Este documento fornece diretrizes para a organização e operacionalização das Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) na cidade de São Paulo, com o objetivo de oferecer atendimento médico imediato e de qualidade à população. O documento descreve os processos administrativos e assistenciais das AMAs, incluindo acolhimento, consultas médicas, procedimentos, dispensação de medicamentos, encaminhamentos e a participação da comunidade.
Este documento fornece diretrizes para a organização e operacionalização das Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) na cidade de São Paulo, com o objetivo de oferecer atendimento médico imediato e de qualidade à população. O documento descreve os processos administrativos e assistenciais das AMAs, incluindo acolhimento, consultas médicas, procedimentos, dispensação de medicamentos, encaminhamentos e a participação da comunidade.
Este documento fornece diretrizes para a organização e operacionalização das Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) na cidade de São Paulo, com o objetivo de oferecer atendimento médico imediato e de qualidade à população. O documento descreve os processos administrativos e assistenciais das AMAs, incluindo acolhimento, consultas médicas, procedimentos, dispensação de medicamentos, encaminhamentos e a participação da comunidade.
Este documento fornece diretrizes para a organização e operacionalização das Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) na cidade de São Paulo, com o objetivo de oferecer atendimento médico imediato e de qualidade à população. O documento descreve os processos administrativos e assistenciais das AMAs, incluindo acolhimento, consultas médicas, procedimentos, dispensação de medicamentos, encaminhamentos e a participação da comunidade.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 25
Prefeitura do Municpio de So Paulo
Secretaria Municipal da Sade
Ateno Bsica e PSF
DOCUMENTO NORTEADOR COMPROMISSO DAS UNIDADES BSICAS DE SADE COM A POPULAO
SO PAULO MARO - 2005
PREFEITURA DO MUNICPIO DE SO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DA SADE COORDENAO DA ATENO BSICA E PSF
DOCUMENTO NORTEADOR COMPROMISSO DAS UNIDADES BSICAS DE SADE COM A POPULAO
PREFEITO DO MUNICPIO DE SO PAULO JOS SERRA
SECRETRIA MUNICIPAL DA SADE MARIA CRISTINA FARIA DA SILVA CURY
COORDENADORA DA ATENO BSICA E PSF ROSA MARIA BARROS DOS SANTOS
EQUIPE DA ATENO BSICA
GRUPO DE TRABALHO ANDREA W. BONAMIGO COORD. REG. NORTE FRANCISCO SOARES NETTO A.C.SANTA CATARINA GRACIA B. OLIVEIRA COORD. BUTANT KATIA M. DE A. CORREIA COORD. ATENO BSICA LENI A. GOMES UCHA COORD. REG. LESTE MARIA ANGELICA CREVELIM COORD. ATENO BSICA NAIRA R. REIS FAZENDA COORD. ATENO BSICA RAMIRO A. DE AZEVEDO UNIFESP REGINA T. CAPELARI COORD. REG. SUDESTE SONIA M. A. FEGUEIRA COORD. REG. SUL SUELI D. R. RODELLO UBS JARDIM SOUZA VILMA R. VENANCIO C. S. STA. MARCELINA
COLABORADORES MARIA CAROLINA FERREIRA MAGANINI MARIA DA CANDELRIA SOARES MARIA INS TADONI PATRICIA APARECIDA L. L. R. COSTA PATRICIA LUNA
3 COMPROMISSO DAS UNIDADES BSICAS DE SADE COM A POPULAO
ndice
Apresentao 04 1. Introduo 05 2. Assistncia Mdica Ambulatorialo (AMA) 06 3. A Misso AMA 07 4. O processo de trabalho nas Unidades Bsicas de Sade 07 5. Organizao do Servio 08 5.1 Atividades Administrativas 08 5.1.1.Identificao das Unidades AMA 08 5.1.2.Funcionamento da Unidade AMA 08 5.1.3. Painel de Informao 09 5.1.4. Recepo / administrativo 09 Responsabilidades 09 5.1.5 Identificao/Cadastro 10 5.1.6. Ficha de Atendimento Ambulatorial (FAA)/Arquivo 10 FAA 10 Arquivo 12 5.1.7. Sistema de Informao 12 5.2. Atividades Assistenciais 13 5.2.1. Acolhimento com Avaliao de Risco 13 Fluxo para organizao do Acolhimento 14 5.2.2. Consultas 14 Procedimentos mdicos e de enfermagem 15 Vacinao 15 Inalao, medicao e curativo 16 Coleta de material para anlises clnicas 16 Aferio de presso arterial 16 Verificao de Temperatura 16 Glicemia Capilar 16 Retirada de pontos 16 Suturas 17 Lavagem de ouvidos 17 Dispensao de Medicamentos 17 5.2.4. Aes Intersetoriais/Parcerias/Rede de Apoio 18 5.2.5. Encaminhamentos e Referncias 18 6. Participao da comunidade 19 6.1. Conselho Gestor 19 6.2. Registro/Caixa de Sugestes 19 7. Coordenao da Unidade 19 8. Patrimnio 21 9. Almoxarifado 22 Glossrio 23 Bibliografia 24
4 APRESENTAO
