O texto resume o livro "A história da sexualidade: a vontade de saber" de Michel Foucault, no qual ele descreve como a sexualidade foi regulada na Europa entre os séculos 17 e 19 através do discurso e como essa regulação evoluiu para formas de controle biopolítico. Foucault argumenta que falar sobre sexualidade sempre serviu propósitos políticos e que a noção de repressão é mais complexa do que se pensa.
O texto resume o livro "A história da sexualidade: a vontade de saber" de Michel Foucault, no qual ele descreve como a sexualidade foi regulada na Europa entre os séculos 17 e 19 através do discurso e como essa regulação evoluiu para formas de controle biopolítico. Foucault argumenta que falar sobre sexualidade sempre serviu propósitos políticos e que a noção de repressão é mais complexa do que se pensa.
Descrição original:
Resenha sobre o capítulo 1 - história da sexualidade
O texto resume o livro "A história da sexualidade: a vontade de saber" de Michel Foucault, no qual ele descreve como a sexualidade foi regulada na Europa entre os séculos 17 e 19 através do discurso e como essa regulação evoluiu para formas de controle biopolítico. Foucault argumenta que falar sobre sexualidade sempre serviu propósitos políticos e que a noção de repressão é mais complexa do que se pensa.
O texto resume o livro "A história da sexualidade: a vontade de saber" de Michel Foucault, no qual ele descreve como a sexualidade foi regulada na Europa entre os séculos 17 e 19 através do discurso e como essa regulação evoluiu para formas de controle biopolítico. Foucault argumenta que falar sobre sexualidade sempre serviu propósitos políticos e que a noção de repressão é mais complexa do que se pensa.
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Em A histria da sexualidade: a vontade de saber, o filsofo Michel Foucault
desenha a sua cartografia sobre os modos de falar e de agir que perduraram na
histria da Europa entre os sculos de!essete e o de!enove" A sexualidade, a pr#tica sexual, os saberes da intimidade e as narrativas constru$das nesse interme!!o s%o apresentados sob o tensionamento do autor perante as vo!es e as palavras da histria, as quais, em grande parte, constroem temporalmente a diversidade das experi&ncias sociais e suas implica'(es nas rela'(es humanas) rela'(es essas que ora apresentam o sexo como pot&ncia libertadora do ser, de seus dese*os e da maneira como cada su*eito cria para si a potica de sua prpria exist&ncia e sub*etividade) ora, tambm, essas mesmas rela'(es est%o implicadas, no escrito de Foucault, como pr#ticas de poder pelo nivelamento do discurso e do agir coletivo ou individual sobre a experi&ncia sexual" +este modo, Foucault nos apresenta uma experi&ncia bastante diferente da sexualidade contempor,nea, a narra'%o da sociedade vitoriana expressou, historicamente, um modo distinto de vida sexual sociali!ado" - filsofo conta que entre as pr#ticas desinibidas, p.blicas e cotidianas, tinham no sexo uma fun'%o integra'%o coletiva e pol$tica" /ois, o corpo coletivo da comunidade n%o atuava no sentido de negar esse elemento da vida comum, ao contr#rio, as narrativas encontradas no per$odo vitoriano desenham uma imagem que a pr#tica sexual era vista de modo naturali!ado, sem interditos ou pudor, acerca do universo sexual da humanidade" 0ontudo, essa narrativa forma, na escrita de Foucault, um territrio scio1pol$tico da exce'%o, tendo em vista que com desenvolvimento do capitalismo e a emerg&ncia das sociedades disciplinares e posteriormente com a regula'%o do corpo social pela biopol$tica, expunham uma outra maneira de compreender a pr#tica sexual e a prpria sexualidade do ser humano" +e fato, o que o filsofo apresenta a cria'%o de pr#ticas as quais condicionam a vida coletiva atravs dos interditos discursivos e das novas tecnologias de controle que regulam o saber sobre o sexo e definem os lugares que esse conhecimento deve ser apresentado) seguindo os ritos