Podcast Imediato-Um Estudo Sobre A Podosfera Brasileira
Podcast Imediato-Um Estudo Sobre A Podosfera Brasileira
Podcast Imediato-Um Estudo Sobre A Podosfera Brasileira
Podcast imediato
um estudo sobre a podosfera brasileira
Florianópolis
2009
Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo no Departamento
de Jornalismo do Centro de Comunicação e Expressão da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Abstract
This paper reports the steps of planning, structuring and execution of Pod-
cast Imediato, show created for the study of Brazilian podosphere. The in-
vestigation on the productive process of this micro-media is based upon in-
terviews with winners of Podcast Award 2008. The research aimed to reveal
aspects that put together could outline the state of podcast in Brazil, and
from which the study could go further. It was observed that the language of
the new medium is still experimental, as well as programs’ format, business
models, among other aspects. Also, it was concluded that the interviewed
producers understand Brazilian podosphere as a spreading community, in
numbers and maturity, and it will continue to grow, in quantity and quality,
over the next few years.
Key-words: Podcast. Micro-media. Intereactivity. Portability. Journalism.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
Agradecimentos 9
Dedicatória 13
1 Introdução 15
1.1 A ideia 17
1.2 O que é podcast 18
1.3 Alguns meandros técnicos 20
2 Desenvolvimento 23
2.1 Referencial teórico 23
2.2 Podcast Imediato 26
2.2.2 Podcasts tutoriais 28
2.2.2 PodPesquisas e Prêmio Podcast 28
2.3 Projeto Editorial 29
2.4 Pré-roteiro 31
2.5 Podcast e processo produtivo do jornalismo 33
2.6 Fontes, entrevistados e pré-apuração 36
2.7 Podcasts de... 39
3 Dificuldades, superações e aprendizados 41
3.1 Aprendizados 44
3.2 Filipe Speck e Nanni Rios 48
4 Conclusões 51
4.1 Partindo do zero 52
4.2 Formato do programa 53
4.3 Crossover e Twitter 56
4.4 (Outras) redes sociais, divulgação e site 59
4.5 Periodicidade, publicidade e perspectivas 60
4.6 É isso aí, a gente se vê na semana que vem 63
5 Bibliografia comentada 65
Bibliografia completa 69
Anexos 77
I. Estatísticas de acesso de cada episódio 77
II. Estatística comparada dos três episódios mais 82
baixados
Agradecimentos
1
Primo (2005:3) usa o conceito de Thornton de micromídia, a saber, “um con-
junto de meios de baixa circulação e que visam pequenos públicos, que vão
desde impressos rudimentares até ferramentas digitais”. O autor brasileiro
faz uma ressalva ao sistema produtivo da micromídia, destacando que o pod-
cast pode ser explorado também como mídia de nicho por empresas de comu-
nicação estruturadas.
15
oito mil programas listados no PodcastOne - maior diretório
do país -, selecionou-se como critério a presença no pódio do
Prêmio Podcast 2008. Assim, os entrevistados eram os produ-
tores premiados ou pelo juri popular, ou pelo juri técnico do
concurso, entendendo-se que tais podcasters teriam seu traba-
lho avalizado pelos ouvintes brasileiros. A partir de indaga-
ções jornalísticas, e mantendo sempre em mente o potencial
informativo da micromídia aqui tratada, buscou-se entender
quais os aspectos comuns à maioria dos programas, de modo
que se pudesse sugerir um ponto de partida a quem inicia a
atividade na podosfera, também tentando sistematizar os da-
dos visando o ensino em cursos de Comunicação Social e a
produção por empresas jornalísticas.
2
Após a elaboração deste relatório, foi apurado que no semestre de 2009.1 o
podcast foi tema da disciplina optativa Jornalismo Dinâmico, ministrada à
época pelo professor Fábio Mayer, que em conjunto com a professora Giovana
Rutkoski, da área de Radiojornalismo. Os docentes não somente abordaram
o conceito de podcast em sala, como produziram episódios com os alunos -
material disponível em www.radio.ufsc.br
16
Nesta breve introdução encontram-se os elementos chave
que serão tratados adiante. Os termos que aqui não estão de-
vidamente explicados, a seguir o serão. Finalmente, daqui em
diante passa-se a relatar a experiência em primeira pessoa.
