Diário de Um Monge

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ViTOR RENE

Vtor Kene
DIRIO PE
t/M MONGE
NWMA NOITE
ESCURA
Copyright Q: Vitor Kene
Editorao: Srgio Silva Gonzalez J nior
Capa. Maurcio Corra
Impresso e Acabamento: Editora Ados
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
Dirio de Um Monge
Numa Noite Escura
Vitor Kene
2aEdio, 1.000 Exemplares
ISBN: 85-87711-53-9
2005
Proibida a reproduo total ou parcial.
Os infratores sero processados na orma da tei.
Editora ADOS Ltda.
Trav. J lio Fres, 112 - Engenhoca - Niteri - RJ
CEP: 24110-445 - Tels./Fax: (21) 2628-0534 / 2628-0341
Site: www.ados.com.br
E-mail: [email protected]
APRESENTAO
"Em, vo, pois, Me adoram ensinando doutrinas
que so mandamentos de homens" - Mateus 15:9.
E
stas palavras de J esus motivam a um profundo exame da
Bblia Sagrada. Afinal, Ele Deus e afirma com clareza
uma realidade que transcende os espaos geogrficos,
os tempos e as eras.
Por favor, considere isso:
Pode uma pessoa conscenciosamente confiar a sua
salvao aos caprichos humanos?
Pode todas as inovaes e supersties humanas,
purificar o pecado?
Pode algum processo humano remover a culpa do
pecador?
Pode criaes sugestivas e sugestionveis tranqili
zar a sua conscincia?
Certo! Voc dir no! Mil vezes no!
Paulo, o aguerrido apstolo alerta: 'Tende cui
dado, para que ningum vos faa presa sua,
por meio de filosofias e vs subtilezas, segun
do a tradio dos homens, segundo os rudi
mentos do mundo, e no segundo Cristo"
Colossenses 2:8.
^ - .................. - ......... ......... - . .
O apstolo Pedro clama em voz audvel:
"No vos tenho feito conhecer a virtude e pre
sena de nosso Senhor J esus Cristo, seguindo f
bulas engenhosas. " - II Pedro 1:16.
Este apstolo, destemidamente deixa claro que s existe
um caminho para a paz, a remoo da culpa, a purificao
do pecado e a salvao. Oua-o:
"Esta Pedra (J esus Cristo) que foi reprovada por
vs arquitetos, foi posta por cabea de esquina, e
em nenhum outro h salvao, porque tambm de
baixo do cu nenhum outro nome foi dado aos ho
mens pelo qual devamos ser salvos." - Atos 4:11 -12.
Sim, J esus Cristo, o Leo da tribo de J ud, a Resplan-
descente Estrela da Manh, o Desejado de Todas as Naes,
o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, Aquele que , que era,
e que h de vir, sim, J esus Cristo foi quem ofereceu o perfeito
e nico sacrifcio de Si mesmo na cruz para a redeno eter
na do ser humano.
Ele, pois, o nico Senhor e Salvador.
Adaptado.
PREFCIO
H
15 anos atrs uma luz raiou em uma cela escura;
em meio a confuso e sem direo, na qual se encon
trava totalmente perdido em meio das trevas, um inde
feso garoto.
Durante a sua infncia, preso numa cela, nos momentos
de solido e ansiedade recebe uma visita inesperada de um1
ser celestial. Como aconteceu com Maria anunciando a J esus
a Sua grande misso, assim aconteceu com Vitor. Chamado
direto por Deus para publicar esse livro, no qual conta uma
histria de amor que vai enternecer o seu corao.
Esse livro trar grandes resultados para aqueles que
sinceramente deixarem que o Esprito Santo os guiem para a
Vereda da J ustia.
Assim como o autor deste livro teve o privilgio de ouvir
a voz de Deus, deixou-se ser levado pela atuao do Esprito
Santo, para que as algemas das dvidas fossem quebradas,
para compreender corretamente a vontade de Deus como ela
: "E os teus ouvidos ouviro a Palavra te que est por
detrs de ti dizendo: Este o caminho, andai por e/e,
sem vos desviardes nem para a direita e nem para,
esquerda- Isaas 30:21.
Graas a Deus que a corrente da cela foi quebrada por
que Vtor obedeceu a voz de Deus, para publicar esse livro.
Com certeza muitos que se encontram desanimados, talvez
sem direo, ver uma luz no decorrer da leitura deste livro.
Desejo sinceramente que a verdadeira e primeira obra
do Esprito Santo que convencer o mundo do pecado, da
justia e do juzo (J oo 16:8) ilumine a mente do leitor para
encontrar um abrigo e a paz.
Pr. Incio Augusto de J esus Filho
AGRADECIMENTOS
Q
uero agradecer em primeiro lugar a Deus por ter tdo ple
na misericrdia de mim, pois no foi fcil escrever este
livro. Satans usou vrias formas para essa obra no ser
dedicada ao pblico de Deus.
Emsegundo, aos meus amigos; no posso esquecer do Pastor
Bertolino, Sandra e famlia. Edson Diesel e Tania Diesel, sua esposa.
Obrigado gacho por ter ficado do meu lado e suas preciosas filhas
Aline e Paloma. Fiquem firmes.
A todos os amigos da Faculdade de Teologia do UNASP,
Campus 2.
E aos tambm, meus prediletos dois Pastores da Universidade
Adventista, Campus 2, Amim e Genivaldo. Obrigado por sempre
orarem por mim, vocs so dignos exemplos.
A Ilida, uma grande amiga, e a Vanessa e Moiss, e av e a
sua me, vocs so exemplos de f. E a Sheila no posso esquecer. A
todos amigos externos da Faculdade.
Quero agradecer principalmente minha me pelo apoio fun
damental e aos meus irmos Kelly, William, Ursula, Rosa, Lourdes.
Carla filhotinha, te amo demais. Deus fiel! E a inesquecvel e ama
da Aurea Ferreira do Nascimento, onde estiver carregarei voc em
meu corao.
Em memria de Dom Abade. Um abrao a meus segundos
pais Pastor Incio e Osnir e ao meu irmozinho Ncolas. Amo vocs
de corao, obrigado pelo apoio.
Cara Roseane e Gustavo, Marcela e Romena e seu filho ado
rvel, amo vocs, obrigado por me ajudar neste livro. Roseane voc
foi fundamental. Enfim, obrigado a todos que oraram por mim.
Dedico esta obra, ainda, a todos que passam por uma noite
escura.
O autor.
INTRODUO
E
ntrei no Monastrio com sete anos de idade, ainda uma
criana. No entrei por vontade prpria, mas por von
tade de minha me. Ela nunca poderia pensar o quanto
isso me faria infeliz, tanto eu como ela, mas no gosto de
dizer para mim mesmo que eu perdi tempo no Monastrio,
porque no verdade.
Eu adquiri experincias muito profundas com Deus, e
pude descobrir muitas verdades sobre Aquele que eu tanto
buscava. Isso tudo numa cela, durante quatorze anos de re
cluso. Por Ele vivi aquela vida monacal.
Aceitei Seu pleno evangelho e pude divisar Seu infinito,
carter - Os 10 Mandamentos. Hoje vivo mais feliz e total
mente realizado, esperando Sua preciosa vinda para me bus
car, e com eles e vocs, carssimos leitores desta autobiogra
fia, cantar hinos ao Senhor da glria.
Amm!
SUMRIO
Capitulo 01
A Chegada no Mosteiro ................................................ 13
Capitulo 02
O Comeo da Formao Monstica............................. 17
Capitulo 03
Um Amigo Chamado "Dirio" ....................................... 21
Capitulo 04
O Catecismo e as Aulas Sobre a Estrutura da Igreja.... 23
Capitulo 05
O Responsvel Por eu Haver Odiado Minha Me........27
Capitulo 06
O Cotidiano e os Costumes Monsticos....................... 31
Capitulo 07
O Ingresso Formao Religiosa ................................. 35
Captulo 08
Reflexo Para os Infiis .................................................. 37
Capitulo 09
Um Anjo Chamado Oregon..........................................39
Capitulo 10
Um Sonho Incrvel .......................................................... 45
Capitulo 11
O Encontro Com o Papa ............................................... 49
Capitulo 12
A Depresso de No Ser Feliz....................................... 53
Capitulo 13
A Minha Converso ....................................................... 57
Cipltulo 14
A Ptritguio ................................................................. 65
Cipltulo 15
Sonho com Ellen White .............................................. 69
Capitulo 16
Fatores que Afastaram a Igreja Catlica da Bblia.........75
Capitulo 17
Salvao Pelas Obras .................................................... 81
Capitulo 18
A Castidade dos Padres e Religiosas........... .................85
Capitulo 19
Purgatrio ........................................................................ 89,
Capitulo 20
A Idolatria ........................................................................ 93
Capitulo 21
Os Dez Mandamentos ..................................................... 99
Capitulo 22
O Meu Nascimento....................................................... 103
Capitulo 23
O Sonho da Promessa.................................................. 111
Capitulo 24
A Morte do Abade........................................................ 115
Capitulo 25
Ele Tentou Destruir o Livro............................................. 119
Capitulo 26
Hoje Sou Um Servo de Deus........................................121
Capitulo 27
O Proibido Segredo...................................................... 123
CAPITULOy/
A CHEGADA NO MOSTEIRO
S
me sobrou uma vaga lembrana de meus pais des
de que cheguei no Mosteiro. A primeira vista pude
perceber que era um lugar cercado de grandes rvo
res, bem no meio da floresta. Os nicos sons que se ouviam
eram os de pssaros e insetos.
Ao dirigir o olhar para a construo, tive a impresso
de que estava diante de um castelo. Me senti feliz de saber
que ia ficar l. A princpio, minha me me havia dito que eu
ficaria neste "castelo" por umas duas semanas. Eu estava
ento com sete anos de idade. Um Monge veio nos
recepcionar e ns entramos na hospedaria.
Minha me entrou para conversar com ele em um apo
sento e eu fiquei esperando sozinho e admirando os belos
quadros no corredor. Aps algumas horas, ela saiu e con
versou comigo em particular. Disse-me que logo voltaria para
me buscar e que me amava. Ficou muito emocionada ao se
despedir.
Nunca imaginei que se passariam quatorze anos at
eu novamente poder v-la. No poderia mais sentir seus
carinhos e ouvir as histrias e as canes de ninar.
Aps haver visto o carro ir embora e desaparecer,
ouvi o Monge me pedir que o seguisse. Eu fui andando
atravs do "claustro", um corredor que h entre as "celas"
do Mosteiro.
As "celas" so os aposentos nos quais os Monges vi*
vem enclausurados como eremitas. Chegamos em minha
cela e ele me pediu que entrasse. A impresso que tive ao
entrar foi desesperadora. No haviam brinquedos, era tudo
muito apertado e escuro. Mal sabia que aquele ali seria o
meu mundo durante toda a minha estadia no "belo castelo".
Enquanto eu estava guardando as minhas bagagens,
pude notar que ele se aproximava. Com sua grande e gor
da mo, confiscou todos os meus brinquedos dizendo que
para um Monge, a cela sua segunda capela, e por isso,
deveria eu ter uma determinada conduta em respeito cela.
Depois de fazer isto, ele virou e saiu do quarto, fe
chando a porta atrs de si. Pude ento analisar melhor o
aposento. Descobri que havia um banheiro e que a cama s
era uma esteira esticada no cho, pois no se pode ter "ri
quezas" no Mosteiro pelo voto de pobreza, e que havia
uma pequena biblioteca e uma escrivaninha para o estudo.
Depois desta pesquisa de campo, senti vontade de co
nhecer o resto do Mosteiro. Ao tentar sair, descobri que a
porta do quarto s abria por fora. Mas para a minha ole
aria, vi que havia uma pequena portinha na parte de baixo
aa porta, como aquelas portas americanas por onde entram
os cachorros.
No entanto, minha alegria durou pouco ao perceber
que de maneira nenhuma os meus ombros conseguiam pas
sar por ela. Comecei ento a me sentir com medo e sozinho.
Entrei em desespero pois afinal eu era uma criana de sete
anos de idade, presa num quarto escuro, sem brinquedos e
longe de minha me. De tanto gritar e chorar, acaoei dor
mindo. Me senti realmente perdido.
A partir de ento, comecei uma dura batalha para
obter a liberdade. Nos primeiros dias eu chorava, queren
do voltar para minha casa, brincar com meus primos e
levar minha antiga vida, no compreendendo em que eu
realmente estava metido. Nos meses que se seguiram, tive
contato com apenas uma pessoa, que se referia a mim
como meu superior: Dom Abade, aquele Monge que me
havia recebido.
Ele no demonstrava nenhuma afeio por mim. Co
mecei a ficar muito triste, no mais podendo suportar viver
naquela "cela". Pude ter uma idia de qual seria a minha
sorte ali, num dia em que levei minha primeira surra de
Dom Abade, que queria que eu parasse de chorar.
Me recordo que uma das poucas alegrias que eu tinha
foi o banheiro. Era a parte mais interessante do quarto. Eu
brincava com a gua, enchia o balde e jogava no teto para
ver as gotas se formarem de uma a uma e irem caindo
como cnuva. Fazia bolhas com o sabonete e assoprava.
Tambm passava o sabonete no cho e ficava escorregan
do. Essa era a minha grande diverso.
Dentro de mim nasceu uma esperana sem fim, um
mundo imaginrio onde minha me viria me buscar. Assim, a
cada dia, eu acordava na esperana de minha me chegar.
Com o passar do tempo, no entanto, esta esperana
foi se extinguindo porque tudo simplesmente continuava igual.
Certo dia, meu corao ficou partido, e minhas esperanas
acabadas ao ouvir Dom Abaae dizer que se minha me me
amasse tanto quanto eu imaginava, ela nunca me teria dei
xado ficar l. Aquilo foi como se eu houvesse recebido uma
punhalada no corao. Da em diante, passei a odiar toda
minha famlia.
A vida no Mosteiro se consistia de uma rotina sufo
cante. Ns despertvamos s trs horas da manh, porque
h uma regra no Mosteiro de que antes de os pssaros
cantarem e de o sol despontar, o Monge j deve estar de p.
Durante o decorrer do dia, rezvamos de vinte em vin
te minutos e estudvamos com o Dom Abade as matrias de
ensino fundamental. As refeies eram passadas por baixo
da porta pela portinha. A comida era completamente vege
tariana. Eu gostava, pois era uma das poucas coisas boas
do dia.
IV I^IUIIV Vlii T1VII^VI1W-
s quatro da tarde tnhamos que desligar as luzes e
ir dormir. Eu nunca deixava o quarto, nunca podia sair.
Essa era a abominvel rotina que tnhamos que seguir di
ariamente.
Comecei a estudar com Dom Abade os ensinos escola
res e de aprofundamento da Ordem. Ao me desligar
afetivamente de minha famlia, o primeiro lugar do meu
corao ficou vago e Dom Abade passou a ocup-lo.
Para mim, via-o como meu pai. Por no haver nada
mais interessante, ingressei profundamente nos estudos dentro
do Mosteiro, para cnegar a ser um Padre da Ordem. Com o
passar dos anos, foi desaparecendo aquela grande vontade
de sair dali. No que eu gostasse, mas fui seduzido e venci
do pelo dio que sentia ae minha me. No me importaria
muito se tivesse que ficar ali para sempre, mas ainda assim
era ruim.
O COMEO DA
FORMAO MONSTICA
D
ois anos se passaram, durante os quais, eu cumpri o
processo de formao de primeira fase e recebi o
Aspirantado. Isso se deu aos nove anos de idade.
Comecei ento a compreender melhor a "vida contemplativa"
-as pessoas que levam esta vida nos Mosteiros tm como
prerrogativa viver contemplando a face de Cristo.
Comecei a rezar bastante para me tornar santo e pe
dia muito Santa Bernardete de Lurdes que eu pudesse ser
igual a ela no sofrer pela causa de J esus.
Dentro de mim, sentia uma imensa vontade de morrer
logo, para poder ir para o Cu e brincar com J esus e com os
anjos. Para mim o Cu era como um "algodo doce", que
era formado pelas nuvens brancas. Enfim, pensava que l
sim era meu lugar, no no Mosteiro.
Na minha mente, tinha a J esus como um grande ami
go, mas como um terrvel homem tambm, que me manda
ria para o inferno se eu no aceitasse viver no Monastrio
para sempre.
Pela hstia consagrada, imaginava poder conversar
com Ele e perguntava como Ele poderia ser to bom e to
mau ao mesmo tempo.
Lembro de uma vez quando o "Santssimo" (a hstia)
estava exposto na minha cela e eu disse: Senhor, por que
18 - Dirio de Um Monge Numa Noite Escura
voc to mau assim? Voc no o Salvador? Ento, por
que no me manda para o Cu, para que eu no precise
mais ficar aqui?
Eu no estava ainda totalmente preparado para ser
um Monge. Sentia vontade de fugir do Mosteiro.
Mesmo aps haverem passado dois anos, surgiram
na minha mente flashes da vida feliz que eu tivera antes.
Ah! Como eu era feliz. Mas agora, esquecido por minha
me e por minha famlia, preso num lugar onde no se
podia nem ver a luz do so, tendo que seguir a regra da
Ordem, me sentia completamente largado de todos, aban
donado.
S pensava que poderia me livrar de tudo isso que eu
vivia se pudesse fugir ou morrer, dando preferncia solu
o ltima: morte.
Em minha mente, desejava a santificao depressa.
Tinha como meu maior dolo a So Domingo de Svio - um
grande filsofo do amor por J esus e Maria. Eu amava-o e
idolatrava-o de corao.
Gostava muito de uma frase sua: "Antes morrer do
que pecar". Era assim que eu queria ser. Preferia morrer
antes do que pecar Vivi radicalmente isto durante o meu
Aspirantado. No queria errar, pois, Dom Abade no tole
rava erros.
Eu sabia que J esus havia morrido por ns na cruz,
que perdoava os pecados e tolerava os que erravam, e as
sim, no podia compreender por que Dom Abade fazia di
ferente.
Se ele fosse amigvel e menos intolerante, eu me sen
tiria mais amado, e teria amor pelos outros. No me sentiria
to sozinho e sem esperana. Eu poderia rezar pelos que
no adorassem "o sagrado corao de J esus e de Maria" e
seria igual Santa Terezinha do Menino J esus.
Certo dia Dom Abade me contou acerca de Santa
Terezinha. Eu no compreendi o que ele queria me ensinar
Q respeito dela. Apenas entendi que ela era uma Monja que
buscava a Deus.
No entanto, senti uma rara desconfiana de sua san
tidade, pois ela era muito carente de suas irms que havi
am entrado no "Carmelo", o Convento das Carmelitas Des~
calas.
Ela lutou para poder entrar nele com apenas quinze
anos de idade, e conseguiu. Minha desconfiana se basea
va no fato de ser ela muito apegada as suas irms. E ainda
mais, ela no acreditava de verdade em Deus. Ficou atia
por muito tempo. S aceitou mesmo a Deus na sua morte,
pois ela morreu de tuberculose aos vinte e quatro anos.
Antes de morrer, sua irm, que era Madre no conven
to e j pensava, com ganncia, na sua futura canonizao,
pediu que ela escrevesse sua autobiografia. Por isso no
acreditei em sua histria. No tinha um grande valor ou
mrito. Ela s "aceitou" a cruz na hora de morrer.
