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ELIAS ABDO FILHO
Utilizao de recursos no tratamento do cncer
de mama avanado de pacientes ps menopusicas com receptores hormonais positivos no cenrio do Sistema nico de Sade (SUS)
So Paulo 2012
Dissertao apresentada Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Mestre em Cincias Mdicas
Programa de Oncologia Clnica Orientador: Prof. Dr. Paulo Marcelo Gehm Hoff
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Preparada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo
reproduo autorizada pelo autor
Abdo Filho, Elias Utilizao de recursos no tratamento do cncer de mama avanado de pacientes ps menopusicas com receptores hormonais positivos no cenrio do Sistema nico de Sade (SUS) / Elias Abdo Filho. -- So Paulo, 2012.
Dissertao(mestrado)--Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo. Programa de Oncologia.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Marcelo Gehm Hoff.
Descritores: 1.Neoplasias de Mama 2.Metstase Neoplsica 3.Receptores Hormonais 4.Hormnios 5.Terapia 6.Anti-neoplsicos 7.Custos de Cuidado de Sade
USP/FM/DBD- 394/12
DEDICATRIA
Dedico a minha esposa Marta que sempre esteve ao meu lado me apoiando e incentivando, aos meus filhos Bruno e Caio, a minha nora Flvia e em especial aos pais Elias in memoriam e Yvonne.
AGRADECIMENTOS
Agradeo a todos os colegas e funcionrios do Hospital Perola Byington, a Dra Rachel Simes Pimenta Riechelmann e Juliana Rodrigues de Paula, que em algum momento contriburam com o estudo, em especial ao meu orientador Prof. Dr. Paulo Marcelo Gehm Hoff.
EGRAFE
Mdicos so homens que prescrevem remdios sobre os quais pouco sabem, para curar doenas que conhecem ainda menos em seres humanos de quem no sabem nada. -Voltaire
SUMRIO
LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE ABREVIATURAS LISTA DE SIGLAS RESUMO SUMMARY
GRFICO 1 PROTOCOLOS REALIZADOS .................................................................... 32 GRFICO 2 COMPARAO DOS CUSTOS ESTIMADOS POR TRATAMENTO ...................... 34 GRFICO 2 RESULTADOS DE FULVESTRANTO X QUIIMIOTERAPIA ............................... 34
LISTAS DE TABELAS
TABELA 1 DADOS DE BASE....................................................................................31 TABELA 2 COMPARAO DA UTILIZAO DE RECURSOS DE DURAO DO TRATAMENTO........................................................................................33
LISTAS DE ABREVIATURAS
MeSH Medical Subject Headings Dicionrio de sinnimos vocabulrio NLM controlado utilizado para indexao de artigos para PubMed. CALGB Cancer and Leukemia Group B CMA Cncer de mama avanado DP Desvio Padro EGFR Expresso do receptor do fator de crescimento TE Terapia Endcrina HR Harzd Ratio HPB Hospital Prola Byington HR + Receptores hormonais positivos HER -2 Receptor 2 do Fator de Crescimento Epidrmico Humano ICH GCP Boas Prticas Clnicas da Conferncia Internacional de Harmonizao NCCN National Comprehensive Cancer Network SLP Sobrevida Livre de Progresso QALY Quality adjusted life year QT Quimioterapia RE Receptor Estrgeno RH Receptor Hormonal RPg Receptor Progesterona BC Beneficio Clinico SUS Sistema nico de Sade TPP Tempo para Progresso
LISTAS DE SIGLAS
BRL Real Brasileiro RO Respostas Objetivas UCLA University of California, Los Angeles USD Dlar dos Estados Unidos da Amrica
RESUMO
Abdo Filho, Elias. Utilizao de recursos no tratamento do cncer de mama avanado de pacientes ps menopusicas com receptores hormonais positivos no cenrio do sistema nico de sade. Dissertao. Faculdade de Medicina, Universidade de So Paulo
Objetivo: Estimar a utilizao de recursos e custos diretos relacionados terapia endcrina (TE) versus quimioterapia (QT) no tratamento de cncer de mama avanado (CMA) receptores hormonais positivos (RH+) em pacientes ps menopusicas,depois de pelo menos uma TE anterior. Mtodos: Estudo longitudinal retrospectivo analisou pacientes ps menopusicas com CMA em tratamento com fulvestranto ou QT entre 2006 e 2008, em um servio pblico de oncologia ambulatorial. Apenas pacientes sem crise visceral e com pelo menos uma terapia anterior hormonal foram considerados elegveis. Os pronturios foram revisados e as informaes sobre diagnstico, tratamento, e utilizao de recursos foram obtidas. Resultados: As pacientes eram do sexo feminino e a idade mdia foi de 64,6 12,6 anos. As pacientes estavam bem balanceados entre os grupos, considerando as caractersticas basais. Vinte e cinco pacientes foram includas no estudo, 13 pacientes receberam QT e 12 pacientes receberam fulvestranto. O esquema de QT mais usado foi o regime com paclitaxel (n = 5, 38%). O nmero mdio de ciclos foi de 7,6 e 5,8 para fulvestranto e QT, respectivamente. O custo mdio de tratamento por paciente foi de R$ 16.679 (USD11,914, 2005 ndice de paridade de poder de compra 1USD = 1,4BRL) para fulvestranto e BRL 32946 (USD 23, 533) para QT. O custo mdio por ciclo foi de R$ 2,199 (US$ 1,571) e BRL 5,710 (USD 4,079) para fulvestranto e QT, respectivamente, resultando em BRL 3,511(USD 2,508) de custo incremental por ciclo. Concluses: Nossos resultados indicam que TE com fulvestranto pode ser economicamente adequada em pacientes com CMA RH + que falharam a pelo menos uma linha anterior de TE. Futuras pesquisas so necessrias
para validar estes resultados em outros contextos, mas consideramos que as nossas estimativas refletem o mundo real da prtica clnica no Brasil.
Palavras-chave (MeSH): Neoplasias da mama; Metstase Neoplsica; Antineoplsicos, hormonal; Fulvestranto; Custos e Anlise de Custos.
SUMMARY
Abdo Filho, Elias. Resource use in the treatment of advanced breast cancer in post menopausal patients with hormone receptor positive in the scenario of health care system.