1.1 A ideia
17
A pesquisa é relevante ao se considerar que 1) o podcast é
pouco explorado pela grande mídia nacional, em contraposi-
ção aos conglomerados internacionais - como BBC e NBC; 2) há
parca bibliografia sobre o tema, principalmente em português;
3) os autores que tratam do podcast destacam o potencial infor-
mativo que o produto tem, e informação é a matéria prima do
jornalismo; 4) a liberação do polo emissor3 observada no pod-
cast transforma-o em ferramenta no processo de democratiza-
ção da comunicação; 5) a portabilidade da micromídia insere-a
no contexto atual de desenvolvimento tecnológico, onde a por-
tabilidade está cada vez mais presente e dominante; 6) a rede
criada por produtores e consumidores de podcast amplia o es-
paço público de debate; dentre outros4.
3
Lemos (2005) resume a liberação do polo emissor, no caso do podcast, como
“ouvinte produtor”, em um contexto de modificações propulsionadas pela
tecnologia. “Chegamos aqui ao cerne de uma das leis da cibercultura: a lógica
da reconfiguração”, diz, e especificamente sobre a produção descentralizada
de conteúdo, acrescenta que “o suposto excesso de informação nada mais é do
que a emergência de diversas vozes, exprimindo-se sobre diversos assuntos, e
sob diversos formatos, distribuídos ao redor do mundo”.
4
Ver Bibliografia comentada para referências das justificativas apresentadas.
18
vidcast ou video podcast) ou mesmo de imagens (fotocast ou foto
podcast), texto, enfim, qualquer mídia digital. O segundo aspecto
de que discordam a maioria dos teóricos na comparação com o rá-
dio diz respeito às características de cada mídia: Medeiros (2007) e
Meneses (2008), dentre outros, afirmam que podcast não é rádio.
5
Episódio é o nome comumente usado para se referir a um arquivo específico
do conjunto do programa. A periodicidade do podcast, então, corresponde à
frequência de publicação dos episódios.
19
o agregador faz o download automaticamente. Uma vez no
disco rígido de seu computador, o ouvinte - como vamos con-
vencionar chamá-lo, doravante, por se tratar este TCC de um
programa em áudio - pode reproduzi-lo localmente ou trans-
feri-lo a um tocador portátil de MP3 e escutá-lo onde e quando
lhe aprouver. Além disso, pode-se parar e recomeçar, avançar e
retroceder no programa, uma vez que se dispõe de sua integra-
lidade - ao contrário da rádio, cuja emissão e recepção acontece
simultaneamente (PRIMO, 2005).
20
possível tocar o episódio sem necessariamente baixá-lo, o feed
não é mais necessário (embora alguns teóricos e podcasters con-
siderem-no a principal característica da mídia podcast, e por-
tanto essencial). Em um meio termo entre ter apenas um feed e
ter servidor próprio, nasceram os sites de hospedagem - como
Mevio, PodOmatic e PodcastOne, por exemplo - que além de
funcionarem como diretórios, disponibilizam hotsite ou perfil
em que o usuário dispõe do player.
21
detalhamento de características específicas que possam ser
comparadas às do rádio - meio que, apesar de seu incompleto
século de vida, já tem parâmetros estabelecidos.
22
2 Desenvolvimento
23
português apresenta definição do que é rádio, e salienta que a
ausência de algum dos aspectos já desqualifica o podcast en-
quanto transmissão radiofônica:
24
de comunicação de se adaptarem, e comenta que de fato a mídia
massiva não vem refletindo as tendências surgidas após a inter-
net. Mais que isso, o autor acredita que as mudanças são irrever-
síveis e afetam a estrutura tradicional das empresas, apontando
como única saída a incorporação das novas formas de produção.
6
Embora, como já mencionamos, não necessariamente em áudio, sendo esta
abordagem apenas restrita ao formato que aqui estudamos e usamos.
25
2.2 Podcast Imediato
7
O Prêmio Podcast 2009 estava com inscrições abertas, ou seja, ainda não es-
tava concluído, por isso não foi usado como referência.
