Espaços Métricos e Topológicos
Espaços Métricos e Topológicos
Espaços Métricos e Topológicos
E
ESPAOS TOPOLGICOS
ISBN 989-20-2175
Prefcio
A aplicao da Matemtica, em que se consideram unicamente conceitos
abstractos ao estudo da realidade Fsica, reflecte como o pensamento humano
moldado existncia material.
Em Topologia obtem-se uma Teoria relativa aos conceitos de figura, pela
caracterizao da forma_ Figuras que podem obter-se uma da outra por uma
deformao continuada so chamadas homeomorfas; homeomorfismo um
conceito fundamental em Topologia; e distinguem-se figuras formadas por "um s"
ou "vrios bocados"_ E de nmero, pela formulao geral rigorosa do conceito de
limite. Assim em particular a Topologia fundamental em Anlise Matemtica.
J da Antiguidade se recolhem os Elementos de Euclides, um primeiro
exemplo de uma Teoria Axiomtica. Esta obtem-se na deduo de propriedades
feita a partir de outras e uma propriedade s aceite como verdadeira_Um
Teorema da Teoria_ Se foi demonstrada ou seja, se ficou provado que
consequncia lgica de propriedades anteriores. Indispensvel assim a Lgica
Matemtica; esta assenta na distino entre os valores lgicos Verdadeiro e Falso,
e tem como Princpios fundamentais a no contradio (uma proposio no pode
ser simultaneamente Verdadeira e Falsa) e o terceiro excludo (dada uma
proposio, esta Verdadeira ou Falsa, no podendo dar-se outro caso). E a
Teoria de Conjuntos, que d corpo rigoroso a toda a Matemtica, que teve
avanos notveis no sc. XIX. Este livro inicialmente concebido como um texto
para o estudante que lhe d cho seguro para proseguir em Anlise e, de forma
geral para todo o Curso. A matria exposta na forma de exerccios resolvidos,
recolhida de obras consagradas. Sugere-se ao leitor que v seguindo as
resolues para de seguida, pouco a pouco, procurar por si resolver recorrendo
quando necessrio a uma soluo exposta. Inicia com uma abordagem intuitiva de
Teoria de Conjuntos e noes bsicas de Lgica Matemtica no Cap. I.
Aconselha-se a leitura atenta deste Captulo. Da experincia de um dos Autores, o
Aproveitamento muito melhor quando se comea pelos Espaos Mtricos,
expostos no Cap. II; assim se facilita o processo de abstraco. Np Cap. III
trata-se a Topologia Geral. As matrias so desenvolvidas de modo a que
excedem um Curso habitual de Topologia de um Semestre. Nomeadamente o
Cap. IV no ter cabimento nesse mbito. Para o estudo da Topologia inclumos
no Cap. III o esboo de uma Axiomtica rigorosa de Teoria de Conjuntos, baseada
na Axiomtica de Bernays-Gdel-von Neumann que adoptada pelo texto de
referncia [Dugundji]. Numa primeira abordagem (qui inevitavelmente para um
primeiro Curso) suficiente o Cap. I. Motivados pelo interesse no tema,
apresentamos desenvolvimentos possivelmente apropriados para ps-graduao.
So indicadas referncias bibliogrficas para o aprofundamento em Topologia, que
esperamos possam ser teis para Colegas interessados.
ii
NDICE
Prefcio ..................................................................................................i
I
I.1
I.2
I.3
II
ESPAOS MTRICOS ................................................................ 58
II.1 Desigualdades de Cauchy-Schwarz, Hlder e Minkowski .............59
II.2 Distncia num conjunto. Espao mtrico.
Sucesses convergentes .............................................................. 61
II.3 Vizinhanas de um ponto num espao mtrico ............................. 72
II.4 Mtricas equivalentes .....................................................................75
II.5 Topologia de um espao mtrico .................................................. 80
II.6 Topologia de subespao mtrico. Separabilidade ......................... 97
II.7 Condies de cardinalidade em espaos mtricos ...................... 103
II.8 Limite de uma funo entre espaos mtricos num ponto
e continuidade ..............................................................................111
II.9 Mtricas sobre o produto cartesiano de espaos mtricos ......... 126
II.10 Espaos mtricos completos. Categoria ................................ ....130
II.11 Separao em espaos mtricos ................................................143
II.12 Compacidade em espaos mtricos ...........................................144
II.13 Conjuntos conexos em espaos mtricos .................................. 154
II. 14 Exerccios e complemantos ................................................ .... 161
Bibliografia do Captulo II ...................................................... ... 164
iii
III
ESPAOS TOPOLGICOS .................................................................165
III.1 Uma axiomtica da teoria de conjuntos..
Nmeros ordinais e nmeros cardinais ...................................................166
III.2 Espao topolgico e base de uma topologia .........................................178
III.3 Vizinhanas de um ponto .......................................................................185
III.4 Subespaos topolgicos ........................................................................ 188
III.5 Conjuntos fechados. Definio da topologia pelo operador de fecho ....190
III.6 Conjuntos notveis associados a um conjunto no espao topolgico ...192
III.7 Convergncia no espao topolgico .....................................................197
III.8 Limites e continuidade .......................................................................... 201
III.9 Separao ............................................................................................ 210
III.10 Topologia produto e topologia ccociente.
Espaos completamente regulares.
Obteno de topologias ...................................................................... 221
III.11 Compacidade .......................................................................................239
III.12 Conjuntos conexos ...............................................................................257
III. 13 Exerccios e complementos .................................................................268
IV
IV.1
IV.2
IV.3
METRIZABILIDADE ..............................................................................270
Espaos topolgicos metrizveis separveis .......................................271
Teoremas complementares ................................................................. 275
Exerccios e complementos ................................................................. 280
Bibliografia dos Captulos III, IV ........................................................... 283
-1-
I RELAES, CONJUNTOS
E FUNES
S
V
F
V
F
~R R S ~R S R S ~R S
F
V
V
V
F
F
F
V
V
V
V
V
V
V
V
V
Uma proposio que assume sempre o valor lgico V diz-se uma tautologia. Assim
R S ~R S uma tautologia. R S S R, R S S R so tautologias
-5I.1.11 Exerccios (1) Verifique usando uma tabela de verdade, que ~ ~R R uma
tautologia.
(2) Mostre que so tautologias, utilizando tabelas de verdade:
(i) R R S;
(ii) R S R;
(iii) R S R S S R;
(iv) R T S T R S T;
(v) H T ~T ~H;
(vi) R S R T R S T.
(vii) R S ~R S.
(3) Utilizando o exerccio anterior, pode concluir que se R, S 0 so
relaes na varivel R , onde R o conjunto dos nmeros reais positivos, ento as
implicaes
(i) R R S e (ii) R S R so verdadeiras? Porqu?
(4) Sendo x 0 a, b A R, 0,
(i) determine o maior subconjunto E de R tal que R x 0 , x 0 A
verdadeira, com x 0 ab
, para todo o E.
2
(ii) indique um valor de x 0 tal que, para qualquer 0, sejam verdadeiras
simultneamente x 0 , x 0 A , x 0 , x 0 A c . (A c R\A o
conjunto complementar de A em R).
Resoluo
(1) R ~R ~ ~R
V F
V
F V
F
Uma vez que R, ~ ~R assumem sempre o mesmo valor lgico, conclui-se que
~ ~R R uma tautologia.
(2)
(i) R S R S R R S
V V V
V
V F V
V
F V V
V
F F F
V
(ii) R S R S R S R
V V V
V
V F F
V
F V F
V
F F F
V
-6(iii) R S R S R S S R R S S R
V V
V
V
V
V
V F
F
F
V
F
F V
F
V
F
F
F F
V
V
V
V
Uma vez que os valores lgicos nas 3 e ltima coluna coincidem, conclui-se a
tautologia.
(iv) R S T R S R T S T R T S T R S T
V V V V
V
V
V
V
V V F V
F
F
F
F
V F V V
V
V
V
V
V F F V
F
V
F
F
F V V V
V
V
V
V
F V F V
V
F
F
F
F F V F
V
V
V
V
F F F F
V
V
V
V
Uma vez que sempre que o antecedente R T S T na penltima coluna
verdadeiro, tambm o consequente R S T na ltima coluna verdadeiro, concluimos
que a implicao R T S T R S T verdadeira.
(v) H T ~H ~T H T ~T ~H
V V F F
V
V
V F F V
F
F
F V V F
F
F
F F V V
V
V
Uma vez que os valores lgicos de H T, ~T ~H coincidem nas 5 e 6 colunas
coincidem, conclui-se que H T ~T ~H.
(vi) R S T S T R S R T R S R T R S T
V V V V
V
V
V
V
V V F F
V
F
F
F
V F V F
F
V
F
F
V F F F
V
V
V
V
F V V V
V
V
V
V
F V F F
V
V
V
V
F F V F
V
V
V
V
F F F F
V
V
V
V
Coincidindo os valores lgicos nas duas ltimas colunas, conclui-se a equivalncia.
(vii) R S ~R R S ~R S R S ~R S
V V F
V
V
V
V F F
F
F
V
F V V
V
V
V
F F V
V
V
V
-7(3) Sim, porque para cada substituio de por uma constante 0 , as implicaes
R 0 R 0 S 0 e R 0 S 0 R 0 so verdadeiras ((2),(i),(ii)).
(4) (i) O maior valor de para o qual ab
, ab
a, b o maior 0 tal
2
2
ab
ab
ba
que ab
ba
; portanto ba
.
2
2
2
2
2
2
ba
Conclui-se 0, 2 .
(ii) x 0 a.
I.1.12 Clculo Proposicional e obteno de conjuntos.
Dados conjuntos X, Y definidos respectivamente por relaes Rx, Sx, obtm-se
X Y x : Rx Sx x : x X x Y (x : leia-se x tal que),
X Y x : Rx Sx x : x X x Y e
Y\X x : Sx ~Rx x Y : x X, onde x Y significa ~x Y. Se se
consideram todos os conjuntos, como subconjuntos de um mesmo conjunto universal U,
nota-se apenas X c no lugar de U\X.
Mais geralmente, se A 1 , . . . , A n so conjuntos, a reunio (resp. interseco) finita dos
conjuntos A k k 1, . . . , n o conjunto A k (resp. A k ) definido por
k Sn
k Sn
A k x : x A 1 . . . x A n
k Sn
( A k x : x A 1 . . . x A n )
k Sn
Para cada n N, S n a seco de ndice n de N, S n 1, . . . , n.
I.1.13 Observao De I.1.11 (1) concluimos que se A um subconjunto de um
conjunto universo U, tem-se A c c U.
I.1.14 Exemplos (1) N 0 0, 1, 2, . . . N 0.
(2) Se k N, representa-se kN 0 0, k, 2k, 3k, . . . , e para cada p N,
kN p k p, 2k p, 3k p, . . . . Com k 3, obtem-se
3N 0 p N, 3N 0 p .
p S3
p S3
I.1.15 Definio Se X , Y , o par ordenado x, y (x X, y Y) pode definir-se
como sendo o conjunto x, x, y x, y. Obtem-se ento o conjunto produto cartesiano
de X por Y, X Y x, y : x X, y Y. O produto cartesiano X X representa-se
tambm por X 2 . De modo anlogo, sendo X 1 , . . . , X m conjuntos no vazios, m N,
define-se o produto cartesiano
m
X 1 . . . X m k1 X k x 1 , . . . , x m : x k X k , k 1, . . . , m
Nota-se X 1 . . . X m X m se X k X k 1, . . . , m, para cada m N 2 , onde N 2
2, 3, . . . .
Exemplos (1) O plano cartesiano real o produto cartesiano R 2 .
(2) i, 1, i, 1 C 4 , onde C o plano complexo.
-92 a)
R S ~R ~S R S R S ~R S ~R ~S ~R S ~R ~S
V V F F
V
V
F
F
F
F
V F F V
V
F
F
F
V
V
F V V F
V
F
F
F
V
V
F F V V
F
F
V
V
V
V
Como os valores lgicos das colunas 7 e 8 (resp. 9 e 10) coincidem, concluem-se
as leis de De Morgan.
b)
(i) P A B A B P A P B P A B P A P B
V V V
V
V
V
V
V
V V F
F
V
F
F
F
V F V
F
F
V
F
F
V F F
F
F
F
F
F
F V V
V
F
F
F
F
F V F
F
F
F
F
F
F F V
F
F
F
F
F
F F F
F
F
F
F
F
Coinicidindo as duas ltimas colunas, conclui-se a equivalncia
(ii) P A B A B P A B P A P B P A P B
V V V V
V
V
V
V
V V F V
V
V
F
V
V F V V
V
F
V
V
V F F F
F
F
F
F
F V V V
F
F
F
F
F V F V
F
F
F
F
F F V F
F
F
F
F
F F F F
F
F
F
F
Como a 5 coluna coincide com a ltima, conclui-se a equivalncia.
c) P A B A B P A P B P A B P A P B
V V V V
V
V
V
V
V V F V
V
V
V
V
V F V V
V
V
V
V
V F F F
V
V
V
V
F V V V
V
V
V
V
F V F V
V
F
V
V
F F V V
F
V
V
V
F F F F
F
F
F
F
Uma vez que as duas ltimas colunas coincidem, concluimos a equivalncia
P A B P A P B.
interseco procurada 2 2 , 5 2 , 2 2 , 5 2 .
(iii) 0, 0, 1, 1.
(iv) e it cos t i sin t verifica cos t sin t 0 t 2 sse t
a interseco procurada
2
2
2
2
2
2
2
2
5
4
, portanto
-12(2) Notando que o conjunto vazio pode ser definido por qualquer relao impossvel,
por exemplo x : Sx com Sx x x, ou, sendo Rx uma relao num conjunto,
x : Rx ~Rx, ( duas relaes impossveis so equivalentes, pois assumem o
valor lgico F para qualquer substituio da varivel por uma constante), reconhece-se,
pondo, para cada conjunto X, X x : x X que X \ X . Tambm
X \ x : x X ~x x x : x X x x x : x X X.
(3) Uma vez que Rx Rx Rx, Rx Rx Rx para qualquer relao
Rx, tem-se X X X, X X X para cada conjunto X.
(4) Das equivalncias Rx Sx Sx Rx, Rx Sx Sx Rx (as
tabelas de verdade mostram imediatamente que dadas proposies R, S tem-se
R S S R e R S S R, (ver I.1.6), concluimos que
X Y x : x X x Y x : x Y x X Y X e X Y Y X para
quaisquer conjuntos X, Y.
(5) Se P Q, ento P Q Q uma tautologia. Para o verificar, utilizando uma
tabela de verdade, basta verificar se, em cada linha tal que P Q V, as colunas de
P Q, Q assumem o mesmo valor lgico; o que o mesmo que, supondo a hiptese
P Q, constatar que P Q, Q so equivalentes:
Q P Q PQ
V
V
V
F
F
V
V
V
V
F
V
F
So os casos da 1 e 3,4 linhas. Podemos concluir que se Rx, Sx so relaes na
varivel x, tais que Rx Sx ento Rx Sx Sx e, pondo para cada conjunto X,
X x : x X, que se X Y ento X Y x : x X x Y x : x Y Y.
Analogamente, a tabela de verdade mostra que se R S, ento R S R e portanto
se X Y, tem-se X Y X.
P
V
V
F
F
-16(iv) x A \ B \ C x A ~x B ~x C
x A ~x B ~x C x A ~x B x C x A \ B C
(v) x A \ B \ C x A ~x B ~x C
x A ~x B x C x A ~x B x A x C
x A \ B A C.
(vi) x A \ B C \ D x A ~x B x C ~x D
x A x C ~x B ~x D x A C ~x B x D
x A C \ B D.
(2) a) Por (1), (ii) tem-se A \ B A \ A B. Logo se A B , A \ A B A \
A (se Sx uma relao impossvel, ento ~Sx uma relao sempre verdadeira, e
x A ~Sx x A). Portanto se A B tem-se A \ B A. Reciprocamente, se
A A \ A B ento tem-se x A x A ~x A B V; a tabela de verdade
mostra que, dadas proposies P, Q, se Q pode tomar o valor lgico F, ento P P Q
no toma sempre o valor lgico V. Portanto tem de se verificar ~c A B V para cada
substituio de x pela consante c, i.e, c A B F e x A B deve ser uma relao
impossvel, i.e., A B .
b) Utilizando (1), (ii) A B \ B A \ B. A igualdade referida portanto a igualdade
de conjuntos A \ B B A \ B, que verdadeira se B , pois ento B x : Sx,
onde Sx uma relao impossvel, donde se verifica a equivalncia x A \
B Sx x A \ B (se S F ento P S P para qualquer proposio P).
Reciprocamente, a incluso A \ B B A \ B s se verifica se B A \ B, porque dadas
proposies P, Q, P Q P s assume o valor lgico V quando Q P toma o valor
lgico V. Ento tem de ser x B x A ~x B, donde x B ~x B, e por
isso tem de ser sempre c B F para cada substituio de x pela constante c, i.e., x B
impossvel e B .
c) Dadas proposies P, Q tem-se: P Q P Q P uma tautologia, como se
verifica pela tabela de verdade; assim A B A B A. Tambm a proposio
P Q P Q Q uma tautologia, donde se conclui que A B A B B.
I.1.26 Quantificao
Vimos que dada uma relao numa varivel Rx x E, a substituio de x por
uma constante c em E, transforma a relao Rx na proposio Rc. Sendo A E,
podemos considerar as proposies para cada x A, Rx, significando que todos os
objectos x A, satisfazem a relao Rx, e existe pelo menos um x A, Rx,
significando que existe pelo menos um objecto x em A que verifica Rx. A proposio
para cada x A, Rx, ou doutro modo, para qualquer x A, Rx, ou ainda para todo
o x A, Rx escreve-se x A, Rx, ou tambm x A Rx. Convm, para clareza,
muitas vezes, colocar Rx entre parntesis, pondo x ARx, e pode escrever-se
tambm Rx x A, utilizando ou no os parntesis. A proposio existe pelo menos um
x A, Rx escreve-se x A, Rx, com a mesma ressalva para o uso de parntesis. As
proposies assim obtidas, a partir de uma relao numa varivel, dizem-se
proposies quantificadas, e , so respectivamente os quantificadores universal,
e existencial. Um outro quantificador, o que afirma a existncia de um nico elemento
num dado conjunto, verificando a relao. Escreve-se ento 1 x, Rx se o conjunto em
que x varia est subentendido, ou 1 x A, Rx ( 1 x ARx).
-21
I.2 RELAES BINRIAS E FUNES
I.2.1 Definio Se X Y uma relao d e X para Y diz-se uma relao binria em
X; assim uma relao binria em X uma parte no vazia do produto cartesiano X 2 .
Por exemplo x 0 y sse m Ny x m uma relao binria em R tal que
1, 1 0 , 1, 2 0 , 2, 4, 2, 8, 2, 16 0 . Tambm a 1 b sse b 2a a relao
binria em N, 1 1, 2, 2, 4, 3, 6, . . . .
I.2.2 Definio (1) Se a relao f de X para Y verifica a propriedade de cada elemento
de X estar na relao com exactamente um elemento de Y, i.e., se
x, y f x, y f y y, dizemos que f uma funo de X em Y ou uma aplicao
de X em Y; nota-se y fx sse x, y f. Em I.2.1, 0 no funo, 1 uma funo de N
em N. O conjunto das funes de X em Y nota-se Y X .
(2) Se X um conjunto no vazio, uma sucesso em X uma funo u : N X,
habitualmente designada pondo u u n , u n : n u n . O conjunto das sucesses em X
portanto o conjunto X N .
I.2.3 Se f uma funo de X em Y, nota-se f : X Y, x fx y sempre que
x, y f. Se X um conjunto, A X, e f A Y uma funo, deve notar-se
f : A X Y.
O conjunto A x X : fx x X : y, x, y f o domnio da funo f,
e representa-se por dom f. O conjunto y Y : x dom f, x, y f chamado o
conjunto imagem de f, codomnio ou contradomnio ou conjunto imagem de f, e
representa-se por Imf ou fX..
1
I.2.4. Exemplo Para a funo fx senx
deve pr-se
1
f : R \ k : k Z R R. O domnio de senx
A R \ k : k Z e o
codomnio fA R \ 1, 1.
-23Resolues
b) Apenas f em (vii) uma funo, pois em cada uma das outras alneas, tem-se por
exemplo 0, 1, 0, 1 , designando por a respectiva relao binria.
c) Tem-se a 1 a 1, 1 a R, e assim
x, y M max x , y 1 x, y 1, 1 2 .
