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o
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitria e Ambiental 1181
PR-CONDICIONAMENTO DE LODOS DE ESTAES DE
TRATAMENTO DE GUA VISANDO O SEU ADENSAMENTO
POR GRAVIDADE

Sidney Seckler Ferreira Filho
(1)

Professor Doutor do Departamento de Engenharia Hidrulica e Sanitria da
Escola Politcnica da Universidade de So Paulo.

Endereo
(1)
: Departamento de Engenharia Hidrulica e Sanitria da Escola
Politcnica da Universidade de So Paulo - Av. Prof. Almeida Prado, trav.
2, s/n - Prdio de Engenharia Civil. Cidade Universitria - So Paulo - SP -
CEP: 05508-900 - Tel: (011) 818-5220 / 818-5444 -Fax: (011) 818-
5423 - e-mail: [email protected].


RESUMO

O tratamento dos resduos slidos gerados nos processos de tratamento de gua tem recebido
uma grande ateno nos pases desenvolvidos desde a dcada de 70 e, no entanto, apenas
recentemente, tem preocupado as autoridades sanitrias no Brasil. Uma das operaes mais
importantes durante o tratamento de lodos de estaes de tratamento de gua a operao de
adensamento. O propsito deste artigo investigar as caractersticas do pr-condicionamento
de lodos de ETAs visando o seu posterior adensamento por gravidade e desidratao.
Concluiu-se que a escolha do polmero mais adequado para fins de adensamento algo
extremamente especfico, devendo a sua seleo e dosagem ser definida baseado em ensaios
experimentais. O parmetro GT mostrou ser importante na etapa de pr-condicionamento do
lodo, sendo que valores de GT acima de 10
4
mostraram ter um efeito negativo na sua
sedimentabilidade.


PALAVRAS-CHAVE: Tratamento de gua, Resduos Slidos, Adensamento,
Condicionamento, Desidratao.


INTRODUO

Nos ltimos anos, um grande nmero de estaes de tratamento de gua (ETAs) tem-se
defrontado com o problema do tratamento e disposio final dos resduos slidos gerados
durante o processo de tratamento de gua. Embora no seja um problema recente, o efeito da
disposio inadequada dos resduos slidos gerados em ETAs no meio ambiente tem-se
mostrado ser extremamente danosa ao meio ambiente, especialmente nos grandes centros
urbanos, seja pelo aumento da quantidade de slidos e da turbidez em corpos dgua, como
tambm no provvel aumento da sua toxicidade que, por sua vez, pode comprometer a
estabilidade da vida aqutica.




FOTO
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De uma forma geral, os resduos gerados em ETAs podem ser divididos em quatro grandes
categorias (AWWA, 1987):

A) Resduos gerados durante processos de tratamento de gua visando a remoo de cor e
turbidez. Em geral, os resduos slidos produzidos englobam os lodos gerados nos
decantadores (ou eventualmente de flotadores com ar dissolvido) e as gua de lavagem dos
filtros.

B) Resduos slidos gerados durante processos de abrandamento.

C) Resduos gerados em processos de tratamento avanado visando a reduo de compostos
orgnicos presentes na gua bruta, tais como carvo ativado granular saturado, ar
proveniente de processos de arraste com ar, etc ...

D) Resduos lquidos gerados durante processos visando a reduo de compostos inorgnicos
presentes na gua bruta, tais como processos de membrana (osmose reversa,
ultrafiltrao,nanofiltrao,etc.).

Durante o processo convencional de tratamento de gua so gerados basicamente dois tipos de
resduos, a saber:

O primeiro deles o resduo slido gerado nos decantadores (ou eventualmente em flotadores
com ar dissolvido) e o segundo so os resduos gerados na operao de lavagem dos filtros.

Em termos volumtricos, a maior quantidade de resduo gerado proveniente da lavagem dos
filtros. No entanto, em termos mssicos, a maior quantidade de lodo produzida proveniente
do sistema de separao slido-lquido que, em uma estao convencional de tratamento de
gua, basicamente efetuada em decantadores convencionais de fluxo horizontal ou
decantadores laminares.

Cada linha geradora de resduos slidos apresenta caractersticas distintas em termos de vazo
e concentrao de slidos, razo pela qual diferentes concepes de tratamento devem ser
consideradas.

