Hilário Franco Júnior - As Cruzadas

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Hilrio Franco Jnior As cruzadas

1 AS motivaes Materiais
- Sociedade Feudal:
- Resultado do cruzamento de instituies germnicas e romanas + Fracasso do Imp. Carolingio
- Economia: Define como essencialmente agrcola, subsistncia, mas h um problema.
Retomar Pirenne.
- Trabalho: servido como aspecto essencial do feudalismo. (Problema) comparar com Duby
e Bloch.
- Demografia: pestes e invases, substitudas por melhoras das condies e servido, o que
aumenta a demografia.
- Poltica Fragmentao.
- Social Sociedade de Ordens. Definida pelo nascimento, e imutvel (contrapor com Duby).
Divide em duas camadas (Guerreiros + clrigos / camponeses)
- Relaes Horizontais: Feudo-vassalicas / Intra campesinato
- Verticais: Aristocrtica- campesino.
- No esttico. Mutaes estiveram na origem nas cruzadas.
- Mudanas que contriburam para o surgimento das cruzadas:
- Contexto Demogrfico: Aumento
1 Reduo das epidemias
2 Guerras menos mortferas: nmero menor dos exrcitos, no h o nico objetivo de matar.
3 Recursos naturais: territrios abandonados, no ocupados, recupera florestas e pastagens
naturais.
4 Melhoria de tcnicas agrcolas e da alimentao (aumento da expectativa de vida)
- Maior crescimento demogrfico, maior nmero de guerreiros.
- Esse surto fundamental para haver as cruzadas.
- Contexto comercial.
- Maior produo + Maior demanda de produtos pelos Bizantinos e Muulmanos.
- Despontar de Veneza e Gnova (desfavorecidas pela agricultura).
- Veneza: relaes com o Oriente e com os Muulmanos do Egito (desde o sc. IX). Possuia
interesses comerciais no Oriente.
- Gnova: Derrota muulmanos no sc XI (Ilha de Elba, Sardenha, Crsega)
- Apoio aos Cruzados condicionado ao recebimento de privilgios comerciais nas cidades
conquistadas por eles.
- Alemes: tinham interesse comerciais na Europa Oriental. Visava conquistas os Eslavos,
considerados pagos.
- Contexto Social
- Maior mobilidade
- Transformao em sociedade estamental.
- Expanso demogrfica ajuda a explicar.
- Tamanho do lote menor Dificuldade de auto-suficincia Dedicao outros tipos
de cultivo excedente.
- H um deslocamento para prticas do comrcio.
- Crescente migrao para as cidades com o objetivo de se tornar comerciantes.
( Vida Rural = servido / Vida Urbana = Liberdade Essa viso era difundida)
- Surgem os Marginalizados entre esse grupo urbano.
Dois tipos de marginalizados: 1 Hereges: Combatidos pela cruzada para preservar a ordem
social. Pois representam uma crtica ao status quo, ordem. (relembrar que no se ope ao
cristianismo)
2 Pobreza: Util para as cruzadas Muitos pobres vo para o Oriente Mdio (Brancaleone)
- Era comum a Ida dos Secundognitos para as cruzadas.
- Surto populacional: nem todo primognito tinha feudos. Logo muito viam nas cruzadas a
possibilidade de conseguir terras. (novamente brancaleone) Pequena nobreza.
Contexto poltico
- Disputas por terras e invases de feudos.
- Igreja tenta apaziguar a situao(perde territrios e dzimos decorrentes das produes): Paz
de Deus e Trgua de Deus
- sintomtico que o mesmo conclio que decide pela Primeira cruzada, tambm realize a
renovao das disposies da Trgua de Deus.
- As monarquias tambm estavam interessadas: 1 Desviam o esprito blico de suas nobrezas
para fora dos pases e outros empreendimentos militares. 2 Buscam ampliar o territrio em
seus prprios reinos (Reconquista da pennsula ibrica)
- Outro motivo da Igreja: Reunificao da Cristandade (Oriente (Constantinopla) X Ocidente).
2 As motivaes psicolgicas
Religiosidade
- Detrs da vida social, havia uma ligao muito rude com a natureza
- Natureza sempre inexplicvel, com elementos indisciplinveis, sempre ligado explicaes
que envolvem a atuao do sobrenatural.
- Religiosidade nem sempre era atingvel de forma a compreender os aspectos teolgicos. Fora
dos mosteiros, a religiosidade alcana os leigos.
- opta-se pela privao. Rudeza nessa religiosidade popular.
- Violncia com o corpo compena as deficincias de conhecimento e realiza o sacrifcio.
- As peregrinaes cumprem um duplo papel
1) Penitncia Geralmente eram para localizaes longnquas, no exterior. Em regies que
exigiam um sacrifcio e dificuldades.
2) levariam as relquias: A elas eram atribudos poderes mgicos, milagrosos. A obteno e o
contato com as relquias, significava ser tocado pela sacralidade.
- Algumas relquias eram objetos de peregrinao.
Belicismo
- Decorre da interpretao do mundo como um combate entre foras do Bem X Mal.
- Explicao antiga, mas que sai do plano material (inimigos) e vai para o plano espiritual (Deus
X Diabo)
- Missa Representava isso: o combate
- Castelos: defesa contra inimigos humanos
- Igrejas: fortalezas de defesas contra foras demonacas
- Guerra envolve o universo: Santos so guerreiros.
- Clrigos tem a funo social de proteger (parte de seus status advm dessa compreenso)
- Clrigos se juntam aos guerreiros. Uns com armas militares, outros com as armas espirituais.
(Batina Armaduras simblicas). Inimigos eram vistos como parte dos exrcitos demonacos.
- Essa concepo fundamental nas cruzadas.
Contratualismo
- idia de Reciprocidade pautam as relaes.
- A ordem e a desigualdade social explicada por uma idia na qual todos tem suas funes
especficas, e cada uma delas importante para a execuo da outra. H uma reciprocidade,
uma contrapartida.
- Isso transcende o jurdico, o social e o ideolgico. Passa para as relae Homem- Deus.
Marcadas por barganhas (preces em troca de curas). Penitncias em troca de cura
- Relao Homem-Deus e seu paralelo com as relaes Vassalo-senhor. Os Homens combatem
por Deus, em troca das bnos.