A Secretaria Municipal de Sade tem a misso de ofertar um servio de sade de qualidade e que atenda s necessidades da populao, numa metrpole com 10,5 milhes de habitantes. A rede bsica instalada constitui 383/392 Unidades Bsicas de Sade (UBS), as quais atuam na modalidade UBS tradicional e UBS com a estratgia Sade da Famlia e AMA (Assistncia Mdica Ambulatorial); o desafio consiste em buscar garantir os valores da universalidade de acesso, da equidade no atendimento, da ateno integrada e da qualidade do servio. Neste sentido a Secretaria Municipal de Sade apresenta este documento para instrumentalizar e apontar um eixo orientador para o trabalho das AMAs. O Documento Norteador da Organizao e Operacionalizao das AMAs, visa subsidiar o Coordenador de Unidade e os profissionais da Unidade de Sade/AMA, as Instituies Parceiras bem como a populao, com ferramentas que possam potencializar o trabalho desenvolvido e os seus resultados, estabelecendo diretrizes para a organizao do servio nas atividades administrativas e assistenciais.
Coordenao da Ateno Bsica
5 1 - INTRODUO
A organizao e o desenvolvimento da Ateno Bsica uma tarefa compartilhada entre a Secretaria Municipal de Sade, as Coordenadorias Regionais, as Supervises de rea, Coordenador de Unidades , profissionais de sade, instituies parceiras e com a participao da populao. A ao conjunta de todos estes atores dever resultar no acesso da populao a servios de sade eficientes e de boa qualidade. O Processo de Trabalho nas Unidades de Sade deve estar pautado nas necessidades em sade da populao. O trabalho em sade no se realiza sobre coisas ou objetos, ao contrrio, se d sobre pessoas, com base numa interseco partilhada entre o usurio e o profissional, no qual o primeiro parte desse processo. Para a construo de um novo modelo de assistncia sade, centrado no usurio inserido no contexto familiar e social, fundamental repensar o processo de trabalho, que tem como finalidade a qualidade da ateno sade, na perspectiva de promover o empoderamento tanto do usurio como da equipe de sade.Esse processo est orientado pelo principio da integralidade e requer como ferramentas a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a humanizao dos servios e a criao de vnculos do usurio/comunidade/equipe de sade. O desafio da atual gesto de SMS o de consolidar o SUS, em conformidade com os princpios de universalidade no acesso, equidade e integralidade da assistncia, o que exige uma Ateno Bsica fortalecida que consiga responder s necessidades em sade da populao. Essas necessidades se expressam de variadas formas, desde a demanda por um atendimento mdico imediato, em resposta a um sofrimento agudo at o acompanhamento de condies crnicas. Existe hoje uma lacuna no sistema de sade municipal, na oferta de consultas mdicas, nas especialidades bsicas, em resposta demanda do usurio por atendimento mdico imediato, sem agendamento prvio. Esta demanda, na maioria das vezes, requer procedimentos de complexidade compatvel com a Ateno Bsica e no exigem a infra-estrutra dos servios de Pronto Socorros. Buscando dar soluo a essa demanda, a SMS props a implantao de Unidades de Assistncia Mdica Ambulatorial AMA, no campo de atuao da Ateno Bsica.
6
2. Assistncia Mdica Ambulatorial - AMA Segundo a Portaria GM 2048 de 5 de novembro de 2002, a Ateno Bsica deve se responsabilizar pelo acolhimento dos pacientes com quadros agudos de menor complexidade, principalmente aqueles j vinculados ao servio ( Atendimento pr- hospitalar fixo). O Atendimento pr-Hospitalar fixo aquela assistncia prestada, num primeiro nvel de ateno, aos pacientes portadores de quadros agudos, de natureza clnica, traumtica ou ainda psiquitrica, que possa levar a sofrimento, seqelas ou mesmo morte, provendo um atendimento e/ou transporte adequado a um servio de sade hierarquizado. A atual gesto da SMS com o objetivo de consolidar o SUS, de acordo com as orientaes do Ministrio da Sade, e fortalecer a Ateno Bsica para que consiga responder as necessidades em sade da populao, props a implantao de Unidades de Assistncia Mdica Ambulatorial AMA, integrada e articulada rede de servios. Estas unidades devem se responsabilizar pela oferta de atendimento mdico imediato, sem um agendamento prvio, garantindo o encaminhamento do paciente para nveis de maior complexidade, quando necessrio, ou para a Unidade Bsica de Sade de referncia do seu territrio, viabilizando a continuidade do tratamento iniciado.