Historicamente, no Brasil, o tratamento dos resduos slidos gerados durante o processo de
lavagem de meios filtrantes e o seu posterior reaproveitamento o que tem recebido maior
ateno e, como exemplo de ETAs que realizam com sucesso o reaproveitamento de 100% de
suas guas de lavagem, podem ser citadas as ETAs do Guara e Alto da Boa Vista, ambas
responsveis pelo abastecimento de gua de parte da Regio Metropolitana da Grande So
Paulo (RMGSP), com capacidade para 33,0 m
3
/s e 11,0 m
3
/s, respectivamente.

No entanto, pouco so conhecidos os processos de tratamento do lodo gerado nos
decantadores convencionais de escoamento horizontal ou de fluxo laminar, mais
especificamente, as operaes unitrias de adensamento, que processo preparatrio para o
seu posterior condicionamento e desidratao final.
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O adensamento uma das mais importantes operaes unitrias do processo de tratamento da
fase slida pois, de um modo geral, os equipamentos de desidratao mecnica existentes no
mercado recomendam uma concentrao de ST no lodo de entrada da ordem de 2% para que
o seu funcionamento ocorra de forma adequada.

Como algumas operaes de separao slido-lquido produzem lodos com concentrao
inferior a 1%, especialmente aqueles com produo semi-contnua de lodo, a correta
concepo e dimensionamento do sistema de adensamento de vital importncia no sucesso
operacional do sistema de tratamento da fase slida.

De um modo geral, o adensamento de lodos de ETAs pode ser efetuado por gravidade, ou
por flotao com ar dissolvido ou, finalmente, atravs de adensadores mecnicos do tipo
centrfugas ou esteira. Cada alternativa apresenta vantagens e desvantagens e o estudo de cada
uma delas envolve no apenas aspectos econmicos mas, tambm, aspectos tcnicos
envolvidos na determinao de parmetros de projeto de cada processo unitrio.

Uma vez que a alternativa de adensamento de lodos de ETAs por gravidade sempre uma
alternativa de projeto a ser considerada, fundamental que sejam conhecidas as variveis
intervenientes no processo de sedimentao gravitacional.


OBJETIVO

Este trabalho experimental teve por propsito investigar as caractersticas do pr-
condicionamento de lodos de ETAs visando o seu posterior adensamento por gravidade e
desidratao. As variveis estudadas foram o tipo e dosagem de polmero utilizado no pr-
condicionamento do lodo, o tempo de condicionamento e gradiente de velocidade.


MATERIAIS E MTODOS

Para o desenvolvimento da investigao experimental foram estudados dois tipos diferentes de
lodos, a saber: O primeiro deles, denominado Lodo 1, proveniente da ETA GUARA (ETA-
GU), localizada na Regio Metropolitana da Grande So Paulo (RMGSP) e o segundo deles,
denominado Lodo 2, proveniente da ETA TEODORO RAMOS (ETA-TR), localizada
tambm na RMGSP. Ambas so operadas pela Companhia de Saneamento Bsico do Estado
de So Paulo (SABESP). As caractersticas principais da gua bruta que abastece a ambas
ETAs e do lodo gerado esto apresentadas na Tabela 1.
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Tabela 1 - Caractersticas principais das gua bruta que abastecem as
ETAs GUARA e TEODORO RAMOS e do lodo formado.
PARMETRO ETA GUARA ETA TEODORO RAMOS
Manancial Sistema Cantareira Sistema Guarapiranga
Vazo mdia anual 33,0 11,0
pH da gua bruta 6,7 6,6
Turbidez da gua bruta 8,0 3,7
Cor aparente da gua bruta 20,0 30,0
Alcalinidade da gua bruta 11,0 12,5
Tipo de coagulante Sulfato de alumnio Sulfato de alumnio
Dosagem mdia de coagulante 9,0 29,0
Relao TSV/TST do lodo
formado
0,288 0,484
*TSV - teor de slidos volteis
*TST - teor de slidos totais

Os polmeros utilizados nos ensaios de condicionamento e suas principais caractersticas esto
apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Caractersticas dos polmeros utilizados nos ensaios de adensamento.
NALCO 8181 NALCO 7128 NALCO 7174
Peso molecular Mdio Mdio Alto
Densidade de carga No inico Catinico Aninico

O lodo utilizado nos ensaios de adensamento foram coletados sempre semanalmente e,
imediatamente aps a coleta, eram efetuadas as anlises de teor de slidos totais, teor de
slidos volteis e distribuio granulomtrica das partculas componentes do lodo.

