1. O documento discute as tendências de consumo de GLP no Brasil, analisando sua importância na matriz energética e logística de distribuição no país.
2. Atualmente, o GLP é amplamente utilizado em residências, indústrias, comércio e agricultura no Brasil, mas existem barreiras legais que restringem seu uso em novos setores como transporte.
3. Com o aumento previsto da produção nacional de petróleo e gás natural, o Brasil poderá gerar excedentes de GLP, o que
1. O documento discute as tendências de consumo de GLP no Brasil, analisando sua importância na matriz energética e logística de distribuição no país.
2. Atualmente, o GLP é amplamente utilizado em residências, indústrias, comércio e agricultura no Brasil, mas existem barreiras legais que restringem seu uso em novos setores como transporte.
3. Com o aumento previsto da produção nacional de petróleo e gás natural, o Brasil poderá gerar excedentes de GLP, o que
Título original
Novas Tendencias de Consumo de Glp Gas Liquefeito de Petroleo No Brasil
1. O documento discute as tendências de consumo de GLP no Brasil, analisando sua importância na matriz energética e logística de distribuição no país.
2. Atualmente, o GLP é amplamente utilizado em residências, indústrias, comércio e agricultura no Brasil, mas existem barreiras legais que restringem seu uso em novos setores como transporte.
3. Com o aumento previsto da produção nacional de petróleo e gás natural, o Brasil poderá gerar excedentes de GLP, o que
1. O documento discute as tendências de consumo de GLP no Brasil, analisando sua importância na matriz energética e logística de distribuição no país.
2. Atualmente, o GLP é amplamente utilizado em residências, indústrias, comércio e agricultura no Brasil, mas existem barreiras legais que restringem seu uso em novos setores como transporte.
3. Com o aumento previsto da produção nacional de petróleo e gás natural, o Brasil poderá gerar excedentes de GLP, o que
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CENTRO UNIVERSITRIO DO INSTITUTO MAU DE TECNOLOGIA
NOVAS TENDNCIAS DE CONSUMO DE GLP GS LIQUEFEITO DE
PETRLEO NO BRASIL
So Caetano do Sul
2012 2
ANTONIO CARLOS MAGALHES MOURA
NOVAS TENDNCIAS DE CONSUMO DE GLP GS LIQUEFEITO DE PETRLEO NO BRASIL
Monografia apresentada ao curso de Ps-graduao em Engenharia e Negcios de Gs e Petrleo, da Escola de Engenharia Mau do Centro Universitrio do Instituto Mau de Tecnologia para obteno do ttulo de Especialista.
Orientador: Prof. Edmilson Moutinho dos Santos, Ph.D.
3
Moura, Antonio Carlos Magalhes Novas tendncias de consumo de GLP Gs Liquefeito de Petrleo no Brasil / Antonio Carlos Magalhes Moura. So Caetano do Sul, SP: CEUN-CECEA, 2012. 47p.
Monografia MBA em Engenharia e Negcios de Gs e Petrleo. Centro Universitrio do Instituto Mau de Tecnologia, So Caetano do Sul, SP, 2012. Orientador: Prof. Edmilson Moutinho dos Santos, Ph.D
1. Consumo 2. GLP 3. Distribuio I. Moura, Antonio Carlos Magalhes. II. Instituto Mau de Tecnologia. Centro Universitrio. Centro de Educao Continuada. III. Ttulo.
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Resumo
Ao longo dos ltimos anos, o Brasil tem reduzido sua dependncia das importaes de GLP Gs Liquefeito de Petrleo, tambm denominado de Gs LP. Aps as descobertas das reservas petrolferas do pr-sal, as estimativas da Petrobras, ANP e Empresa de Pesquisa Energtica indicam que ao longo dos prximos anos, o pas poder gerar um excedente de produo desse energtico. O objetivo deste trabalho questionar as ainda existentes barreiras legais de consumo de Gs LP impostas pela legislao. Prope-se que cabe ao mercado regular a competio entre os energticos que sero consumidos. Com isso, abre- se a possibilidade de utilizao do Gs LP em novos consumos, a exemplo dos fins automotivos (em frota de nibus, txis, caminhes e outros). A metodologia adotada foi pesquisa das informaes de mercado, atravs do levantamento de dados por meio de Internet, revistas especializadas, Distribuidoras de GLP, rgos do Governo Federal, Associaes Empresariais, entre outras fontes.
Over the past few years, Brazil has reduced its dependence on imported LPG - Liquefied Petroleum Gas, also known as LP Gas. After discoveries of oil reserves in the subsalt, the estimates of Petrobras, ANP and Energy Research Company indicates that over the next years, the country could generate a surplus of LPG energy. The objective of this work is to question the remaining legal barriers of LP Gas consumption imposed by legislation. It is proposed that the market should be responsible for regulate the competition among different types of energy consumed. This opens up the possibility of using LP Gas consumption in new markets, like automotive purposes ( fleet of buses, taxis, trucks and other). The methodology adopted was a market survey through data collection on the Internet, magazines, Distributors of LPG, Federal Government Agencies, Business Associations, among other sources.
Keywords:
Petroleum Distribution Supply Chain Transport LPG Natural Gas.