7
3. A MISSO DA UNIDADE DE ASSISTNCIA MDICA AMBULATORIAL
A partir do conceito de Atendimento Pr-Hospitalar Fixo, pode-se considerar que a misso da Unidade de Assistncia Mdica Ambulatorial (AMA), independentemente da estratgia de sua organizao, ofertar consultas mdicas, nas especialidades bsicas, em resposta demanda do usurio por atendimento mdico imediato, sem agendamento prvio.
4. O PROCESSO DE TRABALHO NAS UNIDADES BSICAS DE SADE Considerando que o atendimento nas AMAs est estruturado, entre outros, na Avaliao de Risco, realizada em toda consulta mdica, que procurar: Acolher os eventos clnicos de baixa complexidade, cuja assistncia compatvel com a tecnologia da Ateno Bsica; Identificar e priorizar o atendimento e encaminhamento das emergncias, independente da ordem de chegada; Identificar e encaminhar os casos agudos que demandem uma interveno em servios de maior complexidade; Garantir agendamento de consulta mdica na Unidade Bsica de Sade de referncia, em especial para os portadores de com dies crnicas, garantindo a continuidade do tratamento.
8 5. ORGANIZAO DO SERVIO
5.1. ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS
5.1.1 IDENTIFICAO DAS UNIDADES DE ASSSITNCIA MDICA AMBULATORIAL (AMA)
Toda AMA deve ter placa de identificao visvel e conforme padro da Secretaria Municipal da Sade
Os setores internos da AMA devem apresentar identificao de acordo com sua atividade (sala de emergncia, consultrio, etc).
Os funcionrios devem trabalhar uniformizados e com crach de identificao em local visvel.
5.1.2-FUNCIONAMENTO UNIDADES DE ASSSITNCIA MDICA AMBULATORIAL (AMA)
A AMA deve iniciar suas atividades s 7 horas. Garantir atendimento ininterrupto de todas as atividades (consultas mdicas, atendimento de enfermagem, entre outros) durante um perodo mnimo de 12 horas dirias, de 2 feira a sbado, inclusive durante o horrio de almoo, reunies gerais e treinamento dos profissionais, com revezamento dos trabalhadores das diferentes categorias.
Qualquer medida ou intercorrncia que comprometa o funcionamento da AMA ou o atendimento aos usurios deve, obrigatoriamente, ser discutida com a Superviso Regional de Sade e, caso necessrio com a Coordenadoria Regional de Sade.
As iniciativas locais que visem aumentar o acesso da populao aos servios em dias e horrios fora do expediente da unidade tambm precisam ser discutidos com a Superviso Regional de Sade e com a Coordenadoria Regional da Sade.
9 5.1.3 PAINEL DE INFORMAO
A AMA deve disponibilizar, em local visvel e de fcil acesso aos usurios, um painel de informaes com a finalidade de divulgar as atividades em sade, monitorar os trabalhos, democratizar o acesso s informaes e favorecer a participao social. O painel deve conter:
Horrio de atendimento da unidade de sade; Mapa da rea de abrangncia e relao de ruas; Relao nominal dos trabalhadores com respectiva categoria profissional e horrio de trabalho; Relao de servios oferecidos. Placar de Informaes de Sade: dados de produo relevantes para a realidade local, tais como: consultas, vacinas aplicadas, tratamento supervisionado de tuberculose, visitas domiciliares, atividades na comunidade, reunies do conselho gestor, entre outros.
5.1.4 RECEPO/ADMINISTRATIVO
Os usurios dos servios de sade apenas sero dispensados aps receber orientao adequada a sua solicitao, com informaes e encaminhamentos corretos.
O atendimento na recepo deve estar pautado por:
Acolher o usurio respeitando seus direitos e necessidades;
Garantir agilidade no atendimento e eficcia nas aes;
Manter os arquivos atualizados e organizados.
Responsabilidades:
Fazer a Ficha de Atendimento Ambulatorial e registrar em sistema informatizado ou livro de atendimento; Agendar consulta de seguimento na Unidade Bsica de Sade da rea de referncia;
10 Orientar e encaminhar para o setor onde ser realizado a consulta, atendimento ou procedimento conforme a necessidade apresentada; Levantar e arquivar pronturios, exames, etc. Encaminhar os usurios para outros servios; Registrar os encaminhamentos; Controlar, carimbar e distribuir impressos; Organizar malotes; Digitar mapas de produo/estatstica mensal; Digitar documentos gerais da Unidade; Orientaes gerais quanto o funcionamento dos servios; Conferir livro de ponto e encaminhar as freqncias; Requisitar material de escritrio/impressos; Ler e divulgar o Dirio Oficial do Municpio de So Paulo. E demais atribuies inerentes ao administrativo.
