Armamento Senasp
Armamento Senasp
Armamento Senasp
Apresentao do Mdulo
Como voc estudou no mdulo 1, as armas de porte so armas de fogo de dimenses e peso
reduzidos, que podem ser portadas por um indivduo em um coldre e disparadas,
comodamente, com somente uma das mos pelo atirador; enquadram-se, nesta definio,
pistolas, revlveres e garruchas. (Decreto n 3.665, art. 3, inciso XIV, anexo)
As armas de porte, pelas caractersticas de peso e dimenses reduzidas e pela facilidade de
manejo e porte, so as armas comumente utilizadas na prtica de crimes, e, por conseguinte,
de maior interesse para a polcia, especificamente para a criminalstica e para a balstica
forense.
A anlise preliminar das armas envolvidas em crimes ocorridos no DF e na grande maioria
dos estados brasileiros mostra que elas apresentam, em sua grande maioria, algumas
caractersticas comuns, ou seja:
Usualmente so armas seminovas (menos de dez anos de uso) que apresentam seus
mecanismos operando de forma satisfatria.
Diante disso, entre as armas de porte, o maior interesse reside no estudo dos revlveres e
pistolas, os quais sero objeto de estudo neste mdulo.
Objetivo do Mdulo
Ao final do estudo deste mdulo, voc ser capaz de:
Estrutura do Mdulo
Aula 1 Revlveres
Aula 2 Pistolas
Aula 1 Revlveres
1.1.
O que um revlver
O nome revlver origina-se da palavra da lngua inglesa revolve, que significa girar, dar
voltas.
1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3665.htm
1.2.
1.2.1. Armao
A armao de um revlver apresenta trs funes principais. A primeira delas a de permitir
a empunhadura, fazendo com que o revlver seja comodamente sustentado e com fcil
visada. Em segundo lugar, a armao tem a funo de alojar todos os mecanismos de disparo
e segurana e, ainda, de sustentao do tambor e do cano. E, por ltimo, a de possibilitar a
identificao da arma, pois geralmente nessa pea que so gravados os nmeros de srie,
logomarca dos fabricantes, entre outros dados.
Ainda hoje so produzidos revlveres de armao rgida, como alguns modelos dos
revlveres da indstria Ruger.
Em 1870, a indstria Smith & Wesson fundada por Horacio Smith e Daniel B. Wesson
criou o revlver basculante, que se caracteriza por possuir um sistema de fechamento e
abertura na parte alta da armao e um eixo no
ponto mdio inferior da arma. Uma vez que o
sistema de fechamento estivesse liberado, o cano
e o tambor giravam em torno desse eixo, e uma
pea, em formato semelhante ao de uma estrela
(extrator), era impulsionada pela ao de uma
mola e extraa todos os cartuchos ou estojos
deflagrados de uma nica vez. Essa foi a
primeira arma de armao articulada (basculante), e diversas indstrias no mundo passaram
a produzir revlveres com esse tipo de armao.
O outro tipo de armao articulada a de tambor reversvel. Nesse tipo de armao, o
tambor sustentado por um suporte, pea que
permite o deslocamento dele de sua posio
normal (do espao retangular onde encaixado
na armao) para as operaes de carregar,
descarregar e retirar estojos deflagrados. De
modo diverso dos revlveres de armao
articulada, para descarregar os cartuchos ou
para retirar os estojos deflagrados, necessrio
apertar a vareta do extrator obtendo-se a
retirada de todos os cartuchos ou estojos das cmaras de uma nica vez. Para abrir o tambor,
basta pressionar o dedal serrilhado (chaveta de abertura do tambor), que deslocar o ferrolho,
liberando a haste central do seu encaixe (eixo que fixa o tambor armao, em torno do qual
o tambor gira.).
1.2.2 Tambor
O tambor a pea mais caracterstica de um revlver, pois remete ao prprio conceito de
revolver, de girar. Em um revlver, o tambor a pea dimensionada para resistir s elevadas
presses geradas pela deflagrao do cartucho, e foi desenhada para acondicionar a munio
em cmaras com dimenses compatveis aos cartuchos de calibre correspondente.
A cmara uma perfurao que apresenta dimetros diferentes ao longo do eixo longitudinal
e varia em quantidade conforme o modelo do
revlver, sendo dispostas paralelas ao eixo da arma
e equidistantes do centro do tambor. Essa variao
tambm pode ser verificada quanto ao sentido de
giro do tambor (como nos revlveres Colt, que
apresentam o giro no sentido horrio enquanto a
maioria das marcas, entre elas a Taurus, Rossi e
Smith & Wesson, no sentido anti-horrio). Essa
informao muitas vezes de extrema importncia na elucidao da dinmica dos fatos. As
cmaras apresentam um pequeno estrangulamento em sua parte anterior (headspace) que
trava o estojo, permitindo apenas a passagem do projtil. As cmaras, na sua parte posterior,
so recortadas de modo a permitir o encaixe da orla do estojo e da coroa do extrator.