6 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas AIGLP Associacion Iberoamericana de Gas Licuado de Petrleo BEN Balano Energtico Nacional COMPERJ Complexo Petroqumico do Rio de Janeiro ANP Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis EPE Empresa de Pesquisa Energtica MME Ministrio das Minas e Energia SINDIGS Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP GLP Gs Liquefeito de Petrleo WLPGA Word LP Gas Association UPGN Unidade de Processamento de Gs Natural RPCC Refinaria Potiguar Clara Camaro RNEST Refinaria Abreu e Lima SINDICOM Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustveis e Lubrificantes ABEGS Associao Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gs Canalizado TKU Toneladas por Quilmetros teis UNICA Unio da Indstria de Cana de Acar ABAS Associao Brasileira de Aerossis e Saneantes Domissanitrios IBP Instituto Brasileiro do Petrleo, Gs e Biocombustveis DENATRAN Departamento Nacional de Trnsito
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SUMRIO
1 A INDSTRIA DO GLP ............................................................................................... 8 1.1 USOS POSSVEIS DO GLP EM DIFERENTES SETORES ........................................... 10 1.1.1 USO EM RESIDNCIAS .................................................................................. 10 1.1.2 - USO EM INDSTRIAS ..................................................................................... 11 1.1.3 USO EM SERVIOS E COMRCIO .................................................................. 12 1.1.4 USO NA AGRICULTURA ................................................................................ 12 1.2 CARACTERIZAO DO MERCADO DE GLP NO BRASIL .................................. 13 2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 14 3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 14 4 A LOGSTICA DE DISTRIBUIO DO GLP NO BRASIL ........................................ 15 4.1 REFINARIAS DE PETRLEO E CENTRAIS PETROQUMICAS ................................ 16 4.2 UNIDADES PROCESSADORAS DE GS NATURAL UPGNs ................................. 19 4.3 BASES DE DISTRIBUIO E MODAIS DE TRANSPORTE QUE AS INTERLIGAM ... 20 5 A IMPORTNCIA DO GLP NA MATRIZ ENERGTICA BRASILEIRA .................... 21 6 RESTRIES DE CONSUMO DE GLP .................................................................... 27 7 O AUMENTO PREVISTO DA PRODUO NACIONAL DE PETRLEO E GS NATURAL ....................................................................................................................... 29 8 O AUMENTO DA PRODUO DE GLP ................................................................... 33 9 OS CENRIOS PREVISTOS PARA O GLP NOVOS CONSUMOS ....................... 34 10 CONCLUSES........................................................................................................ 38 11 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................ 44
8 1 A INDSTRIA DO GLP
Dentro da indstria petrolfera mundial, temos uma srie de derivados de petrleo que so refinados, cada um com a sua importncia para a matriz energtica. Entre eles destaca-se o Gs LP Gs Liquefeito de Petrleo, que, no Brasil, popularmente conhecido como Gs de Cozinha 1 .
O GLP um dos subprodutos resultante do refino do petrleo, sendo predominantemente composto da mistura de dois hidrocarbonetos, Propano (C 3 H 8 ) e Butano (C 4 H 10 ). Quando mantido sob presso, encontra-se no estado lquido, e relativamente estvel. Isso facilita sua armazenagem e utilizao em diferentes setores e usos finais.
Figura 1 Cadeia Qumica do GLP
Fonte: RIBEIRO (2006) Novos Combustveis
O GLP participa da matriz energtica brasileira com 3,2% do consumo total (BEN 2011). A participao do Gs LP no consumo energtico residencial muito maior, da ordem de 26,6%, promovendo o progresso e a integrao social em todas as regies do pas. De acordo com o SINDIGS (2011), mais de 95% da populao brasileira utiliza o GLP, o que lhe confere uma penetrao nos lares ainda maior que a luz eltrica e gua encanada. Por suas caractersticas de portabilidade e armazenamento, o GLP no possui limites de
1 A expresso Gs LP recente no jargo comercial da indstria, substituindo o termo GLP. A rigor, no Brasil como em outros pases, o Gs LP que sai das refinarias tem especificaes variveis e pode-se falar de Gases LP. Essa diversidade no ser tratada neste trabalho, e Gs LP (ou GLP) ser o termo genrico utilizado.
9 utilizao geogrfica, atendendo 100% dos municpios em todo territrio nacional. O mercado brasileiro de GLP conta com uma ampla rede de distribuidores e milhares de pontos-de-venda espalhados por todo pas, atendendo aproximadamente 53 milhes de lares e gerando cerca de 350 mil empregos diretos e indiretos.
O GLP pode ser utilizado em residncias, comrcio, indstrias, transportes e no agronegcio. Em substituio lenha, querosene e leo combustvel, o GLP desempenha um importante papel na preservao ambiental, pois se trata de um combustvel de elevado rendimento energtico e possui uma combusto muito eficiente, que no produz resduos txicos, contribuindo para o progresso socioeconmico e desenvolvimento sustentvel do pas.
O Brasil o quinto maior mercado consumidor de GLP do mundo, atrs somente de EUA, Japo, China e Mxico, com um consumo anual em 2010 de 7 milhes de toneladas, de acordo com dados do MME Ministrio das Minas e Energia. Na Amrica Latina, o Brasil se destaca como o segundo maior consumidor de GLP, tendo apenas o Mxico com um consumo superior, que ficou em 9 milhes de toneladas, segundo WLPGA, conforme demonstrado pelo grfico 1:
Grfico 1 Demanda de GLP Amrica Latina
Fonte: Statiscal Review of Global LP Gas, 2011, WLPGA
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1.1 USOS POSSVEIS DO GLP EM DIFERENTES SETORES
As aplicaes do uso do GLP no Brasil so as mais amplas possveis. Nos principais setores de consumo da energia, caracterizados a seguir, identificam-se usos finais que podem ser atendidos com o Gs LP.
1.1.1 USO EM RESIDNCIAS
Figura 2 Aplicao do GLP em Residncias
Fonte: Liquigs
1. Aquecimento de Ambientes (Calefao)
O GLP pode ser utilizado para o aquecimento de ambientes. Alm de possuir uma liberao uniforme de calor, um produto extremamente seguro e limpo.
2. Aquecimento de gua
Trata-se sem dvida do mtodo com melhor relao custo x benefcio. Com um investimento relativamente baixo, o consumidor tem a garantia de fornecimento de gua quente em grande quantidade. Com relao aos chuveiros eltricos, representa uma economia de aproximadamente 40%.
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3. Coco de Alimentos
No Brasil a utilizao mais conhecida para o GLP. Normalmente por ter uma chama constante mantm a temperatura no interior da panela sempre a mesma e por ter uma queima limpa no interfere no sabor dos alimentos.