I.2.10 Observao Considerando uma relao numa varivel Rx x A, pode
suceder que a cada x A tal que Rx V corresponda um nico elemento bem
determinado y. Pode ento considerar-se a relao em duas variveis Rx, y definida por
Rx, y V sse y verifica Rx, e no inteiramente bvio que exista um conjunto no
vazio B tal que Rx, y seja uma relao de A para B; se B existe, ento R A B, R uma
relao de A para B e uma funo f : A B. Aceitamos o seguinte axioma, que assegura
que existe B.
Axioma da substituio
Sejam A um conjunto e Rx, y uma relao em duas variveis. Se para cada x A,
existe um nico y que verifica Rx, y, existe uma funo f de domnio A tal que y fx
equivalente a x A Rx, y.
I.2.11 Definio Dadas funes f : X Y, g : Y Z, diz-se funo composta de
g com f, ou composio de g com f, ou ainda funo g aps f, e representa-se por gof, a
funo gof : X Z definida por gofx z sse fx y e gy z, ou seja,
gof x, z X Z : y Y, x, y f y, z g. Nota-se gofx gfx x X.
Se h : Z W outra funo, define-se analogamente hogof : X W que se representa
por hogof, hogofx hgfx x X e o mesmo para a composio de funes em
qualquer nmero finito.
I.2.12. Observao Se f : X Y, g : Imf Z so funes injectivas, ento a
funo gof : X Img bijectiva, e tem-se gof 1 f 1 og 1 . Com efeito, para cada
z Img, f 1 g 1 z f 1 y x sse gy z, fx y sse gofx z, e dom
f 1 og 1 dom gof 1 .
I.2.13 Exemplo Para cada funo f : X Y tem-se foI X x fI X x fx x X
e assim foI X f. Tambm I Y fx fx x X donde I Y of f.
I.2.14 Exerccios (1) Prove que: a) Se f : X Y bijectiva, ento f 1 of I X e
fof I Y .
b) Se f : X Y, g : Y X so tais que gof I X e fog I Y , ento existe f 1 g.
(2) Se dadas f : X Y, g : Y X se verifica gof I X ento g sobrejectiva e f
injectiva.
1
-24Resolues
(1) a) Para cada x X f 1 fx x 0 se fx 0 fx por definio de f 1 e ento
x 0 x ( f injectiva) e f 1 fx x I X x. Coincidindo f 1 of com I X em cada ponto
x X, e tendo as duas funes o mesmo domnio, concluimos que f 1 of I X . Qualquer
que seja y Y, tem-se fof 1 y fx sse f 1 y x sse fx y. Assim
fof 1 y y I Y y para cada y Y, e tendo ambas fof 1 , I Y domnio Y e coincidindo em
cada ponto, conclui-se que fof 1 I Y .
b) Mostremos que f injectiva e sobrejectiva. Se fa fb, a, b X ento pela
hiptese gfa gofa I X a a e gfb gofb I X b b donde a b e f
injectiva. Para cada y Y, tem-se tambm pela hiptese fgy fogy y, donde o
elemento x gy X tem imagem fx y por f e f sobrejectiva. Tem-se: para cada
y Y, gy x fx fogy I Y y y e fx y gy gofx x. Portanto
gy x sse fx y, e como domg Y concluimos que g f 1 .
(2) Para cada x X, tem-se gfx gofx I X x x; pondo fx y, existe
portanto y Y tal que gy x, o que mostra que g sobrejectiva.
f njectiva, pois para cada a, b X, fa fb a gfa gfb b.
I.2.15 Definio Se u u n uma sucesso em X e : N N, k k n k uma
funo tal que k k n k n k (estritamente crescente), diz-se que a sucesso v k obtida
pela composio v k uo : N N uma subsucesso de u n . Designa-se
habitualmente v k u n k .
I.2.16 Exemplos (1) 1/2k 1 a subsucesso da sucesso 1/n que corresponde
funo estritamente crescente k 2k 1. (Subsucesso 1/3, 1/5, 1/7. . . dos termos de
ordem mpar) (2) As sucesses 1/3, 1/3, 1/5, 1/7, . . . e 1/3, 1/7, 1/5, 1/9, 1/13, 1/11, . . . no so
subsucesses de 1/n.
I.2.17 Observao Pela definio em I.1.15, se X 1 , . . . , X m m N so conjuntos no
vazios, e representarmos uma funo f : S m 1, . . . , m X X k : k 1, . . . , m
m
pondo f f1, . . . , fm, ento k1 X k o conjunto destas m sequncias, e pode
identificar-se com o conjunto das funes f X 1,...,m tais que fk X k para cada
k 1, . . . , m ( fk corresponde coordenadak da m sequncia).
-32-
-43Resolues
(1) Sendo f i : W i V i uma bijeco par cada ndice i, que existe por hiptese, a
funo F : W W i : i I V V i : i I definida por Fw f i w se w W i
uma bijeco, concluindo-se a injectividade de
i, j I, w, w W, f i w f j w i j, por a classe V i : i I ser uma classe
disjunta.
(2) Pelo teorema I.6.18, a reunio numervel de conjuntos numerveis um conjunto
contvel; como um conjunto infinito, um conjunto numervel.
-44I.6.27 Observaes (1) Pelas definies das relaes e entre cardinais conclui-se
que vlida a Tricotomia: dados nmeros cardinais , tem-se , ou . (2)
Se bem que sejam verificadas as propriedades , se , so nmeros cardinais e se
verificam e ento , e tambm de poder concluir-se de e que
para cardinais dados , , , a relao entre cardinais no uma ordem parcial; pois
no uma relao binria, uma vez que no existe o conjunto de todos os cardinais. (3) O
teorema de Schroeder-Bernstein pode enunciar-se pondo: dados conjuntos X, Y, Z tais que
X Y Z e #X #Z, tem-se #X #Y. (4) A comparao de cardinais, utilizando
se necessrio os teoremas I.6.25 e I.6.26, tem aplicao s operaes de nmeros cardinais.
I.6.28 Exemplo Utilizando I.6.23, pode concluir-se que o conjunto Q numervel.
Com efeito, a funo f : N 2 Q q Q : q 0 definida por fn, m n/m
sobrejectiva, donde #Q #N 2 #N. Uma vez que N Q tem-se #N #Q e
portanto, pelo teorema de Schroeder-Bernstein, tem-se #Q # 0 . Tambm a bijeco
g : Q Q q Q :q 0 permite concluir #Q # 0 . Pelo teorema I.6.18, o
conjunto Q Q 0 Q contvel e, como infinito, numervel.
I.6.29 Observaes (1) Se , , so cardinais tais que ento e
. . . Para uma demonstrao ver, por exemplo, [Guerreiro]. (2) Se um cardinal
infinito, tem-se e . .
I.6.30 Exerccios (1) Utilizando as observaes em I.6.29, mostre que se 0 e se
um cardinal infinito, ento . max, .
(2) Prove que se cada cardinal infinito i i I e #I 0, ento
iI i max, . (Sug: Dada uma classe disjunta W i : i I, #W i para cada
i I, considere uma funo F : W i : i I A i I
definida por Fa f i a, i
onde, i um ndice escolhido em I e f i : A i A i uma bijeco, para cada i I).
Resolues
(1) Tem-se supondo max, : como consequncia de 0 ;
seguidamente , donde se conclui . Analogamente, para o
produto, implica . . , e como se tem 1 vem tambm 1. .
concluindo-se . .
(2) i obtem-se pelo axioma de Zermelo, existe f i por hiptese e usando (1)
-50Resoluo
1. Pois existe pelo menos um ultrafiltro F que contm U;
2. porque por 1. U F e U F;
3. pela hiptese do enunciado sobre U, e porque como A F pelo passo 2., ter-se-
tambm A c F pelo passo 1., donde A A c F o que impossvel. Conclui-se assim
a tese de absurdo da hiptese de absurdo de U no ser um ultrfiltro, portanto U um
ultrafiltro sobre X.
4. Porque se V A e V U, ento A U uma vez que U um filtro;
5. pois se V A c ento V A, e pelo passo 4. no se verifica V A;
6. pois pelos passos 4. e 5. cada V B ; como para cada V 1 , V 2 U se tem
V V 1 V 2 U, conclui-se que cada interseco V 1 B V 2 B V B um
conjunto que est na classe, e esta portanto uma base de um filtro sobre X;
7. F mais fino que U porque para cada V U, tendo-se V B V e V B F
pelo passo 6., tambm V F; assim, sendo U um elemento maximal, tem-se F U;
8. pois B B X F pela definio de F no passo 6., uma vez que X U pois U
um filtro. Assim B U pelo passo anterior, e conclui-se que U verifica a propriedade, e
assim o teorema.
-51I.7.14. Teorema condio necessria e suficiente para que o filtro U sobre X seja um
ultrafiltro que satisfaa a condio A, B X, A B U A U B U.
I.7.15 Exerccio Justificando os passos seguintes obtenha uma demonstrao do
teorema:
1. Se U verifica a condio, conclui-se que U um ultrafiltro da igualdade
A A c X.
2. Sendo U um ultrafiltro, suponhamos A B U; bastar provar que se A U ento
B U. Podemos portanto supor A B U e A U;
3. tem-se A c B c U;
4. A c U;
5. B c U;
6. pode concluir-se a demonstrao.
Resoluo
1. Pois X U, j que, por hiptese, U um filtro sobre X.
2. Pois se A U no h nada aprovar;
3. porque pelo passo 2. A B U; no pode ser portanto A c B c A B c U
pois ento vinha A B A B c U por U ser por hiptese um filtro, o que
impossvel;
4. pelo teorema em I.7.12, j que A U pelo passo 2.;
5. porque se B c U, ento do passo 4. conclui-se A c B c U, contra o passo 3.;
6. pelo passo 5. e pelo teorema I.7.12, conclui-se B U como se queria provar no
passo 2.
I.7.16 Observao Se B uma base de um filtro sobre X, considerando o filtro F
gerado por B temos: se F um ultrafiltro, ento dado A X A F ou A c F; assim
deve existir B B verificando ou B A, ou B A c . Reciprocamente, se para cada A X
existe pelo menos um conjunto B B tal que B A ou B A c ento F um ultrafiltro.
Obtemos
I.7.17 Teorema Uma base B de um filtro sobre X base de um ultrafiltro sobre X sse
para cada A X, A contm um conjunto em B ou A c contm um conjunto em B.
I.7.18 Sendo f : X Y uma funo e B uma base de filtro sobre Y, se f 1 B
para cada B B, a classe f 1 B : B B uma base de filtro sobre X. Duas bases de um
mesmo filtro originam, por este processo, duas bases do mesmo filtro. Com X Y e
f : X Y a aplicao de incluso, se X B para cada B B ento X B : B B
uma base de filtro sobre X.
-57BIBLIOGRAFIA DO CAPTULO I
[Aliprantis, Burkinshaw] _ALIPRANTIS, C. D., BURKINSHAW, O. Principles of
Real Analysis, Academic Press San Diego.New
York.Boston.London.Sydney.Tokyo.Toronto. (1990).
[Cohn] _COHN, P. M. Algebra, Second Edition, Volume 2.John Wiley & Sons,
Chichester.New York.Brisbane.Toronto.Singapore. (1989).
[Costa] _COSTA, A. A. Cours dAlgbre Gnrale, Volume I, 2nde dition,
Fundao Calouste Gulbenkian, Lisboa (1969).
[Dieudonn] _DIEUDONN, J. Fundamentos de Anlisis Moderno, Editorial
Revert, S.A. Barcelona.Buenos Aires. Mxico. (1966).
[Dugundji] _ DUGUNDJI, JAMES Topology, Allyn and Bacon, Inc. Boston,
London, Sydney, Toronto (1966).
[Guerreiro] _GUERREIRO, J. SANTOS Curso de Anlise Matemtica, Escolar
Editora, Lisboa (1989).
[Kelley] _KELLEY, JOHN L. General Topology, Graduate Texts in Mathematics, 27
Springer-Verlag, New york.Berlin.Heidelberg.London.Paris.Tokyo.Hong Kong.Barcelona.
(1955).
[Kolmogorov, Fomin] _KOLMOGOROV, A. N., FOMIN, S. V. Elementos da Teoria
das Funes e de Anlise Funcional, Editora Mir-Moscou. (1982).
[Kuratowski] _KURATOWSKI, K. Topology. Volume I, Academic Press, New York
and London, PWN_Polish Scientific Publishers, Warszawa. (1966).
[Machado] _ MACHADO, ARMANDO Introduo Anlise Funcional, Escolar
Editora. (1991).
[Oliveira] _OLIVEIRA, FRANCO Teoria dos Conjuntos, Intuitiva e Axiomtica
(ZFC), Escolar Editora (1982).
[Schwartz] _SCHWARTZ, LAURENT Analyse, Deuxime Partie Topologie gnrale
et analyse fonctionnelle, Collection Enseignement des sciences, 11 Hermann, Paris.
(1970).
-58-
II ESPAOS MTRICOS
1
B 1 k1 a k /A k1 b k /B 1, e
(2) k1 a 1
k b k /A
n
n
n
(3) k1 a 1
b
a k 1 k1 b k . Pondo u k a 1
k1
k
k
k , v k b k , e fazendo
obtemos a desigualdade pretendida, c.q.d.
n
1
2
II.1.2 Exerccios
1. Utilizando a demonstrao anterior, obtenha uma demonstrao da desigualdade de
Holder:
Se p, q 1 verificam 1p 1q 1, u k , v k 0 1 k n, n N ento
n
n
n
p
q
u k v k k1 u k p k1 v k q .
k1
1
k1 a k p k1 a k b k qp1 q k1 b k p k1 a k b k qp1 q .
n
Ento de
1
p
1
q
k1 u k v k p p k1 a k p k1 b k p c.q.d.
n
fg d f p d p g q d q .
1
Desigualdade de Minkowski
Se p 1, , , e f, g so como acima,
f g p d p
1
f p d p
1
g p d p .
-64II.2.10 Exemplos
n
(1) A sucesso n1
, log2 1n em R 2 , convergente em R 2 , d e , para o limite
n
1, log 2. Com efeito, como n1
1 e log2 1n log 2 em R munido da mtrica usual,
n
tem-se: dado 0, existe uma ordem p 1 N tal que n1
1 / 2 para cada
1
n p 1 ; e existe p 2 N tal que log2 n log 2 / 2 se n p 2 . Se ento
n
, log2 1n , 1, log 2
n p 0 maxp 1 , p 2 N, tem-se d e n1
n
n1
1 2 log2 1n log 2 2 2 2 . A sucesso convergente para o
mesmo limite, no espao mtrico R 2 , d M em II.2.4
(2) A sucesso 1n no convergente em R, d i , d i a mtrica discreta em II.2.1.
Com efeito, qualquer que seja a R, tem-se a 1n para uma infinidade de nmeros
naturais n, vindo d i 1n , a 1; escolhendo ento 1/2 0 na condio de limite l, no
existe nenhuma ordem p N tal que d i 1n , a 1/2 para cada n p.
2
-67II.2.19 Resolues
(1) B 0 13 , 1 x R : 2 x 13 1 x R : x 13 12
x R : 12 x 13 12 16 , 56 . B 13 , 1
x R : 2 x 13 1 x R : x 13 12
x R : 12 x 13 12 16 , 56 .
1
n
(2) a) (i) (D1) d e x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n k1 x k y k 2 2 0; e
1
n
n
d e x 1 , . . . , x n , x 1 , . . . , x n k1 x k x k 2 2 k1 0 0.
1
n
(D2) d e x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n k1 x k y k 2 2
1
n
k1 y k x k 2 2 d e y 1 , . . . , y n , x 1 , . . . , x n .
1
n
(D3) d e x 1 , . . . , x n , z 1 , . . . , z n k1 x k z k 2 2
1
1
2
n
k1 x k y k y k z k 2 2 k1 x k y k y k z k 2 2
1
1
n
n
k1 x k y k 2 2 k1 y k z k 2 2
d e x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n d e y 1 , . . . , y n , z 1 , . . . , z n .
1
n
(D4) d e x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n k1 x k y k 2 2 0 implica
x k y k 0 k 1, . . . , n e, portanto, x 1 , . . . , x n y 1 , . . . , y n .
(ii) (D1) d M x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n max x k y k : k 1, . . . , n 0, e
d M x 1 , . . . , x n , x 1 , . . . , x n max x k x k : k 1, . . . , n max0 0.
(D2) d M x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n max x k y k : k 1, . . . , n
max y k x k : k 1, . . . , n d M y 1 , . . . , y n , x 1 , . . . , x n .
(D3) d M x 1 , . . . , x n , z 1 , . . . , z n max x k z k : k 1, . . . , n
max x k y k y k z k : k 1, . . . , n
max x k y k y k z k : k 1, . . . , n
max x k y k : k 1, . . . , n max y k z k : k 1, . . . , n
d M x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n d M y 1 , . . . , y n , z 1 , . . . , z n .
(D4) d M x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n max x k y k : k 1, . . . , n 0 implica
x k y k 0 k 1, . . . , n e x 1 , . . . , x n y 1 , . . . , y n .
n
(iii) (D1) d s x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n k1 x k y k 0, e
n
n
d s x 1 , . . . , x n , x 1 , . . . , x n k1 x k x k k1 0 0.
n
n
(D2) d s x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . y n k1 x k y k k1 y k x k
d s y 1 , . . , y n , x 1 , . . . , x n .
n
(D3) d s x 1 , . . . , x n , z 1 , . . . z n k1 x k z k
n
n
x k y k y k z k k1 x k y k y k z k
k1
n
n
x k y k k1 y k z k d s x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n
k1
d s y 1 , . . . , y n , z 1 , . . . , z n .
n
(D4) d s x 1 , . . . , x n , y 1 , . . . , y n k1 x k y k 0 implica x k y k para cada k,
x 1 , . . . , x n y 1 , . . . , y n .
b) R 0 n1 x, 0, . . . , 0 : x R . As restries de d e , d M e d s a
x, 0, . . . , 0 : x R so a funo dx, 0, . . . , 0, y, 0, . . . , 0 x y .
(3) (i) a, b B 0 0, 0, r a, b x, y R 2 : x 2 y 2 r
a x, b y R 2 : a x a 2 b y b 2 r
u, v R 2 : u a 2 v b 2 r B 0 a, b, r.
a, b B0, 0, r a, b x, y R 2 : x 2 y 2 r
a x, b y R 2 : a x a 2 b y b 2 r
II.2.29 Resolues
(1) Tem-se d e 1, 0, 1, 0 1 1 2 0, 0 2 4 2. Para quaisquer dois
pontos x 1 , y 1 , x 2 , y 2 tais que x 21 y 21 1, x 22 y 22 1, verifica-se
d e x 1 , y 1 , x 2 , y 2 d e x 1 , y 1 , 0, 0 d e 0, 0, x 2 , y 2 2. Portanto
B0, 0, 1 2 em R 2 , d e . Analogamente se conclui que B0, 0, 1 2 em R 2 , d M e
em R 2 , d s .
(2) Em R, d i tem-se B 0 a, 1 a 0. Como Ba, 1 R tem-se
Ba. , 1 sup x y : x, y R . Em R, d, d a mtrica usual, tem-se
B 0 a, r a r, a r a r a r 2r; tambm
Ba, r a r, a r 2r.
(3) Se A B ento dx, y : x, y A dx, y : x, y B e portanto
A supdx, y : x, y A supdx, y : x, y B B, uma vez que quando o
conjunto dos valores da varivel aumenta, o supremo permanece ou aumenta.
II.2.30 Definio Se E, d um espao mtrico, A, B so subconjuntos no vazios de
E, a distncia entre A e B o nmero no negativo dA, B infdx, y : x A, y B. Se
A a, a E pe-se da, B da, B.
-74II.3.8 Resolues
(1) Para x 1 , . . . , x n R n ,
n
d M x 1 , . . . , x n , 0, . . . , 0 max x k : 1 k n k1 x 2k 1/2
n
d e x 1 , . . . , x n , 0, . . . , 0 k1 x k d s x 1 , . . . , x n , 0, . . . , 0 e concluem-se as trs
n
primeiras incluses. Tambm k1 x k n max x k : 1 k n, e portanto
n
max x k : 1 k n 1 k1 x k n, donde
d
M
B d
0, . . . , 0, 1 B 0 s 0, . . . , 0, n.
0
b), c) Ver a resoluo de (3) em II.2.18.
d) Aplicando a funo f : R n R n , fx 1 , . . . , x n p 1 , . . . , p n x 1 , . . . x n s
d
d
d
incluses B 0 s 0, . . . , 0, 1 B 0 e 0, . . . , 0, 1 B 0 M 0, . . . , 0, 1 obtem-se
d
d
d
B 0 s p, 1 B 0 e p, 1 B 0 M p, 1. Analogamente para a incluso
d M
d s
B 0 p, 1 B 0 p, 1. Segue-se por b) (ii) que
d
d
d
d
B 0 s p, r rB 0 s p, 1 rB 0 e p, 1 B 0 e p, r, e analogamente para as outras
incluses.