Os ensaios de sedimentabilidade foram conduzidos em coluna de sedimentao com dimetro
igual a 15 cm e altura igual a 60 cm. As dosagens de polmero utilizadas situaram-se entre 0,1
g/Kg a 6,0 g/Kg, tendo sido o lodo condicionado diretamente na prpria coluna de
adensamento com o auxlio de um agitador de alta velocidade. O polmero utilizado no
condicionamento do lodo foi sempre preparado diariamente e imediatamente antes da execuo
do ensaio. A sua concentrao sempre situou-se entre 0,1% a 0,5%.Os gradientes de
velocidade empregados situaram-se entre 50 s
-1
e 1000 s
-1
e o tempo de condicionamento entre
2 segundos e 1000 segundos.

O parmetro escolhido para a avaliao do efeito das diferentes condies de pr-
condicionamento no adensamento dos Lodos 1 e 2 foi a sua velocidade de sedimentao em
zona, uma vez mantido constante o tipo de polmero e sua respectiva concentrao.
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Os ensaios de adensamento e desidratao foram conduzidos em quatro etapas, a saber:
? 1
a
Etapa: Para ambos os Lodos 1 e 2, foram fixados o tempo de condicionamento (60
segundos) e o gradiente de velocidade (100 s
-1
e 1000 s
-1
), tendo-se variado a dosagem de
polmero. O propsito desta etapa foi, basicamente, fazer a seleo de qual ou quais polmeros
seriam os mais indicados para a execuo das etapas posteriores.

? 2
a
Etapa: Uma vez escolhido o polmero ou polmeros mais adequados para cada tipo de
lodo estudado, foram conduzidos ensaios de adensamento para ambos os Lodos 1 e 2, tendo-
se variado o gradiente de velocidade e o tempo de condicionamento, mantida fixa a dosagem
de polmero.

? 3
a
Etapa: Nesta etapa, foi mantido constante o gradiente de velocidade e tempo de
condicionamento, bem como a dosagem de polmero, tendo-se determinado a velocidade de
sedimentao do Lodo 1 para diferentes concentraes de slidos. Teve-se por objetivo obter
a curva de fluxo de slidos visando o dimensionamento do sistema de adensamento por
gravidade.

? 4
a
Etapa: Execuo de ensaios de adensamento para o Lodo 1 com tempo de
condicionamento e gradiente de velocidade constante, mas com tipo e dosagem de polmero
varivel visando a obteno de lodo adensado para a realizao de ensaios de desidratabilidade
(Resistncia Especfica).

Os ensaios de resistncia especfica foram efetuados de acordo com metodologia descrita por
GRANDIN (1992) e YUZHU (1996). O valor da resistncia especfica foi calculada de
acordo com a Equao (1).

r
b P A
c
?
2
2
. . .
. ?
(1)

r=resistncia especfica (LM
-1
)
b=declividade da reta t/V por V (TL
-6
)
P=presso de vcuo aplicada (M.L
-1
T
-2
)
A=rea filtrante (L
2
)
?=viscosidade do filtrado (ML
-1
T
-1
)
c=massa de slidos capturada por unidade de filtrado (ML
-3
)

Foi definida a utilizao do papel de filtro Whatman 40 (capacidade de reteno de partculas
igual a 8 ? m) para a execuo dos ensaios de resistncia especfica pelo fato deste papel
apresentar uma alta linearidade entre t/V e V e uma excelente capacidade de reteno de
partculas sem, no entanto, permitir a sua rpida colmatao, o que exigiria um alto tempo de
execuo de um nico ensaio. Os resultados experimentais de ensaios de resistncia especfica
executados com este papel de filtro no Laboratrio de Saneamento Prof. Lucas Nogueira
Garcez mostraram ser possvel produzir resultados excelentes no tocante a ambos os aspectos
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mencionados anteriormente (capacidade de reteno de partculas, baixo tempo de execuo
do ensaio e linearidade entre as variveis t/V e V).
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APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS

So apresentadas nas Figuras 1 e 2 alguns resultados experimentais relativos Etapa 1, obtidos
para os Lodos 1 e 2 condicionados com diferentes tipos de polmero e dosagens, bem como
pr-condicionados com diferentes gradientes de velocidade.

0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 1 2 3 4 5 6
Dosagem de polmero (g/Kg)
V
e
l
o
c
i
d
a
d
e

d
e

s
e
d
i
m
e
n
t
a

o

(
c
m
/
m
i
n
)
Nalco 8181 (GT=6.000) Nalco 8181 (GT=60.000) Nalco 7174 (GT=6.000)
Nalco 7174 (GT=60.000) Nalco 7128 (GT=6.000) Nalco 7128 (GT=60.000)
Lodo: Guara
Concentrao de slidos: 4.000 mg/l

Figura 1 - Velocidade de sedimentao versus dosagem de polmero para diferentes
condies de pr-condicionamento. Lodo proveniente da ETA-GUARA.