26
tras tantas produções e assim fomos construindo as referên-
cias iniciais. É interessante observar que na busca por podcasts
brasileiros, chegou-se a uma lista frequente de indicados, mui-
tos dos quais constavam também no pódio do Prêmio Podcast
2008 (PP08). As observações usaram a rádio como parâmetro:
elementos comuns e divergentes. Assim, notamos como era a
abertura dos programas; as trilhas sonoras; presença, forma
de uso ou ausência de música de fundo; tom e estilo de locu-
ção; número de participantes; uso, ou não, de efeitos sonoros;
presença de entrevistas e/ou sonoras; tipo e licença de música
executada; dentre outros. Também nos detivemos em questões
bem pontuais, como por exemplo a referência ao convidado:
na rádio, costuma-se usar expressões como “para você que li-
gou o rádio agora, estamos conversando com Déborah Salves,
do Podcast Imediato”, para situar o ouvinte que sintonizou a
estação após a apresentação do entrevistado; tal movimento é
desnecessário no podcast.
8
ID3tag é um arquivo incluído em outro arquivo - mais comumente, de áudio
-, contendo informações a respeito do hospedeiro. No caso de um áudio em
MP3, a ID3tag pode trazer dados como nome do artista ou do podcast, do
álbum ou da temporada, da faixa ou do episódio, dos autores, comentários -
onde estariam, então, os links - e até a imagem de capa (artwork).
27
2.2.1 Podcasts tutoriais
28
dicidade. A atenção dispensada ao podcast, com mais de 80% dos
entrevistados deste ano atestando alto grau ou atenção dividida
com atividades que não necessitam concentração também pesa-
ram na estruturação. As questões que identificaram os temas mais
ouvidos e os considerados mais números na podosfera serviu de
base na escolha das categorias abordadas pelo Podcast Imediato.
29
programa. A locução começa com “Alô, alô, ouvintes, está no ar
o episódio número tal do Podcast Imediato”, seguida da intro-
dução do(s) locutor(es) e do tema da semana. Segue-se a isso o
anúncio dos entrevistados da vez.
30
temas de cada episódio e o discutir aspectos conceituais sobre o
podcast enquanto micromídia.
2.4 Pré-roteiro
31
Foi elaborado o seguinte pré-roteiro:
9
Marca registrada. Produto desenvolvido por Skype Tecnologies S.A.
32
12) Como veem o cenário do podcast brasileiro?
33
- de modo geral - a equipe não é composta de profissionais
específicos de nenhuma área. Também a pressão do deadline e
da rotina operam de forma diferenciada.
34
parte das evoluções facilitadas pela rede, ele se desenvolve com
ela, se reinventa a partir dela, abre espaço à criatividade e à ati-
vidade das “pessoas comuns”, de modo que qualquer podcas-
ter tenha muito a agregar - dando ou recebendo - no tocante a
essas inter-relações.
35
o podcast também serve de referência para pesquisas futuras
- como a descrita neste relatório -, por mais que os interesses
sejam distintos.
36
údo mais escutado (51,03%) e mais proeminente na podosfera
(85,45%), segundo dados da PodPesquisa 2009, além de ter re-
lação direta com o contexto em que nasceu o podcast. Entre-
tenimento por considerarmos a categoria bastante abrangente
- cinema e música poderiam ser aí incluídos, por exemplo - e
pelo entendimento dos que desconhecem a mídia de que qual-
quer programa teria esse fim, já que não é desenvolvido por
profissionais da comunicação. Esportes, como religião, são te-
mas que naturalmente seccionam o público, embora tenhamos
percebido que os ouvintes de podcast são naturalmente direcio-
nados a nichos (mesmo pela especificidade que a micromídia
permite). Música e cinema vêm sofrendo mudanças, no cenário
econômico, com o advento da internet e a possibilidade de com-
partilhamento de arquivos, que inclui pirataria e venda online;
também, do ponto de vista da cultura, são manifestações que
influenciam e são influenciadas fortemente por outras formas
de artes da, na e para a rede. A categoria de negócios, nona mais
escutada (14,23%) e considerada pouco explorada na podosfera
(81,44%), foi selecionada pela sua relação com a economia e, do
ponto de vista da utilização do podcast pelos meios de massa,
por representar a possibilidade de gerar capital com o produto.
Os programas de notícias entraram na lista, além do interesse
jornalístico óbvio, por contrapôr o argumento frequente de que
podcasts de notícia não funcionam por serem datados, e que o
tema seria então inapropriado, uma vez que os episódios ficam
disponíveis na rede para serem escutados muito tempo depois
de sua publicação.