5.1.5 IDENTIFICAO /CADASTRO
Devem ser cadastrados todos os usurios que procuram os servios da AMA, independente de serem da rea de abrangncia ou de influncia. Para todo atendimento dever ser aberto uma ficha de atendimento, com dados de identificao completos para posterior verificao e encaminhamento para a unidade de referncia do mesmo. O cadastro dos usurios na AMA deve ser individual e conter nome, filiao (principalmente o nome de me), data de nascimento e endereo completo (sem abreviaturas), ponto de referncia, telefone residencial, comercial ou de contato.
5.1.6 FICHA DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL (FAA)/ARQUIVO
Ficha de Atendimento Ambulatorial (FAA)
As informaes contidas nas Fichas de Atendimento Ambulatorial pertencem ao usurio ou ao responsvel legal respeitando os preceitos ticos, e ficam sob a guarda das AMAs podendo ser fornecido uma cpia mediante autorizao legal.
11 Dever se aberta Ficha de Atendimento Ambulatorial, com todos os dados devidamente preenchidos para todos os usurios atendidos nas AMAs, independente da origem do usurio; Todas as Fichas de Atendimento Ambulatorial devem ser numeradas, conforme a ordem cronolgica de atendimento. A numerao das fichas deve obedecer a ordem considerando-se o perodo de janeiro a dezembro.
As consultas de todos os profissionais da AMA devem ser registradas com letra legvel, e seguindo a normatizao estabelecida pelos respectivos Conselhos Regionais.
Todos os atendimentos e procedimentos (mdico ou de enfermagem) realizados devem ser devidamente registrados na Ficha de Atendimento Ambulatorial ou anexados ao mesmo quando as anotaes forem feitas em outros impressos, devendo igualmente ser datados, assinados, carimbados com a especificao do n do Conselho de Classe.
Os resultados de exames laboratoriais e radiolgicos devero ser transcritos na ficha de atendimento e o original entregue ao usurio.
A UBS tem como responsabilidade a guarda e a disponibilidade de todos os pronturios e as fichas de atendimento, por um perodo de 20 anos (Resoluo-CFM 1.639/2002), a contar a partir da data do ltimo registro de atendimento do paciente, e aps este perodo o servio dever se organizar para garantir a integralidade do mesmo. Sugere-se a criao ou implementao da Comisso de Avaliao de Pronturios nas Supervises de rea, sob a orientao das Coordenaes Regionais de Sade, e conforme normas da portaria CFM.
12 Arquivo
O arquivo das Fichas de Atendimento Ambulatorial deve estar centralizado na recepo ou prximo da mesma. Arquivamento das Fichas de Atendimento Ambulatorial deve ser feita por ordem numrica, respeitando-se a ordem cronolgica dos atendimentos, e organizado anualmente (janeiro a dezembro).
5.1.7 SISTEMA DE INFORMAO
Instrumento de gerncia, avaliao e planejamento das aes de sade, utilizado por toda equipe de sade.
So de responsabilidade do Coordenador de Unidade das Unidades de Assistncia Mdica Ambulatorial:
Manter o CNES atualizado; Encaminhar as alteraes conforme instrues, fluxos e prazos descritos no anexo; Encaminhar para as Supervises de rea as transferncias dos Sistemas (SIA), assim que encerrado o ms de competncia, que disponibilizar os bancos de dados e/ou relatrios para as Instituies Parceiras;
Monitorar a produo apresentada no SIA atravs do TABNET disponibilizado no portal da Prefeitura no site www.prefeitura.sp.gov.br , Governo, Secretaria de Sade , TABNET, Produo Ambulatorial SIA , ou atravs do uso do programa TABWIN , solicitando apoio da Coordenadoria sempre que necessrio, a fim de orientar o planejamento da AMA atravs dos relatrios do SIA,
Disponibilizar relatrio de acompanhamento equipe da AMA.
13 5.2. ATIVIDADES ASSISTENCIAIS
De acordo com a estratgia adotada pela AMA, as aes desenvolvidas so: 1- Acolhimento 2- Consultas 3- Procedimentos
Para tanto, podero ser utilizados mecanismos, como o Acolhimento, que visando interferir nos diferentes momentos do processo sade-doena, orientam a demanda e organizam o servio, possibilitando o acesso e o atendimento adequado e com qualidade populao assistida.
