04 - Atomosfera Explosiva - Apostila
04 - Atomosfera Explosiva - Apostila
04 - Atomosfera Explosiva - Apostila
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Curso
Instalaes Eltricas em
reas Classificadas
1 Edio: Novembro/09
Autoria Sampling
Prezado aluno,
A Sampling considera a vida como o bem mais precioso. por isso que escolhemos como
nossa misso valoriz-la!
No trabalho, voc desempenha suas tarefas e tem a oportunidade de transformar a sua
vida e a de outras pessoas, para isso, conhecimento fundamental.
Este treinamento foi desenvolvido, com todo cuidado, para contribuir na construo do
conhecimento, habilidade e atitude necessria para que voc adquira competncias
essenciais para a preservao da vida.
Esperamos que voc desfrute de todos os momentos deste treinamento: as aulas tericas,
onde importantes informaes sero apresentadas ou relembradas; as aulas prticas, que
vo coloc-lo, de forma controlada, em situaes semelhantes as que voc poder
encontrar em situaes de emergncia e os intervalos das aulas, que devem ser
aproveitados para solucionar dvidas e desenvolver os temas aprendidos.
Queremos melhorar sempre, pois assim exige a dinmica da qualidade e para isso
precisamos que voc registre na avaliao de reao, ao final do curso, qual a sua
impresso sobre a nossa atuao.
Valorize a vida!
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SUMRIO
INTRODUO..............................................................................................................................5
1.1. Requisitos para reas Classificadas, Segundo NR 10..................................................5
1.2. Definies ......................................................................................................................6
2. CONCEITOS PRELIMINARES..............................................................................................8
2.1. Exploso ........................................................................................................................8
2.2. Temperatura ambiente.................................................................................................10
3. POSSIBILIDADE DE EXPLOSO.......................................................................................12
4. PROTEO PRIMRIA E SECUNDRIA CONTRA EXPLOSO ....................................15
4.1. Proteo Primria ........................................................................................................15
4.2. Proteo Secundria....................................................................................................15
4.3. Medidas de controle.....................................................................................................15
5. CLASSIFICAO DE REAS COM ATMOSFERA EXPLOSIVA .....................................18
5.1. Introduo ....................................................................................................................18
5.2. Conceitos Aplicados a Classificao de reas............................................................18
5.3. Conceituao Americana para Classificao de rea.................................................21
5.4. Comparao entre as Normas.....................................................................................30
6. TIPOS DE PROTEO USADAS EM EQUIPAMENTOS ELTRICOS UTILIZADOS EM
REAS CLASSIFICADAS............................................................................................................31
6.1. Identificao do tipo de proteo do equipamento......................................................33
7. EQUIPAMENTOS ELTRICOS INTRINSECAMENTE SEGUROS E ASSOCIADOS.......34
7.1. Definies ....................................................................................................................34
7.2. Classificao: equipamentos intrinsecamente seguros e equipamentos associados.35
7.3. Categoria eltrica dos equipamentos EX i...................................................................35
7.4. Construo dos equipamentos Ex i .............................................................................37
7.5. Conexo dos equipamentos Ex i .................................................................................37
8. TIPOS DE BARREIRAS DE SEGURANA INTRISECA....................................................39
8.1. Barreira de diodo..........................................................................................................39
8.2. Aterramento .................................................................................................................39
8.3. Isolao galvnica........................................................................................................40
8.4. Parmetros de componentes.......................................................................................41
9. APLICAES TIPICAS DE EQUIPAMENTOS INTRINSECAMENTE SEGUROS E
ASSOCIADOS ..............................................................................................................................43
9.1. Modelos digitais ON/OFF.............................................................................................43
9.2. Modelos Analgicos.....................................................................................................45
10. COMENTRIOS: TESTES LABORATORIAIS PARA CERTIFICAO ...........................46
10.1. Contedo do certificado ...............................................................................................46
10.2. Equipamentos Ex i .......................................................................................................47
10.3. Certificao dos equipamentos a prova de exploso no Brasil ...................................48
10.4. Reconhecimento do internacional do sistema brasileiro de certificao.....................49
10.5. Requisitos de formao profissional ............................................................................49
11. EXEMPLO DE MARCAO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANA INTRINSECA......50
12. ESTUDO DE CASO .............................................................................................................51
12.1. Exploso na Flixborough .............................................................................................51
12.2. Exploso de Beek ........................................................................................................54
13. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................56
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INTRODUO
Ao se instalar sistemas eltricos, de instrumentao ou de automao em uma planta de
processamento petroqumico ou em um local onde possam estar presentes produtos
inflamveis, as medidas de proteo tomadas e o grau de proteo que elas conferem
dependem do risco potencial envolvido.
O estudo de classificao de reas tem por finalidade mapear e determinar as extenses e
abrangncias das reas que podem conter misturas explosivas e, conseqentemente permitir a
posterior especificao de equipamentos e sistemas adequados para cada tipo de rea
classificada.
Embora varie conforme a norma adotada em cada pas, a classificao de rea sempre feita
em funo do tipo de material inflamvel presente e da probabilidade de sua presena, em
concentraes que tornem explosiva sua mistura com o ar.
As reas da planta de processamento so classificadas na fase inicial do projeto, envolvendo
principalmente a especialidade de processo, a partir das informaes relativas a dados, tais
como a presso, a concentrao e o inventrio dos diversos produtos combustveis presentes
no processamento da planta.
A partir deste estudo de classificao de reas, deve ser assegurado que a especificao e
instalao dos equipamentos atenda s exigncias da rea, em conformidade com as
respectivas Normas aplicveis. Um plano de classificao de reas um grupo de documentos
que fornecem informaes sobre as reas que contenham ou possam conter atmosferas
potencialmente explosivas de uma planta de processamento qumico.
Este grupo de documentos compreende desenhos de plantas e elevaes com as extenses
das reas classificadas, lista de dados de processo sobre as substncias inflamveis, lista dos
dados das fontes de risco, e nos casos de espaos fechados, informaes pertinentes ao
projeto de ventilao e de ar condicionado, os quais possam afetar a classificao ou a
extenso das reas classificadas.
1.1. Requisitos para reas Classificadas, Segundo NR 10
O trabalhador envolvido em atividades em reas classificadas com risco de exploso devem
atender ao item 10.8.8.4 da NR 10 que determina que estes trabalhadores devem ter
treinamento especfico de acordo com o risco existente.
Alem, do treinamento a NR 10 determina requisitos em relao aos materiais e equipamentos
eltricos empregados em reas classificadas. A avaliao quanto sua conformidade, no
mbito do Sistema Brasileiro de Certificao, ou seja, estes equipamentos devem ser avaliados
por laboratrio certificado pelo INMETRO.
O risco de exploso em reas classificadas mais um dos riscos adicionais a que est exposto
o trabalhador de eltrica, para que ele seja capaz de implementar medidas para reduzir ou
eliminar o risco necessrio que seja fornecido elementos para a identificao do risco e para
mitig-los ou elimin-los. O controle de qualquer risco depende diretamente da informao que
as pessoas envolvidas nas atividades possuem.
Outra determinao importante para os trabalhos em reas classificadas a necessidade da
emisso de permisso de trabalho para os servios a serem executados nestas reas. A
liberao dos servios em reas classificadas deve ser considerada as determinaes
apresentadas nos itens 10.5.1 e 10.5.2, correspondem respectivamente, a desenergizao e
reenergizao.
Para que esta permisso de trabalho seja dispensada necessrio que o agende de risco no
esteja presente no local. Como agente de risco neste caso entende-se a eliminao do produto
inflamvel do ambiente.
Alm destas determinaes especificas para reas classificadas no se deve negligenciar as
demais medidas de segurana para instalaes eltricas determinadas para qualquer tipo de
instalao eltrica definidas na NR 10, pois esta norma mandatria.
1.2. Definies
Atmosfera explosiva Mistura com ar, em condies atmosfricas, com substncias
inflamveis em forma de gs, vapor, nvoa ou poeira, que depois da ignio, a combusto
consome a mistura.
rea classificada rea na qual uma atmosfera explosiva est presente, ou esperada de
estar presente, em quantidades que requeiram especial precauo pra a construo, instalao
e uso de equipamentos. A norma define como rea classificada um volume com risco de
exploso.
rea no classificada rea na qual uma atmosfera explosiva no esperada em
quantidades que requerem precauo especial para construo, instalao e uso de
equipamentos.
Manuteno Combinao de aes que tem o objetivo de manter, restabelecer as condies
de operao de um equipamento, dentro das especificaes e performance exigida.
Inspeo Tarefa de verificao de um equipamento sem desmontagem total ou parcial
podendo ser complementada por alguma medio para se determinar a condio de um
equipamento ou instalao.
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Inspeo visual Inspeo que identifica, sem ser necessrio o acesso por equipamentos ou
ferramentas, de algum defeito, como falta de parafusos, que est aparente visualmente.
Inspeo fechada Inspeo mais profunda que a visual, nesta inspeo pode ser necessrio
utilizao de ferramentas para abrir o equipamento. Normalmente esta inspeo no
necessita a desenergizao do equipamento.
Inspeo detalhada Esta inspeo identifica defeitos que no podem ser identificados pela
inspeo fechada. Esta inspeo visa identificar conexes frouxas, que somente podem ser
identificadas pela abertura do equipamento, com ou sem a utilizao de ferramentas e
equipamentos de teste.
Inspeo inicial a inspeo em equipamentos antes de serem colocados em operao.
Inspeo peridica a inspeo em equipamentos, sistemas e instalaes baseadas em
uma rotina.
Inspeo por amostragem a inspeo realizada em uma parte da totalidade dos
equipamentos, sistemas e instalaes.
Superviso contnua freqente atendimento, inspeo, servio e cuidados de manuteno
para um equipamento ou instalao eltrica realizada por profissional qualificado que possui
experincia neste tipo de instalao especfico e este ambiente de forma a manter a proteo
de exploso das instalaes em condies satisfatrias.
Pessoal qualificado so profissionais experientes treinados nos vrios tipos de proteo e
prticas de instalaes, as normas e regras relevantes e princpios gerais de classificao de
rea. Este profissional deve ter treinamentos contnuos.
Pessoal tcnico com funo executiva o profissional qualificado que prov
gerenciamento tcnico das atividades, o profissional deve ter conhecimento sobre atmosfera
explosiva adequada a funo, conhea o local e as condies das instalaes. Ele assume a
responsabilidade geral (global) e o controle dos sistemas de inspeo para o equipamento
eltrico dentro de reas classificadas.
2. CONCEITOS PRELIMINARES
2.1. Exploso
No existe muita duvida quanto ao conceito de exploso, basicamente um evento com rudo
muito intenso devido a liberao intensa de energia por meio de uma onda de choque de alta
presso. A liberao desta energia pode surgir pela liberao de energia qumica de uma
substncia. Isto inclui exploses de gs, poeiras e explosivos slidos.