0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Dosagem de polmero (g/Kg)
V
e
l
o
c
i
d
a
d
e

d
e

s
e
d
i
m
e
n
t
a

o

(
c
m
/
m
i
n
)
Nalco 8181 (GT=6.000) Nalco 8181 (GT=60.000) Nalco 7174 (GT=6.000)
Nalco 7174 (GT=60.000) Nalco 7128 (GT=6.000) Nalco 7128 (GT=60.000)
Lodo: Teodoro Ramos
Concentrao de slidos: 4.000 mg/l

Figura 2 - Velocidade de sedimentao versus dosagem de polmero para diferentes
condies de pr-condicionamento. Lodo proveniente da ETA-TEODORO RAMOS.
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Como j foi dito anteriormente, o propsito da Etapa 1 foi basicamente efetuar ensaios de pr-
condicionamento dos Lodos 1 e 2 que tivessem por objetivo permitir a seleo dos polmeros
mais adequados para cada tipo de lodo.

De acordo com os resultados experimentais apresentados nas Figuras 1 e 2, duas importantes
concluses podem ser inferidas. A primeira delas que, uma vez mantido o gradiente de
velocidade e a dosagem de coagulante fixas, diferentes tipo de polmero produzem resultados
distintos. Para o Lodo 1, os polmeros NALCO 7128 e NALCO 8181 foram os que
produziram os maiores valores de velocidade de sedimentao. Para o Lodo 2, os polmeros
NALCO 7174 e NALCO 8181 foram os que produziram os melhores resultados.

interessante notar que, para o Lodo 1, polmeros catinicos e no inicos produziram os
melhores resultados, ao passo que, para o Lodo 2, os polmeros aninicos e no inicos foram
os que resultaram melhores. Isto indica que a escolha do polmero mais adequado para o pr-
condicionamento de lodos visando o seu adensamento por gravidade grandemente
influnciado pelas caractersticas do lodo.

Conforme pode ser notado, as caractersticas de adensamento de ambos os lodos tambm
distinta. O Lodo 1 apresenta uma maior capacidade de adensamento do que o Lodo 2, muito
provavelmente pelo fato do Lodo 2 apresentar um maior teor de material orgnico do que o
Lodo1, conforme pode ser notado quando comparado a relao TSV/TST de ambos os
resduos slidos estudados.

A segunda grande concluso que pode ser inferida que, mantido fixo o tipo de polmero e sua
respectiva dosagem, diferentes valores do parmetro GT produzem diferentes condies de
adensamento do lodo. Observou-se que, com o aumento no valor de GT h uma deteriorao
das condies de adensamento dos lodos, tanto para o Lodo 1 como para o Lodo 2. Essa
diferena, inclusive, muito mais significativa para o Lodo 2 do que para o Lodo 1.
Evidentemente, tambm pode ser notado que, mantidas todas variveis constantes, com o
aumento da dosagem de polmero aplicada, maior foi a velocidade de sedimentao em zona do
lodo pr-condicionado.

Em funo dos resultados experimentais obtidos na Etapa 1, foi definido que os ensaios
posteriores seriam executados com polmeros NALCO 7128 e NALCO 8181 para o Lodo 1
e polmeros NALCO 7174 e NALCO 8181 para o Lodo 2.

O efeito do parmetro GT no pr-condicionamento dos Lodos 1 e 2 pode ser melhor
observado nos resultados experimentais apresentados nas Figuras 3 e 4. Notou-se que, quanto
maior o parmetro GT, menor a velocidade de sedimentao do lodo, mantida constante a
dosagem de polmero. Tambm interessante notar que o Lodo 1 condicionado com o
polmero NALCO 8181 menos resistente ao do parmetro GT do que quando
comparado com o mesmo lodo condicionado com o polmero NALCO 7128, haja visto que
para valores de GT superiores a 10
4
o polmero NALCO 8181 apresentou uma sensvel piora
no valor da velocidade de sedimentao, ao passo que, para o polmero NALCO 7128,
valores de GT at 10
4
no proporcionaram uma queda significativa no valor da velocidade de
sedimentao.
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A Figura 5 apresenta alguns resultados experimentais obtidos com o Lodo 2 para diferentes
valores de G e T.

