O documento discute a psicopatia e como ela se relaciona com a vitimologia. Afirma que psicopatas são indivíduos que escondem suas verdadeiras personalidades e agem normalmente na sociedade. Também descreve características comuns de psicopatas como falta de empatia e remorso. Finalmente, discute como a psicanálise tenta explicar a origem da psicopatia e como ela difere de outras condições mentais.
O documento discute a psicopatia e como ela se relaciona com a vitimologia. Afirma que psicopatas são indivíduos que escondem suas verdadeiras personalidades e agem normalmente na sociedade. Também descreve características comuns de psicopatas como falta de empatia e remorso. Finalmente, discute como a psicanálise tenta explicar a origem da psicopatia e como ela difere de outras condições mentais.
O documento discute a psicopatia e como ela se relaciona com a vitimologia. Afirma que psicopatas são indivíduos que escondem suas verdadeiras personalidades e agem normalmente na sociedade. Também descreve características comuns de psicopatas como falta de empatia e remorso. Finalmente, discute como a psicanálise tenta explicar a origem da psicopatia e como ela difere de outras condições mentais.
O documento discute a psicopatia e como ela se relaciona com a vitimologia. Afirma que psicopatas são indivíduos que escondem suas verdadeiras personalidades e agem normalmente na sociedade. Também descreve características comuns de psicopatas como falta de empatia e remorso. Finalmente, discute como a psicanálise tenta explicar a origem da psicopatia e como ela difere de outras condições mentais.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19
A PSICOPATIA EM FACE DA VITIMOLOGIA: MOEDA DE UM S LADO
Psycopathy before victimology: only one side of the coin
Alexandra Gonalves Ferreira 1
Tarqunio Baeta de Medeiros 2
RESUMO: Este artigo surge como uma tentativa de fazer uma interface entre direito e psicologia, mais precisamente entre a psicanlise e a vitimologia. Busca debater um tema que nos dias de hoje se encontra em meio a foras antagnicas, que so as posies de vtima e vitimizador. Posies estas que possuem bases ideolgicas rgidas. Tem a finalidade de descrever em parte, sobre as caractersticas e comportamentos dos indivduos com diagnstico de transtorno antissocial. Tem tambm o objetivo de mostrar o lado das vtimas atacadas por estes sociopatas. Assim como suas condies psicolgicas. Por fim, apontar para a negligncia das autoridades constitudas para com a situao das mesmas. PALAVRAS-CHAVE: Vitimologia, psicopatas, psicopatia, sociopatias, sociopatas, transgresso, vitimas, vitimizadores.
ABSTRACT: This article is an attempt to make an interface between law and psychology, more precisely between psychoanalysis and victimology. It seeks to discuss a subject that currently is in the midst of opposing forces, which are the positions of victim and victimizer. Such positions that are set upon rigid ideological foundations. It aims to describe in part the characteristics and behavior of individuals diagnosed with antisocial disorder. It also has the objective of showing the side of the victims who are attacked by these sociopaths as well as their psychological conditions. And finally, it points out the constituted authorities negligence towards them. KEYWORDS: Victimology, psychopaths, psychopathy, sociopath, sociopathic, transgression, victims, victimizers
1 Advogada, jornalista. 2 Psiclogo, ps-graduado em Teoria psicanaltica pela Universidade Federal de Minas Gerais. 2 No existe uma regra de ouro que se aplique a todos: todo Homem tem de descobrir por si mesmo de que modo especfico ele pode ser salvo. (FREUD, 1929, p.103) A ideia de escrever sobre psicopatia e seus meandros surgiu em razo dos inmeros episdios brbaros que tm marcado a sociedade no Brasil e mundo. So acontecimentos assinalados por requintes de crueldade, frieza e premeditao. Assassinatos que causam comoo social em razo da forma como so praticados e a cada dia vem ganhando espao na mdia, tendo em vista o nmero crescente de homicdios praticados por psicopatas. Os psicopatas 3 so vistos como pessoas comuns, pois nos passam despercebidos, tendo em vista que agem como pessoas normais e muitos so bem- sucedidos. So indivduos que possuem uma capacidade extraordinria de ocultar o seu verdadeiro EU. Em muitos casos, o que se percebe, que os ditos psicopatas so pessoas de diversos ramos e seguimentos, tanto profissional quanto na sua vida pessoal, pessoas de variadas classes sociais que se passam por comuns aos olhos. Diante de um comportamento que percorre o mundo do direito, da psiquiatria, sociologia, da antropologia, psicologia; percebe-se que o tema tambm vem sendo demasiadamente explorado por escritores, diretores de novela e cinema. Tomemos como exemplo os filmes Instinto Secreto, dirigido por Bruce A. Evans; Psicose, de Alfred Hitchcock e o Silncio dos Inocentes, dirigido por Jonathan Demme, histrias que mostram como psicopatas de alta periculosidade agem no seu dia a dia. O tema tambm foi abordado na novela da Rede Globo, Caminho das ndias. Escrita por Glria Peres, a autora realizou um paralelo entre uma sociopata, personagem vivida pela atriz Letcia Sabatella, que na sua representao no era uma psicopata homicida, mas considerada como uma psicopata em grau mdio, fazendo um paralelo com o portador da esquizofrenia, papel este representado pelo