As indstrias que utilizam gs, nvoas ou poeiras explosivas incluem as seguintes:
(a) Indstria do petrleo.
Produo de leo e gs em unidades offshore;
Refinarias de petrleo;
Sistemas de transporte de leo e gs (gasodutos, embarcaes, trens, caminhes, etc);
(b) Indstria Qumica, Petroqumica e metalrgica;
Fabricao de polmeros
Indstrias farmacuticas, pesticidas, pigmentos orgnicos, etc;
Produo de tintas;
Indstrias de pulverizao de metais (alumnio, magnsio, silicone e ligas de silicone);
Indstrias alimentcias;
Produo de celulose, papel, etc;
(c) Processo mecnico
Estocagem e moagem de gros;
Refinarias de acar;
Fabricao de compensado;
(d) Processos especiais
Produo, estocagem e manuseio de explosivos pirotcnicos e propulsores;
2.1.1. Diferenas Bsicas entre exploso de Gs, Nvoa e Poeira.
Gases explosivos e nuvens explosivas de nvoa e poeira possuem forma de ignio e exploso,
mostradas abaixo:
Inflamabilidade e limites de explosividade;
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Velocidade laminar de queima;
Velocidade de resposta da queima e turbulncia de nuvem;
Energias mnimas de ignio bem definidas;
Temperaturas mnimas de ignio.
Mesmos tendo todos estes parmetros de similaridade estes tipos de exploso no podem ser
consideradas iguais, elas so consideradas apenas parecidas.
Um dos determinantes da propagao da chama no p a condio deposio, como esto
dispostas s camadas e a quantidade de produto. Em comparao com gases e lquidos nos
ps a propagao mais lenta.
2.1.2. Influncia das Foras Inerciais no Movimento de Poeira e Vapor
Um gs combustvel quando misturado com o ar, se d de forma homognea na maior parte do
tempo, devido ao movimento molecular aleatrio.
Nas nuvens de poeira e de vapores, entretanto, as partculas do combustvel so geralmente
maiores do que as molculas do ar (freqentemente na faixa de 1-100m), e seu movimento
est controlado pela foras inerciais, incluindo a gravidade e pelo movimento molecular
aleatrio.
O papel de foras com inrcia aumenta sistematicamente com tamanho crescente da partcula
ou da gota e densidade crescente do material da partcula ou da gota. A turbulncia e o outro
movimento convectivo do ar podem prolongar o tempo sobre que s partculas permanecero
em suspenso. Quando as gotas em uma nuvem colidem, elas podem se juntar e dar forma a
uma gota maior, que pode exigir consideraes especiais.
2.1.3. As Diferenas Fundamentais da Gerao entre as Nuvens Explosivas
H diferenas fundamentais na gerao das nuvens e esto divididas em trs categorias
diferentes que so caractersticas do combustvel gerador e como so sustentadas, que tm um
impacto fundamental nos meios pelos quais as exploses acidentais devem ser impedidas e
minimizadas. A questo primordial se haver uma nuvem explosiva no primeiro lugar. A fsica
da gerao e da sustentao das nuvens, nvoas. As nuvens de gs so substancialmente
diferentes no comportamento.
No caso de gs e dos vapores, as misturas do combustvel, liberados acidentalmente na
atmosfera, com o ar no nvel molecular geram prontamente nuvens explosivas.
As exploses de nuvem de gs e de vapor podem ser iniciadas dentro do equipamento de
processo, mas o mais freqente a gerao de nuvens acidentais no exterior do equipamento
processo, depois da perda de estanqueidade devido aos escapes ou a falhas no equipamento.
As nuvens explosivas de spray so geradas igualmente na maioria dos casos fora do
equipamento processo, nas situaes onde os lquidos combustveis pressurizados so
liberados acidentalmente do equipamento processo atravs dos furos, ou das rachaduras
estreitas, e o lquido fracionado em gotas finas mecanicamente.
As nvoas explosivas so formadas quando as misturas quentes do vapor e do ar combustveis
se resfriam, e de algum modo se condensam, formando gotas muito finas. Isto pode ocorrer
ambos dentro e fora do equipamento processo.
No caso de poeira, entretanto, as nuvens explosivas preliminares so no interior dos
equipamentos processo. No interior de moinhos, de misturadores, dos elevadores de cubas, dos
sistemas do transporte pneumtico, dos silos e os funis, dos ciclones e dos filtros a poeira/p
pode manter em suspenso mais ou em menos de forma continua, devido a rotao da
unidade, pelo movimento das inseres, ou por um fluxo de ar. Conseqentemente, as nuvens
de poeira explosivas podem existir mais ou menos continuamente na operao normal devido
natureza bsica da operao.
A gerao de nuvens de poeira no exterior do equipamento processo por escapes do
equipamento pressurizado raro e no possui papel significativo na ocorrncia de exploses de
poeira preliminares. A durao do processo de gerao da nuvem normalmente muito curta
(por exemplo, derramamento ou descarregamento de operaes, rompimento acidental de
sacarias).
As partculas de poeira deixaram a suspenso assim que o processo de gerao da nuvem
terminar. A durao de uma nuvem tpica de poeira preliminar explosiva fora do equipamento
processo na ordem de fraes de um minuto. Uma exceo seriam os escapes menores da
poeira por longos perodos, por exemplo, nos flanges em linhas de transporte pneumtico, mas
o volume da nuvem de poeira produzido nesse caso seria normalmente pequeno. Entretanto,
poeira acumulada no exterior do equipamento processo um perigo, pois podem ocasionar
nuvens de poeira secundrias e exploses de poeira secundrias.
2.2. Temperatura ambiente
Os equipamentos a prova de exploso so fabricado tomando como base uma faixa de
temperatura ambiente de -20C a 40C.
Os equipamentos eltricos projetados para diferentes faixas de temperatura so considerados
especiais, e a faixa de temperatura ambiente deve ser informada pelo fabricante. A identificao
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realizada incluindo o smbolo T
a
ou T
amb
, juntamente com a faixa de temperatura, se isso, for
impraticvel, deve-se inserir o smbolo X, que ir indicar condio especial.
Equipamento
eltrico
Temperatura ambiente
de operao
Identificao adicional
Normal
Mximo: 40C
Mnimo: -20
Especial Definido pelo fabricante
T
a
ou T
amb
com faixa especial, por exemplo, -30 C
T
a
40 ou o smbolo X.
Tabela 01 Temperatura ambiente
3. POSSIBILIDADE DE EXPLOSO
A possibilidade de uma atmosfera explosiva sofre ignio depende de vrios fatores, como o
tipo de mistura, caractersticas fsicas, condies ambientais, etc.
Uma mistura do gs combustvel com o ar homognea, devido ao movimento randmico das
molculas. As nuvens podem ser formadas de poeira e as gotculas de lquidos, contudo, as
partculas de combustvel so muito maiores que as molculas de ar, o movimento destas
partculas controlada por foras inerciais, incluindo a gravidade.
As foras inerciais aumentam com o tamanho da partcula ou gota e com a densidade. A
turbulncia e outro movimento convectivo podem aumentar o tempo de permanncia da
partcula ou gota no ar, tempo de suspenso. Quando as gotas colidem em uma nuvem elas se
fundem e formam uma gota maior, o que requer especial considerao.
A diferena fundamental nas formas e nas circunstncias em que cada nuvem de trs diferentes
categorias de combustveis so geradas e sustentadas no ar, vai determinar o impacto e a
forma de como prevenir ou mitigar o risco de exploses. A questo fundamental se existe a
nuvem explosiva.
No caso dos gases e vapores, a mistura com o ar pode ser a nvel molecular. Nuvens
explosivas so geradas, instantaneamente, quando os vapores so liberados na atmosfera. As
nuvens explosivas de gs e vapor podem iniciar no interior dos equipamentos de processo,
estas nuvens so formadas devido a vazamentos ou falhas nos equipamentos.
Os aspray so gerados normalmente, fora dos equipamentos de processo, em situaes que
existem combustveis pressurizados que so acidentalmente, liberados do equipamento de
processo por meio de frestas ou rachaduras.
O lquido dividido mecanicamente em finas gotas. Nvoas so formadas quando misturas
quentes de vapor de combustvel e ar so resfriados, e parte deste vapor condensa formando
finas gotas. Isso pode ocorrer dentro e fora do equipamento de processo.
No caso de p, contudo, a exploso primria da nuvem, praticamente, exclusiva a ocorrncia
no interior dos equipamentos de processo. Dentro de moinhos, misturadores, elevadores de
caamba, sistemas de carregamento pneumtico, silos, ciclones, e filtros de poeira, ou outro
equipamento que possa existir (ou manter) p em suspenso de forma mais ou menos contnua
por meio de movimento ou fluxo de ar. Logo, as nuvens explosivas de p podem existir de
forma contnua mais ou menos devido a prpria operao dos equipamentos.
A gerao primria de nuvem fora do equipamento de processo por meio de vazamento,
quando o equipamento pressurizado raro, no considerado um causador importante de
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exploses. A durao do processo de formao da nuvem muito curto, por exemplo: queda de
material, operaes de descarregamento, aberturas acidentais de bolsas e sacos.
As partculas de p vo se assentar logo aps o processo de gerao de nuvem cessar. A vida
mdia tpica de uma nuvem primaria de exploso da ordem de frao de minuto. Uma
exceo para nuvens formadas por vazamento de grande durao, so localizados em flanges,
em transportadores pneumticos, contudo o volume formados nestas situaes so pequenos.
Contudo, camadas de p acumuladas por fora dos equipamentos de processo representam
risco secundrio. As exploses secundrias acontecem quando estas camadas de p so
levantadas pela exploso primria, iniciada dentro do equipamento de processo.
Devido ao tamanho maior das partculas e gotas (comparando com os vapores e gases) estas
no atravessam fendas estreitas e aberturas na ordem de 1 mm de dimetro e menores, da
mesma forma que as molculas de gases fazem.
Em principio, as partculas de p e gotas de lquidos podem ser carregadas por passagens
estreitas pelo fluxo de ar gerado por presso moderada. Contudo, no caso de gotculas elas
podem ser agregadas novamente liquefazendo-se.
As partculas de p ou gotculas quando conseguem passar por frestas ou aberturas ela podem
no conseguir reter ar suficiente para formar uma nuvem explosiva. Ao invs, podem assentar-
se e formar uma camada de p ou um filme de lquido. No caso de camadas de p, existe uma
dificuldade de dispor de um meio mecnico para evitar o acumulo de p, sem gerar uma nova
nuvem com possibilidade de exploso.
Fator humano, o conhecimento humano determinante nas atividades de construo e
manuteno das instalaes como um sistema integrado para prevenir e mitigar a ocorrncia de
exploses nas indstrias de processo. Uma quantidade muito grande de pessoas e de
categorias podem estar envolvidas, incluindo:
Trabalhadores da planta;
Supervisores da planta;
Trabalhadores da manuteno
Engenheiros de campo
Engenheiros de segurana
Gerentes de segurana;
Mdia gerncia;
Compradores;
Fornecedores de equipamentos;
Especialistas / consultores de classificao de rea.
