Poda de Árvores

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1 Curso em Treinamento sobre Poda em Espcies Arbreas Florestais e de Arborizao Urbana

30 e 31 de outubro e 1 de novembro de 1996 Piracicaba/SP


A Poda de rvores Urbanas
PROF. DR. RUDI ARNO SEITZ






Poda de rvores
*



Passou a poca da poda das rvores e a prefeitura no pde atender as necessidades
da Capital Ecolgica. Deveria ser permitido que os zelosos curitibanos, que sempre podem
substituir, com muita eficincia a morosidade burocrtica da administrao pblica,
pudessem realizar a poda dos cinamomos, accia, ips e outras lindas rvores que enfeitam
nossa bela cidade em frente s suas residncias. Tudo seria feito na poca oportuna,
reduzindo as despesas municipais. Quem quer viver no primeiro mundo faz, no espera que
politiqueiros faam. Podar rvores no produz resultados eleitorais. Produz vida limpa,
saudvel que no se coaduna com oportunistas filigranistas. A legislao sobre o assunto
precisa ser mudada.


M.H.R., Curitiba, PR.

Transcrito da Gazeta do Povo, de 2.10.95, Coluna do Leitor

*
Manual j editado pela FUPEF Fundao de Pesquisas Florestais do Paran/Curitiba - 1996

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A Poda de rvores Urbanas

Sumrio

1. Introduo

2. A parte area da rvore
2.1. Arquitetura de copas
2.2. Aspectos biolgicos da base dos galhos
2.2.1. A morfologia da base dos galhos
2.2.2. Reaes das rvores perda de galhos
2.2.3. A compartimentalizao
2.2.4. A ocluso dos cortes de galhos
2.3. Tcnicas de corte de galhos
2.3.1. Poda de educao
2.3.2. Poda de manuteno
2.3.3. Poda de segurana

3. As razes
3.1. Morfologia das razes
3.2. Funes das razes
3.3. Corte de razes

4. Ferramentas e equipamentos para a poda
4.1. Ferramentas bsicas para a poda
4.2. Equipamentos acessrios
4.3. Equipamentos de segurana

5. Consideraes finais

6. Bibliografia

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A Poda de rvores Urbanas
PROF. DR. RUDI ARNO SEITZ

1. INTRODUO

rvores na zona urbana e poda uma relao to arraigada na mente das pessoas,
que muitas vezes se cometem grandes erros sob a iluso de estar realizando a prtica mais
acertada. A poda de rvores uma agresso a um organismo vivo - a rvore - que possui
estrutura e funes bem definidas e alguns mecanismos e processos de defesa contra seus
inimigos naturais. Contra a poda e suas conseqncias danosas no existe defesa, a no ser
a tentativa de recompor a estrutura original, definida genticamente.
Isto no entanto no significa que a poda deva ser totalmente suprimida. Nas reas
urbanas uma prtica permanente, que visa garantir um conjunto de rvores vitais, seguras
e de aspecto visual agradvel. Para a correta utilizao da poda, necessrio reconhecer os
tres tipos bsicos de poda em rvores urbanas e utilizar a que for mais recomendada para
cada caso.
Desde a fase inicial da produo de mudas de espcies arbreas em viveiros, at o
momento em que a rvore possa desenvolver livremente seu modelo arquitetnico de copa,
utilizamos a poda de formao ou educao. Esta poda aplicada para direcionar o
desenvolvimento da copa contra a tendncia natural do modelo arquitetnico da espcie,
compatibilizando assim a rvore com os espaos e equipamentos urbanos.
Mesmo com a copa formada, as rvores necessitam de cuidados, com podas de
manuteno ou limpeza, que visam evitar problemas futuros com galhos secos que
possam cair, e a eliminao de focos de fungos e plantas parasitas, que enfraquecem os
galhos.
Quando as podas anteriores foram executadas incorretamente, ou alteraes do
ambiente urbano incompatibilizam a copa das rvores com seu meio, aplica-se a poda de
segurana. A finalidade desta poda previnir acidentes iminentes.
Quanto maiores e mais velhas as rvores, mais delicadas se tornam as podas. Por
isso o arboricultor deve conhecer as regras fundamentais que regem sua atividade:
- a arquitetura da copa das rvores;
- a fisiologia da compartimentalizao;
- as tcnicas de poda;
- as ferramentas e equipamentos mais apropriados para cada atividade.

2. A PARTE AREA DA RVORE

2.1 ARQUITETURA DE COPAS

A estrutura de uma rvore, suas razes, tronco galhos e folhas, no produto de
processos aleatrios. Todas as caractersticas de porte, forma da copa, disposio de folhas
e flores, j esto pr-definidos na semente, antes da germinao.
Estas caractersticas estruturais so comuns aos indivduos de uma mesma espcie,
recebendo o nome de modelo arquitetnico da espcie. Em um trabalho criterioso, HALL,
OLDEMAN e TOMLINSON (1978), analisam os modelos arquitetnicos de muitas

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espcies arbreas, e mostram que h diferenas marcantes entre as espcies neste aspecto.
O conhecimento das caractersticas de cada espcie, deve ser a base para a escolha de
espcies arbreas para a arborizao urbana, pois facilitar tremendamente a posterior
manuteno das copas atravs da poda.
Para entender os modelos arquitetnicos bsicos, necessrio conhecer os
elementos fundamentais desta arquitetura, cuja combinao levar portanto s mais
diversas formas de copa.
O meristema apical (gema terminal) pode ter vida indefinida ou definida. No
primeiro caso, a gema crescendo indefinidamente em altura, origina troncos verticais retos
(monopodiais). Quando o meristema apical tem vida limitada, este crescimento linear em
altura no ocorre. Aps a morte do meristema apical, desenvolvem-se meristemas laterais
(gemas das axilas das folhas) que estavam dormentes. Neste caso temos troncos simpodiais,
que podem em determinadas espcies se tornar quase lineares novamente (Fig: 1A).
A diferenciao dos meristemas outra caracterstica que marca os modelos
arquitetnicos. A maioria dos meristemas inicialmente vegetativa, e antes de ocorrer a
morte, torna-se sexual, ou seja, no incio so produzidas clulas sem diferenciao sexual,
que originam o lenho e as folhas. Por processos no bem definidos, estes meristemas
passam por transformaes, iniciando a gerao de clulas sexuadas, presentes nas flores ou
inflorescencias, culminando assim o crescimento do meristema. Quando um meristema
vegetativo apical se transforma em sexual, automaticamente so estimulados meristemas
vegetativos laterais. Exemplos existem muitos nas espcies mais comuns da arborizao
urbana (Tabebuia spp., Lagerstroemia spp., etc.).
. Outra caracterstica dos meristemas a direo do crescimento, fundamental para a
definio da copa (e do tronco) das rvores. Os meristemas quando crescem para o alto,
verticalmente, tem crescimento denominado ortotrpico. Em outras espcies, os meristemas
crescem horizontalmente, ou obliquamente, tendo portanto crescimento plagiotrpico. Esta
plagiotropia pode ser permanente ou reversvel. Neste ltimo caso, inicialmente os
meristemas crescem plagiotropicamente, mas no decorrer do perodo vegetativo tornam-se
mais ou menos eretos, dependendo do espao disponvel (p. ex.Delonix regia).



