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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR 1UIZ DE DIREITO DO 12
1UIZADO ESPECIAL CIVEL E DAS RELAES DE CONSUMO DA
CAPITAL ESTADO DE PERNAMBUCO Processo n 0050408-65.2012.8.17.8201. ATLANTICO FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITRIOS NO PADRONIZADOS, inscrito no CNPJ sob o n 09.194.841/0001-51, com sede na Capital do Estado de !o Pa"lo, na #$enida %ri&adeiro 'aria (ima, n ).900, 10 andar, *taim %ibi, por se"s proc"radores +"e esta s"bscre$em ,atos constit"ti$os, proc"ra-!o e s"bstabelecimento ane.os, docs. 01, 0/ e 0)0, $em respeitosamente 1 presen-a de 2.E.a., nos a"tos da Ao Declaratria em ep3&ra4e, +"e l5e 6 mo$ida por 7#8C9 J9E :# *(2# apresentar s"a CONTESTAO aos termos +"e l5e s!o propostos, de acordo com os 4atos e 4"ndamentos a se&"ir e.postos; I - DOS FATOS I.a - Da verso de fatos do Autor :e acordo com o +"anto narrado em sede inicial, o #"tor, tomo" con5ecimento +"e em nome 5< o lan-amento de cobran-as reali=adas pela empresa r6, as +"ais remetem ao contrato ori&in<rio n. 5)90./901.859/.051), Cart!o de Cr6dito Credicard. e&"e relatando +"e n"nca e4et"o" +"al+"er transa-!o comercial com o r6", t!o po"co recon5ece a d3$ida cedida. Em 4ace da sit"a-!o +"e se apresenta$a, o #"tor a>"i=o" o presente 4eito, no +"al b"sca +"e se" nome n!o se>a inscrito nos ?r&!os restriti$os de cr6dito, bem como a r6 absten5a-se de reali=ar as cobran-as inde$idas e, ainda, a condena-!o do 86" ao pa&amento de indeni=a-!o pelos danos morais +"e s"porto". I.b - Da verdade sobre os fatos 9corre, cont"do, +"e n!o merecem prosperar as ale&a-@es do #"tor, "ma $e= +"e NO H LANAMENTO DO SEU NOME NOS RGOS DE PROTEO AO CRDITO A PEDIDO DESTE RU. Com e4eito, as cobran-as a +"al se re4ere o a"tor n!o tra= pro$a de inscri-!o do a"tor a pedido deste r6" nos ?r&!os de prote-!o ao cr6dito, isso por +"e; N!o 5< nos re&istros internos deste r6", nen5"m d6bitoA N!o 5< inscri-@es nos Br&!os de Prote-!o ao Cr6dito inseridas a pedido deste 86", con4orme compro$antes de pes+"isas no E8## E N9 CPC ,E82*C9 :E P89DECE9 #9 C8F:*D90A 9 d6bito citado pertence a "m 5omGnimo, pois o CP' e EN:E8EC9 do de$edor n!o coincidem com os do a"tor e as cobran-as reali=adas n!o promo$erem nen5"ma esp6cie de danos. I.c Da Falta de Interesse de Agir e Causa de Pedir :e acordo com a li-!o de Nelson NerH JInior e 8osa 7aria de #ndrade NerH, ... existe interesse processual quando a parte tem necessidade de ir a juzo para alcanar a tutela pretendida e, ainda, quando essa tutela jurisdicional pode trazer-lhe utilidade do ponto de vista prtico. #crescentam ainda ... verifica-se o interesse processual quando o direito tiver sido ameaado ou efetivamente violado. ,$.&., pelo inadimplemento da presta-!o e resistJncia do r6" 1 pretens!o do a"tor - C?di&o de Processo Ci$il Comentado e le&isla-!o e.tra$a&ante, ed 9K, Ed. 8D, /00L, p.4)L.0. Demostrada a inexistncia de dbitos em nome do autor evidente que o pedido pelo encerramento das cobranas no providncia juridicamente de interesse do autor, ao passo que a tutela deste bem no lhe providncia cabvel em um processo judicial. #nte o e.posto, a"sente essa condi-!o da a-!o ,interesse de a&ir e in6pcia da inicial0, o 86" re+"er, desde ><, +"e se>a e.tinto o presente 4eito, sem an<lise do m6rito, nos termos do +"anto preceit"am os arti&os ) e /LM, incisos *, 2*, combinados com o arti&o /95, incisos * e ***, al6m do se" par<&ra4o Inico e inciso *, todos do C?di&o de Processo Ci$il. II - BREVES COMENTRIOS SOBRE A ATUAO DO RU Como se" pr?prio nome di=, o 86" 6 "m Fundo de Investimento em Direitos Creditrios (~FIDC). 