Preveno adequada e a mitigao de exploses acidentais no pode ser realizada sem a
comunicao eficiente entre os diversos agentes envolvidos. A ocorrncia de falha na
comunicao vai ocasionar insatisfao e confuso.
Em termos gerais, uma comunicao fundamentada, pode ser definida a troca de informao e
a apreciao adequada da informao quando requerida. O conhecimento sobre exploses
acidentais adquirido por estudo de casos um elemento fundamental para adoo de medidas
preventivas.
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4. PROTEO PRIMRIA E SECUNDRIA CONTRA EXPLOSO
4.1. Proteo Primria
A proteo primria contra exploses refere-se a todas as medidas de proteo utilizadas para
preveno do risco de se criar uma atmosfera explosiva. As medidas para se alcanar estes
objetivos so:
Evite a utilizao de substancias inflamveis (modifique a tecnologia);
Supresso dos produtos inflamveis (adicione nitrognio, dixido de carbono, etc);
Limite a concentrao do produto;
Ventile os ambientes (natural ou artificialmente)
Os princpios de proteo integrada contra exploso necessitam de medidas que atendem a
seqncia apresentada na figura 01.
Figura 01 Lgica de proteo
4.2. Proteo Secundria
Quando as medidas de proteo primria no forem eficientes, ou seja, no eliminando
completamente os riscos da atmosfera explosiva, agindo apenas parcialmente, imprescindvel
a utilizao de medidas para preveno de ignio destas atmosferas.
Os locais de riscos so identificados com sua gradao em zonas, que a estimativa da
probabilidade da formao de atmosferas explosivas para a norma europia, e caso a
classificao de rea possua como base a norma americana a classificao ser realizada
utilizando-se o conceito de diviso.
4.3. Medidas de controle
4.3.1. Desligamento de emergncia
O desligamento de emergncia uma medida fundamental de segurana para as unidades de
produo petrleo, refinarias e demais indstrias que convivem com o risco de exploso.
O desligamento de emergncia (ESD Emergency Shutdown) um mtodo rpido para cessar
operaes de processo ou isolar reas que estejam sofrendo algum dano ou acidente.
4.3.2. Despressurizao, Blowdown e Vent
As instalaes de processamento de hidrocarbonetos possuem risco muito grande de fogos
repentinos, exploso e ruptura de vasos. Dentre os primeiros mtodos de preveno e limitao
dos possveis danos devido a incidentes o inventrio prvio e isolamento. Estes sistemas so
comumente chamados de ESD (Emergency Shutdown) e despresurizao ou blowdown. Onde
blowdown a remoo de um lquido contido em um vaso para prevenir incndio ou exploso.
Ventar hidrocarbonetos ou gases txicos para a atmosfera proibido pelas seguintes razes:
Pela possibilidade de se criar nuvens de gases explosivos;
Pode ser arriscado para as pessoas
Pode ser danoso ao meio ambiente;
Pode ser um desperdcio de combustvel;
Pode denegrir a imagem da empresa;
Pode ser contrrio as regulamentaes ambientais;
Pode no haver condies de disperso adequadas.
Os flares so utilizados em operaes com excesso de gs e vapores em que existe a
necessidade de fornecer destinao final adequada, sem impacto ambiental. A funo do flare
apenas queimar o combustvel em excesso, a forma mais econmica para este tipo de
controle, transformando os resduos ou excessos em substncias consideradas inofensivas.
A utilizao de flares depende dos seguintes fatores:
Espao disponvel na unidade;
Caractersticas dos gases (composio, quantidade, presso, etc);
Custo de construo e manuteno;
Custo para a imagem da empresa pela constante chama exibida e a liberao de
fumaa.
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4.3.3. Controle das fontes de ignio
Nas operaes com produtos inflamveis qualquer vazamento ou derramamento pode gerar
risco formar uma atmosfera explosiva. Para manter a segurana das pessoas e das instalaes
necessrio assegurar que a atmosfera explosiva no encontre uma fonte de ignio. A
capacidade de uma fonte causar ignio em uma atmosfera explosiva depende da sua energia
e configurao. A ignio possvel basicamente a trs maneiras:
Chama aberta;
Superfcies quentes;
Centelhas.
A proteo deve remover estas fontes ou prover barreiras entre as fontes de ignio e a
atmosfera explosiva.
5. CLASSIFICAO DE REAS COM ATMOSFERA EXPLOSIVA
5.1. Introduo
A classificao de uma rea um guia para o desenvolvimento da instalao eltrica. O
desenho gerado pela classificao de rea define o nvel de cuidado que deve ser adotado na
especificao e na manuteno dos equipamentos que faro parte desta instalao.
As determinaes de manuteno para os equipamentos Ex so encontradas, basicamente, na
IEC 60079-17; e para manuteno especifica de um determinado tipo de proteo as
recomendaes de manuteno so encontradas nas normas IECs especficas para cada tipo
de proteo.
A avaliao deste grau de risco realizada adotando principalmente os seguintes pontos:
1. Estado fsico da substncia (gs, vapor, poeira e fibra);
2. Caractersticas fsicas destas substncias (ponto de fulgor, inflamabilidade, ndice de
explosividade, energia mnima de ignio, etc);
3. Condies ambientais (temperatura, ventilao, altitude, etc);
4. Caractersticas dos equipamentos onde estas substncias esto presentes;
5. Condies operacionais dos equipamentos onde esto estas substncias;
O significado desta avaliao do grau de risco :
1. Identificar a substncia que pode estar presente naquele ambiente (carreada at ele ou
presente permanentemente).
2. Identificar fontes de risco, nos equipamentos e nas instalaes onde pode ocorrer
liberao de material inflamvel.
3. Delimitar o volume de influencia do risco.
5.2. Conceitos Aplicados a Classificao de reas
Para a elaborao de uma classificao de rea e o entendimento do que significa esta
atividade necessrio o conhecimento de alguns conceitos referentes ao ambiente e as
substancias envolvidas.
rea Classificada - Local aberto ou fechado onde existe a possibilidade de formao de
atmosfera explosiva. Uma rea pode ser dividida em diversas classificaes diferentes,
conseqentemente com diferentes riscos, ainda que sem barreiras fsicas.
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Deflagrao - Reao qumica exotrmica com pequena velocidade de propagao da
ordem de centmetros por segundo, iniciada pela ignio. Essa rao acompanhada de uma
ligeira alterao de presso e de um leve rudo
Exploso o tipo de combusto com velocidade na ordem de grandeza de m/s. O
processo instvel, com um aumento de presso em torno de 3 a 10 bar, o rudo resultante
intenso, devido a expanso rpida dos gases, provocado pelas altas temperaturas.
Detonao o tipo de combusto com velocidade na ordem de km/s. A mistura
inflamvel se decompe quase instantaneamente, presso maior que 20 bar e possui rudo
forte.
Temperatura de superfcie - um parmetro (dos equipamentos para instalao em reas
classificadas) em funo da temperatura que esse equipamento desenvolve e deve, sob
qualquer circunstncia, ser menor que a temperatura de ignio espontnea das misturas da
atmosfera em que trabalha.
Ponto de Fulgor (Flash Point) a menor temperatura na qual um lquido libera vapor
em quantidade suficiente para forma uma mistura inflamvel. Quando atinge esta temperatura a
mistura de inflamvel tem condies de formar apenas uma chama rpida (apenas um flash),
sem contudo manter a chama.
Ponto de Combusto a menor temperatura na qual um lquido libera vapor em
quantidade suficiente para formar uma mistura inflamvel. Quando atinge esta temperatura a
mistura tem condies formar uma queima contnua.
Temperatura de ignio espontnea - a temperatura na qual a mistura sofre ignio
sem necessidade de fonte externa de ignio
MIC (minimum ignition currente) - a mnima corrente que circula em uma chave
imediatamente antes de sua abertura e que pode provocar um centelhamento capaz de
provocar a ignio da atmosfera explosiva
Energia de ignio - a energia capaz de energizar as molculas da mistura a ponto de
desencadear a reao qumica exotrmica de oxidao.
Concentrao da mistura - o percentual de combustvel na mistura com o comburente
(oxignio). A mistura chamada mistura rica quando alto o percentual de combustvel e
mistura pobre quando baixo tal percentual
MIE (minimum ignition energy) - a mnima energia necessria para provocar a exploso
de uma mistura em concentrao tima para a exploso
Concentrao da mistura - Cada gs apresenta uma faixa de concentrao fora da qual
no possvel a exploso
Combusto - Propagao de uma reao qumica (oxidao) exotrmica de queima de
combustvel
Ignio - Incio da combusto de uma mistura explosiva ocasionado por fasca, compresso
(onda de choque), arco eltrico (voltaico) ou por efeito trmico (superfcie quente)
Atmosfera explosiva - Mistura de ar com gases, vapores ou poeiras inflamveis em
propores potencialmente explosivas.
Proteo Primria Contra Exploso o principio fundamental para evitar uma exploso,
impedir uma exploso de uma atmosfera explosiva, ou tentar evitar a ignio.
Limite Inferior de Explosividade (LIE) Menor concentrao de produto com o ar que
forme mistura explosiva;
Limite Superior de Explosividade (LSE) Maior concentrao de produto com o ar que
forme mistura explosiva;
Vaporizao - uma mudana de estado fsico, ou seja, no existe alterao da
substncia, neste caso a passagem do estado lquido para gasoso. Qual a importncia na
classificao de rea? Este fenmeno que permite que um lquido forme uma atmosfera
explosiva, ou seja, misturam-se molculas do lquido como as do ar formando uma mistura
explosiva. A velocidade do fenmeno determinada em funo do coeficiente de evaporao,
que pode ser utilizado como um fator de segurana. A velocidade de evaporao (coeficiente de
evaporao) aumenta com a temperatura.
Difuso - a propriedade dos gases e vapores de se misturarem naturalmente.
Conveco o processo de movimentao de gases ou vapores por influncia de pelo
menos uma presso diferenciada ou um gradiente (uma diferena) de temperatura. O processo
descrito acelera a mistura dos gases ou vapores podendo acelerar a formao de uma
atmosfera explosiva.
Densidade Relativa a grandeza que compara as densidades entre a substncia e o ar.
A densidade relativa uma informao integrante da ficha de produto qumico (FISQP, ou
MSDS, sigla em ingls de Material Safety Data Sheet), esta informao importante por que
mesmo que no ambiente exista um aumento de temperatura a densidade relativa com o ar no
sofrer mudana.
Estado normal de agregao o estado fsico que a substncia apresenta a
temperatura de e presso de 1,013 bar.
P
g
i
n
a
2
1
Alterao do Ponto de Fulgor O ponto de fulgor pode ser alterado pela adio de
produtos.