3 O termo psicopata a princpio vem designar todo e qualquer indivduo que apresente psicoses, neuroses e perverses sexuais. No presente artigo os termos psicopata e/ou sociopata sero usados especificamente para descrever indivduos com personalidade antissocial. Indivduos estes que andam na contra mo da vida em sociedade, no possuindo quase nenhuma ou nenhuma conscincia sobre o que e a vida em sociedade e sobre o outro em seus vrios aspectos. 3 ator Bruno Gagliasso. Fato que tambm foi bem enfatizado no filme Uma Mente Brilhante, dirigido por Ron Howard, onde o ator Russell Crowe interpreta o personagem portador de esquizofrenia. Para a psicanlise, a resposta que cada indivduo d sua passagem pelo complexo de dipo, cria basicamente os trs tipos humanos: o neurtico, o psictico e o perverso. Este tem a possibilidade de estar ligado a um diagnstico de transtorno de personalidade antissocial, comumente chamada sociopatia ou psicopatia. Nesse sentido, o indivduo ter dificuldades em suas relaes interpessoais em todos os nveis e, por consequncia, em sua vida social. Sobre o assunto, FREUD em seu texto de 1929: O mal-estar na civilizao, nos descreve: A vida em sociedade s se torna possvel a partir do momento em que o homem abre mo de sua satisfao para se adequar s leis, ou seja, o sujeito abre mo de sua felicidade porque seus desejos muitas vezes vo de encontro ao outro, moral. Em troca, tem-se a vida coletiva, porm, o homem marcado por uma infelicidade constante. No existe ainda uma concluso definitiva sobre os fatores exatos que levam um indivduo a se tornar um sociopata, mas o que se sabe, que existem caractersticas comuns a todos eles. Dentre elas, podemos indicar: disfunes cerebrais e biolgicas, traumas neurolgicos e psicolgicos na infncia e adolescncia e tambm uma possvel predisposio gentica. Pelo menos um desses fatores ser encontrado nos sociopatas ou psicopatas. No entanto, a psicanlise tenta afirmar que o perverso, que posteriormente pode tornar-se um psicopata, aquele que na reedio do dipo, na pr- adolescncia/ adolescncia, recusa-se em receber a transmisso da lei do pai para si. Entretanto, reconhece essa mesma transmisso nos outros. Tal renncia provoca tambm uma recusa em aceitar as condutas sociais mais elementares. Sobre este tema (CAROZZI, 2000), mostra-nos: O pai com sua lei, interdita, separa, veta o gozo absoluto, impossibilita a plenitude, ao mesmo tempo em que liga o sujeito vida, no que a vida do ser falante e sujeio a lei. 4 O psicopata aquele que possui um grau acentuado de perverso em sua personalidade, digo acentuado, pois, FREUD em seu texto Trs ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905) nos afirma que: A perverso faz parte da sexualidade normal dos seres humanos. Levando-se em conta a afirmao de Freud, de que a perverso faz parte do processo normal do desenvolvimento da sexualidade humana. O que ocorre ento no caso dos sociopatas? Por que nem todos ns possumos tendncias psicopatas? A resposta se torna simples se pensarmos que na maioria das pessoas ocorre apenas um pequeno desvio em relao ao objeto de satisfao do desejo da sexualidade. Quanto maior ou menor a acentuao no desvio, pode-se ir do autoerotismo, at zoofilia. No caso da psicopatia, o que ocorre no um desvio de objeto e sim de objetivo. O que detm o desejo da satisfao da sexualidade uma mudana no objetivo, que passa a ter fins quase que somente sdicos, masoquistas, fetichistas e exibicionistas. E o acentuado desvio deste objetivo pode levar psicopatia. A satisfao do psicopata est em transgredir a lei. Freud ressalta ainda que esta condio no est presente somente em enfermos mentais mas em um processo normal da constituio psquica. E mesmo estando o indivduo acometido por um transtorno psquico, o mesmo tem que ser submetido aos ditames jurdicos quando transgride a lei pois analisando por um ponto de vista especificamente jurdico, a tendncia do direito, ao contrrio do presumido por Freud permitir a vida em sociedade com segurana e dignidade. Sendo assim, devemos em princpio, distinguir o psicopata do esquizofrnico ou psictico. O primeiro um indivduo manipulador, sem afeto sentimental e remorso, muito ligado aos castigos e punies. Possuem tambm grande habilidade para a mentira. Segundo psiquiatras e psiclogos, muito difcil identificar um psicopata, pois ele tem o dom de camuflar suas caractersticas perversas com seu alto nvel de persuaso. O psicopata caracterizado por ser calculista, frio, insensvel a qualquer tipo de emoo real; a falta de sentimento de culpa uma das suas principais peculiaridades. 