O documento discute como ganhos secundários inconscientes podem levar à autossabotagem e manutenção de situações negativas. Dois casos exemplificam como doenças ou depressões podem trazer benefícios como atenção ou escapar do trabalho. Finalmente, o autor reflete sobre como identificou seus próprios ganhos secundários em manter problemas financeiros por anos.
O documento discute como ganhos secundários inconscientes podem levar à autossabotagem e manutenção de situações negativas. Dois casos exemplificam como doenças ou depressões podem trazer benefícios como atenção ou escapar do trabalho. Finalmente, o autor reflete sobre como identificou seus próprios ganhos secundários em manter problemas financeiros por anos.
O documento discute como ganhos secundários inconscientes podem levar à autossabotagem e manutenção de situações negativas. Dois casos exemplificam como doenças ou depressões podem trazer benefícios como atenção ou escapar do trabalho. Finalmente, o autor reflete sobre como identificou seus próprios ganhos secundários em manter problemas financeiros por anos.
O documento discute como ganhos secundários inconscientes podem levar à autossabotagem e manutenção de situações negativas. Dois casos exemplificam como doenças ou depressões podem trazer benefícios como atenção ou escapar do trabalho. Finalmente, o autor reflete sobre como identificou seus próprios ganhos secundários em manter problemas financeiros por anos.
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Autossabotagem e os ganhos secundrios
Andr Lima - 29/10/2013
Para cada situao negativa que mantemos na nossa vida, existem ganhos secundrios. So algumas aparentes vantagens que o nosso inconsciente encontra para nos manter em uma situao de sofrimento. Parece sem lgica, mas assim que funciona. Vou explicar melhor o processo. Atendi durante um tempo uma mulher que era advogada, funcionria pblica concursada, que estava de licena mdica por ter desenvolvido uma depresso. Durante os atendimentos, entre outras questes, ela relatou grande insatisfao com o trabalho dela, que desejava encontrar outra coisa, mas no sabia exatamente o qu. Sentia muito medo de deixar a segurana do salrio do emprego pblico. Pensava, inclusive, em trabalhar como terapeuta, mas ainda no tinha nenhum tipo de preparo. Era apenas um desejo, por enquanto. O estado depressivo foi rapidamente melhorando com o passar das sesses. E foi a que surgiu um "problema". Ela sentia que uma parte dela no queria, de forma alguma, se curar para no ter que voltar ao trabalho que a deixava to insatisfeita. O medo de voltar era grande. A depresso trazia um ganho secundrio de mant-la afastada. Tivemos que aprofundar e trabalhar bastante esse medo para que isso no viesse a sabotar o seu progresso. Eu lembro que ela chegou a ficar muito bem, mas ainda precisava fazer mais sesses. Acabou no entrando mais em contato. No sei depois se ela voltou a trabalhar. Certa vez, uma mdica que foi aluna de um curso meu relatou o seguinte caso. Ela trabalhava em um posto de sade e acompanhou um homem que sofria com tuberculose. Ele passou meses frequentando o posto e seguindo risca o tratamento; acabou ficando curado. Depois que se curou, falou que surgiu uma tristeza e um vazio por saber que no ia mais ter que ir ao posto de sade e ter contato com as pessoas de l. Ele se sentia cuidado. Havia um ganho em se manter doente. Era, certamente, uma pessoa carente de ateno familiar. Em alguns casos, a doena pode se prolongar por muito tempo, pois inconscientemente no queremos nos libertar dela por causa dos "benefcios" que ela nos traz. possvel, ento, que esse homem venha a desenvolver alguma outra doena para que possa ser novamente cuidado por algum. Esses so casos mais extremos de autossabotagem devido a ganhos secundrios. Entretanto, isso no ocorre somente nesses casos mais intensos. Em maior ou menor grau, toda situao negativa que no conseguimos nos libertar, nos traz algum ganho inconsciente. Esses ganhos, s vezes, podem ser fceis de perceber, mas, em outros casos, podem ser to estranhos e absurdos que ns no nos damos conta. Lembro que em um determinado momento da minha vida eu percebi um pensamento muito sabotador na rea profissional. Eu vinha crescendo bastante no trabalho com a EFT, como terapeuta e professor da tcnica, me libertando de um perodo de sete anos em que tive uma firma de engenharia que me trouxe enormes prejuzos. De repente, me passou um pensamento: "e se eu realmente me livrar totalmente desses problemas financeiros e crescer a tal ponto de no ter mais que me preocupar com isso?". O que surgiu foi um sentimento de medo, um vazio, uma sensao de que eu ia ficar sem objetivo na vida. Isso ocorreu porque durante anos da minha o meu maior sofrimento era tentar sair das dvidas, mas eu ficava cada vez mais atolado. O meu grande objetivo era acabar com isso. Minha mente era preenchida com essa "luta". Acabei me apegando a esse personagem que lutava eternamente e no conseguia nada. Resolver a questo financeira seria acabar com esse personagem com quem eu acabei gerando um senso de identificao. Mant-lo me trazia um aparente ganho: ter um objetivo, uma vida preenchida, por mais doloroso que fosse. bvio que eu poderia preencher a minha vida com coisas mais saudveis, mas o processo no racional. Passa por uma lgica inconsciente que nos leva a uma grande autossabotagem. Uma mulher que se relaciona com um homem que a trai constantemente, ou que bebe muito e violento, tem sempre ganhos em se manter nessas situaes. E so vrios os possveis ganhos. Vamos ver alguns: *Ser vista como uma mrtir, uma pessoa boa, compreensiva e at espiritualizada; ganhar ateno e reconhecimento por isso. *Manter a identidade da vtima (apego ao personagem) e colocar a culpa do seu sofrimento no marido e, dessa forma, no assumir a responsabilidade de mudar. Assumir a responsabilidade pela prpria vida uma libertao, s traz benefcios. S que o processo de transio de sair da vtima e cair na real pode ser bem doloroso. Alm disso, a quem ela vai culpar se por acaso se separar e, ainda assim, no conseguir ser feliz? *Com sua baixa autoestima (sentimentos de menos valia, no merecimento devido a culpas e rejeies que vem acumulando na vida); ela tem desejos inconscientes de sofrer e se punir e esse relacionamento preenche essa necessidade. Vemos, ento, que os ganhos secundrios em manter um problema podem ser de diversos tipos: receber reconhecimento e ateno; ser cuidado pela famlia; tirar licena do trabalho e at se aposentar antes do tempo; manter um personagem ao qual estamos muito apegados inconscientemente; preencher a vida com uma causa; culpar os outros pela prpria infelicidade e no ter que ver a sua parcela de responsabilidade; punir a si mesmo devido baixa autoestima etc. E voc? Que situaes difceis voc vem mantendo e quais os possveis ganhos inconscientes. Faa a pergunta para si mesmo, mantenha a mente aberta para o que pode surgir. Talvez voc se espante com as respostas. Trazer isso luz da conscincia bastante importante para se libertar.