tornando-os
compatíveis com os praticados no mercado internacional.
Para o Financiamento, o PROEX pode financiar até 85% do valor da exportação e oferece o prazo de
até 10 (dez) anos nas exportações de bens, e, nas exportações de serviços o prazo é decidido caso a caso pelo
CCEx - Comitê de Crédito às Exportações. A amortização do financiamento é feita pelo importador em
prestações iguais e sucessivas, vencíveis semestralmente.
Para a Equalização, o PROEX pode financiar até 100% e a única exigência e que o pagamento dos
juros seja semestral, vencendo-se a primeira parcela depois de decorridos 6 meses do embarque da
mercadoria, não podendo haver carência de juros.
BNDES
O objetivo do BNDES é oferecer aos exportadores brasileiros ou aos importadores de produtos
brasileiros linhas de crédito de longo prazo, em condições compatíveis com as existentes no mercado
internacional. Por meio dos Produtos Exportação financia a exportação de bens de capital e serviços, com
ênfase em produtos de maior valor agregado.
As operações podem ser realizadas diretamente com o BNDES ou através de instituições financeiras
credenciadas no País e no exterior.
BNDES-exim
Financiamentos à exportação de bens e serviços através de instituições financeiras credenciadas, nas
modalidades:
Pré-Embarque: financia a produção de bens a serem exportados em embarques específicos; Pré-
Embarque Curto Prazo: financia a produção de bens a serem exportados, com prazo de pagamento de até 180
dias;
Pré-Embarque Especial: financia a produção nacional de bens exportados, sem vinculação com
embarques específicos, mas com período pré-determinado para a sua efetivação;
Pós-Embarque: financia a comercialização de bens e serviços no exterior, através de refinanciamento
ao exportador, ou através da modalidade buyer's credit.
Programa de Apoio a Investimentos de Empresas Brasileiras de Capital Nacional no Exterior: objetiva
estimular a inserção e o fortalecimento de empresas brasileiras no mercado internacional, através do apoio à
implantação de investimentos ou projetos a serem realizados no exterior.
Os instrumentos de garantia utilizados são os mesmos oferecidos pelas agências de crédito à
exportação. Ainda para facilitar o acesso ao crédito à exportação, encontram-se disponíveis:
Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade - FGPC (Fundo do Aval), destinado a facilitar
o acesso ao crédito para micros, pequenas e médias empresas;
Seguro de Crédito à Exportação, que possibilita a cobertura dos riscos comercial e político dos bens e
serviços exportados.
No Brasil este instrumento é operado pela - Seguradora Brasileira de Créditos à Exportação - SBCE.
CARTÕES DE CRÉDITO
O uso de moedas e cédulas está sendo substituído cada vez mais por pequenos cartões de plástico.
Instituições financeiras, bancos e um crescente número de lojas oferecem a seus clientes cartões que podem
ser usados na compra de grande número de bens e serviços, inclusive em lojas virtuais através da Internet. Os
cartões não são dinheiro real: simplesmente registram a intenção de pagamento do consumidor. Cedo ou tarde
a despesa terá de ser paga, em espécie ou em cheque. É, portanto, uma forma imediata de crédito.
O Cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década de 20. Postos de gasolina, hotéis e firmas
começaram a oferecê-los para seus clientes mais fiéis. Eles podiam abastecer o carro ou hospedarem-se num
hotel sem usar dinheiro ou cheque.
Em 1950, o Diners Club criou o primeiro cartão de crédito moderno. Era aceito inicialmente em 27 bons
restaurantes daquele país e usado por importantes homens de negócios, como uma maneira prática de pagar
suas despesas de viagens a trabalho e de lazer.
Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do associado de um lado e dos estabelecimentos
filiados em outro. Somente em 1955 o Diners passou a usar o plástico em sua fabricação.
Em 1958, foi a vez do American Express lançar o seu cartão. Na época, os bancos perceberam que
estavam perdendo o controle do mercado para essas instituições, e no mesmo ano o Bank of America introduziu
o seu BankAmericard. Em 1977, o BankAmericard passa a denominar-se Visa. Na década de 90, o Visa torna-
se o maior cartão com circulação mundial, sendo aceito em 12 milhões de estabelecimentos.
Muitos cartões de plástico não têm poder de compra. Simplesmente ajudam a usar e a obter formas
conhecidas de dinheiro. São os cartões de banco que garantem cheques, retiram dinheiro e fazem pagamentos
em caixas automáticos.
Outros cartões aliam as funções de compra, movimentação de conta-corrente e garantia de cheques
especiais.
O comércio vem criando os seus próprios cartões. Destinados a atender a uma clientela mais fiel, eles
facilitam a compra e eliminam a burocracia na abertura de crédito.
Em diversos países os cartões telefônicos são uma maneira prática de realizar ligações de telefones
públicos sem o incômodo de fichas e moedas. A cada chamada à tarifa é descontada do valor facial do cartão.
O mais recente avanço tecnológico em termos de cartão foi o desenvolvimento do smart card, o cartão
inteligente. Perfeito para a realização de pequenas compras, ele vem com um chip que pode ser carregado com
uma determinada soma em dinheiro. À medida que o portador vai gastando, seu saldo vai sendo
eletronicamente descontado. Quando o saldo acaba, o cartão pode ser carregado com uma nova quantia.
Os cartões se multiplicaram. Hoje eles estão cada vez mais direcionados para os diversos nichos de
mercado. São cartões de afinidade, que apóiam campanhas sociais, ecológicas; cartões para atender jovens e
universitários; ou cartões de negócios destinados a altos funcionários de empresas.
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO
O título de capitalização é uma mistura de poupança com loteria, já que apresenta possibilidades de
ganho por meio de sorteios. A quantia paga mensalmente pelo consumidor é dividida em três partes:
- A parcela de capitalização: o dinheiro que efetivamente vai ser devolvido com o adicional proporcional
de juros;
- A parcela do sorteio;
- A parcela dos custos administrativos da instituição financeira.
O percentual referente à parcela de capitalização deve ser especificado em contrato e varia de banco
para banco. O mínimo de 50% deve ser destinado à capitalização, segundo determinação da Superintendência
de Seguros Privados (Susep).
O investimento de fato é apenas esta parcela que vai para a capitalização. O restante do dinheiro é
perdido em troca do benefício de concorrer ao prêmio. É muito comum que o rendimento do título de
capitalização seja negativo, considerando tudo o que realmente foi pago e o dinheiro recebido de volta.
O título de capitalização é um produto oferecido por instituições financeiras. Muitas vezes, a instituição
usa a venda deste título como forma de expressão para o cliente que precisa de algum atendimento especial. É
o que alguns gerentes chamam de reciprocidade. Um cliente que queira aumentar o valor de seu cheque
especial, por exemplo, pode ser convidado a comprar um título de capitalização para ter seu limite ampliado. O
cliente não deve aceitar este tipo de pressão em nenhuma circunstância. O produto deve ser comprado por seu
mérito e não para que seja possível obter algum favor.
O título de capitalização é uma mistura de poupança com possibilidade de ganho por meio de sorteios.
Em parte, é um título que tem rendimento como juro, mas está longe de ser uma aplicação recomendada por
sua remuneração. O preço pago para se ter direito ao sorteio é bastante caro.
A quantia paga mensalmente por um título de capitalização é dividida em três partes: a parcela de
capitalização - dinheiro que efetivamente vai ser devolvido com o adicional proporcional de juros -, a parte do
sorteio e a parte dos custos administrativos da instituição financeira. Estas duas últimas partes podem estar
agrupadas num único nome no contrato, como, por exemplo, taxa de carregamento, ou indicadas
separadamente.
A porcentagem referente à parcela de capitalização, também chamada de reserva matemática, varia de
banco para banco e deve estar especificada em contrato. Atualmente a Susep - Superintendência de Seguros
Privados - exige que o mínimo destinado à capitalização seja de 50%. O investimento de fato é apenas esta
parcela que vai para a capitalização.
O restante do dinheiro é perdido imediatamente, em troca do benefício de concorrer ao prêmio. O
prêmio pode ser de no máximo 25% do valor pago. Ou seja, considerando o limite mínimo para capitalização e o
máximo do prêmio, a administradora pode cobrar até 25% para cobrir seus custos de gestão da carteira de
títulos de capitalização. Um valor muito alto, que prejudica muito a rentabilidade da aplicação.
Rendimento
Somente a parcela destinada à capitalização será remunerada. Então este e um primeiro ponto para
comparar entre os títulos. Quanto menor a parcela capitalizada (reserva matemática), maior a perda do
investidor.
Sobre o valor capitalizado, o rendimento mínimo obrigatório é de 20% da taxa de juros básica aplicada
às cadernetas de poupança, mais a variação da TR, Taxa Referencial. Hoje a taxa de juros da poupança é de
6% ao ano. Então, o juro anual mínimo é de 1,2% ao ano mais a variação da TR. Se o rendimento da poupança
for alterado, o rendimento mínimo dos títulos deve acompanhar. Na média de mercado, o rendimento costuma
ficar entre 5% e 5,5% ao ano acima da TR, sobre a parte capitalizada (reserva matemática), segundo dados da
Susep (Superintendência de Seguros Privados).
O rendimento do título de capitalização está sujeito a uma alíquota de 20% de Imposto de Renda, caso
o rendimento supere o valor total pago, incluindo toda a parcela. Assim, se o plano é de 24 parcelas de R$ 100,
tendo o investidor pago R$ 2.400, se no resgate receber mais do que este montante, por exemplo, R$ 2.500,
paga imposto de 20% sobre este ganho. No caso, o ganho foi de R$100, e o imposto devido de R$ 20. Se
receber menos que R$ 2.400, nada será devido ao Imposto de Renda.
Falta de competitividade
Os títulos de capitalização não são competitivos em relação aos investimentos de renda fixa. De fato, o
investidor abre mão de boa parte de seus ganhos, podendo ter até rendimento negativo, para poder participar
de sorteios. Para quem aceita este tipo de risco, é mais uma diversão. Como investimento, regra geral, não
pode ser recomendado. A avaliação muda se o consumidor for sorteado.
Vamos ver um exemplo. Imagine uma poupança que recebe 100 reais por mês, no prazo de 24 meses,
com o rendimento de 6% ao ano mais a variação da TR. E uma segunda aplicação, de mesmo montante, num
título de capitalização, sendo que apenas 75% do dinheiro foi capitalizado, e o restante destinado aos custos e
prêmios. No final dos 24 meses teremos, para uma TR mensal de 0,3%:
Na poupança: R$ 2.655,90.
No título de capitalização: R$ 1.991,92.
Os dois valores depositados foram de R$ 2.400, que equivale aos R$100 pagos por 24 meses. Como
se vê, o dinheiro resgatado no título de capitalização ficou abaixo do valor efetivamente pago, o que
corresponde a dizer que o rendimento foi negativo. A diferença entre o que foi recebido na caderneta de
poupança e no título, correspondente a R$ 663, 98, é o preço pago pelo direito ao sorteio.
Resgate antecipado e parcial
O resgate antecipado, antes do vencimento, pode comprometer ainda mais o rendimento do título de
capitalização. É que, nestes casos, a administradora pode devolver apenas 90% do dinheiro que estiver na
reserva matemática. Regra geral, o resgate de 100% da reserva matemática somente é garantido para quem
saca o dinheiro por motivo de sorteio ou no final do contrato.
Quem deixa de pagar o título e pede resgate entra na mesma regra do resgate antecipado. Ou seja:
além de ser obrigado a cumprir a carência, somente vai ter direito ao saque de 90% dos recursos capitalizados
(da reserva matemática).
No caso de resgate parcial, quando o investidor quer retirar apenas parte de sua reserva matemática,
para alguma emergência, o saque também pode ser punido com desconto de até 10%. Então, se o valor sacado
da reserva é de R$1.000, a instituição pode entregar apenas R$ 900, ficando os restantes R$100 para a
instituição, a título de punição pelo resgate antecipado.
Outro ponto fundamental para entender as perdas do resgate antecipado é saber se o título distribui a
parte da capitalização linearmente, ao longo do plano, ou se cobra antecipadamente os custos e valores
destinados aos prêmios.
Prazo de resgate
O prazo de resgate varia bastante neste mercado. A maioria dos títulos tem prazos de 36 e 40 meses.
O prazo mínimo para o plano de capitalização é de 12 meses. Não existe prazo máximo. No mercado existem
planos com até dez anos, mas pode haver período maior no futuro. Por ocasião de seu vencimento, as
instituições costumam depositar o dinheiro na conta-corrente do cliente.
Quanto mais longo o prazo de resgate, maior o risco de o investidor precisar sacar o dinheiro
antecipadamente, por conta de algum imprevisto. Como o resgate antecipado ou parcial costuma ser punido
com um desconto sobre o valor sacado, o investidor corre mais riscos. Planos mais curtos, neste sentido, são
mais seguros, porque vigoram num período que pode ser mais facilmente planejado.
Carência
O prazo de carência é o período no qual o aplicador não pode resgatar seu título. Os títulos de
capitalização não podem ter carência superior há 24 meses. O prazo máximo de carência de um título é o prazo
de seu resgate. Desta forma, se o título vence antes de 24 meses, a carência não pode ser superior a este
prazo. Devido a concorrência no setor, muitos planos já estão trabalhando sem prazo de carência.
Quem deixa de pagar o título e pede resgate antecipado também é obrigado a cumprir as carências,
quando forem definidas em contrato.
Sorteios
A freqüência de sorteios varia em cada título de capitalização. Geralmente eles acontecem
semanalmente e mensalmente. Há planos que estabelecem maior número de sorteios, com valores menores, e
outros que estabelecem menos sorteios, com maior valor. São produtos com perfis diferentes, dependendo do
cliente potencial. Também existem títulos que oferecem sorteio instantâneo, que o investidor sabe na hora da
compra do título se foi premiado.
Do valor pago pelas parcelas, no máximo 25% pode ser destinado aos prêmios. E do valor total
destinado aos prêmios, no máximo 30% pode ser distribuído como sorteio instantâneo, na hora da compra.
Um ponto importante sobre os sorteios, que muita gente esquece, é que os prêmios estão sujeitos ao
pagamento de Imposto de Renda. Quando o premiado não concorre mais a qualquer sorteio ou benefício
adicional, a alíquota do IR é de 25%. Se continuar concorrendo, a alíquota sobe para 30%. É o tipo de contrato
que estabelece se o sorteado continua ou não concorrente. Antes de escolher o tipo de plano o investidor deve
lembrar que é muito difícil ser sorteado uma vez, e mais ainda ser sorteado duas ou mais vezes!
Cabe à instituição financeira comunicar o sorteado de seu prêmio. Este aviso pode ser por meio de
publicação nos jornais. Muitas empresas também enviam carta. Se o cliente tem conta corrente na instituição, o
depósito é feito diretamente. Caso contrário, cabe à instituição avisar o cliente para efetivar o saque do prêmio.
O contrato também precisa estabelecer se o sorteio dá direito à liquidação antecipada do pagamento
do título ou se o investidor deve continuar pagando normalmente suas mensalidades. O resgate antecipado por
sorteio permite o saque de 100% do valor da reserva matemática.
PLANOS DE SEGUROS
Fazer seguro é uma forma de proteger o património. Neste sentido, não deixa de ser um investimento.
Naturalmente, isso tem um custo. É o preço pago para não se correr o risco de perder algo muito valioso, ou de
suportar melhor uma grande perda material ou pessoal. E o objetivo deste investimento somente pode ser
alcançado se a compra do seguro for bem feita. Ou seja: deve atender às necessidades do cliente, e não às do
corretor. Esta cartilha vai ensinar você a comprar melhor seu seguro.
Seguro para fugir das incertezas
O seguro, como o próprio nome diz, surge da necessidade de segurança das pessoas diante das
incertezas e riscos que corremos na vida. Todos queremos uma segurança, uma garantia futura que nos proteja
dos prejuízos e perdas de fatos inesperados.
Com esta finalidade, pessoas e grupos têm se unido ao longo da história. Na Antigüidade, os
cameleiros que faziam longas viagens pelo deserto se associavam a fim de repor um animal que morresse, de
qualquer integrante da caravana. A perda do animal poderia ser a desgraça de um cameleiro, mas certamente
era suportada pelo grupo.
Outro exemplo vem da China. Lá, os comerciantes que desciam a correnteza dos rios com mercadorias
se associavam, e distribuíam os produtos em vários barcos, para diminuir o risco de perda total deles. Estes
exemplos mostram a essência do setor de seguros. Pessoas que têm afinidades se unem para amenizar os
riscos de perdas individuais, dentro do grupo, através de ajuda recíproca. É uma forma de tornar mais próximo o
desejo de que nada de mal possa nos atingir.
Na modernidade
O seguro é então o instrumento legal que permite aos segurados garantir a cada membro do grupo,
através do segurador, a compensação econômica por um evento futuro e incerto, chamado risco. É o caso de
um incêndio, roubo ou acidente, eventos que todos sabemos ser possíveis, mas ninguém é capaz de prever
quando, nem, onde ou com quem.
Para garantir que as perdas sejam compensadas, cada pessoa do grupo paga um valor proporcional
ao risco corrido para o segurador. Este valor vai ser usado para pagar as indenizações e também cobrir os
custos e lucros da seguradora. É o segurador que assume os riscos pelo grupo em troca desta remuneração,
chamada de prêmio.
O prêmio é uma forma de baixo custo para cobrir eventos ocasionais de pessoas que estão expostas a
riscos semelhantes. E deve ser proporcional ao risco de cada evento ocorrer. Cálculos de probabilidades, com
base também na observação do comportamento destes eventos no passado, ajudam a estimar o prêmio.
Tipos de seguros
Existem três riscos básicos que podem ser segurados: patrimônio, pessoa e responsabilidade. Uma
mesma apólice pode combinar a cobertura de diversos riscos destes grupos. Um seguro de carro, por exemplo,
cobre a perda patrimonial do veículo, a vida do segurado, e os danos que pode causar a terceiros. Um seguro
de imóvel também pode cobrir perdas patrimoniais diversas, como incêndio, roubo e responsabilidade civil, caso
um vidro, por exemplo, caia e atinja um terceiro.
A maioria dos seguros voltados para pessoas físicas é vendida como contrato padrão. Ou seja: a
seguradora já tem um contrato com cláusulas fixas, envolvendo um conjunto de coberturas. O segurado apenas
adere ao plano, sem poder discutir cada um dos seus parâmetros.
É desta forma que o mercado consegue baratear os contratos, porque não é preciso recalcular todos
os parâmetros a cada proposta de seguro. Com a modernização do mercado, alguns padrões já foram
diversificados. É possível, por exemplo, encontrar seguros de automóveis mais baratos apenas pelo fato de o
contratante ser mulher ou ter mais idade.
Seguro de veículos
O seguro de automóveis e outros veículos automotores é um dos mais conhecidos. É um reflexo do
nível de violência, especialmente nas cidades maiores, onde é grande o número de roubos.
Esta apólice, que costuma ter prazo de um ano, cobre a reparação dos danos ocorridos ao veículo
segurado ou causados por ele a terceiros ou a coisas, incluindo outros veículos, roubo, furto, incêndio e colisão.
Algumas apólices cobrem outros riscos, como chuva de granizo, enchentes e danos ocorridos ao veículo
durante roubo ou furto ou tentativa de roubo ou furto. Estes riscos múltiplos podem ser associados de várias
formas, combinando as modalidades em pacotes.
Esta modalidade de seguro também pode oferecer coberturas adicionais para o risco de roubo de
rádios e acessórios, desde que conste da apólice. Se estes equipamentos são colocados posteriormente à
contratação, podem ser incluídos na apólice, através de endosso.
Muitos danos não são cobertos pelo seguro de veículos, o que deve vir relacionado no contrato,
especialmente pequenos prejuízos como arranhões na pintura. Aliás, a função da franquia também é impedir
que estes pequenos gastos sejam responsabilidade da seguradora, o que aumentaria o custo do prêmio.
Seguro de vida
O principal objetivo de um seguro de vida é garantir certa segurança aos entes queridos que dependem
de nossa renda. O problema desta apólice é que mexe com assuntos que a maioria das famílias não quer tratar,
como a possibilidade de morte. Por isso, muita gente acaba evitando um seguro que poderia amparar a família
num infortúnio.
O seguro de vida dá cobertura aos riscos de morte natural ou acidental e invalidez por acidente ou
doença. Casos de suicídio, regra geral, estão excluídos da cobertura. Seu pagamento costuma ser mensal, por
prazo indeterminado, havendo exceções, de contratos por prazo determinado.
Estimar o valor correto de um seguro de vida depende de muitos fatores individuais, como o número de
filhos e a idade deles, a vida profissional do cônjuge, o padrão de vida que se pode manter, o nível de
patrimônio, a capacidade de gerenciamento da família e tempo para sua reestruturação, e até as despesas com
funerais.
Se o prêmio para o seguro ideal - que inclui até cobertura para a educação dos filhos - não for viável,
procure fazer algum seguro que caiba no orçamento familiar, para dar uma garantia mínima.
Certamente, pessoas que não tenham filhos, ou que já os tenha educado, precisam de seguro de vida
de menor valor, em geral apenas para amparar o cônjuge ou outro dependente indireto. Pessoas com filhos
pequenos e dívidas devem se preocupar mais.
O prêmio é maior quanto maior o número de coberturas escolhidas, e o risco do próprio segurado, que
depende de sua expectativa de vida e do tipo de risco a que se expõe. Pessoas com saúde debilitada pagam
prêmios maiores. Fumantes podem pagar mais. Pessoas que se expõem a esportes radicais também têm maior
risco. A seguradora pode até não aceitar este tipo de cliente.
Seguro de acidentes pessoais
O seguro de acidentes pessoais oferece cobertura em caso de invalidez permanente, parcial ou total,
ou morte por acidente. Os contratos, regra geral, têm prazo de um ano. Neste caso, acidente é evento não
esperado, externo, involuntário ou violento, que cause lesão física que leve à morte ou invalidez permanente,
incluindo casos de homicídio. Acidentes com eletricidade ou ataque de animais também estão incluídos, para
citar exemplos menos comuns.
A única diferença em relação ao seguro de vida é que não cobre morte natural. Como tem uma
cobertura a menos, é mais barato que o seguro de vida. O público-alvo são pessoas jovens, que têm boa saúde,
e não vêem no horizonte probabilidade alta de morrer de causa natural.
O valor da indenização depende do segurado, do padrão de vida que tem e poderia manter num caso
de invalidez, ou que tipo de proteção pode deixar para a família em caso de morte.
Seguro de viagem
Cobre riscos de acidentes em viagem (geralmente ao exterior), como extravio de bagagem, despesas
médico-hospitalares, odontológicas, problemas jurídicos e até de translado do corpo, em caso de morte. Este
tipo de apólice não assume os riscos de catástrofes naturais, como furacões e terremotos. Os contratos duram o
tempo da viagem, mas também podem cobrir viagens que aconteçam durante um ano inteiro, no caso de
pessoas que costumam viajar com mais freqüência.
O contrato especifica as coberturas e os números de telefone que atendem o segurado no exterior.
Caso precise de atendimento de urgência em instituições não credenciadas, o segurado pode solicitar
reembolso, dentro do limite de cobertura garantido.
O seguro viagem pode ser feito na própria agência de viagem, em bancos ou corretoras.
Seguro profissional liberal
Cobre o pagamento de diárias em caso de afastamento motivado por doença ou acidente, para
profissionais liberais como médicos, dentistas e advogados. Pode prever cobertura contra danos pessoais
causados a terceiros, como, por exemplo, erro médico. Nos Estados Unidos, este tipo de seguro é muito comum
nos casos de ação na Justiça movida contra médicos.
Seguro saúde
Oferecido por empresas seguradoras, o seguro saúde dá cobertura facultativa aos riscos que envolvem
assistência médica e hospitalar.
Outros seguros
Imobiliário: No caso de não conclusão da obra, garante ao comprador do imóvel que este será
concluído e entregue por outra empresa, que assume a obra. Tem a função de dar maior segurança para o
investidor que compra imóvel na planta.
Assistência para funeral: Cobertura complementar das apólices de seguro de vida, que cobre
despesas de funeral, como compra de caixão, flores, certidão de óbito, translado do corpo e aluguel de jazigo.
Assistência para seqüestro: Serviço agregado a um seguro de vida para ser acionado quando ocorrem lesões
ou ferimentos corporais causados por seqüestro, roubo ou assalto.
Educação: Seguro que cobre gastos com a educação dos filhos e dependentes, em caso de
falecimento do responsável.
Fiança: Garante o pagamento de aluguel, condomínio e outras despesas em caso de inadimplência do
INQUILINO.
MERCADO DE CAPITAIS;
AÇÕES - CARACTERÍSTICAS E DIREITOS
DEFINIÇÃO:
São títulos emitidos pelas Sociedades Anônimas e que representam uma fração do Capital Social da
empresa emitente.
CLASSIFICAÇÃO: ORDINÁRIAS:
São ações que dão direitos a voto, além de participar dos resultados da companhia.
PREFERENCIAIS:
Dão a seu possuidor prioridade no recebimento de dividendos e/ou em caso de dissolução da empresa
no reembolso do capital. Normalmente não tem direito a voto. Dependendo do estatuto da companhia, podem
ter direitos a voto em garantia de dividendos mínimos.
QUANTO À FORMA NOMINATIVA:
Identifica o nome de seu proprietário. Sua transferência deve ser registrada no livro especial da
empresa, denominado Livro de Registro de Ações Nominativas.