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Os modelos arquitetnicos so diferenciados para cada espcie devido s suas
exigncias ecolgicas distintas. A arquitetura da copa representa uma estratgia de
ocupao de espao no ambiente florestal, para melhor utiliz-lo de acordo com as
caractersticas fisiolgicas da espcie. Compreendendo isto, podemos aproveitar melhor as
caractersticas arquitetnicas de cada espcie, reduzindo os custos de manuteno e
melhorando a vitalidade das rvores.
Se o espao horizontal limitado, espcies monoaxiais com eixos ortotrpicos sero
a escolha mais acertada (p. ex. Cupressus sempervirens, fig. 2A). quando o espao vertical
limitado, as espcies com eixos plagiotrpicos so mais recomendadas (p. ex. Tipuana
tipu, fig 2B).
A programao do crescimento das espcies arbreas uma caracterstica inata
poucas vezes reversvel. O ip-roxo (Tabebuia avellanedae) possui crescimento ortotrpico
definido, com uma ramificao dicotmica bastante peculiar (Fig. 3). Mesmo assim, o
crescimento vertical da copa predomina sobre o horizontal. Em outras espcies, os
meristemas apicais e das gemas axilares tem padres de crescimento distinto, resultando
seu desenvolvimento em copas de arquitetura tpica. O sombreiro (Terminalia catappa)
possui meristema terminal de crescimento indefinido e meristemas de gemas axilares de
crescimento definido. O desenvolvimento destas gemas segundo um padro tpico da
espcie resulta em copas monopodiais com crescimento semelhante, tnato para o alto,
quanto para os lados (Fig. 3B).



Figura 3 Modelos de copa de ip-roxo (Tabebuia avellanedae) e sombreiro (Terminalia
catappa). A largura das setas indica as taxas de crescimento

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Sempre deve ser dada ateno possibilidade do total desdobramento do modelo
arquitetnico de cada espcie. Controlar o crescimento da copa atravs da poda tem sentido
apenas para direcionar a ocupao do espao, nunca para delimitar o volume da copa. A
restrio do desenvolvimento da copa utilizada em algumas espcies arbreas para obter
formas de copas artsticas, com propsitos ornamentais (topiria). Esta prtica exige no
entanto muita ateno do podado r, com cortes freqentes das extremidades dos ramos.

2.2 ASPECTOS BIOLGICOS DA BASE DOS GALHOS

2.2.1 A MORFOlOGIA DA BASE DO GALHO

A poda significa a retirada de galhos, ou pores de um organismo vivo, a rvore.
Para que esta ao seja a menos traumtica possvel, devemos atentar para algumas
caractersticas importantes dos galhos e suas caractersticas dinmicas em relao ao resto
do conjunto. A anlise da morfologia da base do galho permite avaliar a atividade
metablica das folhas deste galho, definindo o ponto mais correto para o seu corte.
Os elementos bsicos da base do galho so (Fig. 4):
- a crista de casca: originada do acmulo de casca na parte superior da base do galho,
na insero no tronco. Devido ao crescimento em dimetro do tronco e do galho, adquire
desenho de meia-lua, com as pontas voltadas para baixo;
- o colar: a poro inferior da base do galho, na insero do tronco. Quando
pouco perceptvel, com clara e harmnica passagem do tronco para o galho, este est em
franca atividade assimilatria. Quando o colar se destaca do tronco, sendo claramente
visvel, o galho est em processo de rejeio, embora ainda possa ter folhas verdes e
brotaes novas. Este entumescimento do colar conseqncia do aumento do
metabolismo na regio e dos mecanismos de defesa para compartimentalizar a leso que
fatalmente ocorrer com a morte do galho e sua quebra.
- a fossa basal: o colar inverso, ou seja, uma depresso no tronco abaixo da base
do galho. Quando presente indica uma falta de fluxo de seiva elaborada do galho para o
tronco, mesmo com folhas vivas realizando fotossntese. O galho j no contribui mais
nada para o crescimento da rvore, estando prestes a secar.

Fig. 4 Morfologia da base do galho e linha de corte final na poda de galhos.


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2.2.2. REAO DAS RVORES PERDA DE GALHOS

A perda de galhos no ambiente natural motivada ou por rejeio, devido
ineficincia assimilatria, ou por acidente, sendo o vento a causa principal destes acidentes.
A maioria das espcies arbreas possui mecanismos para reagir a estes traumas, sendo a
rejeio dos galhos o fato mais comum. Neste caso, reaes qumicas nas clulas do tronco
e da base do galho criam barreiras que visam impedir o avano dos organismos
degradadores da casca e lenho (fungos e bactrias) dos galhos para o lenho do tronco
(SHIGO e LARSON, 1969; v.AUFSESS, 1975).
Estudos realizados na Alemanha por v.AUFSESS (1975) mostraram a
especificidade de fungos para degradar galhos de diferentes espcies arbreas e pores dos
galhos (Tab. 1). E embora estes fungos sejam especializados em desdobrar o lenho e a
casca dos galhos, sua ao pode ser inibida por substncias presentes nas clulas da base
dos galhos.

Fungo Espcie florestal Material atacado
Trametes pini Pinus sylvestris
Abies Alba
Lenho do galho
Altermaria tenuis Pinus sylvestris
Abies Alba
Lenho e casca do galho
Stereum frustulosum
Polyporus sulphureus
Bispora betulina
Quercus robur Lenho e alburno do galho

Tabela 1 Fungos que degradam a madeira de galhos de espcies florestais na Alemanha
(de v.AUFSESS, 1975).

Cabe destacar que existe uma relao estreita entre a espcie florestal e os fungos
degradadores de madeira dos galhos. No processo natural, aps a morte do galho por
ineficincia, este colonizado por fungos, bactrias e insetos, que causam sua degradao.
Aps o enfraquecimento do lenho, poder ser facilmente quebrado, desde que as condies
ideais ocorram: aumento do peso com uma chuva, impacto de outro galho caindo, ao do
vento, etc. Em condies de abrigo (povoamentos densos) e ambientes secos (desfavorveis
ao desenvolvimento dos fungos), os galhos podem permanecer secos conectados aos
troncos por muitos anos. Ou mesmo a quebra pode no ocorrer rente ao tronco, faltando
posteriormente agentes que quebrem o toco restante. Este ser incorporado ao lenho.
Quando os galhos perdem sua funo,cedo, no tendo atingido ainda dimenses
grandes, nem os troncos so muito grossos, o crescimento radial do tronco engloba os tocos
remanescentes dos galhos. Mais tarde, quando o tronco tiver atingido dimetros maiores,
desaparecem quaisquer vestgios de galhos. Este processo denominado de desrama
natural. Quando as taxas de crescimento radial so elevadas, esta incorporao dos tocos
se d rapidamente, ou contribue para reter galhos secos j quebrados na base, o que ocorre
frequentemente em Eucalyptus sp..