(2) Para x 1 , . . . , x n R n tem-se
n
k1 x 2k 1/2 n maxx 2k : 1 k n 1/2 n max x k : 1 k n, e
n
max x k : 1 k n k1 x 2k 1/2 . Isto implica que
d
d
d
B 0 e 0, . . . , 0, 1/ n B 0 M 0, . . . , 0, 1/ n B 0 e 0, . . . , 0, 1 e portanto tambm
d
d
d
B 0 e p, / n B 0 M p, / n B 0 e p, para cada p R n e cada 0 (veja-se a
resoluo de (1) d) acima). So portanto equivalentes, para um conjunto V R n , as
d
d
condies 0, B 0 e p, V e 0, B 0 M p, V, o que prova que o filtro das
vizinhanas de p em R n , d e coincide com o filtro das vizinhanas de p em R n , d M .
n
n
n
Tambm k1 x k n max x k : 1 k n n k1 x 2k 1/2 e k1 x 2k 1/2
n
d
d
d
d
k1 x k e assim B 0 e p, /n B 0 s p, e B 0 s p, /n B 0 e p, ; portanto
assim como para o caso anterior, o filtro das vizinhanas de cada ponto p em R n , d e o
mesmo que o filtro das vizinhanas de p em R n , d s . Analogamente, as desigualdades
n
max x k : 1 k n k1 x k n max x k : 1 k n mostram que
d
d
d
B 0 M 0, . . . , 0, 1/n B 0 s 0, . . . , 0, 1 B 0 M 0, . . . , 0, 1,
d
d
d
B 0 M p, /n B 0 s p, B 0 M p, se 0, p R n e de novo o filtro das vizinhanas
de p em R n , d M o filtro das vizinhanas de p em R n , d s .
-75
II.4 MTRICAS EQUIVALENTES
II.4.1 Definio Sejam d 1 , d 2 duas mtricas no conjunto E. Diz-se que a mtrica d 2
mais fina que a mtrica d 1 , e nota-se d 2 d 1 se se verifica a condio: em cada ponto
2
1
p E, e para cada 0, existe pelo menos um p 0 tal que B 0 p, p B 0 p, ,
i
onde B 0 p, r r 0 a bola aberta no espao mtrico E, d i , i 1, 2. As mtricas d 1 , d 2
dizem-se equivalentes se cada uma mais fina que a outra. Em linguagem lgica:
2
1
d 2 d 1 p E, 0, p 0, B 0 p, p B 0 p, ;
d 1 , d 2 so equivalentes d 2 d 1 , d 1 d 2 .
II.4.2 Exemplos (1) A mtrica discreta d i num conjunto E mais fina do que qualquer
outra mtrica d em E, pois a bola aberta de centro p e raio p 1 est contida em qualquer
bola B 0 p, para d. Se por exemplo E R, a mtrica d i no equivalente mtrica usual
em R. (2) II.3.7 mostra que as mtricas d e , d M e d s em R n so todas equivalentes.
II.4.3 Observaes (1) Se as mtricas d 1 , d 2 em E esto na relao d 2 d 1 , toda a
sucesso x n em E, convergente para um ponto p em E, d 2 converge tambm para p no
espao mtrico E, d 1 . Assim se d 1 e d 2 so mtricas equivalentes, tem-se lim x n p em
E, d 1 se e s se lim x n p em E, d 2
(2) Se existem um ponto p E e uma sucesso x n em E tais que lim x n a em
E, d 1 , lim x n b em E, d 2 e a b, podemos concluir que nenhuma das mtricas d 1 , d 2
mais fina que a outra. Tambm se existem suvesses x n , y n em E tais que x n
convergente em E, d 1 (resp. y n ) convergente em E, d 2 ), mas x n no convergente
em E, d 2 (resp. y n no convergente em E, d 1 , ento nenhuma das duas mtricas
mais fina que a outra.
(3) A recproca de (1) vlida, i.e. se duas mtricas d 1 , d 2 em E so tais que, para cada
ponto p E, toda a sucesso convergente para p relativamente mtrica d 1 convergente
para p relativamente mtrica d 2 (resp. e tambm cada sucesso convergente para p
relativamente a d 2 , tambm convergente para p relativamente mtrica d 1 ), ento d 2
mais fina que d 1 (resp. as duas mtricas so equivalentes).
(4) Se existe uma constante positiva c tal que as mtricas d 1 , d 2 em E verificam a
relao d 1 x, y cd 2 x, y, onde x, y so quaisquer pontos de E, ento para cada 0,
2
1
i
/c satisfaz a condio B 0 p, B 0 p, em cada ponto p E, onde B 0 p, r a
bola em E, d i , i 1, 2. Portanto tem-se d 2 d 1 em particular.
-76II.4.4 Exerccios
(1) Verifique o exemplo (2) em II.4.2.
(2) Demonstre que se d 1 , d 2 so mtricas em E tais que para cada ponto p E, toda a
sucesso x n em E verificando lim x n p em E, d 2 convergente para p em E, d 1 ,
ento d 2 d 1 (Sug: prove a contra-recproca, mostrando que se d 2 no mais fina que d 1 ,
existem pelo menos um ponto p e uma sucesso x n , x n p em E, d 2 mas tal que x n
no converge para p em E, d 1 ).
(3) Mostre que as seguintes mtricas so equivalentes:
(i) d 0, e em 0, , como em II.2.27 (2);
(ii) d e min1, d como em II.2.5 (2), em qualquer espao mtrico E, d;
d
(iii) min1, d e d1
como em II.2.5 (2), em qualquer espao mtrico E, d. (Sug: para
as trs alneas, pode utilizar II.4.3 (3)).
(4) Demonstre que se d 1 , d 2 , d 3 so mtricas em E, d 2 mais fina que d 1 e d 3
equivalente a d 1 , ento d 2 mais fina que d 3 .
(5) Prove que:
1
1
a) df, g xfx gx dx, d 1 f, g fx gx dx e
1
1
2
II.4.5 Resolues
d
d
(1) Utilizando II.3.7 temos: B 0 s p, r B 0 e p, r para cada p R n , r 0, e d s d e ;
d e
d s
tambm B 0 p, r/n B 0 p, r e d e d s , d e , d s so equivalentes.; d e mais fina que d M ,
d
d
d
d
pois B 0 e p, r B 0 M p, r; e B 0 M p, r/ n B 0 e donde d M d e e d e , d M so
d
d
d
d
equivalentes. B 0 s p, r B 0 M p, r, d s d M e B 0 M p, r/n B 0 s p, r, d M d s e
d s , d M so equivalentes.
(2) Suponhamos que d 1 e d 2 so mtricas em E, e que d 2 no mais fina que d 1 .
Verifica-se ento a negao da condio d 2 d 1 , i.e., com B i0 p, r a bola de centro p e raio
r para a mtrica d i , i 1, 2 tem-se: p E, 0, 0 ~B 20 p, B 10 p, , ou, o
que o mesmo, para certo ponto p e certo 0, existe, para cada positivo, um ponto
x B 20 p, tal que x B 10 p, . Fazendo 1/n para cada n N, obtemos uma
sucesso de pontos x n x1/n tais que cada x n B 20 p, 1/n e x n B 10 p, . Obtemos
d 2 x n , p 1/n e, fazendo n , vemos que d 2 x n , p 0 n e portanto x n p em
E, d 2 . Tambm, x n no converge para p em E, d 1 , uma vez que no existe nenhuma
ordem a partir da qual d 1 x n , p , estas distncias so sempre , onde certo nmero
positivo, e fica provado o resultado.
-77(3) (i) Utilizando II.4.3, mostremos que cada sucesso convergente em 0, para um
ponto, relativamente a uma das mtricas, convergente para o mesmo ponto, relativamente
outra mtrica. Se p 0, tem-se x n p se e s se x1n 1p ; portanto
d 0, x n , p x n p 0 equivalente a x n , p x1n 1p 0.
(ii) Se x n p em E, d, dx n , p 0 e ento
min1, dx n , p min1, dx n , p dx n , p 0, logo x n p em E, min1, d; e se
min1, dx n , p 0, existe uma ordem p1 N tal que dx n , p min1, dx n , p se
n p1; para cada 0, existe pmin1, N, pmin1, p1, tal que
dx n , p min1, dx n , p min1, para cada n pmin1, , e dx n , p 0,
x n p em E, d. As mtricas d, min1, d so portanto equivalentes.
(iii) Como provmos em (ii), se x n p em E, min1, d ento x n p em E, d, i.e.
dx ,p
d
d
x n , p 1dxn n ,p 0 e x n p em E, d1
.
dx n , p 0. Segue-se que d1
Reciprocamente, se
dx n ,p
1dx n ,p
dx n ,p
1dx n ,p
0 ento lim
dx n ,p
2max1,dx n ,p
-781
1
1
(D1) fx gx dx 0, fx fx dx 0dx 0.
0
(D2) d 1 f, g fx gx dx gx fx dx d 2 g, f
0
1
0
1
(D3) d 1 f, h fx hx dx fx gx gx hx dx
1
0 fx gx dx 0 gx hx dx d 2 f, g d 2 g, h.
1
(D4) d 1 f, g fx gx dx 0 fx gx 0 x 0, 1 i.e, f g.
0
1
1
1
(D1) d 2 f, g fx gx 2 dx 2 0, d 2 f, f 0dx 0;
0
0
1
1
1
1
(D2) d 2 f, g fx gx 2 dx 2 gx fx 2 dx 2 d 2 g, f;
0
0
1
1
(D3) d 2 f, h fx hx 2 dx 2
0
1
1
fx gx gx hx 2 dx 2
0
1
1
fx gx gx hx 2 dx 2
0
1
1
1
1
fx gx 2 dx 2 gx hx 2 dx 2 d 2 f, g d 2 g, h;
0
0
1
1
(D4) d 2 f, g fx gx 2 dx 2 0 fx gx x 0, 1 i.e, f g.
0
1
1
b) Tem-se df, g x . fx gx dx fx gx dx d 1 f, g.
0
0
Conclui-se de II.4.3 (3) que d 1 d.
-79II.4.10 Exerccios
(1) Prove que se duas mtricas d 1 , d 2 em E so uniformemente equivalentes, ento uma
sucesso de Cauchy em E, d 1 se e s se de Cauchy em E, d 2 .
(2) Mostre que as mtricas d 0, , em 0, (II.4.4 (3) (i)) no so uniformemente
equivalentes (Sug: considere a sucesso 1n e utilize o exerccio anterior).
(3) Prove que se d 1 , d 2 , d 3 so metricas num conjunto E, d 1 , d 2 uniformemente
equivalentes, e se d 2 e d 3 so uniformemente equivalentes, ento tambm d 1 , d 3 so
uniformemente equivalentes.
(4) Mostre que se E, d um espao mtrico, ento:
(i) as mtricas d, min1, d so uniformemente equivalentes;
d
(ii) as mtricas d, d1
so uniformemente equivalentes.
d
(iii) min1, d, d1
so uniformemente equivalentes (Sug: utilize (i), (ii) e (3)).
(5) Mostre que duas mtricas d 1 , d 2 em E podem ser uniformemente equivalentes, mas
um conjunto B ser limitado em E, d 1 e no ser limitado em E, d 2 (Sug: considere E R
em (4) (i), d a mtrica usual em R).
(6) Demonstre que toda a sucesso de Cauchy num espao mtrico E, d um conjunto
limitado.
II.4.11 Resolues
(1) Basta provar que se x n uma sucesso de Cauchy em E, d 1 e d 1 , d 2 so
uniformemente equivalentes, ento x n de Cauchy em E, d 2 . Sejam pois d 1 , d 2 mtricas
em E nas condies em da definio II.4.4, e seja x n de Cauchy em E, d 1 i.e.,
r 0, p pr N, n, m p d 1 x n , x m r. Se 0, existe 0 tal que
d 1 x, y d 2 x, y quaisquer que sejam x, y E; tomando r na expresso
quantificada anterior obtemos: para cada 0, existe uma ordem p p tal que
n, m p d 1 x n , x m d 2 x n , x m o que, pela transitividade de " " , mostra que
x n de Cauchy em E, d 2 c.q.d.
(2) Com efeito, a sucesso x n 1n de Cauchy em 0, , d 0, , mas
1
1
k 1 para cada m n k, k N e portanto no existe nenhuma ordem p tal
n , nk
1 1
que n , m 1 para todos os n, m p, e 1n no de Cauchy em 0, , . Assim as
mtricas d 0, , no so uniformemente equivalentes, pelo exerccio anterior.
(3) Da hiptese d 1 , d 2 uniformemente equivalentes e d 2 , d 3 uniformemente equivalentes
temos: P 1,2 para cada r 0, existe 0 tal que d 1 x, y d 2 x, y r para cada
x, y E; e podemos trocar d 1 d 2 obtendo P 2,1 igualmente verdadeira. Analogamente,
verifica-se
P 2,3 para cada 0, existe r 0 tal que d 2 x, y r d 3 x, y para cada
x, y E, e P 3,2 obtida trocando d 2 d 3 tambm verdadeira. Pela transitividade de " "
concluimos de P 1,2 e P 2,3 que
P 1,3 0, 0, d 1 x, y d 3 x, y , para cada x, y E. E concluimos
tambm P 3,1 (obtida de P 1,3 trocando d 1 d 3 ), a partir de P 3,2 e P 2,1
analogamente, ficando provado que d 1 , d 3 so iniformemente equivalentes.
(4) (i) Se 0 1 ento min1, dx, y implica dx, y . Assim para cada
0, existe min1, tal que min1, dx, y dx, y ; claramente
0 satisfaz dx, y min1, dx, y .
-80dx,y
d
x, y 1dx,y dx, y . Reciprocamente, dado 0,
(ii) Se dx, y ento 1d
0. Como a funo 1
estritamente crescente, a
consideremos 1
dx,y
d
0 tal que 1d
x, y implica dx, y para cada x, y E, e as mtricas
1
d
d, 1d so uniformemente equivalentes.
(iii) Como vimos em (3), de min1, d uniformemente equivalente a d, e d
d
d
uniformemente equivalente a 1d
podemos concluir que min1, d e 1d
so uniformente
equivalentes.
(5) Com d 2 d, a mtrica usual em R, e d 1 min1, d, estas mtricas so
uniformemente equivalentes, por (4) (i), e no entanto R limitado em R, d 1 , pois todo o
conjunto R est contido na bola fechada de centro em qualquer ponto e raio 1; mas
R em R, d 2 .
(6) Seja x n uma sucesso de Cauchy no espao mtrico E, d. Existe ento
p p1 N tal que dx n , x p 1 para cada n p. O nmero no negativo
maxdx n . x p : 1 n p r finito, pois o mximo de um conjunto finito; tem-se
dx n , x p max1, r para todo o n, e portanto x n : n N Bx p , max1, r, o que
prova que o conjunto dos termos x n limitado, c.q.d.
-84II.5.16 Resolues
(1) (i) Se p intA ento existe 0 tal que B 0 p, A; de A B conclui-se
B 0 p, B e assim p intB.
(ii) Para B A e B aberto, tem-se por B intB intA por (i), e assim B intA.
(iii) Uma vez que A B A e A B B, conclui-se de (i) que
intA B intA intB. Como intA intB aberto, porque a interseco de dois
abertos, e intA intB A B conclui-se de (ii) que intA intB intA B,
donde intA B intA intB c.q.d.
(2) Condio necessria: se p extA intA c ento existe 0 tal que
B 0 p, A c . Admitamos por hiptese de absurdo que dp, A 0; da definio de
dp, A infdp, a : a A concluimos que existe pelo menos um ponto a A tal que
dp, a , e portanto esse ponto verifica a B 0 p, A, concluindo-se o absurdo
B 0 p, A , contra a hiptese B 0 p, A c . Portanto se p extA tem-se
dp, A 0 e a condio necessria. Condio suficiente: admitindo que dp, A 0,
tem-se: para cada a A, dp, a dp, A e portanto, se x E verifica dx, p dp, A
ento x A. Significa isto que B 0 p, dp, A A c e assim p extA, a condio
suficiente c.q.d.
(3) (i) Cada ponto p tal que p 0, 1 um ponto interior do conjunto 0, 1, pois com
min1 p, p 0 tem-se: x B 0 p, p , p implica x p 0 e
x p p 1 p 1; assim existe 0 tal que B 0 p, 0, 1. Donde
0, 1 int0, 1. Tambm se p int0, 1, ento p 0, 1, pois intA A, e no
pode ser p 0: pois para p 0, a qualquer bola aberta B 0 p, , pertence o ponto
2 e 2 0, 1 i.e., nenhum 0 verifica a condio B 0 0, 0, 1. Concluimos
que int0, 1 0, 1. O ponto 0 um ponto fronteiro do conjunto 0, 1, pois como
vimos, cada bola aberta B 0 0, , 0, tem pelo menos um ponto que pertence a 0, 1 c , e
tem tambm o ponto 0 0, 1. Verifica-se pois a condio
0, B 0 0, 0, 1 B 0 0, 0, 1 c . O ponto p 1 tambm um ponto
fronteiro, pois para cada 0, p min1, 2 1 min1, 2 um ponto em
B 0 1, 1 , 1 que pertence a 0, 1, donde B 0 1, 0, 1 para cada 0;
e 1 2 B 0 1, 0, 1 c para cada 0. Se p 0, ento B 0 p, p 0, 1 c e, se
p 1, ento B 0 p, p 1 0, 1 c . Assim , 0 1, ext0, 1, e como todo o
ponto interior de , 0 1, pertence a esta reunio, e no o ponto 1, como de
acima concluimos, tem-se ext0, 1 , 0 1, . Portanto
int0, 1 0, 1, 0, 1 0, 1 e ext0, 1 , 0 1, . Estes conjuntos so
dois a dois disjuntos e a sua reunio R.
(ii) intA , pois para cada a 1, 0 Q, se 0, a bola B 0 a, no est
contida em 1, 0 Q, porque lhe pertencem nmeros irracionais.
ext1, 0 Q , 1 0, , pois este conjunto aberto (reunio de abertos),
, 1 0, 1, 0 Q c e no existe nenhum conjunto aberto C contendo
propriamente , 1 0, e contido em 1, 0 Q c : pois pertenceria a C pelo
menos um ponto c, 1 c 0, c R\Q; cada bola aberta de centro c teria pelo menos um
nmero racional q, 1 q 0, de modo que no pode ser C intC 1, 0 Q c .
Tem-se 1, 0 Q 1, 0, porque 1, 0 1, 0 Q, uma vez que
B 0 p, A B 0 p, A c , A 1, 0 Q e, como vimos anterioirmente, se
p 1, 0 ento p extA; como intA , cada p 1, 0 um ponto fronteiro de A.
intA extA A R, e a reunio disjunta.
-91II.5.37 Resolues
(1) Seja p um ponto aderente de A em E, d 2 . Ento existe uma sucesso x n em A
tal que p lim x n em E, d 2 ; assim, para cada 0, existe uma ordem p N tal que
2
2
x n B 0 p, , para cada n p, onde B 0 p, designa a bola aberta em E, d 2 . Se
2
1
0, existe, pela hiptese d 2 d 1 , certo 0 tal que B 0 p, B 0 p, , a bola
1
aberta para a mtrica d 1 . Concluimos que para cada n p se verifica x n B 0 p, , e
assim x n p em E, d 1 e p um ponto aderente de A neste espao mtrico.
(2) Conclui-se de (1) que se d 2 d 1 e d 1 d 2 , ento cada conjunto fecho de A num
dos espaos mtricos E, d 1 e E, d 2 um subconjunto do outro, e portanto o fecho o
mesmo.
n
um ponto aderente de A
(3) (i) Alm dos pontos de A, tambm o ponto 1 lim n1
(Exemplo (3) em II.5.35). Para cada outro ponto p R, existe r 0 tal que
B 0 p, r A , e portanto p no limite em R, d de uma sucesso em A. Concluimos
n
A 0, 1 n1
: n N.
(ii) Conclui-se do exerccio (1) que o fecho de A em R, min1, d como em (i).
