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N.voivio Bow.v.v:v
MANUAL DO LDER
Traduo de JUii. u. Ros. Sixovs
Aforismos escolhidos e prefaciados por JUivs Bvv:.U:
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O LDER
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Amo o poder, mas como artista que o amo.
Amo-o como um msico ama seu violino para dele
tirar sons, acordes e harmonias.
u
Um exrcito no nada sem um crebro.
u
A atitude de um general amado vale mais do que
o mais belo discurso.
u
A frieza a maior qualidade de um homem des-
tinado a comandar.
u
A presena do general indispensvel: ele o
crebro, a essncia de um exrcito. No foi o exrcito
romano que conquistou a Glia, mas Csar*; no foi
o exrcito cartagins que fez o exrcito republicano
tremer s portas de Roma, mas Anbal.**
* Jlio Csar (100-44 a.C.): o famoso general romano conquis-
tador da Glia, que se tornaria cnsul e ditador. (N.T.)
** Anbal (247-183 a.C.): grande general cartagins, considerado
por alguns o criador da estratgia militar. (N.T.)
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Nada mais importante, na guerra, do que a
unidade de comando; assim, quando se combate uma
nica potncia, deve-se ter um nico exrcito agindo
numa nica linha de frente e sendo conduzido por um
nico chefe.
u
Um mau general vale mais do que dois bons.*
u
Realizei a campanha sem consultar ningum: eu
nada teria feito de bom se precisasse me conciliar com
a maneira de ver de outra pessoa. Se me impuserem
entraves de todo tipo; se eu precisar informar aos co-
missrios do governo sobre todos os meus passos; se
eles tiverem o direito de alterar minha movimentao,
de retirar-me ou enviar-me tropas, nada mais esperem
de bom. Se os senhores enfraquecerem seus recursos
dividindo suas foras; se romperem na Itlia a unidade
do pensamento militar: digo-lhes com pesar que tero
perdido a mais bela ocasio de impor leis Itlia.
u
preciso estar bastante alheio marcha do
gnio para acreditar que ele se deixa esmagar pelas
formas. As formas foram feitas para a mediocridade;
* Quando disse essa frase, Napoleo estava frente do exrcito da
Itlia, e fora informado pelo Diretrio de que seu comando pas-
saria a ser dividido com o general Kellerman. Bonaparte nega-se
a obedecer, acreditando rmemente que um exrcito mais bem
comandado por uma nica inteligncia, mesmo que inferior, do
que por duas inteligncias superiores, mas contrastantes. (N.T.)
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bom que esta s possa se mover dentro de um crculo
das regras. O talento ala voo, no importa quantos
entraves o cerquem.
u
A primeira qualidade de um generalssimo*
ter uma cabea fria que receba impresses exatas dos
objetos, que nunca se exalte, no se deixe deslumbrar
e embriagar por boas ou ms notcias; as sensaes
sucessivas ou simultneas que recebe ao longo de um
dia se ordenam e ocupam apenas o justo espao que
merecem ocupar.
u
Infeliz do general que vai para o campo de ba-
talha com um sistema preestabelecido!
u
A inteligncia tem seus direitos acima dos da
fora; a fora em si no nada sem a inteligncia. Nos
tempos heroicos, o general era o homem mais forte;
nos tempos civilizados, o general o mais inteligente
dos bravos.
u
Aquele que no v o campo de batalha com olhos
impassveis faz homens morrerem inutilmente.
u
* Generalssimo (gnral en chef, em francs): o general encar-
regado do comando geral e supremo dos exrcitos, que tem sob
suas ordens os demais generais. (N.T.)
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A glria e a honra das armas so o primeiro
dever a ser considerado por um general que combate:
a salvao e a preservao dos homens so apenas
secundrias; mas tambm na audcia e na obstinao
do general que se encontram a salvao e a preserva-
o dos homens.
u
Um generalssimo nunca deve dar descanso aos
vencedores, nem aos vencidos.
u
Na guerra, o chefe o nico a entender a im-
portncia de certas coisas; e ele pode sozinho, por
sua vontade e suas luzes superiores, vencer e superar
todas as diculdades.
u
A maioria dos homens, inclusive dos grandes
homens, s sabe ousar pela metade.
u
O esprito de um bom general deveria se as-
semelhar, pela limpidez, ao vidro de uma luneta de
batalha.
u
Um general deve ser charlato.
u
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No existem grandes aes sucessivas que sejam
obras do acaso e da sorte; elas sempre decorrem do
clculo e do gnio. Raramente vemos os grandes ho-
mens fracassarem em suas empresas mais perigosas.