OBJECTIVES: To estimate the resource utilization and costs related to endocrine therapy (ET) versus chemotherapy (CT) in the treatment of hormonal receptor positive (HR+), advanced breast cancer (ABC) patients, after at least one previous ET. METHODS: This retrospective longitudinal study analyzed ABC patients treatment with fulvestrant or CT between 2006 and 2008 in a public oncology outpatient service. Only patients without visceral crisis and with at least one previous hormonal therapy were considered eligible. Medical charts were reviewed by two investigators and information about diagnosis, course of treatment, and resource utilization was obtained. RESULTS: Patients were all female and the mean age was 64,6 12,6 years. Patients were well matched between groups considering baseline characteristics. Twenty-five patients were enrolled in the study, 13 patients received CT and 12 patients received fulvestrant. The most common CT regimen was paclitaxel (n = 5, 38%). The mean number of cycles was 7,6 and 5,8 for fulvestrant and CT, respectively. The mean treatment cost per patient was BRL 16,679 (USD 11,914; 2005 purchasing power parity index 1USD = 1.4BRL) for fulvestrant and BRL 32,946 (USD 23,533) for CT. The mean cost per cycle was BRL 2,199 (USD 1,571) and BRL 5,710 (USD 4,079) for fulvestrant and CT, respectively, resulting in BRL 3,511 (USD 2,508) incremental cost per cycle. CONCLUSIONS: Our study results indicate that subsequent ET with fulvestrant can be economically appropriate among HR+ ABC patients. Further researches could validate these findings in other contexts, but we consider that our estimations reflect the real world clinical practice in Brazil.
Keywords (MeSH): Breast Neoplasm; Neoplasm Metastasis; Antineoplastic Agents, Hormonal; Fulvestrant; Costs and Cost Analysis.
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1. INTRODUO E RACIONAL
O cncer de mama o tipo de cncer mais frequente entre a populao feminina de todas as regies do Brasil, com exceo da regio Norte (onde aparece em segundo lugar), com aproximadamente 52.680 novos casos esperados para o ano de 2012, sendo a segunda neoplasia mais frequente no mundo e a mais comum entre as mulheres (22% de casos novos/ano). (1)
O cncer de mama est associado a um alto custo, principalmente no que diz respeito aos custos mdicos diretos associados cirurgia, radioterapia, tratamento quimioterpico, manejo de eventos adversos (incluindo medicao de suporte, internaes, atendimentos de emergncia etc.), visitas mdicas, entre outros, bem como custos diretos no-mdicos e custos indiretos. Alm disso, por ser uma doena de alta prevalncia, os custos relacionados ao tratamento do cncer de mama sempre comprometero uma ampla proporo dos custos com cuidados em sade. (2) No entanto, poucos so os estudos sobre utilizao de recursos e custos associados ao tratamento do cncer de mama na prtica clnica. (3)
Reviso no sistemtica da literatura relativa ao tema no Brasil no evidenciou estudos voltados especificamente para a identificao de custos relacionados ao cncer de mama e, mais especificamente, do cncer de mama avanado ou metasttico no contexto local. Apenas um estudo foi identificado abordando a temtica, no entanto, tinha como objetivo propor uma metodologia de identificao de custos em que uma das patologias consideradas foi o cncer de mama. (4)
No cenrio internacional, um estudo que comparou a utilizao de recursos e os custos com diferentes estgios do cncer de mama na Sucia indicou que a doena metasttica aparece como tendo o maior custo anual com medicamentos utilizados, fora da vigncia de internao, e o segundo maior custo em termos de episdios de internao e visitas ambulatoriais. Os maiores custos desse tratamento esto relacionados aos pacientes no primeiro ano aps a recorrncia, quando considerados apenas os custos 17
mdicos diretos. Se forem analisados os custos diretos e indiretos, o estgio avanado do cncer de mama representa o maior custo anual total. (5)
Um estudo avaliou especificamente os custos diretos do Medicare, nos Estados Unidos, desde o momento do diagnstico da metstase at a morte de pacientes com cncer de mama, comparados com os custos de pacientes no-oncolgicos. O resultado demonstrou maior nmero de hospitalizaes, dias de hospitalizao, visitas ambulatoriais e servios de cuidados domiciliares para os pacientes de cncer de mama metasttico em relao ao grupo controle. Alm disso, pacientes mais jovens contriburam com um maior custo do que aqueles mais idosos. (2) De modo geral, os estudos relacionados ao custo do tratamento do cncer de mama, incluem como recursos relevantes a serem custeados os seguintes: hospitalizao, visitas ambulatoriais e as diversas modalidades de tratamento oncolgico (quimioterapia, radioterapia e cirurgia), bem como medicamentos de suporte, tais como antiemticos e analgsicos. (6,4,7) O custo do tratamento do cncer de mama avanado , portanto, um componente importante para compreender a custo-efetividade de novas intervenes teraputicas, sendo fundamental analisar os custos e os benefcios de tais intervenes durante os estgios avanados da doena. (2)
O tratamento do cncer de mama avanado bastante heterogneo na prtica clnica, podendo envolver quimioterapia, hormonioterapia, drogas alvo-especficas e, em alguns casos, cirurgia e radioterapia paliativa. Diversos agentes, isolados ou em combinao, tm demonstrado atividade importante para essas pacientes, compondo um arsenal teraputico bastante diversificado. (8)
Existem variaes na expresso gnica em diferentes tipos de cncer de mama, o que reflete diferenas na biologia do tumor, manifestada no comportamento clnico. Os quatro subtipos moleculares desta neoplasia apresentam comportamento clnico e prognsticos diferentes como vemos nos casos de Luminal A, Luminal B, HER-2 positivo e Basaloides com sobrevidas distintas independente do tamanho do tumor ou do numero de linfonodos metastticos. (9)
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Os pacientes que desenvolvem doena metasttica necessitam terapia sistmica. A terapia hormonal foi primeira terapia alvo a ser usada em oncologia no ano de 1896, isto h mais de um sculo (7) ,
quando Beatson props um tratamento alternativo para pacientes com tumores de mama irressecveis, como uma opo efetiva. Entretanto, uma parte dos pacientes so candidatos quimioterapia inicial, sendo estes os que apresentam um envolvimento visceral com comportamento clnico agressivo, definido pelo NCCN (National Comprehensive Cancer Network), como crise visceral, e necessitam uma resposta imediata teraputica (NCCN, 2008). Entretanto, o uso da quimioterapia para o cncer de mama metasttico como primeira opo to indiscriminado, que muitos estudos clnicos com novas combinaes ou agentes no reportam separadamente a resposta em pacientes com tumores RH positivos, tratando o grupo metasttico de forma no selecionada. (10;6)