5.2.1 ACOLHIMENTO COM AVALIAO DE RISCO
Acolher receber bem, ouvir a demanda, buscar formas de compreend-la e solidarizar-se com ela. Desenvolver maneiras adequadas de receber os distintos modos como a populao busca ajuda nos servios de sade, respeitando o momento existencial de cada um. (Campos, 2003). O acolhimento na sade a construo de uma nova postura de todos os profissionais e do servio, que visa ampliao do acesso com abordagem de risco e vulnerabilidade, como responsabilidade social, a construo de novos valores de solidariedade, compromisso e construo da cidadania. Objetivos: Humanizar o atendimento Organizar o servio Otimizar o atendimento Proporcionar maior resolutividade Estabelecer fluxo de atendimento para a demanda espontnea Propiciar menor desgaste da equipe Aumentar a satisfao da comunidade
A Avaliao de Risco deve ser realizado por um profissional de enfermagem habilitado e deve ser realizada antes da consulta mdica, procurando identificar e priorizar o atendimento e encaminhamento das emergncias, independente da ordem de chegada. Durante a avaliao de risco deve-se realizar os procedimentos como peso e temperatura para os atendimentos de pediatria; e para os atendimentos de clnica mdica, cirurgia geral ou ginecologia, deve-se realizar os demais procedimentos como presso arterial, pulso, etc.
14 A prtica de Acolher consiste em uma atitude/postura que todos os funcionrios da AMA devem assumir ouvindo as necessidades que levaram o usurio ao servio, orientando ou encaminhando de acordo com a sua competncia profissional.
Fluxo para Organizao do Acolhimento
5.2.2 CONSULTAS
A consulta do paciente deve ocorrer por demanda espontnea, respeitando-se a avaliao de risco;
Todo atendimento, mdico ou de enfermagem, deve ser registrado na Ficha de Atendimento Ambulatorial;
ESCUTA QUALIFICADA ( avaliao de risco) RECEPO AO USURIO Encaminhamentos para outros Servios( hospital ou PS de referncia, UBS de abrangncia) Consulta Mdica Orientao Exames Atendimento Mdico Emergencial Servios : vacina, curativo, inalao e outros.
15
Registrar na Ficha de Atendimento Ambulatorial: a histria clnica sucinta, exame fsico, hiptese diagnstica e proposta teraputica, conforme normatizao do Conselho Regional de cada categoria profissional;
Datar, carimbar e assinar.
PROCEDIMENTOS MDICOS E DE ENFERMAGEM
Os documentos abaixo relacionados norteiam os procedimentos mdicos e de enfermagem: Manuais de Vigilncia Epidemiolgica (notificao, investigao, aes de bloqueio)
Manual de Imunizao do Centro de Vigilncia Epidemiolgico-CVE (calendrio de vacinas, controle de temperatura da cmara de conservao de imunobiolgicos, comunicao de eventos adversos)
Manual de desinfeco e esterilizao da Secretaria Municipal de Sade (mscaras de inalao, material de curativo, espculos, entre outros)
Protocolo de Feridas da Secretaria Municipal de Sade (produtos e condutas padronizados para curativos)
Protocolo de Enfermagem da Secretaria Municipal de Sade (SMS) na Ateno aos diferentes Ciclos de Vida
Manual para Profissionais de Sade O Climatrio em Suas Mos - SMS
Caderno Temtico da Criana - SMS
Consenso de Hipertenso da Sociedade Brasileira de Cardiologia (Hipertenso)
Manual sobre Hipertenso e Diabetes do Ministrio da Sade (Hiperdia)
Manual sobre dispensao de medicamentos (REMUME e GSS)
Manual da APAE (Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais)
Vacinao A AMA ir somente realizar a 1 dose da dupla adulto nos casos pertinentes, durante todo o perodo de funcionamento da unidade, aproveitando todas as oportunidades para o incentivo e atualizao vacinal.
16 A aplicao da 1 dose dever ser registrada na carteira de vacina do adulto, e esta entregue ao usurio, quando receber informaes de onde e quando receber as demais doses. A AMA no far arquivamento das fichas de vacinao; Dever ter mapa de controle de temperatura mxima e mnima do refrigerador exclusivo para vacinas.
Inalao, Medicao e Curativo Os setores devem funcionar durante todo horrio de funcionamento da Unidade, como garantia de atendimento s prescries internas e externas.
Coleta de material para anlises clnicas A coleta ser realizada diariamente durante todo o horrio de funcionamento da unidade; O acondicionamento, armazenamento e transporte do material ficar sob a responsabilidade da AMA e obedecer a rotina de cada regio.