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A perda de galhos por ventos fortes pode ser por assim dizer um risco calculado. As
espcies arbreas mais sujeitas a este tipo de acidente normalmente j possuem
mecanismos de defesa prontos para este evento. Talvez a espcie melhor preparada seja o
pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia). Mesmo que seja difcil quebrar um galho vital
pela ao do vento, a base do galho j est preparada para impedir a penetrao de fungos
degradadores da madeira. O mesmo pode ser observado na imbuia (Ocotea porosa),
embora os mecanismos sejam diferentes.
Quando os galhos vitais e de grandes dimenses quebram, a base do galho pode no
estar preparada para a compartimentalizao. As clulas mortas do centro do galho ou j
esto preparadas para a compartimentalizao, ou serviro de entrada de fungos
degradadores de madeira.
A poda provoca um desequilbrio entre a superfcie assimilatria da copa (folhas) e
a superfcie de absoro de gua e nutrientes (razes finas) (EHSEN, 1987). A reao da
rvore ser de recompor a folhagem original, a partir de gemas epicrmicas. Estas gemas
podem estar dormentes, desde a formao dos galhos ou troncos, ou podem ser produto de
uma morfognese, quando ocorre uma transformao de clulas do cmbio para dar origem
ao novo broto (RAST, BEATON e SONDERMAN, 1988). Em ambos os casos, os galhos
ou eixos produzidos a partir destas gemas possuem uma ligao deficiente com sua base,
constituindo fator de risco mais tarde (Fig. 5).



Fig. 5 - Posio dos brotos epicrmicos em troncos e galhos.
Detalhe: ligao dos brotos ao eixo maior.

Uma poda severa produz uma profuso de brotos epicrmicos, desejados apenas em
cercas vivas. Na poda de rvores, estes ramos epicrmicos apenas causam transtornos,
sendo muitas vezes removidos no ano seguinte. Para ressurgirem. Ramos epicrmicos
sempre devem ser removidos, pois no sendo parte do modelo arquitetnico original,
certamente causaro problemas futuros.

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Evitam-se ramos epicrmicos com podas menos severas, e na fase jovem da rvore.
Nesta fase as rvores possuem boa capacidade de desenvolvimento das gemas na parte
externa da copa, no desenvolvendo os ramos epicrmicos. Galhos senis ou com pouca
vitalidade ao serem eliminados, normalmente tambm no estimulam a brotao
epicrmica.
A perda de galhos e conseqente exposio da base do tronco pode ter ainda um
efeito negativo denominado de "queima da casca". Determinadas espcies arbreas
possuem casca pouco protegida contra altas temperaturas, por estarem adaptadas a
ambientes com menos energia (troncos sempre no interior da floresta, protegidos). A
exposio sbita a altas temperaturas geradas pela insolao direta, causa a morte das
clulas da casca na parte exposta, prejudicando sensvel mente a rvore.
A quebra de galhos vivos ou a morte de galhos faz parte da vida de uma rvore. E
assim sendo, as rvores devem estar preparadas para se proteger contra a ao de
organismos programados para degradar biomassa vegetal, mantento a ciclagem de
nutrientes ativa. Este processo de proteo recebe o nome de compartimentalizao da
leso, e visa criar no interior do tronco barreiras para evitar o crescimento dos fungos
degradadores.

2.2.3 A COMPARTIMENTALIZAO DE LESES

Para realizar a poda correta em rvores urbanas, faz-se necessrio observar o que
naturalmente ocorre nas rvores antes e aps a perda de um galho. Estas alteraes no se
resumem na simples perda fsica. Como todo ser vivo, a rvore tem mecanismos e
processos de defesa para reduzir os riscos de morte total aps uma leso. Mas diferente dos
organismos animais, o tecido vegetal no cicatriza, com substituio das clulas injuriadas.
No tecido vegetal so processadas alteraes qumicas no interior das clulas atacadas, e
formadas novas clulas para recompor parcialmente a estrutura afetada. Este processo
denominado de compartimentalizao (SHIGO e LARSON, 1969; TIPPET e SHIGO, 1981;
PEARCE, 1982; SHIGO, 1984). A compartimentalizao pode ser dividida em quatro
etapas, segundo EBERT (1989), (Fig. 6):

Reao 1:
As clulas antes de perderem sua funo (vida) ou as prximas de uma leso
alteram seu metabolismo, passando a produzir taninos, para dificultar a disperso de
patgenos. Inicialmente so produzidos polifenis hidrosolveis. Reagindo com
aminocidos, alcalides e ons metlicos, so formados complexos de baixa solubilidade,
que recobrem as paredes celulares, provocando alteraes na cor do lenho. Esta reao com
as protenas mortal tanto para as clulas prprias quanto para as dos invasores. As clulas
antes de morrerem ainda conseguem se impregnar de substncias repelentes de gua
(cutinas e suberinas).

Reao 2:
Os vasos que do acesso aos galhos so bloqueados. Em conferas, como na
Araucaria angustifolia, em Pinus taeda, em P. elliottii, etc. os traqueideos so bloqueados

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com resinas. Em folhosas, ltex ou gomas so produzidas. Em situaes especiais inclusive
clulas parenquimticas podem crescer para dentro dos vasos atravs das pontoaes,
formando tilos que obstruem os vasos. Cristais tambm podem ser. depositados para
obstruir os vasos.

Reao 3:
Aumenta a atividade metablica das clulas adjacentes leso. As clulas so
enriquecidas com acares. O cmbio passa a produzir mais clulas parenquimticas. O
metabolismo destas clulas muda para a sntese de substncias antibiticas. As substncias
mais eficientes para conter o avano dos fungos so polifenis denominados de flavanis.
Estas substncias, embora txicas para o prprio organismo, tambm impedem o
crescimento dos fungos. Desta forma, a rvore vai produzindo clulas e sacrificandoas com
toxinas, para conter o avano do miclio.

Reao 4:
As clulas do cmbio e parnquima floemtico se multiplicam em velocidade maior,
para recobrir a leso. Ricas em suberinas, estas clulas se protegem eficientemente contra
o avano dos fungos, desenvolvendo-se inclusive sobre clulas contaminadas. O
fechamento da leso, embora se processe em todos os lados, mais ativo nas laterais da
leso. sendo menos intenso na parte superior e inferior.