Nos revlveres de armao articulada quer basculante, quer de tambor reversvel , no
centro do tambor trabalha o sistema de extrao, composto de diversas peas, principalmente
do extrator. A coroa do extrator uma parte denteada (cremalheira) do extrator, na qual age
o impulsor do tambor fazendo-a girar e permitir o perfeito alinhamento entre cano, cmara e
percussor.
Os tambores apresentam em sua parte posterior externa recortes que permitiro o encaixe do
retm do tambor, pea que tem por funo trav-lo, impedindo o giro, de forma a garantir o
alinhamento j mencionado. Os tambores de revlveres podem apresentar em sua parte
anterior recortes chamados de caneluras, que tm por funo facilitar a pega e o giro manual
do tambor durante o processo de carregamento. Como essa funo no essencial, existem
tambm tambores de revlveres sem caneluras so denominados de tambores lisos.
1.2.3. Cano
Da mesma forma que o tambor, o cano uma pea sujeita a elevadas presses e, por isso, foi
dimensionado para resistir a elas. Durante toda a sua extenso, o projtil acelerado pela
2
Para um mesmo cartucho, guardadas as devidas propores, quanto maior for o comprimento do cano,
maior ser a velocidade com que o projtil o abandona, porque permitir a queima total do propelente.
No pequeno espao entre o final do tambor e o incio do cone de presso (gap), o projtil
descreve um voo livre. Quanto menor for esse espao, maiores sero os valores de preciso e
estabilidade do projtil. Na extremidade anterior, verifica-se a coroa ou crista, que tem por
funo permitir uma sada uniforme dos gases pelo cano. Sem a uniformizao realizada pela
crista, esse escape diferenciado dos gases, que aconteceria em decorrncia do raiamento,
poderia gerar um desvio na trajetria do projtil.
Na regio externa dos canos dos revlveres comum encontrar gravaes que identificam o
calibre nominal da arma, o fabricante, o pas de produo, entre outros dados. O cano pode
apresentar reforos, que geralmente caracterizam o modelo da arma. Em sua parte inferior,
pode haver uma presilha de fixao da vareta do extrator e indiretamente da haste central
(aferrolhamento duplo).
1.2.4. Mecanismos
Os mecanismos dos revlveres so compostos de trs sistemas bsicos, que funcionam de
forma interligada:
-
Sistema de repetio;
Sistema de segurana.
esse tipo de percusso passou a ser adotado por inmeros fabricantes com as
respectivas modificaes.
Nota
Nos modernos revlveres Taurus, o sistema de segurana semelhante ao mencionado: o co
ir colidir com a barra de transferncia e ela, por sua vez, contra o percussor.
Os
primeiros
revlveres
eram
de
Sistema de repetio
O sistema de repetio composto principalmente pelo conjunto do extrator (cuja funo
principal a extrao dos estojos deflagrados) do impulsor do tambor (que juntamente com a
coroa ou cremalheira do extrator fazem o tambor girar e permitem o alinhamento do cano,
cmara e percussor) e do retm do tambor (pea que encaixa nos recortes prprios do tambor
de forma a garantir o alinhamento supramencionado).
Nota
O sistema de segurana ser discutido em item prprio.
1.3.
Nos Estados Unidos, Espanha, Argentina e outros pases, a principal classificao dos
revlveres refere-se ao sistema de municiamento, classificando-os, pelo processo de acesso
1.3.3. Percusso
Quanto percusso, so classificados como:
-
Nota
Existe ainda o sistema obsoleto de
percusso perpendicular do sistema
Lefaucheux,
como
revlver
que
1.3.4. Extrao
Quanto extrao, os revlveres so classificados em:
- De extrao simples (armao rgida) e simultnea ou automtica (no caso dos
revlveres de tambor basculante);
- Manual (no caso dos revlveres de tambor reversvel).
As classificaes em fogo central ou fogo radial so prprias para os cartuchos utilizados nessas armas.
Embora indiquem a posio de incidncia do percussor no cartucho, e por isso sejam tambm empregadas
nas armas de fogo, so prprias para as munies.