Outra questo importante a re-bipsia do tumor quando metasttico. Em torno de 10% dos tumores se tornaram receptores de estrognio negativos quando metastatizam. (11) Outro estudo realizado na British Columbia com 145 casos observou discordncia entre a expresso de RH em 20% dos casos, entre o tumor primrio e a metstase. (12) Na grande maioria dos estudos com hormonioterapia para doena metasttica, re- bipsias no foram realizadas. Assim, a taxa de Beneficio Clnico (BC) hormonioterapia em muitos estudos pode ser de certa forma artificial. Alm disto, em outra srie, 10% dos pacientes que eram HER-2 negativos, passaram a ser positivos na metstase. (13)
Um estudo comparou a sobrevida livre de progresso (SLP) de 8,3 meses e 8,2 meses, respectivamente entre tamoxifeno e fulvestranto em primeira linha. (14) Em segunda linha, numa anlise combinada de 2 estudos fase III que compararam fulvestranto e anastrazol, a SLP foi de 5,5 x 4,1 meses, respectivamente. (15) . Em primeira linha, a durao mediana da resposta com o fulvestranto foi de 17 meses (14) e, em segunda linha, com fulvestranto e tamoxifeno foi, respectivamente, 11, 8 e 11,2 meses. (16)
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O estudo Effect, em segunda linha, mostrou taxa de BC de 29% versus 38% com o fulvestranto em pacientes com e sem metstases viscerais, respectivamente. (19) Em primeira linha, os resultados com metstases viscerais so melhores. Um estudo prospectivo e randomizado que comparou fulvestranto e tamoxifeno apresentou taxa de BC de 56% e 61%, respectivamente (14) e, em segunda linha, com fulvestranto e anastrozol a SLP foi, respectivamente, 11,8 e 11,2 meses. (16)
Tumores com metstases viscerais apresentam reconhecidamente pior prognstico que aqueles com metstases apenas para tecidos moles ou ossos. A presena de metstases viscerais tem sido claramente um fator limitante para o uso da hormonioterapia no cncer de mama avanado. Um estudo retrospectivo internacional com mais de 300 pacientes que receberam fulvestranto desde a primeira at a quinta linha de tratamento, mostrou uma taxa de BC de 33% em pacientes com metstases viscerais. (17)
Um estudo prospectivo e randomizado apresentou taxa de BC de 38% versus 47% em metstases viscerais e no viscerais, respectivamente, em segunda linha, comparando anastrazol e tamoxifeno. (18) Em outro estudo em primeira linha houve uma taxa de BC de 49 e 46%, respectivamente, para pacientes com metstases viscerais recebendo anastrazol e tamoxifeno. (20)
No estudo Effect, a durao de BC foi de 9,9 e 8,1 meses, respectivamente, para o fulvestranto e exemestano (21) , a qual similar a encontrada em outro estudo clnico j citado. (18) Em primeira linha, a durao do BC em pacientes com metstases viscerais foi de 15 e 16 meses, respectivamente, com anastrazol e fulvestranto. (22) Em um estudo prospectivo, randomizado, com 134 pacientes, recente, (23) a durao da Resposta Objetiva (RO) com anastrazol em pacientes com diversos tipos de metstases foi de 15 meses e com fulvestranto 500mg, ainda no foi atingida. Comparado com os outros agentes hormonais, o fulvestranto demonstra ser um tratamento bem tolerado. Resulta em menos distrbios articulares em relao aos inibidores da aromatase no esterides; nenhum dos possveis efeitos adversos andrognicos dos inibidores da aromatase 20
esterides; menos fogachos e ausncia de efeitos proliferativos no endomtrio, alteraes possivelmente vistas com a exposio prolongada ao tamoxifeno. (24) A expresso aumentada de Receptor 2 do Fator de Crescimento Epidrmico Humano (HER-2) ocorre em cerca de 20% dos pacientes e est ligada a um perfil mais agressivo de doena. (25) A superexpresso de HER-2 um dos fatores responsveis pela resistncia hormonal em modelos pr- clnicos (26) e ao tamoxifeno em tumores avanados de mama. (27)
Inicialmente, havia expectativa que haveria melhor resposta aos inibidores da aromatase do que com o tamoxifeno neste grupo de pacientes. A anlise do subgrupo de HER-2 positivo num grande estudo clnico que comparou tamoxifeno e letrozol, mostrou taxa de BC similar e s uma tendncia a maior durao de resposta com o letrozol. (28)
H considervel evidncia de cross-talk entre os receptores HER-2 e as vias de transduo do sinal do receptor de estrognio. (29) Como o fulvestranto reduz os nveis celulares do receptor de estrognio, esta droga teria uma capacidade maior de retardar a resistncia hormonal. Como estas duas vias tm capacidade de ativar uma outra, uma combinao de terapias que bloqueie as duas vias tm um claro racional. (30)
Em relao ao grupo de pacientes HER-2 positivos, a maior srie j apresentada, composta de 102 casos, (31) mostrou uma taxa de BC neste grupo de pacientes de 40% com uso do fulvestranto isolado. Em um estudo pr-clnico, em tumores que super expressavam o protoncogene HER-2, houve importante resistncia ao tamoxifeno, mas houve considervel sensibilidade ao fulvestranto. (32) Ao se associar o trastuzumabe, houve reverso da resistncia ao tamoxifeno e aumento da sensibilidade ao fulvestranto. Dois estudos randomizados compararam terapia hormonal associada ou no a terapia anti-HER2 em pacientes metastticas. Num estudo randomizado de mais de 200 pacientes, o anastrazol foi comparado com anastrazol mais trastuzumabe. (33) A taxa de RO foi de 7% versus 17%, a taxa de BC foi de 28% versus 43% e a SLP foi de 2,4 x 4,8 meses, favorecendo significativamente a associao. A 21
sobrevida mdia aumentou em 4 meses, mas isto no alcanou significncia estatstica. Tem de ser ainda considerado que 70% dos pacientes no brao do anastrazol isolado receberam trastuzumabe quando progrediram. Os nmeros mostraram a superioridade da combinao de um agente hormonal e um agente anti-HER2, mostrando a importncia deste conceito, mas a sobrevida livre de progresso foi menor que a antecipada. No maior estudo fase III j realizado nesta populao em primeira linha, o letrozol foi comparado com letrozol e lapatinibe (na dose de 1500mg/dia), o qual inibe o HER-2 e o EGFR (epidermal growth factor receptor), numa srie de 219 pacientes na ps-menopausa. (34) A taxa de RO aumentou significativamente de 15% para 28% com a combinao e o BC foi significativamente maior com associao: 28% versus 48%. A SLP, objetivo primrio do estudo, foi significativamente maior com a associao: 8,2 meses x 3 meses do que com o letrozol isolado. Os dados de sobrevida ainda so imaturos. A combinao foi bem tolerada. Estes 2 estudos em conjunto demonstram que a associao de duas terapiasalvo mostram resultados muito promissores. Vale lembrar que no estudo principal que comparou quimioterapia com ou sem trastuzumabe, que levou sua aprovao na doena metasttica, o Tempo Para Progresso (TPP) no grupo que recebeu paclitaxel foi de apenas 3 meses e com associao foi de 7 meses. (35) Neste estudo, a percentagem de pacientes com receptores hormonais (RH) positivos no citada, mas mais de 55% dos pacientes tinham recebido tamoxifeno adjuvante. Mesmo assim, o TPP do brao do paclitaxel isolado muito semelhante a dos agentes hormonais usados isoladamente e o TPP da combinao semelhante a do letrozol com o lapatinibe. Um relato de caso demonstrou que esta combinao manteve um paciente com doena visceral estvel por 13 meses, aps a doena ter recidivado no sistema nervoso central. (36) Um estudo clnico de fase II randomizado multicntrico coordenado pela University of California, Los Angeles (UCLA), deve incluir 120 pacientes e est randomizando pacientes para 3 braos: fulvestranto isolado, trastuzumabe isolado ou em associao. (37;38) Outro estudo fase III 22