ESCRITURAL:
Fica mantida em conta de depósito em nome de seus titulares, sem emissão de cautelas, com simples
emissão de extratos; comprovando os pagamentos de direitos e resultados e as transferências de propriedade
na forma da lei.
AÇÕES COM VALOR NOMINAL:
Apresentam o valor unitário explícito no Estatuto Social da Companhia. Só podem emitir novas ações
pelo preço igual ou superior ao valor nominal.
AÇÕES SEM VALOR NOMINAL:
Não apresentam valor unitário explícito
QUANTO À CLASSE:
COM OU SEM DIREITO A DIVIDENDO
COM OU SEM DIREITOS SOBRE ATIVOS
COM OU SEM DIREITO A VOTO
QUANTO AO PAGAMENTO:
REEMBOLSO:
É a operação pela qual a companhia paga ao acionista dissidente de uma deliberação da Assembléia
Geral o valor de suas ações.
AMORTIZAÇÃO:
Esta operação se caracteriza por:
- ser um ato de vontade da companhia;
- manter a qualidade do acionista;
- poder resultar em redução do capital.
RESGATE:
- Consiste no pagamento do valor das ações e se caracteriza por:
- ser um ato unilateral da companhia;
- resultar ou não em redução do capital;
- poder ser total ou parcial;
- determinar a perda de qualidade de acionista, caso não haja a conversão em outra classe de ação.
LUCRATIVIDADE OFERECIDA ÀS AÇÕES PELAS EMPRESAS EMITENTES
DIVIDENDOS:
Corresponde à parte do lucro que é distribuído em dinheiro aos sócios da companhia. Os dividendos
correspondem, no mínimo a 25% do lucro líquido anual apurado pela sociedade.
BONIFICAÇÃO EM DINHEIRO:
É a distribuição em dinheiro de uma parcela do lucro.
BONIFICAÇÃO EM AÇÕES:
É a distribuição em ações de lucros obtidos pela sociedade e que são incorporados ao Capital Social,
proporcionando a capitalização da sociedade.
DIREITO DE SUBSCRIÇÃO:
O acionista possui prioridade no direito de subscrição de novas ações (compra) no caso da sociedade
decidir-se por uma elevação do Capital Social, por meio de uma chamada de dinheiro.
DETERMINAÇÃO DE PREÇO DE AÇÕES NO MERCADO SECUNDÁRIO
No mercado secundário, a variação do preço das ações de uma companhia é diretamente influenciada,
além da variação de preços do mercado como um todo (que é afetado pelo ambiente macroeconômico), pelos
seguintes fatores:
- desempenho esperado para seu setor de atuação;
- perspectivas de resultados futuros;
- probabilidade de obtenção desses resultados;
- quantidade e liquidez das ações efetivamente em poder do público;
- grau de confiança que o mercado deposita na administração;
- histórico do tratamento dado aos acionistas minoritários, entre outros.
DEBÊNTURES
Debêntures é título de massa, emitido pelas sociedades por ações que asseguram, a seu titular, um
direito de crédito contra a companhia, nas condições constantes da escritura de emissões e do certificado. O
debênture é, mais especificadamente, um título de crédito ao portador, formal e privilegiado, emitido em séries
uniformes, pelas sociedades anônimas ou em comandita por ações, garantindo aos compradores remuneração
certa em prazos definidos, sendo representativos de empréstimos amortizáveis, contraídos a longo prazo
mediante garantia de todo o ativo da sociedade, especialmente, porém não obrigatório, abonados por hipotecas,
penhores ou anticreses, obrigações ou obrigações ao portador.
ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS AO TÍTULO
- denominação, sede, prazo de duração e objeto da companhia;
- data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação dos seus atos constitutivos;
- data da publicação da ata da assembléia geral que deliberou sobre a emissão;
- data e ofício do registro de imóveis em que foi inscrita a emissão;
- denominação: DEBÊNTURE e a indicação da sua espécie, pelas palavras, com garantia real, com
garantia flutuante, sem preferência ou subordinada;
- designação da emissão e da série; número de ordem;
- valor nominal e a cláusula de correção monetária e, se houver, condições de vencimento,
amortização, resgate, juros, participação no lucro ou prêmio de reembolso, e época em que serão devido;
- condições de conversibilidade em ações, se for o caso;
- nome do debenturista e declaração de transferibilidade da debênture mediante endosso, se
endossável;
- nome do agente fiduciário dos debenturistas, se houver;
- data da emissão do certificado e assinatura de 2 (dois) diretores da companhia; e autenticação do
agente fiduciário, se for o caso.
Observações:
A companhia, consoante o Art. 65 da Lei 6.404/76, poderá emitir certificados múltiplos (2,5,100,1000,..)
de debêntures e, provisoriamente, cautelas que as representem, satisfeitos os requisitos anteriores;
O agente fiduciário representa, nos termos da Lei 6.404/76 e da escritura da emissão, a comunhão dos
debenturistas perante a companhia emissora. Entre os seus deveres, figura o de proteger os direitos e
interesses dos debenturistas, empregando, no exercício da função, o cuidado e a diligência que todo homem
ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios bens.
PRAZOS
- Mínimo: 1 (um) ano: debêntures não conversíveis;
- 3 (três) anos: debêntures conversíveis; e
- Máximo: não há fixação, exceto quando se destinarem a financiamento de capital de giro. Neste caso,
o prazo máximo é de 5 (cinco) anos.
FATO GERADOR
A emissão de debêntures para subscrição pública depende de prévia autorização da CVM. Deliberação
da assembléia geral, que deverá fixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto e as características gerais
de cada emissão. É vedado às instituições financeiras emitir debêntures - exceto as que não recebem depósitos
- e partes beneficiárias.
As instituições financeiras e demais entidades autorizadas a financiar pelo BACEN somente poderão
subscrever, adquirir ou intermediar debêntures destinadas à subscrição pública, com exceção das debêntures
conversíveis em ações decorrente do exercício do direito de preferência previsto na Lei 6.404/76.
FORMA
- Nominativas e escriturais, sendo transmissíveis somente por endosso em preto;
- Garantia real: representada por bens do ativo da sociedade emitente, devidamente registrados para
esse fim; garantia flutuante: representada por bens do ativo da sociedade, porém com prescrição de rotatividade
daqueles bens, geralmente perecíveis;
- Sem preferência ou quirografária: sem as vantagens dos dois tipos anteriores, que asseguram
privilégio geral sobre todo o ativo da companhia. Em caso de falência, deverão os debenturistas sem
preferência habilitar-se como quirografários;
- Subordinada: não goza a debênture de garantia e, em caso de liquidação da companhia, o debenturista
preterirá apenas aos acionistas no ativo remanescente;
- Debêntures simples: resgatáveis exclusivamente em dinheiro;
- Debêntures conversíveis em ações: resgatáveis em dinheiro ou, à opção do debenturista, conversíveis
em ações da sociedade emitente.
Observações:
- Existem limites para emissões de debêntures, especificados no Art. 60 da Lei 6.404/76, a saber:
- Com garantia real: capital social + 80% (oitenta por cento) do valor dos bens gravado;
- Com garantia flutuante: capital social + 70% (setenta por cento) do valor contábil do ativo da
companhia, menos dívidas garantidas por direitos reais;
- Sem preferência: até o valor do capital social;
- Subordinada: sem limitação.
RENTABILIDADE
As debêntures somente podem ter por remuneração:
- Taxa de juros prefixada;
- Taxa Referencial (TR) ou Taxa Básica Financeira (TBF), observado o prazo mínimo de 90 (noventa)
dias para vencimento ou período de repactuação;
- Taxa de juros flutuantes, nos termos da Res. CMN 1.145/86, observando o prazo mínimo de 120 (cento
e vinte) dias para vencimento ou período de repactuação, admitindo-se que os intervalos de reajuste da taxa
utilizada como referencial ocorram em prazo não inferior a 30 (trinta) dias. A taxa deve ser regularmente
calculada e baseia-se em operações contratadas a taxas de mercado prefixadas, com prazo não inferior ao
período de reajuste estipulado contratualmente.
- Taxa de juros fixa e cláusula de atualização com base em índices de preços, atendido o prazo mínimo
de um ano para vencimento ou período de repactuação. O índice de preços deve ter série regularmente
calculada a e ser de conhecimento público. A periodicidade de aplicação da cláusula de atualização não pode
ser inferior a um ano. O pagamento correspondente a atualização somente pode ocorrer por ocasião do
vencimento ou repactuação das debêntures.
É vedada a previsão contratual de mais de uma base de remuneração ou mais de um índice de preços,
exceto na hipótese de extinção daquela estabelecido.
É vedada a emissão, a partir de 01.07.95, de debêntures com cláusula de variação cambial.
É vedada a emissão de debêntures por sociedades de arrendamento mercantil e por companhias
hipotecárias com base em taxa de juros fixa e cláusula de atualização estabelecida em índice de preços. Assim
como pelas demais sociedades anônimas o estabelecimento de remuneração com base na TR ou TBF.
Devem ser observados períodos mínimos de 30 (trinta) dias para o pagamento de rendimentos das
debêntures. O prêmio das debêntures somente pode ser pago com observância do prazo mínimo de 4 (quatro)
meses da data de sua emissão, obedecido idêntico prazo entre pagamento, não podendo ter como base índice
de preços, a TR, a TBF ou qualquer referencial baseado em taxa de juros.
OPERAÇÕES DE UNDERWRITING
O LANÇAMENTO PÚBLICO DE AÇÕES - UNDERWRITING
REGIME DE GARANTIA FIRME:
É um comprometimento formal por parte das instituições financeiras coordenadoras da operação de
que colocarão um determinado lote de ações a determinado preço previamente pactuado entre as partes. A
empresa tem garantido a subscrição total da emissão.
MELHORES ESFORÇOS:
As instituições financeiras contratadas envidam os melhores esforços pela colocação dos títulos, a
preço fixo (ou corrigido monetariamente), dentro de prazo que varia, normalmente, de 2 a 15 dias, não se
responsabilizando pela subscrição de títulos não colocados.
BOOK BUILDING
As instituições financeiras contratadas realizam ampla consulta ao mercado, como objetivo de
determinar volume de demanda a diversos níveis de preço.
O MERCADO DE BALCÃO
São negociáveis no mercado de balcão os valores mobiliários não admitidos à negociação em Bolsa ou
em mercados secundários especiais. Podem, ainda, ser negociados valores mobiliários que, embora admitidos
à negociação nos outros mercados, não são neles exclusivamente e obrigatoriamente transacionados. Os
intermediários financeiros só podem receber e executar ordens de venda de valores mobiliários que se
encontrem depositados ou registrados, conforme sejam titulados ou escriturais em contas abertas junto deles
pelos ordenantes.
Quando um intermediário financeiro tiver, simultaneamente, ordens de compra e venda de um mesmo
valor mobiliário, ele só poderá fazer a respectiva compensação após ter realizado, sem sucesso, diligências
razoáveis no sentido de executar ambas as ordens em condições mais favoráveis.
Os intermediários financeiros devem enviar mensalmente à CMVM e às Bolsas a relação dos valores
transacionados, por seu intermédio, no mercado de balcão e, quando se trata de valores admitidos à
negociação em Bolsa, devem divulgá-los de imediato em sessão.
MERCADO DE CÂMBIO:
INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR - OPERAÇÕES BÁSICAS
CONTRATOS DE CÂMBIO – CARACTERÍSTICAS
TAXAS DE CÂMBIO-REMESSAS
Até agora vimos o mercado de moeda, considerando somente a economia nacional. A relação da
moeda nacional com as moedas dos outros países é de fundamental importância no mundo moderno. Essa
relação é denominada taxa de câmbio.
Vamos estudar as teorias modernas de determinação das taxas de câmbio no curto prazo e como se
dá o equilíbrio no mercado de câmbio. Em seguida, vamos estudara teoria da paridade do poder de compra de
determinação da taxa de câmbio de longo prazo e, em seguida, a paridade do poder de compra supondo
mercados eficientes. Além disso, vamos ver a possibilidade que tem o Banco Central de controlar a quantidade
de moeda e/ou a taxa de câmbio.
Estrutura do Mercado de Câmbio
Cada país tem uma moeda na qual são estabelecidos os preços dos bens e serviços: o real no Brasil, o
dólar nos Estados Unidos, a libra esterlina na Inglaterra e assim sucessivamente. O preço da moeda de um país
em relação à moeda de outro país nós denominamos de taxa de câmbio. As taxas de câmbio de real relativas
às principais moedas são publicadas diariamente pelos jornais e nos permitem comparar o preço de um bem ou
serviço produzido em vários países.
A taxa de câmbio é definida como o número de unidades de moeda nacional que é necessário para
comprar uma unidade da moeda estrangeira (1,10 de real para comprar um dólar). Assim, a taxa de câmbio é o
preço de uma unidade de moeda estrangeira, tal qual o preço da batata é a quantidade de moeda por I kg de
batata. Portanto, a taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira, isto é,
US$1,00 = R$ 1,10.
Um aumento na taxa de câmbio, digamos de R$ 1,10 por dólar para R$ 1,20, é chamado de
desvalorização da moeda nacional (mais moeda nacional pela mesma unidade de moeda estrangeira). Um
aumento na taxa de câmbio representa uma redução no poder de compra da moeda nacional, porque agora
custa mais caro comprar uma unidade de moeda estrangeira. Igualmente uma queda na taxa de câmbio,
digamos de R$ 1,10, para R$ 0,85 - é chamada de valorização da moeda nacional (com menos moeda nacional
se compra uma unidade de moeda estrangeira).
Como qualquer preço, a taxa de câmbio é determinada pela ação dos compradores e dos vendedores
(Bancos centrais, Bancos comerciais, investidores, empresas importadoras e exportadoras e turistas) no
mercado de câmbio. O mercado de câmbio não é um local físico onde compradores e vendedores se
encontram, pois grande parte das transações é feita por telefone ou computador entre Bancos comerciais.
As principais moedas nacionais são comercializadas nos maiores centros financeiros do mundo
(Londres, Nova York, Tóquio, Frankfurt etc.), que estão interligados por telefone, fax e computador, tornando-os
um mercado único. Com um número grande de dealers, um sistema de comunicação quase perfeito e baixos
custos de transação, podemos dizer que o mercado de câmbio internacional e o mais competitivo que existe. Os
mercados, de câmbio operam 24 horas por dia e o lucro é obtido pela compra e venda com pequenas margens
Já que os preços flutuam toda hora.
Ainda que se possam comprar muitas moedas nacionais nos principais mercados internacionais de
câmbio, não é possível converter real em dracma grega, por exemplo, porque os dealers não mantêm estoques
de todas as moedas. Para tal, é preciso converter reais em dólares e dólares em dracmas. O dólar é a "moeda
veículo", que permite que os dealers mantenham seus estoques de divisas em dólares e, depois da operação,
troquem os reais e as dracmas por dólares com os Bancos centrais do Brasil e da Grécia.
Os principais participantes no mercado de câmbio são os Bancos comerciais, as empresas que estão
envolvidas no comércio internacional, as empresas de seguro e os Bancos centrais, já que as transações dos
turistas são marginais no mercado. Os Bancos comerciais são o centro do mercado de câmbio, pois grande
parte das transações de divisas caracteriza-se por troca de depósitos bancários de duas moedas diferentes.
Além disso, a maior parte do comércio de divisas é feita entre os Bancos comerciais - é o chamado mercado
interbancário de câmbio. Por último, como as operações internacionais dos Bancos são muito amplas, eles
estão preparados para juntar os compradores e os vendedores de divisas.
A taxa de câmbio pode ser determinada no mercado à vista: as duas partes trocam as duas moedas no
ato, ao preço determinado. Assim, a taxa à vista é uma taxa para entrega imediata da divisa comprada ou
vendida. No entanto, não é necessário completar o negócio no ato, pois podemos também comprar ou vender
divisas para entrega em 30 ou 60 dias a um preço determinado hoje. Essa seria uma transação a prazo e o seu
preço é chamado de taxa de câmbio a termo. A taxa de câmbio e o vencimento são determinados hoje, mas a
troca de moedas será efetuada no futuro.
As taxas de câmbio à vista são diferentes das taxas a termo. A diferença entre a taxa a termo e a taxa
à vista é denominada de prêmio. O dólar estará a prêmio e o real com um desconto se forem necessários mais
reais para comprar um dólar a termo do que para comprar um dólar à vista. Assim,
As divisas são compradas no mercado a termo para hedge, arbitragem ou para especulação. O hedge
é usado quando o agente econômico quer evitar risco de variação na taxa de câmbio. Por exemplo, um
importador que tenha que efetuar um pagamento em dólares daqui a trinta dias e não queira correr risco de uma
desvalorização do real, pode comprar hoje - a um preço determinado hoje - os dólares que necessitará. Ele
receberá os dólares daqui a 30 dias, quando então fará o pagamento ao preço estabelecido hoje.
No caso da arbitragem, o agente trata de alocar fundos entre dois centros financeiros com o objetivo de
obter um retorno maior e, ao mesmo tempo, evitar riscos cambiais. Nesse caso, a divisa é comprada à vista e
vendida no mercado a termo, sendo ambas as operações efetuadas hoje.
Enquanto as transações de hedge e arbitragem são efetuadas com o objetivo de evitar riscos de
variação na taxa de câmbio, a especulação tem o objetivo de obter lucro com a operação cambial por correr
risco. . Suponhamos que no mercado a termo, para 30 dias, o real esteja cotado a R$1,20 por US$1,00 e que
um especulador, embora não tendo dólares a receber, espere que o real vá se desvalorizar nos próximos 30
dias. Q especulador espera que daqui a 30 dias a taxa à vista esteja a, digamos, R$ 1,30 por dólar. Ele compra,
hoje, dólares no mercado a termo (para pagamento daqui a 30 dias) a uma taxa de R$ 1,20. Se daqui a 30 dias
a taxa de câmbio à vista estiver em R$1,30, como ele esperou, o especulador recebe os dólares que comprou
no mercado a termo, pagando R$1,20 por cada dólar e os vende no mercado à vista, no mesmo dia, por
R$1,30, ganhando R$ 0,10 por dólar. Note que esta operação não envolve recursos de caixa até o dia do
vencimento; o lucro do especulador advém do risco de prejuízo que ele correu caso a taxa de câmbio à vista
tivesse sido menor que R$ 1,20.t
Sistemas Cambiais
Historicamente, o sistema financeiro internacional adotou dois tipos de taxa de câmbio: taxas fixas e
taxas flutuantes. Do início do século XIX até 1970, o regime cambial dominante foi o de taxas de câmbio fixas.
No padrão ouro, que prevaleceu até a crise de 1929-30, o Banco Central mantinha reservas em ouro
equivalentes em valor ao total do papel-moeda em circulação. O estoque de moeda só mudava quando o Banco
Central comprava ou vendia ouro. Portanto, o valor da oferta de moeda era igual ao montante de ouro existente
como reserva internacional (ouro monetário).
No padrão ouro o Banco Central fixava o preço do ouro em moeda nacional e usava o estoque de ouro
de reservas para estabilizar o preço do ouro, comprando ou vendendo ouro a um preço fixo. Nos Estados
Unidos, por exemplo, entre 1879 e 1933, uma onça troy de ouro era equivalente a US$ 18,85. O padrão ouro,
em suas várias versões, foi sempre um regime de taxas fixas de câmbio, onde havia uma relação fixa entre
cada moeda nacional e o ouro. Cada moeda nacional era conversível em uma certa quantidade de ouro e, como
essa relação é fixa, cada moeda nacional era trocada por uma certa quantidade, também fixa, de outra moeda.
Como as principais moedas (dólar, franco francês, libra esterlina) eram conversíveis em ouro a uma taxa fixa,
essas moedas podiam ser trocadas entre si também a uma taxa de câmbio fixa.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o acordo de Bretton Woods (1944) estabeleceu um regime de
taxas de câmbio fixas entre os países-membros do acordo. E cada país fixou a sua taxa de câmbio em relação
ao dólar americano. O dólar, por sua vez, era conversível em ouro a um preço fixo de US$ 35,00 a onça troy.
Cada país assumiu a responsabilidade de manter a taxa de câmbio estável. As reservas internacionais eram
mantidas em ouro ou dólar, que eram usadas para manter estável a taxa de câmbio doméstica em relação ao
dólar.
Os Estados Unidos não tinham responsabilidade de manter a taxa de câmbio do dólar e podiam
aumentar a oferta de moeda sem se preocupar com a taxa de câmbio; por isso os demais países tinham que
ajustar as suas políticas monetárias para seguira política monetária norte-americana. Os Estados Unidos
deviam somente converter o dólar em ouro na taxa estabelecida em Bretton Woods. Devido aos crescentes
déficits do balanço de pagamentos norte-americano, o sistema de Bretton Woods entrou em colapso em 1971,
quando o então presidente Nixon suspendeu a conversibilidade do dólar em ouro.
Desde 1973 as principais moedas do mundo vêm operando em um regime de taxas de câmbio
flutuantes. No entanto, os Bancos centrais têm feito intervenções no mercado de câmbio para manter a taxa de
câmbio dentro de determinados limites. No caso de taxas de câmbio flutuantes, todas as flutuações na demanda
ou na oferta de moeda estrangeira são acomodadas via variação nas taxas de câmbio. O Banco Central não
determina nenhuma taxa de câmbio, que flutua em função da oferta e da demanda no mercado de câmbio.
Quando o Banco Central não intervém de forma alguma no mercado de câmbio, nós dizemos que temos uma
flutuação limpa; no caso de intervenção do Banco Central comprando ou vendendo divisas para manter uma
certa taxa de câmbio, nós chamamos de flutuação suja. Na Europa, desde 1979, as moedas dos países da
União Européia têm taxas de câmbio fixas entre si. É o denominado Sistema Monetário Europeu (EMS).
O Brasil, desde 1968, tem adotado um regime cambial, onde as taxas de câmbio do dólar são fixadas
pelo Banco Central, mas a moeda nacional tem sido desvalorizada de tempos em tempos para levar em conta o
diferencial entre a inflação doméstica e a inflação norte-americana. É o chamado sistema de
minidesvalorizações. Atualmente, temos um regime de taxa de câmbio fixa, pois o Banco Central fixa uma taxa
de paridade e está disposto a comprar ou vender qualquer quantidade de moeda estrangeira dentro de uma
banda cambial. Para eliminar o excesso de demanda por divisas quando a taxa está valorizada, o Banco Central
impõe uma série de controles cambiais e ao mesmo tempo concede uma série de subsídios.
Controle da Oferta de Moeda e da Taxa de Câmbio
Como variações nas taxas de juros afetam a taxa de câmbio, quando o Banco Central altera a política
monetária, a taxa de juros mudará e ele também estará afetando a taxa de câmbio. Assim, quando o Banco
Central aumenta a oferta de moeda, a taxa de câmbio vai se valorizar devido ao aumento na demanda por
moeda estrangeira. O Banco Central vai ter que vender reservas internacionais à taxa de câmbio fixa e reduzir a
oferta de moeda inicial.
A questão que se coloca é, então, a seguinte: em uma economia globalizada, pode o Banco Central
controlar tanto a quantidade de moeda como a taxa de câmbio? Vejamos a questão.
Quando o Banco Central aumenta a oferta de moeda no Brasil, nós vamos ter uma redução na taxa de
juros no Brasil e, conseqüentemente, o mercado levará a uma desvalorização do real. Ao contrário, quando o
Banco Central reduz a oferta de moeda no Brasil, há um aumento na taxa de juros no Brasil e o mercado levará
a uma valorização do real.
Quando o Banco Central tenta controlara quantidade de moeda, um aumento na oferta de moeda faz
com que as pessoas alterem a composição do seu portfólio e comprem títulos estrangeiros para se desfazer da
quantidade adicionai de moeda. Os títulos nacionais não podem absorver o excesso de oferta de moeda porque
a compra por algumas pessoas significa a venda por outras. Portanto, as pessoas vão tratar de comprar divisas
estrangeiras para, em seguida, comprar títulos estrangeiros, gerando uma desvalorização do real. A
depreciação vai aumentar o preço em moeda nacional dos títulos estrangeiros e o preço dos bens nacionais.
Quando os preços aumentam, eles corrigem o excesso de oferta de moeda ao aumentar a demanda nominal
por moeda. Portanto, o excesso de oferta de moeda é resolvido por um aumento no nível geral de preços.
Toda vez que o Banco Central decide aumentar a quantidade de moeda, há uma queda na taxa de
juros e um aumento na taxa de câmbio, mesmo que o Banco Central não queira uma desvalorização do real.
Assim, quando o Banco Central controla a oferta de moeda, ele perde controle sobre a taxa de câmbio, que
passa a ser determinada pelo mercado.
Por outro lado, quando o Banco Central tenta controlar a taxa de câmbio, um aumento na oferta de
moeda vai levar a uma queda na taxa de juros doméstica. Com a queda da taxa de juros doméstica, há uma
queda no retorno dos depósitos em real e os investidores tratarão de reduzir seus depósitos em reais e
aumentar seus depósitos em dólares, que agora são mais rentáveis. Há um excesso de demanda por dólares
que o Banco Central deve satisfazer à taxa de câmbio fixa. O Banco Central é obrigado a vender dólares de
suas reservas internacionais, gerando, portanto, uma redução na oferta de moeda.
Assim, quando o Banco Central fixa a taxa de câmbio, ele perde o controle sobre a oferta de moeda, já
que vai ser obrigado a vender divisas de suas reservas internacionais e a oferta de moeda vai cair. O aumento
inicial da oferta de moeda é anulado. A perda de reservas internacionais vai ser igual ao aumento inicial na
oferta de moeda.