5.3. Conceituao Americana para Classificao de rea
5.3.1. Conceito de Grupo
A norma Americana admite que pode ocorrer trs tipos de produtos inflamveis, de onde so
definidas as trs classes, como mostrado na tabela 02.
Definio Estado da substncia
Classe I Gases e vapores
Classe II Poeiras
Classe III Fibras
Tabela 02 Definio de classes
As classes I e II so subdivididas em grupos, que so apresentados nas tabelas 03 e 04. O
critrio adotado para essa subdiviso baseia-se no comportamento similar desta substncia no
momento da exploso.
GRUPOS DA CLASSE I
Grupo A Acetileno
Grupo B
Gs inflamvel, vapores produzidos por lquidos inflamveis ou
por lquidos combustveis, misturados ou no ar de tal modo que
podem provocar incndio ou exploso, tendo MESG0,45 ou
MIC0,40 (Hidrognio)
Grupo C
Gs inflamvel, vapor produzidos por lquidos inflamveis ou por
lquidos combustveis, misturados ao ar, de tal modo que podem
provocar incndio ou exploso, tendo 0,45<MESG0,75 ou
0,40<MIC0,80 (eteno)
Grupo D
Gs inflamvel, vapor produzidos por lquidos inflamveis ou por
lquidos combustveis, misturados ao ar, de tal modo que podem
provocar incndio ou exploso, tendo MESG<0,75 ou MIC<0,80
(propano)
Tabela 03 Grupos da classe I
GRUPOS DA CLASSE II
Grupo E
Ps-metlicos combustveis, incluindo alumnio, magnsio, e suas ligas
comerciais ou outros ps-combustveis, cujo tamanho da partcula, abrasividade
e condutividade apresentam risco similar quanto ao uso de equipamentos
eltricos.
Grupo F
Ps-carbonceos combustveis, tendo mais de 8% no total de materiais volteis
ou tenham reagido com outros materiais e apresente risco de exploso. (carvo,
grafite e ps de coque)
Grupo G
Ps-combustveis que no se enquadrem nos grupos E e F, incluindo ps de
cereais, plstico, de madeiras e produtos qumicos. (acar, ovo em p,
vitamina C, aspirina, algumas resinas termo plsticas, etc)
GRUPOS DA CLASSE III
Fibras combustveis ou material leve de fcil ignio, mas que no so provveis de estar
em suspenso no ar em quantidades suficientes para formar uma mistura explosiva.
Exemplos: rayon, algodo, sisal, juta, fibras de madeira e outras de risco similar.
Tabela 04 Grupos das classes II e III
Onde:
MESG Mximo interstcio seguro a distncia que evita a propagao para o meio externo
dos efeitos de uma exploso que acontea em seu interior, para gaps maiores que o MESG os
efeitos da deflagrao se propagam para o exterior;
MIC Mnima corrente de ignio, corrente capaz de inflamar uma substncia.
A determinao do MESG utilizada a figura 02, onde se podem identificar as cmaras, o gap e
os eletrodos de ignio.
Figura 02 cmara para determinao do MESG
P
g
i
n
a
2
3
A classe de temperatura a mxima temperatura de superfcie que um equipamento pode
atingir em operao normal ou em sobre carga prevista, considerando a temperatura normal de
40C. Constitui-se como item obrigatrio de marcao para grande parte dos equipamentos
eltricos em reas classificadas e so identificadas por meio de cdigos para aqueles
pertencentes classe II.
Os equipamentos eltricos costumam operar abaixo da temperatura de ignio das maiorias
das substancia at mesmo para evitar o risco de queimaduras por contato com estes
equipamentos, com exceo de resistores de aquecimento. As tabelas 05 e 06 apresentam a
codificao de temperatura utilizada pela norma NEC
.
Temperatura mxima de Superfcie
C F
Nmero de
Identificao (Cdigo)
450 842 T1
300 572 T2
280 536 T2A
260 500 T2B
230 446 T2C
215 419 T2D
200 392 T3
180 356 T3A
165 329 T3B
160 320 T3C
Temperatura mxima de Superfcie
C F
Nmero de
Identificao (Cdigo)
135 275 T4
120 248 T4A
Temperatura mxima de Superfcie
C F
Nmero de Identificao
(Cdigo)
100 212 T5
85 185 T6
Tabela 05 Classe de temperatura classe I (NEC 1999)
Para a classe III no h subdiviso em grupos, o grupo de menor risco devido ao peso mais
elevado, praticamente no existe elevao do ar. Esta Classe tem requisitos menos rigorosos
de instalao que a Classe I e II.
Equipamentos tais como motores ou
transformadores que podem sofrer
sobrecarga Equipamentos no
sujeitos a classe II
Em operao
normal
Em sobrecarga
Grupos
da
Classe II
C F C F C F
E 200 392 200 392 200 392
F 200 392 150 302 200 392
G 165 329 120 248 165 329
Tabela 06 - Classe de temperatura classe II (NEC 1999)
As diferenas entre os equipamentos de cada grupo, que compem a classe I no podem ser
utilizados nos grupos antecedentes, ou seja, um equipamento do grupo C no pode ser utilizado
no grupo B, o caso inverso pode ser aplicado. Pois o grupo C suporta maior presso que o
grupo B.
5.3.2. Conceito de Diviso
Os conceitos de classe e grupo se referem substncia que pode estar presente no ambiente.
Para complementar est informao, deve ser fornecido o conceito que se referem ao grau de
risco (alto ou baixo) da presena desta substncia no ambiente e em que extenso este risco
esta presente. Quanto presena de uma substncia inflamvel ou explosiva na atmosfera:
Os produtos inflamveis esto contidos em recipientes fechados e que sua presena em
ambiente externo somente se daria por meio de defeito ou imperfeio, falha na operao
normal de um equipamento ou processo. Neste caso considerado como baixa a probabilidade
de existir uma mistura explosiva na atmosfera.
Os produtos inflamveis esto em contato direto com a atmosfera em condies normais de
operao. Neste caso considera-se como alta a probabilidade de haver uma mistura explosiva.
A probabilidade da existncia de mistura inflamvel origina o conceito de diviso a designao
o grau de risco encontrado em um local. A NEC apresenta dois casos, mostrados na tabela 07.
Denominao Conceito
Diviso 1 Local com alta probabilidade de presena de mistura inflamvel.
Diviso 2 Local com baixa probabilidade de presena de mistura inflamvel
Tabela 07 - Conceito de diviso
P
g
i
n
a
2
5
5.3.3. Conceituao Internacional (IEC) e Brasileira (ABNT) para Classificao de rea
5.3.3.1. Conceito de Grupo
A norma internacional classifica os ambientes em GRUPOS que so apresentados na tabela 08.
Denominao Conceito
Grupo I
Equipamentos fabricados para operar em
minerao subterrnea.
Grupo II
Equipamentos fabricados para operar em
indstrias na superfcie.
Tabela 08 - Conceito de grupo
O grupo II (ver tabela 09) subdividido utilizando-se o mesmo conceito empregado na formao
dos grupos da norma NEC, ou seja, o comportamento da substncia durante a exploso.
Grupo IIA
O mesmo do Grupo D do NEC, acrescido de acetaldedo
e monxido de carbono (estes pertencentes ao Grupo C
do NEC).
Grupo IIB
O mesmo do Grupo C do NEC, acrescido de acrolena,
oxido de eteno, butadieno, gases manufaturados
contendo mais de 30% de hidrognio e oxido de
propileno (estes pertencentes ao Grupo B do NEC).
Grupo IIC
Ambientes contendo hidrognio, acetileno e dissulfeto
de carbono.
Tabela 09 - Classificao dos Grupos pela Norma Internacional
A tabela 10 apresenta um quadro comparativo das duas classificaes, j que em nosso pas
convive-se com as duas classificaes.
Norma Gases
ABNT/IEC Grupo II C Grupo II C Grupo II B Grupo II A
API/NEC Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D
Tabela 10 Quadro comparativo entre os grupos da norma ABNT/IEC e API/NEC.
5.3.3.2. Conceito de Zona
A Norma Brasileira e a Internacional adotam o critrio de zonas para determinar o grau de risco
de cada local. Estas zonas so definidas na tabela 11.
ZONA 0
Local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva
contnua, ou existe por longos perodos.
ZONA 1
Local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva
provvel de acontecer em condies normais de
operao do equipamento de processo.
ZONA 2
Local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva
pouco provvel de acontecer e se acontecer por
curtos perodos, estando associados operao
anormal do equipamento de processo.
Tabela 11 Designao de risco no local da norma ABNT/IEC
Outra forma de entender o conceito de zona utilizar a relao da tabela 12, onde est
relacionado o tempo de permanncia, as zonas e grau da fonte de risco.
Grau da fonte de
risco
Presena de
mistura inflamvel
Zonas
Contnuo
1.000 horas ou mais
por ano
0
Primrio
10 < horas por ano <
1.000 (0,1% a 10%)
1
Secundrio
1 < hora por ano <
10 (0,01% a 0,1%)
2
Menos de 1 hora por
ano
rea no classificada
Tabela 12 definio dos graus de risco
O valor percentual mostrado entre parnteses representa aproximadamente o tempo (baseado
em 8.760 horas por ano, arredondado para 10.000 horas) em que uma mistura esta presente.
Comparando-se a Norma Brasileira/Internacional (ABNT/IEC) com a Americana (NEC),
verificam-se as seguintes equivalncias no critrio de identificao de risco no local (tabela 13).
ZONA 0 No tem equivalncia na norma Americana.
ZONA 1 DIVISO 1.
ZONA 2 DIVISO 2.
Tabela 13 - Comparao entre as denominaes ABNT/IEC e NEC
Os critrios at aqui aplicados referem-se a dois aspectos:
O tipo de substncia que est presente no ambiente (gs ou vapor, p ou fibra);
P
g
i
n
a
2
7
Grau de risco apresentado no local (zona ou diviso);
Para a completa classificao da rea necessrio informar a extenso da rea classificada.
5.3.4. Determinao da Extenso da rea Classificada
O conceito americano (NEC) considera figuras padronizadas. A norma Internacional (IEC) ou
brasileira (ABNT) no adota figuras padronizadas, cada indstria deve estabelecer seus
prprios padres, em funo de orientao fornecida pela norma IEC, que se baseia nos
seguintes fatores:
1. Grau da fonte de risco;
2. Taxa de liberao do material inflamvel;
3. Concentrao;
4. Condies de ventilao;
5. etc.
reas adjacentes Em diversos locais existem reas identificadas e numeradas como 0, 1 ou 2
as reas imediatamente adjacentes devem ser identificadas com o nmero correspondente a
rea de menor classificao de risco, ou seja, ao lado de uma zona 0, vai haver uma zona 1 e
ao lado de uma rea classificada como zona 1, vai haver uma zona 2. A seguir de uma rea
classificada como zona 2, esta ser considerada como rea no classificada.