(iii) Os pontos p da forma p 0, y, y 1, 2 so pontos aderentes de A: por exemplo
0, 1 lim0, 1 1n com cada ponto 0, 1 1n A; e 0, 2 lim0, 2 1n ,
0, 2 1n A n N. Cada ponto p 1, y, y 1, 2 tambm um ponto aderente de
A, pois 1, y lim1 1n , y se 1 y 2; para y 1, tem-se
1, y lim1 1n , 1 1n e, se y 2, 1, y lim1 1n , 2 1n . Tambm cada ponto
p x, 1, 0 x 1 um limite x, 1 limx nx , 1 1n de pontos de A, e
0, 1 lim0, 1 1n . Para os pontos da forma x, 2, 0 x 2,
x, 2 limx nx , 2 1n , e 0, 2 lim0, 2 1n . Portanto o rectngulo 0, 1 1, 2
com os lados formado por pontos aderentes de A. Se p x 0 , y 0 0, 1 1, 2, existe
uma bola aberta B 0 p, r para d M tal que B 0 p, r A c ; ento p no limite de pontos de A
em R 2 , d M , p no ponto aderente de A em R 2 , d M . Conclui-se que A 0, 1 1, 2
em R 2 , d M e, aplicando o exerccio (1) acima, e II.4.2 (2), A 0, 1 1, 2 em R 2 , d e .
(iv) Aplicando II.4.7 (3), (2) e o exerccio (2) acima, podemos determinar Q em R, d.
Em cada bola aberta B 0 p, r p r, p r, e para cada ponto p R, existe um nmero
racional, e assim cada ponto p verifica a condio 0, B 0 p, Q e Q R em
R, 2d.
(v) Tem-se 0 lim 1n , 1n A n N e 1 lim 1 1n , 1 1n A n N. Assim
0, 1 A; tambm 2 lim 2 1n com 2 1n A n N e 4 lim 4 1n com 4 1n A
para cada n N. Donde 0, 2 4, A. Se p 0, 2 4, ento existe r 0 tal
que p r, p r A c ; portanto A 0, 2 4, .
(vi) Se x, y x, x 1, x, y R, x 1 y, seja r y x 1 /2 0. Para cada
u, v x r, x r y r, y r B 0 x, y, r (a bola para a mtrica d M ) tem-se
max u x , v y r. Se v u 1, tem-se u x r e u 1 y r
donde x u r, u 1 y r obtendo-se x 1 y 2r x 1 y , o que
impossvel; portanto B 0 x, y, r A c e x, y no limite de pontos de A, x, y A.
Conclui-se A A em R 2 , d M . De II.4.2 e do exerccio (1) acima, concluimos que tambm
A A em R 2 , d e e em R 2 , d s .
-92(4) Se p A ento para cada 0, existe a A tal que a B 0 p, , i.e tal que
dp, a . Assim 0, dp, A e portanto dp, A 0. Reciprocamente, se
dp, A infdp, a : a A 0, ento para cada n N, existe a n A tal que
dp, a n 1n ; conclui-se lim dp, a n 0, pela passagem de uma desigualdade ao limite,
donde a n p e p A.c.q.d.
(5) Basta provar que nenhum ponto p E, p C limite de uma sucesso em C. Se
p C c 1 , . . . , c m m N, seja mindp, c k : 1 k m 0. No existe
nenhum ponto c k B 0 p, , e assim p no limite de uma sucesso em C, como
queramos.
(6) Consideremos o espao mtrico E, d i , d i a mtrica discreta em
E 1, 2, A 1. Ento E\A 2. Como B 0 1, 1 E\A 1 2 ,
verifica-se 1 E\A e portanto E\A E.
II.5.38 Teorema Sejam E, d um espao mtrico, A E. Ento:
(1) O conjunto A fechado;
(2) A um conjunto fechado se e s se A A.
c
Dem. (1) Provemos que A aberto. Se p A, obtemos negando a condio em
linguagem lgica, em II.5.34: 0, B 0 p, A , i.e. 0, B 0 p, A c . Para
cada x B 0 p, existe, pelo lema II,3.4, certo x 0 tal que B 0 x, x B 0 p, A c ,
B 0 x, x A c , donde x extA e, aplicando o exerccio (2) em II.5.13, concluimos
c
dx, A 0. Pelo exerccio (4) em II.5.36, tem-se portanto x A e assim B 0 p, A , o
c
que mostra que A aberto. (2) Se A fechado, provemos que A A, concluindo-se ento
c
A A por II.5.34 (2). Equivalentemente, mostremos que A c A ; se p A c , como A c
aberto por hiptese, existe certo 0 tal que B 0 p, A c , B 0 p, A , i.e.,
verifica-se a negao da condio de p ponto aderente de A em II.5.34, e portanto p A.
Portanto se A fechado, tem-se A A. A recproca conclui-se de (1), c.q.d.
II.5.39 Teorema Seja A um subconjunto do espao mtrico E, d. O conjunto A a
interseco da classe dos subconjuntos fechados de E quer contm A.
c
Dem. Tem-se A extA , aplicando o exerccio (2) em II.5.15, e o exerccio (4),
II.5.36. Pelo teorema II.5.12, se C i : i I a classe dos subconjuntos abertos de A c ,
tem-se extA intA c C i : i I e a classe dos subconjuntos fechados de E que
contm A C ci : i I. Ento A extA c C i : i I c C ci : i I
(II.5.30) c.q.d.
II.5.40 Teorema Se E, d um espao mtrico, A, B E, tem-se:
(i) Se A B ento A B;
(ii) se A B e B fechado, ento A B;
(iii) A B A B.
II.5.50 Resolues
(1) Se C tem-se C . Se C no vazio, seguindo II.5.48 tem-se
C V 1/n C : n N O m : m N, onde O m V 1/n : 1 n m, cada O m
aberto e O 1 O 2 . . . O m O m1 . . . c.q.d. Uma vez que a aplicao m O m
sobrejectiva, conclui-se de I.6.15 que #O m : m N # 0 .
(2) a) Provemos equivalentemente que, se dp, C 0 ento p C. Se dp, C 0
ento aplicando II.5.36 (4) tem-se p C C (II.5.38 (2)), ficando provado a) c.q.d.
b) Aplicando II.5.14 (b), tem-se p extA sse dp, A 0. Pela a), tambm
p A sse dp, A 0. Conclui-se p extA sse p A c c.q.d.
c) Tem-se intA intA c c extA c A c c por b), c.q.d.
(3) . Se C , intC C c c O m : m N c O cm : m N
com O cm : m N uma classe contvel crescente de conjuntos fechados, obtida a partir da
classe O m : m N da a).
-96II.5.53 Resolues
(1) Admitamos primeiro que existe uma sucesso a n nas condies dadas, a n p.
Ento para cada 0, existe uma ordem n tal que a n B 0 p, se n n. Em
particular, tem-se a n B 0 p, e, como a n p tem-se a n B 0 p, A\p e
p A . Supondo p A , i.e., p A\p consideremos 1; existe pelo menos um ponto
a 1 B 0 p, 1 A\p. Para 1/2 existe uma infinidade de pontos
a B 0 p, 1/2 A\p; pois se o conjunto B 0 p, 1/2 A\p fosse finito, digamos
constitudo por pontos x 1 , . . . , x m , ento com d dp, x 1 , . . . , x m 0, o conjunto
B 0 p, d A\p seria vazio, e ento p A . Existe portanto pelo menos um ponto
a 2 B 0 p, 1/2 A\p, a 2 a 1 . Seguidamente, repetindo o raciocnio, existe pelo
menos um ponto a 3 B 0 p, 1/3 A\p, a 3 a 2 e a 3 a 1 ; e vemos que para cada
n N, existem n pontos diferentes a k B 0 p, 1/k A\p, k 1, . . . , n. A sucesso a n
em A satisfazs condies pedidas, pois para cada 0, se n N e n n 1/ ento
a n B 0 p, 1/n B 0 p, , e assim a n p c.q.d.
(2) Se p A ento p A\p A, utilizando o Teorema II.5.40.
(3) II.5.53 mostra que, por exemplo considerando a mtrica discreta em E 1 se
tem E , pois 1 1 E\1, 1 B 0 1, 1. No entanto, E E .
(4) Utilizando (1), tem-se p x n : n N se e s se existe uma sucesso x j p,
com cada x j um dos termos de x n j N, x j x j se j j . Para cada n 1, 2, . . . , existe
um menor ndice j de entre todos os j n, tal que x j B 0 p, 1/n; designando-o por jn, a
aplicao de N em N, n jn estritamente crescente. A sucesso x jn portanto uma
subsucesso de x n , e x jn p n , podendo escolher-se cada x jn p c.q.d.
(5) Por (2), tem-se I I. Seja p I, a inf I, b sup I; no pode ser p a, nem
p b, pois ento dp, I 0 e p I (II.5.36 (4)). Uma vez que para cada 0, existe pelo
menos um ponto x p , p I, x p a e x p b . Conclui-se
que para 0 suficientemente pequeno, cada ponto x p , p I e portanto
que para cada 0, B 0 p, I\p .
(6) (i) iQ , pois para cada nmero racional q, existe pelo menos um nmero
irracional em cada intervalo q , q , 0; tambm se p um nmero real, para cada
0, tem-se p , p Q\p , pois em p , p existe uma infinidade de
nmeros racionais, e uma infinidade de nmeros irracionais. Donde Q R. Se p R,
tem-se dp, Q 0, Q R.
(ii) Cada ponto m Z um ponto isolado em R, d, porque
m 1, m 1 Z m m Z. Z , pois nenhuma sucesso de nmeros inteiros,
todos diferentes, convergente em R, d (utilize-se (1)). Z Z, uma vez que uma
sucesso de nmeros inteiros convergente em R, d se e s se constante a partir de certa
ordem.
(iii) Cada ponto p 1/n : n N 2 um ponto isolado: dado p 1/n 0 , n 0 N 2
tem-se p , p N 2 p se min1/n 0 1 1/n 0 , 1/n 0 1/n 0 1.
1/n : n N 2 0, uma vez que 1/n 0 (e portanto qualquer subsucesso de 1/n
tem limte 0, e por (4)); tambm 1/n : n N 2 0, 1/n : n N 2 .
(iv) Em R, d i , tem-se Q , pois para cada ponto p R,
B 0 p, 1 Q\p p Q\p . Assim iQ . Q Q, pois cada conjunto
fechado.
-97-
contm o ponto x
, y; assim iA N 2 , e tem-se B 0 0, 0, 1 A . Se
2
x 2 y 2 1 ento para cada 0, x, y B 0 x, y, B 0 , 0, 0, 1\x, y desde
que 1 1, o que mostra que x, y A . B 0 0, 0, 1 B0, 0, 1, pois se
x 2n y 2n 1 e x n , y n x, y, x n x, y n y (II.2.12 (3)), e x 2 y 2 limx 2n y 2n 1.
Se x 2 y 2 1, x, y lim1 1n x, 1 1n y, e x, y B 0 0, 0, 1, pelo que
B 0 0, 0, 1 B0, 0, 1. Donde A B0, 0, 1. Por II.5.40 (iii)
A B0, 0, 1 N 2 B0, 0, 1 N 2 .
(7) Tem-se iA A A e A A, uma vez que se p A ento p A\p A
(II.5.40 (i)); deste modo, iA A A. Se p A ento para cada vizinhana V de p tem-se
V A , e d-se portanto um e um s dos dois casos: 1 caso) para certa vizinhana V de
p, V A p; 2 caso) qualquer que seja a vizinhana V de p, existe pelo menos um
ponto x p, x V A. No 1 caso, tem-se p iA; no 2 caso, tem-se V A\p
para toda a vizinhana V de p, donde p A . Assim A iA A e A iA A , c.q.d.
(8) Tem-se iA A, donde por (7) A A A . Tambm se p A ento p A
(II.5.34 (2)), e tendo-se A A conclui-se A A A, A A A .
(9) Como B 0 0, 0, 1 A e B 0 0, 0, 1 um aberto, tem-se B 0 0, 0, 1 intA.
Os outros pontos p, q N 2 A no so pontos interiores de A, pois nenhuma bola aberta
B 0 p, q, r A. Assim intA B 0 0, 0, 1. Cada ponto x, y B0, 0, 1 um ponto
de acumulao de A, uma vez que para cada 0, B 0 x, y, A\x, y . Os
pontos em N 2 no so pontos de acumulao de A, pois so pontos isolados de A. Para cada
ponto x 0 , y 0 B0, 0, 1 N 2 c existe r 0 tal que B 0 x 0 , y 0 , r A , e
x 0 , y 0 A . Conclui-se que A B0, 0, 1. Deste modo, intA A B0, 0, 1 A,
pois por exemplo 2, 3 A, 2, 3 B0, 0, 1.
(10) (a) Sendo p A , admitamos por hiptese de absurdo que existe uma vizinhana V
de p tal que o conjunto V A finito. Se V A , ento p no um ponto de
acumulao de A; suponhamos pois V A c 1 , . . . , c m , m N. Teremos
V A\p c 1 , . . . , c n , n N, e ento, com r mindc k , p : 1 k n 0, vem:
U B 0 p, r V uma vizinhana de p, mas U A\p . Isto contradiz que p A ,
ficando provado que toda a vizinhana de p contm uma infinidade de pontos de A.
(b) Conclui-se imediatamente de (a), pois se A finito, nehum conjunto pode conter
uma infinidade de pontos de A.
II.6 TOPOLOGIA DE SUBESPAO MTRICO. SEPARABILIDADE
-99II.6.7 Exerccios
(1) Mostre que se E, d um espao mtrico, A E e A um conjunto finito, a
topologia T A a topologia da mtrica discreta sobre A (Sug: II.5.3 (2)).
(2) Demonstre que um subconjunto S de um subespao mtrico A do espao mtrico
E, d fechado em A, d A se e s se existe um subconjunto fechado F de E tal que
S F E. (Sug: Observao (3) em II.6.5 e Teorema II.6.4).
A
(3) O fecho G de um subconjunto G do subespao mtrico A, d A de E, d o
conjunto dos pontos de A que so os limites em A, d A das sucesses de pontos de G,
A
A
convergentes no espao mtrico A, d A . Mostre que G G A e que G G se A
fechado em E.
(4) Prove que se A um subespao mtrico de E, d, a classe T A dos abertos do
subespao mtrico A tem as propriedades relativas da classe T E dos abertos de E. Conclua
as propriedades correspondentes em II.5.30, para a classe dos fechados.
(5) Prove que se A um subespao mtrico de E, d, S A e S aberto (resp.
fechado) em E, ento S aberto (resp. fechado) no subespao mtrico A.
(6) Demonstre que se o conjunto no vazio A aberto em E, d, S A, condio
necessria e suficiente para que S seja aberto em A que S seja aberto em E. Enuncie e
demonstre a propriedade correspondente para conjuntos fechados. (Sugesto para a
primeira parte: justifique as passagens seguintes
1. Condio necessria: (i) se S aberto em A, tem-se S W A, com W um aberto de
E; (ii) ento S aberto em E.
2. A condio suficiente).
II.6.8 Resolues
(1) Designemos A a 1 , . . . , a n . Para cada k 1, . . . , n, existe o mnimo
minda j , a k : j 1, . . . , n, j k r k 0. Tem-se B 0,A a k , r k B 0 a k , r k A a k ,
e como B 0,A a k , r k aberto em A, T A concluimos que cada singleton a k aberto neste
subespao topolgico. Consequentemente, cada subconjunto de A sendo reunio dos
singleton constitudos pelos seus elementos, vem que (II.6.5 (1)) cada subconjunto de A
aberto em A, T A e assim T A PA a topologia da mtrica discreta sobre A (II.5.3 (2)).
(2) S fechado em A, d A se e s se A\S aberto neste espao mtrico, i.e., se e s se
existe um aberto W em E, d tal que A\S W A, i.e., A S c A W. Esta igualdade
implica, por passagem ao complementar, que A c S A c S c c A W c A c W c .
Ento S S A A c S A A c W c A W c A, W c fechado em E, d;
reciprocamente, se S verifica S F A com F fechado em E, d, ento
A\S A S c A F A c A F c A A F c , F c aberto em E, d, e A\S aberto
em A, d A pelo que S fechado neste subespao mtrico.
A
(3) Tem-se p G se e s se existe pelo menos uma sucesso a n em G tal que a n
converge para p em A, d A , o que equivale a dizer que a n G n N, p A e
A
d A a n , p 0; assim p G se e s se p A e da n , p d A a n , p 0 para certa
A
sucesso a n em G, ou seja, se e s se p A e p G. portanto G G A; se A
fechado em E, G A, e p limite de uma sucesso de pontos de G, esta sucesso est em
A, pelo que o seu limite p um ponto de A. Portanto, neste caso, p G implica
A
A
A
p G A G e G G, uma vez que sempre G G.
-103II.6.16 Resoluo
Suponhamos A E, e seja p A c . Se 0, tem-se B 0 p, A , e como p A
existe um ponto a p, a B 0 p, A. Portanto B 0 p, A\p , concluindo-se
p A e A c A . Reciprocamente, se A c A , considere-se x E. Dois casos se podem
dar:
1 caso) x A; 2 caso) x A c . No 1 caso, x lim x o limite de uma sucesso em A,
e assim x A; no 2 caso, x A por hiptese, donde x A e conclui-se assim que A c
A implica A E, como se queria.
-107II.7.10 Resolues
(1) Uma vez que dw, a /3 , tem-se w B 0 a, , e precisamos apenas de
provar que B 0 a, B 0 w, . Tem-se para x B 0 a, :
dw, x dw, a da, x /3 /3 2/3 ; portanto x B 0 w, e conclui-se a
incluso B 0 a, B 0 w, c.q.d.
(2) Utilizando II.6.13 (2), se d 2 d 1 e E, d 2 separvel, ento E, d 1 separvel;
portanto, se E, d 2 um espao C 2 , um espao separvel (Teorema II.7.7), donde
E, d 1 separvel e, de novo pelo Teorema II.7.7, E, d 1 um espao C 2 .
(3) a) (D1) df, g 0, pois o supremo de um conjunto majorado de nmeros no
negativos; tambm df, f sup0 0;
(D2) df, g sup fx gx : x 0, 1
sup gx fx : x 0, 1 dg, f;
(D3) df, h sup fx hx : x 0, 1
sup fx gx gx hx : x 0, 1
sup fx gx gx hx : x 0, 1
sup fx gx : x 0, 1 sup gx hx : x 0, 1 df, g dg, h;
(D4) df, g sup fx gx : x 0, 1 0 implica fx gx 0
x 0, 1, i.e, f g.
b) Com efeito,
1
d 1 f, g fx gx dx sup fx gx : x 0, 1 df, g, e conclui-se
0
d d 1 de II.4.3 (4).
c) Dados a 0 , . . . , a n R, n N, existem sucesses a k,j de nmeros racionais tais que
a k,j a k j em R para a distncia usual. Uma vez que a funo
a 0 x 0 . . . a n x n a 0,j x 0 . . . a n,j x n atinge um mximo
a 0 . . . a n u n a 0,j . . . a n,j u n , onde u 0, 1, tem-se: para cada k 0, . . . , n,
a k,j u k a k u k j em R, i.e., dado 0, existe, para cada k 0, . . . , n, uma ordem
j, k N tal que a k u k a k,j u k /n 1 sempre que j j, k. Ento com
j maxj, k : 0 k n tem-se se x 0, 1:
a 0 . . . a n x n a 0,j . . . a n,j x n
n
a 0 . . . a n u n a 0,j . . . a n,j u n k0 a k u k a k,j u k para cada j j;
significa isto que a sucesso de polinmios (em x 0, 1 ) a 0,j . . . a n,j x n converge para
o polinmio na mesma varivel a 0 . . . a n x n no espao mtrico C0, 1, d. Portanto, pelo
resultado do enunciado, tem-se: se f C0, 1, 0, existe um polinmio P tal que
df, P /2, e existe um polinmio Q de coeficientes racionais tal que dP, Q /2;
concluindo-se que para cada tal funo f, e cada 0, existe um polinmio Q da varivel
em 0, 1 tal que df, Q , usando a desigualdade triangular (D3). Assim, o conjunto Q
dos polinmios de coeficientes racionais ( e da varivel x 0, 1) um subconjunto denso
de C0, 1, d. Tambm, pelo enunciado, a aplicao : Q Q n1 : n N 0 definida
-110II.7.20 Resoluo
(1) Pois conclui-se de E U p : p E, utilizando o Teorema II.7.12, que existe
uma subcobertura contvel U n : n I (I N) de E da cobertura U p : p E. Ento
pelo Teorema I.6.19 E conclui-se o absurdo de E ser um conjunto contvel.
(2) (i) Pois F separvel como subespao mtrico do espao mtrico separvel E
(II.6.13 (5)), e usando o passo (1);
(ii) pois cada vizinhana U de x no subespao mtrico E, contendo um aberto W de
E a que pertence x, contm uma vizinhana W F de x em F; contendo o conjunto W F,
de cardinal maior que o numervel, tambm o cardinal de U maior que o numervel;
(iii) pois conclui-se de (ii) o absurdo x M, contra x M por (i), e fica provado
que o conjunto F dos ponto de E que no so pontos de condensao de E tem cardinal que
no excede o contvel.