Em resumo, em uma economia globalizada, o Banco Central ou determina a taxa de câmbio ou a
quantidade de moeda, mas não podem determinar as duas variáveis ao mesmo tempo. Se o Banco Central
controlar a taxa de câmbio, a quantidade de moeda vai ser determinada pelo mercado e se o Banco Central
controlar a quantidade de moeda, a taxa de câmbio será determinada pelo mercado. Em resumo, com taxas de
câmbio fixas, a oferta de moeda é endógena e a taxa de câmbio é exógena. Com taxas de câmbio flexíveis, a
taxa de câmbio é endógena e a oferta de moeda exógena.
Portanto, a taxa de câmbio para mercados eficientes quando temos expectativas racionais vai ser igual
à taxa de câmbio esperada mais o erro. A PPC para mercados eficientes ignora a conta corrente do balanço de
pagamentos. Por exemplo, uma valorização a taxa de câmbio real que gere um déficit em conta corrente leva,
segundo a PPC para mercados eficientes, a uma entrada de capital para financiá-lo. Claro que a entrada de
capital não pode continuar indefinidamente como suposto porque a dívida externa não pode aumentar
indefinidamente. A taxa de câmbio deve eventualmente se desvalorizar para que o déficit em conta corrente
desapareça.
Expectativas e Taxas de Câmbio
A visão da taxa de câmbio como o preço de um ativo faz com que as expectativas tenham um papel
fundamental na determinação da taxa câmbio presente. Isto é, as expectativas sobre o valor futuro da taxa de
câmbio determinarão a taxa presente de câmbio. Portanto, se os agentes mudarem a sua opinião sobre a taxa
futura, a taxa presente também se alterará na mesma proporção. Assim, a taxa de câmbio presente e a futura
devem estar necessariamente correlacionadas.
Como as expectativas são essenciais na determinação das taxas de câmbio, é natural perguntar como
elas são formadas. A teoria econômica apresenta duas formas de explicar a formação de expectativas. Em
primeiro lugar, temos as expectativas auto-regressivas, que são formadas baseadas no valor passado e no valor
presente da taxa de câmbio. A mais simples supõe que a taxa de câmbio de amanhã será igual à taxa de
câmbio atual, ou seja, expectativa estática. Nesse caso, a expectativa de mudanças na taxa de câmbio é igual a
zero.
As expectativas podem ser mais complexas, tais como as expectativas regressivas. Nesse caso, se
espera que a taxa de câmbio retorne ao seu valor de equilíbrio a uma proporção constante da diferença entre a
taxa à vista e a taxa de equilíbrio.
As expectativas também podem ser expectativas adaptativas, quando o valor esperado hoje da taxa de
câmbio no futuro depende do valor esperado no passado, mais a diferença entre o que foi esperado e o que foi
verificado. Assim, as expectativas atuais dependem das expectativas passadas.
A segunda forma de formação de expectativas, de acordo com a teoria econômica, é chamada de
expectativas racionais. A idéia básica é que todas as informações existentes são usadas para fazer a projeção
futura, isto é, os agentes conhecem os mecanismos de determinação da taxa de câmbio e o mercado também
os conhece.
Assim, os agentes econômicos conhecem a economia e conseguem determinar a taxa de câmbio
esperada. Só choques inesperados afetam as taxas atuais de câmbio, já que elas afetam o comportamento dos
agentes. Os choques esperados já estão embutidos nas taxas atuais.
TEORIAS MONETÁRIAS DA TAXA DE CÂMBIO
Como vimos, a taxa de câmbio é o preço relativo de duas moedas nacionais, que é determinado da
mesma forma que. o preço de um ativo financeiro. Isto é, a taxa de câmbio entre duas moedas nacionais iguala
os retornos dos investimentos financeiros nos dois países. Portanto, a taxa de câmbio é um fenômeno
monetário e é afetada pela demanda e oferta de moeda.
Vamos apresentar a teoria monetária de determinação da taxa de câmbio que supõe perfeita
mobilidade de capital. Em seguida vamos ver uma variante do modelo monetário (overshooting e undershooting)
que trata de explicar a taxa de câmbio no curto prazo. Além disso, vamos estudar a teoria do portfólio de
determinação da taxa de câmbio, que considera que os ativos domésticos e os ativos estrangeiros não são
perfeitamente substitutos.
O Enfoque Monetário
A taxa de câmbio é o preço entre dois ativos e, desde que os ativos são estoques, a taxa de câmbio de
equilíbrio é definida como uma situação na qual a demanda de moeda é igual à oferta de moeda. Os fluxos de
ativos, que se dão por meio de divisas, são um reflexo do desequilíbrio entre a oferta e a demanda de moeda.
Assim, a taxa de câmbio está correlacionada com variações na demanda e na oferta de moeda.
Os mercado de ativos são mercados eficientes, isto é, os participantes do mercado exploram todas as
oportunidades que são rentáveis, de tal forma que o preço presente reflete todas as informações disponíveis.
Portanto, em um mercado de ativos eficiente, a taxa de câmbio futura, determinada hoje, é o que o mercado
espera que seja a taxa à vista no futuro. A diferença entre a taxa futura e a taxa atual é dada pela mudança
inesperada na taxa de câmbio. Quando há um grande número de novas informações (sobre, por exemplo, a
oferta de moeda futura) é de se esperar que a mudança inesperada na taxa de câmbio futura seja grande e,
portanto, haja grandes variações na taxa de câmbio atual. Assim, a taxa de câmbio atual não estaria
perfeitamente correlacionada com o valor atual da oferta de moeda, mas com informações sobre a oferta futura
de moeda.
O modelo monetário de determinação da taxa de câmbio supõe que os preços sejam flexíveis e que
temos dois países que produzem dois bens que são substitutos perfeitos. Isto quer dizer que a PPC sempre
existe. Daí que
St = Pt - P*t
Onde (S) é a taxa de câmbio, (P) nível de preços domésticos e (P*) nível de preços internacional.
Um segundo suposto do modelo é que temos livre movimentação de capital, ou seja, supomos que
exista a paridade de juros a descoberto, isto é
Dset + 1 = it - i*t
Supõe-se, além disso, que os bônus emitidos pelos dois países sejam perfeitamente substitutos e
existe a limitação da riqueza, que é dada por
W=M+B+B
Isto é, a riqueza nominal (W) pode ser alocada em moeda nacional (M), bônus nacionais (B) e bônus
estrangeiros (B). O mesmo acontece no outro país de forma que
W=M+B+B
A demanda de moeda é dada por
mdt - pt = a1 yt - a2 i t a1 , a2>0
md* - p*t = a1 y*t - a2 i*t a1 , a2>0
As duas últimas equações representam a demanda de moeda nos dois países e semelhantes à de
Cagan, isto é, a demanda de moeda real é uma função positiva da renda real e negativa da taxa de juros. A
oferta de moeda é determinada exogenamente pelas autoridades monetárias. A taxa de câmbio é flexível e as
mudanças nas reservas internacionais são iguais a zero. Portanto, qualquer aumento na oferta de moeda é
proveniente da expansão do crédito interno. Os mercados de moeda, por hipótese, estão em equilíbrio (Md =
Ms). Portanto,
Mdt = mst = mt
md*t = ms*t = m*t
Para obter a forma reduzida do modelo, primeiramente,
substituímos mdt = mst = mt em mdt - pt = al yt - a2 i t,
depois md*t = ms*t = m*t em md* - p*t = al y*t - a2 i*t e obtemos
mt - pt= a1 yt = a2 it
mt - p*t = a1 y*t - a2 i*t
Subtraindo o mercado externo do mercado interno e rearranjando nós temos
Pt - p*t = mt - m*t - a1 (y - y*)t + a2 (i - i*)t
A equação acima é substituída na equação St = Pt - P*t,
assim, chegamos à forma reduzida do modelo.
St = mt - m*t - a1 (y - y*)t + a2 (i - i*)t
O modelo monetário acima nos diz que um aumento na oferta de moeda nacional (Dm) leva a um
aumento na taxa de câmbio (Ds). Isto é, um aumento na oferta de moeda gera uma depreciação da moeda
nacional. Vejamos por que. Um aumento na oferta de moeda, de acordo com a equação
mi: - pt= a1 yt = a2 it
vai levar a um aumento de preços para que seja mantido o equilíbrio no mercado de moeda. Mas um
aumento de preços exige um aumento na taxa de câmbio.
Entretanto, um aumento na renda leva a uma redução na taxa de câmbio, isto é, a uma valorização da
moeda nacional. Um aumento na renda aumenta a demanda de moeda; como a oferta de moeda é dada, o
equilíbrio no mercado de moeda só pode ser mantido se os preços domésticos caírem (equação anterior). No
entanto, os preços domésticos só podem cair se a taxa de câmbio reduzir
(St = Pt - P*t)
Portanto, quando há um aumento na renda, a taxa de câmbio se valoriza para restabelecer o equilíbrio
entre oferta e demanda de moeda.
Finalmente, de acordo com o modelo monetário, um aumento na taxa de juros leva a uma
desvalorização da moeda. Um aumento na taxa de juros reduz a demanda de moeda e, para reequilibrar o
mercado, há necessidade de um aumento no nível de preços domésticos (mt - pt= a1 yt = a2 it). Porém, os
preços domésticos só podem aumentar se a taxa de câmbio também aumentar (St = Pt - P*t). Portanto, um
aumento na taxa de juros leva a um aumento na taxa de câmbio (desvalorização da moeda nacional).
Em resumo, no modelo monetário, a taxa de câmbio é uma função da quantidade de moeda, da taxa
de juros e uma função inversa da renda.
SISCOMEX
O Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, instituído pelo Decreto n° 660, de 25.9.92, é a
sistemática administrativa do comércio exterior brasileiro, que integra as atividades afins da Secretaria de
Comércio Exterior - SECEX, da Secretaria da Receita Federal- SRF e do Banco Central do Brasil - BACEN, no
registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas das operações de exportação.
A partir de 1993, com a criação do SISCOMEX, todo o processamento administrativo relativo às
exportações foi informatizado. As operações passaram a ser registradas via Sistema e analisadas "on line"
pelos órgãos que atuam em comércio exterior, tanto os chamados órgãos "gestores" (SECEX, SRF e BACEN)
como os órgãos "anuentes", que atuam apenas em algumas operações específicas (Ministério da Saúde,
Departamento da Polícia Federal, Ministério do Exército, etc.).
O Brasil é o único país do mundo a dispor de um sistema de registro de exportações totalmente
informatizado. Isso permitiu um enorme ganho em agilização, confiabilidade, rápido acesso a informações
estatísticas, redução de custos, etc.
Na concepção e no desenvolvimento do Sistema, foram harmonizados conceitos, códigos e
nomenclaturas, tornando possível a adoção de um fluxo único de informações, tratado pela via informatizada,
que permite a eliminação de diversos documentos utilizados no processamento das operações.
Registro de Exportação (RE)
É o conjunto de informações de natureza comercial, cambial e fiscal que caracterizam a operação de
exportação de uma mercadoria através de enquadramento específico.
Registro de Exportação Simplificado (RES)
A fim de facilitara atuação não só das micro e empresas de pequeno porte mas também daquelas que
pretendem realizar operações de exportação que não ultrapassem a US$ 10.000,00, pode ser utilizado o
Registro de Exportação Simplificado - RES, assim considerando o valor na condição de venda e desde que
atendidas as demais condições estabelecidas no Comunicado DECEX no. 25, de 04.09.98.
Registro de Operação de Crédito (RC)
O RC representa o conjunto de informações de caráter cambial e financeiro, nas exportações, com
prazos de pagamento superiores a 180 dias.
Como regra geral, o exportador deve solicitar o RC e obter o seu deferimento antes do Registro de
Exportação (RE) e, por conseqüência, previamente ao embarque.
Somente é admitido o preenchimento do RC posterior ao RE nos casos de exportação de bens em
consignação ou destinados a feiras e exposições, cuja venda tenha sido fechada com prazo de pagamento
superior a 180 dias.
Cada RC corresponde a um "pacote" financeiro e pode abranger a exportação de diversas mercadorias
ou serviços, com previsão para um ou para múltiplos embarques.
Cabe ao exportador, diretamente ou por seu representante legal, prestaras informações necessárias ao
exame e efetivação do Registro de Operação de Crédito - RC.
O SISCOMEX confere, automaticamente, um número a cada RC.
Terminada a etapa de digitação e preparação do RC, deve o exportador/usuário solicitar sua validação,
por intermédio de transação específica, a fim de que um dos órgãos anuentes - (a) Banco do Brasil S/A., nas
operações cursadas ao amparo do PROEX ou (b) DECEX, quando se tratar de operação financiada com
recursos próprios do exportador ou de terceiros - possa examinar e aprovar o RC, se for o caso.
O RC tem um prazo de validade para embarque, dentro do qual devem ser efetuados os
correspondentes Registros de Exportação (RE) a ele vinculados e respectivas solicitações para desembaraço
aduaneiro.
Registro de Venda (RV)
É o conjunto de informações de natureza comercial, cambial e fiscal que caracterizam a operação de
exportação de produtos negociados em bolsas internacionais de mercadorias ou de "commodities", através de
enquadramento específico. Os produtos sujeitos a RV estão indicados no Anexo "C", da Portaria SECEX 02/92.
O preenchimento do RV é prévio ao Registro de Exportação (RE) e, por conseqüência, ao embarque.
Despacho Aduaneiro de Exportação
É o procedimento fiscal - artigos 438 e 443 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto n°
91.030, de 5.3.85 - mediante o qual se processa o desembaraço da mercadoria ao exterior, seja ela exportada a
título definitivo ou não. Ele se inicia no momento em que o exportador, já com seu RE deferido, faz -via
SISCOMEX - a Declaração para Despacho Aduaneiro-DDE, junto à Secretariada Receita Federal.
GARANTIAS PESSOAIS
FIANÇA
A fiança é um negócio jurídico acessório que tem por finalidade prestar garantia de pagamento de uma
obrigação principal à qual adere. Constitui-se ao estabelecer relações entre fiador e credor da obrigação
principal. Afiançado é como se chama o devedor principal da obrigação cujo pagamento o fiador garante.
Via-de-regra, o fiador só se torna obrigado a pagar caso o devedor principal não o faça. Desta sorte,
primeiro deve ser exigido o pagamento do devedor afiançado. Sem embargo de ser assim em sua estrutura
tradicional, a lei abriu alternativa para que o fiador possa, a seu livre alvedrio, abdicar do benefício de ordem
que em seu favor instaurou-se, renunciando a ele ou obrigando-se como devedor solidário e principal pagador.
O principal efeito é funcionar como co-obrigação, como se aval fosse. É o que se vê na prática de todos os dias.
O benefício de ordem deve ser invocado pelo fiador como exceção no prazo de contestação da lide,
nomeando então os bens do afiançado que se situem no mesmo município e que se encontrem livres e
desembaraçados para que sejam primeiro excutidos.
Este fiador pode ter atrás de si um abonador, espécie de subfiador, sendo a obrigação desta
subsidiária à obrigação acessória, com todas as mesmas características da fiança, aplicando-se as disposições
desta para todos os efeitos e respondendo o abonador pela dívida apenas caso exigido o pagamento primeiro
do devedor principal, depois do fiador, não tenha havido a satisfação do crédito.
A lei exige sua constituição por forma escrita (ad probationem tantum), não sendo em conseqüência
passível de presunção nem admissível prova testemunhal. Faltando a prova escrita, ainda que perfeita seja sua
caracterização como fiança, reputar-se-á simples mediação ou recomendação ou qualquer outra figura não
jurídica que explique o interesse do terceiro na relação. A própria interpretação do contrato de fiança será feita
restritivamente, tendo presentes os claros limites em que se contém: a dependência com relação .
a outro contrato em todos os aspectos e condições e a possibilidade apenas de que o conteúdo
obrigacional seja menor, caso não tenha a mesma extensão, vedada sua ampliação relativa.
A despeito de sua aderência a outro contrato, o vínculo do fiador é com o credor, independendo, pois,
para sua constituição, da concordância ou não do afiançado.
Pode ser prestada mesmo por dívidas ainda incertas quanto à sua existência e valor, vale acrescentar
que, conquanto contrato acessório, ele pode ser formalizado antes do principal.Todavia, não poderá ser
instaurada nenhuma demanda antes que se torne obrigação, isto é, antes de tornar-se exigível, dispondo
também, da certeza e liquidez, mesmo porque, antes de vir ao fiador o credor, deve ter cobrado o devedor, sem
sucesso.
Não tendo o fiador tornado menor o conteúdo de sua obrigação relativamente ao contrato principal,
responde também pelos acessórios da dívida e despesas judiciais desde sua citação.
Por aderir a outra obrigação, a validade da fiança fica na estrita dependência da validade do contrato
principal. Só assim não será se a nulidade do contrato principal decorrer da falta da capacidade civil do
afiançado, quando então sobrevive a obrigação do fiador, desde que não se trate de mútuo não autorizado pelo
que tem a guarda do menor.
Tornando-se o fiador incapaz ou insolvente, tem o credor o direito de exigir sua substituição.
Há um outro benefício na fiança conhecido como benefício de divisão, possível sempre que houver
mais de um fiador pela mesma obrigação (co-fiança) e preferirem dividir a responsabilidade, que tanto pode ser
proporcional como fixada de forma diversa, não respondendo um só e qualquer deles pela dívida total. Mas
necessita ser convencionada porque, caso contrário, a responsabilidade será tida como solidária.
Havendo solidariedade entre os fiadores, aquele que realizar o pagamento sub-roga-se no direito do
credor, podendo cobrar a dívida toda do devedor, bem como a cota pela qual respondem os demais fiadores e
se algum desses houver insolvente entre os outros fiadores distribuir-se-á o ônus do pagamento.
O ajuizamento conjunto da cobrança regressiva contra o devedor e fiadores solidários importará na
obrigação do demandante de, tão logo satisfeito por uma das partes (devedor ou fiadores), desistir da ação
contra os demais ou proceder a sub-rogação no processo. O devedor pode ser demandado pelo seu fiador
pelas perdas e danos que eventualmente e de forma cabal tiver suportado pelo fato de ter-lhe sido exigido o
pagamento e sido obrigado a realizá-lo.
A obrigação do fiador cessa com sua morte, transmitindo-se aos herdeiros, até a força da herança,
todos os efeitos decorrentes de sua responsabilidade até a ocasião.
Desobriga-se o fiador em qualquer condição e circunstância em que, por tolerância, omissão ou
conivência do credor, sem consentimento seu:
a) for concedida moratória ao devedor;
b) tenha aceitado dação em pagamento, mesmo que esta se torne nula ou ineficaz; c) torne-se
impossível a sub-rogação do fiador no crédito;
d) requerido o benefício de ordem e feita a nomeação dos bens do devedor, observados os requisitos
legais, provada sua suficiência ao tempo, o retardo na execução tenha feito possível o desvio dos bens
referidos.
Também desobrigado está o fiador, cujo afiançado seja menor e que se tenha obrigado em contrato de
mútuo sem a devida autorização de que lhe tenha guarda.
Além das exceções pessoais, pode o fiador argüir as mesmas que competem ao devedor principal
relativas à extinção das obrigações, tais como pagamento, novação, compensação, confusão, perda da coisa,
prescrição, resolução, nulidade, etc., com exclusão daquelas referentes à incapacidade pessoal do afiançado,
salvo se tratar de mútuo.
A fiança pode ser prestada no mesmo instrumento obrigacional do negócio principal, constituindo
cláusulas no contrato. O fenômeno que ocorre então é o da coligação de contratos.
É um contrato unilateral porque dele decorre obrigação apenas a uma das partes: ao fiador.
Normalmente é gratuito, embora conhecidos hoje os fiadores de aluguel, presentes mais nos contratos
locatícios.
O aval é um instituto do direito cambiário. Apesar do Magistrado Pontes de Miranda não ver o aval
como garantia, dizendo ser mero resquício essa noção - no que tem razão em certo sentido, v. g., ao gerar
dívida abstrata e independente, capaz de sobrevier à declaração unilateral de vontade a que se refere, não
pode ser definida como garantia por faltar-lhe objeto - é totalmente inútil e sem serventia essa posição, pois
constitui o próprio ser do aval, justificativa e finalidade, servir como garantia. Não se presta aval por qualquer
outra razão. O exemplo não serve porque sobreviver o aval à declaração unilateral de vontade é exceção, e não
regra.
Não se pode tomar, como propugnava o Mestre, o aval como um gesto de solidariedade para com o
avalizado, "a promessa de comunhão de sorte" como ele referia, porque estaríamos olhando para um só lado da
questão, esquecendo que o aval existe unicamente por exigência do credor que nele vê uma garantia: a
vinculação de um terceiro de bom conceito e patrimônio, na mesma obrigação, aumentando suas chances de
ser satisfeito em seu crédito. Não teria sentido, não houvesse tal exigência pelo credor, que o devedor, sponte
sua, tomasse o interesse de constituir avalista. Mais. Sendo uma obrigação unilateral que nenhum proveito traz
ao avalista, o que realmente conta é o ônus e não o prazer da solidariedade, digase de passagem, quase
sempre forçada.
Distingue-se da fiança por ser este negócio jurídico bilateral e, aquele declaração unilateral de vontade;
por esta exigir outorga uxória às pessoas casadas e aquele prescindir disso, porém, obrigando os bens apenas
do cônjuge que se vinculou; por depender esta do contrato principal para existir, condicionando-se por ele, e
aquele por ter vida totalmente independente, que se prolonga, em alguns casos, para além da existência da
obrigação cambiária a qual garante.
Entretanto, são invocáveis disposições a respeito da fiança, na execução cambiária, sob forma de
exceções, como, a exceção de excussão, bem como pode exigir que o avalizado faça seu adimplemento
estando vencida a dívida, assim, também pode promover o andamento da execução contra o avalizado se, sem
justa causa, o credor mostrar-se negligente, por questão de eqüidade e simetria. Comunga dessa opinião
mestre Pontes, apesar de não ter exposto o fundamento.
Como a fiança, o aval também admite que outro aval a ele se sobreponha, como uma espécie de
subaval, a este se aplicando as regras cambiárias atinentes ao aval. E não só um aval, mas diversos são
suscetíveis de acontecer, empilhando-se um sobre o outro, tendo apenas como limite o campo físico do título e
as necessidades de ordem prática.
Dissente da fiança no aspecto da pluralidade de avais ao mesmo vinculado. Os avalistas do mesmo
avalizado não mantêm cambiariamente nenhuma solidariedade entre eles com relação à dívida que asseguram.
Entrementes, não é defeso fazer pacto de solidariedade extracambiário.
O aval admite responder por parte apenas da dívida do avalizado e pode ser prestado por terceiro ou
mesmo por alguém que já se tenha vinculado anteriormente na mesma cambial por qualquer tipo de vínculo,
como sacador ou sacado ou endossante ou interveniente ou avalista.
O aval, não sendo limitado quantitativamente, terá o mesmo conteúdo obrigacional do vínculo do
avalizado. Deve constar da própria letra ou de folha anexa, desde que não contenha declaração ou
características incompatíveis com o rigorismo cambiário, a qual, juntada à cambial, formará um alongamento.
Este entendimento é o que melhor combina com o uso francês do aval em separado, para fins de aplicação
uniforme a documento estrangeiro de país signatário da Lei Uniforme de Genebra, evitando dar-se-lhe
tratamento diferenciado dos efeitos que produz em seu local de origem. .
É recomendável que o avalista indique o nome da pessoa avalizada. Não o indicando, ter-se-á como
avalizada a pessoa cuja assinatura, com declaração de aval, localiza-se logo acima ou, encontrando-se a
assinatura completamente isolada, a presunção ex lege operará no sentido de ser o aval dado em favor do
criador da cambial (sacador i subscritor).
Mesmo que a obrigação do avalizado seja nula, desde que não o seja por vício de forma, persistirá
válida a obrigação de seu avalista. E se este pagar a cambial, conquanto a expressão jurídica usada na má
tradução da LUG fale em sub-rogação, não ficará sub-rogado no crédito, mas sim, adquirirá um novo direito
emergente do mesmo título, autônomo com relação ao endossante anterior, como se tivesse se operado novo
negócio de circulação cambiária, podendo acionar de regresso seu avalizado, bem como, atendidos os
requisitos cambiários, agir contra os demais co-obrigados regressivos.
Se o aval, com declaração precisa, é posto antes de acontecer à vinculação cambiária do avalizado e
esta não chega a acontecer, o aval não vem a se tornar eficaz. Se o aval é prestado quando já precluso o prazo
para protesto, sem ele, só valerá se o avalizado for obrigado direto. Da mesma forma se prestado após o
protesto tirado fora do prazo. Mas, se protestado tempestivamente, poderá ser formalizado válida e eficazmente
em favor de qualquer vinculado cambiário antes do ajuizamento da cobrança.
Doe qualquer sorte, não produzirá efeitos cambiários, aval não sendo, quando dado após o
ajuizamento da ação cambiária, quando terá cessado a vida útil da cambial.
O aval é declaração abstrata. Cambiariamente essa declaração não tem causa. Possível causa ou
motivação pertence ao domínio da relação extracambiária, não passível de investigação nem de interesse
cambiário.