3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
6,5
7
50 150 250 350 450 550 650 750 850
Gradiente de velocidade (s-1)
V
e
l
o
c
i
d
a
d
e

d
e

s
e
d
i
m
e
n
t
a

o

(
c
m
/
m
i
n
)
GT (5.000) GT (10.000) GT (50.000)
Lodo: ETA Guara
Polmero: Nalco 8181
Dosagem: 1,0 g/Kg

Figura 3 - Velocidade de sedimentao versus o gradiente de velocidade empregado na
etapa de pr -condicionamento do lodo para diversos valores de GT.


4
4,5
5
5,5
6
6,5
7
7,5
8
8,5
9
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Gradiente de velocidade (s-1)
V
e
l
o
c
i
d
a
d
e

d
e

s
e
d
i
m
e
n
t
a

o

(
c
m
/
m
i
n
)
GT (5.000) GT (10.000) GT (50.000)
Lodo: ETA Guara
Polmero: Nalco7128
Dosagem: 1,0 g/Kg

Figura 4 - Velocidade de sedimentao versus o gradiente de velocidade empregado na
etapa de pr -condicionamento do lodo para diversos valores de GT.
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2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 20 40 60 80 100 120
Tempo de condicionamento (s)
V
e
l
o
c
i
d
a
d
e

d
e

s
e
d
i
m
e
n
t
a

o

(
c
m
/
m
i
n
)
Nalco 8181 (G=50 s-1) Nalco 8181 (G=100 s-1) Nalco 7174 (G=50 s-1)
Nalco 7174 (G=100 s-1) Nalco 7174 (G=200 s-1)
Lodo: Teodoro Ramos
Dosagem de polmero: 2,0 g/Kg
Concentrao de slidos: 4.000 mg/l

Figura 5 - Velocidade de sedimentao versus o tempo de mistura empregado na etapa
de pr-condicionamento do lodo para diversos valores de GT.

Para um mesmo polmero e dosagem, quanto maior for o gradiente menor ser a sua velocidade
de sedimentao. Tal concluso valida para ambos os polmeros testados.

Comparando-se os resultados experimentais obtidos para o Lodo 1 e 2, pode-se observar que
o Lodo 2 muito mais sensvel influncia do gradiente de velocidade do que o Lodo 1, o que
faz com que o adensamento por gravidade talvez no seja a melhor alternativa de adensamento.
Ao contrrio do Lodo 2, o Lodo 1 apresentou uma excelente capacidade de adensamento e a
curva de fluxo de slidos obtida para o lodo condicionado e no condicionado est apresentada
na Figura 6. As expresses matemticas que correlacionam as velocidades de sedimentao e a
concentrao de slidos esto apresentadas nas Equaes 2 e 3.

Lodo no condicionado: V e
s
X
?
?
4
0 0001697
,225.
, .
(r=0,982) (2)
Lodo condicionado: V e
s
X
?
?
45
0 0002365
,65.
, .
(r=0,998) (3)

Vs=velocidade de sedimentaoem zona em cm/min (LT
-1
)
X=concentrao de slidos totais em mg/l (ML
-3
)

De acordo com os resultados apresentados na Figura 6, o efeito do pr-condicionamento do
Lodo 1 com polmero catinico NALCO 7128 marcante, haja visto que, para uma mesma
concentrao de slidos no adensado, o fluxo de slidos aplicado no adensador
significativamente maior.
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0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Concentrao de slidos (mg/l)
F
l
u
x
o

d
e

s

l
i
d
o
s

(
K
g
/
m
2
/
h
)
Lodo no condicionado Lodo condicionado
Lodo ETA-Guara
Polmero: NALCO-7128
Dosagem: 1,0 g/Kg SS

Figura 6 - Fluxo de slidos versus a concentrao de slidos para lodos no
condicionados e no condicionados.

Para este caso especfico, o aspecto mais importante talvez no seja o teor de slidos no lodo
adensado, mas sim, o maior fluxo de slidos passvel de ser aplicado no adensador, uma vez
que h, como consequncia, a diminuio no tamanho das unidades de adensamento.

Conforme j foi dito, para o Lodo 1, ambos os polmeros NALCO 7128 e NALCO 8181
produziram excelentes resultados durante o seu adensamento. Uma vez que o lodo adensado
por gravidade com o auxlio de polmeros posteriormente encaminhado para a etapa de
condicionamento e desidratao, procurou-se na Etapa 4 verificar qual o efeito do tipo de
polmero empregado na etapa de pr-condicionamento na sua desidratabilidade. Os resultados
de resistncia especfica para o Lodo 1 pr-condicionado com polmero NALCO 7128 e
NALCO 8181 em diferentes dosagens esto apresentados na Figura 7.