-112De acordo com II.8.1, consideramos a funo f contnua num ponto a do domnio se
existe o limite de f em a.
II.8.3 Exerccios (1) Traduza em linguagem lgica a definio do limite de fx
quando x tende para a por valores em A, no contexto de (3), Definio II.8.1.
(2) Verifique II.8.2 (2).
II.8.4 Resoluoes (1) Com a A X e f : X E, d E F, d F ,
lim fx b 0, 0, x A e d E x, a d F fx, b .
Equivalentemente,
x a, x A
lim fx b 0, 0, fA B 0 a, B 0 b, .
x a, x A
(2) Provemos por reduo ao absurdo que a existncia de
b, b F, b b tais que
lim fx b e lim fx b leva a uma contradio.
xa
xa
Sendo d d F b, b 0, existir 0 tal que x domf e
d E x, a implica d F fx, b d/2 e d F fx, b d/2 (como poder obter um tal ?);
existindo pelo menos um certo x verificando o antecedente desta implicao (porqu?)
conclui-se utilizando a desigualdade triangular de d F que d F b, b d/2 d/2 d contra o
que tnhamos assumido. Fica provado que o limite num ponto se existe nico. Se
a domf e lim fx b
xa
ento para cada 0, existindo 0 tal que fa fdomf B 0 a, B 0 b,
conclui-se que fa B 0 b, : 0 b, fa b.
II.8.5 Exemplos (1) Para a funo f : domf R R, fx 1 x 1n , n N e
f 1n n N tem-se, com A 1n : n N, e considerando a mtrica usual em R
lim fx 0 e lim fx 1. Consequentemente (ver II.8.6 seguinte) no existe lim fx.
x 0, x A x 0, x R\A
x0
1
(2) A funo f : 0, R, dR,d fx x (d a mtrica
usual) contnua em cada ponto do domnio. Se d i a mtrica discreta, e considerarmos
f : R, d R, d i , no existe o limite lim fx em nenhum ponto a 0, pois existe uma
bola aberta reduzida ao centro 1a em R, d i .
1
n
-113II.8.7 Exerccios (1) Verifique os exemplos (1), (2) em II.8.5. (2) Mostre que toda a
funo entre espaos mtricos contnua em cada ponto isolado do domnio.
II.8.8 Resolues (1) Dado 0, tem-se com que 1n f 1n
i.e, x A e x 0 fx 0 . Se x R\A ento x 0
fx 1 0 verifica-se para qualquer escolha de 0 e para cada nmero positivo
dado. Atendendo a II.8.6, no existe o limite de f em 0. Para a funo fx 1x em (2)
tem-se: dado 0, fazendo mina 2 /2, a/2 0 ento x 0 e
x a 1x 1a x a /xa a 2 /22/a 2 , pois a x x a a2
implica x a2 e xa a 2 /2 em cada ponto a 0.
(2) Se a um ponto isolado de X, com f : X E, d E F, d F ,
ento existe 0 tal que X B 0 a, a. Donde
fX B 0 a, fa B 0 fa, qualquer que seja 0 a priori dado.
II.8.9 Observaes (1) No Clculo em R N considera-.se habitualmente a mtrica
1
N
euclideana d e x 1 , . . . , x N , y 1 , . . . , y N k1 x k y k 2 2 (II.2.18) em R N . O
conceito de limite direccional de uma funo f : domf R N R (considera-se a mtrica
usual em R) num ponto de acumulao a do domnio, segundo uma recta a tv
(v R N \0, . . . , 0, t R, ver por exemplo [Agudo]) , pela definio, o limite de f em a
por valores no conjunto A v a tv : t , que se determina calculando
lim t0 fa tv. De acordo com II.8.6, se existem vectores v, w 0 tais que os limites de
fx no ponto a, por valores em A v e em A w so diferentes, ou se um desses limites no
existe, ento no existe o limite da funo f em a; no entanto, a existncia e igualdade de
todos os limites direccionais no ponto no implica a existncia de limite nesse ponto, como
pode constatar-se por exemplo com a funo f : R 2 \0, 0 R, fx, y x 2 y/x 4 y 2 ,
que no tem limite no ponto 0, sendo todos os limites direccionais em 0 iguais a zero (o
limite da funo no ponto por valores na parbola P x, x 2 : x R diferente de
zero).
(2) Uma funo f : domf R N R pode ser separadamente contnua em relao a
todas as variveis num ponto a a 1 , . . . , a N do domnio, ou seja,. tal que as funes
restrio de f a cada conjunto
C 1 a 1 R N1 , . . . , C k R k1 a k R Nk , . . . , C N R N1 a N so contnuas em a
(existe o limite em a por valores em cada um destes conjuntos), e no entanto a funo f no
ser contnua no ponto a. Por exemplo, a funo fx, y xy/x 2 y 2 x 2 y 2 0,
f0, 0 0 separadamente contnua em relao a x e a y no ponto 0, 0, mas no
contnua neste ponto, pois os limites direccionais em 0, 0 segundo as rectas
r x, x : x R e s x, x : x R so diferentes. Conclui-se a no continuidade
no ponto usando II.8.6. Significa isto que para a existncia de limite num ponto a,
necessrio que as imagens pela funo de pontos que se aproximem de a sem qualquer
restrio ao modo como se aproximem de a, se tornem indefinidamente prximas do limite;
considerando arbitrrias sucesses a n convergindo para a, a convergncia de todas as
sucesses fa n para um mesmo ponto do conjunto imagem, j suficiente para a
existncia do limite de f em a, como mostra o seguinte
-115II.8.16 Demonstre o corolrio acima (usando II.8.14, mostre que o ponto b Y).
II.8.17 Resoluo Conclui-se de II.8.14 que b fX Y, pois fX Y. Se x n
uma sucesso em X convergente para a, conclui-se da hiptese, usando o Teorema II.8.10
que fx n b e, do mesmo modo, que gofx n c. Ento lim gofx c, de novo
utilizando II.8.10.
xa
As duas ltimas asseres so consequncia de II.8.2 (2).
II.8.18 Definio Se E, d E , F, d F so espaos mtricos e f : X E F, a funo
f diz-se contnua (em X) se f contnua em cada ponto a X.
II.8.19 Observaes (1) II.8.15 mostra que a funo composta de duas funes
contnuas uma funo contnua. (2) Se E, d E , F, d F so espaos mtricos e f : E F
uma funo, C E, ento f contnua em C se e s se a funo restrio
f C : C, d C F, d F contnua, onde d C a mtrica induzida. Se f contnua ento
certamente f contnua em C; mas pode ser f : C E F contnua, e a funo
f : E F no ser contnua. (Por exemplo, com F, d F R, d, d a mtrica usual, E no
reduzido a um ponto, C p onde p E e fp 0, fx 1 se x p; o limite de f em p
por valores diferentes de p diferente de fp).
II.8.20 Exerccio Mostre que se E, d E , F, d F so espaos mtricos, f : E F e
a E ento f contnua em a se e s se a imagem inversa f 1 V de cada vizinhana V de
fa em F uma vizinhana de a em E.
II.8.21 Resoluo Pelas definies, f contnua em a se e s se o limite de f no ponto
a existe e fa, o que pode exprimir-se em linguagem lgica por (1)
0, 0, fB 0 a, B 0 fa, . Tem-se a equivalncia (2)
fB 0 a, B 0 fa, sse (2) B 0 a, f 1 B 0 fa, ; ento se V uma vizinhana
de fa, tem-se B 0 fa, V, certo 0, donde usando (1) e (2) vem que
B 0 a, f 1 V para certo 0 e assim que f 1 V uma vizinhana de a.
Reciprocamente, se f 1 V uma vizinhana de a, para cada vizinhana V de fa, ento
tomando V B 0 fa, , 0, conclui-se que f 1 B 0 fa, contm certa bola aberta
B 0 a, e obtem-se (1) pela equivalncia de (2) e (2).
II.8.22 Teorema Sejam E 1 , d 1 , E 2 , d 2 espaos mtricos e f : E 1 E 2 uma funo.
So equivalentes:
a f contnua;
b fC fC para cada subconjunto C de E 1 ;
c para cada subconjunto fechado F de E 2 , f 1 F fechado em E 1 ;
d para cada subconjunto aberto A de E 2 , f 1 A aberto em E 1 .
-116-
-117II.8.26 Observaes (1) Uma isometria uma funo injectiva (aplicar a condio
(D1) mtrica d F e (D4) mtrica d E ). (2) Se dois espaos mtricos E, F so isomtricos,
as propriedades topolgicas das respectivas topologias das mtricas so as mesmas, pois
com f : E F uma isometria sobrejectiva, um subconjunto A de E aberto se e s se fA
aberto em F como resulta da definio de ponto interior de um conjunto. Com efeito, se
a E, r 0 ento fB 0 a, r B 0 fa, r, representando pelo mesmo smbolo B 0 a bola
aberta. Uma sucesso a n em E converge para um ponto a de E se e s se fa n fa em
F e, do ponto de vista das propriedades da topologia da mtrica, E, F diferem apenas pelos
nomes dos seus elementos. (3) Se f : X Y uma funo injectiva e se o conjunto X
est munido de uma mtrica d, ento a funo d f fa, fb da, b uma mtrica em
fX Y f e os espaos mtricos X, d e Y f , d f so isomtricos. Deste modo possvel
munir um conjunto de uma mtrica se existe uma bijeco de certo espao mtrico sobre o
conjunto; certos autores designam d f acima como a mtrica transportada da mtrica d em X.
II.8.27 Exerccio Verifique a observao (3) acima.
II.8.28 Resoluo Tem-se que d f : Y f Y f R est bem definida, pois dados ponto
a fa, b fb em Y f , corresponde ao par ordenado a , b o nico para ordenado
a, b X X para o qual se pe d f a , b da, b. Devido a d ser uma mtrica,
verificam-se: (D1) d f fa, fb 0 e d f fa, fa da, a 0; (D2)
d f fa, fb da, b db, a d f fb, fa; (D3) dados pontos
a fa, b fb, c fc,
d f a , c d f fa, fc da, c da, b db, c d f fa, fb d f fb, fc
d f a , b d f b , c ; (D4) dados a fa, b fb,
d f a , b 0 d f fa, fb da, b 0. o que implica a b e a b.
x
uma bijeco de R sobre o intervalo 1, 1, de
II.8.29 A funo fx 1x
x
inversa gx 1x . Como sabido da Anlise Real e assim se costuma designar,
lim x fx 1, lim x fx 1. Acrescentando a R os objectos , com as
convenes habituais x x R, obtem-se a recta acabada R, e podemos
considerar uma extenso f : R 1, 1 pondo f x fx x R e f 1,
f 1. f uma bijeco e a sua inversa g : 1, 1 R uma bijeco.
Considerando a mtrica induzida sobre 1, 1 pela mtrica usual usual da, b a b ,
a mtrica transportada d g x, y d g gf x, gf y f x f y uma distncia em
1
1
R para a qual d g x, 1x
e d g x, 1x
se respectivamente x 0 e x 0.
-121II.8.47 Resolues (1) Se para cada nmero positivo existe certo 0 tal que para
cada a, x E se verifica d f fx, fa sempre que d E x, a , ento em particular
dado um ponto a em E, o nmero satisfaz a condio de ser d F fx, fa se x
verifica d E x, a , 0 a priori dado. (2) Da hiptese d F fx, fy Ld E x, y, L 0
uma constante independente de x, y E, d E para a funo f : E, d E F, d F ,
conclui-se que d F fx, fy sempre que x, y E e d E x, y /L. Se L 0 ento
a funo f constante, donde contnua. (3) 1 x 2 1 y 2
x 2 y 2 / 1 x 2 1 y 2 x y x y / 1 x 2 1 y 2
x y / 1 x 2 1 y 2 x y x y ; no entanto
lim x 1 x 2 1/x 1 1 e no exite K 1 tal que
1 x 2 1 y 2 / x y K para todos os x, y R; (faa-se y 0). (4) i Em
cada a, x R tem-se x a / x a 1 x 2 a 2 , 0. ii Se
a x y b ento fx fy sup f t : x t y x y L x y
onde L 2 max a , b . No existe L 0 verificando a condio para f ser
lipschitziana em R, pois supx 2 / x : x 0 sup0, . iii Se f fosse
uniformemente contnua existiria, dado 1 0, certo nmero positivo verificando a
condio 1 a x, x a x 2 a 2 1; mas no existe 0 verificando a
implicao, como se v tomando a n N, onde n 1/ para dado, e x n /2.
Assim a hiptese f uniformemente contnua leva a uma contradio, e conclui-se iii pelo
mtodo de reduo ao absurdo. (5) Se f : E, d E F, d F uniformemente contnua e a
sucesso x n em E verifica n. m p d E x n , x m , certa ordem p na implicao
existindo para cada 0 a priori dado, consideremos 0. Pela continuidade uniforme
de f, existir um nmero positivo tal que a implicao x, y E e
d E x, y d F fx, fy verdadeira; a partir da ordem p, os termos x n , x m
verificam o antecedente desta implicao e consequentemente verificam
d F fx n , fx m .
A recproca no vlida, pois por exemplo para a funo fx x 2 em (4) iii, se x n
uma sucesso de Cauchy em R, d ento existe x lim x n R donde fx n fx pela
continuidade de f, e fx n uma sucesso de Cauchy.
(6) E c f 1 , c um conjunto aberto dado que , c aberto em R, d e f
contnua. (7) H a provar que se x n uma sucesso em F e x n x em E, d ento x F.
Como x n fx n para cada n, tem-se x lim x n lim fx n fx pela continuidasde de f.
(8) f claramente bijectiva; f contnua, pois se 0 x n 1 e x n x 0, 1 ento
lim fx n lim x n x fx, e assim f contnua em cada ponto x 0, 1; no ponto 2, f
n
contnua, pois este ponto um ponto isolado do domnio. Tem-se x n n1
0, 1,
1
1
1
x n 1 e lim f x n lim x n 2 f lim x n , a funo f no contnua.
II.8.48 Exerccios (1) Prove que a funo d x, y e x e y 0 x, y ,
dx, d, x e x , d , 0 uma mtrica em 0, , onde se
convenciona x para 0 x e assim se entende este intervalo. (2) Mostre que
sendo : 0, , d 0, , d uma funo, tem-se lim x0 x 0 em
0, , d se e s se lim x0 0,1 x 0 em 0, 1, d, onde 0,1 a funo restrio
de ao intervalo 0, 1 e dx, y x y 0 x, y 1.
-123II.8.52 Exerccios (1) Prove a primeira afirmao em II.8.51. (2) Demonstre que sendo
E, d E um espao mtrico, a um ponto fixo em E, a aplicao f a : E, d E R, d,
f a x d E x, a onde d a mtrica usual de R, lipschitziana com constante de Lipschitz
L 1. Esta aplicao contnua? uniformemente contnua? Justifique. (3) Questo como
em (2), para f A : E, d E R, d, f A x infd E x, a : a A, onde A E. Pode
concluir que se x 0 um ponto de E, x 0 A e A um conjunto fechado ento existem uma
bola B 0 x 0 , r e um conjunto aberto V em E, d E tais que A V e B 0 x 0 , r V ? (Sug:
considere f A x 0 d r, II.5.36 (4)).
II.8.53 Resolues (1) Dada f : E, d E F, d F , e atendendo a II.8.49 (2) tem-se,
pela hiptese d F fx, fy d E x, y x, y E e lim t0 t 0: dado positivo,
certo 0 verifica 0 t 0 t ; ento para cada x, y E tais que
d E x, y obtem-se d F fx, fy , provando que a funo f uniformemente
contnua. (2) df a x, f a y d E x, a d E y, a d E x, y e f a portanto lipschitziana
(com constante de Lipschitz igual a 1) e assim uniformemente contnua e, a forteriori,
contnua (II.8.45 (2),(1)). (3) Se C, D 0, tem-se inf C inf D inf C inf D
ou inf C inf D inf D inf C. Considerando o primeiro caso, dado 0, existe
d D tal que inf D d /2 e tambm inf C c /2 para cada c C; donde
inf C inf D c d . Analogamente, no segundo caso, inf C inf D d c ,
onde d qualquer elemento em D (assim como c qualquer elemento em C no primeiro
caso), e onde pode considerar-se 0 arbitrariamente pequeno. Encontra-se
f A x f A y infd E x, a : a A infd E y, a : a A d E x, a d E y, a
para certo a A ou f A x f A y d E x, a d E y, a onde qualquer nmero
positivo, certo a A. Portanto f A x f A y d E x, y qual quer que seja 0, e
conclui-se f A x f A y d E x, y para cada x, y E. Assim como f a em (2), f A
lipschitziana com constante de Lipschitz 1, contnua e uniformemente contnua. (4)
Atendendo a II.5.36 (4), tem-se f A x 0 d 0 pois A A. Ento cada ponto x na bola
fechada Bx 0 , d/2 est a uma distncia de x 0 menor que d, e portanto x A i.e.,
Bx 0 , d/2 A ou, equivalentemente, A Bx 0 , d/2 c V; como a bola fechada
um conjunto fechado, V um aberto e B 0 x 0 , d/2 V .
II.8.54 Vemos por (4) em II.8.53 que um espao mtrico E verifica a propriedade de
separao: para cada subconjunto fechado F e cada ponto p do espao, p F, existem
conjuntos abertos disjuntos U, V tais que p U, A V. Como todo o conjunto reduzido a
um ponto em E um conjunto fechado, esta uma propriedade de separao dos espaos
mtricos, acrescida propriedade de separao de Hausdorff. Veremos adiante (II.11) que
os espaos mtricos tm tambm a propriedade de para cada dois subconjuntos fechados
A, B, disjuntos, existirem abertos disjuntos U, V, A U, B V.
II.8.55 Definio Sejam E, d E e F, d F espaos mtricos, a E, A E e uma
funo f : E, d E F, d F .
(a) A oscilao de f em A o dimetro
diamfA supd F fx, fy : x, y A 0, , que se representa por Of; A;
(b) chama-se oscilao de f no ponto a ao nfimo infOf; B 0 a, : 0 que se
considera com a conveno s s R, e onde B 0 a, designa a bola aberta em
E, d E .
x y
fx,y
x 2 y 2
fx,y
x 2 y 2
2
xy sinxy
x 2 y 2
h k
maxx 2 ,y 2 sinxy
x 2 y 2
sinxy e se
pr 1
j x 1 , . . . , x j , . . . , x N E : x j A j E 1 . . . E j1 A j E j1 . . . E N aberto
j
em E, d M . Dado e 1 , . . . , e j1 , a j , e j1 , . . . , e N , a j A j existe r 0 tal que B 0 a j , r A j ;
ento
d M x 1 , . . . , x j , . . . , x N , e 1 , . . . , a j , . . . , e N r maxd 1 x 1 , e 1 , . . . , d j x j , a j , . . . , d N x N , e N
e portanto x 1 , . . . , x j , . . . , x N E 1 . . . A j . . . E N i.e., representando B 0,M
B 0,M e 1 , . . . , a j , . . . , e N , r a bola aberta no produto, tem-se B 0,M E 1 . . . A j . . . E N que
assim um aberto; o que mostra que pr j contnua. E dado A aberto em E, d M ,
mostremos que pr j A aberto em E j . Sendo a 1 , . . . , a j , . . . , a N A existe 0 tal que
maxd 1 x 1 , a 1 . , , , . d j x j , a j , . . . , d N x N , a N x 1 , . . . , x j , . . . , x N A; ento para
y, a j A j pr j A tem-se, considerando a k A k k j fixos,
d j y, a j d M a 1 , . . . , y, . . . , a N , a 1 , . . . , a N a 1 , . . . , a j , . . . , a N A y A
e A j aberto, c.q.d.
II.9.10 Exerccio Considerando F x, 1/x : x 0 R 2 e o espao produto
R , d R 2 , d, d a mtrica usual de R, mostre que as funes projeco no transformam
necessariamente conjuntos fechados em conjuntos fechados (no so funes fechadas).
2
Dx n , z n n1 d n x n , z n n1 d n x n , y n d n y n , z n Dx n , y n Dy n , z
(D4) se Dx n , y n 0 ento d n x n , y n 0 para cada n, e assim x n y n , x n y n .
Dada uma sucesso x kn x n em E, D tem-se
0 d n x kn , x n Dx kn , x n k 0, donde cada d n x kn , x n k 0; portanto cada
sucesso coordenada x kn k x n em E n , d n . Reciprocamente, se esta ltima condio se
k 1, 2, . . . . (uma vez que nN1 1/2 n N 0). Para cada ndice n 1, . . . . , N, existe
por hiptese uma ordem kn, /2 verificando d n x kn , x n /2 desde que k kn, /2. Seja
k maxk1, /2, . . . , kN, /2 N. Se k k encontra-se
N
-131II.10.3 Exerccios (1) Verifique II.10.2 (2). (2).Verifique o exemplo (3) em II.10.2. (3)
Prove que se F E e E, d um espao mtrico completo, ento o subespao mtrico
F, d completo se e s se F fechado em E.