GARANTIAS REAIS
Enquanto as garantias pessoais, como vimos, consistem em promessa de pagamento feita pelo
garantidor em favor do credor, as garantias reais submetem ao poder direto do credor coisas portadoras de
valor econômico pertencentes ao prestador de garantia, para maior segurança do retorno dos créditos deferidos.
São conhecidas e usadas basicamente as seguintes garantias reais nas operações bancárias: penhor,
caução, hipoteca e alienação fiduciária em garantia. Essa última, a rigor, não pertence ao gênero, porém, tendo
em vista, a função de garantia que lhe é inerente, não poderia deixar de assim ser considerada em seu duplo
aspecto: como garantia e como real.
PENHOR
O penhor comum é o único que pode ser definido e caracterizado satisfatoriamente, dentro da
variedade de que o penhor se compõe. É o direito real que se constitui pela tradição efetiva, em garantia, de
coisa móvel passível de apropriação. Essa definição não se ajusta a outras espécies como, v. g., os penhores
agrícolas, pecuário, industrial e às vezes também, mercantil.
O penhor divide-se em convencional e legal.
PENHOR LEGAL
Penhor legal é o que o legislador institui a favor dos hospedeiros, estalajadeiros, fornecedores de
pousada ou alimentos, donos de prédios, sejam rústicos ou urbanos, sobre os bens móveis de fregueses,
consumidores e inquilinos, por dívida constituída na relação jurídica que os vincula. Faz-se com a retenção dos
bens e requerimentos de homologação do penhor ao Juiz.
PENHOR CONVENCIONAL
O penhor convencional é o que deriva da vontade dos contratantes que o constituem. É negócio
jurídico acessório que fica na estrita dependência de um negócio principal, preso ao qual viverá todos os seus
dias. Se este acaba, o penhor se extingue. Se o negócio principal não se forma ou não ganha eficácia, tão
pouco formar-se-á ou ganhará eficácia o penhor. Se o negócio principal for nulo, não haverá penhor.
Também é caracterizado pela indivisibilidade da garantia. Não obstante ser sensível, por ser acessório
à sorte do negócio ao qual garante, eventual diminuição da dívida, a cujo pagamento responde a coisa
penhorada, não produz correspectiva redução da garantia. Significa que o pagamento parcial da dívida principal
não é liberatório de parte da garantia.
O penhor comum é o civil. Os demais penhores convencionais são tidos como especiais e suas
modalidades conhecidas são: rural (subdividido em agrícola e pecuário), industrial, mercantil e de direitos. O
penhor comum e, algumas vezes, o mercantil, exige para sua instituição a efetiva tradição da coisa para o
credor. Este, ao tomar posse assume a condição de depositário. Tem a obrigação de zelar e guardar o objeto
recebido, agindo com a diligência habitual exigível para a manutenção e defesa da integridade do bem que lhe
foi confiado. Não pode fazer uso da coisa, salvo movimentá-la caso necessário para sua conservação. Fará jus
ao ressarcimento das despesas que houver suportado nessa administração. Vedado lhe é estipular pacto
comissório. Extinta a dívida principal, o depositário tem o dever de devolver o objeto do penhor nas mesmas
condições em que o recebeu, acompanhado do acréscimo que acaso tenha produzido.
PENHOR MERCANTIL
O penhor mercantil constitui-se pela entrega real ou simbólica do bem empenhado, significando a
possibilidade de ser convencionado o instituto possessório. Aliás, em nenhuma forma de penhor há
impedimento legal a que se convencione a entrega real da coisa dada em garantia. Aqui se menciona a
possibilidade da entrega real, tendo em vista a natureza do bem que possa ser oferecido, de não pertencer à
classe de coisas cuja disponibilidade imediata seja uma necessidade inerente à própria natureza da atividade do
devedor, possibilidade extremamente difícil nos outros tipos de penhor especial.
O penhor mercantil inicialmente foi regulamentado pelo Código Comercial. O Código Civil adotou suas
disposições, donde assemelharem-se os normativos.
Modernamente, o penhor mercantil ganhou roupagens novas através da Lei n° 6.840, de 3 de
novembro de 1980, com a criação da Cédula de Crédito Comercial.
Nos demais negócios entre comerciantes, o penhor mercantil, conquanto anterior no tempo, rege-se
como um penhor convencional diferindo na possibilidade do uso do instituto possessório, como indicado acima,
e na não exigência de registro.
O penhor mercantil pode ser estabelecido sobre coisas corpóreas, móveis ou imobilizadas por
acessão, ou incorpóreas, constituídas, via-de-regra, por direitos creditórios, sejam ordinários, decorrentes de
contrato, sejam cartulares, representados por títulos de crédito. O penhor de título de crédito será examinado à
parte, quando tratarmos da caução.
Uma única novidade surge no penhor mercantil cedular relativamente ao penhor industrial, consistente
na dispensa de descrição da garantia quando esta se tratar de títulos de crédito, como veremos a seguir.
HIPOTECA
A hipoteca é considerada a mais nobre das garantias reais, justamente por servir-lhe de objeto os bens
de maior significado econômico, ensejando a constituição de uma garantia sólida. Constitui-se sobre bens
imóveis e seus acessórios (compreendidos aqui acessões, melhoramentos e construções); sobre o domínio
direto e/ou o domínio útil; sobre as estradas de ferro; sobre as minas e pedreiras; sobre navios (mesmo que
ainda em construção); e sobre aeronaves.
Característica dos direitos reais de garantia é a especialização de bens do patrimônio para sobre eles
recaírem com exclusividade. Essa especialização realiza-se pela individualização das coisas a serem oneradas,
consignando-se todos os sinais distintivos e particulares do objeto que permitam sua plena e eficaz identificação
de entre outros da mesma espécie. '
Como se pode perceber acima, nem só os imóveis servem como objeto de hipoteca. Ocorre também
sobre direitos (domínio direto, domínio útil) e excepcionalmente sobre raros móveis (navio e aeronaves). O bem
hipotecado permanece na posse do devedor hipotecante, o qual prossegue com a livre disposição dos mesmos,
podendo aliená-los e/ou onera-los novamente pela instituição de outros gravames. A alienação do bem
hipotecado em tese não prejudica o credor hipotecário, como tampouco lhe causa dano a imposição sobre o
mesmo bem de hipotecas em graus subseqüentes, as chamadas sub-hipotecas.
Vedado lhe é, contudo, praticar atos que possam colocar em risco o objeto da hipoteca, bem como lhe
produzir deterioração. Por prejuízos decorrentes de má-gestão responde o devedor hipotecante, juntamente
com aqueles que eventualmente lhe tenham prestado concurso. Não se trata aqui de fiel depositário. A posse
do devedor é em nome próprio.
Há três espécies de hipoteca: a) convencional; b) legal; e c) judicial. Em nosso estudo só é pertinente
tratar da primeira espécie, ficando as demais excluídas da abordagem. A hipoteca convencional é aquela
negociada entre credor e devedor, que é constituída consensualmente.
Via-de-regra é contrato solene, em virtude do elevado valor da garantia (art. 134, II do CC). Define-se
como obrigação unilateral, gerando deveres para uma só das partes. No direito bancário, todavia, ouso
predominante das cédulas de crédito dispensa a solenidade do contrato de constituição, sendo este utilizado
quase que exclusivamente nas composições de dívida e nos empréstimos hipotecários a entes públicos.
Presta-se à indagação o momento constitutivo da hipoteca e da irradiação da eficácia desdobrada,
considerando-se uma dupla relação: a) entre os contratantes; e b) com relação a terceiros. A doutrina temse
posicionado em reconhecer a ocorrência em um só momento da constituição e da irradiação da eficácia
univocamente como sendo do registro público do título, sob a alegação de que não se compreende direito real
sem, preferência. Entrementes, a consensualidade do contrato projeta a responsabilidade dos contraentes a
tempo anterior ao registro, quando da constituição do direito, na formalização do instrumento. Não se pode
esquecer que a prelação é fenômeno concursal, o qual não pode suceder inexistindo terceiro. Portanto, a
eficácia concursal depreende-se do registro publicitário, único procedimento que empresta certeza jurídica à
questão da ordem de preferência. Não se pode, entretanto, pretender que entre as partes do acordo de
constituição nenhuma validade alcance o ato negocial a ponto de poder o devedor hipotecante evitar a sujeição
do bem comprometido, impondo ao credor outro qualquer de seu patrimônio. O direito de seqüela tem-no o
credor, mesmo sem registro, desde que não esbarre na pretensão de terceiro de boa-fé, titulado por direito
próprio. Por aí se vê que o ato é bom, válido e eficaz entre as partes e que o registro na repartição competente
tem o destino certo de terceiro.
O cartório do registro imobiliário competente para dotação da eficácia concursal da hipoteca é o da
localização dos bens da garantia. Se vários, em localidades diversas, mister se faz o registro em todos eles.
Há requisitos intrínsecos e extrínsecos para a validade do ato de constituição da hipoteca. Os primeiros
dizem respeito à legitimidade e à capacidade do hipotecante. Deve ser titular do direito a ser onerado e ter
capacidade para aliená-lo. Os segundos referem-se à forma do instrumento, quer se trate de contrato ou de
cártula. Se contrato, acima de certo valor, será da essência do ato o instrumento público. Se cártula, é inerente
o rigor formal.
A hipoteca é indivisível tanto relativamente a seu objeto quanto com referência à obrigação que
garante. Desta sorte, caso o bem da garantia possa ser dividido em partes e o seja, as partes em que se
decompôs a coisa conservam o gravame sobre a sua totalidade, como se não estivesse dividido. Da mesma
maneira, eventual pagamento parcial ou qualquer outra ocorrência que produza redução da dívida garantida,
não determinará qualquer diminuição, seja do valor da hipoteca, seja dos bens da garantia. A mesma
permanecerá íntegra até a extinção da obrigação principal.
Ela é contrato acessório que depende de um principal para existir e sobreviver. Como é inalterável por
força de sua indivisibilidade, só segue o principal na sorte final, eis que muitos dos efeitos jurídicos da execução
do contrato principal não ocasionarão nenhuma conseqüência nela.
A coisa hipotecada responde pelo pagamento da obrigação principal. Credor por hipoteca em grau
subseqüente, mesmo que vencida, depende do vencimento da primeira hipoteca, para poder excutir o imóvel,
salvo se o devedor tiver declarado sua insolvência. Veda a lei se considere insolvente o devedor que não tenha
pagado a dívida decorrente de gravames posteriores à primeira hipoteca.
O credor da segunda hipoteca pode remir a hipoteca anterior em seu vencimento, caso o devedor não
se manifeste nesse sentido. Mas é preciso que consigne em juízo a quantia exigível da dívida principal e demais
despesas judiciais, se ajuizada estiver a execução, intimando o exeqüente sobre o depósito e o devedor para,
querendo, remi-ia. Remindo-a o consignante, ficará por isso sub-rogado nos direitos de crédito.
Também o adquirente do imóvel hipotecado tem esse mesmo direito, mas terá que notificar
judicialmente do contrato de seus credores, pessoalmente, se o domicílio coincidir com o do registro, ou por
editais, prazo de 30 dias a contar da aquisição, oferecendo no mínimo o mesmo preço pago. O credor notificado
pode, no prazo da oposição, requerer a licitação do imóvel; não o fazendo, a presunção operará no sentido da
aceitação da oferta, bastando então o pagamento ou mesmo o depósito em juízo do valor, para requerer o
cancelamento da hipoteca. Se, porém, o adquirente não notificar o credor, fica perante este obrigado às perdas
e danos a que eventualmente der causa, às custas e despesas judiciais, pagando ainda a diferença, se houver,
entre o valor da adjudicação e o da avaliação.
Por esse risco responde o imóvel, outorgando-se o direito regressivo ao adquirente contra o vendedor
para reaver a quantia que sobejar ao preço da aquisição.
Na licitação, só serão admitidos a lançar os credores hipotecários, os adquirentes e os fiadores. As
remissões só poderão ocorrer não antes da primeira praça nem depois da assinatura do auto de arrematação.
No caso de falência do devedor hipotecante, toca à massa o direito de remição, facultada sua realização pelo
preço da avaliação. Se o valor da dívida garantida exceder o valor pago, o saldo, com o cancelamento da
hipoteca, torna-se-á quirográfico. No caso de insolvência civil, o direito de remir é atribuído a qualquer dos
credores hipotecários habilitados.
Na hipótese de falência ou insolvência, se o credor hipotecário preferir a adjudicação do bem que tenha
preço de avaliação inferior à dívida, poderá fazê-lo, mas terá que quitar integralmente a obrigação principal. Os
imóveis sobre os quais recaiam o ônus real hipotecário só poderão ser vendidos judicialmente precedido da
intimação dos credores hipotecários, se eles não forem partes no processo.
É lícito às partes e especialmente ao vendedor estabelecer o valor de avaliação dos bens hipotecados,
liberando-os de futura avaliação judicial.
O objeto da hipoteca tanto pode ser bem corpóreo quanto incorpóreo. Sobre esta última espécie, houve
tempo que se questionava a possibilidade, sob o argumento de que o direito real só se consolida na
materialidade das coisas levantando resistência em aceitá-los sobre direitos, ainda que direitos reais. Hoje não
pende mais dúvida a respeito. Os direitos reais sobre direitos com pretensão real pertencem ao cotidiano
jurídico. É o caso da hipoteca constituída sobre o domínio desmembrado (direto/útil) e sobre fração de imóvel
indiviso entre outros.
Em se tratando de hipoteca cedular, as declarações falsas ou inexatas do hipotecante acerca da área
dos imóveis hipotecados, de suas características, instalações e acessórios, sobre a pacificidade de sua posse,
ou omita outras declarações sobre a existência de gravames anteriores podem configurar prática de estelionato,
sujeitando o autor às cominações penais próprias.
Os bens hipotecados cedularmente não poderão ser penhorados nem seqüestrados por outras dívidas
do prestante da garantia, seja ele o devedor principal ou terceiro, o qual deve denunciar a situação do bem ao
oficial incumbido da diligência judicial.
O prazo máximo admitido em lei para a vigência do ônus real hipotecário é de 30 anos, passível de
renovação. Ocorrendo esta após o vencimento, ocasiona a extinção da garantia antiga e a constituição de nova.
Já a simples prorrogação, requerida por ambas as partes interessadas, não mexe com o tempo de validade, que
se mantém sem hiatos desde sua constituição primitiva.
Dar-se-á a extinção da hipoteca: a) com a extinção da obrigação principal; b) com o perecimento da
coisa; c) com a perda do domínio por parte do devedor hipotecante; d) com a renúncia do credor; e)com
sentença transitada em julgado; f) com a prescrição.
O levantamento da hipoteca ocorre pelo seu cancelamento ou baixa no registro.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
A alienação fiduciária é uma garantia real. Existe resistência de setores da doutrina e da jurisprudência
acerca desse enquadramento. A discussão é mais acadêmica. Sustenta-se no fato de as garantias reais
conhecidas não transferirem o domínio. É preciso, entretanto, não esquecer o dinamismo dos usos e costumes
do comércio e a rápida necessidade de transformação do direito empresarial, dando respaldo às novas práticas
negociais. Em face disso, as instituições jurídicas que acompanham essas mudanças devem manter-se flexíveis
e ágeis, não podendo jamais se tornar estruturas rígidas e definitivas.
A alienação fiduciária transfere, sim, o domínio, mas essa transmissão não se constitui no fim visado
pelo negócio, representando mera forma, imprópria é bem verdade, de constituição de garantia. O domínio é
transferido provisoriamente. Se o prestador da garantia, o fiduciante, não adimplir a obrigação, o objeto vai à
venda, vedado sendo ao fiduciário ficar com o bem. Transferência de coisa em garantia é garantia real. -
O negócio de transmissão da propriedade ou do domínio é que é resolúvel, e não a propriedade ou o
domínio, como costumam dizer muitos juristas. Para a propriedade resolver-se tem de extinguir-se seu objeto.
Para o domínio resolver-se é preciso que se rompa o vínculo de poder que o titular do direito de propriedade em
diretamente sobre a coisa, mas esse rompimento por si não opera o refazimento do vínculo anterior. A
resolução do negócio em que se transmitiu o domínio é que determinará como conseqüência o desfazimento da
transferência, voltando a titularidade a quem quis a transmissão, mas não pôde consumá-la.
O que determina a resolução do negócio de transmissão é o adimplemento do devedor fiduciante. A
quitação da dívida produz a reversão ao statu quo ante, pelo simples fato de ser a alienação fiduciária negócio
acessório que não sobrevive sem o principal. Mas a propriedade pode resolver-se sem a resolução do negócio
de transferência do domínio, quando a própria coisa perecer. O inadimplemento do devedor fiduciante também
acarreta o fim da titularidade do domínio do credor fiduciário, porque, como não pode ficar com o bem da
garantia, terá de vendê-lo para com o produto da venda se cobrar, devolvendo a quantia que eventualmente
sobre. Não bastando para o integral pagamento da dívida, o devedor continuará pessoalmente obrigado pelo
saldo.
É contrato bilateral porque enseja obrigação para ambas as partes. É, além disso, consensual,
oneroso, típico, nominado, de duração.
Com o domínio, há transmissão da posse indireta ao credor. Pelo instituto possessório, a posse direta
é atribuída ao devedor, que, desta forma, torna-se fiel depositário do bem da garantia, com as
responsabilidades civis e penais dessa condição, mas sem o direito de ressarcimento das despesas havidas
com a manutenção da coisa e sem a coisa e sem o conseqüente direito de retenção.
Servem como objeto da alienação fiduciária os bens móveis em geral, desde que infungíveis seja por
natureza ou convenção. A rigor, embora pouco comum, também podem servir como objeto direito,
especialmente os instrumentados por títulos de crédito. O grande problema não chega a será possibilidade
jurídica, que já não se discute mais, mas sua perfeita identificação, levando em consideração, sobretudo, caber
ao proprietário fiduciário o ônus da prova, contra terceiros, de que são tais e não outros os bens de seu domínio
que se encontram na posse do devedor. Sem isso, o risco assumido pelo credor é muito grande. Em princípio, o
que é penhorável pode ser objeto de alienação fiduciária.
O negócio jurídico só pode ser comprovado por escritura pública ou particular e sua validade depende
de registro, sendo competente para o ato, com arquivamento obrigatório de cópia, nos contratos, o Registro de
Títulos e Documentos do domicílio do credor, e, nas cédulas, o Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição
onde se encontram os referidos bens. Na alienação fiduciária constituída sobre veículos automotores, como
sobre aeronaves e navios, a repartição competente para o registro é aquela incumbida da emissão e controle de
suas respectivas licenças, que deverá anotar em seus Certificados de Registro.
O devedor que alienar ou der em garantia coisa já alienada fiduciariamente responde por estelionato,
sujeitando-se às cominações civis e penais previstas para a espécie.
É aplicável à alienação fiduciária em garantia o princípio da indivisibilidade da garantia relativamente à
divisibilidade do valor da obrigação pecuniária. Pagamentos parciais não liberam parcelas do domínio. Em caso
de desapropriação, o valor pago sub-roga o bem.
Na condição de acessório segue o principal em sua sorte. Assim, vence antecipadamente quando isso
ocorrer com o contrato ao qual adere. Se a aquisição da propriedade fiduciária for a non domino, posterior
aquisição do domínio pelo fiduciante convalida o negócio.
O credor fiduciário tem a seu favor ação de busca e apreensão para o caso de se configurar a mora do
devedor, em cujos autos o demandado poderá purgá-la. Não se consumando esta, a sentença consolidará a
propriedade e a posse plena e exclusiva em mãos do credor, que, todavia, poderá preferir a venda judicial ou
extrajudicial. Se o bem não for encontrado, a busca e apreensão pode se converter em ação de depósito. Tem
além dessas ações a execução de títulos extrajudiciais do saldo não coberto com a venda do bem ou de toda a
dívida, uma vez frustrada a busca e apreensão, se preferir executá-la ao invés de convertê-la em ação de
depósito.
FIANÇAS BANCÁRIAS
As garantias prestadas pelos Bancos em favor de seus clientes são, normalmente, garantias de
natureza pessoal que se apresentam sob as características seguintes: acessórias ou não-acessórias; nacionais
ou internacionais.
As garantias pessoais são aquelas em que o banqueiro se vincula pessoalmente. Constituem-se
geralmente por instrumentos conhecidos pela expressão de "cartas", tais como cartas de crédito, cartas de
fiança, cartas de garantia, etc.. Podem ocorrer através do crédito de aceitação, pela aposição de aceite em
títulos de crédito.
Sendo garantias prestadas em âmbito nacional, seguem disciplinas comuns, mantendo o caráter
acessório do negócio de garantia. A carta de fiança é fiança, sendo regulada pelas normas que lhe são próprias.
A carta de crédito constitui-se em um acreditivo já estudado anteriormente. Da mesma forma, o crédito de
aceitação foi abordado como empréstimo de firma.
Já os negócios internacionais apresentam conteúdo próprio diferenciado, pois não se deixando jungir
por um sistema jurídico uniforme, mostram-se vacilantes em muitas questões. Formam-se então pela prática
diuturna do comércio exterior, apoiada nos usos e costumes profissionais, nas regulações através de fórmulas,
de contratos-tipo, na jurisprudência arbitrai e em diretrizes traçadas por organismos especializados, como é o
caso da Câmara de Comércio Internacional ou organizações como a ONU, a CEE, etc..
Por força dessa condição, diversas fórmulas, destinadas a suprir deficiências em matéria de segurança
jurídica, ganharam notoriedade, caindo no agrado dos intemacionalistas e adquirindo aos poucos exegese
comum, formando praticamente um corpo de normas uniformes, chamado lex mercadoria. A livre escolha das
partes no contrato invocando Regras e Usos Uniformes organizados pela CIC vinculam o julgamento das
contendas à disciplina eleita.
Essa prática tem afastado as garantias bancárias internacionais da disciplina tradicional da fiança,
retirando-lhes o caráter de acessoriedade. São conhecidas pelo nomen juris "garantias".
Costumam ser divididas em duas principais espécies, tendo em vista o fim a que se destinam:
garantias de pagamento e garantias de execução.
As garantias de pagamento compõem-se de cartas de crédito, constituindo negócio acreditivo. São
garantias autônomas, sem qualquer acessoriedade ou contaminação com o negócio subjacente. Importa em
vinculação triangular, com o concurso eventual de um quarto figurante, sempre Banco correspondente. São
conhecidas pela denominação on open acount (conta aberta), emitidas em três modalidades:
a) o vendedor recebe antes de embarcar o produto;
b) o comprador paga antes de receber, mas depois de olhar o produto; e
c) o comprador paga contra-recebimento da mercadoria. Referidas garantias ou são incondicionais,
exigíveis à primeira solicitação, ou condicionais, dependentes de comprovação documentária do
inadimplemento.
As garantias de execução apresentam-se sob variadas subespécies:
a) Big Bondgarante a oferta na licitação, respondendo pela obrigação de contratar;
b) Performance Bond garante a boa execução a qual pode se desdobrar em garantias menores:
garantia de manutenção; garantia de reembolso; garantia de submissão, etc..
0 estudo mais aprofundado dessas garantias deve ser tentado no Direito Internacional Privado.
CIRCUIT BREAKER. Medidas adotadas pelas principais bolsas de valores e commodities para
interromper temporariamente operações e índices futuros de ações, quando o mercado recuar até um
determinado ponto em um período especificado. O objetivo é evitar a queda livre do mercado e permitir uma
avaliação das ordens de compra e venda.
CLC - CAMARA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA. Serviço de Custódia prestado pela Bolsa de Valores
do Rio de Janeiro.
CLEARING. Termo inglês que designa sistemática de compensação de cheques ou de contas entre
bancos; Clearing House denomina Câmara de Compensação.
CLUBE DE INVESTIMENTOS. Grupo de pessoas físicas constituído com o fim de comprar e vender
valores mobiliários em comum.
CUBE DE PARIS. Formação que reúne os dez principais país industrializados para o estudo e a
reforma do Sistema Monetário Internacional e para a coordenação de política monetária e cal. Seus integrantes
são todos membros do Fundo Monetário Internacional: França, Reino Unido, Itália, Bélgica, Alemanha, Holanda,
Suécia, Estados Unidos, Canadá e Japão.
COMMERCIAL PAPER. Trata-se de título nominal, de curto pra, de emissão de pessoa jurídica e de
sua exclusiva responsabilidade, colocado no mercado com desconto a favor do investir, pela rede de
distribuição do mercado de capitais ou diretaante pela S.A. emitente.
COMMODITIES. Termo em inglês que significa mercadorias, signa produtos primários ou básicos,
como café, algodão, açúcar, minérios, petróleo, etc.
COMPANHIA. Denominação jurídica da sociedade anônima (S.A.) comercial, industrial ou de economia
mista, embora na linguagem coloquial signifique também empresa.
COMPANHIA ABERTA. Designação, para todos os efeitos leis, regulamentares e operacionais, de
sociedade anônima registrada na Comissão de Valores Mobiliários cujos títulos são negociados em bolsa de
valores.
COMPANHIA HIPOTECÁRIA. É instituição que tem por objetos, entre outros. Conceder financiamentos
destinados à produção, forma ou comercialização de imóveis residenciais ou comerciais lotes urbanos; repassar
recursos destinados ao financiamento produção ou da aquisição de imóveis residências. Deve ser instituída sob
a forma de sociedade anônima e na sua denominação deve constar a expressão "Companhia Hipotecária".
COMPENSAÇÃO. Ajuste de contas entre duas pessoas ou empresas, reciprocamente credoras e
devedoras, através da apuração e acerto das diferenças de valores: as contas de compensação são registros
de direitos e obrigações condicionais, aparecem no ativo e no passivo dos balanços em partida dobrada.
