Teoria Contemporanea - Luhmann e Bourdieu

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

O Direito na Teoria

Sociológica Contemporânea:
Luhmann e Bourdieu

Prof. Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo


PPG Ciências Criminais PUCRS
A Teoria dos Sistemas Autopoiéticos
de Niklas Luhmann
 sociedades segmentárias, em que não há
diferenciação em subsistemas;
 sociedades estratificadas, caracterizadas pela
relação hierárquica entre os subsistemas como
garantia da ordem social;
 sociedades de diferenciação funcional, pelo
desenvolvimento de subsistemas
operativamente autônomos, com critérios e
códigos próprios.
Sistemas Autopoiéticos

definem a sua identidade por oposição ao


exterior (ambiente) e definem as regras
das transações entre sistema e ambiente;
constroem os seus próprios elementos;
constroem a gramática do seu próprio
ciclo de funcionamento.
Assim, embora haja uma abertura
no sistema (que permite que
receba elementos "em bruto" do
exterior), a própria existência de
um sistema dotado de uma
gramática própria implica o seu
fechamento. Pode dizer-se,
portanto, que a uma abertura
infra-sistêmica corresponde um
fechamento sistêmico.
SUBSISTEMAS

Econômico (Mercado) - código dinheiro


(posse ou ausência de);
Científico - código verdadeiro/falso;
Jurídico - código legal/ilegal;
Político - código governo/oposição;
Religioso – código sagrado/profano.
SUBSISTEMA JURÍDICO
Luhmann vê o direito como aquela
estrutura de um sistema social
(subsistema) que tem a função de
generalizar as expectativas normativas
de comportamento, e com isto garantir a
coesão social.
É um subsistema que coordena a um nível
altamente generalizado e abstrato todos
os mecanismos de integração e de
controle social.
Essa capacidade é garantida, a partir do
século XIX, pela separação estrita de
dois subsistemas, legislação e
jurisprudência, acoplados
estruturalmente, como periferia
(legislação) e centro (juízes e tribunais)
do sistema jurídico.
Legislação
Dogmática Jurídica
Juízes e
Tribunais

Sociologia Jurídica
 Cabe à chamada dogmática jurídica, imersa
no sistema jurídico, receber e elaborar as
informações que entram no sistema (input -
legislação nova, demandas judiciais), com
uma orientação no passado, para as normas e
decisões já estabelecidas.
 A sociologia jurídica teria como objeto o
output dos sistemas normativos, isto é, os
efeitos que estes sistemas produzem no meio,
com uma orientação para o futuro, aos
problemas de engenharia social.
A Teoria dos Campos de
Pierre Bourdieu
Existem no mundo social estruturas
objetivas que podem dirigir, ou melhor,
coagir a ação e a representação dos
indivíduos, os chamados agentes sociais.
No entanto, tais estruturas são
construídas socialmente, assim como os
esquemas de ação e pensamento,
chamados por Bourdieu de habitus.
Os momentos objetivo e
subjetivo das relações sociais
estão numa relação dialética.
Existem realmente as estruturas
objetivas que coagem as
representações e ações dos
agentes, mas estes, por sua vez,
na sua cotidianidade, podem
transformar ou conservar tais
estruturas.
Noção de Campo

O social é constituído por campos,


microcosmos ou espaços de relações
objetivas, que possuem uma lógica
própria, não reproduzida e irredutível à
lógica que rege outros campos.
 O campo é tanto um "campo de
forças", uma estrutura que constrange
os agentes nela envolvidos, quanto um
"campo de lutas", em que os agentes
atuam conforme suas posições
relativas no campo de forças,
conservando ou transformando a sua
estrutura.
O Campo Jurídico

 O campo jurídico é o lugar de concorrência


pelo monopólio do direito de dizer o direito,
no qual se defrontam agentes investidos de
competência ao mesmo tempo social e
técnica que consiste na capacidade
reconhecida de interpretar um corpus de
textos que consagram a visão letígima, justa,
do mundo social.
As práticas e os discursos jurídicos são
produto do funcionamento de um
campo cuja lógica específica está
determinada pelas relações de força
que orientam as lutas de concorrência
e os conflitos de competência que nele
têm lugar, e pela lógica interna das
obras jurídicas que delimitam em
cada momento o universo das
soluções propriamente jurídicas.
• A instituição de um “espaço judicial”
implica a imposição de uma fronteira
entre os que estão preparados para
entrar no jogo e os que, quando nele se
acham lançados, permanecem de facto
dele excluídos, por não poderem operar
a conversão de todo o espaço mental e
postura lingüística que supõe a entrada
neste espaço social. (O Poder
Simbólico, p. 225)

Você também pode gostar