Aferio de Presso Arterial Deve estar disponvel durante o horrio de funcionamento da Unidade e ser realizada, seguindo indicao dos profissionais tcnicos .
Verificao de Temperatura Deve ser realizada seguindo indicao dos profissionais tcnicos e estar disponvel durante o horrio de funcionamento da Unidade
Glicemia Capilar Deve ser realizada seguindo indicao dos profissionais tcnicos e estar disponvel durante o horrio de funcionamento da Unidade..
Retirada de Pontos Deve ser realizada seguindo indicao dos profissionais tcnicos e estar disponvel durante o horrio de funcionamento da Unidade
17 Suturas (procedimento mdico) As suturas simples, sem sinais de acometimento de estruturas que possam comprometer a funcionalidade do rgo ou regio, devem ser realizadas na prpria Unidade, e estar disponvel durante todo o horrio de funcionamento da Unidade.
Lavagem de ouvido, drenagem de abcessos, cauterizaes, exerese de unha enrada, etc. Estes procedimentos sero realizados conforme avaliao mdica, e devem estar disponveis durante todo o perodo de funcionamento da Unidade.
ECG e Raio X Convencional Devero ser realizados na prpria Unidade, seguindo indicao dos profissionais tcnicos da Unidade ou de outra Unidade da rea de abrangncia, e estar disponvel durante o horrio de funcionamento da Unidade; Nos casos de solicitaes de outras Unidades, o procedimento ser realizado sem que o paciente passe por atendimento mdico da AMA.
DISPENSAO DE MEDICAMENTOS
Dispensar medicamentos para os usurios, segundo a Relao de Medicamentos Essenciais para a Rede Bsica, mediante a apresentao da receita e conforme a norma de dispensao (Portaria n 2.693-SMS.G 12/12/03). Para todos os atendimentos realizados na AMA est prevista a medicao do momento e a dispensao de medicamentos conforme o caso;
Aps o atendimento mdico, garantir a dispensao dos medicamentos necessrios para o tratamento no domiclio;
Para os pacientes portadores de condies crnicas, ser dispensado o medicamento para o tratamento por 30 dias e ser encaminhado com consulta agendada para a UBS de origem
A farmcia deve ser mantida aberta durante todo horrio de funcionamento da Unidade.
18
5.2.4 - AES INTERSETORIAIS/PARCERIAS/REDE DE APOIO
O Coordenador de Unidade e os profissionais das Unidades Bsicas de Sade devem estimular as parcerias com instituies, estabelecimentos ou pessoas com o objetivo de ampliar as aes de preveno, promoo e recuperao Sade, participando de redes de apoio e mobilizando a comunidade no resgate da cidadania.
5.2.5 ENCAMINHAMENTOS E REFERENCIAS
Os casos que no forem solucionados na AMA, em virtude de extrapolarem a sua capacidade resolutiva, devero ser encaminhados ao Pronto Socorro e/ou Hospital de referncia, na lgica de VAGA ZERO para os encaminhamentos feitos com remoo por ambulncia. Neste caso o mdico dever entrar em contato telefnico com o servio de referncia, para passar o caso a ser encaminhado.
Os profissionais da AMA devem conhecer suas referncias dentro do Sistema da Regulao para priorizar os encaminhamentos frente s necessidades.
de responsabilidade da AMA viabilizar o encaminhamento e/ou agendamento das solicitaes, para as UBS da rea de abrangncia, atravs da agenda regulada ( 2 vagas por profissional da reserva tcnica), procurando garantir o agendamento de consultas para gestantes, crianas menores de 1 ano, diabetes mellitus, hipertenso arterial, hansenase, tuberculose e psiquiatria, quando houver este profissional na unidade de encaminhamento.
A AMA deve registrar todos os encaminhamentos conforme instrumento do sistema de regulao, para anlise e avaliao mensal.
19
6. PARTICIPAO DA COMUNIDADE
6.1 CONSELHO GESTOR
O Conselho Gestor ser o mesmo da Unidade em que a AMA estiver vinculada.
6.2 REGISTRO/CAIXA DE SUGESTES Todas as AMAs devem possibilitar ao usurio o registro de suas sugestes, reclamaes ou solicitaes, disponibilizando livro ou caixa de sugestes em local visvel que sero compiladas e analisadas pelo Gerente da Unidade e durante as reunies com a Superviso de Sade e Coordenadoria Regional de Sade. Dever contar com um elemento Ouvidor, para receber e encaminhar as demandas da populao.