Em algumas espcies arbreas as reaes 1 e 2 so uma efetiva preparao do lenho
para o caso da quebra de galhos. Na Araucaria angustifolia a quebra de galhos um
processo natural, para o qual a espcie est perfeitamente adaptada. Desde o incio da
formao do galho, sua insero no tronco est preparada para uma eventual quebra. O n-

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de-pinho ilustra perfeitamente esta proteo, pois nada mais , que o conjunto de clulas
enriquecidas com resina, para evitar a penetrao de organismos patgenos no tronco.
Mesmo galhos de 20 cm de dimetro, ao quebrarem, deixam no tronco uma estrutura
biologicamente resistente, permitindo anos de exposio aos agentes degradadores sem
contudo ser afetada. Esta proteo dura alm da morte da rvore, e muitos anos aps ter
deteriorada a madeira do tronco aps queda de uma rvore, os ns ainda esto intactos no
solo.
Os processos de compartimentalizao dependem da atividade metablica, portanto
de clulas vivas. Quando ocorre uma leso, as clulas inertes no interior do tronco no
podem mais se proteger. Esto portanto sujeitas ao de fungos degradadores teis para
desintegrar galhos secos, mas prejudiciais quando conseguem penetrar no tronco.
Para a poda, esta compartimentalizao fundamental, pois evita a disperso da
degradao da madeira a partir da superfcie do corte. Galhos com clulas vivas em toda a
sua seco transversal conseguem compartimentalizar a leso, atravs da mudana do
metabolismo destas clulas. Quando os galhos atingem dimetros maiores (e idades mais
avanadas), ocorrendo a morte das clulas no centro do galho, esta compartimentalizao
incompleta, trazendo portanto riscos para a estabilidade da rvore. Este portanto um dos
motivos para promover a poda dos galhos o mais cedo possvel, no deixando que estes se
desenvolvam atingindo grandes dimenses.
Outra conseqncia desta relao entre o processo de compartimentalizao e o
metabolismo celular a definio da poca de poda. Quanto mais ativo for o metabolismo,
mais rpida se processar a compartimentalizao. O incio do perodo vegetativo
portanto a poca mais propcia para a realizao da poda.
O tratamento da superfcie do corte com produtos inibidores da atividade
microbiana, ou ineficiente, ou causa mesmo danos ao processo de compartimentalizao
(MERCER, 1982; SHIGO, 1984; SHIGO e SHORTLE, 1984). Os fungicidas normais so
ineficientes normalmente. As alternativas promissoras esto no uso de substncias
estimuladoras do crescimento do calo cicatricial ou na semeadura de fungos antagnicos
dos degradadores da parede celular. De modo algum deve ser interferido no processo
natural de compartimentalizao.
O processo de compartimentalizao possui duas frentes de ao dentro da rvore.
A formao do cerne em uma espcie arbrea nada mais do que a primeira reao se
processando nas clulas mais velhas, no interior do tronco. Em muitas espcies esta
proteo to eficiente, que confere caractersticas de alta durabilidade madeira (p.ex. na
imbuia - Ocotea porosa).
A base para o processo de compartimentalizao das leses de galhos mortos ou
quebrados so as clulas do colar. Se o colar for lesionado, perder sua eficincia protetora,
ocorrendo a penetrao de fungos no mais pela base do galho, com a barreira protetora
ativa, mas sim pelas clulas adjacentes do lenho, lesionadas. Esta invaso tambm poder
ser compartimentalizada, porm com o sacrifcio de clulas vivas. A conseqncia na
madeira ser a concentrao de resinas ou gomas e a mudana de cor da madeira, devido
aos polifenis (a cor vermelha ou marrom indica a presena destas substncias na madeira).
A correta compreenso da compartimentalizao e das reaes das rvores a leses no
importante apenas para a poda. Todas as prticas de manuteno das rvores, tem como

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limitante a pouca capacidade das rvores de se defenderem de ataques que lesionem a casca
do tronco. Intacta, a casca uma barreira excepcional para evitar a ao de insetos e fungos.
Lesada, pode se tornar porta de entrada de organismos patgenos.

2.2.4 A OCLUSO DOS CORTES DE GALHOS

Para a correta execuo dos cortes de galhos, imprescindvel conhecer os
processos de multiplicao das clulas que comandam o crescimento do tronco. A
multiplicao celular em um organismo vegetal ocorre nas gemas terminais, promovendo
o aumento de altura e comprimento dos galhos, e no cmbio, a regio sob a casca (floema),
antes do lenho (xilema), promovendo o crescimento em dimetro dos troncos. Esta ltima
regio fundamental para a poda. Apenas as clulas do cmbio se dividem e multiplicam.
A destruio destas clulas (p.ex. pelo descascamento) interrompem o crescimento em
dimetro do tronco.
As clulas do cmbio se dividem basicamente em dois planos:
- a diviso periclinal, em um plano tangencial ao tronco, aumentando o dimetro do
tronco;
- a diviso anticlinal, em um plano radial ao tronco, para aumentar o nmero de
clulas a medida que aumenta o permetro do tronco (Fig. 7).

Analisando agora a conformao da base do galho, observa-se que o plano de
diviso periclinal, principal responsvel pela ocluso dos cortes, varia de acordo com a
posio da clula, se no galho, colar ou tronco (Fig. 8).
Na base do galho (colar), o plano de diviso periclinal no sentido do eixo do galho.
Portanto o corte sem danificar estas clulas, provocar a ocluso mais rpida. Isto pode ser
constatado algum tempo aps a poda, pelo anel completo que forma o tecido cicatricial (Fig.
9, A). Anis incompletos so motivados normalmente por cortes incorretamente localizados
(Fig. 9, B e C).





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2.3 TCNICAS DE CORTE DOS GALHOS

2.3.1 PODA DE EDUCAO

A poda dos galhos deve ser realizada o mais cedo possvel, para evitar cicatrizes
muito grandes, desnecessrias. A poda de formao na fase jovem sempre uma mutilao,
devendo ser executada com cuidado. O arboricultor deve ter em mente o modelo
arquitetnico da espcie, considerando portanto o futuro desenvolvimento da copa no
espao em que a rvore est estabelecida. Galhos baixos que dificultaro a passagem de
pedestres e veculos devero ser eliminados precocemente. Galhos que cruzaro a copa ou
com insero defeituosa devero igualmente ser eliminados antes que os cortes se tornem
muito difceis. O atrito de dois galhos provocar leses enfraquecendo o lenho destes.
Quando a gema terminal de rvores com eixos diferenciados em ortotrpicos e
plagiotrpicos for danificada, normalmente o modelo arquitetnico original substitudo
por um modelo sem organizao. Os galhos de Araucaria angustifolia, o pinheiro brasileiro,
nunca daro origem a novo eixo ortotrpico. Isto nesta espcie s possvel a partir de
gemas epicrmicas do eixo principal, distintas das gemas epicrmicas dos galhos (que
formaro novos galhos plagiotrpicos). J os galhos plgiotrpicos de Terminalia sp.
produzem uma volumosa copa ortotrpica quando for eliminada a gema apical do eixo
principal. Porm o modelo original perdido, desaparecendo a ramificao tpica desta
espcie.
Nas rvores com todos os eixos vegetativos ortotrpicos, a perda da gema apical
corrigida com a liderana de um ou vrios dos outros eixos. Neste caso deve ser feita a
poda para selecionar um eixo lder apenas. Caso contrrio estaremos criando um potencial
ponto de ruptura neste tronco mltiplo mais tarde. Isto ocorre com freqncia em
Cupressus sempervirens, inicialmente plantado como cerca viva e podado para no
ultrapassar uma determinada altura. O abandono da poda constante permite o
desenvolvimento de troncos mltiplos, com alto risco de quebra.