Entendo que Santa Terezinha mundialmente popular.
Sei, no entanto, como ela devia se sentir Ser obrigada a ser
o que no se quer ser Isso terrvel. Falo isso porque ela
no queria continuar no Convento.
Queria ser missionria por escolha prpria. Mas ficou
presa. Presa pelos costumes religiosos de sua poca, pois,
j naquela poca haviam pessoas que se do ao direito de
prender os outros por um voto de obedincia na ignorncia!
Isso me fez imediatamente lembrar de como eu tam
bm queria sair do Mosteiro e de como Dom Abade no
permitia. Assim, pude compreend-la e compartilhar os seus
sentimentos. Tive um certo consolo ao saber que muitos ou
tros tambm j haviam sofrido e passado pelo que eu esta-'
va passando.
UM AMIGO CHAMADO "DIRIO"
D
epois de dois anos no claustro, recebi uma sugesto
que me possibilitou escrever este livro. Dom Abade
recomendou a mim que escrevesse um dirio do meu
aprofundamento espiritual na Ordem, que escrevesse parte
da minha vida contemplativa.
Creio eu que ganhei dois grandes amigos que se cha
mam "papel" e "caneta". Neles podia escrever o que qui
sesse. Eles aceitavam com grandeza os meus pensamentos.
Na mesma hora me respeitavam como eu era. Agradeci a
Deus por me conceder esta graa, por eu ter estes grandes
amigos em minhas mos. Eu iria voar como um anjo. E
assim que eu me sentia, feliz com Dom Abade, com Deus,
principalmente com J esus e Maria. Estava muito contente.
Tive ento uma grande idia. Dividi o dirio em dois e
arranquei as folhas da segunda metade. Em vez de escrever
sobre o meu crescimento espiritual no Mosteiro comecei a
escrever as coisas que aconteciam l.
Ento, na primeira metade do dirio, eu escrevia so
bre as coisas espirituais para que o Dom Abade pensasse
aue eu estava seguindo o que ele havia pedido. Nas folhas
da segunda metade, eu escrevia tudo o que fosse marcante,
os fatos amedrontadores, as surras, as ameaas, as mortes,
os abusos sexuais, etc. Eu escrevia nas folhas separadas e
as escondia no meio do meu colcho, num buraco que eu
havia feito. Dos nove anos aos vinte de idade eu consegui
fazer isso sem ser notado pelo meu "Superior".
Mas logo antes de eu ser ordenado pelo prprio J oo
Paulo II, Dom Abade descobriu a minha "terrvel desobedi
ncia". Disse-me que eu no deveria ter feito aquilo, que
um Monge que est buscando a santificao s estando
endemoniado que escreveria aquelas coisas contra a San
ta Madre Igreja!
Disse-me ainda que seria muito perigoso se eu escre
vesse tantas coisas como de fato eu havia escrito e que eu
no deveria relatar mesmo as coisas que eram feitas contra
mim.
Pediu-me o dirio. Quando eu lhe entreguei, ele o quei
mou na minha frente. Alm disso, ele me disse que contro
laria daquela hora em diante todos os papis que eu ga
nhasse.
Disse ainda que mesmo que eu conseguisse esconder
o que quer que fosse, eu no poderia mostrar a ningum,
pois eu vivia enclausurado naquele lugar e no tinha pers
pectiva de sair.
Assim, eu fiquei sem meu querido dirio, mas como
fez apenas um ano que isso aconteceu, eu consegui lembrar
uma boa parte das coisas escritas porque eu lia meu dirio
periodicamente.
Compreendi ento que meu maior dirio era a minha
prpria mente. Nas pginas que se seguem, vou relatar um
pouco das coisas que me marcaram.
CAPITULO > /
O CATECISMO E AS AULAS SOBRE
A ESTRUTURA DA IGREJ A
A
cordei com o sino do Monastrio a tocar sem parar.
Dom Abade veio at minha cela falar sobre a arte
Bizantina. Trouxe consigo quadro de imagens.
Particularmente no gosto de imagens, pois est escri
to nos mandamentos "no fars para ti imagens de es
cultura" (Exo. 20:4), mas no estava louco o bastante para
dizer isso a Dom Abade.
Ele me disse que a arte do imprio Bizantino ou imp
rio Romano do Oriente representa a continuao das lti
mas formas clssicas adaptadas s necessidades da Igreja
Crist, e submetidas a uma influncia contnua do Oriente.
Enquanto ele falava isso, surqia em minha mente a
pergunta: Para qu luxo dentro da igreja? Para qu tantas
imagens sendo que o principal que J esus se fez pobre,
nasceu numa manjedoura e morreu pobre numa cruz?
Para qu esta tal luxria dentro dos Monastrios, prin
cipalmente em Roma? Para qu tudo isso, sendo que Deus
simples. Salvar almas que o importante, e no perder
almas, atravs de sistemas que no so de Deus.
A igreja sempre foi mandada por nobres. Fiquei revol
tado com Dom Abade. Ele descrevia as pinturas com um ar
de indiferena, sem olhar o principal que a Palavra de
Deus e a misericrdia.
Ele me disse que em Ravena, na igreja de San Vitale,
h uma imagem que de se adorar realmente, poraue ela
foi retratada num famoso mosaico bizantino na pareae des
ta igreja como a imagem da imperatriz Teodora.
Na hora que ele me falou desta imperatriz, pensei: a
igreja sempre se vendeu para os nobres em troca de suas
generosas esmolas a fim de garantir ou comprar um lugar
no Cu. No toa que na Santa Madre Igreja acontecem
muitas reformas.
Fiquei ento me lembrando de Lutero. Dom Abade me
disse que Lutero que era a verdadeira besta, o famoso 666.
Eu no acreditei que ele fosse a besta, pois conheo uma parte
da Igreja Catlica e sei que no perfeita, nem perto disso,
Achei, no entanto, que Lutero fez errado em sair dela.
Ele poderia ter ficado e fundado um novo Monastrio. O
Monastrio Luterano, que poderia seguir os seus
ensinamentos, no padro da Igreja.
No posso mesmo acreditar que um ex-Monge como
Lutero pudesse ser a besta s porque se levantou contra a
Igreja. Para mim isso era impossvel. Como todo Reformador,
ele queria mudar certos tabus na Igreja que no eram e
ainda no so corretos.
Depois de Dom Abade ter me falado estas coisas no
consegui mais estudar. Mesmo aps haver passado dois anos
no Monastrio estudando como Aspirante, no podia com
preender todas as estas essncias da vida dos santos. Per
cebia, porm, que meu lugar, sem dvida alguma, no era
ali, e precisava achar um jeito de escapar.
No sentia muita vontade de me envolver com os
ensinamentos da Ordem. Ainda tinha vontade de ir embo
ra, mas pensava: "para onde irei?", pois Dom Abade me
havia dito que meus pais no me queriam mais com eles.
Pensei: "aqui a minha verdadeira famlia", e a cela
era meu brinquedo e as folhas de papel e os santos em
gesso eram os meus brinquedos prediletos.
------ ^ ' - - * _____
Meu viver realmente um universo de sonhos proibi
dos, pois tenho medo do mundo, por ele ser mau e despre
zar as obras de Deus.
CAPITULO
O RESPONSVEL POR EU HAVER
ODIADO MINHA ME
N
o Convento no havia barulho. Aproveitei o mo
mento para brincar com os santos em minha cela.
Gostava de brincar de "lutinha". Santo Antonio era
o rival de So Bento. Quem sempre ganhava era o glorioso
patriarca So Bento.
Lembro-me muito dos meus brinquedos que eu tinha
na minha velha comunidade, como dizia Dom Abade, se
referindo a minha antiga casa e a minha famlia. Mesmo
assim, no sei porque gostava de lembrar de minha casa e
de minhas brincadeiras.
Ficava muito bravo nos meus aniversrios, quando Dom
Abade dizia que minha me, nem mais se lembrava do dia
que eu nasci, e que ela devia estar dando festa de anivers
rio para os meus irmos, e eu aqui, sem nenhum presente,
pois ela nem sequer manda pelo correio nada para mim.
Quando ele acabava de falar isso, eu ficava triste. Ele
saa da cela sem nem me dar os parabns. Ento ficava
imaginando eu sozinho no Mosteiro e eles em minha casa
se divertindo e brincando.
Queria abraar meu pai. Ficava pensando: ser que
ele me ama? Ser que sou filho deles? Ser que eles me
odeiam? Ser meu Deus o qu? Ser o que o Senhor quer.
Oh! Deus, socorro! Sou apenas um garoto que acabou de
completar dez anos. Por que tem de ser assim, Senhor?
Estou ficando cada dia,mais igual a estes Padres. Alis,
nunca vi um Monge, alm de mim. Aqui s veio Dom Aba
de. Ser que s existe ele aqui? Ficar dentro aa cela no
to bom assim como ele diz, mas, se Deus como ele diz,
deve estar aqui na cela, mas onde, afinal de contas, est
mesmo Deus? Se est aqui na cela, quero viver aqui para
sempre.
Dom Abade me disse que J esus est na minha cela no
Santssimo Sacramento. Mesmo assim, estranho achar que
J esus est vivo dentro de uma hstia como prega Dom Aba
de. Quero ter certeza que Ele est l dentro da hstia, pois
poderia um homem pecador e mau como Dom Abade con
sagrar a hstia e fazer J esus estar vivo dentro dela? Creio
que no!
J havia lido vrios relatos de santos que tiveram
experincias com Deus, pela hstia. Eu, porm, no esta
va tendo nada. No sabia por que. Rezava, rezava e reza
va bastante mesmo. Levantava antes do sol nascer e dos
passarinhos cantarem. Ser que precisava fazer penitn
cia para atravs delas alcanar as sete moradas do meu
castelo anterior como relatava a Santa Edithe Sthein? Para
ela, os seres humanos eram castelos e Deus habitava ne
les. Ento, eu precisava muito mesmo ser santo. Por que
Deus no me matava de uma vez e me deixava logo ir
morar com Ele no Cu? Ser que precisava eu ficar s
para ir morar com J esus e Maria no Cu? Desejava muito
estar com J esus, no aqui no Mosteiro. Desejava, sim, v-
Lo, sent-Lo. Pensava que se morresse com onze anos e
fosse para o Cu, se Deus me concedesse esta graa, en
to poderia suportar mais um ano.
Como desejava que um anjo aparecesse e me levasse
numa nuvem com ele para ficar eternamente no Cu. L
devia haver comidas boas, brinquedos e livros. Que preo
grande tinha que pagar para entrar no Cu, com f e isola
mento do mundo. Eu cria que, fora do Mosteiro, ningum
iria para o Cu. S iria eu, Dom Abade e os outros Monges.
Vivamos isolados, e aaueles que no estavam no
Mosteiro, segundo Dom Abaae, no iriam para o Cu. Se
eu perseverasse at o fim na minha vocao, eu iria para o
Cu e J sus me daria um sinal de bravura, por haver eu
vivido inteiramente para Ele, e por isso, desejava logo ser
levado.
O tempo demorava para passar na cela. Era muito
ruim, mas estava esperando em J esus. S o que eu queria
era ser feliz. Eu queria muito conhecer os outros Monges e
rever meu pai. Nem queria saber de minha me, pois Dom
Abade me dizia que ela no me amava!
CAPTULOj r
oo
O COTIDIANO E OS
COSTUMES MONSTICOS
E
u j no agentava ficar mais no Mosteiro. S conse
guia pensar em sair dali, fugir, desaparecer Toda vez
que Dom Abade vinha caminnando pelo claustro (corre
dor), podia ouvir a fivela de suas sandlias batendo no cho
e ficava apreensivo. Mesmo depois de anos de formao e
rotina, ainda assim sua chegada sempre me trazia medo.
Quando estudei sobre a canonizao, percebi que a
Igreja Catlica s canonizava santos por dinheiro. Por exem
plo: a Ordem que no tem dinheiro para pagar advogado,
para dar entraaa no processo investigativo da vida do san
to, no tinha a oportunidade de ver seu fundador eleito nos
altares da Igreja pelo mundo. Sabia que isso no passava
de burocracia.
Tinha certeza que o Papa no tinha autoridade para
ligar ao Cu o que est na Terra. Por que existiria ento
J esus? Onde Ele ficava na histria? Se J esus havia pago o
preo por mim na cruz, ser que era justo eu rezar pelo
Papa, para sua sade e para seu pontifcio?
Eu fingia que rezava, mas no rezava. Sabia existirem
muitos santos na iqreia que foram canonizados, nos sculos
anteriores, apenas por ainheiro. Seus familiares, que eram
nobres, imaqinavam que se tivesse um santo na famlia,
estariam com a salvao garantida.
A pregao e a influncia dos bispos, que at se
prostituam pelas esmolas dos nobres, faziam estas pessoas
darem Igreja indulgncias e grandes somas de dinheiro.
Antigamente a igreja s era um meio de tirar dinheiro e
matar inocentes. As injustias cometidas por Roma como
vem qualquer corao humano. No queria mais nem sa
ber da histria da Igreja. Cada vez que eu entendia mais,
mais dio sentia em meu corao e mais vontade de no
fazer parte de tal Igreja.
Comecei a ler sobre a vida dos patriarcas monsticos.
Li que eles viviam uma vida de penitncia, adorao e que
se encontravam com Deus atravs do deserto que viviam
pela orao. Seriam os famosos "Padres do Deserto".
Era bom demais para ser verdade o que eles diziam
nos seus livros, pois eu vivia a mesma vida religiosa e sen
tia algo totalmente oposto. Sabia que os "santos" usavam
muita mstica falsa como forma de impressionar as pessoas.
Que a mstica para os santos seu meio de fantasiar,
de criar algo que no existe na igreja. Creio que tenho auto
ridade de falar isso, pois vivi esta vida reclusa, vivi isso em
minha carne, e sei que no to boa como os livros relatam.
As vezes somos envolvidos por falcias antibblicas. Deus
nos fez livres e devemos, em liberdade, louv-Lo por isso.
Dom Abade me contou que, fora do Monastrio, ha
via muitos Padres que no gostavam das Ordens Monsti
cas. Disse-me que os Padres seculares odiavam os religio
sos. Eu ficava imaginando: por que haveria esta disputa?
Disse que havia vrios carismas dentro das Congregaes
e Ordens dentro da Igreja. Por isso, os Padres seculares
no so muito a favor dos religiosos, pois estes no usam
hbito e no rezam o Santo Ofcio diariamente, como os
religiosos o fazem.
No entanto, existem tambm religiosos que no usam
hbito e no rezam. A vida na Igreja de grandes disputas
e de inveja. H, portanto, um acentuado desentendimento
religioso. Depois de saber tudo isso fiquei pensando desa
pontado: por que havia tantas brigas dentro da Igreia se
Deus realmente habita nela? Se o Esprito Santo no habita
va, quem que habitava ento?
A Igreia j no provinha de uma oriqem muito boa, e
ainda mais ficar sabendo de todas estas disputas! Ficava.
imaginando se os anjos das trevas estariam j tomando con
trole dela... E onde ficou o Mandamento de J esus que diz:
"amai-vos uns aos o u tro s (Romanos 12:10).
Eu li a biografia de uma santa da Igreja. Sempre achei
estes livros uma forma bastante depressiva de dizer o que
sofreram por Cristo. Para falar a verdade, no passava de
um grande desvio mental.
Muitas coisas no eram verdades. Eram acrescenta
das pela Ordem ou Congregao aps a morte do santo.
Aps sua morte, eles acrescentam muita mentira sobre sua
espiritualidade terrena, como vrios dons e milagres.
So sempre as mesmas histrias, de um Monge ou
uma Freira que sofreram por causa de Cristo. Ningum sabe
o outro lado. Por isso, eu no gostava mesmo de ler livros'
de santos da Igreja. Era uma grande forma de dizer que eu
no sou capaz de ter a salvao que de graa e tenno de
fazer penitncias infindveis a fim de obt-la.
s vezes, os santos fazem com que as pessoas deixem
de olhar para J esus e olhem para eles. Fazem os outros
esquecerem de J esus e terem compaixo deles, sendo que
Cristo quem deve ser adorado e louvado. A maior prova
de santidade no mundo a pessoa alcanar a salvao,
entrar em aliana com o Deus Eterno e viver uma vida que
traz honra ao Seu Nome.
C A P T U L O '
o7
O INGRESSO
FORMAO RELIGIOSA
C
omo o tempo ia passando e eu terminava o Aspi
ra ntado, ingressei no Postulantado e recebi o h
bito, que uma veste monstica. Fiquei seis meses
como Postulante, basicamente fazendo as mesmas coisas
que fazia quando Aspirante.
Aps este tempo, entrei no Noviciado e comecei a
estudar mais sobre a Ordem e o fundador dela, sobre os
pioneiros da Ordem e os mrtires. No segundo ano do
Noviciado, continuei estudando as mesmas coisas, com
uma certa nfase no catecismo da Igreja e no Direito
Cannico,
Comecei a me aprofundar na vida consagrada e nos1
votos que faria como Professo Simples. Depois ao Novicia
do, professei estes votos por trs anos, renovando-os a cada
ano. Ento, numa missa solene, com Dom Abade presente,
prometi perpetuamente:
1 - Castidade: No ter contato fsico com nenhuma
outra pessoa, se consagrando total
mente a Cristo, por meio do Esprito
Santo.
2 - Pobreza: No ter nenhum bem material e no co
biar as coisas do mundo.
O O Li ar i o ae um mongo n u m u i ^ vu b i w i u
3 - Obedincia: No ter vontade prpria e sempre
obedecer o meu Superior acima de
tudo, como tambm a Regra da
Ordem.
4 - Estabilidade: Ficar, para o resto da vida, enclau
surado no mesmo Monastrio de
entrada, no podendo iamais sair
para o mundo.
Depois de recitar estes Votos Perptuos, assinei uma
bula da Ordem que foi enviada para o Vaticano, onde so
mente o Papa, se um dia eu quisesse desistir da vida religio
sa, poderia anul-los. Desde ento, me tornei, para sem
pre, parte da famlia dos Monges.
CAPTULO//}
> 0
REFLEXO PARA OS INFIIS
N
o tenho interesse em relatar o que se passa em
alguns Mosteiros. Conquanto a dor me sufoca, e o
desejo de gritar me esvai na garganta.
Axioma, diz o Dicionrio, uma verdade que no pre
cisa ser dita.
Ademais, a mdia nunca perdeu, e jamais perder a
oportunidade de apresentar ao mundo, toda vez que a es
curido for dissipada, revelando os fatos dolorosos ocorri
dos nalguns destes locais.
Eu me surpreendia e sofria a cada ano, com as notci
as de ocorrncias de desvios com portamento is, sexuais e
sentimentais, envolvendo pessoas pertencentes ao corpo cle
rical catlico.
Eu vi, ouvi e deplorei!
Os fatos me levavam prostrao espiritual. Afinal,
os santos e as santas, pessoas que um dia decidiram por
uma vida separada, consagrada se envolvem em relaciona
mentos que a Bblia desaprova e abomina.
Para aqueles, pois, que no so fiis a vocao que
escolheram e que trazes o oprbrio sua querida Igreja,
no importa se catlica ou evanglica, devem se lembrar do
que diz a Bblia Catlica, 459 Edies Editora Vozes, com
Imprimatum de J oo Paulo II em 04/10/1982:
"Os devassos, os pederastas, traficantes de
homens, mentirosos, perjuros e para os que
se opem a s doutrina e ao Evangelho da
Glria de Deus bendito, que me foi confiado!'