randomizado duplo-cego, placebo-controlado, multicntrico do Cancer and Leukemia Group B (CALGB) deve incluir 324 pacientes e est randomizando pacientes para fulvestranto isolado ou em combinao com lapatinibe (37;38) . Nos 2 estudos, o fulvestranto est sendo usado com loading dose. Existe ainda outra nova rea em que a hormonioterapia est em estudos iniciais. Alguns pacientes que eram receptores positivos no tumor primrio, ao recidivarem podem perder a expresso de receptores hormonais, tornando- se negativos, e tambm podem se tornar HER-2 positivos. 10 pacientes com estas caractersticas foram tratados com trastuzumabe associado ou no quimioterapia, e em 3 destes, houve reverso e os tumores voltaram a expressar os receptores hormonais. Um destes pacientes recebeu letrozol e teve sua doena controlada por 3 anos. (39)
Uma nova linha de estudo que pode aumentar ainda mais a efetividade do fulvestranto o aumento de dose. Em estudo randomizado de primeira linha com mais de 200 pacientes, fulvestranto na dose de 500mg mostrou um TPP no alcanado ainda versus 12,5 meses com anastrazol, com um Harzd Ratio (HR) = 0,63. (23) O regime foi bem tolerado. No estudo anterior que comparou fulvestranto com a dose de 250mg e anastrazol, no houve diferena significativa entre os braos. (22) Assim sendo, temos pela primeira vez evidncia clnica que a dose de um agente hormonal possa ser importante para sua atividade clnica. Em resumo, resultados suportam a efetividade clnica do fulvestranto nas pacientes com cncer de mama metasttico. Alm disto, resultados de estudos recentes, mostram o avano da hormonioterapia quer seja isoladamente nos pacientes com metstases viscerais, ou em associao com outras terapias-alvo antiHER-2, em arenas que eram de domnio quase absoluto da quimioterapia. Claramente, h um caminho racional frente, baseado em dados da biologia tumoral, evoluindo realmente para uma medicina cada vez mais personalizada na prtica clnica. Atualmente a individualizao j parcialmente possvel, e o tratamento deve ser sempre planejado, levando em considerao os seguintes fatores: 23
Expresso dos receptores hormonais; Expresso e localizao do HER2; Volume da doena; Agressividade da doena; Idade; Co-morbidades associadas; Perfil de eventos adversos de cada opo; Tratamentos previamente utilizados; e Perodo livre de progresso aps o ltimo tratamento. Para as pacientes que apresentam receptores hormonais positivos, guidelines e diretrizes nacionais e internacionais recomendam que se empreguem as diversas opes de hormonioterapia at que elas apresentem contra-indicao a essa modalidade teraputica: doena visceral sintomtica ou extensa, progresso em curto perodo aps tratamento hormonal prvio, ou evidncia de resistncia hormonioterapia. (45;40;41;42)
Dessa forma, pacientes portadoras de cncer de mama avanado com status de receptores hormonais positivo seriam elegveis para tratamento com uma das opes de hormonioterapia disponveis. De acordo com a Tabela de Procedimentos do Sistema nico de Sade, so reembolsados pelo SUS os tratamentos hormonais de pacientes com cncer de mama metasttico em 1 e 2 linha, no estando disponveis no momento, na referida tabela, linhas subseqentes de hormonioterapia. (43)
Supe-se, portanto, que pacientes que apresentam falha terapia hormonal de 2 linha teriam como recurso teraputico adicional uma das alternativas de quimioterapia citotxica disponveis, no contexto do SUS, independente da presena de condies clssicas que contra-indicariam o emprego de uma linha adicional de hormonioterapia. Anlise econmica comparando cada uma das alternativas atualmente disponveis com uma terceira linha de hormonioterapia para essas pacientes poderia contribuir para o processo de tomada de deciso no 24
Sistema nico de Sade, bem como nos prprios servios de sade a ele vinculados, com considervel impacto na qualidade de vida das pacientes.
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2. OBJETIVOS
O objetivo do estudo identificar o padro de utilizao de recursos e microcustos envolvidos no tratamento de pacientes com cncer de mama metasttico em pacientes ps- menopusicas com receptores hormonais positivos aps falha a uma ou mais linhas de hormonioterapia no contexto do Sistema nico de Sade.
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3. MTODOS
Esta pesquisa teve como campo de estudo o Servio de Oncologia do Hospital Prola Byington (HPB), um servio pblico de sade que oferece assistncia ambulatorial e hospitalar s mulheres nas reas de ginecologia, oncologia ginecolgica e reproduo humana e desenvolve atividades de ensino e pesquisa, situado na cidade de So Paulo. Tratou-se de estudo retrospectivo que utilizou como fonte de dados os pronturios mdicos das pacientes elegveis de acordo com critrios pr- definidos de incluso e excluso, e que foram revisados de acordo com instrumentos de coleta de dados elaborados para a identificao de recursos utilizados durante o tratamento. Partimos de uma relao de mais de 300 (trezentos) pronturios fornecida pelo NISF (Ncleo de Informao de Sade e Faturamento) que incluam pacientes com cncer mama avanado e ou metasttico. Foram inicialmente identificados os pronturios de pacientes atendidas nos servios no perodo entre agosto de 2006 e agosto de 2008 (24 meses) que atenderam os seguintes critrios de incluso. CRITRIOS DE INCLUSO As pacientes foram includas no grupo de estudo quando preenchiam os seguintes critrios de incluso: Pacientes na ps-menopausa (natural ou induzida), conforme definido pelo mdico assistente e registrado em pronturio; Diagnstico de cncer de mama metasttico ou localmente avanado com status conhecido de receptores hormonais positivos; Falha prvia a uma ou mais linhas de hormonioterapia; Doena metasttica restrita a tecidos moles, pele e ossos. Em caso de doena visceral, foram includas apenas pacientes sem crise visceral 27
(entendida como linfangite pulmonar, derrame cardaco e acometimento visceral extenso) e assintomticas para a doena metasttica visceral; Tratamento com hormonioterapia ou quimioterapia (qualquer dos protocolos disponveis no servio) aps falha a uma ou mais linhas de hormonioterapia, prescrito pelo mdico assistente, tendo recebido pelo menos dois ciclos completos.