2.3.2. PODA DE MANUTENO

Na poda de manuteno so eliminados basicamente galhos senis ou secos,que
perderam sua funo na copa da rvore. Estes galhos podem em algumas circunstncias ter
dimenses considerveis, tornando o trabalho mais difcil do que na poda de formao. Na
execuo desta poda deve ser dada especial ateno morfologia da base do galho.
O procedimento para cortar galhos de dimenses maiores (acima de 5 cm),
denominado de 3 cortes (Fig. 10). Primeiramente faz-se um corte na parte inferior do galho,
a uma distncia do tronco equivalente ao dimetro do galho, ou no mnimo 30 cm. Este
corte no precisa ser profundo, 1/3 do dimetro do galho suficiente. O prprio peso do
galho dificultar a ao da serra. O segundo corte feito na parte superior do galho, mais
distante do tronco, uns 2 a 3 cm alm do corte inferior, at a ruptura do galho. O terceiro
corte visa eliminar o toco remanescente. Sem estar sendo forado pelo peso do galho, este
corte muitas vezes dever ser feito de baixo para cima, preservando o colar e a crista de

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casca intactos. Isto porque, a serra nem sempre pode ser corretamente posicionada na parte
superior do galho, devido ao angulo de insero muito pequeno.
O corte de galhos pesados sem os tres cortes, provocar danos no tronco logo abaixo
do galho, com descascamento ou mesmo extrao de lascas do lenho. Estas so portas de
entrada para patgenos, indefensveis.
Atravs do primeiro e segundo corte pode se dar uma direo de queda ao galho, sendo
possvel assim desviar obstculos entre o galho e o solo, como fios de energia eltrica,
telefone, beirais de telhados ou mesmo outras plantas no solo (Fig. 11). Com o auxlio de
cordas este direcionamento se torna ainda mais fcil.


Figura 10 Posicionamento dos trs cortes em galhos grossos (dimetro maior que 2 cm).

2.3.3 PODA DE SEGURANA

Esta poda tcnicamente semelhante poda de manuteno, com a diferena de ser
praticada em galhos normalmente vitais ou no preparados pela rvore para o corte. A
alternativa para esta eventualidade, o corte em etapas. Na primeira poda, o galho
cortado a uma distncia de 50 a 100 cm do tronco. O galho assim debilidatado provocar a
ativao dos mecanismos de defesa. Aps um ou mais perodos vegetativos, procede-se
segunda poda, agora junto ao tronco, concluindo a operao de remoo do galho.

3. AS RAZES DAS RVORES

3.1. MORFOLOGIA DAS RAZES

Para aplicar corretamente a poda de razes, necessrio entender seu funcionamento,
suas funes e importncia para a rvore. Como os galhos e a copa, as razes crescem quase
que continuamente, aumentando paulatinamente a biomassa vegetal dentro do solo. Estima-
se que em rvores sadias exista uma relao de 2: 1 entre a biomassa area e subterrnea.
Portanto para ter rvores sadias, de grande porte, tambm necessria uma estrutura
radicial compatvel.
Em uma raiz podem ser definidas quatro pores distintas, cujas funes so
bem definidas:

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Coifa e meristema apical - A ponta das razes o local onde se processa a multiplicao
celular necessria para o crescimento em comprimento das razes. A regio de intensa
multiplicao celular protegida por uma capa protetora, a coifa, cuja funo alm da
proteo, de guiar a raiz em formao atravs dos espaos abertos dentro do solo.
Zona de alongamento das clulas - No processo de multiplicao so formadas muitas
novas clulas, de tamanho reduzido. Para ocorrer o crescimento das razes, estas clulas
precisam aumentar de volume (atravs da absoro de gua). Ao aumentarem de volume,
estas clulas empurram a coifa para dentro dos espaos vazios do solo. A zona de
alongamento normalmente no ultrapassa a 5 mm de comprimento.
Zona dos pelos absorventes - Uma vez concludo o alongamento das clulas, comea a
formao dos pelos absorventes. Os plos absorventes so estruturas unicelulares que
penetram lateralmente s razes no solo, aumentando consideravelmente a superfcie de
contato entre razes e a soluo do solo, onde esto diludos os sais necessrios nutrio
da planta. apenas atravs dos pelos absorventes que ocorrem as trocas qumicas entre o
solo e a planta. A vida dos pelos absorventes limitada, acompanhando o crescimento da
ponta da raiz. Esta parte da raiz tambm dever ficar imvel, caso contrrio, os pelos
absorventes ainda funcionais seriam destacados das razes. Os pelos absorventes
normalmente tem vida curta, de poucos dias.
Zona das razes laterais - Aps a secagem dos plos absorventes, as clulas externas da
raiz so enriquecidas com substncias qumicas (suberinas). Forma-se assim um envoltrio
protetor, para evitar a penetrao de fungos e bactrias patgenas. A partir de clulas
centrais desta raiz podem se desenvolver razes laterais, que tero a mesma estrutura j
descrita. Aumentam assim as extremidades de crescimento, e por conseguinte a superfcie
de absoro de gua e nutrientes.
O crescimento das razes portanto quase que constante, dependendo das condies
ambientais no solo. Inicialmente o crescimento da raiz em profundidade, visando alcanar
camadas de solo menos sujeitas flutuao de umidade. Posteriormente se desenvolvem
razes de crescimento horizontal, mais prximas superfcie do solo, para a absoro de
nutrientes. Segundo vrios estudos realizados, no mnimo 80 % da biomassa de razes est
nos primeiros 20 cm de solo, incluindo-se todos os tipos de razes. Mesmo em plantas com
razes pivotantes (verticais) pronunciadas (Fig. 13).
Quando a biomassa area aumenta, algumas razes passam a ter papel fundamental
na sustentao do tronco. Para tanto, crescem em dimetro, e normalmente de forma
excntrica, ou seja, h um maior crescimento na parte superior das razes (= menor
resistncia do solo).


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Figura 13 - Proporo entre a parte area e a subterrnea em uma rvore plantada em uma
calada, em solos compactados.

Em uma rvore temos portanto 5 tipos de razes, de acordo com seus dimetros:

- razes finas (dimetros < 2 mm): as razes de absoro de nutrientes. Podem ter
vida curta, tanto em funo das condies ambientais adversas, quanto em funo de
predadores. Mas se renovam constantemente. Podem ser comparadas s folhas decduas,
que caem no outono.
- raizes flexiveis ( 2 a 5 mm): so as razes condutoras de gua e sais dissolvidos.
Sua renovao j no to freqente.
- razes lgnificadas ( 5 a 10 mm)
- razes grossas (10 a 20 mm)
- razes fortes ( > 20 mm)

Para a sobrevivncia, crescimento e funcionalidade das razes, as condies do solo
devem ser favorveis, dentro de determinados limites. Os elementos mais importantes so o
oxignio do ar e a gua do solo. Diferente do espao areo, no solo o ar tem menos
oxignio, devido decomposio da matria orgnica (liberao de gases), respirao de
microorganismos e fixao em reaes qumicas de oxidao. Estima-se que a
concentrao de oxignio varia de 12 a 20 % no ar do solo. Em concentraes menores de
12 % podem ocorrer danos nas pontas das razes (morte destas), sendo que com menos de
10 % ocorre a morte de microorganismos do solo.
Outro fator limitante a gua. Quando em excesso ocupa os espaos do solo,
expulsando o ar, vital para o crescimento das razes. Quando em falta, impossibilita a
absoro de sais minerais e o amento do volume das clulas. Conseqentemente, perodos
prolongados de chuva que umedeam demasiadamente o solo, podem provocar a morte das
razes finas. Estas no entanto se regeneram com facilidade aps serem restabelecidas