4. Aquecendo reas Externas
Trata-se de uma utilizao em que o calor da chama direcionado para o ambiente.
5. Churrasqueiras
Pode-se utilizar o GLP em churrasqueiras, evitando assim o uso do carvo vegetal, com menor degradao dos recursos ambientais.
6. Secadora de Roupas
Encontramos no mercado diversos eletrodomsticos linha branca (secadoras de roupas, geladeiras, etc.) que so movidos a GLP.
1.1.2 - USO EM INDSTRIAS
Siderrgicas: aquecimento de fornos. Cermicas e Fundies: queima do material e secagem para reduo de umidade. Indstria de Papel e Celulose: secagem do papel. Indstria de Vidro: moldagem do material, solda e acabamento. Indstria Automotiva: secagem da tinta na pintura. Indstria Txtil: secagem de tecidos e fixao. Indstria Grfica: secagem do papel em mquinas rotativas. Transportes: utilizao como combustvel em empilhadeiras.
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1.1.3 USO EM SERVIOS E COMRCIO
Hospitais: aquecimento de gua, esterilizao de objetos e climatizao. Lavanderias: aquecimento de gua e secagem de roupas. Bares / Restaurantes / Padarias / Hotis / Motis: coco de alimentos, aquecimento de gua e climatizao de ambientes.
1.1.4 USO NA AGRICULTURA
1.1.4.1 Secagem de Gros
A introduo de mtodos mais modernos e eficazes na secagem e armazenamento de gros vem ao encontro das expectativas e necessidades do mercado. Esta tecnologia apresenta inmeras vantagens, e permiti a manuteno da qualidade de sua produo.
As principais vantagens do GLP na secagem de gros:
Reduz em torno de 50% no tempo de secagem dos silos secadores, o que permite antecipar a comercializao e obter um aumento substancial na capacidade de secagem da safra; Reduz os custos de manuteno dos equipamentos; Reduz os custos fixos (mo-de-obra), pois no h necessidade de operadores; Reduz o consumo de energia eltrica; No altera o aroma e sabor do gro (no ocorre impregnao de fuligem). Este fato determinante para as empresas exportadoras; Permite rendimento superior ao processamento da lenha (controle da temperatura do ar de secagem); Necessita de rea de estocagem menor quando comparada lenha e ao leo; Mantm a qualidade do gro, permitindo uma porcentagem maior de gros inteiros; Provm maior segurana no processo, pois no h possibilidade da entrada de fagulhas no silo secadores. 13
1.1.4.2 Torrefao de Gros: queima de sementes.
1.1.4.3 Avicultura: aquecimento de pintos em granjas com o objetivo de acelerar o crescimento.
1.1.4.4 Horticultura: aquecimento de estufas
1.2 CARACTERIZAO DO MERCADO DE GLP NO BRASIL
A utilizao do GLP de grande importncia para a economia de um pas. O energtico pode encontrar ampla utilizao para o Brasil. O GLP tem uma vantagem competitiva em relao a outros energticos, a exemplo do Gs Natural, haja vista a capilaridade na distribuio do produto, propiciada pela estrutura logstica existente e pela facilidade de transporte do produto.
Apesar desse potencial, o mercado de GLP no Brasil ainda restrito, estando na ordem de 7 milhes de toneladas / ano. O setor residencial o principal responsvel pelo consumo final energtico do GLP (cerca de 80% em 2008), sendo influenciado pelo nmero de domiclios, proporo de domiclios com uso preponderante de GLP, nmero de domiclios novos com consumo de Gs Natural e consumo especfico de GLP por domiclio.
Conforme dados do Balano Energtico Nacional, em 2008, os outros setores de atividade (industrial e comercial) representaram, juntos, aproximadamente 20% do consumo final energtico de GLP (EPE 2010).
O uso do Gs LP bastante diversificado no Brasil, entretanto, um dos usos ainda no explorado o relativo para fins automotivos, conforme utilizao nos EUA, Itlia, Turquia, Austrlia, Coria do Sul e Frana, que o adotam em frotas de nibus, txis, caminhes, tratores e automveis de passeios, onde existem mais de 11 milhes de veculos de pequeno e mdio porte operando com esse combustvel (SINDIGS, 2011). 14
2 JUSTIFICATIVA Desenvolver um estudo da ampliao do consumo do GLP Gs Liquefeito de Petrleo no Brasil em funo do aumento da oferta do produto previsto com a explorao das reservas do Pr-Sal. Propiciar um estudo de cenrios simplificado sobre as novas tendncias de oferta e as disponibilidades para ampliao de consumo. Com o advento da descoberta e explorao das reservas de petrleo da chamada rea do Pr-Sal, estima-se que haver um aumento substancial das reservas explotveis de petrleo e gs natural no Brasil. Enquanto produto associado tanto ao leo bruto como ao gs natural bruto, pode-se estimar, igualmente, uma expanso da disponibilidade de GLP Gs Liquefeito de Petrleo no pas. No Brasil, o consumo de GLP predominantemente para a coco de alimentos. Trata-se de um processo histrico decorrente de polticas energticas adotadas no passado, j que o Brasil tem um histrico de importaes do produto. H alguns usos comerciais e industriais, porm, de acordo com a legislao brasileira vigente, ainda existem barreiras legais de consumo. O aumento da oferta de GLP no Brasil far com que as barreiras legais estabelecidas, e hoje regulamentadas pela ANP Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis, possam tornar-se menos severas. No entanto, h, todavia, grandes incertezas em relao disponibilidade futura de GLP e tais incertezas dificultam os debates em relao a eventuais ampliaes de consumo. Este trabalho procurar desenvolver uma modelagem simplificada das relaes de oferta e demanda de GLP no Brasil, assumindo-se alguns cenrios de evoluo da explorao do pr-sal.