37
Com o cronograma em mãos, houve tempo para pré-apuração
das entrevistas. O processo começava com a revisão dos ficha-
mentos da literatura específica, consultada no início de 2009.
Procedíamos, também, à consulta aos principais diretórios de
podcast - já citados -, em busca de dados sobre quantos progra-
mas da categoria em questão existiam e, eventualmente, quais
as subcategorias apresentadas. Nos diretórios, e nas listas de
indicados dos sites dos entrevistados, encontrávamos outros
programas sobre o tema, consultados para observar aspectos
e tentar identificar, bem empírica e superficialmente, possíveis
tendências da categoria, ou possíveis inovações passíveis de in-
vestigação.
38
tendência de linguagem e de temas, o grau e o tipo de interati-
vidade com ouvintes e outros membros da podosfera, o tipo de
divulgação, a influência da atividade profissional, etc.
39
ma para fazer o convite à entrevista.
10
No primeiro contato, tentou-se marcar as conversas para horários em que
ambos os apresentadores pudessem estar presentes. No entando, devido às
agendas de cada e também dos entrevistados, algumas isso não foi possível.
40
3. Dificuldades, superações e aprendizados
41
edição em outro programa - que preferimos não revelar por se
tratar de cópia pirata. Cabe destacar, aqui, que além de ser ilegal
fazer uso de cópia não registrada de um programa com direitos
de propriedade, pode-se considerar ideologicamente incoeren-
te fazê-lo para a edição de um podcast, mídia que, como vere-
mos nas conclusões deste relatório, carrega em si um conceito
implícito de anarquia e libertação das grandes corporações. No
entanto, foi no programa em questão que aprendemos a editar
durante o curso de Jornalismo da UFSC, e não havia tempo há-
bil para reaprendermos todos os recursos de que necessitáva-
mos em um novo programa - no caso, o Audacity.
42
usamos na edição do programa, porque as nossas duas estavam
com problemas ou simplesmente não estavam gravadas.
43
Gravar e editar o áudio não foi o único problema técnico que
enfrentamos. Dominar as tecnologias que fazem parte do pod-
cast foi uma dificuldade superada aos poucos, primeiro apren-
dendo a utilizar o iTunes para alterar as informações da ID3tag;
depois o Mevio, para disponibilizar os arquivos na rede e criar
o link para o feed; o feed em si; o player no final do post. Estas,
dentre outras ferramentas, foram sendo conhecidas ao longo
do processo, e entendidas, muitas vezes, com a ajuda de outros
podcasters, fossem entrevistados ou não.
3.1 Aprendizados
44
cia ser a única forma de fazer jornalismo, desconstrução do que
parecia ser a interatividade no jornalismo, desconstrução até do
conceito de jornalismo.
22/11/2009.
45
factual - dos programas em pauta. O formato da informação,
em decorrência disso, também foi diferente, uma vez que esta-
mos habituados a encontrar dados em veículos de mídia escrita,
ou no máximo televisa, mas raramente em áudio - talvez por-
que a rádio é o principal meio que utiliza este suporte, e ela não
costuma guardar arquivos, ou não de forma consultável.
46
mesmo as que faziam comentários em nossos twitters pessoais
ou em janelas de bate-papo instantâneo. Tomamos o cuidado de
responder todos os emails recebidos, agradecendo os elogios, ex-
plicando os problemas, e elucidando eventuais dúvidas. Também
observamos alguns comentários para identificar tendências de
interesse que pudessem ampliar a pré-pauta, ou mesmo diver-
sificar a conversa em relação a pontos específicos identificados.
47
ca, publicitário ou engenheiro, dentre outros - manifestavam as
mesmas posições em relação a questões éticas que se esperaria
de um profissional da comunicação social.
12
Segundo a Wikipédia, “Creative Commons (tradução literal:criação comum tam-
bém conhecido pela sigla CC) pode denominar tanto um conjunto de licenças pa-
dronizadas para gestão aberta, livre e compartilhada de conteúdos e informação
(copyleft), quanto a homônima organização sem fins lucrativos norte-americana que
os redigiu e mantém a atualização e discussão a respeito delas.” Disponível onli-
ne em http://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_commons Acesso em 22/11/2009.