3.2 CRITRIOS DE EXCLUSO: Foram excludas da anlise pacientes que apresentaram pelo menos um dos critrios abaixo: Pacientes na pr-menopausa; Diagnstico de cncer de mama localizado; Doena visceral extensa, sintomtica, presena de crise visceral (conforme definido acima); Ausncia de tratamento posterior falha a uma ou mais linhas de hormonioterapia, ou tratamento recebido por menos de dois ciclos completos. O horizonte de tempo da coleta de dados sobre utilizao de recursos foi considerado desde o incio do protocolo de tratamento prescrito aps a falha a uma ou mais linhas de hormonioterapia at o trmino ou interrupo do tratamento, por qualquer razo deliberada pelo mdico assistente (progresso da doena, toxicidade inaceitvel, ausncia de benefcio, condies clnicas da paciente, contra-indicao etc.), incluindo os recursos utilizados para definir a parada do tratamento (recursos para avaliao de resposta, tratamento de eventos adversos em decorrncia do tratamento em curso, recursos para avaliao do estado geral da paciente etc.). Os dados de interesse para essa pesquisa incluram os custos mdicos diretos, assim definidos:
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Medicamentos utilizados para o tratamento paliativo da doena (quimioterapia, hormonioterapia e drogas alvo-especficas); Medicamentos de suporte (anti-emticos, analgsicos etc.); Visitas mdicas ambulatoriais; Visitas ambulatoriais a outros profissionais de sade; Exames utilizados para avaliao de resposta e monitoramento da doena e condio clnica da paciente; Hospitalizaes; Admisses em servios de emergncia; Procedimentos invasivos; Demais custos diretos reembolsveis pelo SUS.
Para identificar os pacientes do grupo de quimioterapia, os mesmos critrios de elegibilidade foram aplicados nos pacientes que receberam protocolos de quimioterapia no HPB. Como fulvestranto no amplamente disponvel no Sistema nico de Sade (SUS), algumas pacientes RH + so tratadas com vrios protocolos de quimioterapia. Todos os pacientes includos no grupo da quimioterapia foram rigorosamente revistos de acordo com critrios de elegibilidade e, na opinio dos investigadores, todos foram considerados candidatos adequados para a terapia hormonal posterior no momento em que o tratamento quimioterpico foi iniciado. Somente as pacientes que receberam pelo menos dois ciclos do protocolo quimioterpico prescritos foram includos neste estudo.
3.3 COLETA DE DADOS
Os pronturios foram revisados quanto durao do tratamento prescrito aps a falha da primeira ou segunda linha de terapia hormonal, e informaes sobre diagnstico, tratamento e utilizao de recursos foram obtidos. As informaes a seguir foram extradas dos pronturios: idade, estgio, primeira data de diagnstico de cncer de mama, tipo histolgico do tumor, RE / RPg status, o status HER2, data do diagnstico de metstase, 29
stios de metstases, extenso da doena, tratamentos sistmicos anteriores (datas e tipos), radioterapia (datas e locais), as cirurgias de cncer de mama relacionados, os dados do tratamento quimioterpico ou fulvestranto aps uma ou duas terapias hormonais anteriores (medicamentos, durao, dosagem, nmero de ciclos e utilizao de recursos concomitantes). Somente os custos mdicos diretos foram includos na anlise da utilizao dos recursos: medicamentos, consultas ambulatoriais, procedimentos mdicos, internaes, etc. Como o propsito deste estudo no avaliar o benefcio clnico de cada tratamento, os dados clnicos quanto a resultados no foram coletados. Este estudo foi realizado aps aprovao pelo Comit de tica em Pesquisa local, em conformidade com as disposies regulamentares do Brasil. Dados sobre o uso de recursos para cada paciente em nossa amostra do estudo foram extrados do pronturio mdico. Para cada recurso coletado, um custo unitrio especfico foi atribudo. Esses dados foram utilizados para estimar a utilizao dos recursos mdicos diretos e o custo de cada grupo (fulvestranto versus quimioterapia). Os custos do tratamento foram calculados multiplicando-se a utilizao de recursos pelos respectivos custos unitrios. Os custos unitrios de 2008 foram obtidos a partir da listagem oficial do Sistema nico de Sade para os medicamentos, os preos dos medicamentos genricos foram considerados. Toda a utilizao de recursos e custos foram calculados por paciente e por ciclo de tratamento. Os valores mdios so relatados DP (desvio padro). Todos os custos so dados em reais (BRL) e Dlares EUA (USD) usando 2005 Purchasing Power Parity Index (1 USD = R $ 1,4). (5)
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4. CONSIDERAES TICAS
O estudo foi realizado de acordo com as diretrizes de Boas Prticas Clnicas da Conferncia Internacional de Harmonizao (ICH GCP) e as leis e requisitos regulatrios locais aplicveis. Por se tratar de um estudo retrospectivo, sem interveno clnica e completamente anonimizado no foi necessrio utilizao do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todos os dados coletados so confidenciais e foram armazenados em uma planilha Excel protegida por senha, com acesso somente pelo o investigador. Nenhuma informao individual sobre os pacientes foi ou ser divulgada.
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5. RESULTADOS
As caractersticas demogrficas e clnicas da amostra de 25 pacientes no incio do estudo esto listadas na Tabela-1 e Anexo-1. Todas as pacientes eram do sexo feminino e a idade variou de 41 88 anos (mdia de 64,6 12,6 anos). O ano do primeiro diagnstico de cncer de mama variou de 1992 2004. As pacientes foram distribudas entre os grupos, considerando as caractersticas de base. Treze pacientes receberam quimioterapia e 12 pacientes receberam fulvestranto. O esquema quimioterpico mais comum foi paclitaxel isolado (n = 5,38%), seguido por outros quatro protocolos diferentes (Anexo-2)
Tabela 1 Dados de base
Um paciente com carcinoma lobular infiltrado e um paciente com carcinoma ductal bilateral infiltrado Um paciente com carcinoma papilifero invasivo e um paciente com carcinoma ductal bilateral infiltrado
O uso direto de recursos dos custos mdicos na populao do estudo demonstrado na Tabela-2. Os recursos so apresentados na tabela quando so mais freqentes do que 0,5 unidades por paciente durante todo Fulvestranto n = 12 Quimioterapia n = 13 Idade (anos) 66,9 12,7 62,6 12,6 Tipo Histolgico Carcinoma Ductal Infiltrado (%) 83,3% 84,6% Tipo Histolgico Outros (%) 16,7% 15,4% Diagnstico Ps-menopausa (%) 76,9% 83,0% Tratmento Neoadjuvante Prvio (%) 25,0% 30,7% Durao da doena na incluso do estudo (anos) 6,9 3,6 6,6 3,9 Tempo entre o 1 diagnstico de Ca Mama e 1 diagnstico de metstase (anos) 4,0 3,3 4,6 2,4 32
o tratamento. O nmero mdio de ciclos foi de 7,6 e 5,8 para os pacientes em fulvestranto e quimioterapia, respectivamente. A distribuio de protocolos de quimioterapia prescritos aps a terapia hormonal de primeira ou segunda linha foram: paclitaxel (n = 5, 38%), gemcitabina com cisplatina (n = 3, 23%) paclitaxel, carboplatina (n = 3, 23%), capecitabina (n = 1, 8%) e fluorouracil acrescido de epirrubicina e ciclofosfamida (n = 1, 8%).