COMPENSAÇÃO, CAMARA DE. Organização que reúne vários bancos de uma cidade ou região, com
o objetivo de liquidar débitos entre eles, compensando todos os cheques emitidos contra cada um de seus
membros, mas apresentados para cobrança em qualquer um dos outros.
CONCORDATA. Sentença judicial pela qual um comerciante esta com seus credores o modo de pagar-
-
lhes o que lhes deve, fiando não há condições para efetuar os pagamentos como an iormente havia sido
convencionado.
CONFISCO CAMBIAL. Ato praticado pelo governo brasileiro fito a exportadores, que consiste na
retenção de parte do valor, exibido, em moeda estrangeira, como pagamento pela exportação de bens; o
confisco ocorre no momento da conversão da quantia recebida em moeda nacional e é feito com o objetivo de
controlar o preço de produtos no mercado internacional, sobre tudo quando atingem elevadas cotações no
exterior, e fornecer divisas ao governo para financiamento de outras atividades.
CONSIGNAÇÃO. Ato de entrega de uma mercadoria, por parte seu proprietário, a um comerciante ou
agente encarregado de a *comercialização, o qual se responsabiliza e se obriga a prescontas apenas da
parcela que efetivamente for vendida em i prazo estipulado a priori.
CONTA. Em contabilidade, designa o instrumento de registro que n por finalidade reunir fatos contábeis
da mesma natureza.
CONTAS NACIONAIS. Quadro sintético que agrupa o conjunto s débitos e créditos de forma
simplificada dos agentes e das operações. Destacando os empregos no lado esquerdo e os recursos no lado
direito, justapõe em colunas as contas de agentes, distinguindo, se for o caso, as contas de resultados, de
destinação, da apropriação de capital e registros financeiros de ma bastante agregada. Em países de longa
experiência inflacionária, cada conta é apresentada a preços correntes e em ter)s reais, isto é, a preços
deflacionados. Somente descontada inflação, podem-se confrontar e contrapor os resultados através dos anos,
a fim de visualizar o processo (e rumos) do desenvolvimento.
CONTENCIOSO. Serviço jurídico ou consultoria jurídica de um banco encarregado dos litígios em
justiça.
CONTINGÉNCIA. O mesmo que contingente: reserva de produtos exportáveis e importáveis, utilizada
como medida de política protecionista -- também denominada contingenciamento, que consiste na imposição de
limites à produção, comercialização 3rna e importação ou exportação de um produto.
CONTRATO. Acordo de vontades entre duas ou mais pessoas que, reciprocamente, se atribuem
direitos e obrigações. Os contratos costumam ser escritos e, em alguns casos, a lei prevê uma forma solene
para sua celebração, mas podem ser também consensuais ou verbais. Em princípio, ninguém é obrigado a vin-
cular-se contratualmente. Para que o contrato tenha validade jurídica, exige-se que as partes tenham
capacidade de contratar e que o objetivo do contrato seja lícito. A parte que causar o rompimento do contrato se
sujeita a ser constrangida, pela Justiça, a ressarcir os danos causados à outra parte.
CONTRATO DE MÚTUO. No âmbito da economia, designa um tipo de contrato, também denominado
empréstimo de consumo, em que o mutuante (a parte que cede o objeto de empréstimo) recebe do mutuário
(que deve responsabilizar-se pela devolução ao final do prazo contratado) um pagamento mensal ou anual pela
cessão de determinado bem, no caso considerado fungível, isto é, substituível por outro bem da mesma espécie
e qualidade, e na mesma quantidade.
CONTROLADORES. Para efeito do exame de processos no Banco Central do Brasil, são considerados
como controladores tanto os diretos quanto os indiretos (pessoas jurídicas intermediárias e pessoas físicas
controladoras finais). Quando não estiver perfeitamente definido o controle societário da instituição, serão
considerados como controladores todos os acionistas/quotistas detentores de ações/quotas com direito a voto,
os quais possam se compor com outros acionistas/ quotista para formar o grupo controlador.
CONTROLE ACIONÁRIO. Poder de decisão sobre a empresa, garantido pela posse da maior
proporção das ações com direito a voto, pelo acionista majoritário.
CONTROLE CAMBIAL. Regime que obriga todas as operações que impliquem uma conversão de
divisas a uma autorização administrativa.
CONTROLE DE PREÇOS. Forma de regulamentação dos preços, que constitui o modo de intervenção
mais direto e mais radical do poder público no mercado. Regulado, seja no interesse do produtor ou no do
consumidor, o controle dos preços visa a fixar um preço mínimo ou um preço máximo. No mercado de trabalho,
em geral, o controle dos preços manifesta-se com o estabelecimento de um preço mínimo. No mercado de
produtos, o Estado intervém freqüentemente para fixar preços máximos.
CONTROLLER. Termo inglês, designa executivo que representa a maior hierarquia no controle de
gestão empresarial, com o poder de veto nas decisões que envolvam os aspectos jurídicos e fiscais, vis-à-vis
às leis, os estatutos da empresa e a ética.
CONVERSÃO DE DÍVIDAS. Troca de títulos de dívida pública, vencidos ou a vencer, por outros com
vencimentos a prazo mais longo. Equivale, na prática, a uma rolagem da dívida, já que seu vencimento é
"empurrado" para o futuro. No que se refere à dívida externa de um país, pode consistir na transformação de
parte dessa dívida em capital de risco, operação que geralmente implica um deságio no ato de conversão.
COOPERATIVAS. É uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, sem fins
lucrativos, constituída para prestar serviços aos associados.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO. As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua
denominação social, a expressão "Cooperativa", vedada a utilização da palavra "banco". Devem possuir o
número mínimo de 20 (vinte) cooperados e adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle,
operações e prestações de serviços. São autorizadas cooperativas de dois tipos: cooperativas de economia e
crédito mútuo e cooperativa de crédito rural.
COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL. É a cooperativa de crédito cujo quadro social é formado por
pessoas físicas que, de forma efetiva e preponderante, desenvolvem, na área de atuação da cooperativa,
atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas, ou se dediquem a operações de captura e transformação de
pescado e, excepcionalmente, por pessoas jurídicas que exerçam exclusivamente as mesmas atividades.
COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO. É a cooperativa de crédito cujo quadro social é
formado por pessoas físicas que exerçam determinada profissão ou atividades comuns, ou estejam vinculadas à
determinada entidade e, excepcionalmente, por pessoas jurídicas que, na forma da lei, se conceituem como
micro ou pequena empresa que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das
pessoas físicas ou, ainda aquelas sem fins lucrativos, exceto cooperativas de crédito.
CORREÇÃO CAMBIAL. Processo de atualização das taxas cambiais, o que implica, via de regra,
desvalorização da moeda nacional em relação a moedas estrangeiras, determinada em função da situação
interna do país e da política econômica em vigor com vista sobretudo a anular as perdas provocadas pela
inflação interna em confronto com a inflação internacional e estimular a exportação ao mesmo tempo em que se
inibe a importação.
CORREÇÃO MONETÁRIA. Sistemática concebida e implementada para atenuar o efeito da corrosão
da moeda pelo processo inflacionário e atualizar valores financeiros, consistindo na aplicação de um índice,
baseado na taxa oficial de inflação, para efeito de reajustamento periódico de títulos da dívida pública
e títulos privados, inclusive os depósitos e saldos de poupança, ativos financeiros institucionais,
créditos fiscais e ativos patrimoniais das empresas; criada e implementada, no Brasil, em 1964, durante o
governo Castelo Branco, por inspiração dos então ministros da Fazenda, Octavio Gouvéa de Bulhões, e do
Planejamento, Roberto Campos, foi eliminada em 1986 por ocasião da decretação do 'Plano Cruzado'
reintroduzida a partir de 1987, quando a inflação retornou a níveis elevados, e novamente extinta -- pelo menos
oficialmente e com essa denominação -- em 1990, pelo 'Plano Collor: atualmente, existe na prática, de forma
não explícita, lastreada na TRD (taxa Referencial Diária).
CORRETAGEM. Taxa cobrada em operações financeiras e outros tipos de negócios, sempre que
existir um intermediário entre vendedor e comprador: nas bolsas de valores, por exemplo, refere-se ao preço
cobrado pelas corretoras nas operações de compra e venda de ações por conta de terceiros.
CORRETOR. No comércio, é um agenciador de negócios, um intermediário entre vendedor e
comprador, ora representando um, ora representando o outro.
CORRETORA . Instituição intermediária na compra e venda de valores mobiliários.
CORRETORA DE CAMBIO. Entidade que funciona como intermediária entre o comprador da moeda
estrangeira e o banco comercial autorizado a fechar operações de câmbio. A corretora pesquisa o mercado para
obtenção de melhores condições na negociação e também se encarrega do processamento da documentação
exigida.
COTA. Contingente ou a porção de bens ou valores a ser entregue pelo sócio para a composição do
capital social.
COTAÇÃO. Preço oferecido em Bolsa ou câmara de comércio para a compra e venda de títulos,
mercadorias, papéis de crédito, etc.
CRASH. Denominação dada a uma forte queda nas bolsas de valores. O crash mais famoso teve início
no dia 24 de outubro de 1929, na bolsa de valores de Nova York, inaugurando a grande crise econômica
mundial dos anos 30. Mais recentemente, em 19 de outubro de 1987, a bolsa de Nova York voltou a sofrer uma
queda acentuada, de cerca de 22% num só dia, mas que não teve conseqüências depressivas como a de 1929,
isto é, as bolsas mais importantes do mundo se recuperaram rapidamente e as economias dos países
industrializados continuaram crescendo.
CRÉDITO BANCÁRIO. Possibilidade de efetuar transações com estabelecimentos bancários.
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC). É o financiamento concedido por uma Financeira para a
aquisição de bens e serviço por seus clientes. Sua maior utilização é normalmente para a aquisição de veículos
e eletrodomésticos. O bem assim adquirido, sempre que possível, serve como garantia da operação, ficando a
ela vinculado pela figura jurídica da alienação fiduciária pela qual o cliente transfere à financeira a propriedade
do bem adquirido com o dinheiro emprestado, até o pagamento total de sua dívida.
CRÉDITO DOMÉSTICO LIQUIDO. Definido como a diferença entre papel-moeda em poder do público
e reservas internacionais líquidas, convertidas em reais a taxa média de câmbio para compra. CRÉDITO
HIPOTECÁRIO. Possibilidade de levantar dinheiro mediante a garantia de hipoteca de imóvel de legítima
propriedade. CRÉDITO IMOBILIÁRIO. Financiamento de casas e apartamentos.
CRÉDITO INTERNO LÍQUIDO. Mesmo conceito de Crédito Doméstico Líquido.
CRÉDITO MERCANTIL. Possibilidade de que dispõe o comerciante de realizar compras a prazo.
CRÉDITO PESSOAL. Possibilidade de alguém obter financiamentos baseado unicamente em seu bom
nome, conceito ou patrimônio e na tradição de correto cumprimento das obrigações. CREDIT RATING.
Expressão inglesa que significa índice de crédito. Avaliação da capacidade de pessoas ou empresas cumprirem
obrigações financeiras assumidas.
CURRENCY BOARD. Situação em que o volume de dinheiro que circula internamente fica na
dependência do nível das reservas internacionais.
CURTO PRAZO. Operações ativas e passivas que em determinadas condições da conjuntura podem
ser consideradas como de até 90 dias.
CUSTO BRASIL. Denominação genérica dada a uma série de custos de produção, ou despesas
incidentes sobre a produção, que tornam difícil ou desvantajoso para o exportador brasileiro colocar seus
produtos no mercado internacional, ou então tornam inviável ao produtor nacional competir com os produtos
importados. Tais custos estariam relacionados com aspectos legais (legislação trabalhista, por exemplo, e os
encargos sociais), instituições (excesso de burocracia para a instalação de empresas ou para a exportação de
produtos), tributários (excesso de tributos sobre produtos que direta ou indiretamente participam das exortações
ou sofrem concorrência de produtos estrangeiros), de infra-estrutura (transporte inadequado, comunicações
deficientes e caras) e corporativas (domínio de sindicatos de trabalhadores sobre certos tipos de atividade,
dificultando a incorporação do progresso técnica e o aumento da produtividade).
CUSTOS. Avaliação em unidades de dinheiro de todos os bens materiais e imateriais, trabalho e
serviço consumidos pela empresa na produção de bens industriais, bem como aqueles consumidos também na
manutenção de suas instalações. Expresso monetariamente, o custo resulta da multiplicação da quantidade dos
fatores de produção utilizados pelos seus respectivos preços.
CUSTOS DIRETOS. Custos que podem ser identificados diretamente com uma unidade do produto. É
o caso dos custos decorrentes do consumo de matéria-prima, embalagem e mão-de-obra -- a parte do salário
paga ao operário que trabalha diretamente no produto, segundo o período de tempo gasto com a unidade que
está sendo produzida.
CUSTOS FIXOS. Custos que permanecem inalterados independentemente da ocupação da
capacidade da empresa, originados pela própria existência da empresa, sem levar em conta se está produzindo
ou não (aluguéis, instalações, juros, etc.).
CUSTOS INDIRETOS. Custos relacionados com a fabricação e que não podem ser economicamente
identificados com as unidade que estão sendo produzidas. Por exemplo: aluguel das instalações da fábrica,
depreciação, mão-de-obra indireta, imposto, seguro etc.
CUSTOS DE OPORTUNIDADE. Conceito de custos utilizado por Marshall segundo o qual os custos
não devem ser considerados como absolutos, mas iguais a uma segunda melhor oportunidade de benefícios
não aproveitada. Ou seja, quando a decisão para a utilização de um fator A exclui a escolha de um fator B, que
pode ser melhor, os benefícios não aproveitados decorrentes de B são considerados como opportunity costs,
custos de oportunidade.
CUSTOS DE PRODUÇÃO. Soma de todos os custos originais na utilização dos bens materiais
(matérias-primas, mão-de-obra, depreciação, patentes, gastos diversos) para a elaboração de produtos e/ou
prestação de serviços.
CUSTOS DE TRANSAÇÃO. Conceito relacionado com os custos necessários para a realização de
contratos de compra e venda de fatores num mercado composto por agentes formalmente independentes.
Esses custos são comparados com aqueles necessários à internalização dessas atividades no âmbito da
própria empresa e constituem um critério importante na tomada de decisão nas empresas modernas.
CUSTOS VARIÁVEIS. Parcela do custo total que varia segundo a escala de ocupação da capacidade
produtiva da empresa e da aplicação dos fatores de produção, em função do tempo, quantidade, etc. como, por
exemplo, custos com matérias-primas (cujos valores variam em função das quantidades), salários por produção,
etc.,
CUSTDIA. Guarda de títulos assumida por instituição financeira; departamento de banco ou corretora
responsável pela custódia de títulos e valores.
CVM - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Autarquia federal vinculada ao Ministério da
Fazenda, cujo objetivo é fiscalizar e disciplinar todas as operações realizadas em bolsas de valores e no
mercado de capitais.
D
D+1. No jargão bancário, define as condições pactuadas entre o banco e o cliente para a cobrança de
duplicatas, notas promissórias, etc. Consiste no recebimento pelo banco do valor do título no dia (D) do
vencimento, fazendo a retenção dos recursos correspondentes por um dia (+1). Há casos em que o numerário
só está disponível em conta corrente dois dias após a liquidação do título (D+2).
DAÇÃO. Acordo entre credor e devedor pelo qual um bem (objeto, imóvel, veículo, etc.) é dado em
pagamento por outro que era devido._
DAÇO EM PAGAMENTO. Consiste a dação em pagamento no contrato pelo qual o credor recebe, em
substituição da prestação que lhe é devida, coisa que não seja dinheiro. E a definição que lhe dá o Código Civil,
art. 995.
DAY TRADE. Expressão em inglês que significa a realização de uma operação financeira e sua
liquidação no mesmo dia, isto é, a compra e a venda de um título por um mesmo operador num mesmo dia,
realizando-se, dessa forma, um ganho ou uma perda imediatos. 0 mecanismo também é conhecido como "in-
and-out trade". Por exemplo, um operador realiza o seguinte negócio: adquire às 9 horas (no início do Pregão)
100 onças de ouro por 37.500 dólares. Às 14horas (no final do Pregão), vende 100 onças de ouro por 37.650
dólares. Já que uma operação compensa a outra, essa liquidação tem preferência sobre as demais, e o
operador obtém um ganho bruto (sem contar a comissão) de 150 dólares.
DEALER. Termo de origem inglesa que designa um intermediário de negócios, condição exercida no
Brasil por uma instituição financeira selecionada pelo Banco Central.
DEBÉNTURE. São títulos de crédito causais que representam frações do valor de contrato de mútuo,
com privilégio geral sobre os bens sociais, garantia real sobre os determinados bens ou sem garantia, emitidas
pelas sociedades anônimas no mercado de capitais. DEBÉNTURE CONVERSÍVEL EM AÇÕES. Debênture que
pode ser convertida em ações em épocas e condições predeterminadas, mediante aumento do capital social,
por opção do seu portador.
DÉBITO. Dívida, obrigação; parte de uma conta na qual se lançam os valores que lhe diminuem o
montante.
DEFASAGEM CAMBIAL. Situação na qual a moeda de um país encontra-se valorizada em relação às
moedas fortes, o que constitui um desestímulo às exportações. Dependendo do grau dessa defasagem, os
exportadores deverão ser compensados com isenções tributárias e/ou vantagens financeiras como, por
exemplo, acontece com as Antecipações de Contratos de Câmbio (ACC). DEFAULT. Declaração de insolvência
do devedor, decretada )elos credores quando as dívidas não são pagas nos prazos estabelecidos. A cláusula de
default faz parte dos contratos assinados pelo Brasil em seus empréstimos com as instituições financeiras
internacionais.
DEFAULTED BONDS. Títulos não pagos no vencimento.
DEFLAÇÃO. Fenômeno oposto à inflação; rarefação da moeda w do crédito; cálculo com que se obtém
a evolução real de preços ou valores num determinado período, levando-se em conta a desvalorização da
moeda.
DEPÓSITO. Valor deixado sob a guarda e responsabilidade de instituição financeira, geralmente
Banco.
DEPÓSITO A PRAZO FIXO. Depósito de quantia em banco comercial ou de investimento, inegociável
e resgatável em data prefixada. Este tipo de depósito rende juros e correção monetária.
DEPÓSITO À VISTA (OU EM CONTA CORRENTE). Quantia entregue por um correntista a um banco
e da qual pode dispor a qualquer momento, no todo ou em parte.
DEPRECIAÇÃO. Reavaliação do valor dos equipamentos, considerando-se o desgaste e o obsoletismo
gerados pelo tempo e pelo uso.
DERIVATIVOS. Operações financeiras cujo valor de negociação deriva de outros ativos (daí o nome
“derivativo"), denominados ativos-objeto, com a finalidade de assumir, limitar ou transferir, abrangem um amplo
leque de operações: a termo, futuros, opções e swaps, tanto de commodities quanto de ativos financeiros, como
taxas de juros, cotações futuras de índices etc. A utilização ampliada dos derivativos no mundo todo tem gerado
uma preocupação crescente por parte dos bancos centrais, autoridades monetárias e de supervisão bancária e
técnicos, dada a dificuldade de avaliação de sua dimensão e suas conseqüências em termos de riscos, na
medida em que as atividades financeiras tomam-se cada vez mais globalizadas.
DESÁGIO. Depreciação e redução do valor nominal de um título ou moeda, ou do preço de tabela de
uma mercadoria, em compararão com seu valor real no mercado.
DESCONTO. Contrato por via do qual o banco, deduzindo antecipadamente juros e despesas da
operação, empresta à outra parte certa soma de dinheiro, correspondente, de regra, a crédito deste, para com
terceiro, ainda não exigível.
DESPESA. Gasto monetário num bem útil a uma pessoa ou entidade e que é consumido no ato de sua
utilização. Em contabilidade é denominada pelo termo custo, e quando a despesa ,se destina a muitos atos,
caracteriza uma imobilização técnica. E o caso das ferramentas que se desgastam com certa lentidão.
DESVALORIZAÇÃO. Perda de valor de um elemento patrimonial, por razões diversas; redução oficial
do valor real da moeda de um país em relação a moedas estrangeiras, com o objetivo de eliminar ou minimizar
o déficit acumulado no balanço comercial, tornado mais caras às importações, inibindo-as, e estimular as
exortações (via de regra, a desvalorização da moeda tende a produzir pressões inflacionárias).
DISCLOSURE. Termo em inglês que, no mercado financeiro e nas bolsas de valores, significa a
obrigação que têm todas as empresas que lançam títulos no mercado de revelar (to disclose) as informações
relevantes de sua situação econômico-financeira aos investidores potenciais.
DÍVIDA. Total dos débitos contraídos por uma pessoa física ou jurídica junto a outras pessoas físicas
ou jurídicas. A sociedade capitalista moderna estimula o consumo, essencial para que se mantenha a produção
e se gerem riquezas. A dívida passou a ser ima forma de acelerar o consumo, baseando-se na expectativa de
uma renda futura. Além disso, aumenta a velocidade da circulação de dinheiro, pois de outra forma ele ficaria
estagnado em poupanças mantidas para a compra dos produtos.
DIVIDENDO. O dividendo é a parcela de lucro que corresponde a cada ação: verificado o lucro da
companhia, pelo balanço contábil, durante o exercício social fixado no estatuto, a administração da sociedade
deve propor à assembléia geral o destino que lhe deve dar. Se for esse lucro distribuído aos acionistas, tendo
em vista as ações, surge o dividendo. Até então o acionista teve apenas expectativa de crédito dividendual.
Resolvida a sua distribuição, surge o dividendo integrado pelo pagamento, no patrimônio do acionista.
DRAWBACK. Termo inglês que significa literalmente "devolução" ou "reembolso" e que, utilizado no comércio
internacional, designa a devolução de imposto alfandegário pago por mercadorias importadas que são
reexportadas para um terceiro país. No 3rasil, no início dos anos 80 (Instrução Normativa SRF n.° 52 de 3-6-
1983), criou-se o drawback verde-amarelo, que é um sistema praticamente idêntico ao sistema tradicional do
drawback, com a Snica diferença de que a matéria-prima utilizada no produto exportado é comprada no
mercado interno, ao contrário do sistema tradicional, onde ela é importada.
DOC - DOCUMENTO DE ORDEM DE CRÉDITO. No sistema bancário, define autorização de crédito a
ordem, de um banco a outro, para transferência de moeda escritural em conta corrente, sem emissão de
cheque. Q DOC permite abertura imediata do crédito, o que consiste numa vantagem sobre o cheque, por evitar
o prazo da compensação.
DOLAR. Unidade monetária dos Estados Unidos, de ampla aceitação e uso internacional irrestrito,
verdadeiro padrão referencial da economia e das finanças do mundo inteiro; sua denominação teve origem no
thaler, velha moeda alemã.
DUPLICATA. Também chamada de conta assinada, por duplicata entende-se o título que se extrai em
conseqüência de uma venda mercantil ou prestação de serviços, quando feita para pagamento a prazo, entre
comprador e vendedor domiciliados no país.
E
ECONOMIAS DE ESCALA. Redução de custos unitários decorrente de um aumento no volume
(escala) de produção, seja de uma empresa, setor, região ou país.
EMPRESA. Organização destinada à produção e/ou comercialização de bens e serviços, tendo como
objetivo o lucro. Em função do tipo de produção, destingem-se quatro categorias de empresas: agrícolas,
industrial, comercial e financeira - cada uma com um modo de funcionamento próprio. Independente da
natureza do produto, a empresa se define por seu estatuto jurídico, podendo ser pública, privada ou de
economia mista.
EMPRESAS COLIGADAS. Empresas juridicamente independentes, mas cuja direção pertence aos
mesmos sócios. Isso ocorre quando esse conjunto de sócios detém um percentual de participação suficiente
para assegurar o comando da empresa.
EMPRESAS DE CAPITALIZAÇÃO. Instituições financeiras que oferecem ao público um tipo de
poupança -- os títulos de capitalização -- mediante cuja aquisição se assume o pagamento de pequenas
parcelas mensais. Q reembolso do capital é geralmente feito após períodos superiores há dez anos; então, o
portador do título recebe a quantia estabelecida, acrescida de juros e, no Brasil, até o Plano Real, de correção
monetária. Esses rendimentos costumam ser inferiores aos pagos pelas cadernetas de poupança, mas os
portadores de títulos de capitalização concorrem mensalmente a prêmio em dinheiro.
EMPRESA DE ECONOMIA MISTA. Sociedade da qual o Estado participa majoritariamente.
EMPRESA ESTATAL. Empresa do Governo, que possui o controle de todas as suas ações.
EMPRESA MULTINACIONAL. É aquela organização que atua em diversas nações, simultaneamente.
EMPRESA SUBSIDIARIA (VINCULADA OU CONTROLADA). Empresa cujo capital, em sua maior
parte, pertence à outra empresa.
EMPRÉSTIMO. Quantidade em dinheiro cedida por uma pessoa a outra, ou por uma entidade, pública
ou privada, a um indivíduo, ou a uma empresa ou mesmo a um governo, sob o compromisso de devolução ao
fim de determinado período, mediante o pagamento de juro (remuneração adicional sobre valor original do
empréstimo).