3 METODOLOGIA Para a elaborao deste trabalho, a metodologia adotada foi a pesquisa das informaes de mercado, atravs do levantamento de dados por meio de Internet, revistas especializadas, 15 Distribuidoras de GLP, rgos do Governo Federal, Associaes Empresariais, entre outras, alm das fontes bibliogrficas pertinentes ao tema da pesquisa. Os dados foram tabulados e narrados ao longo do trabalho, procurando identificar a infra- estrutura logstica existente no Brasil para a distribuio de GLP Gs Liquefeito de Petrleo, e de que forma o aumento da produo de petrleo e gs natural, motivados pela explorao das reservas do pr-sal, aliado a queda das barreiras de consumo impostas pelo Governo Federal, atravs da ANP, permitiro o crescimento do consumo do GLP, bem como, a criao de novos consumos para o energtico.
4 A LOGSTICA DE DISTRIBUIO DO GLP NO BRASIL
A indstria brasileira do GLP tem no sistema de distribuio logstica o seu principal trunfo no mercado, gerando economicidade e competitividade, servindo de referncia para outros segmentos de mercado e at para operadores de outros pases, segundo o SINDIGS. Dentro dessa lgica de distribuio, o GLP chega a mais de 53 milhes de residncias atravs de embalagens de que variam de 5 kg a 13 kg, alm de milhares de consumidores industriais atravs da entrega a granel, bem como em mais de 37.000 revendas cadastradas e autorizadas a funcionar pela ANP, espalhadas em todo o territrio nacional.
Figura 3 Supply Chain do GLP
Fonte: Sindigs 16
Para melhor entendermos a infraestrutura da indstria de petrleo, cujo GLP um dos produtos, vamos separar em:
Refinarias de Petrleo e Centrais Petroqumicas; Unidades Processadoras de Gs Natural UPGNs; Bases de Distribuio e Modos de Transporte que as interligam.
4.1 REFINARIAS DE PETRLEO E CENTRAIS PETROQUMICAS
Considerando que o setor de petrleo estratgico para o pas, a Petrobras quem detm a maior infraestrutura do mercado, tanto em termos de Refinarias, UPGNs, quanto em termos de malha dutoviria e porturia. A partir de 06 de agosto de 1997, iniciou uma nova era na indstria de petrleo no Brasil atravs da aprovao da Lei 9.478 (Lei do Petrleo). O monoplio da Petrobras terminava e era criada a Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP).
Entre os setores de infraestrutura no Brasil, a indstria de petrleo aquela que se organizou e se desenvolveu ao redor de uma nica empresa. A ANP veio iniciar um novo processo para a efetiva flexibilizao do monoplio anteriormente exercido pela Petrobras. Nesse sentido, a ANP possui a tarefa de estabelecer regras que propiciem a criao de um mercado mais competitivo e que, conseqentemente, tragam vantagens para o pas e, principalmente, para os consumidores. Para o pas, estas vantagens poderiam ser traduzidas numa maior arrecadao fiscal e diminuio das importaes de petrleo. Concernente aos consumidores, melhoria na qualidade dos derivados de petrleo e uma poltica de preos que reflita o comportamento do mercado internacional. Portanto, o estabelecimento de um ambiente regulatrio apropriado foi um ponto crucial (ANP).
Isso em parte explica o gigantismo da Petrobras, pois, ao longo dos anos o Governo Federal, na condio de seu acionista majoritrio, investiu maciamente no parque industrial e de refino do pas. Com as novas regras constitucionais, abriu-se espao para a 17 entrada de novas empresas no mercado petrolfero, criando novos investimentos para o pas, com gerao de riqueza e emprego.
Na figura 4, podemos identificar as unidades fabris de derivados de petrleo no Brasil:
Figura 4 Parque de Refino de Petrleo no Brasil
Fonte: Sindicom
A capacidade de refino (envolvendo todos os derivados produzidos) de petrleo das Refinarias instaladas no Brasil a demonstrada na tabela 1:
18 Tabela 1 Capacidade de Refino, segundo as Refinarias 31/12/2010
Se analisarmos o comportamento da produo de GLP nas refinarias brasileiras no perodo de 2001 a 2010, verificaremos que no houve significativos aumentos da produo do energtico, que em 2001 era de 8,753 milhes de m 3 , tendo um pico de produo de 10,728 milhes de m3 em 2005 e ficando em 9,452 milhes de m 3 em 2010, conforme tabela 2:
Tabela 2 Produo de Derivados de Petrleo Energticos e No Energticos 2001 a 2010
Embora tenha havido uma subida e depois diminuio na produo de GLP nas Refinarias de Petrleo, houve a implantao de algumas UPGNs nesse perodo, o que complementou 19 a produo e oferta de GLP, bem como, as importaes do derivado continuaram como fonte suplementar do abastecimento nacional.
4.2 UNIDADES PROCESSADORAS DE GS NATURAL UPGNs
Alm das Refinarias de Petrleo, uma grande fonte de suprimento de GLP so as UPGNs Unidades de Processamento de Gs Natural, que so fbricas do Sistema Petrobras que processam o Gs Natural, transformando uma parcela do mesmo em GLP (Petrobras). Isso significa dizer que podemos ter o GLP derivado do petrleo, e tambm, o GLP derivado do Gs Natural.
Na tabela 3, relacionamos as UPGNs em atividade no Brasil em 2010, bem como sua capacidade de processamento de gs natural no perodo de 2001 a 2010 (ANP, 2011):
Tabela 3 Evoluo da capacidade de processamento de gs natural, segundo unidades produtoras 2001 a 2010
20 4.3 BASES DE DISTRIBUIO E MODAIS DE TRANSPORTE QUE AS INTERLIGAM
Considerando a extenso geogrfica do Brasil, podemos afirmar que o trabalho de disponibilizar o GLP nos locais de armazenamento, denominados bases de distribuio, bem como fazer com que o produto chegue aos consumidores na quantidade e embalagem desejada, uma tarefa rdua. Segundo BALLOU (2001), as decises de transportes podem envolver a seleo de modal, tamanho de carregamento, roteirizao e entrega, e so influenciadas pela distncia dos armazns at os clientes e plantas, os quais influenciam na localizao dos armazns.