- 1Timteo 1:10.
No contexto, Paulo est defendendo a Lei Moral dos
Dez Mandamentos, afirmando que ela no foi feita para os
justos (/ Tim. 1:8), mas para os mpios (/ Tim. 1:9). E ento
focaliza esta classe a ao verso 10. Na Bblia J oo Ferreira
de Almeida, edio revista e corrigida, a palavra
"pederastas" foi vertida para "sodomitas", reflexo de
Sodoma.
Sodoma foi a cidade do passado que legou ao mundo
uma repelente prtica sexual. Uma caracterstica do estilo
de vida impuro e deplorvel. De l derivou o nome Sodomia
(homossexualismo - Gnesis 19: 4-6). Aquela cidade foi
destruida com fogo e enxofre para que no restasse ne
nhum vestgio da imoralidade ali prevalecente.
Sodomia masculina ou feminina, batizadas de
homossexualismo ou lesbianismo, no importa, um peca
do execrvel, condenado pela Bblia (Lev. 18:22; 20:13;
Rom: 1:27).
A devassido da moral, da f, dos princpios, tm lo
grado xito na vida de alguns que se nomeiam fiis, e as
sim, as crianas geradas s escondidas no nascem, por
fora da vergonha, escrnio e temor. Esto fadadas ao
crime de aborto! Lamentvel!
Oh, Deus, meu Deus - como eu estava enganado.
Sim, Tua Palavra fiel.
"Porque o que eles fazem em oculto, at diz-
lo torpe" - Efsios 5:12.
UM ANJ O CHAMADO REGON
A
o pensar como possvel que uma pessoa que des
de os sete, at aos vinte e um anos de idade, tenha
ficado presa num nico aposento, sem os cuidados
maternos, sem brinquedos, sem carinho e amor, sem ver
a luz do dia, tendo contato com apenas uma pessoa, que
era mais um general do que um ser humano, tendo que
estudar o dia inteiro e rezar a cada vinte minutos, voc,
querido leitor, pode imaginar como poderia tal pessoa
ser normal.
A causa de eu no haver desenvolvido problemas men
tais foi a misericrdia de Deus e Seu terno cuidado. E tudo
isso eu s consigo perceber agora.
Um ano aps eu haver chegado ao Monastrio, algo
muito peculiar e interessante ocorreu, e, ao relembrar isto,
sinto at calafrios. Tenho certeza que eu teria ficado louco
se isto no ocorresse.
Acontece que, no claustro, as celas so individuais e
no h como o Monge Contemplativo ir de uma cela para
outra. O nico que visita as celas o Supervisor, no meu
caso, Dom Abade.
No entanto, certo dia, ao despertar logo de manh, eu
me deparei com uma figura interessante. Dentro de minha
cela estava um garoto de idade semelhante minha. Posso
me recordar vividamente daquele episdio.
Ele estava trajando uma veste branca como se folie
uma tnica. Levava um cinturo de couro na cintura, era
bem loiro, de olhos azuis e tinha uma voz linda.
Ao ver aquilo eu levei um enorme susto. Toquei nele,
para ver se ele era real, e perguntei quem ele era.
Ele disse chamar-se regon. Eu perguntei-lhe se era do
Mosteiro, mas isso ele no respondeu. Em seguida, me disse
que queria brincar. Eu me levantei para brincar com ele.
Naquele primeiro dia, a nossa conversa se resumiu a
apenas poucas palavras, mas a brincadeira foi muito boa.
Pela primeira vez em muitos meses eu podia brincar com
algum de idade semelhante. Pegamos a vela e comeamos
a derreter e fazer desenhos com ela no cho. Depois le
comeou a me contar histrias da Bblia e de uma forma
que eu nunca havia visto. Brincamos durante horas. Ento
simplesmente ele desapareceu.
Eu fiquei triste e sem vontade de fazer qualquer coisa,
pois logo ae cara j senti que este seria um grande amiao.
Senti muito sua falta naquela noite e ansiei de que o aia
chegasse logo e ele voltasse. No entanto, demorou uma
semana para que ele aparecesse novamente. Sempre que
ele vinha, nossas atividades se resumiam a histrias, brin
cadeiras, leitura da Bblia e outras coisas.
Certa vez ele me convidou a brincar de outra coisa.
Comeou a desenhar uns animais e me perguntou que ani
mais eram aqueles. Quando eu no sabia, ele me contava
um pouco sobre o animal e me mostrava tambm num livro
de cincias da minha biblioteca.
Uma outra coisa que ns fazamos era brincar de ho
menzinhos de argila. As paredes do Mosteiro eram todas
feitas de tijolos ae argila e eu comecei a rasp-los para
fazer a massa de moldar. Raspei tanto que certo dia apare
ceu um pequeno furo na parede e eu vi a luz do sol.
Acho que devia ser o lado de fora. Eu fiquei muito
feliz, pois h muito tempo eu no a via. Passei a olhar diari-
~----------------w"g~--'--------- ---------------------------- B K
cimento por aquele furinho e podia ver a grama, as formi
gas, a cnuva. Que timo!
Como eu j disse, o regon no gostava de imagens
de santos. Eu tinha muitas imagens na minha cela. Antes
dele entrar na minha vida, eu costumava brincar com elas.
Mas, quando ele comeou a freqentar minha cela, desco
bri que imagens no o agradavam muito.
Uma vez, ao estarmos brincando, peguei as imagens.
Imediatamente ele desapareceu. No outro dia, ele veio di
zendo que queria que eu parasse de brincar com elas e
tambm de rezar a elas. Disse que eu no devia rezar o
tero e que ele no gostava dessas coisas. Que eu no
devia ficar orando constantemente repetindo as mesmas coi
sas, e que a orao uma conversa sincera com Deus, e
no uma mera repetio de palavras.
Outra vez, quando eu estava cantando a msica de
consagrao Nossa Senhora, ele severamente me adver
tiu que no fizesse isso. Disse que aquilo no lhe fazia bem
e que se eu continuasse me consagrando a ela, ele no
poderia mais ter contato comigo.
Certa vez ele sumiu e no voltou. Fiquei pensando o
que teria acontecido. Como eu senti falta dele! Pensei que
Dom Abade o tivesse prendido em alguma cela e fiquei de
cidido a esclarecer os fatos. Estava ansioso de que ele vies
se logo dar a aula do dia. Logo aps eu haver ouvido seus
passos pelo corredor, meu corao disparou.
Ele veio para rezar comigo. Perauntei-lhe onde estava
o regon. Ele comeou a rir descaradamente. Disseque ali
no havia nenhum Oreaon. Eu nunca havia visto algum rir
assim. Eu lhe repreenai e disse que ele mesmo me havia
dito que os Monges nunca devem rir. Ele se explicou e disse
que eu estava deixando o Mosteiro e formando um amigo
imaginrio, e que isso no era bom.
Eu lhe pedi que parasse de me enganar, e que queria
que o regon ficasse comigo. Ele disse que eu estava fican-'
JL
do louco. Isso me irritou, Eu nunca sequer havia pensado
em desobedecer uma ordem direta de Dom Abade, mas,
desta vez, foi demais. Eu gritei e disse que queria ficar com
o Oregon. Queria que ele;viesse morar na minha cela. Ele
reafirmou que esse tal de Oregon no existia.
A porta do claustro estava aberta. Eu, num mpeto de
ousadia e liberdade empurrei Dom Abade e ele caiu. Cho
rando, sa correndo e gritando o nome do Oregon no corre
dor do claustro. Gritava pedindo socorro. Vi, por uns se
gundos, a minha liberdade. No entanto, aps alguns pas
sos, Dom Abade me alcanou e me segurando pelos cabe
los arrastou-me at minha cela.
Naquele dia eu apanhei como nunca havia apanhado.
Apanhei tanto que no conseguia falar nem me levantar.
Senti dor no corpo inteiro. Aps me bater, ele saiu da cela e
trancou a porta. Eu fiquei estirado no cho.
Quando eu pensei em levantar, desisti, pois tudo doa.
De tanta dor eu adormeci. Ao despertar, dei de cara com o
Oregon e lhe perguntei se o Dom Abade o tinha deixado
voltar. Perguntei tambm o por qu ele me havia deixado
sozinho. Comecei a chorar ae novo.
Ento, ele comeou a chorar como eu e a tocar nos
meus ferimentos. Chorou e chorou. Eu nunca o havia visto
chorar. Ento eu lhe pedi que ele nunca mais me abando*
nasse, nunca mais me deixasse sozinho. Ele estava sentado
ao meu lado e ainda chorando. Disse-me que nunca ia me
abandonar. Disse que era chegada a hora de sua partida.
Disse-me que no era Postulante e que morava no Cu.
Ao ele dizer isso, pedi-lhe que me levasse com ele. Ele
respondeu que eu estava crescendo e que ele deveria se
afastar de mim a partir daquele momento. Disse que sua
misso ali comigo havia terminado. Que desde o dia que
minha me me concebera, ele havia sido designado para
estar comigo. Num piscar de olhos ele desapareceu e eu
imaginei que nunca mais o veria.
Senti o corao pesado e imaginei que no consegui
ria resistir. Tentei pegar o vento imaginando estar seguran
do sua mo e percebi que tudo havia acabado. Entrei numa
depresso to profunda que durante as prximas semanas
no comia quase nada, s ficava deitado lembrando de to
das as nossas brincadeiras. Foram as piores semanas da
minha vida.
Certo dia, enquanto eu estava ainda em minhas horas
de depresso, orei a Deus e roguei-Lhe que me concedesse
ver apenas mais uma vez o meu amigo. Eu confiava em
Deus e tinha certeza que Ele me atenderia.
Da prxima vez que acordei, l estava ele. Eu fiquei
muito feliz e lhe perguntei o por qu de tudo aquilo estar1
acontecendo. Ele me disse que haviam coisas que eu no
deveria saber. Eu fiquei encabulado e perguntei-lhe se ele
ficaria comigo. Ele respondeu que no e que precisava par
tir para a casa dele.
Naquele instante algo muito incomum aconteceu. Ele
se transformou de um pequeno menino em um enorme anjo
com uma veste branca e com um cinturo de ouro na cintu
ra. Ele tinha quatro asas e brilhava muito. Quando ele me
xia suas asas, caa como um p de ouro delas.
Era a coisa mais perfeita que eu j havia visto. Com
uma voz melodiosa me disse que sempre estaria comigc.
Disse que ns nos reencontraramos quando eu entrasse
para o descanso de Deus, que a ressurreio para a vida
eterna, e que ele seria o primeiro a estar do meu lado na '
quele dia. Que ns estaramos juntos para sempre.
Eu estava assombrado. No sabia o que dizer ou pen
sar. Ele me disse que me amava muito e que estaria comigo
todos os dias da minha vida. Ento, apareceram uns feixes
de luz por cima dele e aquele p de ouro ficava caindo at o
cho. Ele comeou a subir mais e mais at desaparecer do
quarto. Eu corri e fiquei embaixo daquele "portal de luz", e
pude contemplar ele se distanciando mais e mais e se apro-
ximar de uma luz to forte que me impediu de discernir o
que era, a ponto de eu no mais poder v-lo por causa da
forte luz.
Logo depois disso, o feixe de luz se fechou e aquele p
de ouro desapareceu. Eu fiquei muito triste. Mas entendi
que j havia tido muitas bnos com o regon ao meu
lado. Sinto at hoje a sua falta em minha vida. Ele era a
coisa mais bela que Deus poderia ter me proporcionado.
CAPTULO^
l O
UM SONHO INCRVEL
Q
uando eu tinha quatorze anos, algo muito peculiar
me aconteceu. Neste perodo, eu estava muito in
deciso, chateado com a vida, pensando em meu
futuro, querendo saber se eu deveria continuar a crescer
academicamente como Professo Simples e fazer os votos
perptuos ou no. Nestas circunstncias, eu supliquei a Deus
que Ele interviesse em meu favor e me ajudasse a compre
ender o que fazer. Ento em determinada noite, um sonho
me perturbou o repouso. Este sonho se repetiu anos mais
tarae em ocasio oportuna.
Sonhei que eu estava do lado de fora do Mosteiro na
parte da frente. De repente vi uma carruagem, como aque
las antigas carruagens do velho oeste dos Estados Unidos,
vindo em minha direo. Em cima dela estava uma mulher
usando um vestido preto parecido com aqueles vestidos que
as mulheres usavam no sculo XIX, que tinham vrias saias
sobrepostas.
Ela se dirigiu a mim me chamando pelo nome que eu
tinha antes de entrar no Mosteiro.
- "V/for", disse ela, "vem aqui. Eu quero falar
com voc, pois tenho uma mensagem".
No posso conversar com voc, pois Monges no con
versam com mulheres, respondi. Ela ento insistiu at que
eu cedi e subi na carruagem, que comeou a andar atravs
de um caminho muito bonito, com rvores bem altas e fo*
lhas secas espalhadas no cho, sentindo uma brisa muito
gostosa.
- "Deus no est Se agradando da vida
que voc est levando, Vtor. No por voc
ser Monge que Deus te ama mais que os ou
tros. Para Deus no h maior ou menor. Todos
so iguais. No entanto, Ele tem um plano na
sua vida, um plano maravilhoso. Antes que
voc cumpra o plano que Ele tem, voc deve ,
conhecer o caminho".
Ento ela levantou um livro bem grande e pesado e
me dsse:
- "Vtor, voc sabe o que isso aqui?" Eu
respondi que no sabia. Ela d isse que aquilo "era
a Bblia, a vida. Voc s conhece a escrita.
Vtor, mas voc ainda no conhece a verdade.
Deus quer que voc seja um missionrio".
Mas eu j sou um missionrio de rezas, respondi.
- "No", disse ela, "voc um escravo das
rezas. Voc no sabe ainda o verdadeiro sig
nificado de falar com Deus, mas voc vai des
cobrir. Eu no posso te dizer que voc vai
viver muito, mas posso te dizer que muitas
almas conhecero a Deus pelo trabalho que
voc vai fazer. Agora volte para o Mosteiro".
Das rodas da carruagem comeou a sair fogo. Eu me
afastei e ela comeou a se distanciar. As folhas secas em
baixo delas pegavam fogo. Eu pude ouvir que a mulher
estava cantando. Aquela msica nunca havia ouvido. Vi a
carruagem ir se distanciando mais e mais. Quando eu olhei
mais ao longe, vi que havia uma grande escada que subia
da terra ao Cu. Ela era muito larga e brilhava como se
fosse de ouro. A carruagem se dirigiu quela escada e co
meou a subir Quando j estava subindo a certa altura, a
mulher virou para mim e erguendo o brao em sinal de
vitria, disse:
- "Um novo homem voc ser."
Em seguida eu acordei todo assustado e no consegui
mais esquecer o sonho durante uns bons meses. E entoToi
que Dom Abade me fez esquecer o sonho e me deu a enten
der que, tudo era fruto da minha imaginao como era tam
bm o regon.
CAPITULO-#/
11
O ENCONTRO COM O PAPA
A
ps haver completados vinte anos, terminei a minha
Graduao Diaconal e fui ordenado Dicono. Sabia
que aps esta ordenao, poderia ser ordenado Sa
cerdote. Alguns dos que eram ordenados da minha Ordem
eram ordenados pelo prprio Papa.
Eu fiquei com muita vontade de passar pela mesma
experincia. Perguntei a Dom Abade se isso poderia aconte
cer, ao que ele respondeu que sim. Ento, comeamos a nos
preparar, mexer com a documentao papal, com os docu
mentos para viajar, etc.
No ms de junho de 2002 ns comeamos a dar entra
da no pedido de Ordenao Sacerdotal. Eu ficava muito apre
ensivo. Queria muito sair logo do Mosteiro e ir para algum
lugar no importando qual. Desejava muito ir conhecer os
tmulos dos mrtires que haviam em Roma; desejava ver a
"pedra" que So Pedro viu, quero dizer, Baslica So Pedro.
Queria conhecer Roma e ver a enorme histria que ali
aconteceu e que eu ouvira por toda a minha "hospedagem",
no Mosteiro. Queria ver o Papa, aqueles que todos reveren
ciavam como se fosse um "deus", o grande porta-voz cat
lico. Todas estas ansiedades me assaltavam e eu no via a
hora do grande dia chegar.
A reposta chegou no ms de julho, aps o meu aniver
srio, mais precisamente no dia 15. No dia 30 ns j est-
vamos embarcando no avio para Roma. A viagem foi fas
cinante. Nunca havia visto um avio por dentro. Toda aaue-
la comida diferente, aquele barulho, os assentos, o banhei
ro, tudo para mim era novidade. As aeromoas e todas as
regrinhas de vo. Enfim, foi algo totalmente novo para mim.
Aps muitas horas, sobrevoamos Roma e pousamos.
Nos encaminhamos diretamente para uma casa de religio
sas. Aps descansarmos um pouco, Dom Abade comeou
a me explicar o que iria acontecer logo que chegssemos
no Vaticano. Disse que algum nos receberia e que eu
deveria ficar calmo. Que eu deveria ter em mente que o
Papa iria me fazer perguntas e eu precisava responde-las
corretamente. Disse que quando ele perguntasse se era
isso que eu queria mesmo {ser ordenado Padre) eu deveria
responder que sim.
Com estas instrues nos dirigimos ao Vaticano, Ao che
garmos l um Cardeal assessor do Papa nos recebeu. Man
dou que carregassem nossa bagagem e nos fez entrar num
aposento muito bonito, cheio de detalhes, muito ouro. Aps
nos dar algumas instrues de como agir na frente do Papa,
nos fez entrar no aposento em que o Papa se encontrava.
Ns entramos e eu me curvei em sinal de reverncia.
Quando eu olhei para ele, no vi nada de mais. Ainda
assim, me senti um tanto emocionado. Aquela figura velhi
nha, falando baixo e meio curvada. Ainda me lembro bem.
Ele se aproximou de mim, fez o sinal da santa cruz e me
abenoou. Ento comeamos uma entrevista. Ele pergunta
va para o Abade sobre mim, minha vida, meu comporta
mento, etc. Depois de tirar todas as dvidas, ele veio falar
comigo pessoalmente.
Ele me perguntou se era meu desejo mesmo ser orde
nado, se eu estava convicto de que queria isso mesmo. Eu
disse que no tinha certeza. Ele ento disse que quando eu
recebesse a beno dele eu teria a tal certeza. Disse que
aquilo iria me livrar de todas as minhas inquietaes e ten
taes; que eu iria me transformar, porque a ordenao
uma beno enviada por Deus. Confiante nestas palavras
eu sa com plena certeza de que tudo daria certo, e que
seria como ele havia me falado.
Aps isto, samos para uma missa e em seguida fo
mos nos acomodar Devamos estar bem descansados para
o dia seguinte que seria o grande dia da minha ordenao.
No dia seguinte, de manh, fui ordenado Padre numa mis
sa solene, monstica pelo santo Padre, o Papa. Aps a mis-,
sa de ordenao, tivemos os comes e bebes e muitos cum
primentos e saudaes, parabenizaes e congratulaes
de religiosos, Padres e Seminaristas. Eu estava completa
mente infeliz. Sentia que as palavras do Papa no eram
verdadeiras, pois aps a ordenao, eu estava mais confu
so e triste ainda.