II.10.4 Resolues (1) Seja x n iy n uma sucesso de Cauchy em C i.e.,
0, p N tal que dx n iy n , x m iy m x n x m 2 y n y m 2 para cada
n, m p. Ento se n, m p tem-se x n x m , y n y m dx n iy n , x m iy m ;
logo x n e y n so suceses de Cauchy em R, e assim existem x, y R tais que
lim x n x 0, lim y n y 0. Conclui-se
dx n iy n , x iy x n x 2 y n y 2 0, o que mostra que x n iy n tem limite x iy
em C, d.
(2) Se x n uma sucesso de Cauchy em x, d i , a condio
0, p p N, n, m p d i x n , x m implica, fazendo 1 que x n x m c
constante para cada n, m p1. Sendo constante e igual a c a partir de certa ordem,
conclui-se x n c.
(3) Se x n uma sucesso de Cauchy no subconjunto fechado F do espao mtrico
completo E, d, munido da mtrica induzida, a condio de Cauchy mostra que x n uma
sucesso de Cauchy em e, d equivalentemente. Existe ento x E tal que x n x em
E, d; como x F, pois f fechado, tem-se x n x em F, d, representando ainda por d a
mtrica induzida. Assim F, d um espao mtrico completo. Reciprocamente, supondo
F, d completo, se x n uma sucesso de pontos de F convergente em E, d para certo
ponto p, ento x n uma suceeso de Cauchy em E, d, e portanto em F, d. Logo x n y
certo y F em f, d e, como ento x n y e x n x em E, d, tem-se y x pela unicidade
do limite. Isto mostra que x F, que assim um conjunto fechado.
II.10.5 Observao A funo fx x/1 x um homeomorfismo de R, munido
da mtrica usual d, sobre 0, 1, d, onde d a mtrica induzida (isto verifica-se facilmente
utilizando o limite por meio de sucesses). No entanto, R, d um espao mtrico
completo e 0, 1, d no completo_A sucesso 1 1n de Cauchy em 0, 1, d mas
no convergente neste subespao mtrico.
II.10.6 Proposio Se existe um homeomorfismo uniforme do espao mtrico E, d E
sobre F, d F ento E, d E completo se e s se F, d F completo.
.
II.10.7 Exerccio Prove a Proposio II.10.6
II.10.8 Resoluo Se E, d E completo e f : E, d E F, d F um homeomorfismo
uniforme, provemos que toda a sucesso de Cauchy y n em F, d F convergente. Tem-se
y n fx n e, como f ! uniformemente contnua, a sucesso dos pontos x n f 1 y n de
Cauchy em E, d E , utilizando II.8.46 (5) Existe portanto x lim x n em E, d E , e da
continuidade de f conclumos que y n fx n fx em F, d F como queramos.
f uniformemente contnua.
Dem. Seja x A. Existe ento uma sucesso x n em A tal que lim x n x e, sendo x n
convergente, uma sucesso de Cauchy. Deste modo, usando II.8.46 (5), a sucesso fx n
de Cauchy em Y, e portanto existe o limite y lim fx n Y. Alm disso, se w n
qualquer sucesso em A convergindo para x, verifica-se facilmente que a sucesso
x 1 , w 1 , x 2 , w 2 , . . . , x n , w n , . . . ainda convergente para x; donde tambm da Cauchy e
y n fx 1 , fw 1 , fx 2 , fw 2 , . . . , fx n , fw n , . . . de Cauchy em Y, e assim convergente
neste espao. Usando II.10.11 (1), como a subsucesso dos termos de ordem mpar de y n
converge para y, tem-se y n y. Logo o limite de fw n y independente da particula
sucesso w n em A convergente para x, e assim, dependendo apenas de x, podemos
designar y f x. Se x A A ento a sucesso constante x converge
para x e a
sucesso fx converge para fx em Y . Ento
f x fx ao caso
aplicando a definio
particular x A obtemos uma nova funo f : A X Y. f contnua pelo modo como
definida, e uma extenso de f a A; e se g : A X Y uma extensocontnua de f a
A tem-se: para x n em A tal que x n x, gx limgx n lim fx n f x. Assim
g f. O teorema ficar provado se mostrarmos que f uniformenmente contnua. Seja
0 e consideremos 0 tal que x, y A e dx, y fx, fy . Se x, y A
existem x n , y n em A, x n x, y n y. As desigualdades
dx n , y n dx, y dx n , x dx, y n dx, y dx n , x dy n , y n 0
mostram que dx n , y n dx, y e portanto existe certo n 0 N tal que dx n , y n para
todo o n n 0 . Logo fx, fy lim fx n , fy n . Obteve-se assim
0, 0, x, y A
dx, y fx, fy , e v-se que esta propriedade a
continuidade uniforme de f : A, d Y, c.q.d.
II.10.14 Exemplo Sendo X , designa-se por BX o conjunto das funes f : X R
que so limitadas i.e., existe uma constante Mf 0 relativa a f tal que fx Mf
para todo o x X. Verifica-se facilmente que Df, g sup fx gx : x X uma
mtrica em BX. Vamos ver que BX, D um espao mtrico completo. Seja f n uma
sucesso de Cauchy em BX, D i.e., 0, p N, n, m p Df n , f m . Ento
para cada x X, a sucesso real f n x de Cauchy, pois f n x f m x Df n , f m
se n, m p. Existe pois fx lim f n x x X e fica definida a funo f : X R,
fx lim f n x x X. Mantendo n p fixo e fazendo m na desigualdade
f n x f m x , x X, 1 por exemplo, obtemos f n x fx 1 x X
donde fx f p x fx f p x x X donde fx 1 Mf p para todo
o x X e assim f limitada, f BX. Obtemos tambm: dado 0, existe p N tal que
f n x fx x X para todo o n p. Logo Df n , f se n p e portanto f n f
em BX, D, c.q.d.
R 0 n1
n, n 0 e cada conjunto n, n 0 fechado e com interior
vazio em R 2 , d e .
II. 10.29 Exerccio Verifique que n, n 0 fechado em R 2 , d e e, neste espao
mtrico, intn, n 0 .
A n denso;
n1
b o interior da reunio de uma classe contvel F n : n N de subconjuntos
fechados raros vazio,
so equivalentes.
II.10.34 Exerccio Demonstre o Teorema II.10.33.
II.10.35 Resoluo A cada classe contvel F n : n N de fechados raros
corresponde, por II.10.31, a classe contvel F cn : n N de abertos densos, e
reciprocamente. Tem-se
int n1
F n n1
F n c c n1
F cn c n1
F cn E c.q.d.
II.10.36 Definio Um espao mtrico E, d diz-se de Baire se tem qualquer das
propriedades a, b do Teorema II.10.33.
subconjunto de E de 1 categoria em E, d, C n1
R n , cada R n um conjunto raro,
c
intR n , ento admitindo C n1 S n com intS n obteramos E como a
reunio contvel dos conjuntos fechados R n , S n de interiores igais ao conjunto vazio;
concluir-se-ia o absurdo intE .
II.10.38 Lema Se o subconjunto C do espao mtrico E, d raro, ento para cada
aberto no vazio U de E existe pelo menos um ponto p U tal que B 0 p, r C ,
B 0 p, r U, certo r 0.
II.10.39. Exerccio Prove o Lema anterior. (Sug: reduo ao absurdo).
II.10.40 Resoluo Dados o conjunto raro C e o aberto no vazio U, suponhamos com
vista a um absurdo que, para todo o p U, C encontra qualquer bola aberta de centro p
contida em U. Como U aberto, U intU ; sendo no vazia a interseco de cada
bola aberta de centro p contida em U, com C conclui-se que p C para cada p intU
(pois para o raio suficientemente pequeno, a bola est contida em U). Donde C intU,
concluindo-se a contradio intC , j que intC intU. Existem portanto pelo
menos um ponto p em U e uma bola aberta como no enunciado, c.q.d.
II.10.41 Teorema de Baire Todo o espao mtrico completo da segunda categoria.
Dem. Suponhamos, com vista a um absurdo, que o espao mtrico completo E, d de
1 categoria i.e., E n1
A n , cada A n um conjunto raro. Pelo Lema II.10.38, A 1
disjunto de uma bola B 0 p, r em E, donde disjunto de uma bola fechada B 1 Bp 1 , r 1
p 1 p, r 1 r/2. fcil ver que A 2 um subconjunto raro do subespao mtrico
E 1 A 2 B 0 p 1 , r 1 ; assim, pelo lema, existe uma bola fechada B 2 Bp 2 , r 2 B 1 tal
que A 2 B 2 , onde r 2 r 1 /2 e A 1 B 2 . Obtidos por este processo n pontos
p 1 , p 2 , . . . , p n e bolas fechadas B 1 Bp 1 , r 1 , B 2 Bp 2 , r 2 , . . . , B n Bp n , r n com
B n . . . B 2 B 1 , r 1 r/2, r 2 r/2 2 , . . . , r n r/2 n e A k B m
1 m n, 1 k m podemos de novo obter, considerando o correspondente subespao
mtrico E n , uma bola fechada B n1 Bp n1 , r n1 tal que A k B n1 1 k n 1,
B n1 B n e r n1 r/2 n1 . Assim por induo em n, existem bolas fechada B n Bp n , r n
naquelas condies para cada n 1, 2, . . . Aplicando o teorema da Cantor, existe um ponto
B n n1
A cn n1
A n c E c , e obtem-se a contradio x, x ,
n1
provando o teorema.
E, h a provar que A n1
A n denso em U;
c
2. os conjuntos A n U so abertos densos de E;
c
3. A U denso em E;
c
4. se p U ento p A U ;
cc
5. tem-se U U :
6. U A e pode concluir-se o teorema.
c
R n , intR n tem-se
II.10.50 Resoluo i Supondo fC n1
R n C n1
f 1 R n n1
C f 1 R n . Verifica-se
C C f 1 n1
intC f 1 R n intf 1 R n ; como fintA um aberto contido em fA A E
tem-se fintA intfA e
fintf 1 R n intff 1 R n intff 1 R n intR n , pela continuidade de f.
Assim C reunio contvel de conjuntos raros i.e., se fC de 1 categoria ento C de 1
F n ento f 1 D n1
f 1 F n e cada
intF n , certo n N. Se D n1
f 1 F n fechado em E, d. Como f sobrejectiva, existe um ponto x no conjunto
f 1 F n ; Assim, sendo E
f 1 intD intf 1 D por II.8.23, e temos int n1
de Baire, existe certo n, intf 1 F n ; existem pois p f 1 F n e 0,
B 0 p, f 1 F n ; donde fp fB 0 p, F n e, sendo fB 0 p, um subconjunto
aberto de F n tem-se fp intF n e intF n c.q.d.
-141
W n
(Sug: Se d D, ento V d R\ d um aberto denso; note que se D n1
onde cada W n um aberto de R, ento cada W n denso). iii Conclua de i, ii que no
existe nenhuma funo real da varivel real que seja contnua exactamente nos pontos de
um subconjunto contvel denso de R.
II.10.53 Resoluo i conclui-se de II.8.59 que f contnua em a se e s se para cada
N 1, 2, . . . existe um aberto U n,a tgal que a U n,a e diamfU n,a 1/n. Assim
C n1
U n,a : a E n1
U n,a : a E n1
U n um G . ii.
Todo o intervalo aberto de R contm um ponto em R\d, para cada d fixo, d R, e assim
cada R\d um conjunto denso. Como R, d de Baire ( um espao mtrico completo),
a intrseco contvel dos abertos densos R\d d D um conjunto denso i.e., D c um
conjunto denso. Se todos os abertos W n so densos, ento por II.10.31, cada W cn um
fechado raro e, de novo sendo R, d de Baire, existe n N tal que intW cn . Ento
usando de novo II.10.31, W n no um conjunto denso; concluindo-se uma contradio da
hiptese D um G . iii Com efeito, o conjunto dos pontos em que f contnua , por i,
um G e portanto, por ii, no pode ser um subconjunto contvel denso de R.
II.10.54 Observao Conclui-se de II.10.52 ii que Q no um G em R, d, d a
mtrica usual. Tambm Q q : q Q e assim Q um F , donde R\Q um G .
II.10.55 Conclui-se de II.10.5 que a funo Id R x x um homeomorfismo entre
y
x
R, d e R, onde d a mtrica usual e a mtrica x, y 1x
1y . R, d
completo e R, no (a sucesso n de Cauchy neste espao, mas no convergente).
Assim a propriedade de um espao mtrico ser completo no invariante por
homeomorfismo i.e., dois espaops mtricos podem ser homeomorfos, mas um ser
completo e outro no ser. II.10.49 mostra que se E, d de Baire e existe um
homeomorfismo de E, d sobre F, d ento F, d de Baire i.e., a propriedade de ser um
espao de Baire invariante por homeomorfismo. Define-se que um espao mtrico
topologicamente completo se homeomorfo a um espao mtrico completo. Como
consequncia do Teorema de Baire e de II.10.49, todo o espao mtrico topologicamente
completo um espao de Baire. Alm disso, se E um espao mtrico completo, o
subespao mtrico Y de E topologicamente completo se e s se Y um G em E. Assim,
R\Q topologicamente completo, munido da mtrica induzida; e prova-se que Q no
topologicamente completo. Um desenvolvimento deste tema, que no cabe no mbito deste
livro, encontra-se em [Dugundji]; outra referncia [Lages Lima].
Recorde-se que um subconjunto B do espao mtrico E, d limitado se o seu
dimetro finito ou, equivalentemente, se est contido numa bola. Se X, d um espao
mtrico, designa-se CX, R o conjunto dase funes reais contnuas sobre X (em R, a
mtrica usual); Tem-se o
ba
a ba
da mtrica usual. Com efeito tem-ae a, b n1
n , b n , mas da cobertura
ba
aberta a ba
n , b n no pode extrair-se nenhuma cobertura finita de a, b.
a, b n1 a 1, b ba
n no tambm compacto, e analogamente para a, b.
F n .
n1
II.12.18 Exerccio Prove o corolrio anterior.
II.12.19 Resoluo Atendendo a II.12.14 tem-se: se E, d compacto, verdadeira a
implicao F i : i I classe de fechados e F i : i I J I, J
finito,F i : i J . Uma implicao tendo o mesmo valor lgico que a
contra-recproca tem-se na hiptese E, d compacto que dada a classe de fechados
F n : n N verificando F n F n1 n 1, 2, . . . e cada F n que cada interseco
finita F n : n J F nk , J N, J n1, . . . , nk n1 . . . nk implica
F n : n N como se queria.
II.12.20 Teorema Todo o subconjunto compacto C de um espao mtrico E, d
fechado em E, d.
O xk
aberto e O C c ;
4. O k1
5. pode concluir-se o teorema.
II.12.22 Resoluo 1. Pois um conjunto fechado se e s se o seu complementar
aberto. 2. Pois todo o espao mtrico verifica a propriedade de separao de Hausdorff;
pois x C, x O x C C O x : x C e sendo C compacto, pode extrair-se da
cobertura aberta O x : x C uma subcobertura finita; 4. porque uma interseco finita de
O C O k1 O xk k1
O O xk k1
k1
O xk
O xk k1
c
e assim O C ; 5. pois provmos que dado um ponto arbitrrio p C existe,
atendendo a 2. e 4., um aberto O tal que p O C c i.e., concluimos 1., c.q.d.
II.12.23 Teorema Se o espao mtrico E, d compacto e F um subconjunto fechado
de E, ento F compacto.
II.12.24 Exerccio Justificando as seguintes passagens, obtenha uma demonstrao do
Teorema II.12.23:
1. Seja F i : i I uma classe de subconjuntos fechados de F tal que
F i : i I . Ento cada F i fechado em E, d;
2. existe um subconjunto finito J do conjunto dos ndices I tal que F i : i J e
pode concluir-se o teorema.
II.12.25 Resoluo 1. Pois F por hiptese fechado em E, d; 2. pois pela hiptese
E, d compacto, e utilizando II.12.14. O resultado conclui-se atendendendo ao Teorema
II.12.14 c.q.d.
II.12.26 Observao Se x n uma sucesso no espao mtrico E, d que no tem
nenhuma subsucesso convergente segue-se de II.5.54 (4) que o conjunto derivado do
conjunto dos termos x n : n 1, 2, . . . . Uma vez que toda a subsucesso de cada
sucesso x k , x k1 , x k2 , . . . (k fixo) uma subsucesso de x n , tambm, para cada k fixo, o
conjunto derivado de x k , x k1 , x k2 , . . . o conjunto vazio. Atendendo a II.5.53 (8) e
II.5.38 (2), conclui-se que os conjuntos x 1 , x 2 , x 3 , . . . e x k1 , x k2 , x k3 , . . . so fechados
k N.
n
O ik ; ento tambm A n : n N, onde A n k1
O ik uma cobertura
E k1
aberta de E, tal que A 1 A 2 . . . A n A n1 . . . . Significa isto que a interseco da
-153II.12.51 Exerccio Prove que se E, d um espao mtrico compacto, ento para cada
m
0 existe um conjunto finito x 1 , . . . , x m de pontos de E tal que E k1
B 0 x k , .
II.12.52 Resoluo. Com efeito a cobertura aberta B 0 x, : x E de E redutvel a
uma subcobertura finita.
II.12.53 Teorema (Tikhonov) Seja I N e seja E nI E i .o espao mtrico produto
dos espaos mtricos E n n I. Se cada espao factor E i compacto, ento E compacto.
Dem. Consideremos primeiro o caso I finito, I 1, . . . , m, m N. Sem perda de
generalidade, suponhamos por exemplo m 3. Seja a sucesso u x i,n 3i1 em
E E 1 E 2 E 3 , cada E i compacto. Se x i,nk 3i1 uma subsucesso de u convergente
para a 1 , a 2 , a 3 E, notamos x i,nk 3i1 k a 1 , a 2 , a 3 ; para uma subsucesso coordenada,
i 1 por exemplo, notamos ento x 1,nk k a 1 limx 1,nk . Provemos que existe uma
subsucesso convergente de u. Dada u, existe (II.12.30) uma subsucesso u 1
x i,n,1k 3i1 x i,n,1k 3i1 de u tal que pr 1 ou 1 x 1,n,1k k a 1 , a 1 E 1 . Por sua vez,
u 1 x i,n,1k 3i1 tem uma subsucesso u 2 x i,n.2on,1k 3i1 x i,n,2k 3i1 tal que
pr 2 ou 2 x 2,n,2k a 2 E 2 ; aqui, k n, 1k n, 1k, k n, 2k so
estritamente crescentes de N em N, e portanto k n, 2on, 1k k n, 2k
tambm estritamente crescente de N em N. A sucesso u 2 ento tal que pr 1 ou 2 a 1 e
pr 2 ou 2 a 2 ; u 2 uma subsucesso de u. Analogamente, existe uma subsucesso
u 3 x i,k,3ok,2k 3i1 x ik,3k 3i1 de u 2 (e, portanto, de u, k, 3 k, 3ok, 2) tal que
pr 3 ou 3 x 3,k,3k a 3 E 3 . Fica assim provado que existe uma subsucesso
convergente u 3 a 1 , a 2 , a 3 de u e, usando II.12.30, E compacto.
d : X X R definida por
dx,
Y
dx,
y
x,
y
X,
dx,
u
du, x Df x , u
de X, d. (Verifique os detalhes).
II.14.7 Mostre que a diagonal x, x. x X um G em cada espao mtrico
X, d. (Sug: Considere fx, y dpr 1 x, y, pr 2 x, y onde as pr i so as funes
projeco).
II.14.8 Verifica-se o teorema de Alexander: o espao mtrico E compacto se e s se
de cada cobertura aberta de E por abertos numa subbase (II.4.3) pode extrair-se uma
subcobertura finita. (Ver [Kelley]).
II.14.9 Encontra-se em [Dugundji] que um espao mtrico compacto se e s se cada
cobertura aberta contvel do espao redutvel a uma subcobertura finita.
II.14.10 Se x n uma sucesso no espao mtrico E, d, diz-se que o ponto a de E
um ponto aderente da sucesso x n se em toda a vizinhana V de a existe uma infinidade
de valores do ndice n para os quais x n V. Certamente se x n a ento a um ponto
aderente de x n ; se a um ponto de repetio x n a para uma infinidade dos n) ento
tambm a um ponto aderente de x n . Prove que a um ponto aderente de x n se e s se
existe uma subsucesso x nk a.