ENCAIXE. Dinheiro em caixa. No jargão bancário, é a parcela dos depósitos à vista e a prazo nos
bancos comerciais que se subdivide em: 1) depósitos compulsórios nas Autoridades Monetárias, parcelas
indisponíveis, definidas pelo Banco Central como forma de controle de volume da moeda escritural; 2) encaixes
voluntários, a parcela de dinheiro retida pelos bancos para atender à movimentação diária de caixa; e depósitos
voluntários junto às Autoridades Monetárias para fazer face às necessidades de compensação de cheque.
ENDOSSO. Ato de assinar nas costas dos títulos de crédito à ordem. Q endosso transfere os direitos
declarados no título. É forma de transmissão de propriedade.
ENDOSSO EM BRANCO. Quando o endossante não declara a quem transfere o título, limitando-se a
lançar no mesmo a sua assinatura.
ENDOSSO EM PRETO. Quando o endossante indica o nome a quem transfere o título, isto é, o
endossatário que, por sua vez, poderá também transferir o título a outrem.
ESCASSEZ. Insuficiência de um recurso em relação a uma necessidade. A escassez é, segundo os
economistas neoclássicos, aquilo que dá valor. A escassez relativa entre os bens é o que estabelece o preço
relativo pelo qual se realiza a troca. A escassez só existe em relação a uma necessidade objetiva, sentida ou
expressa.
ESPECULAÇÃO. Compra e venda sistemática de títulos, ações, imóveis etc., com a intenção de obter
lucro rápido e elevado, aproveitando a oscilação dos preços. A atuação de um especulador consiste em
comprar títulos ou commodities quando seus preços estão baixos, ou em baixa, e vender estes mesmos títulos
ou commodities quando os preços estão em alta, ou alcançam um ponto máximo de elevação. As áreas
preferidas para a ação dos especuladores são as bolsas de valores e de mercadorias ou a comercialização de
gêneros de primeira necessidade.
ESTAGFLAÇÃO. Situação econômica caracterizada pela conjunção de uma tendência a estagnação
ou recessão seguida de inflação.
ESTAGNAÇÃO. Fase de parada do crescimento. A estagnação pode ser compreendida como um fator
resultante da demanda em particular (investimento, exportação, consumo, etc.), ou da atividade econômica em
geral, e, portanto, da produção.
EURO. Denominação da moeda única da União Européia adotada a partir de 1° de janeiro 1999.
Circulará até 2002 somente em operações financeiras e em transações cambiais que não exijam papel-moeda.
O Euro em papel-moeda só circulará a partir de 2002, sendo que num período de 6 (seis) meses juntamente
com moedas nacionais.
EUROBOND. Título com valor nominal expresso em dólares norte-americanos ou outras moedas e
vendido a investidores fora do país de origem da moeda usada. O mercado de eurobonds é uma importante
fonte de capital para empresas multinacionais e governos, inclusive do Terceiro Mundo.
EURODOLLARS. Direitos em dólares de bancos não americanos que podem ser repassados a outros
bancos ou instituições interessadas (comércio, indústria, entidades públicas e mistas).
EXCHANGE. Significa câmbio, troca. Este termo tem várias significados, sempre relacionados com
troca, compra e venda. Uma expressão comumente usada no setor bancário é "clearing house exchange"
(Câmara de Compensação), local onde se efetua a troca de papéis pertencentes aos diversos bancos que
fazem parte da Câmara. No setor financeiro, a palavra "exchange" indica locais onde ações, bônus e
mercadorias são compradas e vendidas ou comercializadas. Ex.: "stock exchange" (bolsa de valores); "foreign
exchange" (câmbio - troca de moedas). No Brasil, o termo "exchange" está sempre relacionado com câmbio.
Ex.: "exchange market" (mercado de câmbio); "exchange rate" (taxa de câmbio).
EXPECTATIVAS. Conceito usado por Keynes para designar o grau de incerteza em relação ao futuro.
Um indivíduo fará um investimento, dependendo da taxa de juros e das expectativas. Se as expectativas, por
exemplo, forem boas (otimistas), ele provavelmente investirá. Esse conceito, considerado uma das grandes
contribuições de Keynes à economia, foi também desenvolvido pela escola Sueca. As expectativas são
importantes para a teoria da preferência pela liquidez. A demanda de dinheiro para satisfazer o motivo
especulativo depende das expectativas sobre as mudanças da taxa corrente de juros.
EXPORTAÇÃO. Vendas de mercadorias (bens ou serviços) ao exterior. Embora apenas o valor das
exportações de mercadorias -- as chamadas exportações visíveis -- seja registrado no Balanço Comercial, as
exportações de serviços (fretes, assistência técnica, seguros, juros, lucros etc.), chamadas de exportações
invisíveis, são registradas no Balanço de Serviços.
EXPORT CREDIT. Crédito de exportação. O mesmo que "Documentary credit", "Letter of credit".
EXPORT NOTES. Cessão de direitos de contratos de exportação, do exportador ao investidor. O
exportador levanta, desta forma, recursos em moeda nacional para financiar suas vendas ao exterior. O
exportador tem uma alternativa, que é o ACC Adiantamento sobre Contratos de Câmbio. O investidor, além da
remuneração do título, tem a possibilidade de efetuar um hedge cambial.
F
FACTORING. É o contrato pelo qual uma das partes cede a terceira (o factor) créditos provenientes de
vendas mercantis ou serviços, assumindo o cessionário o risco da inadimplência. FALÊNCIA. Situação em que,
por força de decisão judicial, uma empresa é declarada insolvente, ou seja, incapaz de saldar seus débitos nos
prazos contratuais estabelecidos.
FATURA. Documento de comprovação de venda ou prestação de serviço, onde são registrados os
serviços ou produtos comercializados, com especificação e preços, bem como calculadas as taxas de incidência
dos impostos. A emissão da fatura é feita em conjunto com a duplicata correspondente. É documento
indispensável para o transporte da mercadoria.
FIANÇA. Garantia contratual, acessória, ato pelo qual uma pessoa se obriga a pagar a obrigação
contraída por outra pessoa, caso esta não pague. Exige a assinatura de ambos os cônjuges, quando o fiador for
casado.
FINANCEIRA. Instituição especializada no fornecimento de crédito ao consumidor e no financiamento
de bens duráveis e de investimentos, operando principalmente por meio do aceite de letras de câmbio. Boa
parte do capital das financeiras provém de investimentos realizados pelo público (tanto pessoa física como
empresas), que é atraído por rendimentos elevados. Na verdade, a maior parte do dinheiro envolvido nas
operações das financeiras provém de bancos comerciais, dos quais as financeiras são, freqüentemente,
subsidiárias. Em, outros casos, as financeiras são subsidiárias de grandes empresas (como fábricas de
automóveis), que assim procuram facilitar o crédito aos consumidores de seus produtos.
FINANCIAMENTO. Conjunto dos métodos e meios de regulamentação aplicados na realização de um
projeto econômico. Em economia, o financiamento é descrito pela movimentação dos recursos tal como
aparecem na conta de operações financeiras, que traduzem as variações dos haveres dos agentes em moeda e
créditos. No âmbito de uma empresa, de modo geral, as origens dos financiamentos podem ser reagrupadas em
duas grandes categorias: autofinanciamento e financiamento externo.
FINANCIAMENTO DO DÉFICIT. Operação que pode ser realizada através de emissão de papel-
moeda ou preferencialmente por meio de emissão de títulos da dívida pública, o que facilita o controle do
desempenho da economia, mediante a combinação de papéis com vencimentos de curto, médio e longo prazo.
A emissão de moeda pode causar pressões inflacionarias imediatas.
FLAT Termo de origem inglesa que em finanças significa 'sem juro'. Também designa cheque em
trânsito entre instituições bancárias e ainda não pago.
FLOAT. Prazo de compensação e número de ações em circulação. Atividades bancárias: Prazo entre o
depósito de um cheque em um banco e seu pagamento. Os prazos de compensação longos são vantajosos
para o emissor, cujo dinheiro rende juros até a compensação do cheque. São desvantajosos para o depositante,
que deve esperar a compensação do cheque para ter acesso aos fundos. Como regra, quanto mais distante o
banco pagador está do banco de depósito, mais tempo será necessário para compensar o cheque.
Investimentos: número de ações de uma companhia que estão em circulação e disponíveis para negociação
pelo público. Um pequeno número de ações em circulação significa que a ação será mais volátil, uma vez que
uma grande ordem de compra ou venda de ações pode alterar substancialmente seu preço. Um maior número
de ações em circulação significa que a ação será menos volátil. No Sistema Financeiro, o "float" é definido como
a permanência de recursos transitórios dos clientes no banco.
FLOATING. Palavra de origem inglesa que significa 'flutuante', 'variável'. Floating Debit são obrigações
de curto prazo periodicamente renovadas. Floating-Rate Note, instrumentos de débito com taxa de juros
variável, ajustada semestralmente e, nos Estados Unidos, vinculado às letras do Tesouro.
FLUXO DE CAIXA (Cash flow). O pagamento ou recebimento efetivo de dinheiro por uma empresa ou
instituição governamental. Na medida em que tais fluxos não coincidem, necessariamente, com os momentos
nos quais os bens ou serviços são adquiridos, se não houver um planejamento financeiro adequado, uma
empresa pode ver-se em dificuldades para saldar seus compromissos, mesmo que esteja numa posição
economicamente sólida.
FMI - FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL. Organização financeira internacional criada, em 1944,
na Conferência Internacional de Bretton Woods (New Hampshire, EUA). É uma agência especializada da ONU -
Organização das Nações Unidas, com sede em Washington, e que faz parte do sistema financeiro internacional,
ao lado do BIRD - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento. O FMI foi criado com a finalidade
de promover a cooperação monetária no mundo capitalista, coordenar as paridades monetárias (evitar
desvalorizações concorrenciais) e levantar fundos entre os diversos países membros, para auxiliar os que
encontrem dificuldades nos pagamentos internacionais. Quase todos os países relativamente industrializados,
fazem parte da organização.
FOB - FREE ON BOARD. Expressão de origem inglesa de uso corrente no comércio internacional que
define o preço de uma mercadoria posta a bordo com todas as despesas incorridas (taxas alfandegárias,
carreto, etc.), exceto o seguro.
FORFAITING. Operação de financiamento de títulos a receber semelhante ao factoring. Na Alemanha
e na Áustria, é denominada de forfaitierung. Enquanto uma operação de factoring, geralmente, implica títulos a
receber de curto prazo, no forfaiting um banco compra títulos a receber de longo prazo com um máximo de
vencimento de oito anos. Ao banco de forfaiting não cabe recorrer ao vendedor das mercadorias objeto da
operação financeira (se o comprador não pagar), mas em compensação, adquire os títulos com um desconto
substancial. Os principais centros do forfaiting são Zurique e Viena, de onde os grandes bancos o processam
por meio de suas filiais ou subsidiárias especializadas.
FRANCHISE. Significa franquia, concessão, isenção. Parcela não coberta pelo seguro. Concessão
especial obtida do fabricante para exploração de um serviço ou marca.
FREE CURENCY. Moeda conversível, moeda de livre curso.
FUNDING. Termo de origem ingl. que em finanças designa 'consolidar. Refere-se à conversão de um
débito de curto prazo em um outro de longo prazo com a emissão de novos títulos. Estes, por sua vez, quando
negociados, possibilitam o pagamento de débitos remanescentes da primeira dívida. Em finanças societárias, a
palavra funding (obtenção de recursos) é preferível a financing (financiamento) quando se refere a obrigações
em contraste com ações. Diz-se que uma companhia está obtendo recursos (to be funding) para suas
operações quando ela emite títulos de dívida.
FUNDS. Significa fundos, capital. Dinheiro disponível ou seu equivalente, como por exemplo, cheques,
letras.
FUNDO MÚTUO. O total dos recursos aplicados por um conjunto de investidores, sob administração de
uma corretora de valores. Geralmente o capital do fundo é aplicado numa carteira de títulos e os rendimentos
são distribuídos proporcionalmente aos participantes,
FUNDO MUTUO DE RENDA FIXA. Conjunto de recursos administrados por uma sociedade corretora,
distribuidora de valores ou banco de investimento, que os aplica numa carteira diversificada de títulos de renda
fixa, distribuindo resultados aos cotistas, proporcionalmente ao número de cotas possuídas.
FUNDO DE PENSÃO. Espécie de pecúlio ou poupança formada por um conjunto de pequenos
investidores e poupadores, com o intuito de garantir para si uma pensão mensal, depois de um prazo
determinado. Em geral, os fundos de pensão (assim como pecúlios e outros sistemas da previdência privada)
são organizados por empresas financeiras que fazem aplicações com a soma dos dinheiros dos pequenos
poupadores. Depois de um prazo (em geral, sempre superior a dez anos), o indivíduo passa a receber seu
dinheiro de volta, acrescido de juros e correção, com uma espécie de complementação de aposentadoria. A
Constituição de 1988 veda qualquer subvenção ou auxílio do poder público às entidades de previdência privada
com fins lucrativos.
FUNGÍVEL. Aplicado ao mercado financeiro, o termo significa um instrumento financeiro de valor
equivalente a outro e facilmente trocável ou substituível.
FUSÃO. É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que
lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. Este tipo de associação permite reduções de custos, mas
pode levar a práticas restritivas ou monopolistas.
G
GAP. Palavra inglesa que significa fenda, brecha, lacuna, diferença, hiato. Em economia, pode também
significar déficit (gap comercial), escassez (dollar gap), atraso (gap tecnológico).
GARANTIA. Compromisso adicional que se estabelece numa transação, como forma de assegurar sua
realização e/ou lisura.
GOOD WILL. Expressão em inglês que significa, literalmente, "boa vontade", mas, aplicada à atividade
empresarial, denota a reputação que esta e/ou seus produtos gozam junto aos consumidores. Uma empresa
obtém essa condição por meio da qualidade de seus produtos e de sua propaganda e publicidade, mas também
por meio de atitudes e procedimentos como o financiamento de campanhas humanitárias, a defesa do meio-
ambiente, o apoio a esportistas e artistas etc., o que, de uma forma direta ou indireta, ajuda a criar uma imagem
positiva junto aos consumidores (efetivos ou potenciais) de seus produtos. 0 good will é considerado fim ativo da
empresa, e, no caso de venda da mesma, ele é avaliado e entra como parte de seu valor.
G7 - GRUPO DOS SETE. 0 Grupo dos Sete foi organizado de uma maneira mais formal no encontro
de Tóquio em 1986. É formado pelos Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, França, Itália e Alemanha.
0 G7 assume a liderança nas discussões relacionadas ao SMI, taxas de câmbio, processos de ajustamento e
problemas relacionados a dívidas.
H
HIATO INFLACIONÁRIO. Deve ser entendido como excesso que existir da demanda global sobre a
oferta a pleno emprego, se os preços se mantivessem estáveis (Marfo Henrique Simonsen).
HIPERINFLAÇÃO. Caso especial de inflação em que os preços aumentam tanto que as pessoas não
procuram reter dinheiro, mesmo por poucos dias, em razão da rapidez com que diminui seu poder de compra.
HIPOTECA. Garantia de pagamento de dívida dada a um credor, representada por um bem imóvel que
permanece, todavia, na posse do devedor. Por exceção, a aeronave e o navio, bens essencialmente móveis,
por lei podem ser dados em hipoteca.
HOLDING. Termo de origem inglesa que caracteriza empresa que mantém o controle sobre outra, pelo
fato de deter a propriedade da maioria das ações: geralmente não produz nada, constituindo um dos estágios
mais avançados de um processo de concentração de capital, ainda que determinado por aspectos de
racionalização e busca de eficiência operacional e pujança financeira.
HOT MONEY. Expressão em inglês que significa, literalmente, "dinheiro quente", isto é, aplicações em
títulos ou no câmbio, atraídas por taxas de juros elevados ou diferenças cambiais significativas, de curtíssimo
prazo, podendo deslocar-se de um mercado para outro com grande agilidade, Esse tipo de operação pode
provocar grandes turbulências, especialmente no equilíbrio cambial de um país. No Brasil, refere-se também às
operações de empréstimos de curtíssimo prazo, normalmente por um dia, ou um pouco mais, no máximo em 10
dias.
I
IGP-DI. índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna. Tem a mesma composição que o IGP-M (ver
2
abaixo), embora seja calculado tomando-se os preços entre os dias 1 e 30 de cada mês, e não entre os dias 21
do mês anterior e 20 do mês em curso,
IGP-M. índice Geral de Preços - Mercado. índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas em
decorrência de convênio firmado em maio de 1989 entre a FGV e a CNF - Confederação Nacional das
Instituições Financeiras. É resultante da combinação dos seguintes índices: índice de Preços por Atacado (IPA-
M), índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) nas
ponderações de 60, 30 e 10 respectivamente.
ILIOUIDEZ. Falta de liquidez, isto é, falta de dinheiro para realizar pagamentos. Por problemas
gerenciais, por exemplo, uma empresa pode chegar a um excesso de estoque e ter sua liquidez comprometida,
já que boa parte do capital está em forma de mercadorias. Nesses casos, costuma-se fazer uma liquidação, isto
é vender rapidamente o estoque, transformando-o em dinheiro.
IMPORTAÇÃO. Compra de produtos originários do exterior.
IMPOSTO DE RENDA. Imposto federal que incide sobre os lucros auferidos pelas empresas e a partir
de determinada faixa de renda das pessoas físicas.
IMPOSTO INFLACIONÁRIO. É aquele decorrente das receitas I obtidas pelo governo pela emissão de
moeda.
INADIMPLENCIA. Não cumprimento, no todo ou em parte, de uma obrigação, objeto de cláusula
contratual, em determinado prazo, ficando o inadimplente, além de permanecer em débito, sujeito ao
pagamento de juros de mora, multa contratual e outros encargos.
INCENTIVO FISCAL. Redução da carga tributária concedida a certas empresas com o objetivo de
incentivá-las.
INCORPORAÇÃO. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades, de tipos iguais ou
diferentes, são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Como se vê, na
incorporação não surge nova sociedade, pois uma, a incorporadora, absorve outra ou outras sociedades, que se
extinguem.
INDEXAÇÃO. Mecanismo de política econômica pelo qual as obrigações monetárias têm seus valores
em dinheiro corrigidos com base em índices oficiais do governo. No Brasil, por exemplo, os salários, pensões e
aluguéis residenciais eram corrigidos em função da variação do INPC -- índice Nacional de Preços ao
Consumidor. Depois de 1986, com o Plano Cruzado, o Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989), as regras
de indexação sofreram várias alterações, sendo até suspensas durante algum tempo. Desde a aplicação do
Plano Collor 2, a indexação como medida de correção monetária foi oficialmente abolida. No entanto, com a
aceleração da inflação entre 1991 e 1994, ela voltou a ser admitida e em seguida novamente eliminada (pelo
menos parcialmente) com o advento do Plano Real.
INDICE DE BOLSA DE VALORES. Valor numérico equivalente à média das cotações de certo grupo
de ações, consideradas representativas de todo o mercado, em determinado momento. Pela comparação dos
índices apurados, sucessivamente, pelas bolsas de valores, pode-se saber se o mercado encontra-se em alta,
estável ou em baixa, o que orienta os investidores em suas aplicações no futuro próximo. O acompanhamento
do índice é feito, em geral, por meio de um gráfico simples, que registra sua evolução no tempo: um ano, um
mês, uma semana ou até mesmo ao longo de um dia.
IBOVESPA - índice da Bolsa de Valores de São Paulo; IBV - índice da Bolsa de Valores do Rio de
Janeiro.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE. Medida de liquidez calculada através da divisão do ativo circulante
da empresa pelo seu passivo circulante. Quanto maior for este índice, tanto maior será a liquidez da empresa.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA. Medida de liquidez que retira do ativo circulante os estoques de duvidosa
realização, dividindo-se o resultado pelo passivo circulante. Este é, portanto, menor ou igual ao índice de
liquidez corrente e, quanto maior for, maior será a liquidez da empresa.
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE. É definido pela relação entre o capital atual (em qualquer instante
considerado) e o capital inicial. Fornece, a cada instante considerado, a quanto monta o investimento em
relação ao capital inicialmente empregado.
INDICE DE LUCRATIVIDADE SETORIAL. Mede a lucratividade do investimento feito nas ações
cotadas em Bolsa, de empresas de um mesmo setor da economia. Permite fazer uma comparação entre o
desenvolvimento de determinado setor da economia e o da economia como um todo.
íNDICE DE PREÇO/LUCRO - P/L. Quociente da divisão do preço de uma ação no mercado, em um
instante, pelo lucro líquido anual da mesma. Assim, o P/L é o número de anos que se levaria para reaver o
capital aplicado na compra de uma ação, através do recebimento do lucro gerado por uma empresa. Para tanto,
torna-se necessário que se condicione essa interpretação à hipótese de que o lucro por ação se manterá
constante e será distribuído todos os anos.
INFLAÇÃO DE CUSTO. Processo gerado (ou acelerado) pela elevação dos custos de produção,
especialmente das taxas de juros, de câmbio, de salários ou dos preços das importações.
INFLAÇÃO DE DEMANDA. Ocorre quando os meios de pagamento crescem além da capacidade de
expansão da economia, ou antes que a produção esteja em plena capacidade, o que impede que a maior
demanda decorrente da expansão dos rendimentos seja atendida.
INFLAÇÃO INERCIAL. Processo gerado pelo reajuste pleno de preços, de acordo com a inflação
observada no período imediatamente anterior.
INFLATION TARGET. Termo usado para definir a política de controle da inflação dentro de índices
determinados antecipadamente.
INFLAÇÃO. Processo de aumento geral e persistente dos preços por forças de elevação excessiva da
demanda e/ou dos custos dos fatores de produção paralelamente à depreciação do valor da moeda e redução
do seu poder aquisitivo. Qualquer que seja a sua causa original, adquire dinâmica suficiente para se auto-ali-
mentar através de reações em cadeia (a elevação de um preço ou de um conjunto de preços 'puxando' a
elevação de outros) que configuram a chamada espiral inflacionária.
INFRA-ESTRUTURA. Conjunto de instalações e equipamentos empregados na extração, transporte e
processamento de matérias-primas, nos meios de treinamento da força de trabalho e na fabricação de bens da
capital.
INPC - índice Nacional de Preços ao Consumidor. Média ponderada de índices elaborados pela
fundação IBGE para dez regiões metropolitanas brasileiras (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte,
Recife, Belém, São Paulo, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do Município de Goiânia). O INPC é
elaborado sob dois conceitos: o amplo, correspondendo a famílias com renda mensal entre 1 e 30 salários
mínimos, e o restrito, correspondendo a famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. Pessoas jurídicas públicas ou privadas que têm como atividade
principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em
moeda nacional ou estrangeira e a custódia de valor de propriedade de terceiros. As instituições financeiras
º
estão sujeitas à intervenção e liquidação extrajudicial, de acordo com a Lei n 6.024 de 13/03/74.
INSIDER. Termo aplicado, especialmente no mercado de ações, a uma pessoa que dispõe de
informações privilegiadas sobre a situação de empresas que têm seus títulos cotados em bolsa e que, fazendo
uso delas (antes que sejam acessíveis ao público), podem realizar grandes lucros comprando e/ou vendendo
ações. A ação dos insiders é considerada ilegal, e os infratores são punidos de acordo com a legislação de cada
país.
INSOLVÊNCIA. Situação de uma pessoa ou de uma empresa que, por falta de disponibilidade
financeira, não pode fazer face às suas dívidas.
INTERNET. Rede internacional de intercomunicações aberta formada por mais de 70 países com cerca
de 30 milhões de associados e 48 mil redes diferentes.
INTERNET. É uma rede interna de uma organização empresarial que utiliza tecnologia da Internet para
permitir que os funcionários da empresa troquem informações com grande facilidade.
INVENTARIO. Relação pormenorizada dos bens e valores de uma pessoa ou firma.
INVERSÃO. O mesmo que investimento.
INVESTIDOR. Pessoa (física ou jurídica) que investe, que aplica recursos monetários em negócios nos
mercados financeiro, imobiliário, de mercadorias etc. através da compra de ações em bolsa ou no mercado
primário, de títulos, imóveis, mercadorias etc.; denomina-se investidor institucional a pessoa jurídica (empresa
ou entidade) que, por força de determinações governamentais, seja obrigada a aplicar parte de seu capital no
mercado de ações, através de fundos de pensão etc., constituindo uma carteira segura e com rentabilidade
média razoável.
INVESTIMENTO. Em sentido geral, qualquer aplicação de recurso financeiro em bens ou títulos
(ações, letras de câmbio, etc.) com o objetivo de obter lucro. A teoria econômica, entretanto, restringe a
amplitude do termo àqueles recursos monetários destinados à aquisição de bens de capital (instalações,
maquinarias, veículos, etc.) ou na compra de ações novas no mercado primário que resultam na mesma
finalidade: a produção. Também são considerados investimentos os dispêndios governamentais na construção
de rodovias, pontes, obras de saneamento, hospitais, escolas, casas populares, etc.
INVESTIMENTO AUTONOMO. Investimento que não está relacionado com alterações nos níveis de
renda. Os investimentos públicos, os que acontecem em função de avanços tecnológicos ou aqueles que se
realizam sem expectativa de obtenção de uma taxa média de lucro, ou mesmo são realizados a fundo perdido,
são considerados investimentos autônomos.
INVESTIMENTO ESTRANGEIRO. Aquisição de empresas, equipamentos, instalações, estoques ou
interesses financeiros de um país por empresas, governos ou indivíduos de outros países. O investimento de
capital estrangeiro pode ser direto, quando aplicado na criação de novas empresas ou na participação acionária
em empresas já existentes; e indireto, quando assume a forma de empréstimos e financiamentos a longo prazo.