Durante a elaborao dos desenhos de classificao de rea a figura (desenho) individual das
reas adjacentes se sobrepem uma as outras criando figuras geomtricas complicadas. Por
exemplo, duas figuras circulares se sobrepem parcialmente, nesta situao, a figura 03 pode
ser simplificada utilizando-se tangentes.
Figura 03- Simplificao da figura de classificao de rea
5.3.4.1. Fatores de Influncia
Densidade do gs ou vapor Se mais leve ou mais pesado que o ar. Sendo mais leve que o
ar esta substncia menos perigosa que o mais pesado, pois no se acumula no ambiente.
Equipamento de processo O tipo e o tamanho do equipamento determinante na extenso
da rea classificada. A expresso utilizada para expressar o fator devido ao equipamento :
Fonte de Risco de Magnitude Relativa.
Condies de ventilao A ventilao um fator determinante na concentrao de
determinada substncia. O objetivo da ventilao em uma rea com risco de exploso manter
a mistura presente sempre abaixo de limite inferior de inflamabilidade.
5.3.4.2. Determinao do Volume de Risco utilizando Conceito Americano (NEC)
A determinao do volume de risco pela norma americana tomada como base figuras pr-
definidas e as seguintes caractersticas:
Caractersticas da substncia;
Condies de ventilao;
Geometria da fonte de risco;
Condies da edificao (piso com depresso);
Condies de armazenamento do produto (presso, temperatura, etc)
A norma pode ser entendida observando as figuras 4 e 5, a primeira toma como base um
produto mais pesado que o ar e a segunda figura analisa um produto mais leve que o ar, a partir
de uma fonte pontual.
O perfil A da figura 04 apresenta o comportamento do produto sem a ao do vento na sua
disperso no ambiente, onde se pode observar a concentrao maior de produto nas partes
inferiores do ambiente. Se for considerado a influencia do vento (ou ventilao) este perfil pode
ser deslocado em uma determinada direo, como difcil a determinao desta direo a
norma considera que o vento vem em todas as direes, assim, expandindo a curva para o
perfil b. A curva determinada pelo perfil b de difcil determinao do volume de risco por
esse motivo foi implementada uma linearizao desta curva como pode ser observado no perfil
c da figura 04.
Figura 04 Produto mais pesado que o ar em uma fonte pontual
P
g
i
n
a
2
9
No caso de um produto mais leve que o ar, figura 05, por no existir nas partes superiores
nenhuma barreira para o produto o perfil linearizado do volume de risco vai assumir a forma
cilndrica. Sua linearizao obedece aos mesmos critrios para produto mais pesados que o ar
apresentado na figura 04.
Figura 05 Produto mais leve que o ar em uma fonte pontual
Para definir o volume de risco necessrio aplicar as dimenses figura. As delimitaes
destas distncias so necessrias o conhecimento do conceito de fonte de risco de magnitude
relativa. As fontes de risco so classificadas em trs nveis:
Alta;
Mdia
Baixa
As fontes consideradas como do risco alto so as refinarias. As demais instalaes so
englobadas nos riscos mdio e baixo. A tabela 14 apresenta uma forma de qualificao da fonte
de risco de magnitude relativa em funo dos valores de presso, vazo e volume.
Magnitude relativa de risco
Equipamento
de processo
Unidade
Pequena/Baixa Mdia/Moderada Grande/Alta
Volume m
3
< 19 19 a 25 > 25
Presso Kg/cm
2
< 7 7 a 35 > 35
Vazo m
3
/s < 6,5 10
-3
6,5 10
-3
a 32,5 10
-3
> 32,5 10
-3
Tabela 14 Classificao de magnitude de risco
Toma-se como exemplo de uma figura padronizada da norma NEC, ser apresentada a figura
06 que o caso de um suspiro de um equipamento de processo em rea aberta e bem
ventilada.
-
Figura 06 Classificao de rea para respiro de equipamento de processo
Na figura 06 indica o padro de identificao de classificao de rea para diviso 1 e diviso 2.
5.3.4.3. Determinao do Volume de Risco utilizando Conceito Internacional/Brasileiro
(IEC/ABNT)
A filosofia da Norma Internacional difere das demais pelo fato de no existir uma padronizao
comum, para proceder classificao de rea necessrio obedecer a uma metodologia de
calculo definida na IEC 60079-10 em funo de vrios parmetros de processo e ventilao. A
partir destas informaes definida a classificao das reas como Zonas 0, 1 e 2.
5.4. Comparao entre as Normas
A tabela 15 apresenta um quadro comparativo das duas classificaes, j que em nosso pas
convivem as duas classificaes.
Norma Gases
ABNT/IEC Grupo II C Grupo II C Grupo II B Grupo II A
API/NEC Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D
Tabela 15 Quadro comparativo entre os grupos da norma ABNT/IEC e API/NEC.
A Norma Brasileira e a Internacional adotam o critrio de zonas para determinar o grau de risco
de cada local. Estas zonas so definidas na tabela 16.
ZONA 0
Local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva contnua, ou
existe por longos perodos.
ZONA 1
Local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva provvel de
acontecer em condies normais de operao do equipamento de processo.
ZONA 2
Local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva pouco provvel de
acontecer e se acontecer por curtos perodos, estando associados
operao anormal do equipamento de processo.
Tabela 16 Designao de risco no local da norma ABNT/IEC
P
g
i
n
a
3
1
6. TIPOS DE PROTEO USADAS EM EQUIPAMENTOS ELTRICOS
UTILIZADOS EM REAS CLASSIFICADAS
Equipamento eltrico para atmosferas explosivas, protegido contra exploses e para reas
classificadas so equipamentos eltricos construdos de modo a no causar, sob condies
especificadas, a ignio da atmosfera explosiva ao seu redor. Utilizando um conjunto de
medidas especificas para sua proteo
O equipamento Ex tambm classificado por grupo, definido em funo da atmosfera explosiva
na qual ser utilizado.
Os principais tipos de proteo so listados e colocados a simbologia que identifica o tipo de
proteo.
Tipos de Proteo e Simbologia
Equipamento a Prova de Exploso Ex d
Equipamento Pressurizado Ex p
Equipamento Imerso em leo Ex o
Equipamento Imerso em areia ou p Ex q
Equipamento Imerso em resina Ex m
Equipamento de Segurana Aumentada Ex e
Equipamento no Acendvel Ex n
Equipamento Hermtico Ex h
Equipamento de Segurana Intrnseca Ex i
Equipamento Especial Ex s
Tabela 18 Tipos de proteo e simbologia
As caractersticas de cada tipo de equipamento so citadas, a seguir:
Ex d - Flameproof Enclosure - Tipo de proteo de equipamento eltrico no
qual o invlucro tem que suportar uma exploso interna de uma mistura
inflamvel que tenha penetrado em seu interior, sem sofrer danos ou sem
causar ignio, atravs das juntas e aberturas estruturais do invlucro, de uma
atmosfera explosiva externa para a qual projetado.
Ex p - (Pressurized Apparatus) Tipo de proteo de equipamento eltrico na
qual a segurana obtida por meio de um gs de proteo, mantido a uma
presso superior quela da atmosfera envolvente. Dependendo do tipo de
pressurizao classificado conforme apresentado na tabela 19:
Tipo de
Pressurizao
Definio
Ex px
Reduz a classificao no interior do invlucro pressurizado de zona
1 para no classificada ou grupo 1 para no classificada.
Ex py
Reduz a classificao no interior do invlucro pressurizado de zona
1 para zona 2.
Ex pz
Reduz a classificao no interior do invlucro pressurizado de zona
2 para no classificada.
Tabela 19 Classificao quanto a pressurizao de equipamento Ex p
Ex o - (Oil Immersion) - Tipo de proteo de equipamento eltrico no qual
todo o equipamento ou partes dele esto imersos em leo, de tal forma
que uma atmosfera gasosa explosiva, que pode existir acima da superfcie
do leo ou extremamente ao invlucro, no seja inflamada pelo
equipamento.
Ex q (Powder Filling) - Tipo de proteo de equipamento eltrico no qual
cheio com areia ou outro material sob forma de p, de caractersticas
especificadas, de modo que, nas condies de operao prescritas,
qualquer arco ocorrendo dentro do invlucro no inflame a atmosfera
gasosa explosiva ao redor.
Ex m (Encapsulation) - Tem a mesma finalidade, aplicao e
caractersticas do tipo anterior (Ex q), porm apresenta maior eficincia
devido ao material utilizado para o encapsulamento oferecer maior vedao
que a areia ou similar.
Ex e - (Increased Safety) - Tipo de proteo em que medidas adicionais so
aplicadas para aumentar a segurana contra a possibilidade de temperaturas
excessivas e a ocorrncia de arcos e fascas na parte interna ou externa do
equipamento eltrico que no os produzam em condies normais de
funcionamento.
Ex n Este tipo de proteo utilizado em equipamentos eltricos que em condies normais
de operao e certas condies anormais especificadas, no seja capaz de causar ignio da
atmosfera explosiva de gs no ambiente.
Ex h - Invlucro com fechamento hermtico, por fuso do material.
Ex i (Intrinsic Safety) Equipamento eltrico nos quais todos os
circuitos so intrinsecamente seguros. So agrupados em duas
categorias:
P
g
i
n
a
3
3
Equipamento eltrico de categoriaia
Equipamento eltrico intrinsecamente seguro incapaz de causar uma ignio, quer em
funcionamento normal, quer na presena de uma falha nica, quer na presena qualquer
combinao de duas falhas.
Equipamento eltrico de categoria ib
Equipamento eltrico intrinsecamente seguro incapaz de causar uma ignio, quer em
funcionamento normal, quer na presena de uma falha nica qualquer.
Ex s Este tipo de proteo reconhecida por diversas normas, contudo no existe nenhum
tipo de definio nas normas. Esta classificao uma abertura nas normas para a inovao
tecnologia dos fabricantes. Ou seja, caso aparea algum tipo de equipamento assim
classificado, este uma inovao tecnolgica.
6.1. Identificao do tipo de proteo do equipamento
O tipo de proteo oferecida pelo equipamento pode ser identificado observando o cdigo
mostrado nas figuras 07 e 08. Para cada norma existe uma pequena variao na forma de
identificao das caractersticas do equipamento. A primeira figura (figura 09) refere-se norma
Europia.
Figura 07 Estrutura da classificao dos equipamentos Ex pela norma europia
A segunda figura (figura 08) refere-se norma NEC, americana.
Figura 08 Estrutura da classificao dos equipamentos Ex pela norma europia
7. EQUIPAMENTOS ELTRICOS INTRINSECAMENTE SEGUROS E
ASSOCIADOS
Os equipamentos tipo Ex i so tratados por duas normas IEC 60079-0 e IEC 60079-11. A
primeira IEC 60079-0 cuida das caractersticas gerais de todos os equipamentos Ex. A segunda
IEC 60079-11 trata especificamente da construo e testes dos equipamentos Ex i.