48
preparou o material para padronizar a identidade visual na
página e no Twitter, além de ajudar a checar o site para libe-
ração de comentários. Também colaborou com referências bi-
bliográficas e ofereceu outros pontos de vista para pensarmos
algumas questões sobre o programa.
49
Além do jornalista Speck, o amigo Filipe se fez muito presen-
te, contribuindo, em última instância, com apoio emocional. A
amiga Nanni também foi essencial nesta parte.
50
4 Conclusões
51
a ponta do iceberg, e merecem estudo quantitativo e apro-
fundado. Nosso objetivo era traçar o contorno da podosfera
brasileira a partir destes pontos. Preencher a imagem que
delineamos é um passo seguinte.
52
Apesar de despretensão inicial, os podcasters tinham objeti-
vos, ainda que talvez não muito claros. Entre se divertir ou di-
vertir o outro, ampliar o debate, aumentar a circulação de deter-
minado tipo de informações, experimentar a produção de algo
que é bom consumir, as intenções variavam. A função do pod-
cast não é fixa, nem é exclusiva, não precisa ser necessariamente
informativa, nem humorística, e nada impede que seja as duas,
transmitindo conhecimento de forma divertida. O importante,
destacam, é criar a identidade do programa.
53
nas trilha e apresentação; alguns não têm trilha, iniciando di-
retamente com a introdução dos participantes; dentre outras
formas. Apesar de não haver padrão, percebemos que existe
uma abertura, enquanto momento em que se identifica que está
começando o episódio.
54
assunto - como a “voz” de Darth Vader quando se fala de Star
Wars, por exemplo. Em determinados casos, são reproduzidos
trechos (sonoros) de filmes ou outros materiais em áudio.
55
os trios, e até mesmo os grupos com mais de cinco integrantes
compõem uma comunidade diversificada e sem padrões. Sobre
o assunto, os podcasters comentam que quanto mais pessoas,
mais difícil é cruzar os horários para a gravação, e que por isso
é preciso escolher parceiros com agendas aproximadas. Tam-
bém destacam, por outro lado, que a multiplicidade de vozes
dá mais dinamismo ao programa. Interessante notar, ainda, do
ponto de vista humano, que apesar das facilidades do Skype, os
podcasters que gravam juntos acabam se encontrando pessoal-
mente em algum(ns) momento(s).
56
2009). A observação do comportamento social de produtores
e audiência contextualiza o processo de desenvolvimento do
podcast. Também delineia as relações estabelecidas no grupo,
as tendências de comportamento e permite antever o que es-
perar dos membros, coletivamente falando.
57
pessoa mais próxima a informação sobre uma mais distante.
Ainda, a velocidade de interação nesta rede foi, de modo geral,
maior do que a acontecida via email.
58
4.4 (Outras) redes sociais, divulgação e site
13
Segundo Wikipédia, “O teaser (em inglês “aquele que provoca” (pro-
vocante), do verbo tease, “provocar”) é uma técnica usada em marketing
para chamar a atenção para uma campanha publicitária, aumentan-
do o interesse de um determinado público alvo a respeito de sua men-
sagem, por intermédio do uso de informação enigmáticas no início da
campanha. A palavra é um dos muitos anglicismos cotidianamente usa-
dos no mundo empresarial dos países lusófonos.” Disponível online
em http://pt.wikipedia.org/wiki/Teaser Acesso em 22/11/2009.
59
Por último, como mencionamos no item 1.2 deste relatório,
temos os sites dos programas. Sejam blogs em servidores gra-
tuitos, como Wordpress ou Blogspot, ou endereços próprios, as
páginas possibilitam, além da comunicação entre os envolvi-
dos no processo, uma nova forma de apresentar e consumir o
produto. Pode-se inserir uma ou mais imagens, disponibilizar
links, descrever o episódio sem limitações de espaço, oferecer
versões do áudio em diferentes formatos e tamanhos, apresen-
tar outras páginas como “contato” ou “quem somos”, disponi-
bilizar barra de links, nuvem de tags, mecanismo de pesquisa
interno, dentre outras ferramentas. Também, nos sites pode-se
apresentar conteúdo distinto do ou complementar ao podcast,
criando o hábito do usuário de visitar a página, ou mesmo no
caso de recebimento por feed, mantendo-se fora da zona de es-
quecimento do público. O suporte texto - e também há a pos-
sibilidade de postar vídeos, próprios ou de canais como o You-
Tube - apresenta-se de forma complementar ao podcast, mesmo
quando o programa em áudio é um dos atrativos da página. En-
tendemos este “complementar” enquanto ferramentas fora do
arquivo distribuído, oportunizando possibilidades que o som,
invisível e imaterial, não pode ofertar.