5 Os psicopatas so considerados perigosos, mas ressalta-se que nem todo psicopata homicida, eles agem de formas diferentes, dependendo do seu grau de psicopatia. So delitos que vo de estelionato, por exemplo, a homicdios, que podem ser praticados de forma intervalada de horas a anos. O psicopata procura satisfazer seus desejos nefandos com o mesmo modus operandi. Conforme a mdica e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado. A psicopatia no adquirida, esta deficincia da personalidade algo que vem desde a infncia: ningum vira psicopata da noite para o dia: eles nascem assim e permanecem assim durante toda a sua existncia. Os psicopatas apresentam em sua histria de vida alteraes comportamentais srias, desde a mais tenra infncia at os seus ltimos dias, revelando que antes de tudo a psicopatia se traduz numa maneira de ser, existir e perceber o mundo. (SILVA, 2008, p. 89) A criminologia moderna tambm admite que o homem j nasce com uma certa tendncia para a prtica do crime. O que deve ser observado desde o perodo da infncia do ser humano para que se possa ter controle com tratamento adequado. O que tambm sugerido por FREUD no livro Totem e Tabu, que diz: teramos de supor que o impulso a matar acha-se realmente presente no inconsciente e que nem os tabus e nem as proibies morais so psicologicamente suprfluas, MS, pelo contrrio, explicam-se e justificam-se pela existncia de uma atitude ambivalente para com o impulso de matar. (FREUD, 1999, p. 78). A partir dos estudos das obras antropolgicas e sociolgicas de Freud, em especial, Totem e tabu (obra esta que nos aponta para origem da civilizao), nos mostrado como compreender melhor o mundo subjetivo do ser humano, em relao s regras sociais que lhes so impostas. Assim que passamos a entender melhor, sobre ns mesmos e a nossa espcie, ou seja, o que somos e o que podemos vir a ser. De acordo com (ANDRADE, 2007), Isolados, os seres humanos agem por si e buscam a satisfao de seus desejos, ou suas pulses (...), ou seja, o psicopata vivendo em um mundo isolado, para seu EU, nada mais importa que a satisfao dos seus desejos mais ntimos. Psiclogos salientam que pais, parentes prximos e professores devem observar o comportamento da criana e ver se a mesma no tem tendncias 6 prtica de crueldades, como maus tratos a animais de estimao e at mesmo a outras crianas. Agressividade, insensibilidade, mentiras frequentes, dificuldades em manter amizade e certo desprezo pela vida, so tambm pontos a serem observados. Ainda conforme (SILVA, 2008), mdica e ps-graduada em psiquiatria quando em grau leve e detectada ainda precocemente, a psicopatia pode, em alguns casos, ser modulada, atravs de uma educao mais rigorosa. Buscando assim no causar danos a eles e ao prximo. Parte-se, portanto, de um raciocnio de que so as seguintes as possibilidades: Ou o ser j nasce com esta estrutura psquica ou o meio o influencia. Trabalharemos ento a primeira hiptese que o embasamento do presente estudo, ou seja, o ser no vira psicopata ele nasce psicopata. Em alguns, este sentimento fica obscuro, no seu objetivo, no seu ntimo e dali no sai, j em outros, este sentimento destrutivo aflora, vindo para o mundo objetivo, real. Tomemos como exemplo tambm a questo do bullying, transtorno este que considerado como um grau mais leve da psicopatia, tendo em vista que o praticante deste ato no tem prazer em matar, mas delicia-se em causar medo, intimidao nas pessoas. Estas so algumas estratgias adotadas pelos praticantes de bullying para que assim, imponham a sua autoridade. Assunto este que vem causando polmica, principalmente nos meios jurdicos. Vrios so os nomes dados aos transtornos psquicos, mas tendo todos a mesma origem, o mesmo ramo. E, nessa dimenso, a Doutora em Direito Penal, Ana Paula Zomer ressalta que, a mxima expresso dos comportamentos antinormativos , seguramente, o ataque vida e ao bem-estar fsico e psquico de cada consociado individualmente considerado. E nesse sentido que se polemiza e se destaca o alarme social. Com isso, basta pensar em um percurso histrico, em sociedades normativizadas de modo vrio, indo de um homicdio passional, por exemplo, a um Serial Killer. O termo ingls Serial Killer - assassinato em srie, surgiu na polcia alem na dcada de 30. Ressalta-se que so vrios os casos forenses de psicopatas, uns em srie, outros no; como o caso de Suzane Von Richthofen, que premeditou o 7 brutal assassinato dos prprios pais e aps o crime no demonstrou nenhum remorso, caracterstica tpica da psicopatia. Por outro lado, a esquizofrenia um quadro mental que se caracteriza por desagregao ou dissociao mental, cuja alucinao e delrio so o seu maior sintoma. A esquizofrenia, termo criado para agregar um grupo de psicoses, mostra um indivduo totalmente afastado da realidade, sendo este mediado por falsas vises, vozes dialogantes, sons e barulhos inexistentes, sensaes tcteis das mais variadas. Nesse quadro ocorre um afastamento total da realidade, mudanas rpidas e constantes do humor, medo sem objeto, manias variadas, ansiedade, descuido com a higiene pessoal e em alguns casos tentativa de autoextermnio. Diferente da psicopatia, na psicose, o sujeito no se preocupa com si e sua integridade. Tanto a psicopatia quanto a esquizofrenia podem ser controladas, por meio de ajuda especializada, quando detectadas a tempo. O indivduo que possui tendncias psicopatas deve ter um acompanhamento familiar e, principalmente, profissional. Deve-se considerar que o psicopata criminoso, tendo iniciado uma srie de delitos, passa ser muito difcil, e por que no dizer, praticamente impossvel de ser controlado. Tornando invivel o retorno ao convvio social. Percebe-se que essas pessoas tomam gosto pela prtica do crime e sentem um prazer imensurvel em transgredir, pois, como j foi dito anteriormente, o prazer, ou seja, o gozo do psicopata est em transgredir a lei e principalmente em no ser pego. A lei que ratifica a proibio de matar ou lesionar terceiros constantemente reiterada como exemplo do absolutismo normativo. Tanto nos quadros de esquizofrenia quanto nos quadros de psicopatia esses indivduos podem trazer riscos para si como para os outros, em outros casos no, principalmente em se tratando do esquizofrnico. No entanto, nos primeiros a falta de contato com a realidade facilmente detectada e possveis transtornos muitas vezes evitados. 