Aps isso, retornamos para o Monastrio, e durante a
viagem, Dom Abade me disse que queria dar-me um pre
sente de ordenao: poder ver minha famlia, a qual eu no
via a quatorze anos, por um perodo de quatro aias.
A DEPRESSO DE NO SER FELIZ
N
o meu tempo no Monastrio eu nunca fui totalmen
te feliz. Alis eu nunca fui feliz. Aqui fora no mun
do, as pessoas da Igreja Catlica pensavam que eu
era feliz no Monastrio.
O engraado que, quando elas me viam celebrando
missas, se emocionavam. Aps a missa elas me paravam e
falavam:
- "Padre, voc no sabe a inveja que tenho de voc."
E eu dentro de mim, me questionava. A verdade que
todas as pessoas que se aproximavam de mim, falavam
vrias coisas como, por exemplo:
- "Sempre foi o meu sonho me tornar religiosa, mas
meus pais no permitiram."
E eu pensava: No sabem essas pessoas como viver
dentro de um Monastrio. Ali, lamentavelmente, no h ne
nhuma razo para se continuar a viver.
Li que as pessoas aqui fora so influenciadas pela apa
rncia, todavia, elas no conhecem o dia a dia de um Padre
ou de uma Freira.
No sabem os pecados mais impuros que possam ima-
ainar acontecer dentro dos Monastrios, por pessoas que,
despreparadas, sem fora espiritual, sem comprometimento
com a r, se abatem diante da fragilidade carnal.
J H - WIUI IUUQ VIII IT1UI 1^ IWIM U I IVH V
S assim eu pude ver como ser enganado!
Percebi mesmo uma certa m compreenso daquele
povo, e servi-me como um enganador que nunca falava
realmente o que acontece nos Conventos. Penso eu, basta
s esse povo usar a cabea, por exemplo:
Uns homens que no casam e umas mulheres que no
casam tambm, vivem s vezes em comunidades, quero di
zer, moram juntos em Conventos. Sei e j vi as brigas de
vassouras de Freiras com Freiras; cimes, invejas; tuao que
se possa imaginar.
Uma vez um Padre me revelou que seu maior trauma
foi ter vivido em comunidade, pois agora ele se transferiu
para a Diocese, quero dizer ele deixou de pertencer a uma
Congregao ou Ordem para ser diocesano.
Os Padres diocesanos no tem voto de pobreza e obe
dincia, eles s possuem voto de castidade e obedecem ao
Bispo. J os Padres religiosos pertencem a uma Congrega
o e seguem uma regra de vida de seu fundador e seu
Superior e moram com os demais Padres dessa Ordem.
Lembro-me tambm que esse mesmo Padre que me
disse estava traumatizado por ter vivido em uma comunida
de religiosa, contou-me que a maioria dos Seminaristas e
Freiras convivendo juntos se apegam efetivamente e podem
formar casais homossexuais.
Nossa, quando ouvi isso fiquei super envergonhado. E
pior, fiquei at com vergonha de sair na rua de hbito, pois
dentro ae mim comecei a imaginar que todos aue me viam de
hbito pensavam a mesma coisa que esse Paare me falou.
Ento sentia bastante vergonha de sair de hbito por
causa disso, e, de outras coisas mais! Eu nunca gostei de
usar o hbito, sofri muito, pois ele fazia bastante calor e me
tirava a liberdade de vivenciar minha vida livre.
As Freiras mesmo e os Padres no usam, mas muitos
cUes sentem mesmo vergonha de assumir que Padre e
Freira. J ouvi tantas declaraes que no d nem para
relatar.
Penso como era difcil viver realmente daquela forma;
s J esus sabe o quanto eu sofri. Sabe, pensava e refletia
muito na minha dor. Hoje tenho, claro, as minhas seqelas,
se eu pudesse dizer assim.
Toda vez quando eu saio com algum de carro comeo
a observar a rodovia com aquelas paisaqens belas. Eu acho
lindo e passo a pensar como desperdicei toda minha felici
dade dentro de um Monastrio, preso... encarcerado!
Viver isolado no bom mesmo!
Felizmente fui liberto, pude dar um adeus de vez para
a minha ex e eterna companheira que era a solido. Pude
definitivamente detonar minha outra indesejada amante que
era a depresso.
, que alegria poder dizer de vez - adeus Convento!
Desamoraaar a minha liberdade! Ter paz e alegria, olhar o
futuro sonhando realizar aquilo que normal entre a juven
tude: amar e ser amado. "Pois o amor um princpio que
nasce no corao de Deus e explode no corao do ser
humano."
Viver enclausurado foi sempre muito triste para mim!
Eu fui a pessoa que mais sofreu nesse mundo. Pode
at existir algum que tenha sofrido como eu, porm... mais,
impossvel Como foi duro para mim suportar a dor que
sofri quando descobri pela Bblia Sagrada, todo um cotejo
de inverdades que a Igreja Catlica, at ento, minha igreja
querida, havia me pregado durante toda minha vida.
Senti-me profundamente trado!
S eu sei como sofri ao saber que todo aquele sacrif
cio monasterial para alcanar a salvao era tudo em vo!
Decepcionado, mas profundamente alegre, me libertei
completamente. Nesta hora crucial encontrei a J esus Cristo,
apaixonei-me por Ele, me entreguei a Ele de corpo e alma,
pois s com Ele eu posso e sempre vou vencer
Quando ouvi a Sua doce voz eu disse sim com todo o
meu ser No pensei nem uma vez para no chegar a pen-
sar a segunda vez, Eu O amo e me entrego sempre a Ele.
Com Ele sou feliz e muito mais que vencedor.
- -------------------------------------------------
CAPITULO,
A MINHA CONVERSO
U
m certo dia j cansado de tudo e de todos, em minha
casa minha me percebeu que eu estava estressado
e me implorou para que eu fosse dar uma volta pela
cidade.
No entanto eu no quis, pois as pessoas me olhavam
muito e paravam para querer conversar comigo, pois eu
chamava bastante ateno com o hbito monstico; mas,
mesmo assim eu aceitei o conselho de minha me, e fui dar
uma volta pela cidade para conhecer um pouco como o
mundo aqui fora.
No decorrer desse passeio, tive vrios graus de
espiritualidade, que se entrechocaram dentro do meu ser,
invadindo minha alma anelante, inquiridora, sofredora.
Gosto de relatar assim, a minha converso a Cristo J esus.
Nunca contei por inteiro, dentro das mincias e particula
ridades, para ningum, sobre o que realmente aconteceu co
migo naquele dia, pois no sei se eles iriam acreditar em mim.
Bem, como esse livro no um livro comum, mas sim1
um dirio, vou relatar o que realmente aconteceu comigo.
Naquele dia to sombrio, assustador mas triunfante
de glria em minha vida, pude realmente encontrar a Cris
to J esus numa noite escura. Ah, meus pensamentos agora
se voltam para aquele ditoso dia. Bem, como eu estava
falando...
Comecei a procurar um ponto turstico que estava no
topo da cidade. Eu estava planejando rezar l o rosrio
para que eu pudesse tirar toda a dor que eu estava sentin
do, depois ae todas as verdades que mame me contou
sobre Dom Abade e sobre a morte ae meu pai.
De repente me encontrei perdido e com bastante medo,
pois no conhecia nenhuma cidade. Encontrei uma praa,
sentei, comecei a chorar e me criticar por estar sofrendo
tanto, pois eu achava que no merecia tanto sofrimento.
Comeou a cair uma chuva forte e todo molhado fi
quei; as pessoas que passavam de carro paravam e me
falavam:
- "Padre entra, ns vamos te dar uma carona", e eu
respondia: obrigado eu estou bem.
A chuva comeou a parar e voltei a procurar o ponto
histrico da cidade que se chamava "O Crstod", e eu no
encontrava. De repente vi dois rapazes do mesmo tamanho
e com roupas estranhas, tipo hbito e perguntei a eles:
- Vocs viram o Cristo? E eles responderam juntos:
- "Padre, Ele fica l em cima."
Eu sorri para eles e disse:
- Eu sei que Ele fica l.
E eles voltaram a repetir:
- "No Padre, com toda a sua dor voc no consegue
enxergar o que est na sua frente. Olhe l no alto."
E eu vi o ponto da cidade que era chamado de Cristo,
e de repente agradeci a esses dois rapazes e prossegui, mas
num minuto eu olhei para trs e no mais os vi. Eu fiquei
com bastante medo, pois no tinha cabimento eles sumirem
de tal forma assim.
Como estava ficando de noite e vi a ladeira que eu
tinha que subir para chegar finalmente at esse Cristo da
cidade, iniciei a subida com medo, porm, comecei a orar a
Deus de verdade.
Creio eu que naquele instante fiz, verdadeiramente,
minha primeira orao a Deus. Entre lgrimas eu pedia a
Ele que me mostrasse o caminho aue eu deveria seguir,
implorava pela minha felicidade, peai-Lhe que fizesse parar
essa dor que dilacerava o meu corao.
Fui subindo e clamando: O que eu fiz para merecer
isso tudo? Deus, me devolva a minha infncia, eu jamais
teria escolhido de me separar de meus pais. Em meio a
tremenda dor gritei sem que as palavras sassem pelos meus
lbios: Papai, eu queria muito estar ao seu lado quando
voc morreu.
De repente veio sobre mim uma ventania muito forte,
trazendo muita areia, inundando-me. Eu no conseguia en
xergar absolutamente nada. Ento, ouvi uma voz me cha
mando assim:
- "Vitor?" "Vtor?"
Limpei os olhos rapidamente, virando-me para onde
vinha essa voz. Ela soprava de um prdio. A ventania pa
rou, ento com bastante medo comecei a correr Neste ins
tante essa estranha ventania voltou com mais fora e nova
mente ouvi a voz a me chamar:
- "Dom Lucas?" ""Dom Lucas?"
Parei de correr, e olhei para onde vinha a voz. Incrvel,
vi uma placa que brilhava intensamente. Eu no consequia
enxergar direito pois a placa brilhava muito e auando eu
consegui visualizar completamente a placa, eu li e estava
escrito: "Igreja Adventista do Stimo Dia."
Eu fiquei paralisado, estranhando tudo isto, sem en
tender tudo que eu tinha visto. Quando voltei a mim, sa
correndo para casa e ao chegar, minha me perguntou:
- "Seus olhos esto machucados?"
Eu falei: eles esto ardendo muito. Ento minha mOe
me deu um colrio e pediu para eu ficar deitado em repouso.
Atendi ao seu conselho. Quando percebi que havia melho
rado, veio-me uma estranha e tremenda vontade de voltar
quele lugar, e sa imediatamente.
Quando cheguei novamente perto daquela placa
indicativa da Igreja Adventista do Stimo Dia, nada ao que
tinha acontecido ocorreu de novo. Fiquei absorto, olhando
para a placa; a comecei a ficar com medo e sentei num
banquinho fora da Igreja onde ficam umas plantas.
Era uma quarta-feira e li na placa que haveria culto
nesse dia e esperei e esperei... De repente chegou um homem
cujo nome Sr. J oaquim e me apresentei: Eu me chamo Dom
Lucas, sou um Padre e Monge. Ele disse que j sabia pois, j
tinha me visto na rua, e ento comeamos a conversar.
Foi realmente muito simptico comigo, como o at
hoje. Depois cheaou um senhor chamado Gomes, um obreiro
da Igreja. Depois de eu ter conversado bastante com ele,
este me relatou i ter passado por um Seminrio Catlico,
cujo fundador desta Ordem no vale ressaltar mais, bas
tante severo.
De repente foram chegando mais pessoas. Abriram a
Igreja e entramos. Assentados comodamente, o sr. Gomes
medisse:
- "Dom Lucas, voc bem vindo aqui", e eu respondi:
obrigado. Neste instante chega o Pastor Bertolino, que me
chamou para conversar l atrs da igreja; foi um papo super
legal.
Ele me fez vrias perguntas sobre a vida monstica e
eu fiz para ele vrias perguntas sobre os Adventistas e foi
assim nosso papo. Ele ficou bastante impressionado com a
forma como eu vivia no Convento, e depois do culto respon
di vrias perguntas de bastantes irmos da Igreja curiosos
em saber como a vida de um Monge recluso, e depois de
tanto falar fui para casa acompanhado pelo sr. Gomes.
Fomos conversando sobre Seminrios Catlicos e suas
regras de vida. Quando cheguei em casa fui direto para
cama; ao acordar, me senti renovado e feliz pela quebra da
regra da vida monstica que isola e impede um abrao fra
terno, um sorriso amigo. Ento corri para a minha me e
dei-lhe um forte e gostoso abrao.
O Pastor Bertolino havia me falado que era para ir na
igreja tarde, pois iria haver um encontro l e poderamos
conversar mais, e fui; e... Como eu me senti em casa dentro
da Igreja. Conversei muito com o Pastor
Admirei muito a sua famlia, ele comeou a perguntar
sobre mim, ento falei:
- Sou Dom Lucas, vivi 14 anos em recluso num
Monastrio. No Mosteiro os Monges rezam muito e no
comem carne. Acabei de ser ordenado Sacerdote na Baslica
So Pedro pelo santo Padre J oo Paulo II e tenho uma se-
mana e quatro dias para ficar em casa para rever minha
famlia que no via h 14 anos.
Ele ficou bastante surpreendido, e comeamos a estu
dar a Bblia. Como eu j havia tido noo da Bblia concorda
va com tudo. Ele me perguntou sobre o sbado e respondi:
- Pastor, faz parte dos mandamentos de Deus e eu no
Monastrio, em particular, guardava o sbado. Ento ele
sorriu e falou:
- "Dom Lucas, voc um Adventista e no sabe"; e eu
sorri, achei engraado ele falar isso, e ele me deu um livro
"O Grande Conflito". Li este livro todo na mesma noite que
eu ganhei, por ele pude descobrir J esus e Suas promessas
para mim numa noite escura.
Quando acabei de ler, realmente tomei a deciso por
Cristo J esus e senti dentro de mim uma forte brasa ardente
dizendo:
- "Voc encontrou o Caminho verdadeiro para ser fe
liz com J esus."
62 - Dirio de Um Monge Numa Noite Escura
Falei da minha deciso com o Pastor, ele ficou bastante
feliz e comecei com ele, em segredo, a sair pelo Distrito
Pastoral para conhecer as Igrejas Adventistas e, chegou um
dia que falei:
- Pastor, eu quero que minha me fique sabendo desse
meu desejo de me tornar Adventista, pois eu no a conhqo
direito, cheguei em casa agora depois de 14 anos, eu estou me
sentindo muito mal, pois s tenho quatro dias para ficar com
eles. No sei como ela ir reagir com essa minha deciso.
Depois de eu ter falado, relatei para o Pastor o que
aconteceu naquele dia que eu ouvi as vozes me chamarem,
ele virou para mim e disse:
- "Dom Lucas, Deus tem um plano na sua
vida. Realmente eu vou falar com sua me; se
ela no te aceitar mais em casa eu vou me
responsabilizar por voc; sem casa e sem co
mida voc no vai ficar."
Chegou o grande dia do Pastor falar com minha me e
ele contou tudo para ela o que aconteceu e eu pensei dentro
de mim: Pronto, no tenho mais casa. De repente minha
me falou:
- "Pastor; eu orei 14 anos para meu filho
sair dessa vida de Padre que ele levava, voc
no sabe da alegria que est me trazendo
hoje aqui em minha casa. O filho prdigo
voltou ao lar, pois o meu filho antes era sem
sabedoria, hoje ele a adquiriu."
Depois dessas palavras o Pastor virou e falou:
- "Pronto, Dom Lucas, nada impede a sua
deciso, sua prpria me te apoia e vai ficar
com voc at o fim."
Minha casa realmente ficou alegre, todos meus irmos
estavam felizes. Como eu falaria com Dom Abade sobre
essa minha deciso?
Quando ele soube, ligou para minha casa e discutiu
com minha me, dizendo que o prazo meu em casa aca-,
bou. Ao desligar o telefone, minha me falou:
- "Filho, ele no vai tomar voc de mim de
novo".
Ento criei coragem, liguei para Dom Abade e disse
destemidamente: no vou voltar, quero um tempo para re
fletir melhor sobre minha vocao monstica. Vou para os
Estados Unidos passar um tempo, depois eu volto para fa
lar-lhe sobre minha deciso.
Ele retrucou:
- "Voc est louco, isso no tem nenhum
cabimento
Eu repeti: Dom Abade, esta a minha deciso! Ele,
ento, gritou:
- "Vou te buscar a onde voc est."
Respondi com autoridade: Voc no poder mais me
agredir at eu sangrar de dor, pois estou livre e hoje estou
embarcando, adeus. Apesar de todo sofrimento que voc
me fez passar, apesar das falsas verdades sobre minha fa
mlia que voc me contava, eu te amo, e desliguei.
Minha me trocou o nmero do telefone. Conheo Dom
Abade, sei que ele no viria me buscar, o gnio alemo dele
nunca deixaria ele se humilhar. S recebi uma carta dele
falando: "Cuidado, guarde bem sua lngua, reze
Virgem e volte logo para o Monastrio."
Dom Abade pensava que eu iria trazer tona as coi
sas passadas que aconteceram na vda dele, que ele mesmo
me falou. O que importava no a vida dele, mas sim o
que eu vi com meus olhos e vivi. No era recomendado
dizer para ele que Iria tornar-me Adventista. E foi assim
minha deciso pelo batismo verdadeiro.
CAPITULOj t
9
A PERSEGUIO
S
ofri muito com um lado que nunca pensei que ia so
frer. Comearam as ameaas de pessoas que se acha
vam catlicas demais para ver um Sacerdote Monge
desistir de sua vocao para se tornar Adventista.
A notcia vazou pela cidade, comecei a receber vrias
ameaas que nunca quis passar para minha me e para
meus irmos da Igreja; aguentei tudo s por uma causa
verdadeira, o batismo.
Como sofri, no gosto nem de dizer! Alguns Padres,
amigos meus, me criticaram at eu chegar ao poo das an
gstias. Ora, vinha eu ainda novo ao mundo, descobrindo
a Verdade de Cristo, e eles me atacaram de vrias formas,
fora o drama que Dom Abade me fazia passar. No sei se
ele sabe que me tornei Adventista. Creio que no!
Mas..., voltando a perseguio. Eu pensei que seria
normal sofrer perseguio dos Padres e da Diocese, mas
nunca havia pensado que sofreria da prpria Igreja onde
eu estava querendo ingressar.
No comeo quando comecei a ir a Igreja conheci os
irmos, eles foram amigos para mim, mas existiram uns trs
que fingiam ser meus amigos, certamente queriam me ver
derrotado.
No vou relatar os seus nomes, mas darei nomes de
fantasias: um irmo se chamava "Elac" e sua mulher "Nei",
OO ~ Ui ar i o ae um monge numu i>Kum
eles foram como uns verdadeiros amigos para mim. Gostei
muito da sobrinha da "Nei", ela estava na cidade para fa
zer um curso de cabeleireira e senti que eles eram muito
amigos de Deus.
O seu filho uma graa de criana, gosto de relatar
tudo no livro, pois sou fiel em tudo que passei at chegar a
Cristo. O irmo "Elac" comeou a falar de mim para os
irmos da igreja, que era impossvel ter vivido tudo aquilo
que vivi.