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novamente as condies favorveis de umidade do solo: O mesmo sucede com relao
falta de gua no solo.
A aerao do solo afetada diretamente pela compactao do solo. A compactao
reduz os espaos disponveis para a circulao de ar no solo, dificultando portanto o
crescimento das razes. O mesmo efeito pode ser obtido com camadas impermeabilizantes
na superfcie do solo (asfalto, caladas de cimento, etc). Esta impermeabilizao, alm de
impedir a entrada de gua no solo, dificulta as trocas gasosas, inviabilizando a microfauna e
-flora.
Outro fator importante para o crescimento das razes a temperatura do solo. As
razes param de crescer quando a temperatura do solo for inferior a determinados limites,
prprios de cada espcie. No inverno podem portanto ocorrer paralizaes de crescimento.
Temperaturas muito elevadas (solo nu), inibem o crescimento das razes por influir no
balano hdrico do solo, e tambm na atividade biolgica deste solo.
A grande maioria das espcies arbreas participa de associaes biolgicas com
outras espcies vegetais (fungos e bactrias). Mais conhecidas so as associaes
simbionticas entre leguminosas e bactrias fixadoras de nitrognio (Rhyzobium). Mas
tambm existem espcies arbreas formando simbioses com actinomicetos.
Mais difundidas so no entanto as associaes com fungos. Estas podem ser com
endomicorrizas, ectomicorrizas e micorrizas arbuscular-vesiculares. Em comum estas
associaes tem o uso do miclio do fungo para aumentar a superfcie de absoro de gua
e sais minerais pelas razes. Neste contexto, as micorrizas arbuscular-vesiculares podem
formar uma densa rede de miclio dentro do solo e em contato com a matria orgnica,
propiciam uma excelente nutrio s rvores.

3.2. FUNES DAS RAZES

As razes finas so a base para a absoro de gua e nutrientes pelas plantas. nelas
que ocorre tambm a sntese da citocinina, uma substncia reguladora de crescimento
necessria no metabolismo da planta. As razes finas tambm podem exudar substncias
solventes (como o cido ctrico), para melhorar a absoro de sais minerais.
A fixao da rvore no solo ocorre com a combinao de trs foras, vinculadas s
razes de maior dimenso. As razes fortes basais (laterais raiz principal e prximas
superfcie do solo), oferecem resistncia distenso e compresso. Por isto desenvolvem
lenho de compresso na parte superior da raiz.
As razes grossas e longas reagem tenso, servindo de ancoragem rvore. E o
conjunto de razes laterais lignificadas, grossas e fortes, mantem coeso um torro de terra
de considerveis dimenses. Este torro funciona como contrapeso, evitando a queda da
rvore. Quando o solo se tornar muito mido aps chuvas prolongadas, pode ocorrer a
desestabilizao deste torro, provocando a queda da rvore (Fia. 14).


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Em muitas espcies arbreas as razes grossas funcionam como depsitos de
reservas nutritivas, tanto para suprir a regenerao de razes finas quanto para suprir a parte
area de sais minerais.

3.3. O CORTE DE RAZES

A poda de razes deve ser uma prtica aplicada com muito critrio. A capacidade de
regenerao das razes bem mais limitada que a regenerao da copa. Quanto maior a
dimenso da raiz cortada, mais difcil e demorada sua regenerao, maiores tambm os
riscos para a estabilidade da rvore. As razes finas se regeneram abundantemente e
constantemente. A reposio de razes grossas e fortes obtida apenas a longo prazo (Fig.
15).
















Figura 15 Corte de razes para colocao de tubulaes. No detalhe as razes finas de
regenerao constante.


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Deve-se portanto evitar o corte de razes grossas e fortes, principalmente prximo
ao tronco (razes basais). Quanto apenas uma raiz de um conjunto maior for cortada, os
riscos sero menores. Deve se evitar a todo custo, o corte de razes em planos totais (valetas
sob a copa das rvores). s vezes estes cortes podem estar associados a impedimentos em
outros lados do prato de razes, levando a uma total desestabilizao da rvore.
Quando o corte de uma raiz for inevitvel, recomenda-se a seguinte tcnica (Fig. 16):

a) Expor a raiz totalmente em uma distncia de 50 cm, manualmente;
b) Cortar a raiz com ferramenta afiada (serra) na extremidade mais prxima da
rvore, sem movimentar a raiz. Fazer um corte liso;
c) Eliminar a parte restante, agora sem funo;
d) Proteger a parte viva contra o dessecamento, tanto a raiz quanto a terra;
e) Proteger a raiz contra choques ou presses.



A - Exposio cuidadosa das razes, manualmente
B - Corte da raiz do lado da rvore primeiro, com serrote afiado, evitar machados.
C - Corte da raiz na outra parede da valeta
D - Proteo da raiz cortada e do solo contra dessecao

Figura 16 - Representao esquemtica da poda de razes

As conseqncias diretas da poda de razes grossas ou fortes so:
- diminuio da estabilidade da rvore;
- diminuio da absoro de gua;
- diminuio da absoro de sais minerais;
- criao de uma rea de contaminao. Esta poder comprometer mais tarde toda a
estrutura da base da rvore.

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A forma mais eficiente de evitar problemas com razes a criao de um espao
enraizvel para a rvore. Plantando-se rvores sobre solos compactados, elimina-se
qualquer possibilidade de acomodao do solo em torno da raiz que est aumentando de
dimetro. Correes posteriores so possveis, porm nem sempre compatveis com o
trnsito de pedestres (elevao de caladas). Embora cada espcie tenha modelos de
arquitetura radicial prprios, o meio fsico o principal modelador das razes. E nunca deve
ser esquecido, que grande parte das espcies arbreas utilizadas na arborizao urbana de
ambiente florestal, no qual o solo possui caractersticas totalmente diferentes das
encontradas no meio urbano.

4. FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS PARA A PODA DE RVORES

Na fase jovem a poda de educao, visando formar uma copa saudvel, que no
oferea riscos no futuro. Uma vez a rvore atingindo seu pleno vigor, deve ser praticada a
poda de manuteno, que visa eliminar precocemente, eventuais quebras de galhos secos ou
mal formados devido falta da poda de formao. Quando a rvore atinge sua fase mais
adulta, na segunda metade de sua expectativa de vida, passamos a praticar ainda a poda de
segurana, que visa eliminar potenciais quebras de galhos de grande porte. Muitas vezes a
evoluo da cidade mais rpida que o crescimento da rvore, e o processo de urbanizao
cria situaes novas de ambiente, aos quais uma rvore adulta no mais pode se adaptar.
Estas trs categorias de podas se diferenciam quanto ao tipo de galho cortado,
exigindo portanto cada uma ferramentas e equipamentos prprios.