2
l N. Encontra-se em [Dugundji] que I homeomorfo ao produto cartesiano n1 I n
onde I n I 0, 1, n 1, 2, . . . I tem interior vazio em l 2 N, e assim o seu
complementar em l 2 N denso. Como subespao fechado do espao mtrico compacto
0, 1 N , I compacto.
II.14.18 Um subconjunto C de R N diz-se convexo se para cada
a 1 , . . . , a N , b 1 , . . . , b N C, o conjunto
sa, b 1 ta 1 , . . . , a n tb 1 , . . . , b N : 0 t 1 C. intuitivo que todo o
conjunto convexo conexo em R N , d e e exemplos simples em R 2 mostram que a
recproca falsa; verdadeira apenas para N 1 (II.13.44).
-164BIBLIOGRAFIA DO CAPTULO II
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-165-
-175III.1.65 Propriedade
a Se , so nmeros ordinais e , ento se e s se i.e., os nmeros
ordinais consistem de todos os seus subconjuntos prprios.
b Se e so nmeros ordinais ento ou .
Tem-se ento:
III.1.64 Teorema Seja O a classe de todos os nmeros ordinais. Definindo sse
tem-se:
1 A relao uma boa ordem em O;
2 O no um conjunto;
3 Para cada O, o intervalo inicial O e, em particular, um conjunto;
4 Se E um conjunto de nmeros ordinais, existe um nmero ordinal maior que todos
os nmeros ordinais em E (e, de facto, um menor nmero ordinal maior que todos os
nmeros ordinais de E;
5 Cada sucesso decrescente de nmeros ordinais necessariamente finita i.e., se
0 1 . . . ento existe um nmero ordinal n tal que i n se i n;
6 Cada ordinal W isomorfo a um certo O. Diz-se ento que o nmero ordinal
de W e nota-se ordW.
III.1.65 Estabelece-se facilmente 2: se O fosse um conjunto, verificaria as condies
n1 e n2, donde seria um nmero ordinal tal que O O, o que como sabemos
impossavel. Obtem-se ento imediatamente III.1.58, pois se a classe M de todos os
ordinais fosse um conjunto, III.1.61 mostra que O M : um nmero ordinal
seria um conjunto atendendendo a III.1.14, j que a propriedade p um nmero ordinal
M.
III.1.66 Seguindo III.1.60, os nmeros ordinais finitos so 0, 1 0,
n 0, 1, . . . , n~1. Dizemos que um ordinal W finito se ordW n para algum n. O
sucessor do nmero ordinal nota-se 1. Conclui-se do Axioma do infinito que
existem nmeros ordinais que no so sucessores. Dizem-se nmeros ordinais limite. Notar
que existem nmeros ordinais infinitos que no so nmeros ordinais limite, por exemplo, o
nmero ordinal do conjunto N 1, 2, , . . . designa-se por ; o nmero ordinal infinito
1 tem predecessor imediato . Adoptando a notao para intervalos de R,
notamos o intervalo inicial O 0, . Obviamente ord0, .
III.1.67 Observao Consideraremos O como uma classe bem ordenada de ordinais,
contendo exactamente um representante de cada classe de equivalncia de ordinais
isomorfos.
-181III.2.19 Observaes (1) Nem toda a classe no vazia M PX base para uma
topologia sobre X, ainda que M satisfaa B1). Por exemplo, com X a, b, c, a classe
M a, b, b, c no pode ser base de uma topologia sobre X: Pois a interseco dos
abertos b a, b b, c deveria ser um aberto, logo reunio de conjuntos na classe
M. (2) A condio B2 em III.1.15 verifica-se em particular se para cada B 1 , B 2 C, a
interseco B 1 B 2 C. (3) Em se constatando que uma classe C PX verifica sa
condies B1 e B2, obtem-se uma topologia sobre X, nomeadamente a topologia T C
(Observao III.1.15). (4) Dada uma classe no vazia S PX, se B uma para uma
topologia T sobre X e B S, ento B uma base de T e cada conjunto em S um
aberto.(4) Se em particular em (2), C uma partio de X, a classe das reunies
generalizadas dos conjuntos em C uma topologia sobre X.
III.2.20 Exerccio Prove que se B, B so bases para topologias T e T
respectivamente sobre X, ento T T se e s se verificada a relao B B,
p B, B B : p B B.
III.2.21 Resoluo Condio necessria: Se T T e p B, onde B B ento B
aberto em X, T; pelo teorema anterior, existe B B tal que p B B. Condio
suficiente: Na hiptese dada, cada B B uma reunio generalizada B B p : p B
onde para cada p B, B p B satisfaz p B p B (Verifique). Donde se O T tem-se
O B : A B ,p : p B : A B ,p : A, p B T
e T T.
III.2.22 Dada uma cadeia no vazia X, , onde pomos a b com o significado bvio
a, b X, notando a, b x X : a x b um intervalo aberto de X, tem-se que a
interseco dos intervalos a, b c, d ou vazia ou um intervalo aberto; em particular a
classe dos intervalos abertos de X verifica a condio B2 em III.1.18. Se X no tem
elemento mnimo nem elemento mximo, ento cada ponto x X pertence a um intervalo
de X, e verfica-se tambm a condio B1. Supondo que existe um elemento mnimo a 0
(respectivamente um elemento mximo b 0 ) em X, verifica-se facilmente que a classe
constituda pelos intervalos abertos e pelos intervalos da forma
a 0 , b x X : a 0 x b (resp. pelos intervalos abertos e pelos intervalos da forma
a, b 0 x X : a x b 0 ) de X uma base para uma topologia sobre X. Esta a
topologia da ordem de X, .
III.2.23 Exemplos (1) A topologia usual de R a topologia da ordem usual. (2) Em R 2
pode considerar-se a ordem lexicogrfica x, y a, b sse x a ou x a y b e
obter sobre o plano cartesiano a respectiva topologia da ordem. Sugere-se representar
graficamente as possibilidades para um intervalo aberto.
III.2.24 Exemplo A topologia U sobre R gerada pela classe I a, b : a, b R
a topologia do limite superior U de R. Para esta topologia, cada intervalo a, b a b
um aberto. Analogamente se obtem a topologia do limite inferior U , gerada pela classe
I a, b : a, b R.
III.2.25 Exerccio Verifique que as classes I , I so bases para uma topologia.
0 g f 0 g f i 0 g f 0 f f i 0 f f i i
i 1, 2 donde Mf, Mf 1 , 1 Mf 2 , 2 .
ii Com f 0 como em i, tem-se C0, 1 Uf 0 , n : n N. Dados
Uf 1 , 1 , Uf 2 , 2 , dada f Uf 1 , 1 Uf 2 , 2 ,
min i sup fx f i x : 0 x 1, i 1, 2 verifica
sup gx fx sup gx f i x : 0 x 1 sup f i x fx : 0
i 1, 2 e Uf, Uf 1 , 1 Uf 2 , 2 .
-187III.3.13 Observaes (1) Atendendo a III.2.9 (1), todo o espao metrizvel um espao
C1. (2) O espao topolgico N, C, C a topolgia cofinita (Exemplo III.1.2 (3)) um
espao C1 no metrizvel. (3) Munindo R da topologia para a qual um conjunto A
aberto se e s se R\A um conjunto contvel ou A , obtem-se um espao topolgico que
no um espao C1, como veremos em III.7.
III.3.14 Exerccio Verifique III.2.12 (2).
III.3.15 Resoluo Como se viu em III.2.9, N, C no metrizvel. Dado n N, o filtro
das vizinhanas V n de n uma base de vizinhanas do ponto n. Pela definio da topologia,
tem-se V n F c : n F, F um conjunto finito; Assim a funo f : F n V n definida
por fF F c , onde F n a classe dos subconjuntos finitos de X a que n no pertence
uma bijeco; donde o cardinal de V p o cardinal de F p , portanto no excede # 0 .
III.3.16 Observao Dado o espao topolgico X, T, x X, o menor nmero cardinal
x, X, T dos nmeros cardinais das bases de viznhanas de x diz-se o carcter
de X, T no ponto x. O carcter de X, T o nmero cardinal
X, T supx, X, T : x X. Assim dizer que um espao topolgico um espao
C1 o mesmo que dizer que o espao tem um carcter contvel.
III.3.17 Definio Se C um subconjunto do espao topolgico X, W A C, onde A
um aberto, diz-se que o conjunto W uma vizinhana de C.
III.3.18 Definio Diz-se que o espao topolgico X, T um espao C2 ou que
verifica o 2 axioma da numerabilidade se existe uma base contvel da topologia T.
III.3.19 Observaes. (1) Conclui-se do Teorema II.7.7 que todo o espao topolgico X
metrizvel para uma mtrica d e tal que X, d separvel, um espao C2; e se X, d
no separvel, ento no um espao C2 quando munido da topologia associada
mtrica. Em particular, R, D, D a topologia discreta, no um espao C2.
III.3.20 Exerccio Prove que todo o espao C2 um espao C1.
III.3.21 Resoluo Seja X, T um espao C2, B uma base contvel da topologia. Se
a X e A um aberto tal que a A ento existe B B, a B A. Logo se V uma
vizinhana de a, existem A T, B B, a B A V. Postanto a classe
B a B B : a B uma base contvel de vizinhanas do ponto a.
III.3.22 Observao Dado um espao topolgico X, T, diz-se peso (weight) do espao
o nmero cardinal nfimo da classe dos nmeros cardinais das bases da topologia T, e
nota-se X, T. Assim um espao topolgico X, T ter peso X, T # 0 significa que
verifica o 2 axioma da numerabilidade.
-196III.6.36 Resolues
(1) p A V V p , V A V V p , V A\p
V V p , V A p p um ponto isolado de A ou p A .
(2) a A aberto sse A A o p A, ~p frA A frA
b frA A frA A frA A fechado e aberto. E se A fechado
(aberto) ento A frA (III.5.23, III.4.12) (A A o e A frA ) logo
frA A frA
c p frA o V V p , V A o V A o c
V V p , V A ~V A o V V p , V A x V, x A
V V p , V A V A c p frA. X, T R, U, A 0.
(3) Pois A c c A.
III.6.37 Definio Um subconjunto A do espao topolgico X, T diz-se denso (em X)
se o fecho A X.
III.6.38 Exemplos (1) Em R, munido da topologia usual, o conjunto Q denso. (2) Nos
Exemplos III.4.13, o conjunto 0, 1 denso enquanto 2 , 2 no denso nem fechado.
(3) A classe T , A R : 1 A uma topologia sobre R para a qual o conjunto 1
denso. Sendo P o conjunto dos nmeros naturais pares, tem-se intP .
Recorde que um subconjunto C de X, T raro se intC .
III.6.39 Exerccios (1) Mostre que o subconjunto A do espao topolgico X, T denso
se e s se para cada ponto p X, todo o aberto contendo p tem interseco no vazia com
A. (2) Conclua que se C X, T, o conjunto X\C denso se e s se C um conjunto raro.
III.6.40 Resolues (1) Cada ponto p X est em A se e s para cada vizinhana V de
p, V A . (2) Atendendendo a (1), X\C denso se e s se V V p , V X\C sse
qualquer que seja o ponto p, tem-se ~V V p , V C ou, o que o mesmo, se e s se
nenhum ponto do espao um ponto minterior de C.
III.6.41 Exerccio Prove que se D um subconjunto denso em X, T e A um
subconjunto aberto ento A D A. (Sug: Propriedade III.3.11).
III.6.42 Definio A densidade de um espao topolgico X o menor nmero cardinal
da forma #D, onde D um subconjunto denso de X, e representa-se por dX. O espao X
diz-se separvel se dX # 0 .
III.6.43 Teorema Para qualquer espao topolgico X, tem-se dX X.
Consequentemente, todo o espao topolgico C2 separvel.
Dem. Seja B B i : i I uma base da topologia, onde #I X. Sendo x i B i
para cada i, D x i : i I B, o selector de Zermelo, o conjunto D denso
(III.4.38 (1)); certamente #D #I e assim dX X. Recorde III.2.21
-197-.
III.6.44 Observaes (1) Conforme a II.7.7, se X, T metrizvel tem-se dX # 0 se
e s se X # 0 . (2) A recta de Sorgenfrey K a recta real munida da topologia gerada
pelos intervalos x, r onde x R, x r e r Q. Certamente Q um subconjunto denso,
dK # 0 e tem-se K c. Com efeito, o nmero cardinal da base B formada por
aqueles intervalos x, r c. E se R uma classe de abertos de K tal que #R c, ento
seja A R, A x A,j , r A,j . Se x inf A e x A tem-se que x um dos pontos x A,j ; alm
disso, se x inf A ento x A e portanto, sendo #K # 0 , existe um ponto x 0 que no o
nfimo de nenhum aberto A em R. Ento o conjunto aberto x 0 , x 0 1 no reunio de
conjuntos em R, logo R no uma base da topologia de K. Portanto dK K e em
particular, K no metrizvel. (3) A propriedade ser separvel no hereditria, como
veremos (III.10.38). Se bem que o seja no contexto dos espaos mtricos.
IV.7 CONVERGNCIA NO ESPAO TOPOLGICO
Recordar que uma rede no conjunto X uma funo u de um conjunto dirigido I,
em X, que notaremos u i , u i ui. Recordar tambm a noo de filtro sobre X.
III.7.1 Definio Se X, T um espao topolgico, x X, diz-se que a rede u i em X
converge para x se verifica a condio
u i x V V x , iV I, i iV u i V.
Diz-se tambm ento que a rede u i convergente para x, que x um limte de
u i e nota-se lim u i x. Se uma rede no tem limite em X, T diz-se que divergente em
X, T
III.7.2 Exemplos (1) Se p X; T e u i p i I ento u i p.
(2) Se a rede uma sucesso u n , p X, T ento u n converge para p se e s se para
cada vizinhana V do ponto p, existe certa ordem pV tal que u n V desde que n pV.
III.7.3 Observao Uma rede ou uma sucesso no espao topolgico X, T pode ser
convergente para diferentes limites, bem como pde ser divergente. Poderia representar-se
x lim u i para significar que u i x (a relao x X u i x define um conjunto),
ressalvando a notao lim u i x para o caso em que x o nico elemento do espao que
verifica a relao u i x. No primeiro caso de existncia de limites diferentes est 1/n em
R, G; no segundo caso, 1 n em R, U.
III.7.4 Exemplos (1) Considerando 0, 1 munido da ordem usual, a rede u i i
i 0, 1 no tem limite em 0, 1, U, notando U a topologia induzida pela topologia
usual de R. (2) A rede i em (1) converge para 1/3 na topologia sobre 0, 1 que tem a
classe I 1/3 1/3, 2/3 a, 1 : 0 a 1 como subbase. (3) Se X um conjunto infinito
e C a topologia cofinita de X, as redes convergentes em X, C so as constantes a partir de
certo ndice e as que tm uma infinidade de termos diferentes a partir de certo ndice. Cada
rede convergente converge para qualquer ponto.
-201III.7.26 Observaes (1) Uma rede pode ter um, vrios, ou nenhum ponto aderente. Por
exemplo, a rede n N no tem nenhum ponto aderente em R, U, U a topologia usual.
Ainda em R, U, uma vez que o cardinal de Q coincide com o cardinal de N, podemos
considerar uma sucesso x n tal que x n : n N Q; verifica-se facilmente (confirme)
que esta sucesso est frequentemente em cada intervalo aberto, e portanto todo o nmero
real um ponto aderente de x n . (2) Se uma rede x i x ento x um ponto aderente de
x i ; mas uma rede pode ter um nico ponto aderente e no convergir para esse ponto.
III.7.27 Exerccio Verifique que a sucesso 1, 1, 1, 2, 1, 3, 1. . . em R, U tem um
nico ponto aderente mas no converge para esse ponto.
III.7.27 Teorema Um ponto x num espao topolgico um ponto aderente de uma rede
x i se e s se existe uma subrede de x i convergente para x.
Dem. Dado o ponto aderente x de x i consideremos a classe de vizinhanas V x . V x
base de um filtro e x i est frequentemente em cada conjunto V V x ; da Propriedade
III.7.21 conclui-se que existe uma subrede de x i que est eventualmente em cada
vizinhana V do ponto x ou, o que o mesmo, que convergente para x. Reciprocamente,
admitindo que x no um ponto aderente de x i temos: existe uma vizinhana U de x tal
que x i no est frequentemente em U; logo x i est eventualmente em U c e portanto
nenhuma subrede de x i converge para x, c.q.d.
III.7.28 Teorema Seja x i I uma rede em X, T e seja A i j I : j i. Ento o
ponto x um ponto aderente de x i I se e s se x pertence ao fecho de cada conjunto A i .
Dem. Se x um ponto aderente de x i I isto significa que cada vizinhana de x contem
um ponto x j onde j i (supondo a rede tendo mais de um termo), para cada dado i I ou
seja, para cada i tem-se x A i . Reciprocamente, se o ponto x no um ponto aderente de
x i I ento existe V, vizinhana de x, tal que para certo i, a relao j i implica x j V ou
seja, A i V e x no est no fecho A i , c.q.d.
III.7.29 Exerccio Seja X um espao topolgico C1. Prove que:
1. O ponto x do espao um ponto de acumulao do subconjunto A se e somente se
existe uma sucesso em A\x convergente para x.
2. Um conjunto A aberto se e s se cada sucesso que converge para um ponto de A
est eventualmente em A. (Sug: se A no aberto, considere uma base contvel de
vizinhanas de um ponto fronteiro).
3. Um ponto p ponto aderente de uma sucesso se e s se existe uma subsucesso
convergente para p. (Sug: anlogamente a 2.).
-208III.8.42 Definio Se P uma propriedade relativa aos espaos topolgicos, diz-se que
P uma propriedade topolgica ou um invariante topolgico se sempre que X tem a
propriedade P e Y homeomorfo a X, tambm Y tem a propriedade P.
III.8.43 Exemplos (1) Como vimos em III.8.41, a propriedade de um espao topolgico
ser um espao de Hausdorff topolgica. (2) A propriedade de cada topologia metrizvel T
sobre um conjunto ser tal que T a topologia associada mtrica usual d de R no
obviamente topolgica: certamente os espaos mtricos R, d e iR, e, onde i 2 1,
eix, iy x y so homeomorfos, e d. (3) Tambm a propriedade de um espao
mtrico E, d (E, d um espao topolgico) ser completo no topolgica, como mostra
a Observao II.10.5.
III.8.44 Definio Diremos que uma funo f : X, T X Y, T Y aberta (resp.
fechada) se a imagem directa fC de cada conjunto C aberto (resp. fechado) em X, T X
um aberto (resp. um fechado) em Y, T Y .
III.8.45 Exemplos (1) A funo f : R, U R, U, fx x x 0, f0 1
aberta; f no fechada. (2) Qualquer funo de X, T em R, D, D a topologia discreta,
aberta e fechada. (3) A funo f : R, U 0. 1 munido da topologia de subespao de
R, U, fx 0 x 0, fx x 0 x 1, fx 1 x 1 contnua e fechada, mas
no aberta.
III.8.46 Observao Certos autores consideram na definio de funo aberta, ou
fechada, a condio adicional de a funo ser contnua. Certamente em ambos os contextos,
III.8.47 A composta de duas funes abertas (fechadas) aberta (resp. fechada)
III.8.48 Exerccio Mostre que se no contexto de III.8.44, f uma bijeco contnua,
ento so equivalentes:
i f um homeomorfismo: ii f aberta; iii f fechada.
III.8.49 Teorema Sejam X, Y espaos topolgicos.
1. Se a funo p : X Y fechada, ento dados um qualquer conjunto S Y e um
aberto U de X tal que U p 1 S, existe um aberto V em Y verificando S V e
p 1 V U;
2. Se uma funo p : X Y aberta, tem-se que dados um qualquer subconjunto S Y
e um fechado A em X tal que A p 1 S, existe um fechado B de Y verificando S B e
p 1 B A.
-210III.9 SEPARAO
-214III.9.30 Exerccios (1) Mostre que X um espao regular se e s se para cada fechado
F X e cada ponto p X\F existe um aberto A tal que p A A F. (2) Demonstre o
Teorema III.9.28. (Sug: Pela Propriedade III.9.29, um espao regular se e s se existe
uma base de vizinhanas fechadas de cada ponto).
III.9.31 Em III.9.26 (2) temos um exemplo de um espao T 2 e no T 3 .
III.9.32 Propriedade Se X, uma cadeia no vazia ento X munido da topologia
gerada pelos subintervalos da forma a, b um espao T 3
III.9.33 Exerccio Demonstre a Propriedade III.9.32
III.9.34 Conclui-se facilmente que munindo uma cada cadeia no vazia da topologia da
ordem (recorde III.2.22) se obtem um espao T 3 .
III.9.35 Definio O espao topolgico X diz-se normal se dados dois subconjuntos
fehados disjuntos F, G X existirem dois abertos disjuntos U, V tais que F U e G V.