Uma certa vez de tanto que ele me perseguia chegou a
falar com um irmo, "Disel", e esse irmo falou:
- "'Elac7, quem tem um corao sujo como o su
que pensa isso, basta olhar para os olhos dele que
voc ir ver que ele realmente viveu isso tudo."
O irmo "Elac" no aceitava mesmo minha conver
so. Fiquei um dia sabendo que sua esposa "Nei" se juntou
com as outras irms e tentou polui-las contra mim, falando
o mesmo que seu marido falava e, como se no bastasse, o
irmo "Elac" conseguiu apoio de uma outra irm que uma
ex-macumbeira e se converteu para J esus e os trs comea
ram a falar contra mim.
Fiquei bastante depressivo quando eu descobri isso,
pois eles me viam na igreja e falavam: "Feliz sbado, ir
mo", como se me amassem. Eu sentia uma grande vonta
de de dizer ao irmo "Elac" e a sua esposa "Nei" o que
J esus disse:
- "No julgueis para no serdes julgados. J ogue a
primeira pedra quem no tem pecado" (Mateus 7:], J oo
8:7).
Mas, pude eu, com apoio de todos da igreja e vrias
oraes, dar a volta por cima. Mas era bastante difcil para
mim compreender tal atitude desses irmos.
Depois do irmo "Elac" e "Nei" ficarem sabendo que
eu era uma pessoa que tinha uma famlia distinta, pararam
um pouco de me perseguir, mas, lamentavelmente, eu sentia
a inveja roendo o irmo "Elac."
Quando ele soube que tudo que falou caiu por terra, e
quando sa da cidade para uma certa Instituio da Igreja
Adventista, ele viu que nada adiantou falar inverdades con
tra uma pessoa. Que pena, abrir nossa boca para prejudi
car o prximo, sem argumentos verdadeiros.
Sempre quando eu chorava pelas acusaes desse ir
mo, eu me lembrava da frase que madre Tereza de Calcut'
falava:
- - . --------------------
"Se voc for apedrejado de mentiras - sorria!
Se um dia teus amigos te darem as costas;
Existe Um que nunca te dar;
Esse amigo se chama J esus."
Foi assim que venci. Enfrentar perseguies tendo J e
sus como amigo.
Isso, carssimo leitor, prova que mesmo que nossos pr
prios irmos de f critiquem e se virem contra ns, nunca
desista da igreja verdadeira de Cristo J esus, Ele dar fora a
voc como me deu, para continuar no posto do dever.
Irmos "Elac" e "Nei" so daqueles que precisam de
uma renovao espiritual. Imagine se os apstolos e segui
dores de Cristo no acreditassem na converso de Paulo e
Maria Madalena?
Nunca devemos julgar!
Com isso tudo que passei no queria eu desistir do
batismo, mas chegou uma hora que realmente desanimei
com tudo, pensei: Ser que estou tomando a deciso certa?
E retomei a pensar: Sim, eu sei que ouvi aquelas vozes
me chamando, agora eu sei que descobri a Verdade, mas...
Mesmo assim queria eu desistir e voltar para o Monastrio,
se no fosse um sonho peculiar.
CAPITULO
SONHO COM ELLEN WHITE
M
esmo querendo me batizar e sabendo que a igreja
era verdadeira, eu me decidi a voltar para o
Monastrio onde eu vivera por todos esses anos.
J decidido falei com minha me, ela ficou bastante
triste e falou:
- "Vou sair hoje para no ver voc indo
para nunca mais voltar, como se eu tivesse
voc de novo em meus braos e eu te deixar
escapar novamente/'
Emocionada, minha me saiu e me abraou dizendo:
- "Eu te amo, esse mundo nos separou,
mas sei que vou encontrar voc, meu filho, na
Nova Terra."
Minha me pertence a uma Congregao Evanglica e
firme no que ela acredita, mesmo assim arrumei a mala e
nem ia avisar ao Pastor, a ningum, mas resolvi dormir um
pouco para depois viajar.
Deixei o hbito em cima da cama junto a Bblia que
ganhei do Pastor e fiquei meditando que caminho devo se
guir: a Verdade ou os costumes monsticos?
Ao deitar-me lembrei de um sonho que tive com 14
anos, quando eu estava no Monastrio, confuso, pois eu ia
70 - Dirio de Um Monge Numa Noite Escura
fazer os votos perptuos (quero dizer: me tornar Monge
eternamente, deixar de ser um Professo Simples), e eu no
sabia se realmente era o que eu queria - ou fazer os votos
ou renovar por mais trs anos.
No meio dessa confuso fui dormir e sonhei que eu
estava do lado de fora do Monastrio e vi uma senhora
numa carroa me chamando:
- "D. Lucas, quero conversar com voc
E eu respondi: Monges no podem conversar com
mulheres. Voc Nossa Senhora ou uma santa? Ela porm,
no respondeu a minha pergunta. No sei o que me deu e
subi em sua carroa e reparei que seus trajes eram bastan
tes medievais; e perguntei:
- O que voc quer comigo? Ela respondeu:
- "No sou eu que quero algo de voc,
mas sim Deus, que enviou Seu prprio filho
a morrer numa cruz por mim e por voc. Ele
quer de voc algo verdadeiro hoje. Deus ou
viu sua orao. Deus nunca Se agradou do
sofrimento dos Seus servos e voc est so
frendo muito. Deus tem um plano para voc,
como teve para mim, mas os planos de Deus
so diferentes. Eu tive um e voc ter o seu.
O seu lugar pregando o evangelho para
todas essas almas que no mundo vo cho
rando sem conhecer a verdadeira palavra
de Deus."
E eu perguntei:
- Como vou fazer isso sendo que eu sou Monge reclu
so? Ela me respondeu:
- "Um dia voc sair desse luaar onde
voc vive e vencer todas as suas barreiras,
tanto internas quanto externas."
Quando olhei para o seu lado vi que ela pegava um
enorme livro e eu fiquei bastante impressionado. Como ela
levantava com uma grande facilidade aquele livro. Ento
ela se voltou para mim e disse:
- "Voc conhece isso?"
Eu perguntei: que livro esse?
- Ela disse, " o livro que nos d o sustento
espiritual, voc conhece a escrita dele, mas o
enfenc/Zmenfo mesmo voc no compreende,
mas ainda vai compreender/'
Percebi que ela falava da Bblia, e estava bastante emo
cionada quando me disse tais palavras. Ento ela voltou a
dizer:
- "Agora desa da carroa."
Eu desci e perguntei: Quem voc? Ela respondeu:
- "Uma simples mensageira do Senhor;
pois minha mensagem est aada para voc"
Eu voltei a falar: como vou voltar para o Mosteiro? Ela
falou:
- "O mesmo caminho que voc um dia
encontrar a Cristo vai ser o caminho que voc
ir encontrar a Deus."
Ento, quando ela saiu com a carroa, vi fogo sair das
rodas e fiquei com medo de me queimar. Ao subir a carroa
ao cu, antes de sumir de minha vista, ela falou:
- "Dom Lucas, um novo homem, voc vai
nascer."
Ao acordar desse sonho to real, tinha no meu enten
dimento ser Nossa Senhora querendo que eu fosse Monge
e depois missionrio. Ento fiz os votos perptuos e com o
tempo esqueci um pouco esse sonho.
Mas..., voltando! Quando eu ia embora, fui na casa
do Pastor dizer que queria retornar para o Monastrio, mas
eu no conseguia dizer que realmente estava decidido a
voltar para l e no me batizar.
Reparei que no seu computador tinha umas imagens e
olhei quando apareceu a foto da mulher que eu havia visto
no meu sonho quando tinha eu 14 anos, e fiquei com medo,
pois no estava eu adaptado a tecnologia ainda e pensei
realmente nessa senhora que eu, longe de imaginar, era a
mensageira dos Adventistas.
Ento falei com o Pastor o que eu tinha sonhado e
perguntei quem era aquela mulher, ele ficou bastante sur
preendido e faiou:
- "D. Lucas, esta mulher do seu sonho, ,
sem dvidas, Ellen White."
Ele me falou do ministrio dela, e com mincias contou
vrios episdios de sua vida. Falou-me que ela possua uma
enorme Bblia, o que me veio mente para acreditar que
fora esta, de fato, a mulher do meu sonno.
Sem nenhuma dvida, o Pastor me provou que real
mente era ela e falou que ela a autora do livro "O Grande
Conflito", que j supera a casa dos 5 milhes de exempla
res no mundo.
Pronto, eu estava convencido da verdade. Quando
esse fato ocorreu, veio a esclarecer tudo, me converti e
no pude mais voltar atrs. Deus usou as vozes, essa foto
e outras coisas para que eu pudesse encontrar o caminho
da Verdade.
Conversei com outro Pastor amigo, este me garantiu
que Ellen White no est viva e sim, descansando na sepul
tura, aguardando a ressurreio, mas Deus em Sua infinita
misericrdia usou esse meio para me convencer de vez da
Vtrdade, pois um Padre Monge como eu, precisava de algo
mais a acontecer comigo para eu realmente me batizar.
E foi assim, que numa tarde de sbado desci as guas
batismais, exatamente como ensina a Bbl ia, o batismo por
imerso, sabendo de tudo que Deus fez por mim.
Deus ainda mora em nosso meio, basta deixar Ele en
trar em nossa vida para nos fazer renascer
CAPITULO
FATORES QUE AFASTARAM A
IGREJ A CATLICA DA BBLIA
I
nfelizmente, a Igreja que conhecemos hoje, com o nome
de Igreja Catlica Apostlica Romana, nada mais tem a
ver com a Igreja primitiva.
O seu desvio da Verdade foi paulatino; medida que
os anos foram passando ficava mais e mais a marca indel-'
vel daqueles que no tiveram compromisso com a Verdade,
que no estavam interessados em seguir os ensinamentos
do Senhor e Mestre, atravs da Sua Palavra.
Podemos verificar isto claramente nas informaes que
a histria nos fornece como segue. Quero que vocs, cars
simos leitores, percebam que o processo foi gradual e peno
so. Vejamos:
Ano 33-196 d.C. - Durante todo este perodo
no houve mudanas significativas, especialmente nada
que se caracterizasse como anti-bblica.
Ano 197 d.C. - Comea um movimento hertico>co
mandado pelo Bispo de Roma contra a divindade de J esus.
Ano 217 d.C. - A heresia toma mais corpo ainda,
desta feita, sob a liderana de um novo Bispo chamado
Calixto, trazendo ainda mais conluso combalida Igreja.
Ano 310 d.C. - O conhecido "Santo Antnio" de
Alexandria introduziu a vida em Mosteiro no Egito.
76 - Dirio de Um Monge Numa Noite Escura
"Mos, esses primeiros Monges procuravam no traba
lho comum que faziam, o seu prprio sustentoA
partir da, a vida monstica passou a ser praticada
como forma de piedade.
Ano 370 d.C. - Depois de cem anos de relativa
calma, inicia-se um dos perodos mais negros da his
tria da Igreja, quando Baslio de Cesaria e Gregrio
de Nazianzo introduzem o culto aos santos. Alm dis
so, aparecem o incensrio, paramentos e altares, mos
trando j a forte influncia aos pagos que adentravam
a Igreja, sem uma experincia de converso.
Ano 400 d.C. - Neste ano, foi introduzido uma
das maiores heresias da Igreja: a orao pelos mortos
e o sinal da cruz, feito no ar.
Ano 431 d.C. - Comea surgir Maria no cenrio
catlico romano. A virgem Maria proclamada ofici
almente a "me de Deus."
Ano 440 d.C. - Aqui surge o Bispo Leo I, o
p/imeiro a sustentar sua autoridade sobre os demais.
E considerado pelos historiadores como sendo o pri
meiro Papa, embora no fosse oficialmente.
Ano 593 d.C. - Atravessou-se mais um grande
perodo sem muitas mudanas significativas, quando
surge neste ano mais uma grande heresia: o dogma
do purgatrio comea a ser ensinado com perspectiva
de muitos lucros para a Igreja.
Ano 00 d.C. - Neste ano surgem mais duas
mudanas significativas: o Papa Gregrio I institui o
ofcio da missa, e o latim passa a ser usado como
lngua oficial nas cerimnias religiosas.
Ano 609 d.C. - Aqui comea oficialmente o papado
como o poder central mantendo sob suas rdeas toda
a hierarquia catlica romana.
Ano 758 d.C. - Por influncia de religiosos do
Oriente, introduz-se como dogma em todos os domni
os da Igreja Catlica Romana, a confisso de pecados
aos Padres, conhecida como Confisso Auricular.
Ano 789 d.C - Realiza-se o segundo Conclio de
Nicia, quando decidem os Bispos introduzir por de
creto as imagens de escultura e relquias religiosas.
Ano 919 d.C. - Pela primeira vez na histria da
Igreja Catlica encontra-se o registro da observncia
festa da assuno de Maria. Isto , admitia-se ofici
almente que Maria tinha subido ao Cu, em forma
corprea, assim como aconteceu com J esus Cristo.
Nota: Que aberrao! Nunca acreditei nisso, mesmo
com Dom Abade me falando em vrios ngulos.
Ano 880 d.C. - Decreta-se a prtica de canoni
zarem-se os santos, atribuindo a si, o Papa, esse di
reito. Para isso, estabeleceu-se que seria necessrio
organizar-se um programa de processos onde se re
gistraria todas as "provas" de "curas" e "milagres"
que estes beatos teriam realizado em vida, aps a
sua morte. Este processo seguiria um ritual atravs
da hierarquia existente at cnegar ao Papa que faria
o julgamento final.
Ano 998 d.C. - Por decreto papal estabelecido
o Dia de Finados, quando todas as Parquias e fiis
deveriam reverenciar aos seus mortos visitando-os em
suas sepulturas, dedicando-lhes missas. Neste mesmo
ano, tambm cria-se o dogma da Quaresma.
Ano 1074 d.C. - O Papa Gregrio VII probe o
casamento dos Padres. No ano seguinte os Padres j
casados deveriam divorciar-se de suas esposas com-
pulsoriamente, criando um grande problema social para
as ex-esposas e seus filhos queridos.
78 - Dirio de Um Monge Numa Noite Escura
Ano 1090 d.C. - Pela primeira vez usa-se o ros
rio como meio de penitncia e repetio de rezas. O
introdutor dessa discrepncia foi Pedro, o eremita.
Ano 1095 d.C. - O Papa estabeleceu as indulgn
cias plenrias, quando o fiel atravs de pagamento de
uma quantia estabelecida pelo Clero, teria o perdo de
seus pecados, por um perodo pr-determinado.
Ano 1100 d. C. - O Papa decreta que doravante
as missas para serem oficiadas, deveriam ser pagas
pelos fiis. Tambm neste ano inicia-se a prtica do
Culto aos Anjos.
Ano 1115 d.C. - A Confisso Auricular trans
formada em artigo de f.
Ano 1125 d.C. - Surge a idia da Imaculada
Conceio d Maria. Os seus idealizadores foram os
Cnegos de Lion.
Ano 1160 d.C. - O Papa estabelece como dogma
a Regra de F com os Sete Sacramentos.
Ano 1186 d.C. - Neste ano surgiu a maior aberra
o de toda a histria da Igreia Catlica, a malfadada
"Santa Inquisio". Quantos males trouxe aopovo de Deus.
Quantas pessoas foram mortas pela sua fidelidade aos
princpios emanados da Bblia Sagrada. O responsvel
por isso foi o Conclio de Verona realizado na Itlia.
Ano 1190 d.C. - Noventa e cinco anos aps a
criao das Indulgncias, ela agora definitivamente
regulamentada.
Ano 1200 d.C. - Introduo definitiva do uso do
Rosrio por So Domingos, chefe supremo da "Santa
Inquisio."
Ano 1213 d.C. - Aparece pela primeira vez o
dogma da Transubstanciao, e j transformado em
i
Artigo de F. Neste mesmo ano, o quarto Conclio de
Latrao realizado em Roma, definitivamente transfor
ma a Confisso Auricular em doutrina.
Ano 1220 d.C. - Surge a adorao a Hstia. Seis
anos depois a prtica de sua elevao durante a liturgia.
Ano 1229 d.C. - Realiza-se o Conclio de Talosa
e probe-se aos leigos a leitura da Bblia.
Ano 1264 d.C. - Pela primeira vez realiza-se a
festa do Sagrado Corao de J esus.
Ano 1303 d.C. - A Iqreia Catlica proclama-se a
nica igreja verdadeira, e que somente nela o homem
poderia encontrar salvao.
Ano 1311 d.C. - ordenada pela primeira vez a
realizao da procisso do Santssimo Sacramento.
Ano 1317 d.C. - O Papa J oo XXII ordena aos fieis
que seja feita a orao a Maria, a famosa "Ave Maria."
Ano 1414 d.C. - Define-se que a Hstia deveria
ser o nico elemento a ser usado nas missas, em detri
mento do po usado pelo Senhor J esus na ltima Ceia
bem como pelos discpulos na Igreja Primitiva; a partir
da o clice ficou restrito aos sacerdotes.
Ano 1439 d.C. - Por decreto, o Papa transforma os
Sete Sacramentos e o dogma do Purgatrio em Artigo de F.
Ano 1546 d.C. - O Papa mais uma vez afasta a
Igreja da Palavra de Deus, conferindo tradio a
mesma autoridade da Bblia Sagrada.
Ano 1547 d.C. - O Conclio de Trento transforma
em lei os Sete Sacramentos.
Ano 1562 d.C. - A missa declarada
propiciatria, com poderes para perdoar pecados e
confirma-se o culto aos santos.
Ano 1563 d.C. - Volta a se reunir o Conclio d
Trento e confirma a doutrina do Purgatrio.
Ano 1573 d.C. - A Bblia sofre outro ataque da
Igreja Catlica: acrescenta-lhe os livros deuterocannicos,
ou como so conhecidos, - apcrifos.
Ano 1854 d.C. - Finalmente define-se o dogma
da "Imaculada Conceio de Maria" pelo Papa Pio IX,
na sua bula ineffabilis Deus, em 8 de dezembro.
Ano 1864 d.C. - Atravs de um Conclio realiza
do no Vaticano, faz-se declarao da autoridade pa
pa/ sobre toda a Igreja, e seis anos depois, em 1870,
de que ele infalvel.
Ano 1950 d.C. - A Igreja transforma em Artigo
de F a assuno de Maria.
S quero dizer que a minha pesquisa no parou a,
bastam que leiam as freqentes encclicas promulgadas pelo
Papa J oo Paulo II para ver que o processo de afastamento
da Igreja Catlica continua, por isso entendo que a Igreja
Catlica continua a mesma.
possvel que haja diferenas que se apresentam nas
diferentes pocas, cidades e pases, todavia isso no passa
de um processo, creo eu, uma metamorfose, quando se
adapta as realidades.
Em alguns locais, ela persegue os seus opositores usan
do de todos os meios, mesmo inescrupulosos, em outros
mascara-se com o ecumenismo, aparentemente aproximan
do -se dos que ela chama "irmos separados", mas o que
pretendem ae fato anular a ao evangelizadora da ver
dadeira igreja do Senhor J esus tentando passar a idia aos
seus fiis, de que agora tudo igual.
