Trocador de Calor
Trocador de Calor
Trocador de Calor
Referências bibliográficas
Incropera, F.P.; Witt, D.P; Fundamentos de Transferência de Calor e Massa, LTC, Rio de Janeiro, 1992.
Kern, D.Q. Processos de Transmissão de Calor, Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1980, 671p.
Bejan, A.; Transferência de Calor, Edgard Blücher Ltda, São Paulo, 1996.
Stoecker, W.F.; Refrigeração e Ar Condicionado, McGraw-Hill, São Paulo, 1985.
Trocador casco e tubo com configuração de fluxo em contracorrente e passo único em ambos os fluxos.
Função:
Trocador de calor é o dispositivo que permite a troca de energia térmica entre
fluxos de fluidos com diferentes temperaturas. Em virtude das muitas aplicações
importantes, a pesquisa e o desenvolvimento dos trocadores de calor têm uma longa
história, mas ainda hoje se busca aperfeiçoar o projeto e o desempenho de trocadores,
baseada na crescente preocupação pela conservação de energia.
Os problemas de um trocador de calor para uma finalidade específica podem ser
classificados em dois grupos: problema de projeto e problema de desempenho. A
solução de um problema é facilitada pela adoção do método mais adequado a ele.
O problema de projeto é o da escolha do tipo apropriado de trocador de calor e o
da determinação das suas dimensões, isto é, da área superficial de transferência de calor
necessária para se atingir a temperatura de saída desejada. A adoção do método da
diferença de temperatura média logarítmica (DTML) é facilitada pelo conhecimento das
temperaturas de entrada e saída dos fluidos quente e frio, pois então a DTML pode ser
calculada sem dificuldade.
Outro problema é aquele no qual se conhecem o tipo e as dimensões do trocador
e se quer determinar a taxa de transferência de calor e as temperaturas de saída quando
forem dadas as vazões dos fluidos e as temperaturas na entrada. Embora o método da
DTML possa ser usado neste cálculo de desempenho do trocador de calor, o
procedimento seria tedioso e exigiria iteração. Isto pode ser evitado com a aplicação do
método NUT.
T e
q kA q. T
e kA
i.R U
1 e
Rt e Rt
UA kA
Re R1 R2 ... Rn
Em tubos circulares, considerando as resistências relativas à incrustação
(sujidades) internas e externas, aos efeitos convectivos internos e externos e à
condutividade do material do tubo, levando em conta a sua espessura tem-se uma
resistência térmica total calculada pela equação abaixo (válida para tubos circulares):
1 1 R ln( De / Di ) Re 1
i
UA hi Ai Ai 2 kL Ae he Ae
m q cq (tq ,e tq , s ) m f c f (t f , s t f ,e )
m q cq (tq ,e tq , s ) U . A.Tm
T1 T2
Tm
T
ln 1
T2
tq,e
tq,e
ÄT2
tq,s ÄT2
tq,s tf,s
tf,s ÄT1
ÄT1
tf,e tf,e
Fluxo contracorrente Fluxo concorrente
ÄTm é a diferença de temperatura média apropriada para cada caso, a saber: trocador de
calor com correntes paralelas ou contracorrente, multi-passo e correntes cruzadas.
1 1
D UA
q f
t q ,e t f ,e q t q , e t q , s
f eD
t q , s t f ,e
tq,s
tq,s tq,e
tf,s ÄT2 ÄT1
ÄT1
tq,e
tf,e tf,s ÄT2
ë1 >> ë2 ë1 << ë2
tf,e
Condensação Ebulição
tq,e
ÄT2 = ÄT1
tf,s
tq,s
ÄT1
tf,e ë1 = ë2
Casos especiais
Nos dois primeiros casos, vale a relação:
UA tc t f , e
ln
f t t
c f ,s
que também é obtida por balanço térmico das três equações apresentada no início,
porém, devido à particularidade de uma das temperaturas não sofrer variação ao longo
do trocador, a equação resulta mais simples.
q
qmax
q min (tq ,e t f ,e )
f NUT, min
max
UA
NUT
min
O problema da incrustação
A incrustação produz uma diminuição da temperatura do fluido sendo aquecido,
comparada com a temperatura que teria se estivesse em contato diretamente com a
parede da tubulação. Esta diminuição da temperatura deve-se ao aumento da resistência
térmica que a superfície impõe à passagem do calor. Matematicamente pode-se
representar a taxa de incrustação por qualquer um dos termos da equação.
xi (t )
xi 1 1
Ri (t ) ( mi , t )
i i i . i
A função pode ser decomposta nos fatores que influem no processo, tais
como: temperatura de operação, velocidade do fluido, ou fatores relacionados com a
composição, enquanto alguns outros podem permanecer constantes, gerando modelos
específicos para cada aplicação.
Um método quantitativo usado para a determinação da resistência térmica em
trocadores de calor é o método Wilson, o qual aplica o conceito de que a resistência
térmica total é igual à soma da resistência térmica que o equipamento apresenta quando
limpo, RC , e a resistência térmica imposta pela incrustação, Ri . Baseado na premissa de
que RC é inversamente proporcional à velocidade do fluido u f , elevada a uma potência
qualquer n , (McAdams et al., 1926), resulta na equação:
(Ti , Tb )
RT Ri Ri RC
u nf
onde RT Ri quando u nf se tornar um valor muito grande. O valor n sugerido por
McAdams et al., (1926) fica em torno de 0,8. O processo é feito na prática medindo-se a
resistência térmica total para diferentes velocidades do fluido e ajustando-se os dados
obtidos apropriadamente, obtêm-se os valores para (Ti , Tb ) e Ri , como mostra a Figura
1(Somerscales, 1990). Ligando-se os valores das resistências medidas obtêm-se uma
reta, que estendido por extrapolação até o eixo das ordenadas fornece o valor da
resistência térmica devida ao conjunto parede e incrustação.
Figura 1 – Método Wilson para determinação gráfica da resistência térmica da incrustação
(Somerscales, 1990).
Embora este método pareça muito simples ele pode apresentar alguns problemas que
dificultam a sua utilização. Entre eles estão a necessidade de um intervalo muito grande
de velocidades para se ter uma precisão razoável; Os testes demandam tempo que pode
atrapalhar a produção; e ainda, existe o perigo das incrustações soltarem-se devido às
altas velocidades adotadas no processo, falseando o resultado.
É importante observar pelo gráfico, que claramente o aumento de velocidade dos fluxos
melhora a condutividade térmica de um trocador, pois diminui a resistência convectiva.
Este ganho, no entanto, exige um aumento na pressão interna nas linhas de fluxos às
vezes maior que o ganho na eficiência. Nestes casos, cabe um estudo de otimização para
determinar o ponto de melhor ganho operacional.