4.1 FERRAMENTAS BSICAS PARA A PODA

Cada ferramenta utilizada na poda tem uma aplicao especfica, garantindo assim
um trabalho eficiente e seguro. Antes de iniciar a poda deve portanto ser analisado o
trabalho a ser feito, para a escolha das ferramentas mais apropriadas.
Tesouras de poda: as tesouras de poda servem para cortar galhos finos, at 15 mm
de dimetro. Distinguem-se dois princpios de corte: uma lmina sobre base de apoio e de
duas lminas sobrepassantes (Fig.17). Nas tesouras de uma lmina, devido forma de
articulao, o corte feito puxando a lmina atravs do galho. Com isto o corte se torna
mais leve. J nas tesouras de duas lminas, o corte feito por cizalhamento transversal das
fibras e corte. Nestas tesouras a correta posio das lminas fundamental para obter o
corte em madeiras mais duras. Se incorretamente posicionadas, as lminas da tesoura ao
cortarem as fibras tendem a se afastar, no se completando o corte (Fig.17 C).
Podo: as tesouras de poda so manuais, e o alcance se restringe ao comprimento
do brao do operador. Quando devem ser podados galhos de at 25 mm de dimetro em
alturas maiores, lana-se mo do podo. Esta ferramenta uma tesoura de poda montada
sobre hastes de comprimentos variveis, acionada atravs de um cordel. Um sistema de
reduo de fora com roldanas e braos de alavanca, permite um corte com relativa
facilidade. Embora o equipamento no tenha limites de altura, recomenda-se no utilizar
hastes com mais de 6 m de comprimento, j que grande esforo dispendido para manusear

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a haste, alm do risco envolvido (contato com fiao eltrica). Equipamentos mais
modernos possuem sistema hidrulico ou pneumtico de transmisso de fora, porm estes
equipamentos tem menor flexibilidade de uso e so caros.



Figura 17 Ao das tesouras de poda. A uma lmina com base de apoio; B duas
lminas; C posicionamento do galho; D podo.

Serras manuais: quando os galhos a serem cortados possuem dimetros de 2 a 15
cm, o uso de serras manuais recomendado. Estas serras possuem as mais variadas
caractersticas, de acordo com a finalidade de uso:
- podem ser retas ou curvas;
- podem ter de 6 a 2 dentes por polegada;
- podem ser rgidas ou de arco;
- podem ter perfil uniforme ou trapeizodal;
- podem ser de corte unidirecional ou bidirecional.

Estas caractersticas so combinadas para produzir uma ferramenta til;

a) as serras curvas facilitam o corte, pois naturalmente, pelo movimento da lmina,
os dentes so forados contra a madeira. So porm de confeco mais cara (Fig. 18 A).
b) quanto maior o dimetro do galho, maior o dente da serra. Para galhos menores, 6
dentes por polegada (4 mm cada dente) so o ideal. Para os galhos mais grossos, de 10 a 15
cm, 2 dentes por polegada (12 mm cada dente) so recomendados.
c) as serrar rgidas possuem lminas mais largas que as tensionadas por arcos. A
largura do corte sendo maior, exige maior esforo de corte que em serras finas. Como as
serras de lmina larga tem dimenses menores, permitem o acesso a locais com menos
espao (forquilhas).


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Figura 18 - Serras manuais de poda e suas caractersticas.
A - Serra curva, serra reta, serra de arco.
B - Serra de perfil trapeizodal;
C - Serra de perfil uniformecom trava.

d) as serras de perfil uniforme necessitam de trava, ou seja, um desvio dos dentes
para os lados, alternada mente, para realizar um corte com largura maior que a espessura da
lmina (Fig.18 C). Caso contrrio, a frico da lmina contra as paredes do corte causa um
esforo enorme, dificultando sobremaneira a operao. Modernamente as serras so
confecionadas com perfil trapeizodal, que produz o mesmo efeito da trava, sem no entanto
necessitar desta (Fig.18 B).
e) a ao de corte unidirecional, no sentido do operador, tem vantagens ergonmicas
e de segurana no trabalho. Neste caso, durante o trabalho, ao tracionar a serra, o corpo
puxado contra o galho, servindo para auxiliar na estabilidade do apoio, ao trabalhar no
interior da copa, ou utilizando o peso do corpo para a trao, em cortes acima da altura da
cintura.
Moto-serras: para o corte de galhos com dimetros maiores devem ser utilizadas
moto-serras. Este equipamento no entanto foi desenvolvido para cortes com apoio no solo,
sendo portanto seu uso com apoios precrios (escadas, galhos, etc.) de alto risco para o
operador. Recomenda-se trabalhar com motoserras apenas apoiado em plataformas
elevatrias, cestos ou andaimes. Em casos extremos ou de urgncia, quando for necessrio
utilizar a moto-serra apoiado em galhos, a moto-serra dever ser sustentada por uma corda
auxiliar.
Mais recentemente a indstria desenvolveu moto-serras montadas em hastes
telescpicas, com o operador apoiado no solo e a serra acionada por mecanismo hidrulico.
Estas serras so muito teis, tem tambm a limitao da altura de alcance da haste (6 a 7 m),
e a posio do galho. Galhos com desvio da horizontal de mais de 45 so de corte mais
dificultado.

Foice e machado: ferramentas de impacto, exigem apoio firme no solo para
manuseio seguro. So recomendadas apenas para reduzir o tamanho de galhos j cortados,
facilitando seu transporte. Em hiptese alguma devem ser utilizadas na poda, muito menos
para o corte de galhos dentro da copa.

4.2 EQUIPAMENTOS ACESSRIOS

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A manuteno de rvores exige equipamentos acessrios, que facilitam os trabalhos
e tornam as operaes mais seguras. Alguns destes equipamentos so opcionais, outros no
entanto no podem faltar no local de trabalho.
Escadas: normalmente o acesso copa da rvore feito atravs de escadas, de
madeira, fibra de vidro ou alumnio, para posterior movimentao dentro da copa com
apoio nos galhos. As escadas de melhor manuseio so as de dois corpos, com comprimento
total de 6 a 9 m, quando totalmente estendidas. Escadas mais compridas so
contraproducentes, devido dificuldade de movimentao, e segurana do trabalho. As
escadas, para atenderem s normas de segurana mnima, devem ter:
- apoios ao solo antiderrapantes (borracha), com base larga; - apoio na rvore
antideslizante (borracha), quando usada em encosto transversal;
- apoio na rvore nico, flexvel, quando usada em encosto longitudinal (Fig.19);
- sistema de fixao ao tronco, normalmente corda, para evitar o tombamento da
escada, principalmente quando esta servir de base para o operador.
Cordas: a corda acessrio indispensvel em qualquer operao na copa das
rvores. No mnimo, serve de comunicao entre o operador e o solo, para a movimentao
de ferramentas por exemplo. Mas na segurana que a corda assume funes inestimveis
(Fig.20):
- segurana do operador: presa ao cinto de segurana e passada sobre um galho em
ponto superior, serve para sustentar o operador em locais de difcil apoio. Neste caso um
auxiliar no solo ser encarregado de manter a tenso da corda, garantindo a segurana.
- segurana de galhos: amarrada ao galho a ser cortado, e passada por cima de outro
galho mais alto, forte, evita que o galho caia descontroladamente, podendo o galho ser
arriado aps o corte sem problemas.