7. COORDENAO DE UNIDADE
O Gerente da AMA dever ser um profissional da sade, com vnculo empregatcio municipal, indicado pela Superviso de Sade e/ou Coordenadoria Regional de Sade. Nas situaes de AMA vinculada a uma UBS, o gerente da AMA ser o mesmo da UBS.
Atribuies do Gerente da Unidade de Assistncia Mdica Ambulatorial:
Responsabilidade pelo territrio
Realizar o diagnstico epidemiolgico e social do territrio de abrangncia, atravs de levantamento e anlise das situaes de risco da demanda , inclusive as sazionais; Manter atualizado os equipamentos de sade existentes no territrio, com o objetivo de manter a grade de referncia da regio.
Planejamento
Elaborar o planejamento local a partir do diagnstico epidemiolgico, com estabelecimento de metas e definio de prioridades de acordo com as necessidades identificadas nos relatrios de atendimento;
20 Estimular a participao dos profissionais na elaborao dos planos de ao.
Informao
Garantir a atualizao contnua dos sistemas de informao, com elaborao e distribuio, para a Superviso de Sade, Coordenadoria Regional de Sade e equipes, de relatrios de produo, indicadores de sade , para avaliao do servio e encaminhamento dos problemas da Unidade; Analisar e avaliar adequadamente os dados obtidos. Promover a discusso dos dados, com os profissionais da Unidade objetivando o alcance das metas propostas no planejamento. Divulgar as informaes para o Conselho Gestor e comunidade.
Equipe de Sade
Capacitar e sensibilizar todos os membros das equipes e da Unidade para o cumprimento das diretrizes da ateno sade Ser o elo entre as equipes e a Entidade Parceira e a comunidade e as Supervises de Sade locais Promover e facilitar a integrao entre todas as equipes Conhecer as atribuies e promover avaliao de desempenho individual e das equipes Administrar o cumprimento de horrio de funcionamento da Unidade e de seus profissionais Assegurar o cumprimento dos fluxos e rotinas estabelecidos, por exemplo, em coleta de exames, observar horrios de coleta, armazenamento, recebimento e arquivamento dos resultados, busca ativa, notificao e conduta para os exames com resultados alterados Apresentar e proporcionar acesso a todos os profissionais de sade aos manuais tcnicos da Secretaria Municipal da Sade ou outros, garantindo o controle dos mesmos.
Comunidade Garantir o acesso da populao ao servio.
21 Participao em reunies Com profissionais da Unidade /equipes PSF/UBS ; Com a comunidade, conselhos gestor e movimentos populares. Com as Coordenadorias de Sade, supervisores de rea e a Secretaria Municipal de Sade. Com Entidades Parceiras
Equipe de Coordenao Formar com os profissionais tcnicos da Unidade um grupo gerencial com a finalidade de auxiliar o coordenador nas decises.
Unidade de Vigilncia a Sade Promover a articulao garantindo as aes do setor.
8 PATRIMNIO Os bens patrimoniais da AMA sero adquiridos atravs da entidade parceira e esta proceder a passagem dos bens para a SMS , atravs de abertura de processo junto ao Setor de Patrimnio da Ateno Bsica Os Coordenadores de Unidades e todos os funcionrios so responsveis pela conservao e integridade do patrimnio existente nas AMAs, para tanto devem:
Garantir a integrao dos bens junto ao departamento patrimonial da SMS; Organizar relao de patrimnio por sala; Relacionar e garantir a guarda dos materiais inservveis patrimoniados da Unidade, solicitando orientao da Coordenadoria de Sade quanto ao destino dos mesmos; Designar um funcionrio do setor administrativo para fazer o controle semestral do patrimnio; Realizar o boletim de ocorrncia (B.O) sempre que verificado o desaparecimento de qualquer material permanente e encaminhar o B.O abertura de processo e averiguao
22 9 ALMOXARIFADO
A AMA deve ter um almoxarifado para a organizao e o controle dos materiais de consumo. O registro e o controle das requisies dos materiais devem oferecer todas as informaes necessrias sobre a movimentao do estoque e consumo.
Principais Funes do Responsvel pelo Almoxarifado: Receber e conferir os materiais; Registrar e controlar as requisies dos materiais por setor; Realizar a Baixa no estoque das requisies atendidas; Lanar a movimentao de requisio e entrega de material; Guardar, controlar e conservar os materiais estocados; Notificar a gerncia quanto a irregularidades no setor; Arquivar as requisies de solicitao e entrega; Garantir o estoque mnimo; Emitir relatrios de solicitao e consumo; Fazer balano mensal do estoque; Garantir o acesso restrito ao almoxarifado.