8 J no caso da sociopatia, dificilmente se percebe algo de diferente na conduta dos indivduos, exceto em alguns casos. Tendo em vista que o psicopata geralmente uma pessoa educada, prestativa e gentil, e s detectado ao cometer seu primeiro delito, s descoberto quando so descobertos seus crimes. Tanto para o operador do direito quanto para a sociedade no geral, difcil a identificao desses seres. Para o profissional do direito, por demais rdua esta tarefa, tendo que recorre na maioria das vezes aos profissionais qualificados para levar a vrias concluses sobre a imputabilidade penal. Os psicopatas so seres que no possuem afeto real, que buscam e atingem a satisfao ao cometer atos antissociais. Isso vem junto a uma falta total de conscincia social. Esses criminosos no conseguem se submeter s regras sociais e no levam em conta o que sente o outro. Esto sempre centrados em seus propsitos e em suas necessidades de burlar a lei, pois todo homem involuntariamente inclinado a agir de acordo com o seu instinto e, em se tratando da subjetividade do psicopata, so princpios tpicos da sua natureza, ou seja, o gosto por transgredir a lei e o prazer de ignor-la, considerando-as mero obstculo para a satisfao do seu prazer. Sendo assim, passa a ser neste momento um dos objetivos deste trabalho a discusso sobre a outra face dessa moeda: possvel a sociedade conviver com estes indivduos insanos, j que os mesmos j provaram ser incapazes de viver em sociedade? Passa tambm a nos nortear a seguinte questo: sabemos que de um modo geral criminosos com distrbios de personalidade so inimputveis perante a lei, junta-se a isso as campanhas de desinternao de pacientes portadores de problemas mentais e tambm pacientes judicirios. possvel a sociedade continuar a conviver com a impunidade e o medo constante? Quem proteger as vitimas desses sdicos? Os programas de incluso social devem ter validade nesses casos? Um bom exemplo dessa situao a histria de Joo Accio Pereira da Costa, o famoso bandido da luz vermelha, que na dcada de 60 aterrorizou a sociedade paulista. Joo vivia uma vida dupla morando na cidade de Santos, com a 9 imagem de um bom moo, no entanto, cometia seus atos criminosos em So Paulo capital. Foi acusado de assassinatos, homicdios, e mais de 70 assaltos. E apesar de no ter sido acusado de estupro, ocorreram suspeitas de ter tido relaes sexuais com muitas de suas vtimas. Buscava criar uma relao com o renomado bandido Americano Caryl Chessmam, que tinha o mesmo apelido. Em suas investidas, Joo Accio usava um leno vermelho sobre o rosto e uma lanterna com o bocal vermelho, o que o caracterizava perante suas vtimas. Foi condenado pena de 351 anos, 9 meses e 3 dias de priso. Saiu aps cumprir 30 anos, e somente 4 meses e 20 dias aps ter sido libertado foi assassinado com um tiro, por um homem que alegou que Joo Accio tinha tentado abusar de sua me, uma senhora de mais de 63 anos de idade. Durante o tempo em que esteve preso, gabava-se para os colegas de priso sobre seus atos e a fama que conseguiu atravs deles. O fato que Joo Accio, apesar de ter pago sua dvida com a sociedade, jamais conseguiu se recuperar como ser humano. Conforme preceitua o Art. 26 do Cdigo Penal Brasileiro (CPB), todo cidado que sofre de doena mental isento de pena, sendo considerado incapaz de entender o carter ilcito do ato praticado; j o Art. 245 da Constituio Federal (CF) ressalta que, os herdeiros carentes da vtima por crime doloso tero toda assistncia necessria. Segundo (MIRABETTE e FABBRINI, 2009), trata-se o primeiro artigo de causa de excluso da imputabilidade. A lei menciona a expresso doena mental, embora seja esta vaga e sem maior rigor cientfico. Rigor este que imprescindvel para avaliao de um psicopata. Considerando os dois artigos citados acima, observa-se que existe uma disparidade entre o tratamento dado ao infrator e a vtima. As vtimas, em caso de sobrevivncia, tm a vida virada pelo avesso, ficam marcadas, sofrem danos psicolgicos irreparveis, passam a sentir dores morais, medo e pnico por todo o 10 sempre. Seus ntimos, vtimas indiretas, sofrem com a dor da perda do ente querido, so corrodos pela revolta da falta de amparo legal, vindo assim a surgir o sentimento de impunidade. Sentimento que muitas vezes se propaga em outras direes, fazendo com que essas pessoas mais tarde cometam atos que s podem ser entendidos atravs de anlise. As vtimas so alvo das maiores atrocidades. E ao analisarmos a forma como so tratadas vtima e vitimador perante a lei, podemos concluir que: ao criminoso a liberdade e a insero social, vitima e aos seus, a dor e a perda irreparvel. Dessa forma, esses criminosos no param, continuam seu caminho perverso, selecionando suas vtimas dentre pessoas comuns da