da avalia'%o familiar, a averigua'%o confessional reali!ada pela 2gre*a 0atlica e, especialmente, quando a prpria sexualidade se torna tema dos fruns acad&micos e cient$ficos, cu*os doutos e defensores dessa nova perspectiva do sexo lutaram para desvencilhar o discurso sobre o sexo caricato, pudorento e m$stico, para uma nova maneira de falar, de conhecer o ob*eto e de expressar clare!a sobre o corpo biolgico numa perspectiva de ci&ncia" Assim, a tra*etria anal$tica que Foucault tra'a, nos primeiros dois cap$tulos, se refere ao desenvolvimento dos discursos sobre o sexo e como a no'%o de repress%o mais impl$cita nas experi&ncias sociais do que se acredita" +e fato, o filsofo destaca que muito comumente, em nossa contemporaneidade, falar sobre sexo nos parece algo comum e que dificilmente nos escapa da boca o dese*o e a vontade de discursar sobre o tema" - problema central, na tica do autor, n%o est# no exerc$cio em si, de se fa!er o discurso acerca do sexo como um elemento comum 3s sociedades ocidentais e suas culturas, mas, em especial, como a discursividade sobre o sexo sempre foi uma constru'%o que agencia as necessidades pol$ticas de cada poca" 4esse caso, falar a respeito do sexo deriva, antes, das consequ&ncias histricas em que a vida sexual da civili!a'%o ocidental foi formulada, a qual est# intimamente liga a organi!a'%o de um conhecimento sobre o tema e n%o por causa de uma vontade particular e pulsional dos indiv$duos" 4esse aspecto, o falar, o dito, o escrito, muito mais do que express(es e formas de tornar vis$vel a sexualidade da sociedade, tornaram1se grandes instrumentos de poder e regula'%o da vida humana, do que se entende pelo sexo, quais s%o os caminhos seguros e quais dever%o ser negados, desviados e expurgados do meio coletivo" 4esta perspectiva, Michel Foucault apresenta, de modo geral, quais foram as etapas e as pr#ticas de regula'%o da vida sexual atravs de tr&s momentos: o primeiro que narra como o discurso sobre o sexo ou a tem#tica da carne estavam intrinsicamente nivelados e locali!ados a partir das pr#ticas confessionais catlicas, a qual tinha como fun'%o por sob revis%o do ouvinte 5o padre6 os mistrios da vida $ntima e as concupiscentes histrias que fariam revelar a nature!a pecaminosa do su*eito humano ante ao trabalho de revisitar e expurgar 5pela palavra ou pelas penit&ncias6 todos os desvios reali!ado pelo crist%o) a segunda etapa apresentada a partir do sculo 78222 e seus cdigos de regula'%o das pr#ticas sexuais que s%o: o direito cannico, a pastoral cristo, e a lei civil 5F-90A9:;, <==>, p"??6) e, por fim, com o surgimento da biopol$tica *unto de conhecimentos como a demografia, a economia, a biologia e a prpria psiquiatria definiram um novo marco regula'%o social, pois com o estrutura'%o dos Estados 4a'(es *unto ao nascimento desses novos saberes, foi constatada que a melhor forma de tornar um /a$s altamente produtivo e aquecido para o mercado seria tomar o caminho do controle da popula'%o n%o pelo interdito, mas ampliando os n$veis de controle em escala molecular 5como na escola, *unto dos mdicos familiares, *unto dos pol$cias a corrigir a conduta dos *ovens, etc"6 e, desse modo, a comunidade tendo a sua sexualidade estratificada pelo Aparelho de Estado, pela 0i&ncia, pelos Educadores e pela prpria pol$cia, careceria da necessidade de reali!ar interven'(es individuais ou p.blicas mais incisivas @ tal como ocorrera no per$odo das Aociedades +isciplinares 1, ao contr#rio, falar sobre o sexo, enunciar com clare!a e com ra!%o da prpria vida e de sua nature!a sexual, seria um meio de regula'%o muito mais positivo 5do ponto de vista do Estado6, na medida em que nesse momento ser%o os prprios indiv$duos, em suas experi&ncias particulares, que se autoregular%o, saber%o quais s%o as verdades perduram acerca do tema, sem m$stica ou grace*o" Assim, as palavras do filsofo introdu! essa nova forma de sub*etividade em nossa sociedade ocidental"