7.1. Definies
Circuito intrinsecamente seguro um circuito no qual qualquer centelha ou qualquer efeito
produzido em condies especificadas na IEC 60079-11, que inclui operao normal ou em
condies de defeito especificas, no capaz de causar ignio de uma determinada atmosfera
explosiva contendo gs.
Equipamento eltrico Montagem de componentes eltricos, circuitos eltricos, normalmente
contidos em um invlucro unitrio.
Equipamento intrinsecamente seguro Equipamento eltrico em que todos os circuitos so
intrinsecamente seguros.
Equipamento associado o equipamento eltrico que contem simultaneamente, circuitos
intrinsecamente seguros e no seguros e so construdos de forma que no exista efeito
adverso nos circuitos intrinsecamente seguros.
Operao normal Operao de um equipamento intrinsecamente seguro ou equipamento
associado que est conforme as especificaes de projeto mecnico e eltrico do fabricante
(projetista)
Falta Qualquer defeito em qualquer componente, separao (barreira) ou conexo entre
componentes, no definido como infalvel pela norma, no qual a segurana intrnseca do circuito
depende.
Componente infalvel ou montagem de componente infalvel Componente ou montagem
que no considerada como causa de um certo modo de falha como especificado na IEC
60079-11.
Separao ou isolamento infalvel separao ou isolamento entre partes eltricas
condutivas que no pode causar curto circuito. A probabilidade do modo de falha ocorrer em
servio ou estocagem considerado to baixo, que pode ser desconsiderado.
Tenso mxima de entrada (U
i
) tenso mxima (pico AC ou DC) que pode ser aplicada na
conexo de um equipamento intrinsecamente seguro sem invalidar a segurana intrnseca.
P
g
i
n
a
3
5
Tenso mxima de sada (U
O
) Tenso mxima de sada (pico AC ou DC) em um circuito
intrinsecamente seguro que pode aparecer na condio de circuito aberto, para qualquer tenso
aplicada acima da tenso mxima, incluindo U
m
e U
i
.
Corrente mxima de entrada a corrente mxima (pico AC ou DC) que pode ser aplicada
nas conexes do equipamento ou circuito intrinsecamente seguro sem invalidar a segurana
intrnseca.
Corrente mxima de sada (I
O
) Corrente mxima (pico AC ou DC) em um circuito
intrinsecamente seguro que pode aparecer nos terminais do equipamento.
Potncia mxima de estrada (P
i
) Potncia mxima de entrada em um circuito
intrinsecamente seguro pode dissipar quando est conectado a uma fonte externa sem invalidar
a segurana intrnseca.
Potncia mxima de sada (P
O
) Potncia mxima de sada em um circuito intrinsecamente
seguro que pode aparecer nos terminais do equipamento,
Capacitncia externa mxima (C
O
) Capacitncia mxima em um circuito intrinsecamente
seguro que pode ser conectada ao equipamento sem invalidar a segurana intrnseca.
Capacitncia interna mxima (C
i
) capacitncia interna equivalente total que um
equipamento intrinsecamente seguro. Aquela que aparece nas conexes do equipamento.
Indutncia externa mxima (L
O
) o valor mximo de indutncia em um circuito
intrinsecamente seguro que pode ser conectada sem invalidar a segurana intrnseca.
Indutncia interna mxima (Li) a indutncia equivalente total de um equipamento que
aparece nos seus terminais.
Razo mxima entre a indutncia e a resistncia externa (L
O
/R
O
) Mximo valor da razo
entre a indutncia externa e a resistncia externa de qualquer circuito que pode ser conectado a
um equipamento Ex i sem invalidar a segurana intrnseca.
Razo mxima entre a indutncia e a resistncia interna (L
i
/R
i
) Mximo valor da razo
entre a indutncia e a resistncia que aparece nos terminais do equipamento.
7.2. Classificao: equipamentos intrinsecamente seguros e equipamentos associados
A classificao dos equipamentos intrinsecamente seguros e os associados so realizados
conforme as determinaes da IEC 60079-0, itens 4 e 5.
7.3. Categoria eltrica dos equipamentos EX i
Os equipamentos intrinsecamente seguros e partes dos equipamentos associados so divididos
em duas categorias Ex ia e Ex e. Esta classificao baseia-se na falha de seus componentes
e de conexes.
7.3.1. Categoria Ex ia
Com a aplicao de U
m
e U
i
, o circuito ou o equipamento intrinsecamente seguro de categoria
Ex ia no pode ser capaz de causar ignio nas seguintes circunstncias:
a) Em operao normal com a aplicao de faltas na pior condio possvel
b) Em operao normal com aplicao de uma falta na pior condio possvel.
c) Em operao normal com aplicao de duas faltas na pior condio possvel.
As faltas aplicadas podem diferir em cada circunstncias a cima.
Em cada teste ou avaliao dos circuitos quanto a liberao de centelhas, deve-se aplicar os
seguintes fatores de segurana:
Para a) e b) 1,5
Para c) 1,0
7.3.2. Categoria Ex e
Com a aplicao de U
m
e U
i
, o circuito ou o equipamento intrinsecamente seguro de categoria
Ex e no pode ser capaz de causar ignio nas seguintes circunstncias:
a) Em operao normal com a aplicao falta na pior condio possvel
b) Em operao normal com a aplicao de uma falta na pior condio possvel
7.3.3. Equipamentos Simples
Ser considerado um equipamento simples, nas seguintes condies:
a) Componentes passivos, por exemplo, chaves, caixas de juno (JBs), resistores e
dispositivos eletrnicos simples.
b) Fontes de armazenamento de energia com parmetros bem definidos, por exemplo,
capacitores ou indutores, dos quais os valores foram considerados na segurana global
do equipamento.
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c) Fontes de gerao de energia, por exemplo, termopares e fotoclulas, que no geram
mais de 1,5 V e 25 mW. Qualquer indutncia ou capacitncia presentes nestas fontes
devem atender as determinaes do item b).
Os equipamentos simples devem estar em conformidade com todos os critrios relevantes da
norma, contudo no necessitam de certificao.
7.4. Construo dos equipamentos Ex i
Inicialmente, os equipamentos Ex i e associados no necessitam de invlucro como um mtodo
de proteo. E sim, para impedir o acesso as partes condutoras, conforme as determinaes da
IEC 50529.
7.5. Conexo dos equipamentos Ex i
7.5.1. Terminais
Os terminas dos equipamentos ou circuitos intrinsecamente seguros devem ser separados dos
terminais dos circuitos comuns e atender aos padres definidos na IEC 60079-11 (tabela 4). Os
mtodos de separao empregado deve ser um ou mais dos mtodos definidos nos itens a) ou
b).
a) Quando a separao garantida pela distancia ela no pode ser menos de 50 mm. Na
instalao deve ser realizada com cuidado para que no ocorram contatos acidentais.
b) Quando a separao dos terminais garantida entre equipamentos intrinsecamente
seguros e no intrinsecamente seguros por invlucros separados, ou por outra forma de
isolamento, ou por uma placa de metal aterrada entre os terminais com uma cobertura
comum aplica-se:
1. As partes utilizadas para a separao de terminais deve ter se estender 1,5 mm
das paredes do invlucro, ou alternativamente, dispor de uma distncia mnima de
50 mm entre os terminais quando medido em qualquer direo.
2. As partes metlicas devem estar aterradas e suficientemente resistentes e
rgida para garantir que no exista risco de dano no campo.
3. Isolamento com materiais no metlicos deve haver espessura suficiente para
suportar deformaes. Suas parties devem ter no mnimo 0,9 mm de espessura.
Ou deve suportar uma fora de 30 N por 10 s, sem deformao.
7.5.2. Tomadas e Soquetes
Os plugues e soquetes utilizados para conexo de circuitos intrinsecamente seguros devem ser
separados dos equipamentos no intrinsecamente seguros e no podem ser intercambiveis.
Quando no for possvel a utilizao de equipamentos diferentes, devem ser utilizadas cores
para facilitar a separao.
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8. TIPOS DE BARREIRAS DE SEGURANA INTRISECA
Dispositivo utilizado entre circuitos intrinsecamente seguros e no intrinsecamente seguros, a
fim de limitar a tenso e corrente nos circuitos intrinsecamente seguros em nveis incapazes de
causar ignio.
8.1. Barreira de diodo
Para a limitao de energia podem-se utilizar limitadores resistivos (Barreiras Zener) ou
dispositivos eletrnicos limitadores de corrente (semicondutores).
A seguir est o esquema de uma Barreira Zener, que um circuito destinado conexo entre
circuitos intrinsecamente seguros e no seguros, com a finalidade de limitao da energia
enviada rea classificada.
Figura 09 Barreira de diodo
ONDE:
R limita o valor da corrente na rea explosiva (Ex i) no caso de curto circuito entre 3 e 4.
Z limita o valor da tenso enviada rea explosiva. O nmero de zeners determinado pelo
fator de segurana imposto para as categorias ia e e.
F tem como funo proteger os zeners no caso de sobretenso nos pontos 1 e 2.
G ponto de aterramento que garante um caminho de retorno terra para a corrente dos
diodos zeners.
8.2. Aterramento
O aterramento deve garantir:
um caminho de baixa impedncia para correntes de descargas atmosfricas;
equipotencializao eletrosttica entre a estrutura metlica ou solo e a carcaa do
equipamento.
Barreira Zener tpica
rea perigosa
F
Z
rea segura
R
G
Na segurana intrnseca o aterramento garantir a eficincia da barreira de zener na limitao
da tenso que enviada rea classificada.
O padro exige que a resistncia medida entre qualquer ponto da linha de terra do circuito de
segurana intrnseca e o ponto de ligao dessa linha com a terra deve ser menor que 1.
Visando a evitar que mais de uma parte do sistema tenha contato com o terra, deve haver uma
isolao maior que 500V entre o circuito de segurana intrnseca o ponto (nico) de terra,
exceto claro no ponto de aterramento.
No podem haver dois pontos de aterramento para evitar que, sendo de diferentes
impedncias, possam gerar, na ocorrncia de altas correntes, diferenas de potencial perigosas
ao sistema.
No caso de dois pontos de aterramento se fazerem necessrios ento o circuito deve ser
separado por isoladores galvnicos, ficando um nico ponto de aterramento para cada parte
isolada.
8.2.1. Equipotencialidade de terras
Se no houver equipotencialidade dos terras, uma possvel falha de isolao poder colocar em
risco a instalao, pois ocorrer centelhamento devido diferena de potencial entre o terra do
circuito da rea explosiva em relao ao mesmo na rea segura, conforme pode ser visto na
figura 10 abaixo.
Figura 10 Situao de no equipotencialidade de terras.