CAPTULOr j f
17/
SALVAO PELAS OBRAS
A
Igreja Catlica Apostlica Romana ensina que exis
tem muitas maneiras pelas quais o fiel poaer al
canar a salvao. Para isso a atuao de Maria
fundamental. As missas, penitncias, o perdo dos Padres,
Papas, etc.
Como se tudo isso no bastasse, ainda existem as boas
obras como meio de obter os favores do Cu. No entanto, a
Palavra de Deus nos ensina que as boas obras so nossa
obrigao, e que, praticando-a, to somente continuamos
como servos inteis.
Veja o que J esus disse:
"Quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei:
fizemos somente o que devamos fazer." - Lucas 17:10.
Impor boas obras como meio de salvao uma for
ma repreensvel de agir daqueles que deveriam conhecer a
Palavra de Deus.
O prprio apstolo Pedro se manifestou assim, sobre
a imposio de prticas religiosas:
"Agora, pois, porque tentais a Deus pondo sobre a
cerviz dos discpulos um jugo que nem vossos pais
nem ns podemos suportarT - tos 15:10.
Penso eu que viver como vivi num Monastrio, nflo
modificou minha situao diante de Deus. Na carta de Pau
lo Igreja Romana, ele se expressa assim:
"Como est escrito: No h um justo sequer." - Ro
manos 3:10. E no versculo 23, diz: "Porque todos
pecorom e destitudos esto da glria de Deus."
Para mim, durante minha converso, a Bblia muito
clara em todos os seus ensinos. O homem no pode susten
tar suas desculpas diante dela. Vejamos o que ela nos diz
sobre o assunto, este magnfico texto:
r - - - - -
"Sabemos que o homem no justificado pelas obras
da leif mas pela f em J esus Cristo. Temos tambm crido
em J esus Cristo para sermos justificados pela f de Cris
to e no pelas obras da lei; porque pelas obras da lei
nenhuma carne ser justificada- Glatas 2:16.
v --
Fica portanto claro que o homem no pode ser jus
tificado pelas obras, mas sim pela sua f em Cristo, como
tambm qualquer hiptese ae justificao pelas obras
fica excluda. A salvao to somente pela f em J esus
Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo
(J oo 1:29).
Quem pretende basear sua salvao em obras, cuida
do, porque eu passei 14 anos dentro de uma cela em busca
disso e voc est correndo srio risco de no ter salvao.
"Todos aqueles que so das obras da lei, esto de
baixo de maldio, porque est escrito: maldito todo
aquele que no permanecer em todas as coisas que
esto escritas no livro do lei, para faz-las. E evidente
que pela lei ningum ser justificado diante de Deus,
porque o justo viver pela f." - Glatas 3:10-11.
Saiba que J esus a nica sa ida para o problema da
perdio eterna, por isso Ele Se fez maldio no madeiro
por ns (Glatas 3:13).
Nem tudo est perdido, ainda existe soluo, basta
receber a J esus Cristo como Salvador pessoal, sendo as
sim justificado, para estar debaixo da graa de Cristo
(Glatas 5:4).
O homem dos nossos dias, geralmente, s busca a
J esus quando tem uma necessidade premente, e que no
foi resolvida pelos caminhos que est acostumado a per
correr.
Primeiro busca os seus santos, a benzedeira, a simpa
tia, os mdicos; e quando tudo parece falhar, a ento busca1
a J esus. Mas, assim mesmo, no como o Salvador, mas sim
como um servial que o possa livrar do mal.
Entretanto, J esus repudia os que assim agem e re
preende-os como fez com aquela multido que O pro
curava em Cafarnaum, logo aepois da multiplicao dos
pes, dizendo a eles que O procuravam no pelos si
nais que contemplavam, mas pelo po que saciava a sua
fome.
O povo sempre assim, interesseiro (J oo 6:26-27).
Est interessado naquilo que pode receber. Quando pratica
a boa obra pensa nos privilgios oriundos de sua ao, em
vez de faz-lo sem qualquer interesse, a no ser servir
Depois de repreendidos por J esus, perguntaram o que
deveriam fazer para executarem as obras de Deus. Ento
J esus disse que a obra de Deus crer Naquele que Deus
enviou (J oao 6:29).
No! No precisamos de boas obras para a nossa
salvao, basta crermos em J esus Cristo como nosso Salva
dor pessoal, como Ele mesmo afirmou no Evangelho. Vale a
pena transcrev-lo:
"Para que todo aquele que nEle crer, no perea,
mas tenha a vida eterna, porque Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o Seu Filho Unignito, para
que todo aquele que nEle crer no perea, mas tenha
a vida eterna" - J oo 3:15-16.
CAPITULO//}
lo
A CASTIDADE DOS
PADRES E RELIGIOSAS
E
ste dogma da Igreja Catlica Romana, cremos, o
que tem causado mais males sociedade, colocando
no mundo filhos bastardos, rejeitados, carregando nos
seus ombros o doloroso estigma de "filhos de Padre."
Como sempre, os dogmas catlicos tem fundamento
na chamada Tradio. Mesmo quando baseadas em supo
sies, sem qualquer argumento bblico.
Alicerando-se em Pedro, alegando que ele no era
casado, e de que as recomendaes de So Paulo era
de que o Padre no deveria casar
Todas estas afirmaes so falsas, sem qualquer
embasamento bblico. E fcil provar com a Bblia que Pedro
era casado. Confirmem:
r, ...................... ....... ......
"Ora, levantando-Se J esus da Sinagoga,
entrou em casa de Simo; e a sogra de Si-
mo [Pedro] estava enferma com muita fe
bre!, e rogaram-lhe por ela. E, inclinando-se
para ela, repreendeu a febre, e esta a dei
xou. E, ela, levantando-se logo, servia-os."
- Lucas 4:38-39.
^ ....... - .............
"E J esus, entrando em casa de Pedro, viu a sogra
deste jazendo com febre. E tocou-lbe na mo, e o fe
bre a deixou; e levantando-se, servia-os." - Mateus
8:14-15.
"E a sogra de Simo estava deitada com febre; e
logo lhe falaram dela. Ento, chegando~se a ela, to
mou-a pela mo, e levantou-a; e a febre a deixou, e
servia-os" - Marcos 1:30-31.
V ;
"No temos direito de levar uma mulher irm, como
tambm os demais apstolos, e os irmos do Senhor, e
Cefas?" - 1Corntios 9:5.
Quanto a So Paulo, jamais ensinou tal aberrao.
Em primeiro lugar, no texto de 1Corntios 7, h um esclare
cimento que no se trata de um mandamento do Senhor, e
sim de uma opinio particular do apstolo (v. <5).
Pelo que deduzimos, Paulo era vivo, e um mission
rio itinerante, trazendo-lhe esta condio, segundo sua opi
nio particular, certas vantagens sobre os demais apstolos
casados (/ Cor. 9:5).
Todavia, o seu ensino era de que convinha ao Bispo
ser "irrepreensvel e marido de uma s mulher" (/ Ti
mteo 3:2). Portanto, no h qualquer possibilidade de pen
sar que ele iria ensinar de forma diferente.
Em I Corntios 7:8, So Paulo diz que gostaria que
todos os homens fossem como ele, e no somente os
vocacionados por Deus para Seu ministrio, mas que cada
um tem o seu prprio dom, um duma maneira, outro de
outra maneira, e que aqueles que "no pudessem se con
ter, que se casassem, porque assim seria melhor que
viver se abrasando" [v. 9).
Percebam que se trata claramente de uma opinio par
ticular e no de um mandamento, mas mesmo assim, no
h base para o celibato, porque ele prprio recomendou
que os Bispos deveriam ser casados e irrepreensveis.
A idia de celibato nunca existiu na Igreja Primitiva, foi
somente no ano de 1074 d.C. que o Papa Gregrio VII
decretou ser obrigatrio o celibato. No esqueam que a,
esta altura a Igreja de Roma j no tinha mais qualquer tipo
de ligao com aquelas igrejas que permaneceram fiis s
doutrinas e prticas da Bblia.
No ano seguinte, 1075 d.C., veio outro decreto do mes
mo Papa, ainda mais duro, determinando que todos os Pa
dres j casados teriam que divorciar-se de suas esposas com-
pulsoriamente, gerando uma grande insatisfao, mas so
bretudo, um grande problema social, lanando, tragicamen
te, ao mundo, mulheres abandonadas e filhos rejeitados.
Entretanto, os Padres que tm deixado a batina, de
nunciam de que a razo da Igreja Catlica no permitir o
casamento dos Padres para que eles, ao morrerem, no
deixem herdeiros, a no ser para a prpria Igreja Catlica
Apostlica Romana.
Lembre-se que lhes imposto tambm, ao serem orde
nados, votos de pobreza. Quem deve ser rico a Igreja com
seus palcios, emissoras de rdio, televiso, empresas di
versas, inclusive bancos como o Ambrosiano da Itlia.
Concluindo, queremos lembrar que o casamento uma
instituio divina, alis, admitida pelos prprios Catlicos
como um sacramento. Tudo o que Deus fez bom. Ora, o
que bom para os homens leigos, bom para os Ministros
de Deus. Claro, no ?
Imagine: Como poderiam os Padres ministrar, ori
entar os prprios casais e seus filhos sem que eles, os
Padres, tenham qualquer experincia pessoal sobre o
assunto?
OOL/IOIIUUV 111KIUII^BI1UIHWIIV
A vida o melhor laboratrio! Para mim assim.
Clausura nunca mais! Sou de J esus agora, e O amo; jamais
precisarei me sacrificar outra vez.
P I T U L Q / l k
i 9
PURGATORIO
A
Igreja Catlica Romana ensina que todos quantos
morrem vo direto para o que ela chama de purga
trio. Ali a pessoa tem de pagar todos os seus pe
cados veniais [purgar), que no Ine fenham sido perdoa
dos, antes de poderem entrar no cu. Isto o que ensina o
Dicionrio Catlico de Antonio Ma ia.
As missas mandadas celebrar por parentes, bem como
as suas rezas, podem aliviar as suas penas no purgatrio,
segundo o Dicionrio da Doutrina Catlica do Padre J os
Loureno.
A respeito do assunto, manifestou-se o Conclio de Flo
rena em 1439:
Ms almas do purgatrio padecem um tormen
to muito semelhante ao das almas do inferno, com
a nica diferena de que as ltimas nunca puderam
sair do inferno, enquanto que, as do purgatrio,
ho de sair de l."
Em que se baseia a Igreja Catlica para criar tamanha
heresia? Baseia-se na autoridade que ela mesma se consti
tuiu, igualando os seus poderes aos da Palavra de Deus,
mesmo quando esta contraria quela.
No h qualquer respaldo bblico para este ensino,
nem qualquer indcio em que possam basear. A Bblia fala
claramente que existem dois lugares, nica e exclusivamen-
te: Cu e inferno. No menciona qualquer lugar interme
dirio que possa dar o nome de purgatrio.
O que o apstolo Paulo ensina a igreja j que ele est
em Roma :
"Portanto, agora, nenhuma condenao h para os
que esto em Cristo J esus, que no andam segundo a
carne, mas segundo o Esprito" (Romanos 8:1). E em
Romanos 3:23, Paulo diz que somos justificados pela
graa e redeno que h em Cristo J esus.
Portanto, aquele que est em Cristo no teme um pur
gatrio que no existe, e que inveno dos homens.
Nunca acreditei como muitos Padres no acreditam.
At Dom Abade no acreditava no purgatrio.
Aquele que morrer sem Cristo est perdido, no h
qualquer alternativa para ele. A Bblia ensina que, "quem
no cr j est condenado" (A/larcos 16:16), e "que ao
homem dado morrer uma s vez, vindo depois disso
o juzo" (Hebreus 9:27). A nica soluo para ele aceitar
a maior ddiva que o homem poderia receber: J esus Cristo.
O prprio Senhor J esus concluiu Sua conversa com
Nicodemos afirmando que Ele seria levantado n cruz:
"Para que todo aquele que nEle cr no perea,
mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou de tal
maneira que deu Seu Filho Unignito para que todo
aquele que nEle cr no perea, mas tenha a vida
eterna. Quem crer nEle no condenado; mas quem
no cr j est condenado, porquanto no cr no
Unignito Filho de Deus." - J oo 3:15-16,18.
v .............. ......
Como se v, nenhuma missa, ou reza, poder livrar o
homem do inferno. No adianta criar um purgatrio, ou um
Monastrio, porque aquele que morrer sem ter aceito o sa
crifcio que J esus fez no Calvrio, em seu lugar, no O acei
tando como Senhor e Salvador pessoal e por Ele tendo vivi
do, o seu destino ser irremediavelmente o inferno.
O cristo nada tem a temer As promessas so abun
dantes e lhe do total tranqilidade, no precisando de sub
terfgios.
O apstolo Paulo escrevendo prpria Igreja que es
tava em Roma, disse o seguinte:
"Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus por
ns, quem ser contra ns? Aquele que nem mesmo a
Seu prprio Filho poupou, antes O entregou por todos
ns, como no nos dar com Ele todas as coisas ? Quem
intentar acusao contra os escolhidos de Deus? E
Deus quem os justifica, quem os condenar? Pois
Cristo quem morreu, antes, quem ressuscitou dos mor
tos, o qual est direita de Deus, e tambm intercede
por ns." Romanos 8:13-14.
Concluindo: No existe purgatrio. A sua esperana,
meu querido leitor, preparar-se agora, enquanto Cristo
J esus nosso intercessor no Santurio Celestial. Porm, loqo
Ele ser o J uiz de toda a Terra e no haver mais oportuni
dade.
Aceite-O agora preparando-se assim para uma vida
feliz, passando mil anos no Cu e depois, toda a eternidade
com Ele nesta Terra que ser renovada pela ao do fogo,
tornando-se a eterna habitao dos salvos (Apoc. 20:4).
CAPITULO/^
* 0
E
A IDOLATRIA
sta palavra quer dizer adorar (lotra) a dolos, alis, o
conhecido Padre catlico J lio Maria descreveu o que
seria idolatria, da seguinte maneira:
" prestar culto divino a uma criatura; em outras
palavras, culto divino prestado a um objeto sens
vel natural ou fabricado, na qual se supe qual
quer coisa seja Deus."
Pela definio do prprio Padre J lio, v-se que no
pode pairar qualquer tipo de dvida quanto a atitude dos
irmos catlicos, em relao as imagens de escultura; de
que eles, na verdade, esto praticando idolatria.
Quantas pessoas no mundo hoje, esto enganadas, lu
dibriadas, prestando culto a coisas criadas pelos homens em
vez de prestar culto ao seu prprio Criador. O nosso Senhor
disse claramente em Sua palavra, quando conversava com a
mulher Samaritana, que Deus procura adoradores que "O
adorem em Esprito e em Verdade" (J oo 4:24).
Quem o culpado de tanta heresia?
Ns j vimos, em captulo anterior, que foi somente a
partir do ano 370, que os Bispos Baslio de Cesaria e
Gregrio de Nazianzo introduziram na Igreja o culto s
imagens. No ano de 789, durante realizao do segundo
94 - Dirio de Um Monge Numa Noite Escura
Conclio de Nicia, decretam, formalizando definitivamente,
o culto s imagens de esculturas e relquias religiosas, e em
880, a prtica de canonizar santos.
Nada disso mudou. Em 1564 deveriam "manter ima
gens, e que a elas devem se prestar honras e venerao".
Percebe-se por esse decreto, que devia haver algum tipo de
descontentamento dos fiis, por que precisou baixar um de
creto para acabar de vez com qualquer foco de resistncia.
Diante destes fatos histricos, e da prpria Igreja con
tempornea, chegamos a concluso de que eles no tm do
que se escusar Na verdade, conforme diz a Palavra de Deus,
todos os que adoram imagens de escultura, so idlatras!
Todavia, tem, estas pessoas, tentado se desculparem,
fazendo algumas afirmaes ou apresentando algumas des
culpas, que no passam de evasivas, sem o respaldo bbli
co. Analisemos algumas:
1 - "No adoramos imagens, ns as venera
mos". Lamentavelmente, essa afirmao no passa de um
sofisma! uma das artimanhas de Satans, para mascarar
mais uma de suas astcias.
No adianta ensinarem, ou darem o nome de "culto
de dulia". Na prtica, o que eles esto fazendo adorar. Se
no vejamos:
a) Se ajoelham diante das imagens;
b) Acendem-lhes velas;
c) Diante delas, fazem promessas; fazem o sinal
da cruz;
d) Rezam;
e) Carregam esttuas em procisso;
f) Constroem-lhes Igrejas. Tem-na como padroeiro.
E o que mais resta para caracterizar o culto? Que pena!
Ser que no enxergam que os dolos os cegaram para que
no vejam a verdade? (isaas 44:9- J 8)
2 - "Na arca havia querubins, e no templo cons
trudo por Salomo, imagens adornando o templo."
Esta afirmao verdadeira! Fazem-nos at lembrar
de Satans transfigurando-se em serpente, quando tambm
usou uma verdade (Gnes/s 2:16; 3:2) para seduzir Eva,
levando-a desobedecer a Deus. O diabo no mudou, conti
nua o mesmo!
A arca tinha querubins, mas no encontramos qual
quer registro de atos semelhantes ou mesmo parecidos, com
os que os sinceros irmos catlicos fazem hoje! No havia
qualquer forma de culto ou venerao! Eram apenas obje
tos de adorno colocados no Santo dos santos, aonde so
mente o Sumo Sacerdote penetrava uma vez por ano
(Hebreus 9: 2-7; xodo 30:10).
Ali estava a Glria do Senhor, onde no havia lugar
para idolatria, ou qualquer outra atitude humana, que no
seja adorar e exaltar quele que e ser para sempre o
nosso Deus Todo Poderoso.
Da mesma forma no que diz respeito as figuras de
adorno no Templo de J erusalm. Tambm no h qualquer
registro na Bblia, nem mesmo entre os historiadores mais
renomados, como por exemplo, Flvio J osefo, que denote
qualquer tipo de adorao a imagens.
Para reforar o nosso argumento, vamos lembrar que,
em todas as grandes Catedrais Catlicas, existem murais
nos vidros, nos tetos, nas portas, e em diversos locais. Con
tudo, pelo que se sabe, at hoje, nunca foram objetos de
adorao ou venerao.
Afirmam ainda "veneramos os santos, assim como ve
neramos a nossa bandeira". Essa afirmao to fraca,
que quase no merece resposta. Desde quando se viu al
gum patriota fazer, diante cw bandeira, o que os que muitas
pessoas fazem diante de uma imagem de escultura?
Quando se viu construir templos, acender velas, se
ajoelhar, t-las em andor ou altares, oferecer-lhes rezas ou
fazer-lhes promessas? Fica bem claro, que no pode haver
qualquer comparao! Alis, serve sim, para se conhecer a
diferena entre adorar e venerar A bandeira se venera,
mas aos santos, realmente se adora!
O que existe, de fato, uma forma sutil de Satans
desviar o verdadeiro culto exigido por Deus (J oo 4:24) a
outras criaturas.
Vamos analisar agora o que realmente nos importa. O
que diz a Palavra de Deus, nica autoridade em matria de fe.
Nos Dez Mandamentos, mais precisamente, o segun
do, nos diz o Senhor:
"No fars para ti imagens de escultura,
nem figura alguma, que h em cima nos
cus (...) no te encurvars a elas, no lhe
prestars cultos " - xodo 20: 4-5.