Guerra Santa: sntese da mentalidade feudal
Elementos fundamentais das cruzadas
a) Homens, vassalos de Deus, devem recuperar regies roubadas por infiis.
b) Exrcito de pecadores buscando indulgncias. Uma forma de penitncia.
c) Honra cavaleiresca da cruzada nica. maior.
d) Carter sagrado dos locais disputados: refora a obrigao dos homens para com seu senhor
e) Caridade Fraterna Crist: ajudar cristos oprimidos a sarem dos domnios dos muulmanos.
- Relatos de animais nas cruzadas, outras criaturas divinas. Desse modo insere-se as cruzadas
como obras aprovadas por Deus.
- Nova concepo de Guerra Santa: Antes era defensiva, defender o cristianismo. Agora era
uma guerra expansionista. Adota um princpio de guerra santa, at ento, particular dos
muulmanos.
- Bizantinos no aceitavam a guerra santa e as Cruzadas. Nenhuma guerra santa, apenas
necessria.
- Encontra-se vrios exemplos de guerras em escrituras e referncias crists.
- So Bernardo define a Guerra Santa como honrosa. Era uma liturgia, uma atividade
purificadora, justificada. Era uma forma de vingar a honra ultrajada de Deus.
- Para ele, o verdadeiro cruzado no lutaria apenas com a espada, mas com a f.
- Cruzado visto como um monge guerreiro.
- Ordens Religiosas Militares: Hospitalrios e Templrios
- Paz e Trgua de Deus combinam-se com Guerra Santa Paz na Europa = Guerra para
regies no catlicas.
3 As Cruzadas no Oriente Mdio.
- Com esse contexto e os fatores psicolgicos e materiais, as Cruzada buscam atender as
ansiedades daquela sociedade.
- Oriente Mdio: Terra santa (Jerusalm e regies vizinhas)
- J estavam sob domnio muulmano desde 638.
- Fatores internos a Europa e externos no sculo X.
- Chegada dos Turcos (agora convertidos ao islamismo) domnio de Jerusalm, e derrotam
Bizantinos.
- Vrias cruzadas. Em geral so designadas Oito.
- Novos Mapeamentos encontram 26, mas essas oito podemos encaixar em Ciclos, de acordo
com os grupos sociais participantes delas. (cruzada popular ou das crianas).
- Cruzada Popular (1096)
- Consequencia do discurso de Urbano II.
- Organizam-se e encontram lderes monsticos. Se organizam com pobres, camponeses,
pequenos cavaleiros, clrigos.
- Se do de forma anrquica e aleatria. Muitos morrem no caminho
- Expressa a nsia religiosa e os problemas sociais da Europa, alm da nsia blica.
- Crena de que a f era suficiente para vencer.
- Primeira Cruzada (1096 1099)
- Formada por nobres e supervisionada pelo Papado.
- Rumo Constantinopla.
- Vrios exrcitos autnomos (comando nico)
- Imperador Aleixo obriga dos chefes cruzados a Jurar fidelidade (forma de garantir a posse
sobre terras conquistadas) Gera desagrado.
- Conquistam Nicia Turcos devolvem para Aleixo, cruzados vem com uma traio
(queriam a vitria militar completa, com glria e saques).
- Chegam a Antiquia
- Dificuldades frente ao exrcito turco, fome, desero e falta de apoio Bizantino.
- Chefes buscam fazer conquistas prprias.
- Conquista de Jerusalm (caso da morte de todos os que se refugiavam no Templo de
Salomo) forma de purificao.
- Segunda Cruzada (1147 -1149)
- Parte da Sria recuperada pelos muulmanos
- Alemes Conrado III
- Franceses - Lus VII
- europeus do Norte ingleses, flamengos e frsios: estes pretendiam chegar por Mar.
Ajudaram na reconquista e retomada de Lisboa.
- Cruzadas na Europa e Oriente se sobrepunham\
- Conrado III chegou antes e foi massacrado pelos turcos. (Juntam-se aos franceses)
- Aps atritos entre eles, decidem atacar Damasco Fracasso dessa cruzada.