Na figura 5, poderemos identificar os municpios onde a indstria de petrleo tem estrutura industrial para distribuio de produtos, e os modos de transportes que as interligam, sejam rodovias, ferrovias, dutovias ou polidutos e hidrovias:
Figura 5 Localizao Geogrfica de Bases de Distribuio de Derivados de Petrleo no Brasil e os Modais de Transporte que as interligam
Fonte: Sindicom 21 Segundo a Petrobras, os oleodutos, gasodutos e polidutos so construdos dentro das normas internacionais mais rigorosas. Em alguns casos as normas so superadas, como nas travessias de zonas urbanas, onde as medidas de segurana so redobradas. Os dutos so construdos com chapas que recebem vrios tratamentos contra corroso e passam por inspees freqentes, por meio de modernos equipamentos e monitoramento distncia. Entre os dispositivos de segurana esto vlvulas de bloqueio, instaladas em vrios intervalos das tubulaes, para impedir a passagem de produtos, em caso de anormalidades, preservando as condies naturais das reas marginais. Com 15,7 mil quilmetros de extenso, a rede de dutos objeto do programa de excelncia ambiental da Petrobras, recebendo investimentos que cobrem a substituio, automao, limpeza e desparafinao, instalao de detectores de vazamento e outras aes preventivas (PETROBRAS 2006).
5 A IMPORTNCIA DO GLP NA MATRIZ ENERGTICA BRASILEIRA
Espera-se inferir neste trabalho, e atravs de modelos estocsticos simples, diferentes cenrios de aumento da produo de GLP, bem como as disponibilidades para expanses dos mercados internos. Tal pesquisa motiva-se no crescimento da explorao das reservas de petrleo e gs natural do Pr-Sal. Deseja-se verificar em quais medidas elas podero ser suficientes para se justificar a extino de barreiras de consumo do GLP. Conforme demonstrado pelo SINDIGS (2011), o mercado brasileiro de GLP cresceu 21% entre 1995 e 2010, o que significa um aumento pouco representativo do consumo do energtico, se comparado a outras fontes. O consumo brasileiro saiu da ordem de 5,7 milhes de toneladas de GLP por ano em 1995, para 6,9 milhes de toneladas em 2010. Ao mesmo tempo, em 1995 a participao do mercado granel era de apenas 15,7% do total geral consumido, ao passo que 2010 essa participao cresceu para 27,5%, conforme tabela abaixo: 22 Grfico 2: Vendas de GLP por Ano 1995 a 2010
Como se pode verificar no grfico das vendas de GLP no perodo de 1995 a 2010, o consumo do mercado envasado ficou flutuando na faixa de 5 milhes de toneladas / ano. A predominncia do consumo do GLP atravs de recipientes transportveis, os chamados botijes, para coco de alimentos. chamado de Mercado Envasado a basicamente a comercializao e atendimento do segmento residencial, cujas vendas so atravs dos botijes com GLP, cujos recipientes podem ter 2 kg, 5 kg, 8 kg, 13 kg, 16 kg, 20 kg, 45 kg ou 90 kg do produto. O consumidor final na aquisio do GLP tem que dispor de um botijo vazio, para destrocar pelo botijo cheio, que reutilizvel (Liquigs 2011).
No Mercado Granel, a venda de GLP saiu de 0,9 milhes de toneladas em 1995 para 1,9 milhes de toneladas em 2010, o que representa mais de 100% de crescimento de sua utilizao. Esse segmento do mercado de GLP atende basicamente os setores comercial e industrial, cujas vendas do GLP se do na forma lquida a granel, que transportado ao cliente atravs de caminhes equipados com tanques denominados vaso de presso, abastecendo seus reservatrios estacionrios, que podem armazenar o GLP em quantidades de 190 kg, 500 kg, 1.000 kg, 2.000 kg, 4.000 kg, 20.000 kg, 60.000 kg, etc. (Liquigs 2011). atravs desse segmento de mercado que as distribuidoras de GLP atendem o 23 mercado de condomnios residenciais, onde a utilizao do GLP para coco de alimentos e aquecimento de gua.
O GLP tem uma representao significativa na Matriz Energtica Brasileira, com uma participao de mercado de 3,4%, significando uma maior representatividade do que o Coque de Carvo Mineral e leo Combustvel (BEN 2011), conforme figura 6:
Figura 6 Matriz Energtica Brasileira 2011 Fontes de Consumo
Fonte: BEN, 2011
24 Na tabela abaixo temos a mesma informao, entretanto, em forma de ranking de consumo e participao na Matriz Energtica Brasileira de 2011:
Tabela 4 Ranking da Matriz Energtica Brasileira 2011 Fontes de Consumo
Fonte: BEN 2011
Com base nas mesmas informaes disponibilizadas no BEN 2011, pode-se verificar que ao longo do perodo de 2001 a 2010 houve uma regresso na participao de mercado do GLP dentro da Matriz Energtica Brasileira, com uma reduo de 4,5% em 2001 para 3,2% em 2010, que em parte pode explicada pela falta de incentivo ao uso do GLP e pelas importaes realizadas no energtico, conforme grfico 3:
25 Grfico 3 Evoluo da Participao do GLP na Matriz Energtica Brasileira 2001 a 2010
Entretanto, quando verificamos a Matriz Energtica Residencial no Brasil, identificamos que o GLP detm 26,6% de participao no consumo, sendo superado pela Lenha e pela Energia Eltrica. O uso de Lenha traz srios problemas de sade para a populao, haja vista a emisso de poluentes em sua queima, e conforme a Organizao Mundial de Sade (OMS), a diminuio do emprego de lenha residencial pela metade, at 2015, geraria uma economia de US$ 91 bilhes nos servios de sade e salvaria anualmente a vida de 1,6 milhes de pessoas no mundo, e no caso especfico do Brasil, essa mesma reduo levaria a uma economia de US$ 500 milhes anuais, alm dos benefcios a sade da populao (SINDIGS). Grfico 4 Matriz Energtica Residencial Brasil
26 Podemos detectar que o consumo residencial de lenha caiu a partir do ano de 2003, quando a represenatao na Matriz Energtica Brasileira era de 38,1%, passando para os atuais 30,7% no final de 2010. O GLP por sua vem mantendo uma certa estabilidade no consumo residencial, situando em 2010 na ordem de 26,6%.