9s '*:Cs 4oram criados como "ma 4orma de implementar, no %rasil, os c5amados mecanismos de Nsec"riti=a-!o de receb3$eisO. Na $erdade, pela 4orma adotada, +"e 6 a de 4"ndos de in$estimento de$idamente re&istrados na C27 e +"e adotam padr@es de transparJncia di4erenciados, permiti"-se, a+"i, a cria-!o da sec"riti=a-!o sem m"itos dos riscos so4ridos em o"tros pa3ses, nos +"ais tais pr<ticas n!o eram nem mesmo t!o ri&orosamente re&"lamentadas +"anto em territ?rio nacional. 1
# sec"riti=a-!o 4oi "ma 4orma encontrada pelas instit"i-@es 4inanceiras, ainda na d6cada de 19M0, para +"e elas p"dessem contin"ar o4ertando rec"rsos ao mercado mesmo +"ando >< contassem com "ma carteira m"ito &rande de de$edores ,o" se>a, de tomadores de cr6dito0 / . Em 4ins da d6cada de 1990, essas opera-@es de sec"riti=a-!o - +"e a+"i seriam operacionali=adas por meio dos '*:Cs - come-aram a ser re&"lamentadas no %rasil, 4"ncionando como "ma importante 4orma de ,i0 permitir a red"-!o das ta.as de >"ros nas opera-@es banc<rias por meio de "ma mel5or administra-!o das carteiras das instit"i-@es, e, em especial, ,ii0 estim"lar a o4erta de 1 Po>e, o modelo brasileiro de re&"lamenta-!o de '*:Cs $em sendo recon5ecido ao redor do m"ndo como "m dos mais a$an-ados, capa= de impedir problemas como a+"eles ocorridos no mercado norte-americano em /00M e /008, +"ando da crise dos subprime. / Qm banco, a ri&or, recebe dep?sitos de se"s clientes ,sendo de$edor destes0 e para eles 4a= empr6stimos ,sendo, ent!o, credor0. 9corre +"e, +"ando "m banco 6 de$edor de "m cliente, a s"a di$ida 6 1 $ista ,ele de$e pa&ar +"ando re+"erido pelo cliente0, e +"ando ele 6 credor, se"s cr6ditos s!o a pra=o ,s!o l3+"idos apenas +"ando do se" $encimento0. F esse descasamento entre se"s 4l".os de cr6ditos e de d6bitos +"e torna as instit"i-@es banc<rias $"lner<$eis 1 +"ebra por corridas banc<rias por e.emplo ,+"ando os clientes credores, em 4ace de al&"ma incerte=a, decidem retirar se"s rec"rsos0 e +"e responde, tamb6m, pelas ele$adas ta.as de >"ros ,"ma $e= +"e os bancos tem +"e se es4or-ar para captar rec"rsos no mercado, o4ertando maiores >"ros aos depositantes0. cr6dito ao mercado e a o4erta de cr6dito a no$as parcelas da pop"la-!o, antes e.cl"3das do sistema banc<rio. #ssim, os ':*Cs - +"e, a ri&or, no so instituies financeiras, mas fundos especializados em adquirir os recebveis daquelas instituies e ofertar para um pblico especializado - 4"ncionam como importantes miti&adores das altas ta.as de >"ros praticadas no %rasil, como instr"mentos +"e permitem a red"-!o do spread banc<rio - e, conse+"entemente, dos >"ros e tari4as -, e +"e acabam permitindo, ao cabo, a"mentar o acesso da pop"la-!o ao cr6dito, em ra=!o da amplia-!o da o4erta de rec"rsos. Para tal, como e.plicado, os '*:Cs ad+"irem recebveis de crdito (os direitos creditrios) de empresas de diversos segmentos, j vencidos ou com vencimento futuro, proporcionando rentabilidade aos seus cotistas por meio da cobrana desses crditos junto aos devedores originais no momento oportuno, como ocorrido no presente caso. III - SOBRE O DANO MORAL #l6m de b"scar o encerramento das cobran-as em se" nome o #"tor ainda espera ser ressarcido por danos morais +"e di= ter so4rido em ra=!o da simples cobran-a de "m d6bito +"e n!o recon5ece. Como $eremos a&ora, este pedido tamb6m n!o merece prosperar. # com"nica-!o da e.istJncia de cr6dito, se>a ele de$ido o" n!o, n!o tem o cond!o de moti$ar o pedido por danos morais, sen!o $e>amos; S!"