Grfico 1 Protocolos Realizados
Protocolos Realizados Coleta de dados 100% 38% 23% 23% 8% 8%
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Tabela 2 Comparao da utilizao de recursos atravs da durao do tratamento Fulvestranto n = 12 Quimioterapia n = 13 Ciclos 7,6 5,8 Acompanhamento Oncologista 6,17 3,72 4,69 1,77 Acompanhamento Outros Especialistas 0,25 0,60 0,46 1,08 Bioqumica (Sdio, Potssio, Glicose) 0,83 0,99 1,23 1,80 Hemograma 0,92 0,95 1,62 1,39 Uria 0,75 0,83 1,0 1,84 Creatinina 0,75 0,83 1,0 1,84 CA 15-3 1,58 1,38 0,69 0,91 Radiografia de Trax 0,58 0,86 0,46 0,63 Tomografia de Trax 0,17 0,37 0,69 0,72 Ultrassonografia Abdominal 0,58 0,76 0,46 0,50 % Bifosfonatos 16,6% 41,6% Infuses de Bifosfonatos 3,0 0,0 6,4 2,8 % Hospitalizao (no UTI) 16,7% 37,3% 30,8% 46,2% Dias de Hospitalizao (no UTI) 6,5 3,5 13,25 5,36
Uso direto de recursos dos custos mdicos na populao do estudo.
Os custos estimados por tratamento, por doente e por ciclo para cada grupo esto apresentados no Grfico 2, Grfico 3 e Anexo 18. O custo mdio do tratamento de quimioterapia dentro da populao foi maior em comparao com o custo mdio para pacientes tratados com fulvestranto. O custo mdio de tratamento por paciente foi de R$16,679 (USD $11,914) para a paciente em fulvestranto e R$ 32,946 (USD $ 23,533) para as pacientes em quimioterapia. O custo mdio por ciclo foi de R$ 2.199 (USD $ 1,571) e R$ 5,710 (USD $4,079) para fulvestranto e quimioterapia, resultando em R$ 3,511 (USD $ 2,508) de custo incremental por ciclo. Os medicamentos foram os maiores contribuintes para o custo total em ambos os grupos, correspondendo a 97% e 92% dos custos totais por ciclo no grupo fulvestranto e quimioterapia, respectivamente.
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Grfico 2 - Comparao dos custos estimados por tratamento
Grfico 3 Resultados de Fulvestranto X Quimioterapia
35
6. ANLISE ESTATSTICA
Estatstica descritiva foi utilizada para reportar as freqncias absolutas e relativas, como por exemplo, as caractersticas demogrficas das pacientes, tipo de tratamento e sua durao. Para variveis contnuas, a medida de tendncia central utilizada foi mdia com respectivos desvios- padro. O tempo entre o diagnstico primrio de cncer de mama e a data de recorrncia para doena metasttica foi calculado tambm como mdia (e desvio-padro). Ainda que esta varivel seja do tipo tempo-para-o-evento, nossa populao era composta de mulheres com doena metasttica, no havendo, portanto, dados censurados para este tempo, pois possumos todas as datas para calcular o tempo at recorrncia. Desta forma, consideramos adequado calcular a mdia. O custo por paciente foi tratado como varivel contnua e reportado como mdia e respectivos desvio-padro, separadamente por grupo fulvestrano e quimioterapia. Devido natureza descritiva do trabalho e sua pequena amostra, inferncias estatsticas no foram realizadas.
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7. DISCUSSO
Este estudo utilizou anlise retrospectiva de pronturios para a estimativa de uso direto dos recursos mdicos e custos do tratamento. Os custos mdicos diretos e utilizao de recursos foram maiores para o tratamento de quimioterapia, quando comparado ao tratamento com fulvestranto. Os medicamentos foram os maiores contribuintes para o custo global. A nosso conhecimento, no h estudos recentes que tenham investigado custos do tratamento em relao terapia hormonal ou quimioterapia em pacientes com cncer de mama RH + no Brasil. Anlises de custo-eficcia neste ambiente no so viveis, uma vez que os dados de eficcia comparativa ou mesmo comparaes indiretas no esto disponveis. Parece lgico, porque as evidncias atuais disponveis do sustentao ao uso da terapia hormonal seqencial para pacientes sem crise visceral, devido eficcia demonstrada e perfil de toxicidade mais favorveis de hormonioterapia nessa populao - como indicado pela nossa reviso de literatura. Dois estudos europeus recentemente analisaram o custo-utilidade de fulvestranto como tratamento sequencial para o CMA. (19;44) Ambos os estudos compararam os custos e BC (em termos de QALY) de tratamento seqencial com e sem fulvestranto, ou seja, as anlises econmicas que visem a investigar se uma etapa de tratamento adicional com fulvestranto em uma sequncia de tratamentos hormonais para a CMA, e o adiamento resultante de posterior quimioterapia, uma opo rentvel neste cenrio. No estudo britnico a relao contendo tratamento sequencial com fulvestranto omitindo nas segunda e terceira linha e o estudo alemo focados em fulvestranto como segunda linha encontraram um cenrio favorvel ao fulvestranto como tratamento de terceira linha e segunda linha no Reino Unido e Alemanha, respectivamente. Em termos de limitaes em nosso estudo, lembramos que estudos retrospectivos esto propensos a certo grau de parcialidade. Revises de 37
pronturios dependem de quo detalhados os registros mdicos so na prtica clnica diria e alguns recursos realmente utilizados poderiam no ser identificados em estudos como o nosso. Essa situao tenderia a subestimar o custo direto mdico em ambos os grupos. Se julgarmos que com quimioterapia pacientes tratados so mais susceptveis de consumir uma quantidade maior de recursos devido toxicidade, por exemplo, poderamos considerar que esta fonte tem um potencial vis para subestimar o custo incremental. Outra limitao o pequeno tamanho da amostra. O fulvestranto no oficialmente coberto pelo Sistema nico de Sade e a sua disponibilidade depende de iniciativas locais, sendo a amostra restrita ao nmero de pacientes que receberam fulvestranto em nossa realidade. As particularidades de cada sistema de sade podem afetar o gerenciamento de dados, de utilizao de recursos locais e estudos de custo. Fatores scio-econmicos e fatores relacionados aos padres de tratamento local que influenciam a utilizao de recursos mdicos diretos e os custos podem ser diferentes em outros cenrios.