Aula 2 Pistolas
2.1. O que pistola
O termo pistola um termo genrico que j
designou diversos tipos de armas, desde pequenos
punhais ou adagas no sculo XV que eram
escondidos entre a roupa , passando por armas
auxiliares da cavalaria, no sculo seguinte, at
todas as armas de fogo curtas, que poderiam ser
empunhadas com uma mo no sculo XVIII.
Normalmente, quando nos referimos a pistolas nos dias de hoje, geralmente estamos nos
referindo a pistolas semiautomticas, ou seja, a armas de porte, que aproveitam a fora
expansiva dos gases para operar o mecanismo que ir extrair da cmara o estojo deflagrado,
ejet-lo, e, com o retorno do mecanismo posio de disparo, introduzir um novo cartucho
na cmara, deixando-a em condies de efetuar um novo disparo.
Pistolas so armas em que, enquanto existir munio no carregador, a introduo de um novo
cartucho na cmara realizada de forma automtica aps o disparo ter sido efetuado, sendo
necessrio acionar a tecla do gatilho para todo o disparo que se deseje fazer embora
existam pistolas automticas, como a pistola Glock, modelo G18 C, que realiza rajadas de
trs tiros, ou outras capazes de efetuar disparos automticos.
armeiro alemo Hugo Bochardt em 1894. Segundo diversos autores, era uma arma volumosa,
frgil, incmoda, tendo sido produzidos poucos modelos dela. Em 1896 surgiu o modelo C96, criada por Paul Mauser, que foi utilizada em diversas revolues e guerras, a exemplo da
guerra dos beres na frica do Sul. No mesmo ano, surgiu a pistola Luger, criada por George
Luger e adotada pelo exrcito alemo em 1908, no calibre 9mm Luger.
O cantor e compositor Lenine, em uma das estrofes da msica Candeeiro encantado cita:
(...) J foi-se o tempo do fuzil papo amarelo pra se
bater com poder l do serto, mas Lampio disse
que contra o flagelo tem que lutar com parabelo na
mo (...)
Lenine cita duas armas que foram muito populares
no Brasil e muito utilizadas, quer no cangao, como
relata a msica, quer em quase todos os estados.
Sobre o fuzil papo amarelo, que foi uma das armas presentes na histria do nosso pas, voc
estudar mais tarde, mas o termo parabelo era a designao da pistola de George Luger,
adotada pelo exrcito alemo em 1908 com o nome de P08 ParaBellum-Pistole, que vem da
expresso latina Si vis pacem para bellum que quer dizer: Se queres a paz, prepara-te
para a guerra, para dar a ideia que era uma arma de guerra.
Um dos principais armeiros que trabalharam com pistolas foi John Browning, que, a partir de
1900, desenvolveu pistolas para a Colt e FN desde a clssica Colt, modelo 1911, at a
Browning High Power, comercializada em 1935, que foi a primeira pistola com carregador
bifilar. Browning foi o responsvel pelos cartuchos mais conhecidos de pistola, como o 25
ACP (Automatic Colt Pistol) (6,35 x 16mm), o .32 ACP (7,65 x 17mm) e o .380 ACP (9 x
17mm). A primeira pistola de ao dupla foi a Walter PP, desenhada em 1929 para uso
policial. Assim, como diversas outras melhorias, que vm aperfeioando as pistolas at os
dias de hoje.
2.3.1. Cano
O cano das pistolas tem as mesmas funes e apresenta as mesmas caractersticas j
estudadas por voc em revlver. Como na maioria das armas, nas pistolas semiautomticas o
cano e a cmara so uma mesma pea, e a cmara localiza-se na parte posterior do cano.
Como ela destina-se a receber a munio, geralmente apresenta em sua poro inferior uma
rampa que facilita a introduo do cartucho, e, nas pistolas dotadas de extrator, apresenta um
recorte para o encaixe dessa pea, tanto na cmara quanto no aro do estojo. A quantidade e
orientao das raias do cano iro variar conforme o fabricante e o modelo da arma.
Os canos podem ser fixos (presos armao) ou mveis, dependendo do sistema de
funcionamento da arma. As pistolas com cano fixo normalmente operam pelo sistema de
recuo direto (Blowback simples), em que o recuo do ferrolho controlado pelo peso, inrcia
do ferrolho e resistncia da mola recuperadora. muito usado para os calibres menores,
como o 7,65mm e o .380 ACP.
O termo Blowback vem do ingls e significa sopro retaguarda ou sopro para trs.