# $%&% '( ))*+ , S-!."/S #0-S, /'1#!-'2#3, .,& 4&56, &/S$&-$-0, 3/ 1&73-$,, 3/S#1,!.#'2#3, 3/ .,S$/&-,& -'S1&-86,, '6, 1,'9-5&# 3#', !,&#". &/9/&:'1-#+ .&,1/SS, #3!-'-S$&#$-0, '(. ;;<=>?@-?A.);<<.*.<@.;;;; - %"5#!/'$, /! ))B<<BB);<; - &/"#$,&+ 3/S/!C#&5#3,&# "/-"# !#&-#',. 0,$#86, 'D'-!/. # simples cobran-a n!o >"sti4ica o recebimento de indeni=a-!o por danos morais. # ded"-!o por danos morais n!o 6 pres"mida a e.emplo dos casos em +"e 5a>a ne&ati$a-!o, ra=!o pela +"al a a-!o de$e $ir instr"3da da pro$a dos danos morais. # prop?sito, $e>a-se os se&"intes >"l&ados; E...F ). 'Go h dano moral quando os fatos narrados estGo no contexto de meros dissaHores, sem aHalo I honra do autor. E...F ?. &ecursos especiais conhecidos e providos, em parte. (ST1, REsp 664115/AM; Rel Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, j. 02.05.06, 3 Turma ST1) E...F ?. Se a descriGo dos fatos para justificar o pedido de danos morais est no JmHito de dissaHores, sem aHalo I honra e ausente situaGo que produza no consumidor humilhaGo ou sofrimento na esfera de sua diKnidade, o dano moral nGo L pertinente. M. &ecurso especial conhecido e provido, em parte. (ST1, REsp 554876/R1; Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, j. 17.02.04, 3 Turma ST1). Por n!o passar de mero dissabor a cobran-a de cr6dito sem inscri-!o nos ?r&!os de prote-!o ao cr6dito, 6 de ri&or o a4astamento do pedido de danos morais, com o >"l&amento pela improcedJncia da #-!o. Com e4eito, n!o 5< cond"ta il3cita o" in>"sta, por este 86". R"al+"er ab"so o" ato il3cito +"e >"sti4icasse a condena-!o +"e o a"tor b"sca, "ma $e= +"e a disposi-!o do arti&o /9) C?di&o Ci$il $i&ente, permite a pratica de atos em exerccio regular de direito e que asseguram medidas para exercer os atos conservatrios do direito cedido. Assim as cobranas realizadas so extenso das medidas assecuratrias do seu direito, e a meras cobranas de um crdito devido ou no, quando elevada a presuno de existncia de danos demonstra-se exacerbada. V - CONCLUSO #nte o e.posto, a"sente essa condi-!o da a-!o ,interesse de a&ir e in6pcia da inicial0, o Ru requer, desde j, que seja extinto o presente feito, sem anlise do mrito, nos termos do quanto preceituam os artigos 3 e 267, incisos I, VI, combinados com o artigo 295, incisos I e III, alm do seu pargrafo nico e inciso I, todos do Cdigo de Processo Civil. 9Q n!o sendo o entendimento re+"er-se; Sejam julgados IMPROCEDENTES todos os pedidos formulados na petio inicialA e, 8e+"er-se ainda +"e, em caso de interposi-!o de rec"rso, se>a o #"tor condenado ao pa&amento das c"stas >"diciais, despesas process"ais e 5onor<rios ad$ocat3cios. 9 s"bscritor da presente declara a a"tenticidade dos doc"mentos +"e &"arnecem a presente Contesta-!o e dos demais +"e ainda poder< apresentar neste 4eito. Por 4im, re+"er-se +"e todas as p"blica-@es pertinentes aos presentes a"tos se>am e4et"adas, sob pena de n"lidade, e.cl"si$amente em nome de Ricardo Chagas de Freitas, OAB/BA 12.996 e Manuela Maria Eleutrio D`Almeida, OAB/BA 31.990. Nestes termos, pede de4erimento. 8eci4e, 0/ de maio de /01). SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS 9#%/SSSS n SSSSSSSSS