8.3. Isolao galvnica
A isolao galvnica aplicada junto s barreiras zener forma um conjunto completo, pois desta
forma no necessrio conect-las ao equipotencial dos terras, tornando a instalao mais
simples e segura. E caso seja necessrio faz-lo, no haver risco de ocorrer centelhamento na
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rea classificada, desde que a no equipotencialidade seja menor que a tenso de isolao
galvnica, o que quase sempre ocorre.
Dentre os sistemas para se promover a isolao galvnica, podemos citar o acoplamento ptico
e o a transformador, estando este ltimo ilustrado na figura 11 a seguir.
Figura 11 Exemplo de isolao galvnica por Trafo.
8.4. Parmetros de componentes
Nos circuitos intrinsecamente seguros so analisadas as caractersticas dos componentes
eletrnicos sempre se aplicando fatores de segurana em seus pontos de trabalho.
So verificadas distncias de isolao (via ar ou outro isolante) e escoamento (via substrato ou
placa de circuito impresso), aterramentos de rels, ncleo de transformadores, etc.
NOTAS:
As distncias de escoamento entre trilhas dependem diretamente do tipo de PCI utilizada, do
tipo de cobertura da PCI (verniz, etc) e podem ser menores quando entre as partes a serem
isoladas existir uma malha de aterramento ou um orifcio de separao.
J as distncias de isolao so as distncias entre os corpos dos componentes e similares das
partes a serem isoladas. Dependem do tipo de meio entre eles (resinas, ar, tipo de cola quando
houver, etc).
Todos esses tpicos so regidos e monitorados por normas (inclusive brasileiras) e so
comprovados na prtica atravs de testes realizados pelo rgo certificador do equipamento Ex
i.
Existem ainda exigncias especiais para os componentes infalveis, tais como: Transformadores
de alimentao e acoplamento, resistores limitadores de corrente de barreiras zener,
capacitores de bloqueio, fusveis, etc, podendo ser estes pertencentes a circuitos
intrinsecamente seguros e associados.
OBS.: Componente Infalvel aquele considerado como no sujeito a defeitos que afetem a
segurana intrnseca do circuito, durante a operao e armazenagem.
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9. APLICAES TIPICAS DE EQUIPAMENTOS INTRINSECAMENTE
SEGUROS E ASSOCIADOS
A seguir so apresentadas algumas aplicaes tpicas de equipamentos Ex i, as aplicaes
apresentadas no so nicas, existem diversas outras.
9.1. Modelos digitais ON/OFF
Neste caso, o elemento de campo apresenta somente dois estados lgicos (ON/OFF). Como
exemplo pode-se citar: Contatos mecnicos, sensores de proximidade indutivos, pressostatos,
vlvulas solenides, sirenes, etc.
Funes repetidoras:
As barreiras com esta funo repetem sinais ON/OFF do elemento de campo que pode ser um
contato seco (botoeiras, termostatos, fim-de-curso, etc) ou de um sensor indutivo.
Figura 12 Circuito com funo repetidora
O estgio de sada pode ser ainda em transistor para conexo direta em circuito eletrnico, CLP
ou SDCD.
Figura 13 Sada de conexo
Funes de Controle:
So barreiras cujas funes de comando e controle esto incorporadas. Abaixo citamos alguns
tipos:
c) Monitorao de Movimento: Neste caso possvel detectar o aumento ou reduo
de velocidade de equipamentos rotativos, tais como: agitadores, misturadores,
ventiladores, etc.
Figura 14 Circuito com funo de controle
b) Sentido de Movimento: Neste caso possvel detectar o sentido do movimento
(horrio/anti-horrio) de equipamentos rotativos, tais como: medidores de vazo, motores,
turbinas, etc.
c) Conversor F/I: Este dispositivo tem como funo obter um sinal de sada em corrente (4-20
mA) proporcional freqncia do sinal de entrada. Pode ser utilizado na medio de velocidade
de motores, ventiladores, turbinas, etc.
Figura 15 Circuito com funo de controle
Modelos para Acionamentos :
So barreiras para acionamento de elementos de comandos situados dentro das reas
classificadas, tais como: vlvulas solenides, LEDs e sirenes.
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9.2. Modelos Analgicos
As barreiras para sinais analgicos possuem elementos de medio e controle instalados em
reas classificadas.
Repetidores analgicos:
Ideais para alimentao e transferncia dos sinais de transmissores que convertem grandezas
fsicas (vazo, temperatura, presso) em corrente (4 a 20 mA).
Podem tambm apresentar o sinal de sada de 0 a 5 V apenas acrescentando-se um resistor ao
circuito.
Driver analgico:
So barreiras que servem para acionar conversores (tipo conversor eletropneumtico I/P).
10. COMENTRIOS: TESTES LABORATORIAIS PARA CERTIFICAO
Segundo as determinaes da IEC 60079-0 de responsabilidade do fabricante a
preparao de um certificado de conformidade do equipamento, em acordo com a norma
especifica deste equipamento.
O fabricante dos equipamentos eltricos EX responsvel por:
Construir os equipamentos em conformidade com os requisitos aplicveis das
normas aplicveis em relao a segurana destes equipamentos.
A rotina de verificao e testes que deve executada e documentado seus resultados
Em relao a segurana essencial que o sistema de fabricao seja indicado no
certificado, quando aplicado a equipamentos eltricos que atendem uma norma de tipo de
equipamento.
10.1. Contedo do certificado
O equipamento deve ter marcado em sua parte principal o nmero do certificado.
A marcao do equipamento deve incluir as seguintes informaes:
a) Nome do fabricante ou sua marca registrada;
b) Identificao do fabricante;
c) O smbolo EX, que indica que o equipamento corresponde a um determinado tipo de
proteo, que tratado em uma determinada norma;
d) Smbolo de cada tipo de proteo utilizada.
Para equipamentos associados instalados em reas classificadas, o smbolo para identificar o
tipo de proteo deve ser colocado entre colchetes, por exemplo:
Ex d[ia] IIC T4.
Para os equipamentos associados que no sero instalados em reas classificadas, ambos os
smbolos Ex e o smbolo do tipo de proteo deve vir entre colchetes, por exemplo:
[Ex ia] II C.
Smbolo de grupo:
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I para equipamentos eltricos em minas
II, IIA, IIB ou IIC deve ser utilizado se a norma especifica do tipo de proteo
determinar,
As letras A, B e C devem ser utilizadas de acordo com a norma especifica de proteo. Quando
o equipamento eltrico usado somente em um gs, o smbolo II deve ser seguido pela formula
qumica do gs entre parnteses.
Quando um equipamento eltrico utilizado em um gs particular e adicionalmente pode ser
utilizado em um grupo especifico de equipamentos eltricos, a formula qumica deve ser
seguida do grupo e separada com o smbolo +, por exemplo:
IIB + H
2
Para equipamentos do grupo II, o smbolo indicativo da classe de temperatura. Quando o
fabricante quiser especificar a mxima temperatura de superfcie entre duas classes de
temperatura, deve colocar o valor da temperatura em graus elsius entre parnteses, utiliza-se
a classe de temperatura mais prxima, por exemplo:
T1, ou 350C, ou 350C (T1)
Os equipamentos do grupo II, com temperatura mxima de superfcie maior que 450, devem
ser marcados somente com a mxima temperatura em graus elsius, por exemplo: 600
Os equipamentos do grupo II especficos para utilizao em um gs especifico no necessitam
ter informao da temperatura mxima de superfcie.
10.2. Equipamentos Ex i
Convm aqui ressaltar alguns fatores a serem levados em conta na etapa de desenvolvimento
de equipamentos intrinsecamente seguros que so fortemente verificados nos testes de
certificao do produto.
Existem critrios, todos previstos por normas elaboradas pela ABNT, que regem, principalmente
a escolha dos componentes que possam comprometer a segurana do equipamento, por
exemplo:
A potncia dissipada nos resistores considerados infalveis deve ser no mximo 2/3 da sua
potncia nominal no pior caso e tolerncia;
Dependendo do caso, exigida a colocao de barreiras zener no lado no seguro do circuito a
fim de evitar sobretenso e conseqente sobreaquecimento na regio do transformador de
isolao galvnica;
A corrente de interrupo dos fusveis considerados infalveis testada durante o processo de
certificao, atravs de ondas de choque de corrente geradas por bancos de capacitores
carregados normalmente com 300 V
CC
. Tambm so testadas as suas correntes nominais e
tempos de queima, sendo que estes ltimos devem estar de acordo com os dados do fabricante
e no devem permitir o sobreaquecimento dos diodos zener.
O aquecimento do transformador de isolao galvnica provocado durante os testes e no
deve haver perda de isolao entre primrio(s) e secundrio(s), sendo esta ltima maior ou
igual a 1500 V
DC
.
Todas as distncias entre trilhas e corpos de componentes SI e NSI tambm so normalizadas
e a isolao entre SI e NSI deve ser mantida.
10.3. Certificao dos equipamentos a prova de exploso no Brasil
A certificao de conformidade consiste, em atestar que um produto ou servio, sistema ou
pessoal cumpre os requisitos de uma norma tcnica.
A certificao por uma norma tcnica ou padro de referencia estabelecido um fator de
desenvolvimento de produtos devido necessidade de melhoria contnua e adequao aos
critrios da norma.
A normalizao dos produtos e servios garante maior segurana aos consumidores de que se
obedece aos mnimos requisitos de segurana. A certificao e normalizao tambm
fomentam o comrcio exterior facilitando a circulao de mercadorias
Os materiais e equipamentos destinados a aplicao em instalaes eltricas em atmosferas
explosivas devem possuir um certificado de conformidade emitido pelo Sistema Brasileiro de
Certificao. A apresentao deste certificado exigida no item 10.9.2 da NR 10.
O estabelecimento do certificado para equipamentos eltricos e eletrnicos utilizados e
atmosfera explosiva foi realizado pela Portaria 164 de 16 de julho de 1991, sendo estabelecido
tambm o modelo de certificado a ser adotado.
O certificado garante, que foram verificados as condies de projeto conforme as normas e
ensaia o prottipo determinando a marcao do equipamento.
Os equipamentos a prova de exploso fabricados no exterior que esto dispensados de
apresentar certificado de conformidade so:
Equipamentos eltricos ou componentes eletrnicos que fazem parte de mquinas,
equipamentos ou instalaes do tipo skid mounted;
Lotes de at 25 (vinte e cinco) unidades cobertas por um mesmo certificado;
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As unidades martimas importadas com o objetivo de lavra de petrleo ou transportes de
produtos inflamveis para trabalho off shore.
10.4. Reconhecimento do internacional do sistema brasileiro de certificao
Atravs do INMETRO feita a coordenao e a articulao do reconhecimento entre o sistema
internacional e o sistema de certificao brasileiro. O produto estrangeiro deve ser submetido
aos mesmos critrios aplicados aos produtos nacionais.
10.5. Requisitos de formao profissional
Segundo a norma N-2731 (Profissional para Servios em reas Classificadas Qualificao de
Pessoal) da Petrobrs o trabalhador para trabalhar em reas classificadas.