23 GLOSSRIO
1- rea de abrangncia: corresponde a rea de responsabilidade de uma unidade de sade baseia-se em critrios de acessibilidade geogrfica e de fluxo de populao.Deve ser constituda por conglomerados de setores censitrios (MENDES, E.V.1994). 2 rea de influncia: a conceituao de rea de influncia de um servio de sade se baseia, ainda, numa lgica assistencial gerada, muitas vezes, pela presso da demanda espontnea.A populao procura ateno a seus problemas de sade considerando as distintas modalidades de acessibilidade dos servios, estabelecendo, assim, reas de influncia mais ou menos dispersas (MENDES, E.V.1994).
3 Domicilio: designa o local de moradia estruturalmente separado e independente, constitudo por um ou mais cmodos.A separao fica caracterizada quando o local de moradia limitado por paredes (muros ou cercas,entre outros) e coberto por um teto que permita que seus moradores se isolem e cujos residentes arcam com parte ou todas as suas despesas de alimentao ou moradia.Tambm so considerados domiclios: prdio em construo, embarcao, carroa, vago, tenda, gruta e outros locais que estejam servindo de moradia para a famlia (BRASIL, 1998).
4- Territrio-processo: A concepo territrio-processo transcende sua reduo a uma superfcie e s suas caractersticas geofsicas para instituir-se como um territrio de vida pulsante, de conflitos, de interesses diferenciados em jogo, de projetos e de sonhos.Esse territrio, ento, alm de um territrio-solo , ademais, um territrio econmico, poltico, cultural e epidemiolgico (MENDES, E.V.1994).
5 - Tabela de Lotao de Pessoal (TLP): Segundo a Coordenadoria de Recursos Humanos do Gabinete (CRH-G), uma TLP mnima para 20.000 habitantes considera um quadro composto por: - Mdicos: 01 clnico, 01 pediatra e 01 gineco-obstetra por perodo de 04 horas (manh e tarde); - Enfermeiros em perodo integral - Auxiliares de enfermagem
Deve-se ressaltar que estudos esto sendo realizados buscando adequar a TLP s realidades locais de cada Unidade Bsica de Sade.
24
BIBLIOGRAFIA
1. Campos. Gasto W.S. Sade Paidia. Editora Hucitec. So Paulo, 2003 2. Carneiro Jr. Nivaldo. Organizao das Prticas de Ateno Primria em Sade no Contexto dos Processos de Excluso/ Incluso Social. In: Cadernos de Sade Pblica. V.19 N. 06 Nov-dez 2003. 3. Manual de estruturao de almoxarifados de medicamentos e produtos para a sade e de boas prticas de armazenamento e distribuio. Prefeitura do Municpio de So Paulo/ SMS. rea Temtica de Assistncia Farmacutica COGEST. 2003. 4. Mendes, Eugnio Vilaa. Distrito Sanitrio.Editora Hucitec - Abrasco.So Paulo Rio de Janeiro, 1994. 5. Ministrio da Sade. Manual do Sistema de Informao de Ateno Bsica- SIAB.Braslia, 2003. 6. Ministrio da Sade. Manual para a Organizao da Ateno Bsica. Braslia, 1999. 7. Ministrio da Sade. Cadernos de Ateno Bsica Programa Sade da Famlia. Braslia, 2002. 8. Ministrio da Sade. Documento Final da Comisso de Avaliao da Ateno Bsica. Braslia. Outubro, 2003. 9. Ministrio da Sade. Documento Tcnico - Avaliao para melhoria da qualidade da estratgia Sade da Famlia .Verso Preliminar. Braslia, 2.005. 10. Ministrio da Sade. Norma Operacional da Assistncia Sade SUS (NOAS SUS). Anexos 01 e 02. Braslia, 2.001. 11. Paim, Jairnilson Silva. Gesto da Ateno Bsica nas Cidades. Capitulo 4. (xerocado) 12. Rodrigues, M.P; Arajo, M.S.S. Texto-O Fazer em Sade: um novo olhar sobre o processo de trabalho na estratgia de sade da famlia. 13. Secretaria Municipal de Sade de So Paulo.Documento Norteador: responsabilidades da rede de apoio implantao do PSF.So Paulo, 2002. 14. Brasil. Lei n. 8142, de 28 de dezembro de 1990. Dispe sobre a participao da comunidade na gesto do Sistema nico de Sade-SUS e sobre as transferncias intergovernamentais de recursos financeiros na rea
25 da sade e d outras providncias. Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil, Braslia, 29 dez. 1990. 15. So Paulo. Lei Municipal n. 13.325 de 2.002 Conselhos Gestores do SUS (com alteraes pela Lei 13.719/04). Dispe sobre a organizao de Conselhos Gestores nas Unidades do Sistema nico de Sade, e d outras providncias.