Como potencial substituto da lenha na coco de alimentos, o GLP o energtico com maior adequao, haja vista a cobertura nacional, preo competitivo, segurana e baixa emisso de poluentes, conforme Estudo da BOOZ ALLEN (2007) e demonstrado na tabela 5 Potenciais Substitutos da Lenha, e tabela 6 Eficincia e Emisso de Poluentes:
Tabela 5 Potenciais substitutos da Lenha
Fonte: Booz Allen
Tabela 6 Eficincia (%) e Emisso de Poluentes (g/MJ) para Coco
Fonte: Organizao Mundial da Sade (OMS) Anlise Booz Allen
A indstria do GLP no Brasil extremamente competitiva, uma vez que possvel oferecer inmeras solues de fornecimento do energtico, seja para fins residenciais, comerciais e industriais, mostrando a versatilidade do GLP, com desprezveis emisses de poluentes 27 durante a queima, mostrando-se ser um energtico puro e limpo (SINDIGS, 2012). Abaixo, algumas informaes consolidadas do mercado de distribuio de GLP no Brasil:
23 distribuidoras autorizadas a operar; Mais de 45.000 Revendedores credenciados pela ANP; Consumo anual na faixa de 7 milhes de toneladas; Mais de 100 milhes de botijes P-13 em circulao; Mercado granel com grandes possibilidades de crescimento; 33 milhes de botijes P-13 vendidos mensalmente; 350 mil empregos diretos e indiretos; R$ 19 bilhes de faturamento bruto anual; R$ 4 bilhes de impostos arrecadados anualmente; 5,5 mil municpios atendidos (praticamente 100% do territrio nacional) 53 milhes de lares supridos; 12 botijes de 13 kg vendidos e entregues a cada segundo em todo o Brasil.
6 RESTRIES DE CONSUMO DE GLP
A utilizao de GLP no Brasil como combustvel est ligada histria do dirigvel alemo Graff Zeppelin, que transportava passageiros entre a Europa e Amrica do Sul. Na dcada de 1930, quando essas viagens foram suspensas, um grande estoque de combustvel do Zeppelin, que na poca totaliza 6.000 cilindros de gs Propano estava armazenado no Rio de Janeiro e Recife. Ali nasceu a indstria de distribuio de GLP no Brasil, segundo o SINDIGS (2008).
O mercado comeou a ser desenvolvido, onde naquele tempo, a maior parte da populao fazia a coco de alimentos atravs de foges lenha. O GLP comeou a ser importado dos Estados Unidos, embora o consumo ainda fosse insignificante. Algum tempo depois, durante a 2. Guerra Mundial, as importaes foram suspensas. Quando terminou o conflito, o mercado comeou a se expandir, comearam a fabricao de botijes e a importao do GLP a granel tornou-se possvel com investimentos em navios-tanque e em terminais de 28 armazenagem e engarrafamento. Em 1955, dois anos depois de sua fundao, a Petrobras iniciou a produo de GLP no Brasil.
Apesar da livre concorrncia no mercado de GLP no Brasil, ainda existem restries legais ao consumo do energtico, com a proibio de consumo do produto nas seguintes condies, estabelecidas de acordo com a Resoluo ANP n 15 de 18/05/2005, que trata em seu Artigo 30 da vedao do consumo do GLP nas seguintes situaes:
motores de qualquer espcie; fins automotivos, exceto, em empilhadeiras; saunas; caldeiras; aquecimento de piscinas, exceto para fins medicinais.
Inicialmente, vamos procurar entender o motivo pelo qual o Governo Federal estabeleceu restries de consumo do GLP, atravs da Lei n 8.716, de 08/02/1991, e referendada pela ANP atravs da Resoluo 15/2005.
No incio dos anos 90, quando da primeira guerra do Golfo, onde ocorreu a invaso do Kuwait pelo Iraque, houve uma preocupao com o aumento dos preos de petrleo e at mesmo, faltar petrleo para consumo interno, haja vista a dependncia de quase 50% das importaes do produto. No caso especfico do GLP, a dependncia das importaes era da ordem de 80% e o preo era fortemente subsidiado pelo Governo Federal, atravs da ento Conta Petrleo, que era mantida pela Petrobras, para torna-lo acessvel aos consumidores. Esse cenrio fez com que fossem tomadas medidas restritivas para conteno do consumo de derivados de petrleo, onde a referida Lei 8.716 de 08/02/1991 definiu como crime contra a ordem econmica o uso de GLP em motores de qualquer espcie, saunas, caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para fins automotivos, ou seja, qualquer uso que no fosse considerado essencial no caso desse energtico (SINDIGS, 2008).
29 Atualmente, o cenrio de petrleo no Brasil outro. Alm da autossuficincia de petrleo e derivados anunciada regularmente pela Petrobras, com crescentes crescimentos na produo, ocorreu a descoberta das reservas petrolferas do pr-sal, que a denominao genrica para as grandes jazidas localizadas entre os Estados de Santa Catarina e Esprito Santo, de dimenses aproximadas de 800 km de comprimento e 200 km de largura. Estima- se que essas reservas sejam de mais de 100 bilhes de barris lquidos (bbl), e o que alar o Brasil a condio de um dos 10 maiores pases com maiores reservas provadas de petrleo e gs do mundo.
7 O AUMENTO PREVISTO DA PRODUO NACIONAL DE PETRLEO E GS NATURAL
O crescimento da produo nacional de petrleo e gs natural motivada pela explorao das reservas descobertas da rea do Pr-Sal, traro aumento significativo no mercado brasileiro, alterando a economia nacional de forma definitiva.