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8. CONCLUSES
Cerca de 70% dos casos de CMA nas pacientes menopusicas so RH+ acreditamos que muitas destas pacientes se beneficiariam com o uso de hormonioterapia sequencial ao invs de quimioterapia sem dvida com incremento da qualidade de vida, levando-se em considerao a toxicidade clinica e hematolgicas dos agentes citotxicos nem sempre seguido de BC ou aumento de sobrevida,isto se considerarmos o aspecto clinico do tratamento. Devido natureza descritiva do nosso trabalho e sua pequena amostra, inferncias estatsticas no foram realizadas mas acreditamos que estudos prospectivos demonstraram o impacto econmico para o SUS diminuindo os custos diretos no tratamento do CMA. Nossos resultados indicam que a utilizao de hormonioterapia com fulvestranto pode ser economicamente adequada em pacientes com cncer de mama avanado com RH + que falharam a pelo menos uma linha anterior de hormonioterapia. Futuras pesquisas poderiam validar estes resultados em outros contextos, mas consideramos que as nossas estimativas refletem o mundo real prtica clnica no Brasil.
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45
10. ANEXOS
Anexo 1: Dados Gerais Das Pacientes ......................................................... 46 Anexo 2: Esquema De Quimioterapia ........................................................... 47 Anexo 3: Custo Diretos Com Exames De Sangue ........................................ 48 Anexo 4: Exames De Imagem ...................................................................... 49 Anexo 5: Custos De Medicamentos .............................................................. 50 Anexo 6: Preos Genricos .......................................................................... 51 Anexo 7: Custo Por Miligramagem ............................................................... 52 Anexo 8: Custo De Procedimentos ............................................................... 53 Anexo 9: Custo De Internao ...................................................................... 54 Anexo 10: Custo De Medicamento Por Paciente .......................................... 55 Anexo 11: Custo De Pr Quimioterapia e Materiais ................................... 56 Anexo 12: Custo De Pr Quimioterapia e Materiais Fuveltranto ................ 56 Anexo 13: Custo De Pr Quimioterapia e Materiais - Fec ........................ 57 Anexo 14: Custo De Pr Quimioterapia e Materiais / Gencitabina + Cisplatina. ..................................................................................................... 58 Anexo 15: Custo De Pr Quimioterapia e Materiais / Paclitaxel. .............. 59 Anexo 16: Custo De Pr Quimioterapia e Materiais / Paclitaxel + Carboplatina.................................................................................................. 60 Anexo 17: Custos Mdios ............................................................................. 61 Anexo 18: Resultados ................................................................................... 62 Anexo 19: Custo Fulvestranto por Miligramagem ......................................... 64 Anexo 20: Custo Incremental ........................................................................ 64 Anexo 21: Carta de Cincia da Comisso de tica para Anlise de Projetos de Pesquisa Cappesq ................................................................................ 65 Anexo 22: Carta de Aprovao do Estudo emitida pelo Comit de tica em Pesquisa do Centro de Referncia da Sade da Mulher .............................. 66 Anexo 23: Carta de Aprovao do Estudo emitida pelo Comit de tica em Pesquisa do Centro de Referncia da Sade da Mulher .............................. 67 46
ANEXO-1 DADOS GERAIS DAS PACIENTES
sujeitos Data de Nascimento Data da Falha Tempo entre diagnstico inicial e metstase Tempo entre diagnstico inicial e falha Tempo entre diagnstico de metstase e a falha Stios de metstase na falha 1 04/04/1933 16/01/2008 7,01 16,05 9,05 Ossos, Pulmo 2 01/04/1956 08/08/2006 4,67 9,69 5,02 Partes Moles, Pulmo 3 20/10/1922 05/07/2007 4,76 7,21 2,45 Ossos, Partes Moles 4 24/11/1918 18/10/2006 1,42 2,97 1,56 Ossos, Pulmo 5_QT 12/04/1945 04/05/2007 0,16 4,09 3,94 Pleura 6_HT 12/04/1945 17/12/2007 0,16 4,72 4,56 Pleura 7 27/03/1960 26/04/2007 0,88 3,11 2,23 Ossos, Pulmo 8 15/05/1932 24/04/2008 0,00 4,75 4,75 Ossos 9 27/01/1942 13/03/2007 3,02 3,03 0,01 Partes Moles 10 16/10/1943 13/10/2006 5,99 12,17 6,18 Ossos 11_HT 27/05/1958 02/05/2006 7,33 7,33 0,00 Fgado 12_QT 27/05/1958 10/10/2006 7,33 7,77 0,44 Fgado 13 n/d 06/12/2005 6,81 6,81 0,00 Ossos 14 10/08/1938 29/06/2006 5,01 5,26 0,25 Pulmo 15_QT 08/02/1943 09/11/2006 3,37 3,90 0,53 Ossos, Pleura, Fgado 16 04/01/1926 16/02/2007 1,68 3,08 1,39 Ossos, Partes Moles 17 09/11/1964 27/04/2006 4,38 4,38 0,00 Partes Moles 18 02/04/1935 31/08/2006 2,08 2,63 0,54 Ossos, Pulmo 19 01/07/1929 11/09/2006 7,97 7,97 0,00 Pleura, Partes Moles 20 01/06/1938 04/09/2007 3,31 3,49 0,18 Ossos, Pulmo 21_QT 03/08/1948 17/07/2007 5,46 11,20 5,74 Ossos, Pulmo 22_HT 08/02/1943 10/07/2007 3,37 4,57 1,20 Ossos, Pleura, Fgado 23 11/08/1930 27/10/2006 11,47 11,47 0,00 Partes Moles 24_HT 03/08/1948 17/07/2007 5,46 11,20 5,74 Ossos, Pulmo 25 29/01/1939 06/11/2006 4,59 10,77 6,18 Ossos 47