60
pagina e percebendo que não houve, ainda, a atualização, os en-
trevistados entendem que existe a expectativa de receber o pro-
duto. A atenção à periodicidade confere credibilidade à medida
que demonstra seriedade e, na palavra de alguns convidados,
respeito com a audiência.
61
timento. A propaganda na internet, avaliam, vem sendo ba-
seada na quantidade de cliques que o anúncio recebe, mas no
podcast, enquanto áudio, não há onde colocar links - além do
que, muitos ouvintes assinam o feed em vez de visitar a pá-
gina. Pensando no anuncio em áudio, o problema é que não
se pode acompanhar a quantidade de ouvintes do programa.
Primeiro, porque os arquivos continuam disponíveis na rede
e novas pessoas podem ouvir programas gravados há muito
tempo, e em fazê-lo escutar propagandas que há muito foram
pagas. Tem-se, nesse sentido, as estatísticas sobre a quantida-
de de downloads, número que talvez pudesse servir de parâ-
metro. Mas, para os produtores com quem conversamos, esses
dados não refletem o potencial real da mídia, uma vez que o
ouvinte pode, por exemplo, ter problemas com o download e
precisar reiniciá-lo, contando assim como dois acessos quando
na realidade apenas um episódio completo foi baixado. Além
disso, com o arquivo em seu disco rígido, o ouvinte pode re-
distribuir o podcast, seja emprestando seus fones de ouvido a
alguém, ouvindo em caixas de som com um grupo de pessoas
ou repassando por email, dentre outras formas citadas.
62
ficados vêm surgindo, além de observar o amadurecimento dos
programas brasileiros. A maioria também chama a atenção para
a diversificação dos temas, ao mesmo tempo em que nota uma
série de programas que acabam. Em algumas avaliação, o cha-
mado podfade (declínio do podcast, em livre tradução) é fruto da
falta de retorno; em outras, a isso se soma a falta de compromis-
so que alguns novos produtores têm; indicam, ainda, o fim de
programas que copiam modelos sem se preocupar em imprimir
marca própria, e desistem quando não têm o mesmo sucesso
que suas inspirações.
63
A construção coletiva do conhecimento tornou o projeto mais
que uma forma de aprender, transformou-o em pesquisa in-
terativa, tomou rumos inesperados e apresentou um mundo
absolutamente diferente para o (meu) jornalismo. Entender o
jornalismo como forma de comunicação mais ampla que a com-
preendida durante a graduação foi, com certeza, o maior cresci-
mento proporcionado por este TCC.
64
5 Bibliografia comentada
65
pensar as novas mídias como novas linguagens, sem querem
impingir àquelas os modelos tradicionais de outros suportes.
66
LEMOS, André. Podcast. Emissão sonora, futuro do rádio e
cibercultura. IN 404nOtF0und. vol. 1, n. 46, 2005. Salvador: Facom/
UFBA.
Apresenta a noção de liberação do polo emissor e como o con-
ceito se aplica ao podcast. Analisa as mudanças nos atores da
comunicação, e como a internet propicia ou influencia esses
movimentos. Também comenta sobre o modelo do rádio en-
quanto metáfora para o podcast, e afirma que as mídias não são
excludentes, mas complementares.
67
(“Xerox makes everybody a publisher”) e de Brecht (comunica-
ção em duas vias, em que todos possam receber e enviar), e co-
menta as novas demandas da audiência. Também analisa as mu-
danças no cenário de consumo de informação e música a partir
da popularização dos tocadores portáteis de áudio, a relação do
mais jovens com a internet e a proliferação de fontes de informa-
ção. Evidencia o caráter dialógico das novas relações na internet
e aponta a necessidade de adaptação por parte do profissionais
da Comunicação. Encerra constatando a necessidade de re-con-
ceitualização do podcast e do rádio diante dos contextos atuais.