Se X normal e T 1 diz-se que X um espao T 4
III.9.36 Exemplos (1) Se X no se reduz a um elemento, o espao X, G normal e no
T 0 . (2) X a, b, c munido da topologia T , X, a, b, a, b normal e no T 4 .
III.9.37 O Teorema II.11.2 mostra que todo o espao metrizvel T 4 . O Exemplo
III.9.26 (2) d um exemplo de um espao de Hausdorff que no T 4 . Todo o espao T 4
um espao T 3 ; veremos em III.10 que existem espaos T 3 e no T 4 . (3) Se um nmero
ordinal, o espao ordinal 0, T 4 . Efectivamente o espao T 1 , pois separado (III.9.18
(3)); para ver que normal, consideremos dois subconjuntos fechados disjuntos A, B de
0, . Para cada A, o conjunto B : tem um supremo b , e verifica-se
b B B. O aberto b , : A no contm nenhum ponto de B, pela definio de
supremo de um conjunto. Obtemos assim o aberto U b , : A A e
analogamente obteramos um aberto V a , : B B. Tem-se U V .
Pois se U V ento uma interseco b , a , no vazia; supondo ,
obtem-se b , , o que impossvel, e analogamente supondo . Fica assim
provado que 0, normal. (4) Analogamente se comprova que 0, (munido tambem da
topologia da ordem) e R, U so espaos T 4 .
Fx 13 . n0 23 n c c para cada x X.
b Pela hiptese fa c sobre A. Obtivemos em a a extenso contnua F de f tal
que Fx c sobre X. O subconjunto A 0 x X : Fx c fechado em X e
A A 0 , donde aplicando o Lema de Urysohn existe uma funo contnua
: X, T R, U tal que 1 sobre A e 0 sobre A 0 , 0 1. Ponhamos
Gx xFx em X. Ento G contnua, Ga Fa fa sobre A e G tambm
uma extenso contnua de f. Alm disso, se x A 0 tem-se Gx 0 e, para x X\A 0 ,
x 1 e Fx c, donde Gx c.
c A funo f no sendo necessariamente limitada, consideremos o homeomorfismo
hx x/1 x de R sobre 1, 1. Aplicando b, a composta hof tem uma extenso
contnua F : X 1, 1. Ento a igualdade h 1 ohofa fa, a A, mostra que a
funo h 1 oF uma extenso contnua de f c.q.d.
III.9.47 Proposio (1) Se X, T um espao regular, F um subconjunto fechado de X
e p X\F, existem abertos U, V tais que p U, F V e U V , U V .
(2) Se X, T um espao normal e F, G X, F, G conjuntos
fechados disjuntos, ento existem abertos U, V tais que F U, G V e U V .
Dem. Provando (1). Pela hiptese existem conjuntos abertos A, B, p A, F B e
A B . Atendendo a III.9.30 (1), existe um aberto W tal que F W W B. Ento
p A\B A\W A\W A\W, A\W aberto, A\W F ; tambm
F W W B\A, W A\W . Os abertos U A\W e V W esto nas
condies pedidas, j que A\W A\W e W A\W c.q.d. (2) obtem-se imediatamente
da definio de espao normal, usando o Teorema III.9.40.
-2207. Pois cada ponto x em A pertence a certo W n e no pertence a nenhum dos conjuntos
V i , atendendo a 5.;
8. W e V so abertos, pois so reunies de conjuntos abertos. E atendendo a 7.
c
k
W j ; e
Tambm nas condies da sugesto, x W j pois admitimos x V k j1
analogamente na hiptese k j, c.q.d.
III.9.49 Teorema Todo o conjunto bem ordenado X um espao topolgico T 4 quando
munido da topologia da ordem.
III.9.50 Exerccio Justificando os passos seguintes, obtenha uma demonstrao do
Teorema III.9.48:
1. H a provar que X um espao normal. Sejam A, B X, A, B fechados disjuntos.
2. Cada intervalo x, y de X um conjunto aberto;
3. suponhamos primeiro que a 0 A B, a 0 o primeiro elemento de X. Para cada
a A, existe um intervalo x a , a, x a a tal que x a , a B ;
4. para cada b B podemos considerar um intervalo y b , b, y b b, y b , b A .
5. Os conjuntos U x a , a : a A e V y b , b : b B so abertos, U A
e V B.
6. Se z U V ento z x a , a y b , b, certos a A, b B;
7. supondo a b, se a y b ento os intervalos em 6. so disjuntos; e se y b a ento
a y b , b, o que impossvel. Analogamente se b a.
8. Na hiptese 3., tem-se U V .
9. Consideremos o caso a 0 A, a 0 o primeiro elemento de X. Ento a 0 um aberto e
tambm um fechado em X, donde A\a 0 e B so subconjuntos fechados disjuntos de X,
nenhum deles contendo a 0 ;
10. existem abertos disjuntos U, V em X, A\a 0 U, B V;
11. Pode concluir-se o teorema, c.q.d.
III.9.51 Resoluo
1. Pois o espao X separado.
2. Pois x, y x, y 1, onde y 1 o sucessor de y;
3. porque cada intervalo aberto contendo a contm um intervalo da forma x a , a e pelo
menos um intervalo aberto contendo a disjunto de B (caso contrrio a um ponto
aderente de B, logo a B; mas a A, A B , logo a B);
4. conclui-se analogamente a 3.
5. Pois so reunies de abertos. E porque a percorre A para se obter U, a U para cada
a A; analogamente para V B.
6. Por definio dos conjuntos U, V;
7. pela definio dos intervalos;
8. Conclui-se e 6. e 7.
menos fina das topologias sobre A X para as quais cada funo projeco
contnua. As projeces so funes abertas.
Dem. Se cada pr : A X , T X contnua, ento cada conjunto
R O X pr 1
O T A. Cada rectngulo aberto R uma
interseco finita de rectngulos abertos da forma R , e portanto um aberto da topologia T
concluindo-se T e por III.10.3, a propriedade c.q.d.
III.10.6 Exerccios (1) Mostre que se T uma topologia sobre X A X tal que
cada projecco pr A contnua, ento dada um rede x i x em X, T, cada
rede coordenada x i x a no espao factor X . (2) Prove que se cada rede x i x em X
ento x i x em A X , T e conclua o
III.10.7 Teorema Uma rede x i x no espao produto A X , T se e somente se
cada rede factor x i x no espao X , T .
III.10.8 Resolues (1) Conclui-se do Teorema III.8.14. (2) Atendendo a III.10.4,
tem-se que se x i x no espao A X , T ento x i pr x i x em X , T
A. (H a provar que se cada x i x em X ento x i x . Supondo a negao
de x i x tem-se P O A O A\A X onde x O , O T
para cada no conjunto finito A tal que, designando I, o conjunto dirigido para a rede
j
x i , para cada i I existe j i, x O. Se se verifica a relao
j
P O T : x O , i I, j i x O para todos os A, ento
j
tomando iA i A, a relao P no se verifica, pois se j iA ento x O ,
cada A. Existe pois pelo menos um A tal que P falso ou seja, tal que a rede
factor x i no converge para x concluindo-se que a convergncia de cada rede facor
implica a convergncia da rede no espao produto. (1) e (2) permitem concluir o teorema.
III.10.9 Exerccio Prove que dada uma classe no vazia de espaos topolgicos
X , T : A a classe B X A O : O T base para uma topologia
sobre X A X . (esta topologia diz-se a topologia da caixa, box topology).
III.10.10 Exerccios (1) Prove que a classe T p , 0, 1/m : m n p : n N uma
topologia sobre C 0, 1/n : n N para cada p 1, 2, . . . . (2) Designe por X p o espao
topolgico obtido munindo C da topologia T p na questo (1). Mostre que sendo k N, a
sucesso 1/n k n 0 em cada espao topolgico X p mas a sucesso 1/n k n1 em k no
-239III.11 COMPACIDADE
-243III.11.20 Resoluo
1. Pois a classe X satisfaz ambas as condies
2. porque cada um ou cada dois conjuntos da cadeia esto numa classe da cadeia, e
assim pode aplicar-se o Lema de Zorn
3. A, j A, j; se A, j A , j e A , j A , j tem-se A, j A , j . Dados
A, j, B, i N existe k J, k j, k i e ento A B, k N,
A B, k A, j, A B, k B, i
4. Dado j J podemos considerar um certo A C 0 ; ento B, i N,
B, i A, j B, i i j; e pela definio de subrede
5. a pela definio de uma rede estar frequentemente num dado conjunto
b atendendo a a; pela definio de N e da quase-ordem
c pela hiptese em 5., atendendo s definies de N e de C 0
d pois a hiptese em 5. implica c; e porque, pela definio de cada classe C, se
c
S, S C 0 ter-se-ia que x j est frequentemente em S S c , o que impossvel.
-244e pois a negao de uma rede estar eventualmente num conjunto S equivalente a
que est frequentemente em S c , e atendendo a d, c, b
f porque se uma rede u em X no universal ento existe pelo menos um conjunto
A X tal que u no est eventualmente nem em A nem em A c ; donde est
frequentemente e no eventualmente pelo menos num subconjunto de X, c.q.d.
III.11.21 Se U um ultrafiltro sobre o conjunto X ento a rede x F U F U
indiciada em U, , : U X o selector de Zermelo, uma rede universal.
Analogamente, a uma rede universal x i I em X corresponde o filtro F associado rede
gerado pela base A i : i I, A i x j : j I, i j, que um ultrafiltro.
III.11.22 Teorema O espao topolgico X compacto se e somente se toda a rede
universal em X convergente.
Dem. Para o ultrafiltro U e a correspondente rede universal x F U (resp. para a rede
universal x i e o ultrafiltro associado F) tem-se U p x F p (x i p F p),
p X. O teorema conclui-se do Teorema III.11.14.
III.11.23 Propriedade O espao topolgico X, T compacto se e s se cada rede em X
tem uma subrede convergente.
Dem. Provemos que a condio suficiente, mostrando que toda a rede universal u j
em X indiciada em J, convergente, e aplicando III.11.22. Se u i uma subrede
convergente de u j , u i a ento para cada V V a tem-se que existe iV verificando
i iV u j u i V e u i . Uma vez que existe tambm certo j 0 J tal que u j V
se j j 0 , j J (dado que no pode ser u j V c para cada ndice j em J verificando j j 1 ,
certo j 1 J e pela hiptese sobre u j ), concluimos com i 0 no conjunto dirigido dos ndices
de u i para o qual i 0 iV e i j 0 i i 0 que u i V, i i 0 i.e., a subrede
u i a. A condio necessria, c.q.d.
III.11.24 Exerccios (1) Comprove que a condio em III.11.23 efectivamente
necessria. (2) Demonstre o resultado:
III.11.25 Teorema Se X compacto e a funo f : X Y contnua, ento o subespao
fX de Y compacto.
III.11.26 A bijeco contnua f : X Y fechada se e s se a inversa f 1 : Y X
contnua. Do Teorema III.11.6 conclui-se
III.11.27 Teorema Toda a bijeco contnua de um espao compacto sobre um espao
separado um homeomorfismo.
-250III.11.60 Resolues
1. K existe por hiptese. Porque pr aberta e contnua; e pela definio
2. Por hiptese, dado que X
3. Pois cada pr contnua; dado que V um aberto do produto, e pela definio
4. Pela hiptese. E porque V uma vizinhana compacta de x, atendendo ao teorema de
Tikhonov, c.q.d.
III.11.61 Observao Se X um espao localmente compacto de Hausdorff e
C : A uma classe de subconjuntos compactos de X, ento C : A
compacto (III.11.5, III.11.4).
III.11.62 Teorema de Alexandrov Se X, T um espao Hausdorff localmente
compacto, existe um espao de Hausdorff compacto X tal que X um subespao de
X X .
Dem. Suponhamos X no compacto (doutro modo pode tomar-se para qualquer ponto
de X). Seja um ponto que no est em X e consideremos X X . A classe
T T X \K : K um subconjunto compacto de X uma topologia sobre X .
Cada cobertura aberta de X em X, T redutvel a uma cobertura finita, este espao
topolgico compacto. Dado a X, considerando uma vizinhana compacta V de a, os
abertos intV e X \V so disjuntos concluindo-se que X, T Hausdorff e o
teorema, c.q.d.
III.11.63 Definio Dado X, T de Hausdorff localmente compacto, o espao X, T no
teorema o compactificado de Alexandrov de X, T. Diz-se que o ponto no infinito.
III.11.64 Observaes (1) A Definio III.11.63 entendida a menos de
homeomorfismo. Dados 0 , 1 , os espaos X 0 e X 1 com a correspondente
topologia so homeomorfos. (2) Se X, T compacto separado, obter-se-ia o
compactificado X p X para cada p X. (3) O subespao X denso em X, T , o
compactificado de Alexandrov X , c, cx x do espao localmente compacto X um
compactificado de X, no sentido de III.11.33. (4) Pelo Teorema III.11.62, dado X
localmente compacto, podemos considerar X X munido da topologia T , espao
compacto. Este compactificado de X separado se e s se X localmente compacto.
III.11.65 Exemplo A projeco estereogrfica P de centro o plo Norte N (resp. Sul,
n1
S ) da esfera S x k R n1 : x k k1 x 2k 1/2 1 a funo de R n sobre
S\ N S\ S definida por u j x k , x k
1 (resp. 1.
2u k
1u 21 ...u 2n
u 2 ...u 2 1
n
1
k 1, . . . , n, x n1 1u
2 ...u 2 ,
1
O n : n 1, 2, . . . , X n1
O n .
III.11.69 Teorema de Lindelf Todo o espao C2 um espao de Lindelf.
Dem. Seja B i : i N uma base contvel de X. Cada conjunto U numa cobertura
aberta de X uma reunio contvel U B i : i 1, 2, . . . i I. Assim
B i : A, i N um refinamento de U : A; escolhendo U ,i B i para
cada i N obtemos uma subcobertura da cobertura aberta pelos conjuntos U dada.
III.11.70 Teorema Todo o espao topolgico que imagem contnua de um espao de
Lindelf um espao de Lindelf.
III.11.71 Exerccio Demonstre o Teorema III.11.70.
III.11.72 Teorema Se X um espao de Lindelf e Y um subconjunto fechado, o
subespao Y um espao de Lindelf.
III.11.73 Exerccio Prove o Teorema III.11.72, (Sug: compare com a Propriedade
III.11.4).
k
A n : n N T, X n1
A n , n1, . . . , nk, X j1
A nj
c
F n : n N, F n T n N
k
k
F n , n1
F cn X, n1, . . . , nk, j1
F cnj j1
F j c .
n1
III.11.78 Definio Diz-se que o espao X numeravelmente compacto se de cada
cobertura aberta contvel de X pode extrair-se uma subcobertura finita.
F n concluindo-se a propriedade,
V V x o que sugnifica x F n F n , n N, x n1
c.q.d.
III.11.80 Teorema Se X, T um espao C1, ento X numeravelmente compacto se
e somente se todo o subconjunto infinito de X tem um ponto de acumulao.
III.11.81 Exerccio Obtenha uma demonstrao do teorema pela justificao das
passagens seguintes:
1. A condio necessria: se A um subconjunto infinito de X, podemos considerar
um subconjunto numervel C a n : n 1, 2, . . . de A, a n a m n m
2. se X numeravelmente compacto, certo ponto a X tem a propriedade
O T : a O, n N, m n, a m O
3. C O\a para cada aberto O contendo a, e X tem a propriedade no enunciado.
4. Para provar que a condio suficiente, basta mostrar que em a admitindo, ento
cada sucesso x n em X sem nenhum ponto de repetio verifica que o conjunto derivado
x n : n N
5. Admitindo a condio, seja uma sucesso x n como em 4. Existe um ponto p X tal
que x n est frequentemente em cada vizinhana V de p e pode concluir-se o teorema,
c.q.d.
III.11.82 Teorema Se X um espao C1 ento X numeravelmente compacto se e
somente se cada sucesso em X tem uma subsucesso convergente.
III.11.83 Exerccio Demonstre o teorema anterior. (Sug: Propriedade III.11.79. Recorde
III.7.29).
Dada uma cobertura C de X, dizemos que pode extrair-se de C uma subcobertura
prpria (de X) se existe C C tal que X C : C C .
-257-
-265-.
III.12.43 Observao Seja C x a componente conexa de um ponto x no espao
topolgico localmente conexo X. Dado um qualquer ponto y C x existe uma
vizinhana aberta conexa V de y; cada ponto z nesta vizinhana de y verifica pois
z C y e de y C x, C como em III.12.17, conclui-se z C x. Significa isto que z C x
para cada z V i.e. V C x e C x portanto um conjunto aberto. Atendendo
Observao III.12.17 podemos concluir o
III.12.50 Corolrio Seja X um espao topolgico em que cada ponto tem uma
base de vizinhanas abertas conexas por arcos. Se X conexo, conexo por
arcos; se no , ento cada componente conexa aberta, fechada e conexa por
arcos.
III.12.51 Observaes (1) Em R N , d e cada bola um conjunto conexo por
arcos, j que convexo (i.e., contm o segmento a, b /1 ta tb : t 0, 1
que une quaisquer dois dos seus pontos a, b). Assim no espao cada ponto tem
uma vizinhana aberta conexa por arcos. Conclui-se do Teorema III.12.48 que em
R N , d e um conjunto aberto conexo se e s se conexo por arcos. (2) Cada
conjunto B 0 a, r\p, onde p B 0 a, r (em particular B 0 a, r\a) sendo conexo em
R N , d e (conclui-se analogamente a III.12.9 (3)) portanto conexo por arcos. Uma
vez que a imagem homeomorfa de um conjunto conexo por arcos conexa por
arcos, conclui-se de
III.12.9 (4) que cada esfera Sa, r x R N : d e x, a r conexa por arcos.
(e) Tem-se ([Schwartz]) que (1) e (2) so verdadeiras em qualquer espao
normado.
III.12.52 Definio Dados caminhos , no espao topolgico X com o mesmo
ponto inicial p e o mesmo ponto final q, uma funo contnua
H : 0, 1 2 R 2 , d e X tal que Hs, 0 s, H0, t p e
Hs, 1 s, H1, t q diz-se uma homotopia de para . Se existe uma
homotopia de para diz-se que estes caminhos so homotpicos.
III.12.53 Observaes (1) Dado um caminho em X, a funo H : 0, 1 2 X
dada por Hs, t s uma homotopia. Se H uma homotopia de para
-268-
-270-
IV METRIZABILIDADE
-275-
W 1 , W 2 , . . . de X verificando F i1
W i e W i W i 1, 2, . . . ento X um
espao T4.
Dem. Dados os subconjuntos fechados disjuntos A, B de X, consideremos
F A, W X\B. Por hiptese, existem abertos W 1 ; W 2 , . . . tais que
1 A i1
W i e B W i , i 1, 2, . . . Fazendo F B e W X\A obtemos
V i e
uma sucesso de conjuntos abertos V 1 , V 2 , . . . tal que 2 B i1
A V i i 1, 2, . . . . Sejam ento 3 G i W i \ ji V j e H i V i \ ji W j .
Dem. Seja B n1
B n uma base da topologia, cada B n uma famlia
localmente finita. Para cada par ordenado m, n N 2 e cada aberto U B m , seja
U B B n : B U. Tal como na demonstrao de IV.2,11, tem-se U U,
pela hiptese para B. Assim,atendendendo a IV.2.11, pode aplicar-se o Lema de
Urysohn (Teorema III.9.41), e existe uma funo contnua f U : X I que vale 1
sobre U e se anula em X\U. Seja m,n x, y f U x f U y : U B m . A
coleco dos abertos B em B n tais que B U, U B m , finita, assim como finita
a classe dos abertos U B m tais que x U, uma vez que ambas B n , B m so
localmente finitas. Deste modo cada m,n est bem definida e uma semi-mtrica
contnua m,n : X X 0, . A classe das m,n certamente contvel, e o
espao produto X m,n : m, n N, onde X m,n X, m,n metrizvel (IV.2.10).. A
famlia contvel formada pelas funes Id m,n : X X m,n distingue pontos e
conjuntos fechados.Pois se C um subconjunto fechado de X e x C, ento para
certos m, n e certo U B m tem-se x U X\C (i.e., C X\U) e existe B U,
B B n sendo x B U; ento m,n x, y 1 para cada y C, e portanto
Id m,n x C m,n , o fecho de C no espao factor X m,n X, m,n do espao produto
metrizvel X m,n : m, n N_Notar tambm que cada singleton em X um
conjunto fechado_.Assim, atendendo a IV.1.12, X homeomorfo a um subespao
de X m,n : m, n N, donde (II.8.26) um espao metrizvel, c.q.d.
-279Provmos tambm o
-280-
-283-