sociedade, de um modo geral pessoas prestativas que buscam de alguma forma cooperar e ajudar o criminoso antes de serem atacadas. Podemos citar aqui um caso recente ocorrido, neste ano, na cidade de Belo Horizonte. Marcos Antunes Trigueiro, conhecido como o Manaco de Contagem, era um psicopata que selecionava suas vtimas, de um modo geral mulheres que demonstraram ser prestativas, educadas e totalmente sem maldade; e por terem tido comportamentos to receptivos acabaram por ter suas vidas ceifadas de forma brutal. Muitos so os casos de psicopatas no Brasil e no mundo, alguns nunca foram encontrados, outros foram presos. Mas at quando a sociedade vai estar merc desses predadores, que sempre voltam ao convvio social? Citemos aqui mais algumas histrias, como o misterioso Jack, O Estripador que praticou seus crimes na Inglaterra de 1881, um caso que nunca foi solucionado. Ramiro Matilde Siqueira conhecido como o Bandido da Cartucheira; Francisco de Assis Toledo, conhecido como o Manaco do Parque, que j tem data para voltar ao convvio social, praticou seus crimes em So Paulo, em 1998. Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho foi preso e condenado em 1966, na cidade de So Paulo. E o episdio mais recente, o caso do psicopata Ademar de Jesus da Silva, conhecido como o Manaco de Gois, que confessou ter matado seis rapazes nas cidades de Luzinia e Cristalina, fato crucial para a iniciativa de se escrever este artigo. 11 No ltimo caso, o Manaco de Gois estava em regime aberto, depois de ter cumprido parte da pena por ter abusado sexualmente de dois meninos. Na priso, passou por exames psicolgicos. Em 2007, foi feita uma avaliao psiquitrica por meio da qual no foi constatada a periculosidade do manaco. Em 2008, foi feito novo exame por trs psiclogos, e o laudo apresentado mostrava que o assassino em srie apresentava caractersticas negativas de personalidade. O assassino foi liberado a partir do laudo psiquitrico e fez mais vtimas, foram atos praticados com requintes de crueldade e sadismo. O laudo psiquitrico de poucas linhas manuscritas foi crucial para coloc-lo em liberdade. Esses so casos famosos, divulgados pela mdia. E aqueles que no chegam ao conhecimento do pblico e das autoridades competentes? Psicopatas que usam de artimanhas para satisfazer seus desejos obscuros. Muitos esto soltos, pois os psicopatas no so s homicidas, mas tambm assaltantes, pedfilos, dentre outros. De acordo com Beccaria: O fator econmico tende a influenciar e a disciplinar, dentro de certos limites, a elaborao da ordenao jurdica para torn-la mais adequada s exigncias cada vez mais diferenciadas e policntricas da sociedade moderna. (BECCARIA, 2005, p. 21-22). Para que o conceito de periculosidade presumida seja atribudo a uma pessoa, previsto por lei que se faa uma avaliao psiquitrica na qual se confirme evidncias de elementos patolgicos no indivduo. Detectado o desvio de personalidade, esse criminoso ser submetido a uma medida de segurana em estabelecimento prprio e por tempo indeterminado, fazendo, neste nterim, exames psiquitricos para uma nova avaliao. O exame de periculosidade foi tratado na Escola Positiva, que teve como precursores os expoentes Cesare Lombroso (1835-1909), Enrico Ferri (1856-1929) e Rafael Garfalo (1851-1934). Submete-se medida de segurana os inimputveis e os semi-imputveis. Os primeiros so aqueles que so inteiramente incapazes de entender o carter delituoso do fato ilcito, conforme artigo 26 caput do CPB, j os semi-imputveis, so aqueles que no so inteiramente capazes de entender o carter ilcito do fato criminoso, conforme preceitua o artigo 26 nico do CP. 12 Assim, o conceituado professor (PRADO, 2004) nos ensina: a Medida de Segurana um modo de defesa e de preveno da sociedade e tem como principal objetivo fazer cessar a temibilidade do agente infrator para que o mesmo no volte a praticar novos crimes. Diante de situaes como essa, cabe ao Poder Judicirio e principalmente psiquiatria forense avaliar com mais rigor os pacientes, para que no sejam cometidos erros que causaro sofrimento a pessoas inocentes e temor sociedade, tendo em vista que estamos tratando de pessoas que, geralmente, no se adaptam ao convvio social. Este o caso do famoso Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha que foi preso quando menor de idade e mesmo alcanando a maioridade, a Justia entendeu que ele no tinha condies de viver em sociedade, sendo transferido para uma Unidade Experimental de Sade por tempo indeterminado. Portanto, o que deve ser feito a anlise de caso a caso para que seja mantida a ordem social. Para isto, exigido bom senso por parte dos profissionais envolvidos nesse trabalho. A partir de exemplos que chocam a sociedade, indaga-se: um psicopata autor de crimes brbaros pode ser colocado novamente no convvio social? Quais as garantias da sociedade em face desse criminoso? E o ponto mais crucial, como identificar um psicopata? Esses questionamentos so ainda obscuros, tanto para juristas quanto para a psiquiatria forense e, mais ainda, para a sociedade, pois o perfil do psicopata/sociopata um perfil extremamente subjetivo, complexo e de difcil identificao. O psicopata criminoso uma pessoa da qual menos se suspeita, tendo em vista a sua inteligncia e capacidade de