Verificamos que existe, de forma explcita, uma proibi
o por parte do prprio Deus, de que no se deveria fazer
imagens, nem figura alguma do que havia nos Cus ou na
Terra, ou nas guas debaixo delas, ou lhes prestar qualquer
culto ou venerao.
Qualquer atitude por parte do homem, diferente da
quilo que foi ordenado por Deus rebeldia. No adianta
procurarmos encontrar desculpas para desobedecer O Se
nhor disse para no procedermos assim, e como Ele de
termina que devemos agir Como servos que somos, resta-
nos fazermos somente a vontade d Aquele que tem dado
provas de que realmente nos ama, e que zeloso pela Sua
Palavra.
Vamos tentar descobrir o que mais nos diz a Palavra
de Deus sobre a idolatria e suas conseqncias.
1 - A Bblia afirma que o dolo atrai maldio
divina, para aquele que o faz
"Maldito o homem que fizer imagem de escultura
ou de fundio, abominao ao Senhor, obra da mo
do artfice.." - Deuteronmio 27:15.
A imagem de escultura nos faz malditos. Esta a ra
zo de tanto sofrimento do nosso povo. No adianta atri
buirmos a misria que o povo est vivendo, s formas de
Governo; aos nossos polticos; o que precisamos fazer
dar ouvidos ao nosso Deus, e abandonar as imagens.
Tambm encontramos J osu, depois de adentrar na terra
prometida, levando o povo a fazer um pacto com Deus, pois
sabia que disso dependia a felicidade deles. Oua:
"Agora pois, temei ao Senhor e servi-Ocom sincerida
de e com verdade, e deitai fora os deuses aos quais serviram
vossos pais dalm do rio e no Eaito, e servi ao Senho f (J osu,
24:14). E disse mais no versculo seguinte... "Escolhei hoje q
quem sirvais...", da mesma forma devemos fazer hoje.
semelhana do que fizeram os judeus, quando a "tra
dio" lhes imps aquela prtica abominvel, assim como eles,
todos ns tambm devemos decidira quem devemos servir
No precisamos carregar sobre ns a maldio de
nossos pais. O Senhor disse que visitaria 0"a maldade dos
pais nos filhos at a terceira e quarta gerao daqueles que
O aborrecem" - Exodo 20:4.
Portanto, basta escolher o bom. Escolher a obedincia,
pois a maldio s vir sobre aqueles que o aborrecem, isto
, desobedecem.
2 - Os dolos embrutecem
"Tornem-se semelhantes os que o fazem, e todos os
que neles confiam" (Salmo 115:8). O salmista inicia dizen
do "No Senhor, no a ns, mas ao Teu nome d Glri"
(Salmo 1] 5:1). A Glria deve ser dada somente ao Senhor
As imagens de escultura embrutecem os que a elas pres
tam culto, no permitindo enxergar que "os dolos deles so
98 - Dirio de Um Monge Numa Noite Escura
prata e ouro, obra das mos dos homens, tm boca, mas no
falam; fm olhos mas no vem; tm ouvidos, mas no ou-
vem; nariz tm, mas no cheiram; tm mos, mas no apal
pam; tem ps, mas no andam; nem som algum sai da sua
garganta." Salmo 115:4-7. (Na Bblia Catlica, Salmo 113).
3 - dolo uma mentira do diabo
"... Porque sua imagem fundida mentira , e no h
esprito nelas" - J eremias! 0:14.
J eremias em todo captulo dez, trata da relao entre
Deus e as imagens; e neste versculo diz/claramente que
uma mentira, isto , que no existem. E uma mentira do
diabo. Ele, o diabo, " o pai da mentira" (J oo 8:44).
Portanto trata-se de mais uma inveno do diabo para
afastar o homem de Deus.
Concluindo, quero chamar-lhes a ateno a uma afir
mao contundente da Palavra de Deus.
Os idlatras no entraro no Reino de Deus! No se
trata de um julgamento pessoal, pelo contrrio; a razo deste
livro, representa exatamente o nosso desejo de ver a todos
aqueles que venham a l-lo, de que possam garantir, como
ns, a viaa eterna nos cus com J esus. Vamos ver, portanto
a prova bblica, desta afirmao:
"Mas, quanto aos tmidos, e aos incrdulos,
e aos abominveis, e aos homicidas, e aos forni-,
crios, e aos feiticeiros, e aos idlatras, e a todos
os mentirosos, a sua parte ser no lago que arde
com fogo e enxofre; o que a segunda morte" -
Apocalipse 21:8; 22:15.
Ficarei feliz, meu amado leitor, minha querida leitora,
se vocs examinarem com carinho os textos a seguir: Exodo
34:14; Levticos 26:1; II Reis 17:35; Salmo 97:7; Isaas
40:18-20; 44: 9-20; J oo 4:23 -24; I J oo 5:21; J eremias
10: 3-5,14; Hebreus 3:18; Mateus 4:10; Glatas 5:20; I
Pedro. 4:3; Isaas 66:3; I Corntios. 10:19.
CAPTULO-/
21
OS DEZ MANDAMENTOS
A
Bblia nos diz que "toda a Escritura divinamente
inspirada" (// Tim. 3:16), isto , que o Esprito San
to a fonte de onde emanou toda instruo de Deus
para Seu povo. Contudo, quanto aos Dez Mandamentos, a
Bblia ensina que foi o prprio Deus que o escreveu na ro
cha com fogo (Exo. 31:18).
Estes Dez mandamentos so a base de toda a Bblia,
por isso no poderia a Igreja Catlica modific-los bem como
qualquer texto das Escrituras Sagradas. Ousaram os lderes
romanistas a alter-los nas demais literaturas editadas pela
Igreja e assim ensinar o seu povo. Todavia nas vrias edi
es como: Loyola, Ave Maria, Paulinas etc., no sofreu
nenhuma alterao, continuando ntegros, assim como es
to nas diversas edies evanglicas.
Procure numa dessas Bblias catlicas no livro de Exodo
captulo 20, e ver a razo por que a Igreja tinha que
modific-los. que logo no incio do captulo, encontramos
o segundo manaamento que diz:
"No fars para ti imagem de escultura, nem figu
ra alguma do que h em cima nos Cus, nem embai
xo na Terra nem nas guas debaixo da terra. No te
encurvars a elas nem as servirs porque eu o Se
nhor teu Deus sou Deus zeloso, que visito a maldade
dos pais nos filhos, at a terceira e quarta gerao
daqueles que Me aborrecem." - xodo 20:4-5.
1ZZ ~.........---------------------- 1^ P il
Veja o jeitinho que eles deram para adequar oi Diz
Mandamentos s suas doutrinas. O processo foi uma adulte
rao criminosa da seguinte maneira: Suprimiram o segundo
mandamento. A ficaram apenas nove. No daria certo. Al
teraram completamente o quarto mandamento. Modificaram
o sentido do stimo, que para eles passa a ser o sexto.
Esta foi a prtica da idolatria apesar de estar expres
samente condenada quando Deus diz: "No fars para ti
imagem de escultura, nem figura alguma... no te
encurvars a elas, no lhes prestars culto."
O quarto mandamento que na Bblia diz: "Lembra-te
do dia sbado para o santificar", eles modificaram para
"guardar domingos e festas". Incrvel! Acrescentaram as
suas prprias festas nos mandamentos do Senhor, sem ne
nhum temor do Deus Todo Poderoso.
Cuidado! A Bblia diz: "Horrenda coisa cair nas mos
do Deus vivo" (Hebreus 10:31). No stimo mandamento
que diz: "No Adulterars", a Igreja modificou para: "Nqo
pecar contra a castidade."
Por que essa modificao? Por reserva mental? De
quem seria a castidade - de si ou de outrem? Isto quer dizer
que se um fiel no tiver desrespeitado a castidade de uma
moa, se ela no for mais virgem, no estaria cometendo
qualquer pecado?! Isto no uma forma sutil de encobertar
o pecado no seio da Igreja?
Mas no estava ainda pronta a modificao, era pre
ciso que a Lei Moral continuasse com os mesmos Dez Man
damentos. Ento o nono mandamento foi dividido em dois.
Em vez de: "No cobiars a casa de seu prximo, no
cobiars a mulher do teu prximo, nem o seu servo
nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento,
nem coisa alguma do seu prximo", ficou assim o nono
e o dcimo mandamentos:
"No desejar a mulher do prximo."
"No cobiar as coisas alheias."
Pode parecer engenhoso, mas o que eles fizeram foi
fugir do verdadeiro ensino que era "cobiar". Isto , no
desejar nada do prximo, nem a mulher, muito menos o
marido, expressando assim o verdadeiro amor de Deus como
bem definiu Paulo este mandamento, dizendo que "tudo nesta
palavra se resume: amars ao teu prximo como a ti mes
mo" (Rom. 13:9).
Por incrvel que parea, Deus escreveu com Seu dedo
em duas tbuas de pedra, Dez Mandamentos que totalizam
280 palavras. Mas a liderana catlica mudou tudo, gas
tando apenas 46 palavras. Por favor, no pensem que Deus
um multiplicador de palavras.
Alm disso criaram mais cinco mandamentos parale
los chamados de mandamentos da Igreja que so:
1- Ouvir a missa inteira aos domingos e festas de
guarda;
2 - Confessar-se ao menos uma vez cada ano;
3 - Comungar ao mnos pela pscoa da ressur
reio;
4 - J ejuar e abster-se de carne quando mandar a
santa madre igreja;
5 - Pagar os dzimos segundo o costume (Doutri
no Catlica, edies Loyola, pgina 100).
Tudo isso desrespeita a autoridade de nosso Deus e de
Sua palavra sagrada.
A melhor maneira de mostrarmos a verdade, sem que
possa haver qualquer sombra de desconfiana fazer com
que os fiis da Igreja Catlica Romana, a quem amamos no
amor do Senhor J esus, leiam em suas prprias Bbljas os
Dez Mandamentos. Sugiro as seguintes passagens: xodo
20:1-7 e Deuteronmio 5:7-21.
O MEU NASCIMENTO
U
ma certa ocasio fui passar meu aniversrio com
minha famlia, pois seria o meu primeiro aniversrio
no mundo, quero dizer, seria o meu primeiro aniver
srio com minha me.
Ela havia me falado que me daria um enorme presente
de aniversrio, e que eu nunca iria esquecer em toda a
minha vida.
Como esperei esse tal presente de aniversrio que
mame falou que me daria! Pensei, claro, que ganharia
vrias coisas dela, mas ela saiu e foi para o culto de sua
Congregao. Ao chegar, chamou-me para conversarmos.
Emocionado, fui j pensando no presente que ela me ciaria.
Bem, antes de tudo, percebi que minha me sempre foi
uma mulher de orao.
Expectante, ouvi de seus lbios, uma linda histria do
dia do meu nascimento, meu e do meu irmo. Ela me falou
que no ms de julho nasceram dois lindos gmeos. Eu no
caso, nasci em segundo. Meu irmo cujo nome era Wilson
nasceu em primeiro, porm ele faleceu com poucos meses.
Perguntei a mame o que ela sentiu com a morte do meu
irmo.
Ela me disse que na poca sofreu muito, mas por um
lado se sentia aliviada, pois seria difcil para ela manter ns
dois j que havia minhas irms. Mas, ela disse que no era
J -ZZ__ ~ .......~"g ~ ~^TTZ------
isso que desejava me falar, e sim contar um grande milagre,
pois o milagre era um presente maior do que outro presente
que existe sobre o Cu e a Terra.
Bem, mame me falou que quando ganhou eu e meu
irmo, eu nasci com grande risco de vida e que o mdico
chegou a falar com ela que eu no passaria daquela noite.
Ela ento chorou muito porque pensou que era um
castigo de Deus, por sermos filhos de Padre, mesmo assim
ela pediu ao mdico que me colocasse em seu peito para
que pudesse sentir os meus ltimos sussurros de vida.
Ela me contava chorando que sofria em ver um ser to
pequeno e to fraquinho, fruto do poder de Deus, em um
ser to indefeso sem poder se defender de qualquer doena
ou ser humano.
Mas, de repente ela adormeceu. Ao acordar, passado
o efeito da anestesia, ela chorava muito se criticando. En
to, apareceu no quarto um homem alto, com roupa bran
ca. Ela pensou que era o mdico do hospital, e ento reu
nindo suas foras falou:
"Dr. eu nem pude ver o meu filho indo embora
Mame entre lgrimas relatou-me as palavras do su
posto mdico:
"Acalme-se, ele no est morto."
E nem podia estar, pois Deus tinha uma qrande obra
em minha vida e que o pecado dela, j havia sido perdoa
do. Ela comeou a chorar profundamente, e de repente uma
luz brilhou no quarto e ela voltou a dormir.
Para mame foi um anjo de Deus e eu creio e sei mais
do que ninqum, que os anjos existem e se um filho de Deus
acreditar profundamente, eles podem aparecer e mudar a
sua histria toda. Creio e sei que foi um mensageiro de
Deus, pois ainda e sempre Deus usa Seus mensageiros para
anunciar as "boas novas" do Deus infinito.
Agradeo eternamente a Deus por ter me dado a vida
e principalmente por ter me dado a salvao. No h pre
sente maior do que voc saber que Deus age e sempre agir
neste mundo.
Deus e Seus anjos sempre esto por perto para nos
proteger. Basta crer, mas crer com muita f e principalmente
ser fiel, um bom e atento servo fiel.
Que pena que meu irmo Wilson morreu meses de
pois, mas Deus quis assim. Creio que foi melhor assim, pois
eu no sei se aguentaria ver o meu irmo sofrer dentro de
uma clausura, como eu sofri.
A Dor
Semanas aps semanas me recuperava da morte de
D. Abade. Como di o meu corao em saber que ele se foi
sem eu v-lo e dizer o quanto Deus o amava.
Como di o corao, pois creio eu, que di mais porque
hoje eu sei que J esus vive e hoje tambm sei que Seu evange
lho completo na minha vida. Comecei a querer entrar em
depresso, pois perdi aquele que podia me compreender, o
que me formou. Nossa! Se toaos soubessem como a dor
de saber que aquele que voc tanto amou, morreu; e pior,
voc fica confuso e no meio de um quarto grita:
"Deus, salva-o. Tenha misericrdia, ele tambm
Seu filho, uma pedra lapidada por homens egostas
que fazem tabusy e piormeu querido e amado Deus,
tenho eu mais preocupao com a salvao de D.
Abade, pois ele era o meu pai"
Ento o pior dos piores, eu paro e penso: por que isso
aconteceu comigo?! Por que deve ser assim!? Como queria
que meu pai estivesse aqui durante essas semanas que pas
sei sofrendo.
Meus sonhos se entrechocavam com uma dura reali
dade. A vida continua, tenho que avanar para a frente e
para o alto. Ento, ocorreu de eu ir ao Rio para fiiotvtr
algumas coisas. Fui eu e minha irm e ainda sofrendo ergui
minha cabea e disse para mim mesmo.
Quando voc est no meio da chuva, sem lugar onde
correr.
Quando voc est perturbado e sofrendo, sem ningum.
Quando voc continua gritando por socorro, mas nin
gum vem.
E voc se sente to distante, que no consegue encon
trar o caminho de volta. Voc poae chegar l com Deus e
com Ele est tudo bem e em paz, o que aevo dizer.
Eu consigo ultrapassar a chuva.
Eu consigo me levantar de novo sozinho
E eu sei que sou forte, o bastante, para me restabelecer.
E toda vez que eu me sinto com medo, me agarro mais
ao meu J esus. E vivo mais um dia e ultrapasso a chuva.
E se voc continuar caindo, no ouse desistir de J esus e
voc levantar so e salvo pela Graa, ento continue avan
ando firmemente, e voc achar a bno que J esus tem
especialmente para voc. E quando o vento soprar, e quando
as sombras se aproximarem de voc, no tenna medo. No
h nada com que voc no possa lidar, creia nisto.
E se eles te disserem que voc nunca conseguir se
levantar, no hesite, se levante e diga:
Eu consigo ultrapassar as barreiras.
Eu consigo me levantar de novo com Deus.
E vivo mais um dia com J esus..
E ultrapasso qualquer clausura.
Sim, eu posso, e eu irei ultrapassar a clausura.
As vezes, carssimos leitores, passamos por proble
mas, mas se agarrarmos em nossa f conseguiremos sem
pre e eternamente ultrapassar a chuva e as barreiras e a
clausura espiritual, e poderemos sim, viver mais um dia com
J esus at chegar o grande dia de viver eternamente com Ele.
A Verdade da Paternidade
Sempre quis saber a verdade sobre meu pai. Nunca
acreditei que o meu pai seria o pai da foto, que minha me
me mostrou. Minha me sempre falou que queria me dizer
algo muito srio e nunca dizia.
Creio que Deus o meu Pai Celestial, no preciso de
outro, mas mesmo assim, queria saber toda a verdade so
bre o meu pai. S assim, posso eu sossegar, sendo que
minha me mesmo me falou , em segredo, que meu pai no
o mesmo das minhas irms, mas no era para eu falar
isso para elas, pois um segredo de famlia; mas com o
tempo ela iria criar coragem e me contar tudo, pois s o
tempo de ela ter fora o bastante para me contar
O grande dia chegou. Fomos para um quarto e como
de costume oramos, e minha me segurou na minha mo e
disse para eu ser bastante forte e que mesmo que eu a
odiasse depois dessa conversa, ela sempre me amaria.
Minha me me relatou, que teve um envolvimento com
um homem, depois de ela ter largado o pai de minha irms,
pois ele bebia e batia muito nelas.
J cansada dessa vida sofredora, se refugiou na casa
de minha av. Nesse perodo, ela comeou ir muito na igre
ja, para obter uma Graa de Deus, para que seu marido
parasse de beber e voltasse a ser o que era para ela e para
minhas irms.
Ela tinha muita f na Igreja Catlica, e foi da que ela
teve esse envolvimento, sem esperanas de uma suposta
volta com o marido.
Ela j estava amando o meu pai profundamente. Per
guntei: me, quem ? Ser o que estou pensando? Ela me
aisse: - "Sim, isto mesmo", e me abraou chorando e
disse-me: "Perdoe-me filho, por favor. Acreditei em fudMUt
ele me falava e me entreguei para ele>e depois fiquei grvi'
da. Quando falei que esperava um filho, e/e me disse que
iria largar a batina e iramos para o Canad, para casa da
famlia dele e ele arranjaria um emprego.
"Mas o tempo ia passando e com medo da barriga
logo aparecer, eu ia ficando desesperada, pois sua av ja-
mais me perdoaria se eu desse essa vergonha para ela.
Pensei e voltei a falar com ele e a mesma promessa. Mas
chegou minha soluo, de uma hora para outra, o pai das
meninas queria voltar o casamento e contei que estava gr
vida de um padre e ele falou que me amava e assumiria
vocs, como filhos dele e foi assim.
"Seu pai D. Abade sumiu, mudou de Parauia e de
pois de Diocese, no quis nem saber: Meu finado marido
assumiu no comeo, depois que nasceram gmeos ele co
meou a me agredir com palavras, e depois que seu irmo
morreu, ele mesmo assim tornou um inferno a minha vida.
"Quando tinha que te amamentar; ele no deixava.
Bebia, gritava e me batia. Depois que voc completou 5
anos, voc no deve lembrar, da surra que ele te deu e
como sofri com isto. Desde aquele dia procurei seu pai de
sesperadamente de Curia em Curia, Diocese em Diocese e
achei atravs de uma amiga.