Figura 19 - Caractersticas da escada para encosto seguro.
Apoio antiderrapante nas longarinas e flexvel na extremidade.

- no corte de rvores: usada com o devido cuidado,
auxilia no tombamento direcionado de rvores que possam ser
retiradas inteiras. Recomenda-se o uso de duas cordas no
mnimo. O uso da corda nestas situaes pode ser perigoso,
devido dificuldade de estimar o peso da rvore que ser
cortada, e portanto da fora a ser feita. Esta operao exige
treinamento intenso, devendo-se dar preferncia aos cabos de
ao com guinchos manuais bem ancorados.

O material mais recomendado para as cordas o sisal, ou fibras naturais. Cordas de
fibras sintticas so mais resistentes, porm possuem uma elasticidade maior, que em casos
extremos pode significar acidente srio. O dimetro das cordas deve ser de 10 a 15 mm
para as cordas de segurana, e de 5 mm para as cordas de lanamento ou de comunicao
(iamento de ferramentas).

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Andaimes: em situaes peculiares de manuteno, ou no desmonte de uma rvore
que no permita a queda livre de galhos, devem ser armados andaimes (normalmente
tubulares, modulados), que permitem um trabalho seguro, tanto para o operador quanto
para os demais participantes da equipe. Embora de montagem demora, so uma alternativa
interessante na manuteno da arborizao urbana.



Figura 20 - Uso de cordas na manuteno de rvores. Segurana pessoal e sustentao de
galhos a cortar.

Plataformas elevatrias ou cestos: quando as operaes de manuteno so
rpidas, o uso das plataformas elevatrias tem se mostrado muito eficiente. Montadas sobre
caminhes ou reboques, estas plataformas montadas em braos articulados ou telescpicos
de acionamento hidrulico, atingem alturas de 15 at 30 m. Permitem assim o trabalho nas
copas, principalmente na periferia, a grandes alturas, inacessveis do interior da copa. As
caractersticas mais importantes destas plataformas so:
- comando hidrulico na plataforma, prova de acionamento involuntrio;
- isolamento eltrico da plataforma;
- espao para dois operadores;
- horizontalidade da plataforma a qualquer altura.

No se recomendam cestos adaptados a gruas, de difcil controle e instabilidade
muito grande. Especial ateno deve ser dado no trabalho com plataformas prximo a
linhas de energia eltrica.

Gruas: no caso da poda de galhos mais grossos, pode ser conveniente o uso de
gruas, destinadas a segurar o galho durante a operao de corte, e seu arriamento posterior
ao solo. A operao com gruas exige cuidados, principalmente para o operador que est
cortando o galho. Estimar o centro de gravidade de um galho antes do corte, para que aps
o corte no tenha uma movimentao brusca em direo desconhecida, tarefa das mais

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difceis. E um galho fixado no ponto errado, pode se tornar em uma alavanca que atinge o
operador, que no tem chances de se esquivar!

4.3 EQUIPAMENTOS DE SEGURANA

Todos os operadores da manuteno de rvores devem usar os equipamentos de
proteo individual, para evitar acidentes, com leses s vezes graves. Os equipamentos
mnimos so:
- capacete com fixao no queixo e culos, para evitar a serragem nos olhos, e com
protetores auriculares para os operadores de moto-serra;
- luvas de couro (luvas de raspa);
- sapatos com solado reforado, rgido;
- cinto de segurana, com ala de comprimento varivel para troncos de dimetros
diversos;
- esporas: as esporas devem ser usadas apenas no desmonte de rvores condenadas.
Normalmente seu uso causa leses na casca, que posteriormente podem trazer problemas
para a rvore. Em casos de emergncia, as esporas podem ser toleradas, uma vez que
aumentam considervelmente a segurana do operador em seu apoio no tronco ou em
galhos.
- coletes refletores: devem ser de uso obrigatrio para os auxiliares que trabalham
no solo, principalmente quando a poda for feita em vias pblicas.

O isolamento da rea de trabalho outro procedimento muitas vezes negligenciado
nas operaes de poda. O operador na rvore deve se preocupar com a sua segurana e com
o seu trabalho, no podendo ainda cuidar de eventuais passantes. Recomenda-se portanto
isolar a rea sob a copa, evitando a passagem de pedestres, animais ou veculos.
Para o isolamento da rea de trabalho so utilizados: - cones de sinalizao;
- cavaletes;
- cordas;
- fitas plsticas em cores chamativas;
- placas de sinalizao.

Para o trabalho em vias pblicas, deve ser dada ateno ao trfego. A comunicao
dos trabalhos autoridade competente, que dever promover um controle sobre o trnsito
de veculos, sinalizando desvios ou interditando as ruas, uma providncia necessria.

5. CONSIDERAES FINAIS

Do exposto podem ser extradas algumas concluses, de forma mais sinttica:
1. O porte de uma rvore e a forma de sua copa so definidos por um modelo arquitetnico,
prprio de cada espcie.
2. Adequar uma rvore a um espao menor do que seu desenvolvimento natural exige, no
recomendvel. Escolha outra espcie que se contente com menos espao.

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3. Atravs da poda de galhos o desenvolvimento da copa pode ser direcionado para se
processar a alturas maiores, nunca ser suprimido permanentemente.
4. A poda deve ser executada o mais cedo possvel, para reduzir as reas dos cortes e
facilitar o recobrimento destas com lenho sadio.
5. Ao cortar um galho, preservar o colar e a crista de casca intactos, mesmo que isto
signifique tocos um pouco maiores.
6. Os galhos devem ser cortados assim que perderem sua vitalidade. Evitar a incluso no
lenho do tronco de galhos em decomposio. Isto significa tambm cortes lisos, sem lascas
ou estrepes.
7. As rvores possuem defesa prpria, a compartimentalizao, para restringir ao mximo
os efeitos negativos de leses.
8. No reduzir a copa demasiadamente. Se uma poda severa for necessria, process-Ia em
etapas, com mais freqncia.
9. Utilizar ferramentas afiadas corretamente, com cabos bem fixados.
10. Evite usar ferramentas de impacto (faces, foices, machados) na poda.
11. Ao utilizar moto-serras, atentar para o apoio seguro dos ps.
12. Usar os equipamentos de segurana recomendados para cada operao.
13. O trabalho de poda exige condicionamento fsico do operador e treinamento constante.
14. A poda uma atividade de alto risco, para operadores e passantes. Isole a rea de
trabalho.
15. O corte de razes grossas e fortes pode afetar a estabilidade de uma rvore.
16. Diferente dos galhos, a recuperao de razes grossas cortadas muito mais lenta.
17. Razes grossas no foram programadas para serem perdidas, portanto as rvores no
tem a mesma eficincia nas razes para compartimentalizar leses, como tem no tronco ou
galhos.

6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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