Obviamente, ainda existe muito caminho a ser percorrido, que vo desde o vencimento das barreiras tecnolgicas para explorao em alta profundidade e com extensas camadas de sal, a uma melhor infraestrutura do mercado fornecedor para a indstria do petrleo.
Segundo o Plano Decenal de Energia 2020 (EPE), haver um forte crescimento anual da produo de petrleo e gs natural, a partir dos recursos descobertos. No caso do petrleo, estima-se que a produo nacional saia de 2,325 milhes de barris por dia em 2011, para 5,467 milhes de barris dirios em 2020. Estamos falando de um crescimento de mais de 135% de crescimento da produo, conforme tabela 7:
30 Tabela 7 Previso de Produo Nacional de Petrleo 2011 a 2020 Volume em milhes de barris dirios
No que tange a produo de Gs Natural, a previso de produo liquida potencial nacional diria sair de 69,421 milhes de metros cbicos em 2011, para uma produo de 182,909 milhes de metros cbicos dirios em 2020, o que representa um crescimento de mais de 163% no perodo. Segundo a EPE, essa estimativa corresponde aos volumes de gs natural disponibilizados para as UPGNs, obtidos a partir da previso de produo bruta, estimativas de reinjeo nos reservatrios, perdas e consumo prprio no processo de explorao e produo do produto.
Tabela 8 Previso de Produo Lquida Potencial Nacional de Gs Natural 2011 a 2020 Volume em milhes de metros cbicos dirios
Considerando toda essa evoluo da produo nacional de petrleo, tambm devemos demonstrar que a expanso do parque de refino contribuir para a produo de GLP, que gradativamente deixar de ser importado pela Petrobras para atendimento da demanda interna. Segundo os estudos de ampliao do refino realizados pela EPE (PDE 2020), foram consideradas as seguintes premissas:
a partida da RPCC Refinaria Potiguar Clara Camaro em 2011; o incio da operao da RNEST Refinaria Abreu e Lima em 2013; a primeira e a segunda fase do COMPERJ Complexo Petroqumico do Rio de Janeiro, respectivamente em 2014 e 2018; 31 o primeiro e o segundo mdulo da Refinaria Premium I Bacabeira MA, respectivamente em 2015 e 2017; a Refinaria Premium II Pecm CE em 2017.
Embora seja considerado que o Brasil autossuficiente na produo de petrleo, ainda existe um desequilbrio nas quantidades e tipos de derivados produzidos, versus a demanda de mercado. Se analisarmos o leo Diesel, por exemplo, verifica-se que existe um histrico de importao h longa data, como forma de complementar o consumo interno. Houve um crescimento de 156,2% na importao de leo Diesel em 2010, se comparado com o volume de 2009. Em 2010 foi importado 9.007 mil m 3 do derivado, que equivale a 18,3% do consumo interno do Brasil no mesmo ano, de acordo com Anurio Estatstico Brasileiro do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis 2011, na ANP. Nesse documento, demonstrado que houve a importao de 3.122 mil m 3 de GLP em 2010, o que equivale a 24,8% do consumo interno, conforme tabela 9:
Tabela 9 Importaes de derivados de petrleo 2011 a 2010
Analisando esse volume de importao de leo Diesel, bem como considerando o alto consumo do energtico no Brasil no setor de transportes, motivado pelas dimenses continentais do nosso pas, bem como tratar-se de um combustvel com uma parcela considervel na emisso de monxido de carbono na atmosfera, a utilizao do GLP para 32 fins automotivos em frota de nibus, txis e caminhes, por exemplo, poderia contribuir de maneira representativa na diminuio da poluio, haja vista se tratar de um combustvel limpo e com baixa emisso de poluentes, se comparado com outros derivados de petrleo.
Assim, o pas poderia discutir e considerar a viabilidade da implementao gradativa do uso de GLP para fins automotivos, assim como fez com o Gs Natural no passado, como forma de reduzir as importaes de leo Diesel, ainda que com o aumento da importao de GLP.
Como forma de incentivar a reduo da emisso de poluio atmosfrica causada principalmente pelo uso de leo Diesel no transporte pblico nos grandes centros urbanos, alm de ser um fator de mitigao do aquecimento global, foi idealizado o Projeto BEST - BioEtanol para o Transporte Sustentvel, que redundou na chegada da primeira frota de 50 nibus movidos a Etanol cidade de So Paulo. Anunciada em 25 de novembro de 2011 em cerimnia na Prefeitura paulistana, o resultado concreto mais significativo obtido a partir de um esforo multinacional de mais de quatro anos, que envolve diversas instituies e empresas, conforme divulgado pela UNICA 2 , 2011.
Desde 1985, o uso do etanol em nibus urbanos uma realidade na Sucia, onde a tecnologia do nibus diesel movido a etanol utilizada com grande sucesso, principalmente do ponto de vista ambiental. Naquele pas circulam cerca de 700 nibus movidos a etanol, combustvel importado do Brasil. Alm da cidade de So Paulo, este projeto, vencedor de uma licitao junto Unio Europia coordenada pela Prefeitura de Estocolmo, foi realizado em outras oito localidades da Europa: Estocolmo (Sucia), Madri e Pas Basco (Espanha), Roterd (Holanda), La Spezia (Itlia), Somerset (Reino Unido) e Dublin (Irlanda) e na sia, em Nanyang (China).
No Brasil, o projeto foi desenvolvido e coordenado pelo Centro Nacional de Referncia em Biomassa (CENBIO), do Instituto de Eletrotcnica e Energia (IEE) da Universidade de So Paulo (USP). Por aqui, uma das metas foi comparar o desempenho de uma frota
2 UNICA Unio da Indstria de Cana de Acar So Paulo Brasil 33 experimental de nibus com motores ciclo diesel e movidos a etanol, com nibus movidos exclusivamente a leo Diesel.