"Voc j havia completado 7 anos e fui ao encontro
dele e disse tudo que deveria ter dito a ele. E ele chorou e
me pediu perdo por ter nos abandonado, e disse que voc
precisava dele urgentemente, pois eu tinha a certeza que
seu padrasto te mataria, e com esse medo te entreguei para
ele, pois com toda dor que eu sentia de te dar para ele, eu
tambm sabia que voc teria estudo e querendo ou no ele
o seu pai"
Depois de mame ter me falado, eu a abracei e cho
rando tambm agradeci por tal alegria e disse: Mame cal
ma. Eu o amava tambm. Mesmo que ele tenha sido to
mau para mim, eu o amava, e obrigado por ter me falado
tudo. Eu j duvidava, pois quando dormia ele ia na minha
cela dizer, pensando que eu no ouvia.
- "Filho, como te amo!"
Minha me, voc s confirmou o que eu j sabia. Aaora
tudo faz sentido na minha histria. Quero te pedir perao,
por publicar essa histria, que nem meus irmos sabem.
So poucos os que sabem dessa realidade. Prometi nunca
mais falar, mas tenho que dizer para os que esto na som
bra, que mesmo atravs de erros, como voc cometeu no
passado, pode ter conseqncias trgicas.
Me, te amo, sei que meus irmos vo compreender,
eles te amam e me amam. Tambm no importa se o pai
no o mesmo, o que importa que nossa me voc.
Perdo, e sei que estou perdoado por publicar a sua e mi
nha histria. Te amo Silvinha, obriqado por voc existir e
por ser minha mezinha.
O SONHO DA PROMESSA
D
epois de eu ter me batizado na Igreja Adventista do
Stimo Dia, fiquei bastante confuso do que eu iria
fazer de minha vida.
No sabia o que realmente fazer, pois tinha acabado
de sair da clausura. Sim, o que poderia fazer um ex-Monge
que viveu isolado por 14 anos de sua vida?
Ao passar dos dias, confesso, fiquei deprimido e an
gustiado. No sabia se realmente iria ingressar no Semin
rio Teolgico para ser um Pastor e tambm no conseguia
acreditar em muitas coisas que os outros falavam.
Ouvi falar de um Pastor que seria o meu "patrocina
dor". Fiquei muito feliz!
No acreditei muito no que o Pastor do meu Distrito
falava; e eu tinha muito medo.
Pensei em ligar para um Padre muito famoso no Brasil
que amigo meu para me ajudar, mas se eu pedisse dinhei
ro a ele, certamente ele iria perguntar para qu? E eu no
iria querer dizer que era para me tornar um Pastor, pois
com certeza ele seria totalmente contrrio a mim.
Mesmo assim conversava com minha me na inteno
de sair para trabalhar no Comrcio ou Indstria, mas nem
para isso podia. Ento liguei para minha av nos EUA e ela
me rejeitou. Falou que s me aceitaria na casa dela como Pa
dre. Sem esta hiptese eu jamais poderia pisar na casa dela.
Tudo se fechou para mim. Senti-me pela primeira Vil
um intil de tudo e de todos, mesmo assim eu pensei que a
melhor derrota que eu posso dar para os meus inimigos
erguer a minha cabea e vencer a batalha.
Durante a semana, comecei a orar sem cessar, cla
mando a Deus uma resposta imediata do que aconteceria
comigo e eu ficava na expectativa de saber quem seria meu
novo Abade, quero dizer, o meu novo pai espiritual que
conduziria a minha nova vida.
Quando chegou a noite ouvi uma voz que parecia ser
a voz do Oregon, aquele anjo que me ajudou na infncia.
Ele disse assim:
- "O mesmo Deus que te ama te guarda
r, confie sempre nEle e voc ainda vai en
frentar drages e cobras, mas Deus te guiar
sempre. Existe um filho amado de Deus que te
conduzir at o fim e te defender de qual
quer cilada. O mesmo que um dia foi chama
do de tal maneira."
Depois disso acordei, e orei perto da cama agradecen
do a Deus por me dar tal sonho. Ele atendeu minha orao
e fiquei feliz.
Fui para o culto e o Pastor me deu o telefone daquele
que seria o meu patrocinador no Ministrio, para eu ligar
pois ele gostaria de falar comigo. No princpio no gostei
que o Pastor tivesse me pedido para ligar e a tarde liguei.
Fui atendido com tanta gentileza e carinho que fiquei
deveras impressionado.
Ento me identifiquei e ele se alegrou muito e me falou
que estaria do meu lado para o que der e vier, para eu
nunca desistir e nunca ligar para as perseguies que eu
estava sofrendo e ele me relatou que foi chamado da mes
ma forma que eu fui, ento fiquei impressionado.
Ao desligar o telefone fui dormir, mas antes fui escre
ver no meu dirio o que aconteceu comigo durante o dia e
abri na pgina do sonho que tive antes com o Oregon e
fiquei arrepiado e at chorei, foi exatamente tudo o que ele
me disse.
1 - "Um servo de Deus"
2 - "Te defender"
3 - "Foi chamado da mesma forma."
Com isto s posso crer que Cristo vive e cuida de mim
realmente. Depois vi neste Grande e eterno Pai do Cu que
me tornou em seu filho me dando a sua melhor tnica e
amor de um pai para um filho.
Recebi imensas bnos de Deus, sempre me envian
do anjos e Seus servos como este meu pai espiritual, um
homem forte que sempre est disposto a ajudar sem ver a
quem.
Deus realmente sabe o aue faz, agradeo a Deus por
ter conhecido tal nobre e bonaosa alma.
CAPTULO J
2 t
A MORTE DO ABADE
U
m certo dia me sentia bastante triste. Eu no sabia
porque estava to triste assim. Estava eu a pensar e
para mim estar contente tenho que estar trabalhan
do onde sempre quis trabalhar. O meu sonho ser um mis
sionrio de Cristo e ganhar almas para J esus, conhecer pes
soas maravilhosas e que querem ter a J esus em sua vida.
Moro com um Pastor maravilhoso e sua esposa e filho,
e me consideram como seu filho amado, perguntei para
mim mesmo: o que est acontecendo com voc? Logo perce
bi que eu estava era sentindo saudades de Dom Abade, que
tanto amo. Para mim ele era o meu pai legtimo, pois o seu
nome civil era o mesmo que o meu, at o seu sobrenome.
Comecei a pensar seriamente nisso.
Sim, tinha que ter outro motivo para minha me ter me
deixado ali com ele. Nunca me esqueci quando ele me es
pancava, e, ao ele ir dormir, ia at a minha cela e eu fingin
do estar dormindo ele falava:
- "Sabe, filho, o que me di saber que
voc faz parte de mim e eu no posso te dizer;
s posso ser seu Abade. Como di agredir
voc, parece tanto comiao em tudo, de menos
na maldade. Te amo, filho eterno meu"
Ao ouvir isso sempre ficava pensando: Ser, meu Deus,
que ele o meu pai e no pode ter me assumido de outra
forma, alm de ficar no Monastrio com ele? Essa Sifls $
nica forma que ele poderia me assumir e estar junto de
mim. Como pensei nisso!
Tive mais dvidas no perodo de minha ordenao,
quando fomos para Roma e um turista que estava visitando
a Baslica de So Pedro me disse:
- "J uro por Deus, se vocs dois no esti
vessem com estes hbitos monsticos eu jura
ria que aquele senhor seu pai. Ele a sua
cara senhor Monge
Ento comecei a pensar seriamente nisso. Afinal, Dom
Abade era muito alto, tinha uns 2 metros e oito centmetros,
e eu tenho dois metros e cinco centmetros de altura.
Depois desse dia eu comecei a reparar seu rosto, o
nariz, a boca, os cabelos e o rosto, tudo igual a mim.
Mas, eu no conhecia a minha me para poder julgar
melhor, s depois que eu fui para casa fiz minha anise
final.
No pareo com o pai que minha me me mostrou na
foto. Tambm todos pensam que eu sou estrangeiro, pelo
meu cabelo, estatura, etc. E Dom Abade canadense, rilho
de americana com irlands. Pensei muito nisto.
Mas, com o passar do tempo e depois dessa semana
que pensei nisso tudo, numa tarde minha irm ligou me
dizendo o que eu nunca esperei ouvir na minha vida: Dom
Abade havia falecido.
Sem palavras corri para o quarto e chorei. Como cho
rei! O nico que poderia me compreender morreu, o meu
nico pai, como queria que ele no morresse sem salvao.
Chorei e como!
Durante essa depresso fui me retirar com minha irm
e ela me consolou como nunca. Ento liguei para um ami
go e este me disse que antes de Dom Abade morrer ele
sussurrou:
- "Quero meu filho! Quero o que eu fiz de
til em todo esso vida desgraada, quero meu
sangue comigo "
Dom Abade morreu, no contei isso para ningum,
nem para minha me. Quando ela soube, disse que, quan
do estiver melhor, ter uma conversa sria comigo. J posso
at saber o que , mas como esse livro narra o Dirio, no
posso omitir nenhum fato histrico de minha vida.
Quero deixar nesse captulo uma homenagem a Dom
Abade.
No meio da clausura de 14 anos, descobri a dor e a soli
do, um "monstro" que me agredia sempena e nem piedade.
E impossvel saber o que eu sentia.
Mas descobri o meu papai! Como te amo mesmo assim!
Como poderia saber?
- O meu pai est de hbito o tempo todo perto de mim!
No importa o que sofri com voc, papai. No foi voc, mas
simesta impiedosa Igreja Catlica que novamente impediu de
uma pessoa ser feliz. Alis, de duas pessoas seremfelizes.
Voc, meu pai, respeitou as leis e tabus no qual acreditava
piamente. Voc s soube que somos diferentes quando desco
bri a J esus e escolhi ser dEle. A voc se deparou consigo mes
mo e disse:
- "Perdi um filho, estou s, s, s, s, s. De novo nesfe
daustro! Por onde ondas meu filhoT
Sei que para voc s restou a dor e a morte! E, eu, lamen
tavelmente, sou mais um caso de filho de Padre no mundo!
Te amo Papai.
Os tabus e as eis nos separaram da felicidade.
Maldita seja Roma e seu imprio!
CAPTULO
2 5
ELE TENTOU DESTRUIR O LIVRO
U
m certo dia tive que ir at uma cidade fazer uma
pregao. Fui e deu tudo errado.
Perdi o nibus e tive que ficar em plena meia noite na
Rodoviria suja e perigosa por demais. Fiquei bastante ner
voso e desesperado, pois nunca me acontecera isto antes.
Vi tanta prostituio do lado de fora que at chorei.
Como pode as pessoas deixarem J esus de lado para servir
a este mundo cruel e violento?
Mesmo bastante nervoso liguei para o Pastor para ele
me orientar onde eu deveria ir. Ele pediu para eu ficar num
hotel at amanhecer, e no outro dia pegar um nibus e ir
pregar na cidade combinada.
E fui, percebi que at o Pastor ficou nervoso. Tambm
durante a noite foi horrvel, um verdadeiro inferno; e de dia
no nibus tambm quero dizer foi terrvel. Cheguei na cida
de, me hospedei na casa de um irmo e preguei. Depois, no
domingo, viajei de volta e outras coisas aconteceram pior
ainda. S Deus para ter me dado tanta pacincia.
Enfim, quando cheguei no Rio, peguei o nibus para
a cidade onde estou morando e nunca aconteceu de eu ter
sono e dormir em nibus, mas desta vez dormi a valer.
Quando dei por mim passei do local onde teria que saltar,
e tive que ficar numa cidade vizinha at as 3h da madru-
gada na Rodoviria. O frio era intenso e eu s estava com
roupas finas, ento comecei a chorar pois o dia tinha sido
horrvel.
Quando cheguei s 5:1 Oh em casa, logo fui para a
cama. J deitado, me preparando para dormir vi uma pes
soa ali no meio do quarto. Eu fingi estar dormindo. A pes
soa comeou a resmungar e mexia em minhas gavetas. Com
uma fora incrvel, revirava tudo. Minhas roupas todas fica
ram pelo cho, tudo ficou uma baguna e comecei a tremer.
Ento pulei da cama e ia gritar para que o Pastor pu
desse ouvir e de repente vi s as mos do inimigo com umas
unhas grandes e sujas a torcer meu livro, quero dizer, o
caderno onde eu estava escrevendo o livro e disse com uma
voz infernal:
- "Seu desgraado", e sumiu.
No dia seguinte, j sem dormir e cansado, falei com o
Pastor responsvel por mim e ele disse que o diabo estava
realmente querendo me destruir totalmente, e era para eu
ter foras e orar pois at Lutero sofreu perseguio igual.
Mostrei ao outro Pastor que mora na casa da frente
como ficou o caderno e oramos e cantamos o hino Castelo
Forte e mesmo assim fiquei durante dias com medo.
Falando com a Roseane, uma qrande amiqa, ela me
disse que o diabo atrapalhou minha viagem e, tudo o que
fez com J esus est fazendo comigo.
O diabo depois de fazer tudo o que fez comigo, reser
vou o ltimo instante para me destruir como fez com J esus
no deserto; ele O tentou no ltimo dia. Foi exatamente o
mesmo que aconteceu comigo, mas orei e Deus me guardou
de todas as obras malignas, fiquei firme e reescrevi o livro
de novo.
Deus maior sempre.
HOJ E SOU UM SERVO DE DEUS
Hoje estou feliz e realizado. Tenho amigos que me amam.
No batismo Deus me transformou, realmente no pos
so ser o que o passado me imps. Sou de J esus e vivo s
para Ele. Hoje tenho plena comunho e o principal, estou
na Igreja verdadeira.
O que adiantou ser Padre e viver enclausurado duran
te 14 anos? Que adiantou ser ordenado pelo Papa e viver
regras e tabus?
S tenho a dizer para aquele que ler essa autobiogra
fia e ainda no aceitou a J esus Cristo como seu Salvador,
no perca mais tempo, venha ter o Evangelho completo em
sua vida.
Depois de tanta dor s podemos estar na graa que
Deus nos d atravs de J esus Cristo e de Seus mandamen
tos. Sou feliz por pertencer a Igreja Adventista do Stimo
Dia e de saber que nela esto os mandamentos de Deus e o
principal - o Evangelho vivo de Deus.
No ligo para o que as pessoas possam falar de mim.
Estou louco? Sim, mas por J esus. Loucura viver sem Ele.
Sempre digo, todos estes fatores que aconteceram co
migo s pode ter sido encerrado com muita orao, pois o
diabo usou pessoas e vrios artifcios para me destruir, mas
fui forte e no desisti.
No pense nunca em deixar o diabo trabalhar em sua
cabea, meu querido leitor. Resista-o em nome de J esus, e
isso ser a pior derrota para ele.
Aceite a J esus Cristo e viva, mas viva s para Ele.
"Ns podemos descobrir o Deus durante uma
noite escura."
C A P T U L Q ^ /
O PROIBIDO SEGREDO
A
ntes de enviar este livro para impresso, sofri vrios
acontecimentos com a presena viva de Satans. Ele
vinha pessoalmente me ferir e atacar
O pior de todos os dias que ele tentou me destruir, foi
um que nunca esquecerei.
Eu acordei com uma forte dor de cabea e fui descan
sar na cama. De repente vi uma pessoa mexendo nas gave
tas do armrio e quando ia eu colocar meus culos, este ser
horrvel me tomou o corpo inteiro, tirou meus culos e o
quebrou.
Quando dei por mim me vi levitando no teto e ao mes
mo tempo rodando com o corpo duro e de repente ele virou
e falou:
- "Vais morrer
E eu cai e bati com a cabea no cho. No conseguia
me lembrar de nada. S me lembro que ouvi a voz do
regon, o meu anjo da guarda da minha infncia dizer:
- "Hoje voc nao vai dormir; fique tranqilo
Quando voltei a si, com uma enorme falta de ar, e
colocando a mo no meu pescoo, vi o Pastor e o sr. Gustavo
desesperados. Eles me disseram que eu estava morto, total
mente morto, e que nunca viram algo to terrvel.
Aconteceu que o sr. Gustavo at me relatou depoli
que seu relgio quebrou quando colocou a mo sobre mi
nha cabea.
Todos que estavam no meu quarto ficaram apavora
dos com o que viram. Logo peguei o meu hbito monstico
que recebi do Papa J oo Paulo II e queimei. Depois procurei
a cruz que tambm recebi no Vaticano e no achei. Todavia,
remexendo aquela baguna feita pelo diabo achei a cruz, e
ento decidi com o Pastor jog-la no mar.
Ento fomos e jogamos a cruz no mar. Ao voltar fui
dormir, e quando deitei na cama vi o monstro de novo, mas
com o hbito monstico na mo. Ele assentou-se ao meu
lado e disse:
- "Queime o livro! Se voc no queimar
vou destruir sua famlia"
Ento perguntei: Por qu?
Ele riu e me mostrou a cruz que eu e o Pastor jogamos
no mar e riu novamente. Ento perguntei:
Como voc a pegou?
Ele me disse:
- 'Voc duvida do meu poder? Ento v na primeira
Igreja Catlica que voc encontrar e a ver l."
Depois disso ele pegou a cruz e me queimou com ela
no brao. Neste momento clamei: O Sangue de J esus tem
poder, ento ele deu um grito alto e sumiu.
Comecei a chorar e bati na porta do quarto do Pastor.
Ele acordou e tentou me consolar dizendo que foi um so
nho. Eu disse no, no foi, e quando eu mostrei o brao
queimado com a marca da cruz que jogamos no mar, ele
ficou impressionado.
Ento comeamos a orar e cantar. Sua esposa falou
que ouviu o grito que certamente foi na hora que eu clamei
a J esus e o diabo sumiu.
O Pastor falou que meu erro foi ter dado "papo" para
o diabo. Nao era para eu ficar dialogando com ele e sim ter
clamado por J esus no exato momento.
Com isto tudo percebi que Deus est comigo e que Ele
s estava permitindo o que eu posso agentar. Sei que Sata
ns fica sempre furioso comigo pois sou de J esus e dou a
volta por cima sempre, no vou aar margem para esse ser
terrvel, j derrotado pelo sangue de J esus.
Amm!
Telefone para contatos com o autor:
(21) 9196-9821
"Livre-se das cargas que
voc nunca deveria ter
carregado."
Provavelmente, este
menino de sete anos nunca
mais iria subir numa rvore
em sua vida, pois ela tomou
uma certa mudana radical.
Nalgum lugar, entre o primeiro
passo da sala para a porta de casa,
ele se agarrou em sua me e
caminhou at a esteira giratria
e a pegou. Esta esteira no
aquela do aeroporto, mas a da
mente; as malas que carregou so
feitas de dogmas; a valise da culpa
o mesmo ba do
descontentamento; a mochila da
ansiedade a sacola da aflio
crescente, uma pasta de
perfeccionismo, uma mala-portal
monstica de solido e de aflio e
tambm uma saca de medo.
No admira que esse menino ao
se formar num homem, escolheu,
eternamente, por Deus e Sua
igreja verdadeira.
Aps 14 anos enclausurado,
vivendo um dia aps o outro,
ele ouviu o chamado de Deus e
O respondeu.
Este livro narra a histria verdadeira
de Vitor Kene, para aqueles que se
encontram numa "noite escura".

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