ocultar seu perfil maquiavlico, o que facilita seus atos criminosos, cometidos, na sua maioria, com atrocidade e perversidade. A de se ressaltar que, enquanto a periculosidade persistir, esse indivduo no deve retornar sociedade, pois estando solto, a populao no ter nenhuma garantia com relao segurana. E o que primordial, o direito vida, prevista no artigo 5 da CF. Com isto, nos apontado por (BECCARIA, 2005), Reconhecer que os direitos fundamentais do cidado so irrenunciveis significa contextualmente 13 ampliar a base de participao e de consenso do Estado, observa-se que nem todo psicopata assassino, pois depende do seu nvel de perversidade. A identificao dessas pessoas algo difcil por um profissional e praticamente impossvel por um cidado comum. Segundo Fernanda Brisset, em sua obra Por uma Poltica de Ateno Integral ao Louco Infrator h uma necessidade de reforma psiquitrica das prticas das instituies forenses e ressalta ainda a complexidade do tratamento psiquitrico. No desconhecemos que, em torno do louco infrator, coadunam os discursos jurdico, clnico e social, de tal sorte que, ao alinhavar, em um mesmo campo, referncias epistemologicamente to diversas, precisamos estar atentos ao fato de que no existe soluo simples para o problema, pois o tema do louco infrator se constitui estruturalmente como um campo de natureza complexa. (BRISSET, 2010, Nota ao Leitor) Portanto, a construo de uma nova poltica nacional de ateno ao paciente judicirio infrator deve ser analisada com mais ateno, tendo em vista que muitos so os casos envolvendo este tipo de criminoso, e na sua totalidade, so delitos praticados com brutalidade que abalam a sociedade. Fazendo com que a populao se sinta insegura e desacreditada na Justia. Diante de uma situao como esta, e que registramos aqui a nossa discordncia em relao a um parecer da nobre psicanalista (BRISSET, 2010), quando escreve em sua obra acima citada que: a sentena de inimputabilidade decretada a um cidado e a consequente presuno de periculosidade a mais violenta violao dos direitos humanos em vigor. Violao maior causada por psicopatas que ceifam a vida de pessoas inocentes sem piedade e sem remorso. As vtimas de psicopatas sim, tm seus direitos violados, e a grande maioria tem o maior direito desrespeitado, ou seja, o direito vida. Indaga-se: onde fica a dignidade da pessoa humana, quando relacionada a estas vtimas? Pois, segundo (ANDRADE, 2007), O vivo sofre por no querer estar morto. Mas o morto no sofre por desejar estar vivo.simplesmente no existe mais, salvo na memria dos vivos. Memria esta de saudades e desalento para quem sofre esta perda de forma brutal. 14 Sobre os direitos humanos (PIOVESAN, 2009), nos indica: nenhum princpio mais valioso para compendiar a unidade material da Constituio que o princpio da dignidade da pessoa humana. Piovesan ressalta ainda em sua obra que: O Estado est obrigado a investigar toda situao em que tenham sido violados os direitos humanos. O Estado est obrigado tambm a amparar as vtimas em todos os sentidos e de todas as formas. Ainda conforme Piovesan em sua obra, Temas de Direitos Humanos: Se o aparato do Estado age de maneira que tal violao fique impune e no seja restabelecida, na medida do possvel, a vtima na plenitude de seus direitos, pode-se afirmar que no cumpriu o dever de garantir s pessoas sujeitas sua jurisdio o exerccio livre e pleno de seus direitos. (PIOVESAN, 2009). Adentramos por vez, na esfera da vitima, ou seja, a vitimologia, um dos ramos da criminologia, que nos mostra conjuntamente com o Cdigo de Processo Penal Brasileiro, que vtima aquela que tem relao direta ou indireta com o infrator, podendo ser tipificado o crime de diversas formas, mas nos ateremos aqui ao crime contra a pessoa lesada, ou seja, quando o crime praticado contra o patrimnio do ofendido e em relao a crimes contra a honra. de se esclarecer neste momento que a vtima direta aquela pessoa que tem a infelicidade de ter contato direto com seu agressor. J as vtimas indiretas so os familiares, amigos e at mesmo a populao em geral; tendo em vista o medo que as pessoas tm de sair nas ruas, de levarem uma vida normal, sem privaes de lazer por medo de serem assaltadas, assassinadas, ou vtimas de outras infraes, medo este que leva a privao do direito de ir e vir. Mas vamos nos ater somente vtima em relao ao delito contra a pessoa. A vitimologia uma cincia interdisciplinar dirigida investigao antropolgica, sociolgica, psiquitrica e psicolgica de todas as formas de vitimizao. O termo vitimologia foi criado por Benjamim Mendelsohn, em 1945. Mas na doutrina h divergncias sobre quem tenha sido o pai da vitimologia. Von Hentig, professor alemo, j vinha aprofundando seu conhecimento no assunto muitas vezes e comparado a Lombroso, que postula a existncia de pessoas que tm certa propenso a serem alvos de psicopatas. 