- Egito nova potencia Islmica (recuperao do mundo islmico) Saladino
- Queda de Jerusalm (1187)
A Terceira Cruzada (1189 1192)
- Busca de recursos e financiamentos pela Igreja (indulgncias em troca de recursos)
- Filipe Augusto (Francs)
- Ricardo Corao de Leo (Ingls)
- Frederico Barba Ruiva (Alemo)
- Debilidade pela falta de comando e planejamento
- Conquistas e morte da Barba Ruiva na sia menor.
- Atritos entre Filipe e Ricardo atrasos.
- Conquista de So Joo de Acre
- Problemas e acordo com Saladino Ocidentais posse do litoral srio-palestinoe permisso
para peregrinao Jerusalm.
- Semi-sucesso ou semi-fracasso.
- A Quarta Cruzada
- Certo apaziguamento e tolerncia entre Cristos e Muulmanos
- Cruzada resulta de antigos desacordos Odicentais e Bizantinos e interesses de Veneza
- Cristos x Cristos.
- Em troca do transporte apoiava-se os venezianos interessados em uma regio do Imprio
Bizantino. (ZARA).
- Proposta Bizantina: recuperar o trono para Aleixo e recolocar Isaac II
- Para ocidentais obter recursos para pagar Veneza.
- Para Venezianos oportunidade de recuperar privilgios em Bizncio.
- Contato e descumprimento de acordos aumenta a rivalidade entre Ocidentais e Orientais.
- Saques em Constantinopla, derrubada do Imprio, reestabelecido em 1261 (agora
enfraquecido, resiste at 1453, derrubado pelos turcos.
- Foi uma cruzada mais prejudicial aos Cristos que aos muulmanos. Dividiu ainda mais a
cristandade.
- A Cruzada das Crianas (1212)
- Atesta a difuso do ideal das cruzadas
- Carter espontneo e popular.
- Ressurgncia da cruzada popular
- No apenas crianas, mas gente simples.
- 20 mil da regio de Colnia (mortes no caminho e desvio de Gnova, para serem vendidas
como escravos)
- 30 mil de Vendome (Frana) Sem dinheiro para transporte, em Marselha foram vendidas
como escravos para o Egito.
- Por que acreditavam no sucesso?
1) Busca da sobrevivncia no Oriente Mdio. Novas terras, terras de abundancia e de
espiritualidade
2) Religiosidade: sucesso pela simplicidade. Presena de animais atestavam a simpatia divina
A Quinta Cruzada (1217 1219)
- Conclio de Latro (1215) Nova Cruzada (sem franceses)
- Hngaros, Austracos, Cipriotas, Frsios, Noruegueses e Francos da Sria Desentendimentos,
falta de comendo
- Ataque ao Egito
- Tomada de Damieta
- Proposta de troca de Damieta por Jerusalm
- Rejeio dos radicais
- Tentativa fracassada de atacar o Cairo
- Trocam Damieta para bater em retirada.
A sexta Cruzada (1228 1229)
- Frederico II imperador alemo
- Recuperar Jerusalm, j que ele havia se casado com a filha de Joo de Brenne Rei exilado
de Jerusalm. Mas ele foi excomungado
- Acordo com o sulto: entrega de Jerusalm Cidade Aberta
- Reviravolta: Mongis
- Novas Cruzadas: Apenas Franceses tinham condies no momento
- Lus IX So Lus.
As Cruzadas de So Lus (1248-1250, 1270)
- Era um rei de forte esprito religioso.
- Ataca o Egito: invade Damieta, mas perde no Cairo e sofrem derrota
- Aprisionamento de So Lus (Cruzada dos Pastores) Pilhagens e desordens na Europa.
- Aps Livre, Lus vai para a Sria, depois volta para a Frana
- Nova Cruzada (oitava) para recuperar Antiquia.
- Fica na Tunsia Epidemia
- Apesar das vontades da Igreja, a situao diferente, o contexto europeu outro, a ateno
se volta para outros problemas na prpria Europa, as disputas e os estados nacionais.
Estados Latinos do Oriente Mdio
- Estados Francos: os mais importantes
- Estruturado de forma feudo colonial. Etnias diferentes das dos conquistadores.
- Quatro estados Francos:
- Reino de Jerusalm (estado mais importante pela questo religiosa, no econmica)
- Condado de Edessa: criado por Balduno de Bolonha, sucessor de Godofredo de Bulho em
Jerusalm: Primeiro a desesaparecer. Pressionado por muulmanos.
- Principado de Antiquia pepel importante na sria Franca
- Condado de Trpoli litoral favorvel ao comrcio, formao ajudada por Gnova.
- Colnias sem metrpole.
- Populao advinda de vrias partes da Europa.
- Francos eram Minorias em relao as populaes oriundas desses locais
- Casamentos no locais originaram mestios: Potros
- Grande ambio de chefes ocidentais: era explorada pelos muulmanos. Tticas.

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