ANEXO-8 CUSTOS PROCEDIMENTOS Procedimentos Custo por unidade Fonte Observao Descrio Bioq R$ 5,55 SIGTAP dez/08 DOSAGEM DE GLICOSE + DOSAGEM DE SODIO + DOSAGEM DE POTASSIO Hemog R$ 4,11 SIGTAP dez/08 HEMOGRAMA COMPLETO Prova Cruzada R$ 17,04 SIGTAP dez/08 EXAMES PRE-TRANSFUSIONAIS I Hepato R$ 11,55 SIGTAP dez/08 DOSAGEM DE TRANSAMINASE GLUTAMICO-PIRUVICA (TGP) + DOSAGEM DE TRANSAMINASE GLUTAMICO-OXALACETICA (TGO) + DOSAGEM DE GAMA-GLUTAMIL-TRANSFERASE (GAMA GT) + DOSAGEM DE FOSFATASE ALCALINA + DOSAGEM DE BILIRRUBINA TOTAIS E FRACOES Ur/Creat R$ 3,70 SIGTAP dez/08 DOSAGEM DE UREIA + DOSAGEM DE CREATININA CA 15.3 R$ - SIGTAP dez/08 No disponvel na Tabela SUS CEA R$ 13,35 SIGTAP dez/08 PESQUISA DE ANTGENO CARCINOEMBRIONARIO (CEA) DHL R$ 3,68 SIGTAP dez/08 DOSAGEM DE DESIDROGENASE LATICA IHC R$ 92,00 SIGTAP dez/08 IMUNOHISTOQUIMICA DE NEOPLASIAS MALIGNAS (POR MARCADOR) CO R$ 145,36 SIGTAP dez/08 CINTILOGRAFIA DE OSSOS C/ OU S/ FLUXO SANGUINEO (CORPO INTEIRO) Mamog R$ 45,00 SIGTAP dez/08 MAMOGRAFIA BILATERAL Rx Tx R$ 9,50 SIGTAP dez/08 RADIOGRAFIA DE TORAX (PA E PERFIL) TC Tx R$ 136,41 SIGTAP dez/08 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE TORAX TC Abdomen R$ 138,63 SIGTAP dez/08 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOMEN SUPERIOR USG Mama R$ 24,20 SIGTAP dez/08 ULTRA-SONOGRAFIA MAMARIA BILATERAL USG Abd R$ 37,95 SIGTAP dez/08 ULTRA-SONOGRAFIA DE ABDOMEN TOTAL USG Transv R$ 24,20 SIGTAP dez/08 ULTRA-SONOGRAFIA TRANSVAGINAL Consultas Onco R$ 10,00 SIGTAP dez/08 CONSULTA MEDICA EM ATENCAO ESPECIALIZADA Consultas Outro R$ 10,00 SIGTAP dez/08 CONSULTA MEDICA EM ATENCAO ESPECIALIZADA Colocao de Port R$ 428,64 SIGTAP dez/08 COLOCACAO DE CATETER TOTALMENTE / SEMI IMPLANTAVEL + CATETER P/ ACESSO VENOSO TOTALMENTE / SEMI IMPLANTAVEL Coagulograma R$ 11,23 SIGTAP dez/08 DETERMINACAO DE TEMPO E ATIVIDADE DA PROTROMBINA (TAP) + DETERMINAAO DE TEMPO DE COAGULACAO + DETERMINACAO DE TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA USG Axila R$ 24,20 SIGTAP dez/08 ULTRA-SONOGRAFIA DE ARTICULACAO Urina (EAS) R$ 3,70 SIGTAP dez/08 ANALISE DE CARACTERES FISICOS, ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS USG MMII R$ 39,60 SIGTAP dez/08 ULTRA-SONOGRAFIA DOPPLER COLORIDO DE VASOS (ATE 3 VASOS) Ecocardiograma R$ 39,94 SIGTAP dez/08 ECOCARDIOGRAFIA TRANSTORACICA Rx Bacia R$ 7,77 SIGTAP dez/08 RADIOGRAFIA DE BACIA USG FSC R$ 24,20 SIGTAP dez/08 ULTRA-SONOGRAFIA DE TORAX USG Pescoo R$ 24,20 SIGTAP dez/08 ULTRA-SONOGRAFIA DE TORAX EDA R$ 48,16 SIGTA P dez/08 ESOFAGOGASTRODUODENOSCOPIA
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ANEXO-9 CUSTO INTERNACAO Motivo Dias Valor Fonte Observao Desconhecido 10 R$ 407,56 SIGTAP INTERCORRENCIAS CLINICAS DO PACIENTE ONCOLOGICO + PERMANENCIA A MAIOR (2) TVP + Queda do Estado Geral 14 R$ 487,80 SIGTAP INTERCORRENCIAS CLINICAS DO PACIENTE ONCOLOGICO + PERMANENCIA A MAIOR (4) Crise hipertensiva 21 R$ 490,57 SIGTAP TRATAMENTO DA CRISE HIPERTENSIVA + PERMANENCIA A MAIOR (15) Pleurodese 12 R$ 1.003,79 SIGTAP PLEURODESE Controle da Dor 6 R$ 367,44 SIGTAP INTERCORRENCIAS CLINICAS DO PACIENTE ONCOLOGICO Queda do Estado Geral 3 R$ 367,44 SIGTAP INTERCORRENCIAS CLINICAS DO PACIENTE ONCOLOGICO
ANEXO-20 CUSTO INCREMENTAL Custos Fulvestranto Quimioterapia Custo Incremental Custo por paciente - Geral R$ 16.679,21 R$ 40.736,10 -R$ 24.056,89 Custo por paciente - Medicamentos R$ 16.155,69 R$ 38.511,52 -R$ 22.355,84 Custo por ciclo - Geral R$ 2.199,46 R$ 6.546,87 -R$ 4.347,42 Custo por ciclo - Medicamentos R$ 2.130,42 R$ 6.189,35 -R$ 4.058,93 Custo por ciclo - Bifosfonatos/ analgsicos R$ 32,60 R$ 139,54 -R$ 106,94 Custo por ciclo - Exames / pacientes R$ 19,20 R$ 53,27 -R$ 34,06 Custo por ciclo - Consultas R$ 8,46 R$ 7,58 R$ 0,88 Custo por ciclo - Internaes R$ 8,52 R$ 27,61 -R$ 19,09 Custo por ciclo - Pr QT e materiais R$ 0,25 R$ 129,52 -R$ 129,27 Impacto da incluso do Fulvestranto -R$ 240.568,94
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ANEXO - 21 CARTA DE APROVAO DA COMISSO DE TICA PARA ANLISE DE PROJETOS DE PESQUISA HOSPITAL DAS CLNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO
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ANEXO - 22 CARTA DE APROVAO DO COMIT DE TICA EM PESQUISA DO CENTRO DE REFERNCIA DA SADE DA MULHER
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ANEXO- 23 CARTA DE APROVAO DO COMIT DE TICA EM PESQUISA DO CENTRO DE REFERNCIA DA SADE DA MULHER