IOF - IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS. Tributo Federal que incide sobre as operações
ativas dos bancos e seguradoras (empréstimos, descontos de letras de câmbio, prêmios de seguros, etc.) e
sobre os saldos devedores em conta corrente. IPCA - índice de Preços ao Consumidor Ampliado. Baseia-se na
evolução da cesta de consumo de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, pesquisados entre os dias
1°- e 30 de cada mês, abrangendo as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte,
Recife, Belém, São Paulo, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do Município de Goiânia. É
calculado pelo IBGE.
[PC - Fipe. índice de preços ao consumidor calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas da Universidade de São Paulo (USP), mede a inflação das famílias paulistanas que ganham de 1 a
20 salários mínimos. Pesquisa os preços de 260 produtos, comparando a média com a média dos 30 dias
anteriores.
ISO 9000. Certificado que unifica normas de metodologia e critérios para a garantia da qualidade de
produtos e serviços. Inicialmente criada para o Mercado Comum Europeu, passou a ser encarada como questão
estratégica nas relações de troca com terceiros países, e hoje é considerada como um forte instrumento de
competitividade.
J
JOINT-VENTURE. Associação de uma empresa que dispõe de cap#al e quer assumir investimento de
risco com outra empresa que. pretenda realizar projetos de investimento, mas não dispõe de capital para
realizá-los.
JURO BANCÁRIO. A taxa de juros cobrada pelos bancos nas operações efetuadas junto aos clientes
varia com o tipo de operarão realizada: cheque especial, empréstimo pessoal, desconto de duplicata, capital de
giro etc. Os valores são, em geral fixados pelos movimentos do mercado, isto é, giram em torno de taxas
comuns a todos os bancos, com pequenas variações conforme a política do estabelecimento.
JURO EXATO. São aqueles incidentes tomando-se por base um ano de 365 dias.
JURO DE MORA. Valor acrescentado ao montante de uma dívida financeira, decorrente da mora, isto
é, atraso no pagamento: cobrado ao devedor que não cumpriu as obrigações contratuais voluntária ou
culposamente.
JURO NOMINAL. É o juro correspondente a um empréstimo ou financiamento, incluindo a correção
monetária do montante emprestado. Quando a inflação é zero, inexistindo correção monetária, o juro nominal é
equivalente ao juro real.
JUST-IN-TIME. Expressão inglesa que poderia ser traduzida não literalmente por 'a peça necessária,
na quantidade necessária, no momento necessário', designando um método que se aplica à administração da
produção, destinado basicamente à redução de estoques (e dos recursos financeiros e espaços físicos para
mantê-los), à redução do tempo de fabricação e à eliminação das perdas, com vistas ao aumento da
produtividade.
K
KNOW-HOW. Expressão inglesa utilizada internacionalmente para designar 'experiência, prática,
perícia, conhecimento'; quase sempre inerente à tecnologia, aplica-se também a qualquer caso: um profissional
ou trabalhador especializado que possua knowhow para a execução de determinada tarefa.
L
LEASING. Termo inglês equivalente a 'arrendamento mercantil': operação financeira entre uma
empresa proprietária de certos bens (máquinas, equipamentos, veículos, unidades fabris) e outra empresa que
deles usufrui contra o pagamento de prestações, sob contratos específicos, por tempo determinado, ao fim do
qual a arrendatária tem opção preferencial para a compra dos bens; oferece a grande vantagem da não
imobilização de capital, sobretudo nos casos de bens de alto preço e de utilização limitada; regulamentado no
Brasil em 1975.
LEILÃO. Processo de venda de bens ou de títulos -- com anúncio prévio de local, dia, hora e objetivos,
e aberto ao público -- no qual os interessados na compra fazem lances uns contra os outros (a licitação), saindo
vencedor, para efeito de aquisição dos bens leiloados, quem oferecer maior preço (a arrematação): no processo
de privatização levado a efeito atualmente pelo governo brasileiro, faz-se à venda das ações das empresas
estatais em leilões especiais, realizados em bolsa de valores, nos quais também são oferecidos lances para a
compra de lotes de ações.
LETRA DE CÂMBIO. Título de crédito pelo qual o criador ou sacador dá a outra pessoa, o sacado, a
ordem de pagar uma soma determinada, em dinheiro, em tempo e lugar especificados, a um terceiro, o tomador
ou beneficiário ou à ordem do próprio sacador.
LIBOR - LONDON INTERBANK OFFERED RATE. Taxa básica de juros de referência no mercado
internacional.
LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA. Apuração de uma operação financeira. Bolsa de Valores - denominação
das operações a termo feito numa data previamente convencionada. Comércio - operação pela qual se realiza a
apuração da situação financeira de uma sociedade dissolvida. Contabilidade Pública - operação que consiste
em determinar o valor de uma dívida.
LIQUIDAÇÃO JUDICIAL. Procedimento judiciário que visa a satisfazer os direitos dos credores com
relação ao patrimônio de uma pessoa ou de uma empresa em estado de insolvência.
LIQUIDEZ. Disponibilidade em moeda corrente ou em títulos rapidamente conversíveis em dinheiro --
sendo que para uma empresa, em termos contábeis, representa o conjunto do ativo disponível e realizável a
curto prazo -- que garante, a uma pessoa física ou jurídica, a certeza do cumprimento de uma obrigação na data
determinada; liquidez absoluta, no entanto, só é próprio do papel-moeda.
LONGO PRAZO. Termo aplicado aos vencimentos (de créditos ou débitos) que ocorrerão após um
período de tempo longo. Esse período varia conforme o caso: no que se refere a uma letra de câmbio, por
exemplo, o longo prazo indica a aplicações superiores há 360 dias; já a compra de uma casa ou um empréstimo
internacional, indica prazos de vários anos. Em outra acepção, Alfred Marshall, definiu longo prazo como aquele
em que existe tempo suficiente para que se dê o abastecimento de insumos para a produção de commodities
para se adaptar às mudanças na demanda. No âmbito financeiro, longo prazo significa um período superior a 5
anos.
M
M-1. Representação dos meios de pagamento, isto é, a soma do papel-moeda em poder do público e
dos depósitos à vista no sistema bancário.
M-2. M-1 mais os fundos de aplicação financeira (FAF, FIF-CP e FRF-CP) e títulos federais, estaduais
e municipais em poder do público.
M-3. M-2 mais os depósitos de poupança.
M-4. M-3 mais títulos privados (depósitos a prazo, letras de câmbio e letras hipotecárias, exceto
aquelas em poder dos fundos de aplicação financeira e dos fundos de investimentos financeiros de curto prazo
em carteiras das instituições financeiras).
MARK-DOWN. Expressão inglesa que, nas atividades bancárias, significa a reavaliação do valor de
títulos oferecidos como colaterais de empréstimos para troca de ações, sempre que ocorre um expressivo
declínio de suas cotações no mercado de títulos. Tal reavaliação toma-se necessária como uma proteção para
os empréstimos bancários, dentro do princípio de que as margens de segurança devem manter-se sempre em
boas condições.
MARKETING. Neologismo norte-americano usado internacionalmente, para designar a moderna
técnica de comercialização. Complexo de estudos, técnicas e atividades com o objetivo de promover, divulgar e
sustentar um produto ou serviço no mercado de consumo, e/ou assegurar o sucesso comercial de um
empreendimento.
MARKUP. Termo da língua inglesa que, em linguagem econômica, designa a diferença entre o custo
total de produção e o preço de venda ao consumidor final, indicando especificamente o custo da distribuição
física do produto, inclusive com a incorporação dos lucros realizados pelos intermediários e varejista.
MATRIZ. Em economia, designa modelo econométrico sobre o qual se desenvolvem os estudos
divisionais e/ou setoriais; juridicamente, unidade-sede de uma empresa, onde estão instaladas, de modo geral,
sua diretoria, principais superintendências e chefias (em contrapartida à filial).
MAXIDESVALORIZAÇÃO. Em princípio, qualquer desvalorização drástica de uma moeda.
MCE - MERCADO COMUM EUROPEU. Organização criada em 1958 pelo Tratado de Roma, que
instituiu a integração econômica dos países europeus através da eliminação de todas as tarifas e barreiras ao
comércio entre eles e da adoção de uma tarifa externa sobre as mercadorias importadas do resto do mundo. É
subordinado à União Européia.
MEIO CIRCULANTE. Em economia, designa o volume do dinheiro -- especificamente, o conjunto do
papel-moeda e da moeda divisionária -- em circulação no sistema econômico de um país, como parte integrante
dos meios de pagamento: o controle do meio circulante constitui instrumento importante de política monetária
(por extensão, de política econômica), tanto em fases de aceleração da atividade econômica e/ou incremento da
inflação -quando se torna necessário retirar parte do dinheiro de circulação -- quando de depressão ou recessão
-- caso em que é preciso aumentar o volume de dinheiro.
MEIOS DE PAGAMENTO. Representado também por M-1. São haveres líquidos à disposição do
público não bancário, que podem ser utilizados a qualquer momento para liquidação de dívidas em moeda
nacional.
MERCADO. Conjunto de normas, costumes e elementos que aproximam vendedores e compradores
para a realização de trocas entre si; em sentido estritamente espacial, refere-se ao local onde são realizadas
negociações e operações de compra e venda de bens e serviços ou de títulos -- feiras, lojas, bolsas de valores,
bolsas de mercadorias; de acordo com seu alcance, pode ser local, regional, nacional e mundial, e segundo a
natureza do bem transacionado distinguem-se os mercados financeiro, de trabalho, de capitais, de produtos,
etc.
MERCADO ABERTO. Ver Open Market.
MERCADO ACIONÁRIO. É um subsistema do mercado de capitais, onde se realizam as operações de
compra e venda de ações. Suas funções principais são: a avaliação dos valores transacionados, liquidez e
capitalização das empresas.
MERCADO A TERMO. Em linguagem econômica, designa as negociações efetuadas em bolsas de
valores e bolsas de mercadores (commodities) com vencimento, acertado entre vendedores e compradores,
para em geral 30, 60, 90 e até 180 dias após a operação de compra e venda.
MERCADO A VISTA. No mercado de ações designa genericamente as transações de compra e venda
cuja liquidação se processa até o quinto dia útil da data de fechamento da operação, com o vendedor
entregando os títulos mediante o correspondente pagamento por parte do comprador; no âmbito do mercado de
commodities, compreende os negócios realizados com pagamento e entrega imediata das mercadorias:
também chamado marcado spot, pode ser local (situado junto às zonas produtoras) ou central (localizado nos
pontos de distribuição -- como, por exemplo, o grande mercado de petróleo do porto Rotterdam, Holanda).
MERCADO DE BALCÃO. Mercado em que as operações não são registradas nos mercados
organizados (bolsas). Abrangem não apenas negociações com ações como também com outros ativos,
inclusive derivativos. Na medida em que atendem a especificações determinadas pelo cliente -- não prevista nas
negociações em bolsa, -- as operações realizadas no mercado de balcão também são chamadas "sob medida',
'tailor made' ou customizadas (derivada de customer,” cliente ").
MERCADO DE CÂMBIO. Realiza operações que envolvem a necessidade de conversão de moedas
estrangeiras em moeda nacional e vice-versa. Basicamente, são operações de curto prazo e as instituições que
nele atuam são os bancos comerciais e as firmas autorizadas pelo governo, com a intermediação das
sociedades corretoras.
MERCADO DE CAPITAIS. Mercado onde são manipuladas as ofertas, a demanda, o preço de valores
mobiliários. A Lei n° 4.728 de 14/07/1965, disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu
desenvolvimento, e o Decreto n° 69.554, de 18/11/71, cria o fundo de desenvolvimento do mercado de capitais.
MERCADO DE COMMODITIES. Centros financeiros onde se negociam as commodities (produtos primários de
grande importância econômica, como algodão, soja e minério de ferro). Por serem as commodities produtos de
grande importância no comércio internacional, seus preços acabam sendo ditados pelas catações dos principais
mercados: Londres, Nova York e Chicago. A grande maioria dos negócios é realizada a termo, isto é, acerta-se
o preço para pagamento e entrega da mercadoria em data futura.
MERCADO DE DERIVATIVOS. O mercado de derivativos é o mercado no qual a formação de seus
preços deriva dos preços do mercado à vista. Neste universo, podemos identificar os mercados futuros, os
mercados a termo, os mercados de opções e o mercado de swaps.
MERCADO DE OPÇÕES. Instrumento de investimento no mercado de capitais. A opção de compra de
ações é um contrato que confere ao comprador o direito de adquirir, durante a sua vigência, um lote de ações
de determinada empresa a um preço prefixado. Isto significa, por exemplo, que alguém paga uma determinada
quantia ao proprietário de um lote de ações para que ele garanta um preço de venda determinado (fixo) durante
algum tempo. Durante a vigência deste contrato, o comprador poderá, a qualquer tempo, concretizar o negócio,
pagando o preço combinado, ainda que as ações estejam sendo negociadas a preço superior. Deste modo, a
diferença entre o preço combinado e o preço de mercado das ações é que vai representar o lucro do
comprador.
MERCADO FINANCEIRO. Conjunto formado pelo mercado monetário e pelo mercado de capitais.
Abrange todas as transações com moedas e títulos e as instituições que as promovem: banco central, caixas
econômicas, bancos estaduais, bancos comerciais e de investimentos, corretoras de valores, distribuidoras de
títulos, fundos de investimentos etc. além das bolsas de valores.
MERCADO FUTURO. Designação para as transações realizadas em bolsas de valores e bolsas de
mercadorias - válidas, portanto, para ações e títulos e commodities - que implicam um compromisso de compra
e venda, para uma data futura determinada pelas bolsas, de lotes com as respectivas quantidades e preços
prefixados, referindo-se também a negociações das posições, isto é, a situação do vendedor e do comprador no
futuro, em determinada transação; tem como objeto exatamente proteger compradores e vendedores contra
imprevistos -- como, por exemplo, grandes oscilações de preços, especulação desenfreada ou causas fortuitas.
MERCADO INTERBANCÁRIO. Mercado onde os bancos e as instituições financeiras compram e
vendem instrumentos financeiros como certificados de depósito, duplicatas, aceites bancários etc., geralmente
com prazos inferiores há um ano.
MERCADO MONETÁRIO. Designa o setor do mercado financeiro que opera a curto prazo. Compõe-se
da rede de entidade ou órgãos financeiros que negociam títulos e valores, concedendo empréstimos a
empresas ou particulares, a curto ou curtíssimo prazo, contra o pagamento de juros. Além dos bancos
comerciais e das empresas financeiras de crédito, o mercado monetário compreende também o mercado
paralelo e o de divisas. O movimento financeiro a longo prazo caracteriza outro segmento, o de mercado de
capitais.
MERCADO PRINCIPAL. Mercado onde são realizadas as operações de curso normal, com lotes
múltiplos de mil ações e constituído pelos títulos de maior procura -- ou seja, o pregão diário. MERCADO SPOT.
Mercado de commodities em que os negócios se realizam com pagamento à vista e entrega imediata das
mercadorias. Distingue-se do mercado a futuro ou do mercado a termo, em que os contratos são feitos para
pagamento e entrega posteriores. Há dois tipos básicos de mercado spot: O mercado primário ou local, situado
junto às zonas produtoras, e o mercado central, localizado nos pontos de distribuição. Um exemplo deste último
é o grande mercado de petróleo do porto de Rotterdam.
MICO. Ação que em determinado período perde completamente a liquidez no mercado.
MOEDA. Signo de valor que no âmbito da economia designa o único bem econômico de troca com
aceitação geral; no âmbito de cada país ou internacionalmente, somente para as chamadas 'moedas fortes',
como o dólar americano, o marco alemão, a libra inglesa, o franco suíço; a mais antiga representação do
dinheiro, muitas vezes empregada como seu sinônimo, constitui a liquidez por excelência, um padrão legal e
uma medida teoricamente invariável, fixada pelo governo para expressar o valor de bens econômicos nas
transações de troca, além de ter a função de acumular valor e permitir sua reserva e entesouramento; sua
credibilidade depende sobretudo da estabilidade das economias nacionais e da
confiança -- como unidade de troca e medida de valor -- que possua junto às pessoas e que seus
emissores desfrutem junto a organismos internacionais.
MOEDA ESCRITURAL. Ordem de pagamento que se originou da generalização do uso do papel-
moeda. A abertura de uma conta corrente por meio de determinado depósito em dinheiro (papel-moeda) permite
a qualquer pessoa movimentar esse fundo depositado no banco mediante cheque, a moeda escritura) mais
utilizada atualmente, ou de uma ordem de pagamento.
MOEDA FORTE. A que apresenta facilidade de circulação e conversibilidade nas transações
internacionais, por oferecer ampla garantia como meio de pagamento e reserva de valor (dólar norte-americano,
libra-esterlina e marco alemão, p. ex.).
MOEDA PAPEL. Também denominada nota bancária; refere-se a títulos emitido por um banco, que se
obriga a pagar ao portador, no ato e mediante simples apresentação, o valor inscrito no documento: originada
dos recibos ou certificados de depósito de ouro, prata e moedas, de conversibilidade imediata e por isso
utilizada a partir da Renascença (do século XIV ao século XVII) como a forma mais prática e segura de realizar
transações comerciais, está hoje praticamente extinta, uma vez que os governos passaram a deter o monopólio
da emissão de dinheiro.
MONETARISMO. Escola econômica que sustenta a possibilidade de manter a estabilidade de uma
economia capitalista recorrendo apenas a medidas monetárias, baseadas nas forças espontâneas do mercado
e destinadas a controlar o volume de moedas e de outros meios de pagamento no mercado financeiro.
MONE MARKET. Expressão em inglês utilizada para designar os mercados financeiros nos quais os
recursos são emprestados a curto prazo, isto é, em períodos inferiores há um ano. Ao contrário do mercado de
capitais, onde tais recursos são emprestados a médios e longos prazos, ou seja, por períodos superiores a um e
cinco anos, respectivamente.
MORA. Conceito jurídico definidor do retardamento da solução de uma dívida, tanto pelo devedor,
quanto pelo credor. O primeiro, por não efetuar o pagamento no prazo estabelecido; o segundo, por se recusar
a recebê-la no tempo, lugar e forma contratados. Purgar a mora pelo devedor é o efetivo pagamento parcial ou
total do débito, mais os juros decorrentes até o dia da quitação; pelo credor é a aceitação do pagamento,
descontados os efeitos da mora (taxa de multa) até a respectiva data.
MORATÓRIA. Prorrogação do prazo concedido pelo credor ao devedor para o pagamento da dívida,
mediante acordo entre ambas as partes (o que a distingue da concordata, por seu caráter não judicial); no final
da década de 80, o termo adquiriu ampla notoriedade no Brasil, ao ser incorporado ao processo de negociação
da dívida externa (ainda que, como ocorreu em 1987, tenha sido 'declarada' unilateralmente pelo Brasil, sem
prévio acordo com os credores externos).
MÚTUO, Contrato de. Contrato em que o mutuante cede determinado bem ao mutuário, em troca de
um pagamento mensal, anual ou de outra forma. O contrato de mútuo acontece com bens fungíveis, isto é,
substituíveis por outros bens da mesma qualidade e na mesma quantidade.
MUTUÁRIO. Tomador de um empréstimo.
N
NAFTA (NORTH AMERICAN FREE TRADE AGREEMENT). Literalmente, Acordo de Livre Comércio
da América do Norte, efetivado entre os Estados Unidos, Canadá e México em 1994, com o objetivo de
promover a quebra de barreiras alfandegárias para intensificar o intercâmbio comercial entre os países
membros.
NICHO. Em comércio, usa-se a palavra com a significação de niche, termo de origem inglesa que
exprime 'boa colocação'. Nicho de negócios define um segmento de mercado que surge em função de novos
hábitos de consumo ou do lançamento de produto ou serviço inéditos. Nicho propício é um termo de marketing
que define a posição no mercado, previamente planejada, para um produto recém lançado.
NOTA PROMISSÓRIA. Título de crédito nominal, emitido pelo devedor diretamente a seu credor, que
representa promessa de pagamento a prazo determinado; é passível de transferência mediante endosso, e o
seu não cumprimento garante ao credor o direito de levá-la a cartório de protesto e promover sua cobrança
judicial.
O
OFERTA PÚBLICA. Designa a colocação de determinado volume de valores mobiliários de uma
empresa junto ao público, com vistas à sua capitalização.
OFFSHORE. Banco que, para exercer suas atividades internacionais, se estabelece num território
onde encontra privilégios especiais, especialmente os benefícios tributários.
OLIGOPSÓNIO. Situação de um mercado em que a concorrência é imperfeita do lado da demanda,
devido à presença de um número muito limitado de compradores.
OMC - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO. Instituição com personalidade jurídica
internacional que substituiu o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), foi criada em 1994. Foram assinados
acordos e firmados entendimentos e decisões destinados à eliminação de barreiras para possibilitar uma fase
mais dinâmica e abrangente do comércio internacional.
OPÇÃO. Direito negociável de compra de mercadorias ou títulos, ações, etc, com pagamento em data
futura e preços prõativa, diz-se passivo líquido ou a descoberto.
P
PENHOR. Entrega de bem móvel, por parte de um devedor ao credor, como garantia de pagamento da
dívida: se esta não for paga no prazo acertado, o credor executa o bem penhorado.
PENHORA. Apreensão judicial de bens de um devedor que não saldou seus compromissos no prazo
determinado, recolhidos em quantidade e valor suficiente para pagar o credor.
PERFORMANCE BOND. Garantia prestada por uma pessoa para assegurar alguém pelo prejuízo
resultante do inadimplemento dos termos de um contrato. A garantidora é responsável, solidária com o
contratado, pelo descumprimento do contrato. Por exemplo, o proprietário de uma casa pode exigir um seguro-
desempenho do empreiteiro contratado para realizar uma reforma em sua cozinha; dessa forma, se a obra não
for realizada a contento e dentro do prazo determinado, o proprietário terá direito a uma reparação monetária.
PERMUTA. Em publicidade, designa negociação de espaço ou de tempo de um veículo, em troca de
produtos ou serviços do anunciante, mediante acordo prévio entre as duas partes, sendo seu valor calculado
com base no preço líquido da mídia e nos preços do produto ou serviço sem as margens de lucro do comércio.
PERPETUAL BOND. Obrigação sem data de vencimento e não resgatável, com pagamento constante
de juros por tempo indefinido.
POLÍTICA CAMBIAL. Instrumento da política de relações comerciais e financeiras entre um país e o
conjunto dos demais países. Os termos em que se expressa à política cambial refletem, em última instância, as
relações políticas vigentes entre os países, com base no desenvolvimento econômico alcançado por eles.
POLÍTICA FISCAL. Conjunto de leis, regulamentos e previdências de caráter impositivo que norteiam a
ação governamental para garantir a arrecadação dos tributos cobrados pela União, Estado e Municípios, nos
níveis previstos nos respectivos orçamentos e segundo princípios de eqüidade fiscal.
POLÍTICA MONETÁRIA. Conjunto de medidas adotadas pelo governo de um país visando,
basicamente, a adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades do sistema econômico como um
todo, através de uma ação reguladora sobre os recursos monetários existentes para sua plena e eficiente
utilização, inclusive para efeito de controle e/ou combate à inflação (de eficácia maior do que outros
instrumentos de política econômica -- segundo os monetaristas --, devido à flexibilidade com que pode ser
aplicada); executada geralmente pelo banco central de cada país, envolve o controle da taxa de juros, a
regulamentação das operações de open market, a implantação de sistema de depósito compulsórios por parte
dos bancos privados, a restrição e/ou seletividade na concessão de crédito.
PORTFOLIO (Carteira de Título). Conjunto de empréstimos e ativos financeiros (títulos, ações,
debêntures etc.) pertencentes a uma empresa, classificados por prazo de maturação, devedor, taxas de juros,
de remuneração esperada etc. Embora o termo esteja associado a haveres financeiros, os haveres reais
também podem se incluir nessa categoria. O mesmo que carteira, sendo a carteira de títulos àquela formada por
títulos, debêntures etc. e a carteira de ações aquela constituída por ações adquiridas em bolsas de valores.
POSTO AVANÇADO DE ATENDIMENTO (PAA). É a dependência de banco múltiplo com carteira
comercial, de banco comercial e de caixa econômica instalada em praça desassistida de serviços bancários
prestados por agência ou outro PAA dessas instituições.
POSTO DE ATENDIMENTO BANCÁRIO (PAB). É a dependência de banco múltiplo com carteira
comercial, de banco comercial e de caixa econômica com as seguintes características: a) somente pode ser
instalado em recinto interno de entidade da administração pública ou de empresa privada; b) destina-se a
prestar todos os serviços para os quais a instituição esteja regularmentarmente habilitada; c) subordina-se à
sede ou a uma agência instalada no mesmo município, a cuja contabilidade em seu movimento diário deve ser
incorporado na mesma data em que ocorrer.
POUPANÇA. Parcela da renda não consumida e acumulada. Em análise macroeconômica, há sempre
igualdade ex-post entre poupança e investimento; quando ex-ante os investimentos são superiores à poupança
global, caracteriza-se uma situação inflacionária; no caso, ex-ante em que os investimentos sejam menores do
que a poupança, assinala-se uma tendência recessiva.