Esta norma abrange a montagem e manuteno de instalaes de eletricidade, instrumentao,
telecomunicaes e eletrnica em reas classificadas.
Esta norma tambm exige que o candidato ao trabalho em reas classificadas faa curso com
contedo descrito em seu anexo B e seja aprovado com nota 7 em um total de 10 possveis. A
avaliao possui duas fases, uma delas teoria e a outra prtica.
Aprovado no curso recebe autorizao para executar os trabalhos, sendo necessrio renov-la
a cada trs anos.
11. EXEMPLO DE MARCAO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANA
INTRINSECA
A designao dos equipamentos, componentes, propriedades, fenmenos e caractersticas das
instalaes eltricas em atmosferas explosivas definido na ABNT NBR NM IEC60050-426.
Exemplo de marcao de equipamentos de segurana intrnseca:
No invlucro do equipamento, devem obrigatoriamente conter as marcaes fornecidas no
relatrio de conformidade expedido pelo rgo competente, o tipo de proteo, categorias,
classes, o logotipo que identifica o equipamento de segurana intrnseca e uma identificao
visvel para identificao dos lados SI e NSI (s vezes feita por cores: azul = lado SI e cinza =
lado NSI). A seguir est apresentado um exemplo tpico de marcao:
Figura 16 Exemplo de marcao de equipamento Ex i
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12. ESTUDO DE CASO
O estudo de caso fundamental para que os envolvidos com trabalhos em reas classificadas
entendam as verdadeiras implicaes e responsabilidades por suas aes ou omisses
12.1. Exploso na Flixborough
Informaes gerais do acidente:
Local: Flixborough, Humberside, England
Data: 1/06/1974
Combustvel Cicloexano
Tipo de planta Indstria qumica
Fatalidades 21
Feridos 89
Perdas materiais
Toda a planta foi destruda (demolida), 1821
residncias e 167 lojas danificadas (diferente grau
de dano)
O desastre da Flixborough provavelmente o melhor documentado e maior acidente industrial
causado pela exploso por uma nuvem de vapor.
12.1.1. Planta de processo
A planta de oxidao de ciclo-hexano com um conjunto 6 reatores em srie no qual era oxidado
em ciclo-hexanona e ciclo-hexanol pela injeo de ar em presena de catalizador. A reao
exotrmica.
A alimentao do reator uma mistura de ciclo-hexano e material reciclado. O produto dos
reatores proveniente dos reatores ainda possui 94% de ciclo-hexano. O contedo de cada
reator passa ao outro por meio de gravidade. No estado subseqente, a reao do produto
destilado para separar o ciclo-hexano que no reagiu e o ciclo-hexanol, que foi convertido em
caprolactam. A condio de abertura de acordo com as referncias de projeto 8,8 bar e 155C.
12.1.2. Eventos antes da exploso
Na noite de 27 de maro de 1974, foi descoberto que o reator # 5 tinha um vazamento de ciclo-
hexano. Na manh seguinte, foi decidido remover o reator # 5 e instalar um by-pass para
conectar o reator # 4 ao # 6, para que a planta continua-se a produzir.
O dimetro da abretura de conexo era de 28, contudo, o dimetro do tubo para by-pass
utilizado foi de 20. Alem disto, os dois flanges eram de furao (altura) diferentes e a conexo
entre eles foi improvisada. Avaliaes foram realizadas para verificar se o tubo do by-pass
suportaria o fluxo e a presso do tubo original.
O teste de presso executado na planta aps sua montagem (comissionamento), contudo, aps
a instalao do by-pass na planta, utilizou um presso de teste de 9 bar, mas no a presso de
11 bar da vlvula de segurana. O teste foi pneumtico no hidrosttico.
Aps estas modificaes a planta voltou a funcionar, novamente. O by-pass no apresentou
nenhum problema. Contudo, apareceu um grande consumo de N2 na planta, que foi logo
investigado na poca do acidente.
No dia 29 de maio, a vlvula isolamento no topo de um dos visores do reator apresentou um
vazamento. Foi decidido desligar a planta e reparar o vazamento. Na manh do dia 1 de junho,
a planta voltou a funcionar. A seqncia precisa dos eventos complexa e incerta.
A falha crucial, contudo, que o reator foi submetido a uma presso maior que a de operao
(8,8 bar). O aumento inesperado de presso ocorreu de manh, quando a temperatura do reator
# 1 ainda estava a 110C e nos outros reatores a temperatura era menor.
Mais tarde, quando a temperatura dos outros reatores estava prxima da normal de operao; a
presso alcanava um valor de 9,1 a 9,2 bar.
O controle normal de presso no reator demandava uma perda de quantidades considerveis
de N2. Logo aps o incio do aquecimento, foi verificado que a quantidade de N2 no era
suficiente para iniciar a oxidao, e o abastecimento do produto no estaria disponvel antes da
meia noite.
Sob estas circunstncias, a necessidade de poupar N2 faria com que o processo de reduo de
presso fosse prejudicado.
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12.1.3. A exploso
Durante o fim da tarde do dia da exploso, o by-pass provisrio rompeu, com ou sem fogo nas
proximidades de uma tubulao d 8. O resultado deste escapamento foi o derramamento de
uma quantidade muito grande de ciclo-hexano. O ciclo-hexano derramado formou uma nuvem
de vapor que encontrou uma fonte de ignio. E por volta das 16:53 ocasionou uma enorme e
catastrfica exploso em uma nuvem de vapor.
A exploso causou danos extensos e inicio vrios incndios. A exploso e os incndios no
destruram apenas a planta de ciclo-hexano, mas diversas outras instalaes.
A exploso destruiu a janela da sala de controle e causou seu colapso. Foram 28 mortes na
exploso, destas 18 estavam na sala de controle. A maioria dos acidentados da sala de controle
sofreu ferimentos graves devido a projeo dos vidros das janelas. Outras vitimas foram
esmagadas pelo forro.
Ningum da sala de controle conseguiu escapar. O bloco principal de escritrios foi demolido
pela exploso, contudo como o acidente ocorreu no sbado a tarde, no havia ocupao, caso
contrario a tragdia seria muito maior. Os incndios perduraram na planta por 10 dias,
dificultando o trabalho de resgate no site.
12.1.4. A Investigao
Algumas das possibilidades que levaram a falha na montagem do by-pass forma imediatamente
apontados na investigao. As falhas incluam:
Dimetro do tudo (20) era menor que o recomendado, em relao a presso e vazo;
A alta presso de nitrognio devido ao mal funcionamento;
Entrada de gua no sistema;
Aumento de temperatura devido ao aquecimento por vapor;
Exploso de perxidos formados no processo;
Exploso devido a entrada de ar no sistema.
Concluso geral no final do inqurito: A ignio e a rpida acelerao resultado em
deflagrao, possibilitou atingir o ponto de detonao, de uma massiva nuvem de vapor
formada pelo vazamento de ciclo-hexano sob presso de 8,8 bar e temperatura de 155C, que
escapou da seco 25 da planta de ciclo-hexano que veio do by-pass de 20, contudo no h
certeza se a falha mecnica no by-pass foi a causa primria do acidente ou a secundria.
12.2. Exploso de Beek
Local: Beek, Holanda
Data: 7/11/1975
Combustvel C3 C4, fraes de hidrocarbonetos
Tipo de planta Planta d craqueamento de nafta
Fatalidades 14
Feridos 104
Perdas materiais
Toda a planta e tanques destrudos. Destruio
de vidros de janelas numa rea de 2,5 km da
exploso.
12.2.1. Planta de processo
A exploso ocorreu na instalao de craqueamento de nafta, uma rea coberta de 160 x 80 m.
A nafta quebrada em fornos, liberando H2, etileno e outros hidrocarbonetos, o etileno o
principal produto. A separao dos produtos feita por destilao, compresso e resfriamento.
A planta subdividida em sees de processo: fornos para craqueamento, separadores
diversos, destiladores, compressores e refrigeradores. O transporte de materiais crus e
produtos e entre as vrias partes da instalao realizado por tubulaes. Os equipamentos
so colocados em andares.
12.2.2. Eventos antes da exploso
Na manh do dia da exploso, um vazamento de mistura de hidrocarbonetos C3 e C4
ocorreram na seo de processo. A mais provvel causa pode ter sido um defeito em solda em
um ponto de alimentao.
O vento prevalecente na rea fez com que a nuvem de vapor chega-se a rea de processo.
Aps, aproximadamente, 2 minutos incio do vazamento, a parte visvel da nuvem tinha
aproximadamente 2 metros de altura. Estima-se que 5.500 kg de gs escaparam. A nuvem
sofreu ignio em um dos fornos da rea de processo.
12.2.3. A exploso
A exploso causou diversos danos na rea de processo. Sobre presses acima de 1 bar,
causaram diversos danos nas instalaes. Linhas de tubulao foram rompidas devido a
tubulao. Vasos de presso foram deslocados das suas locaes originais. Partes das
plataformas foram derrubadas. Muitos danos nas paredes de concreto da sala de controle.
Tanques foram incendiados. Fora da fbrica os danos se limitaram a danos nas janelas, num
raio de 4,5 km. Houve 14 fatalidades.
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12.2.4. Simulao
Simulaes computacional realizada 20 anos aps o acidente, que tomaram como base as
imagens colhidas do local. Possibilitou comparou a os picos de presso estimados por
simulao com os danos causados nas instalaes.
As simulaes indicaram que a exploso ocorreu com o combustvel mais reativo como o
propileno puro. Significantes quantidades de etileno ou butadieno poderiam estar presentes. A
simulao tambm mostrou que o cho de fbrica era parcialmente confinado, na maior parte
das locaes dos equipamentos com combustveis reativos. Outra revelao das simulaes.
13. BIBLIOGRAFIA
1. IEC 60079-17 Equipamentos eltricos para atmosferas explosivas Parte 17: Inspeo
e manuteno de instalaes eltricas em reas classificadas (exceto minas)
2. Apostila de Atmosfera Explosiva Eng Joacy Santos Junior
3. NM-IEC 60050-426 Equipamentos eltricos para atmosferas explosivas
Terminologia
4. IEC 60079-0
5. IEC 60079-11
6. IEC 69529 Graus de proteo para invlucros de equipamentos eltricos (cdigo IP)
7. Basics of Explosion Protection Introduction to Explosion Protection for Electrical
Apparatus and Installations R. STAHL TECHNOLOGY GROUP
8. Explosion Hazards in the Process Industries
9. Handbook Of Fire And Explosion Protection Engineering Principles For Oil, Gas,
Chemical, And Related Facilities
10. Segurana em Atmosferas Explosivas Projeto de Classificao de reas em uma
Indstria Petroqumica Roberval Bulgarelli
11. Apostila: Segurana Intrnseca Maurcio Franco
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A N O T A E S
A N O T A E S
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A N O T A E S
Praia de Botafogo, 518, 12 andar Botafogo
Rio de Janeiro / RJ
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