Quando se dispara uma pistola, os gases gerados pela queima da plvora no s impulsionam
o projtil; impulsionam tambm o conjunto do ferrolho retaguarda, permitindo a extrao
do estojo percutido e, em consequncia do retorno do ferrolho, a introduo de um novo
cartucho na cmara. Como dito, o recuo do ferrolho e a presso dentro da cmara so
controlados pela massa deste que muito maior do que a do projtil , pela inrcia de
movimento do ferrolho que tambm muito maior do que a do projtil e, ainda, pela
resistncia da mola recuperadora, no permitindo que o conjunto do cano/ferrolho se separe
enquanto a presso alta, o que poderia causar danos arma e leses no atirador. Esse
sistema chamado de Blowback simples, recuo direto ou massa inercial e empregado em
armas de calibres menos potentes.
No sistema de operao por recuo curto (Blowback com trancamento), o cano e o ferrolho
so mveis, ficando interligados no momento inicial do disparo e depois recuam juntos por
uma curta distncia at que o cano detido e o ferrolho liberado, continuando seu
movimento retaguarda at a expulso do estojo deflagrado e a introduo de um novo
cartucho na cmara. o sistema usado para armas de calibre 9mm Luger, .40 S&W e .45
ACP, entre outros, pois, devido maior potncia desses calibres, faz-se necessrio esse
trancamento inicial, no qual o cano e o ferrolho recuam juntos at que haja a diminuio da
presso dos gases no interior da cmara.
Para que voc entenda melhor o sistema de operao por recuo curto, veja o exemplo das
pistolas da marca Colt, modelo 1911. A ilustrao abaixo foi extrada do livro Herida por
arma de fuego, de Vincent J. M. Di Maio
(ediciones La Rocca, Buenos Aires, 1999).
No momento do disparo, o cano e o ferrolho
esto unidos formando uma nica pea, por
meio de salincias e ressaltos que formam
um sistema de engate (culatra aferrolhada).
Aps o disparo, no momento em que a
presso diminui e o projtil praticamente
abandona o cano, o conjunto do ferrolho e
cano comea a se deslocar retaguarda, em consequncia da ao dos gases. Aps um
pequeno deslocamento, a parte posterior do cano sofre um pequeno deslocamento vertical
(queda), soltando-se do sistema de engate e sendo detido por uma pea especfica. O ferrolho
continua seu deslocamento retaguarda, extraindo o estojo da cmara, que, ao impactar-se
contra o ejetor, expelido pela janela de ejeo. O ferrolho, ao regressar pela ao da mola
recuperadora, coleta um novo cartucho no carregador, introduz esse cartucho na cmara,
facilitado pela inclinao da parte posterior do cano e da rampa da cmara, e empurra o cano
at o conjunto ferrolho e cano travarem-se novamente nos engates, o que deixa a arma pronta
para um novo disparo.
Outras formas de operao surgiram, como o sistema a gs das pistolas HK P-7 e da Desert
Eagle. Nesse sistema, parte dos gases oriundos da queima do propelente so conduzidos por
um pequeno orifcio situado no cano e trabalham com um mbolo, de forma a exercer presso
para que o ferrolho seja
movimentado, de maneira
semelhante aos modernos fuzis.
2.3.2. Ferrolho
O ferrolho uma pea mvel que
realiza deslocamentos no sentido do
eixo longitudinal da arma, em canaletas ou guias prprias para isso, promovendo a ao de
retirar o estojo deflagrado e carregar um novo cartucho. A placa obturadora, parte do
ferrolho que fica em contato com a base do cartucho, rebaixada para garantir um melhor
encaixe do cartucho, cmara e ferrolho e a estanqueidade do conjunto. No ferrolho
encontram-se o percussor e o extrator (para os modelos que utilizam essa pea), as
respectivas molas e pinos de fixao, bem como uma srie de outras peas que iro variar
conforme o sistema de percusso e o projeto da arma.
2.3.3. Carregador
O carregador tem por funo acondicionar a munio. Normalmente, os carregadores so
produzidos em chapas de ao e apresentam o formato de caixa, apresentando a munio
disposta em uma fila (unifilar) ou em duas filas (bifilar). O carregador geralmente
composto pelo corpo, mesa transportadora, mola e base. Algumas pistolas apresentam
carregadores do tipo caracol, que apresentam maior capacidade, e outras pistolas (a exemplo
da pistola Mauser, modelo C 96, calibre 7,63mm) tm o carregador como parte integrante da
arma.
2.3.4. Armao
A armao, da mesma forma que o revlver, apresenta as funes de:
- Empunhadura;
- Acondicionar o ferrolho (geralmente o cano, quando for uma pea independente) e a
mola recuperadora com a sua guia;
- Conter os mecanismos de disparo;
- Compor o mecanismo de segurana (dependendo do modelo);
- Portar os dados de identificao da arma.