15 Sendo verdadeira ou no a hiptese de Lombroso, de existirem pessoas com a propenso a serem vitimizadas por outras, aqui em especial vtimas de sociopatas, qual deveria ser a posio do Estado em relao a todo esse quadro social? Nesta dialtica, o que pensar e esperar do convvio social com tanta violncia e degradao da vida humana? O que esperar do Estado Democrtico de Direito? sabido que para frear desejos antissociais so necessrios princpios e preceitos rgidos de represso e interdio. E, para tanto, imprescindvel uma reestruturao de vrios segmentos que preceituam e reestruturam a moral do indivduo. No h, todavia, uma soluo final para este problema at o momento, mas dever-se-ia ao menos tentar ameniz-lo. No atual sistema jurdico brasileiro, a vtima, no mbito penal, foi totalmente esquecida, suas garantias e direitos so tapados com um vu, vu este que tenta esconder a falta de humanidade do Estado perante essas vtimas. Nota-se tambm que estas pessoas precisam de ajuda profissional, pois ficaram expostas insanidade de criminosos, e sem nenhum tipo de amparo que pudesse ao menos diminuir a dor e sofrimento que lhes so causados. Tanto o preso comum, quanto o doente mental criminoso e at o psicopata, so amparados por lei. O Estado faz o possvel para que seus direitos e garantias fundamentais sejam preservados, tendo um gasto mensal de aproximadamente R$1.300,00 (mil e trezentos reais) por ms por preso, tendo, portanto, tratamento direcionado para que possam tentar voltar ao convvio social, sem sequelas tanto para a sociedade quanto para si prprios. Por outro lado, as vtimas no recebem nada, so pessoas desprovidas de garantias para o seu bem-estar e recuperao. Sua necessidade, anseios, angstia se tornam uma preocupao de segundo plano, pois a vtima no causar danos sociedade. O sofrimento da vtima no algo que necessite de amparo efetivamente do Judicirio. Direito vida, dignidade, ao trabalho, sade, educao, por no possurem valor simblico, por no estarem inscritos na subjetividade, no contam, no servem para moldar as aes destas 16 (e de quase todas) pessoas, inclusive em atos de revolta contra aquilo que convencionalmente poucos deixariam de chamar uma grande injustia. No imaginrio social, da mesma forma, estes valores de contedo coletivo pouca fora tm, motivo pelo qual as transformaes sociais no acontecem. (ANDRADE, p. 99, 2007). Sob a tica criminolgica, continuaremos a procurar o princpio causador da deliquncia que vem desde os tempos primrdios com Caim e Abel em Gnesis 3, v. 8.. O crime de sangue pode se dizer que um enigma, assim como o homem. uma questo que, por mais aprofundados sejam os estudos por profissionais, haver sempre algo subjetivo que no pode ser alcanado pelo raciocnio lgico do ser humano. A mente ainda um mistrio. Percebe-se que no Brasil, nos dias atuais, vivemos uma situao de inverso de responsabilidades, e com isso criamos a cultura do tadinho/pobrezinho. Os que estudaram so culpados pelos analfabetos; os que se alimentam, pelos que passam fome; os fazendeiros, pelos sem-terra; os fortes, pelos fracos; os cultos, pelos ignorantes, e da por diante. Estes valores permeiam as mentes independentemente das classes sociais s quais pertencem. Com isto, atualmente, nos preocupamos mais com os vitimadores, do que com as vtimas, lembramos somente em recuperar os sem lei e nos esquecemos daqueles que perderam a alma. uma inverso de valores. Inverso esta que vem causando sentimentos de angstia, desiluso e desapontamento com relao ao sistema jurdico que no prioriza a vtima como prioriza o delinqente. Este tem em seu entorno, todo aparato para a sua ressocializao, para que se possa retorn-lo ao convvio social. Olhar somente para o lado daqueles que cometeram crimes brbaros ou no, para que se recuperem e mais uma vez voltem sociedade o quanto antes, uma temeridade e tambm um fator desestruturante e desagregador do ordenamento jurdico, j que o mesmo corre o risco de cair no descrdito. E este levar ao caos. necessrio que a moeda caia, ora virada com uma face, ora com outra. Estudar caso a caso preciso, antes de decidir sobre o destino de um infrator. No entanto, os primeiros a receberem o acolhimento do Estado e dos poderes 17 constitudos sempre devem ser as vtimas, pois foi dito em algum lugar que j no nos lembramos mais: em hiptese alguma, seja como for, no se pode culpar as vtimas. A dor pode ser abrandada, mas nunca passa. Da a importncia de saber lidar com determinadas situaes, e relaes pessoais, tendo em vista o mundo violento e desalmado que se vive, pois o psicopata pode estar ao seu lado. No existe, a princpio, qualquer justificativa plausvel para que se d mais valor a um predador do que a uma vtima. Esta, sim, precisa de amparo legal de todos os segmentos, j para o primeiro, priorizam-se os seus direitos constitucionais, mas no por priorizar estes direitos que eles no devam ser punidos com rigor, ou seja, conforme determina a lei. E para que a lei seja aplicada de forma a satisfazer os anseios da populao, se deve julgar tambm pela tica dos costumes e da valorizao do bem maior, que o direito vida, previsto na Constituio Federal. A Lei segundo (ANDRADE, 2007) sempre necessitou de um reforo ilusrio, para se converter, no imaginrio humano. Neste ponto, percebe-se a relao entre o direito com a psicanlise e sua subjetividade. No h dvida de ser o tema complexo e inacabado. Analisamos, at que ponto o complexo de dipo culpado pelas frustraes da civilizao. Finalizamos este estudo com as palavras de (ANDRADE, 2007) em sua obra Violncia Psicanlise, direito e cultura. Seguimos vivendo, com nossos inerentes conflitos e, talvez, aprendendo com a histria e tentando acertar nosso futuro.