Conforme pode ser observado, ambos os polmeros proporcionaram uma melhoria na
desidratabilidade do lodo. No entanto, tal melhoria foi mais pronunciada para o polmero
NALCO 7128 em comparao com o NALCO 8181. claro que com o aumento da
dosagem de polmero, melhor foi a sua desidratabilidade.
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0,00E+00
1,00E+12
2,00E+12
3,00E+12
4,00E+12
5,00E+12
6,00E+12
7,00E+12
8,00E+12
9,00E+12
0 0,5 1 2 4
Dosagem de polmero (g/Kg)
R
e
s
i
s
t

n
c
i
a

e
s
p
e
c

f
i
c
a

(
m
/
K
g
)
Nalco 8181 Nalco 7128
Lodo: Guara

Figura 7 - Resistncia especfica do lodo versus a dosagem de polmero.


CONCLUSES

Em funo dos resultados experimentais obtidos, pde-se concluir que:

? Conforme era de se esperar, quanto maior a dosagem de polmero, maior foi a velocidade
de sedimentao do lodo, fato este caracterstico para os trs tipos de polmeros utilizados nos
ensaios experimentais.

? Em funo das caractersticas fsico-qumicas do lodo a ser adensado por gravidade, um
polmero especfico pode comportar-se de modo distinto. Para o Lodo 1, os polmeros
catinicos e no inicos revelaram-se mais adequados, enquanto para o Lodo 2 os polmeros
aninicos e no inicos mostraram melhores resultados, o que indica a especificidade do
polmero a ser selecionado para fins de execuo de ensaios experimentais visando a obteno
de parmetros de projeto e operao de sistemas de adensamento.

? O parmetro GT mostrou ser importante na etapa de pr-condicionamento do lodo. Valores
de GT acima de 10
4
mostraram ter um efeito negativo na sedimentabilidade do lodo. Lodos
com alto teor de material orgnico, como por exemplo o Lodo 2, mostraram ser mais sensveis
ao parmetro GT e ao tipo de polmero. Tambm pde ser evidenciado que o maior ou menor
efeito do parmetro GT no adensamento de um lodo especfico tambm funo do tipo de
polmero utilizado.
ABES - Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental II - 025
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o
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitria e Ambiental 1193
? O Lodo 2, que produzido em uma ETA que abastecida por um manancial com alto grau
de eutrofizao e que, consequentemente, apresenta um alto teor de material orgnico,
possui uma capacidade de adensamento por gravidade muito pior do que quando
comparado com o Lodo 1, que proveniente de um manancial relativamente protegido e
com baixo nvel de eutrofizao. Isto significa que um cuidado adicional tem que tomado
quando do dimensionamento de sistemas de adensamento de lodos contendo alto teor de
material orgnico podendo, em alguns casos, recair-se na alternativa de adensamento
mecnico para lodos desta natureza.


AGRADECIMENTOS

Agradecimentos sinceros a Professora Lilian Mascarenhas Santa-Agostinho (Departamento
de Engenharia de Minas - Escola Politcnica da USP) por ter autorizado a execuo das
anlises granulomtricas dos lodos utilizados nesta investigao experimental por difrao de
raio laser e a Sra. Maria Auxiliadora Marzo (Departamento de Engenharia de Minas -
Escola Politcnica da USP - Laboratrio de Caracterizao Tecnolgica) pela execuo
das anlises propriamente ditas. Agradecimentos NALCO BRASIL LTDA., na pessoa do
Engenheiro Fernando Guimares, pela cesso das amostras dos polmeros utilizados nos
ensaios de pr-condicionamento.


REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

1. AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION. Water treatment plant waste
management. American Water Works Association Research Foundation, Denver, 459 p.
1987.
2. GRANDIN, S. Desidratao de lodos produzidos nas estaes de tratamento de
gua. So Paulo, 1992. 465p. Dissertao (Mestrado) - Escola Politcnica da Universidade
de So Paulo.
3. YUZHU, W. Condicionamento de lodo de estao de tratamento de gua:
estudo de caso. So Paulo, 1996. 419p. Dissertao (Mestrado) -Escola Politcnica da
Universidade de So Paulo.