Na armao, verifica-se ainda o ejetor, sendo que na maioria das pistolas em sua
empunhadura que est alojado o carregador.
As armaes so confeccionadas em diversos materiais, como ao, alumnio e suas ligas, e em
polmeros, como a pistola H.K., modelo VP70Z (Heckler & Koch), uma das precursoras em
armao de polmeros.
2.3.5. Mecanismos
Assim como voc estudou sobre os revlveres, as pistolas tambm possuem de trs sistemas
bsicos de mecanismos:
- Sistema de disparo e percusso;
- Sistema de repetio;
- Sistema de segurana.
Nota
O co e o prprio percussor, bem como as molas e respectivos pinos, constituem-se nas
principais peas que trabalham de forma interligada.
Sistema de repetio
Da mesma forma que os revlveres, as pistolas podem funcionar em ao simples, o que
requer que o atirador, para efetuar o primeiro disparo, engatilhe manualmente o co, puxandoo para trs. Aps o primeiro disparo, pela ao do ferrolho (no seu ciclo de extrair o estojo e
alimentar a arma), o co armado sem a necessidade de qualquer outra operao manual.
Nas pistolas de ao dupla, como a pistola Taurus 24/7, o tirante do gatilho atua diretamente
sobre o percussor, comprimindo a sua mola. Aps pequeno percurso, o percussor liberado,
incidindo contra a espoleta; obtm-se, ento, a consequente deflagrao do cartucho.
Nota
Sistemas de funcionamento parecidos so os que operam nas pistolas Glock, HK P7-M8 e
M13, que requerem que o gatilho seja armado previamente pela ao do ferrolho e no podem
ser classificadas como de ao dupla simples.
Nas pistolas de dupla ao (movimento duplo), desde que carregadas, o primeiro disparo pode
ser efetuado apertando o gatilho, no sendo necessrio o engatilhamento manual do co. Os
disparos seguintes so efetuados como nas pistolas de ao simples, com o co sendo
naturalmente armado pelo movimento do ferrolho aps o disparo.
As pistolas de dupla ao modernas, como algumas pistolas Beretta e Taurus, possuem ainda
uma tecla (alavanca), localizada em seu ferrolho ou armao, que, ao ser acionada, permite
que o co seja desarmado, abaixando-se para sua posio habitual (desarmador do co). A
grande vantagem desse tipo de trava a possibilidade de se desarmar o co aps ser colocado
um cartucho na cmara, ou aps terem sido efetuados alguns disparos com maior segurana.
Nota
O sistema de segurana ser discutido em item prprio.
2.4.1. Cano
Quanto ao cano, as pistolas so subdivididas em:
- Fixas ( armao ou ao suporte do ferrolho);
- Mveis (canos flutuantes).
Nota
Algumas pistolas, como as pistolas Taurus PT 51 e PT 53, apresentam o cano basculante, o
que consiste apenas na variao do sistema de cano fixo.
2.4.2. Percusso
Quanto percusso, so classificadas em pistolas de percusso direta e de percusso indireta.
2.4.4. Funcionamento
Quanto ao sistema de funcionamento, as pistolas so classificadas em:
- Recuo direto (Blowback simples);
- Recuo curto ou longo (Blowback com trancamento);
- Sistema a gs.
Nota
Outros sistemas, como o sistema Blow up (sopro para cima), utilizado na pistola Luger, esto
totalmente em desuso.
Finalizando...
Exerccios
1) As principais caractersticas que definem uma arma como arma de porte so:
a. ( ) Dimenses e peso reduzidos
b. (
) Facilidade de manejo (Ex.: Pode ser disparada comodamente com uma das
mos.)
c. ( ) Facilidade de porte (Ex.: Pode ser carregada em um coldre.)
d. ( ) Todas as alternativas anteriores
a visada.
b. (
c. (
outros dados.
d. ( ) Todas as alternativas anteriores
4) A pea que tem por funo travar o tambor do revlver de modo que fique em
alinhamento o cano, cmara e percussor o (a):
a. ( ) Impulsor do tambor
b. ( ) Retm do tambor
c. ( ) Haste central
d. ( ) Coroa do extrator
5) Podemos afirmar que a mola real e o impulsor do gatilho fazem parte do:
a. ( ) Sistema de percusso
b. ( ) Sistema de repetio
c. ( ) Sistema de segurana
d. ( ) Sistema de extrao
7) Podemos dizer que nas pistolas de dupla ao (movimento duplo) com o co externo que:
a. (
simples.
d. (
ao simples.