18 Referncias: ANDRADE, Ldio Rosa de, Violncia: Psicanlise, direito e cultura. Campinas/SP: Millennium ed., 2007. BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 3 ed. So Paulo: Martins Fonte, 2005. BRASIL. Cdigo Penal. So Paulo: Saraiva, 1999 (Coleo Legislao Brasileira). BRISSET, Fernanda Otoni de barros. Por uma Poltica de Ateno Integral ao Louco Infrator. Belo Horizonte: Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais, 2010. CAFF, Mara. Psicanlise e Direito: a escuta analtica e a funo normativa jurdica. 2 ed. So Paulo: Quartier Latin, 2010. CAROZZI, Silvani C. Oliveira. A Psicose. Belo Horizonte: Unicentro Newton Paiva, 2000. 8 p. (xerocopiado) COSTNER, Kevin; GIDEON, Raynold; WILSON, Jim; EVANS, A. Bruce. Instinto Secreto. [Filme-vdeo]. Produo de Kevin Costner, Raynold Gideon e Jim Wilson, direo de Bruce A. Evans. Estados Unidos, Tig Productions, 2007. 1 DVD, 120 min. FREUD, Sigmund. Alm do princpio do prazer, Psicologia dos grupos e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996. P. 17-75: Alm do Princpio do Prazer (Edio Standart brasileira da obras completas de Sigmund Freud, 18). FREUD, Sigmund. Alm do princpio do prazer, Psicologia dos grupos e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996. P. 79-120: Psicologia de grupos e anlise de Ego. (Edio Standart brasileira da obras completas de Sigmund Freud, 18). FREUD, Sigmund. O Futuro de uma Iluso, O mal estar na Civilizao e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996. P. 81-171: O Mal estar na Civilizao. (Edio Standart brasileira da obras completas de Sigmund Freud, 21). FREUD, Sigmund. Totem e Tabu. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1999. HITCHCOCK, Alfred. Psicose. [Filme-vdeo]. Produo e Direo de Alfred Hitchcock. Estados Unidos, Paramount Pictures, 1960. 1 DVD, 107 min. HOWARD, Ron; GRAZER, Brian. Uma Mente Brilhante. [Filme-vdeo]. Produo de Brian Grazer e Ron Howard, direo de Ron Howard. Estados unidos, DreamWorks Distribution, 2001. 1 DVD, 135min. MIRABETE, Julio Fabbrini; FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal, volume I: Parte Geral. 25 ed. Ver. e atual. So Paulo: Atlas S.A, 2009. PIOVESAN, Flvia. Temas de Direitos Humanos. 3 ed. So Paulo: Saraiva, 2009. 19 MOREIRA FILHO, Guaracy. Vitimologia: O Papel da Vtima na Gnese do Delito. So Paulo: Ed. Jurdica Brasileira, 1999. PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. V, I Parte Geral, 4 ed. So Paulo, RT 2004. SICA, Ana Paula Zomer. Autores de homicdio e distrbios da personalidade. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. ZAFFARONI, E. R; PIERANGELI, J. H. Manual de direito penal brasileiro. Parte geral. So Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1997. ZEA, Kristi; DEMME, Jonthan. O Silncio dos Inocentes. [Filme-vdeo]. Produo de Kristi Zea, direo de Jonathan Demme. Estados Unidos, Orion Pictures Corporation, 1991. 1 DVD, 118min.
A Linguagem Jurídica Como Obstáculo Ao Acesso à Justiça. Uma Análise Sobre o Que é o Direito Engajado Na Dialética Social e a Consequente Desrazão de Utilizar a Linguagem Jurídica Como Barreira Entre a Sociedade e o Direito_Jus
A Linguagem Jurídica Como Obstáculo Ao Acesso à Justiça. Uma Análise Sobre o Que é o Direito Engajado Na Dialética Social e a Consequente Desrazão de Utilizar a Linguagem Jurídica Como Barreira Entre a Sociedade e o Direito_Jus