Vejam Alexandre*, Csar, Anbal, o grande Gustavo**
e outros: eles sempre tm xito. Ser porque tm sorte
que se tornam grandes homens? No, mas porque,
sendo grandes homens, souberam controlar a sorte.
Quando estudamos as instncias de seus sucessos,
camos surpresos de ver que eles zeram de tudo
para obt-los.
u
Todos os grandes capites da Antiguidade e aque-
les que, mais tarde, dignamente seguiram seus passos
s zeram grandes coisas ao se conformarem s regras
e aos princpios naturais da arte, isto , pela exatido
dos clculos e pela relao racional dos meios com suas
consequncias, dos esforos com os obstculos.
u
Que homem no gostaria de ser apunhalado,
desde que tivesse sido Csar? Um plido claro
de sua glria compensaria amplamente uma morte
prematura.
* Alexandre Magno (356-323 a.C): rei da Macednia e da Pr-
sia, grande ttico e conquistador de territrios, bem como lder
de homens. (N.T.)
** Gustavo Adolfo, o Grande, o Leo do Norte (1594-1632): rei
da Sucia, responsvel por importantes avanos na arte da guer-
ra, como o uso de artilharia mvel. (N.T.)
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u
Em geral, a melhor maneira de me louvar fazer
coisas que inspirem sentimentos heroicos nao,
juventude, ao exrcito.
u
Cheguei tarde demais, Decrs*: no h mais
nada de grande a ser feito... Sim, concordo, minha
carreira admirvel, trilhei um belo caminho; mas
que diferena com a Antiguidade! Veja Alexandre:
ao conquistar a sia e anunciar-se aos povos como
o lho de Jpiter, todo o Oriente com exceo de
Olmpia**, que sabia de tudo, com exceo de Arist-
teles e de alguns pedantes de Atenas acreditou nele.
Quanto a mim, se me declarasse lho do Pai eterno e
anunciasse que Lhe renderia graas enquanto tal, no
haveria uma vendedora de peixe que no me vaiasse
minha passagem. O povo esclarecido demais hoje
em dia; no h mais nada de grande a ser feito.
u
No existe homem mais covarde do que eu ao
elaborar um plano militar; exagero todos os possveis
perigos e males nas circunstncias dadas; co numa
agitao insuportvel. O que no me impede de pa-
recer sereno s pessoas que me cercam; sou como
uma mulher que d luz. Mas quando uma deciso
* Denis Decrs (1761-1820): contra-almirante que acompanhou
Napoleo na expedio ao Egito e que mais tarde seria nomeado
por ele ministro da Marinha. (N.T.)
** Olmpia do piro: me de Alexandre Magno. (N.T.)
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tomada, tudo esquecido, a no ser o que pode
faz-la ter xito.
u
A direo dos assuntos militares apenas meta-
de do trabalho de um general; estabelecer e garantir
comunicaes um dos objetivos mais importantes.
Garanta rapidamente suas comunicaes.
u
No so tropas o que lhe falta, mas a maneira de
reuni-las e de agir com vigor. A velocidade, na guerra,
metade do sucesso.
u
Na guerra, vemos nossos males e no vemos os
do inimigo; preciso demonstrar conana.
u
Poderei ser acusado de temeridade: jamais de
lentido.
u
Em Waterloo, tudo deu errado apenas depois de
tudo ter dado certo.
u
No tenha uma linha, mas mantenha todas as
suas tropas reunidas e agrupadas ao redor de Gnova,
enquanto seus depsitos so mantidos em Savona. Esses
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so os trs princpios militares; ao agir assim, voc
combater cinquenta mil homens com trinta mil.
u
Os princpios de Csar foram os mesmos que os
de Anbal: manter as foras reunidas, no ser vulner-
vel em ponto algum, dirigir-se com rapidez a pontos
importantes, conar em meios morais, na reputao de
suas armas, no temor inspirado e tambm nos meios
polticos para manter is os aliados e obedientes os
povos conquistados.
u
Na guerra, preciso ideias simples e denidas.
u
De tanto dissertar, de ser espirituoso, de fazer
reunies, acontecer o que acontece em todos os scu-
los quando se segue tal caminho: acabam-se tomando
as piores decises, que, quase sempre, na guerra, so
as mais covardes, ou, se preferirem, as mais pruden-
tes. A verdadeira sabedoria, para um general, est na
determinao enrgica.
u
Quando queremos travar uma batalha, regra
geral reunir todas as suas foras, no negligenciar
nenhuma; um batalho, s vezes, decide uma etapa.
u