PREFERENCIA PELA LIQUIDEZ. Conceito Keynesiano relacionado com a demanda global de
dinheiro. Em lugar de consumir ou investir o dinheiro em aplicações de menor liquidez, as pessoas prefeririam
manter seus valores na forma mais líquida possível (em dinheiro) por três motivos: a) a liquidez permite a
realização imediata de compras; b) por especulação; c) por precaução (o enfrentamento de acidentes ou
imprevistos).
PRÉ-FIXADA (JUROS). É um atributo de uma aplicação financeira quando a taxa de juros a ser
recebida é conhecia de antemão. Nesta modalidade, o aplicador já sabe quanto receberá na data do
vencimento. No caso de remuneração pós•fixadá, o montante exato será conhecido apenas na data do
vencimento ou no resgate do título.
PREGÃO. Anúncio em voz alta feito nas bolsas de valores, pelos corretores, dos preços e condições
de compra ou venda de ações. O termo se aplica, por extensão, ao local da bolsa onde se realiza essa atividade
e se concretizam os negócios.
PREVIDÊNCIA PRIVADA. Sistema de pensão gerido por instituições financeiras, independente da
previdência pública oficial e com vistas a complementar a aposentadoria. Baseia-se no pagamento de
prestações ao longo de um período (sempre superior a dez anos) ao fim do qual o indivíduo passa a receber
uma pensão, proporcional às prestações pagas e reajustável segundo a correção monetária.
PRIME RATE. Taxa de juros que mais se aproxima da que se paga por um investimento sem risco, isto
é, aquela proporcionada pelos títulos de primeira linha ou de alta qualidade, sendo portanto a que corresponde
aos títulos cujo prêmio por risco é praticamente zero. No mercado financeiro internacional os títulos do governo
norte-americano são considerados os mais próximos do risco zero.
PRIVATIZAÇÃO. Aquisição, fusão ou incorporação de uma companhia ou empresa pública por uma
empresa privada.,
PROJECT FINANCE (Financiamento de Projetos). E uma operação financeira estruturada que permite
dividir o risco entre o empreendedor e o financiador.
PROPENSÃO A INVESTIR. Indica a preferência de uma pessoa que possui um capital em destiná-lo a
um investimento produtivo, desde que proporcione uma taxa de lucro superior à taxa de juros, ou à compra de
títulos no mercado financeiro, no caso contrário.
PROPENSÃO A POUPAR. É a proporção de renda individual, familiar ou empresarial destinada à
poupança. Tendência evidente em relação direta ao crescimento da renda. Isso ocorre porque os indivíduos ou
famílias de baixa renda tendem a gastar toda a sua receita em bens de primeira necessidade, não dispondo
praticamente de nenhuma sobra para poupar.
PRO-RATA. Expressão latina que significa 'parte, proporção'. Em finanças, juros pro-rata temporis são
aqueles definidos por uma taxa nominal (12% ao ano), mas contados proporcionalmente ao tempo de vigência
do empréstimo (dias ou meses). Dividendos pagos pro-rata são os correspondentes ao número de dias
decorridos desde a data da emissão das ações (caso não completem o exercício) até a data do encerramento
do balanço, possibilitando rendimentos proporcionais às ações de uma mesma classe.
PRO-RATA TEMPORATE. Expressão em latim que significa "proporcionalmente ao tempo" e é
utilizada quando se faz o cálculo dos juros e/ou da correção monetária de uma dívida paga depois do
vencimento.
PROTECIONISMO. Doutrina, teoria ou política econômica que preconiza - ou põe em prática - um
conjunto de medidas que favorecem as atividades domésticas e penalizam a concorrência estrangeira.
PROTESTO. Queixa pessoal ou reclamação coletiva. Juridicamente, o ato lavrado em cartório pelo
qual é reclamado o pagamento de um título de crédito não honrado, na data do vencimento, pelo sacado,
sacador, emitente ou avalistas e endossadores, ou pela recusa do devedor em firmar o aceite ou em devolver o
título. Também podem ser protestados os contratos de câmbio e os documentos de crédito.
PROVISÃO. Economia - soma destinada pela empresa à cobertura de um encargo ou de uma perda
virtual, futura ou eventual. No Brasil, freqüentemente, usa-se o termo reserva como sinônimo de provisão.
Tecnicamente, contudo, há uma diferença: as reservas são retiradas do lucro sem destino específico.
Q
QUARTEIRIZAÇÃO. Em administração, define a transferência da gestão dos serviços já terceirizados
de uma grande empresa para uma outra organização especializada. O processo permite a completa
desvinculação, tanto administrativa quanto operacional dos serviços objetivo de terceirização, promove a
condensação do organograma da empresa transferidora e possibilita a seus executivos superiores maior
concentração nas atividades mais complexas.
QUIROGRAFÁRIO. Credor sem nenhuma preferência, garantia ou privilégio no pagamento de seu
crédito..
QUITAÇÃO. Em linguagem de economia, refere-se ao ato ou efeito de quitar uma obrigação, ou
seja: pagar uma dívida, saldar um compromisso.
R
RATING. Termo de origem inglesa que significa 'classificação'. Em finanças, define avaliação e
classificação de empresas que atuam no mercado de capitais, possibilitando ao investidor a definição do grau
de risco que assume ao adquirir um título. No ramo securitário, designa uso de dados estatísticos e análise
matemática para a determinação dos prêmios de seguro.
RDB - RECIBO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. Documento emitido pelos bancos, representativos de
depósitos a prazo. É nominativo, não sendo transferível por endosso em virtude de não ser título de crédito.
RECEITA. Soma de todos os valores recebidos em determinado período (um dia, um mês, um ano),
por uma pessoa, entidade, empresa, a qual corresponde aos recebimentos pelas vendas à vista, pelas partes
referentes às vendas a crédito e por eventuais rendimentos de aplicações financeiras.
RECESSÃO. Conjuntura de redução acentuada da atividade econômica país um país, caracterizada
por queda na produção, aumento j r do desemprego, diminuição do volume de negócios e da taxa de lucro,
crescimento dos índices de falências e concordatas (nem sempre acompanhada por queda também nos preços)
-- que pode restringir-se a um breve período ou estender-se por muito tempo, configurando, neste caso, uma
depressão ou crise econômica.
RECIPROCIDADE. Sistema de concessões em troca de um interesse maior: em linguagem bancária,
condição caracterizada pela concessão de crédito e liberação de empréstimo a clientes que proporcionem, ao
banco, preferência nos demais serviços (depósitos, cobranças, ordens de pagamento, câmbio); em termos de
relações internacionais, refere-se a um tipo de postura econômica na qual dois países adotam, um em relação
ao outro, as mesmas concessões ou restrições comerciais.
REDESCONTO. Ou Assistência Financeira de Liquidez, é uma função clássica do Banco Central
como banco dos bancos que consistem em atender a desequilíbrios eventuais de caixa dos bancos.
REENGENHARIA. Novo conceito de administração empresarial que visa à melhoria contínua das
atividades numa organização ~ 1 com dois objetivos centrais: o melhor atendimento ao cliente e a multiplicação
dos resultados. Essa redefinição dos processos empresarias propõe uma radical superação dos conceitos de
gestão herdados desde o século XIX, como os controles esquemáticosI e minuciosos, hierarquias gerenciais
enrijecidas e divisão do trabalho. A reengenharia de processos busca objetivos semelhantes com o emprego
das tecnologias da informação.
REFUNDING. Substituir uma dívida antiga por uma nova, geralmente para reduzir os custos dos juros
da emitente.
RENDA. Em teoria econômica, define a remuneração de cada fator de produção -- o salário para o
trabalho, o juro e o lucro para o capital e o arrendamento (ou simplesmente renda) pelo uso da terra.
Comumente considera-se renda o valor recebido pelo aluguel de um bem de consumo durável (carro, casa,
terreno, etc.).
RENDA PER CAPITA. Literalmente "renda por cabeça". Em economia, indicador utilizado para medir o
grau de desenvolvimento de um país, obtido a partir da divisão da renda total pela população. Este índice,
embora útil, oferece algumas desvantagens, pois, tratando-se de uma média, esconde as disparidades na
distribuição da renda. Assim, um país pode ter uma renda percapita elevada, mas uma distribuição muito
desigual desta renda. Ou, ao contrário, pode ter uma renda percapita baixa mas uma renda bem distribuída, não
registrando grandes disparidades entre ricos e pobres.
RENDA VARIÁVEL. No mercado de capitais, rendimento que não é prefixado, não faz parte das
condições do título e varia em função das condições de mercado. Os exemplos mais comuns são as ações, os
fundos mútuos e os fundos fiscais.
RENEGOCIAÇÃO. Em linguagem econômica, significa negociar outra vez, nas mesmas ou diferentes
condições, o mesmo contrato, envolvendo relações entre pessoas, ou entre empresas ou países, em torno de
uma dívida ou obrigação: no caso específico da dívida externa, refere-se à situação em que o devedor, estando
incapacitado de pagar o serviço (juros, etc.), procura negociá-la em novos termos, geralmente solicitando
prazos mais longos e taxas de juros mais baixas.
RENTABILIDADE. Grau de rendimento proporcionado por determinado investimento. Pode se exprimir
pela percentagem de lucro em relação ao investimento total. Na maior parte dos casos, a rentabilidade é
inversamente proporcional à segurança do investimento e à liquidez.
RESERVAS. Conjunto de fundos ou valores conservados por um agente econômico, como previsão de
eventuais necessidades ou por razões legais ou contratuais.
RESERVAS CAMBIAIS. Acúmulo de divisas que as autoridades monetárias de um país dispõem para
saldar eventuais déficits de seus balanços de pagamento.
RESGATE. Ato de pagamento de um título (duplicata, nota promissória e outros). Em vendas a
créditos, o resgate só é feito quando o devedor efetua o último pagamento.
RESSEGURO. Operação através da qual um segurador faz seguro para si próprio, contra os riscos que
aceita cobrir. O resseguro tem por objetivo concretizar a dispersão dos riscos assumidos pelos seguradores
diretos. Esses continuam responsáveis perante o segurado, porém "cedem" aos ressegurados que os "aceitam"
uma parte de seus riscos, mediante o pagamento de um prêmio de resseguro.
RESULTADO. Em contabilidade, é o crédito, lucro ou perda decorrente da gestão do patrimônio,
durante um período considerado. Resultado futuro é aquele apurado entre pendências contábeis para efeito de
demonstração.
RISCO. Possibilidade de perda numa operação financeira ou comercial.
RISCO CAMBIAL. Risco incorrido por uma empresa ou por um banco, sobre o valor a prazo de seu
caixa, em virtude da incerteza em relação à evolução futura das divisas e das taxas de câmbio. RISCO
SISTÊMICO. Risco de investimento em títulos que não pode ser eliminado pela diversificação dos
investimentos.
RISCO SOBERANO. É a desconfiança que um país sofre de não poder honrar seus compromissos
externos.
ROYALTY. Remuneração paga em contrapartida por certos direitos, como a exploração mineral,
direitos autorais e patentes.
S
S.A. DE CAPITAL ABERTO. No âmbito da economia, denomina a empresa, passível de exercer
qualquer tipo de atividade industrial, comercial e de serviços, cujas ações podem ser adquiridas livremente pelo
público, negociadas diariamente em bolsas de valores -- para isso ela deve estar registrada, para todos os
efeitos legais e regulamentares, na Comissão de Valores Mobiliários ou no mercado de balcão.
SACADO. Aquele sobre quem é sacada a letra de câmbio ou a duplicata, e deve pagá-las.
SACADOR. Pessoa física ou jurídica que emite um cheque, duplicata ou letra de câmbio contra um
sacado e a favor de um beneficiário, que pode ser o próprio sacador.
SALDO MEDIO. Média aritmética dos saldos bancários de um cliente em determinado período (em
geral, um mês ou um trimestre). É um dado importante para a liberação de empréstimos, financiamentos e
descontos de títulos, funcionando como elemento de reciprocidade e de manutenção, para a casa bancária, de
capital passível de emprego em aplicações financeiras.
SAZONALIDADE. Flutuação de uma grandeza estatística durante um determinado período que se
reproduz identicamente durante uma mesma "estação".
SAZONAMENTO. Termo que significa 'amadurecimento'. No jargão da economia, diz-se período de
sazonamento ou maturação aquele necessário a que um projeto ou investimento comece a produzir resultados
positivos.
SECURITIZAÇÃO. Termo oriundo da palavra inglesa security, que significa o processo de
transformação de uma dívida com determinado credor em dívida com compradores de títulos ou contratos
originados no montante dessa dívida.
SECURITY. Termo de origem inglesa que significa 'seguridade'. Juridicamente define uma garantia,
caução de depósito. No plural, refere-se a títulos, obrigações e valores.
SEGURADORAS. A lei da reforma bancária (Lei N° 4.595, de 31 de dezembro de 1964), que
reformulou o Sistema Financeiro Nacional, enquadrou as seguradoras como instituições financeiras,
subordinando-as a novas disposições legais, sem, contudo, introduzir modificações de profundidade na
legislação específica aplicável à atividade. As seguradoras são orientadas pelo Banco Central quanto aos
limites de aplicação de suas reservas técnicas nos mercados de renda fixa e renda variável.
SEGURO. É o contrato no qual uma das partes, a seguradora, mediante a assunção do risco que corre
outra pessoa ou seu interesse, o segurado, recebe uma quantia, o prêmio, e pagará a indenização na
ocorrência do sinistro.
SELIC - SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA. Serviço prestado pelo Banco Central e
ANDIMA - Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto, utilizado por bancos e corretoras para o
registro de operações envolvendo títulos públicos. As instituições afiliadas são conectadas ao computador
central do SELIC através de uma rede de terminais. São registradas no sistema todas às operações envolvendo
títulos públicos federais, estaduais e municipais. Criada em novembro de 1979.
SETOR PRIVADO. Conjunto das empresas urbanas e rurais pertencentes a pessoas físicas ou
jurídicas cujo controle não é de responsabilidade do Estado.
SETOR PÚBLICO. Conjunto de órgãos e empresas industriais ou de serviços pertencentes ao Estado.
Amplamente dominante nos países socialistas e em alguns países capitalistas europeus, esse setor tem se
desenvolvido também no mundo capitalista, sobretudo o subdesenvolvido.
SIDE LETTER. Expressão em inglês que significa um documento não oficial, assinado entre as partes
interessadas, num contrato de intenções sobre seu desenrolar. Embora não tenha caráter oficial, pode ser
usado como elemento na análise das intenções dos contratantes em caso de processos judiciais.
SISBACEN - SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO BANCO CENTRAL. É um complexo informacional
administrado pelo Banco Central do Brasil que se caracteriza por permitir aceso interativo "on line", tanto para a
entrada quanto para a recuperação de informações, além de disponibilizar consultas em tempo real.
SISCOMEX - SISTEMA INTEGRADO DE COMERCIO EXTERIOR. É uma nova sistemática
administrativa do comércio exterior brasileiro, que integra as atividades afins do Departamento de Comércio
Exterior (DECEX), da Secretaria da Receita Federal (SRF) e do Banco Central (BC) no registro, no
acompanhamento e no controle das diferenças etapas das operações de exportação e importação.
SMART CARD. Nome genérico dos cartões dotados de processador e módulo de memória. Diferem
dos cartões convencionais, pois, além de reunirem as características de todos os cartões anteriores, possuem o
chip embutido, que permite sua utilização em outras funções como realizar internamente as operações e
suportar um volume de dados até 200 vezes maior. Podem ser descartáveis e operar de forma on-line e off-fine.
Podem incorporar múltiplas funções como instrumento de operação financeira, inclusive concentrando o
relacionamento do portador com diversos bancos.
SOBRETAXA. Define a taxação elevada sobre as altas rendas, ditas rendas extraordinárias.
SPLIT. Elevação do número de ações representantes do capital de uma empresa através de
desdobramento, com a correspondente 'redução de seu valor nominal.
SPREAD. Taxa adicional de risco cobrada sobretudo (mas não exclusivamente) no mercado financeiro
internacional. É variável conforme a liquidez e as garantias do tomador do empréstimo e o prazo de resgate.
STAND-BY. Expressão de origem inglesa (literalmente 'apoio') que, no âmbito da economia, designa
crédito de curto prazo, oferecido em condições vantajosas (crédito contingente); especificamente, denomina
linha de crédito aberta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) aos países membros, até o limite de suas
respectivas cotas, concedido a prazo curto e liberado mediante apresentação de carta de intenções por parte do
país solicitante.
STRADDLE. Ver Casamento de Opções
SUBSCREVER AÇÕES. Assumir a obrigação de pagar o preço de emissão das ações que adquiriu no
mercado primário ou mercado secundário, com entrada inicial de no mínimo 10% e assinatura da lista ou
boletim de subscrição.
SUBSCRIÇÃO. Declaração unilateral de vontade pela qual pessoa física ou jurídica, assume a
responsabilidade de pagar o preço de emissão das ações adquiridas ou subscritas. SUPPLIER'S CREDITS.
São créditos e financiamentos de curto e médio prazo para exportadores e importadores de mercadorias e
serviços, cedidos por bancos privados e entidades privadas internacionais.
SWAP. Termo de origem inglesa (literalmente, 'permuta') que se refere à concessão de empréstimo
recíprocos entre bancos, em moedas diferentes e com taxas de câmbio idênticas, utilizada comumente para
antecipar recebimentos em divisas estrangeiras.
T
TAKE-OVER. Expressão de origem inglesa (equivalente a 'assumir posse ou controle') que, em
linguagem econômica, refere-se à compra de uma empresa por outra.
TAXA DE CAMBIO. Equivale a uma proporção entre a moeda nacional e a estrangeira. Exemplo:
quanto da moeda nacional é necessário para adquirir uma unidade da moeda estrangeira. Existem vários
métodos para se correlacionar à moeda nacional com a estrangeira. Temos:
TAXA DE RETORNO. Conhecida também como taxa interna de juros, é aquela que anula o valor atual
de fluxo de caixa de uma aplicação. Para análise de um investimento, ela corresponde à taxa mínima de
atratividade disponível ao aplicados.
T-BONDS. Títulos emitidos pelo Tesouro dos EUA, com vencimento em 30 anos. única aplicação do
mundo considerada de risco zero.
TERCEIRIZAÇÃO. Forma de organização estrutural que permite a uma empresa transferir a outra suas
atividades meio, o que lhe possibilita maior disponibilidade de recursos para aplicar em sua atividade fim.
Resultante da dinâmica dos mercados, ela promove a criação de nichos de negócios e, nas empresas que a
adotam, reduz estruturas operacionais e diminui custos.
TITULO DA DIVIDA PÚBLICA. Título emitido e garantido e pelo governo (União, Estado, Município). É
um instrumento de política econômica e monetária que pode servir para financiar investimentos, um déficit do
orçamento público, antecipar receita ou garantir o equilíbrio do mercado do dinheiro. De acordo com suas
características, pode ter a forma de apólice, bônus, notas e letras.
TÍTULO DE CRÉDITO. Documento formal, necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido.
TBC - TAXA BÁSICA DO BANCO CENTRAL. Serve de parâmetro para as intervenções diárias das
Autoridades Monetárias no mercado, além de corrigir todos os empréstimos de redesconto concedidos às
instituições financeiras dentro do valor-base e desde que com garantias em títulos públicos federais livres, e,
desta forma, ajuda a balizar o custo do financiamento diário das carteiras de títulos públicos. Seu valor é mensal
e determinado pelo COPOM - Comitê de Política Monetária. Foi extinta em março de 1999 pelo Comitê de
Política Monetária.
TBF - TAXA BÁSICA FINANCEIRA. Sua metodologia de cálculo está baseada na amostra das 30
maiores instituições financeiras por volume de captação de depósitos a prazo (CDB/RDB prefixados de 30 a 35
dias), retiradas da taxa média mensal ponderada as duas maiores e as duas menores taxas. A base de cálculo
é o dia de referência, sendo calculada no dia útil imediatamente posterior.
TJLP - TAXA DE JUROS DE LONGO PRAZO. 0 cálculo da TJLP será feito a partir da média de títulos
da dívida externa federal, com peso de 75% no máximo, e títulos da dívida pública mobiliária interna federal,
com peso de 25% no máximo. Os títulos da dívida externa deverão ter prazo mínimo de resgate de dois anos.
Os da dívida interna serão os de prazo superior a seis meses.
TR - TAXA REFERENCIAL. Calculada a partir da remuneração mensal média dos Certificados e
Recibos de Depósito Bancários (CDB/RDB) emitidos à taxa de mercado prefixadas, com prazo entre 30 a 35
dias, inclusive. Esta taxa leva em consideração um redutor instituído pelo Banco Central e por ele alterado
sempre que necessário, para garantir a competitividade da poupança frente aos demais produtos.
TRADE OFF. Expressão de origem inglesa que no âmbito da economia refere-se a uma situação de
escolha conflitante -- ou seja, quando a solução para determinado problema implica conseqüências negativas
em outra área como, por exemplo, controlar a inflação através de estratégias recessivas (existiria, então, um
trade off entre inflação e recessão).
TRANCHE. Termo de origem francesa (literalmente, 'fatia') utilizado nas finanças internacionais para
designar uma das parcelas de um empréstimo, a ser saldada em etapas.
TRANSAÇÃO. Negócio ou operação comercial ou financeira entre duas pessoas, ou empresas, ou
entre pessoas e empresas (compra e venda de mercadorias, de ações, empréstimos e financiamentos,
aquisição de. equipamentos).
TRANSFORMAÇÃO. E a operação pela qual a sociedade muda de tipo jurídico, sem sofrer dissolução
ou liquidação.
TRUST. Termo de origem inglesa que significa 'consórcio ou confiança'. Em comércio designa
conglomerado de empresas do mesmo ramo associado a um banco e subordinado a um conselho diretor, que
atua no mercado com práticas de monopólio. Sua atividade foi restringida por lei, nos Estados Unidos, em 1890.
Em 1994, o Congresso brasileiro aprovou a Lei n° 8884, que dispõe sobre a prevenção e a repressão às
infrações contra a ordem econômica e comina penalidades para os atos que limitam ou prejudicam a livre
concorrência e a livre iniciativa nos mercados. No mercado de valores, refere-se à relação de confiança entre o
investidor e a corretora responsável pela gerência de uma carteira de títulos.
U
UFIR - Unidade Fiscal de Referência. Criada em substituição à extinta BTN, como medida de valor e
parâmetro de atualização monetária de tributos e de valores expressos em cruzeiros na legislação tributária
federal e os relativos a multas e penalidades de qualquer natureza. Depois do Plano Real (julho de 1994), a
UFIR continua sendo utilizada como medida de atualização monetária de tributos, multas e penalidades
relacionadas com obrigações em face do poder público.
UME. Iniciais de Unidade Monetária Européia, equivalente a ECU - European Currency Unit.
UNDERWRITER. Termo de origem inglesa (literalmente, 'subscritor) que, em economia,
especificamente no mercado de capitais, designa instituição financeira que participa de uma operação de
underwriting.
UNDERWRITING. Termo de origem inglesa (literalmente, 'subscrição'), utilizado internacionalmente
para designar o lançamento de ações ou debêntures para subscrição pública, realizado geralmente por
instituições financeiras autorizadas pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários, mediante três tipos de contrato
com a empresa que lança os títulos: straight (com a financeira subscrevendo a totalidade do lançamento,
pagando-o diretamente à empresa), stand-by (a financeira comprometendo-se a subscrever os títulos que não
sejam adquiridos pelo público) e best-efforts (a financeira não assume a responsabilidade de subscrever os
títulos e devolve à empresa os que não forem adquiridos pelo público).
USURA. Em economia, designa a cobrança de taxas de juros consideradas exorbitantes, superiores
aos limites máximos permitidos por lei ou por consenso do mercado, configurando crime contra a economia
popular.
V
VALOR PRESENTE. É o valor atual de um montante futuro descontado a uma determinada taxa.
VALOR VENAL. O preço pelo qual um bem é comercializado. Dependendo do jogo de forças do
mercado, pode ser maior, menor ou igual aos custos de elaboração.
VAREJO. Comércio no qual se vendem as mercadorias por unidade, por quilograma ou fração deste,
exercido por revendedores (os varejistas) que adquirem os bens dos produtores ou dos atacadistas.
VARIAÇÃO CAMBIAL. Alterações reveladas pelas taxas de câmbio, quando confrontados os valores
da moeda de um determinado país com outras moedas estrangeiras. Oscilações que acontecem com todas as
moedas, com maior ou menor assiduidade, dependendo das relações de troca internacionais e da instabilidade
interna da economia. 0 Banco Central define as taxas de câmbio de acordo com a política econômica,
guardando certa relação com as moedas dos países com os quais o Brasil tem maior relacionamento no
comércio internacional.
W
WAIVER. Termo de origem inglesa que significa'renúncia de um direito' ou 'dispensa de uma
exigência'. Um exemplo é o perdão concedido pelo Fundo Monetário Internacional a um país devedor, quando
ocorra descumprimento de cláusula dos acordos de empréstimos.
WARRANT. Termo de origem inglesa (literalmente, 'garantia', 'fiança'). Designa títulos de garantia
entregue pelas companhias de armazéns gerais relativos às mercadorias neles depositadas, constituindo um
documento que prova o penhor cedular dessas mercadorias. Acompanhado do conhecimento de depósito,
assume valor próprio, podendo ser negociado. Especificamente no mercado de capitais, refere-se ao
documento que garante aos acionistas de uma empresa, em determinado prazo, o direito de adquirir certo
número de ações adicionais, sob preço prefixado.