68
apenas batizando-as com nome diferente, mas pesquisando suas
especificidades de linguagem. Acredita que, atualmente, a única
barreira comunicacional é a língua, já que as fonteiras especais
são anuladas na rede mundial. Conclui que a disponibilidade
crescente de conteúdo variado, ao aumentar a concorrência, for-
ça os produtores de conteúdo a apresentar material interativo,
com aprofundamento no conteúdo e cuidado na edição.
Bibliografia completa
69
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Entrevistas
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ASSIS, Pablo de. Entrevista concedida a Déborah Salves e Filipe
Speck. Novembro de 2009. Entrevista.
CASTRO, Fernando. Entrevista concedida a Déborah Salves e
Filipe Speck. Novembro de 2009. Entrevista.
DEGASPARI, Adriana. Entrevista concedida a Déborah Salves.
Novembro de 2009. Entrevista.
DEGASPARI, Paulo. Entrevista concedida a Déborah Salves.
Novembro de 2009. Entrevista.
FRANZIN, Bárbara. Entrevista concedida a Déborah Salves e
Filipe Speck. Outubro de 2009. Entrevista.
KUNZE, Beatriz. Entrevista concedida a Déborah Salves.
Outubro de 2009. Entrevista.
LAURO, Marcos. Entrevista concedida a Déborah Salves e Filipe
Speck. Novembro de 2009. Entrevista.
LEITE, Guilherme. Entrevista concedida a Déborah Salves.
Novembro de 2009. Entrevista.
LIMA, Marco Aurélio. Entrevista concedida a Déborah Salves e
Filipe Speck. Outubro de 2009. Entrevista.
LUZ, Tiago. Entrevista concedida a Déborah Salves e Filipe
Speck. Outubro de 2009. Entrevista.
MAIA, Roberto. Entrevista concedida a Déborah Salves e Filipe
Speck. Novembro de 2009. Entrevista.
MOREIRA, Eduardo. Entrevista concedida a Déborah Salves e
Filipe Speck. Novembro de 2009. Entrevista.
RODRIGUES, Leandro. Entrevista concedida a Déborah Salves
e Filipe Speck. Outubro de 2009. Entrevista.
SALES, Eduardo. Entrevista concedida a Déborah Salves e
Filipe Speck. Novembro de 2009. Entrevista.
SANTOS, Waldir Leonel dos. Entrevista concedida a Déborah
Salves e Filipe Speck. Outubro de 2009. Entrevista.
73
SILVA, Eddie. Entrevista concedida a Déborah Salves. Novembro
de 2009. Entrevista.
SENA, Alexandre. Entrevista concedida a Déborah Salves.
Novembro de 2009. Entrevista.
Podcasts entrevistados
ADD - http://www.maestrobilly.com/podcast/
Código Livre - http://codigolivre.net/category/podcast/
Depois das 11 - http://www.depoisdas11.com/blog/
74
Digital Minds - http://www.digitalminds.com.br/podcast
DotCast - http://www.dotgospel.com/dotcast/
Escriba Café - http://www.escribacafe.com/
Fala Freela - http://falafreela.com.br/
Impressões Digitais - http://impressoes.vocepod.com/
Lente Aberta Fotocast - http://lenteaberta.wordpress.com/
Monacast - http://monalisadepijamas.virgula.uol.com.br/
NerdCast - http://jovemnerd.ig.com.br/categoria/nerdcast/
NerdExpress - http://universonerd.com.br/nerdexpress/
Papo de Gordo - http://www.papodegordo.com.br/
Papo de Pregrão - http://www.wintrade.com.br/Site/Analise/
Podcast/default.aspx
PirataCast - http://www.baupirata.com/
Podcasting for Dumies Podcast [em inglês] - http://etips.
dummies.com/rss/podcastingfd.xml
RapaduraCast - http://www.cinemacomrapadura.com.br/
rapaduracast/
School of Podcasting [em inglês] - http://schoolofpodcasting.
com/
Spin-Off - http://feedbacknews.com.br/spinoff/
TragetHD - http://targethd.net/category/podcast/
75
Anexos
77
Episódio #02 – Podcasts de Entretenimento
78
Episódio #04 – Podcasts de Negócios
79
Episódio #06 – Podcasts de Religião
80
Episódio #07 – Podcasts de Música
81
II. Estatística comparada dos três episódios mais baixados
82
Podcast Imediato
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podcastimediato@gmail.com
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Déborah Salves
salves.deborah@gmail.com
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Filipe Speck
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Nanni Rios
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