A pergunta que fica por que iniciativas como essa no podem ser adotadas com outro energtico, a exemplo do GLP, que tambm tem contribuio a ser dada na diminuio da emisso de poluentes, quando comparados ao leo Diesel?
8 O AUMENTO DA PRODUO DE GLP
Com a efetiva entrada em operao de todos esses empreendimentos, a produo nacional de GLP ser muito superior demanda, conforme tabela 10:
Tabela 10 Abastecimento do Mercado (m3 / dia) 2011 a 2020
Fonte: PDE Plano Decenal de Energia 2020 - EPE
O Brasil dever continuar importando GLP at 2014. Com a entrada em operao do primeiro mdulo do COMPERJ previsto para ocorre em 2014, o dficit nacional de GLP ser praticamente zerado, considerando que o consumo do produto dever ser na faixa de 2,33% ao ano, sem novos consumos e mantendo-se as barreiras legais atuais. Com o incio da operao da Refinaria Premium I Bacabeira - MA (2015 e 2017) e da Refinaria Premium II Pecm CE (2017), o Brasil passa a ser exportador lquido de GLP e vrios outros derivados, mantendo-se nessa condio at o final do perodo analisado (2020), conforme PDE 2020 da EPE.
Com base no PDE 2020, estima-se que o Brasil ter um excedente de 3.265 m3 por dia, o que equivale a 1.191.725 m3 no ano, ou 655.449 toneladas de GLP, utilizando-se uma densidade mdia do produto de 0,550 g/m3.
34 Analisando outro documento tambm emitido pela EPE, o PEN 2030 Plano Nacional de Energia 2030, cujo horizonte de estudo de mais longo prazo, o Brasil ter uma produo interna de 30,324 bilhes de litros de GLP em 2030, contra um consumo de 24,888 bilhes de litros, o que dar um excedente de produo de 6,338 bilhes de litros de GLP, e se convertido para quilograma, que a unidade de medida adotada para o produto no mercado, infere que teremos uma produo excedente de 3,485 milhes de toneladas em 2030.
Grfico 5 Produo e Consumo de GLP (bilhes de litros)
Fonte: PEN 2030 EPE
9 OS CENRIOS PREVISTOS PARA O GLP NOVOS CONSUMOS
Considerando esse cenrio de excedente de produo em 2030, e comparando com o volume comercializado pelas Companhias Distribuidoras instaladas no Brasil em 2010 (SINDIGS), que foi de 6,9 milhes de toneladas, podemos inferir que o volume excedente em 2030 ser equivalente a 50% de todo o consumo em 2010. Em sntese, estamos trabalhando com um horizonte com um crescimento exponencial de produo interna de GLP, o que permitir ao Brasil adotar alguns cenrios de mercado:
35 exportao do excedente de produo de GLP; liberao de novos consumos e usos para o GLP, eliminando as barreiras legais existentes; permisso do uso do GLP para fins automotivos, a exemplo de frotas de nibus, caminhes e automveis.
Dentro dessa lgica de raciocnio, competiria ao mercado regular qual o produto / energtico consumir, e no mais ao Governo Federal estabelecer regras de uso. Alm do consumo mais conhecido do GLP, que em residncias na coco de alimentos, gradativamente novos consumos do produto ganham espao no mercado, a saber:
Aquecimento de gua residencial, em substituio a energia eltrica; Utilizao como Propelente de Aerossis; Utilizao em gerao e coogerao de energia; Backup de Gs Natural, etc.
Segundo o estudo Projees SINDIGS Usos Restritos, apresentado no IBP 3 em Outubro/2011, existem inmeras perspectivas de crescimento do consumo de GLP no Brasil, a partir do momento em que as restries impostas pela legislao deixarem de existir. Foram analisadas oportunidades nos segmentos industrial, comercial, residencial e agropecurio, com foco em nichos de mercado, vantagens ecolgicas em termos de emisses atmosfricas, competividade do GLP frente a outros energticos, no competitividade econmica do GLP, bem como, o uso em reas remotas. Como resumo desse estudo, teramos a probabilidade do seguinte consumo adicional de GLP tabela 11:
3 IBP Instituto Brasileiro do Petrleo, Gs e Biombustveis 36 Tabela 11 Resumo da estimativa de consumo adicional anual de GLP resultante do fim das restries ao uso Fonte: Sindigs (2011)
O uso dos Gases Liquefeitos de Petrleo como Propelentes de Aerossis tem ganhado espao no mercado brasileiro, que at ento importava boa parte de sua necessidade de consumo, haja vista que o Brasil no tinha facilidade na produo de gs propelente 100% inodoro, imprescindvel para obteno de desodorantes e antitranspirantes de qualidade. A produo brasileira supria apenas 50% da demanda, sendo o restante principalmente importado de pases do MERCOSUL 4 , especialmente da Argentina que detm qualidade e preo competitivo no propelente (ABAS 5 , 2011).
Para atender a demanda interna de fornecimento para a indstria de aerossol de um gs propelente de qualidade e desodorizado, as empresas Liquigs e Ultragaz fizeram investimentos em plantas de purificao e limpeza de gases (Propano, Butano, etc.). A Liquigs investiu numa unidade de Purificao de Gases em Mau/SP, com capacidade de produo de 20.000 ton. / ano, e a Ultragaz investiu na produo de um novo produto denominado Dimetil ter, com capacidade de produo de 30.000 ton. / ano. O mercado brasileiro consumiu 702 milhes de unidades de aerossis em 2010, com a previso de
4 MERCOSUL Mercado Comum do Sul, formado pelos pases Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai 5 ABAS Associao Brasileira de Aerossis e Saneantes Domissanitrios 37 alcanar a marca de 1 bilho de unidades ao final de 2012, conforme Anurio 2011 da ABAS.
Um dos fatores que favorecem o crescimento da demanda de GLP no Brasil a sua eficiente logstica de distribuio e capilaridade de oferta, aonde o produto chega a todos os cantos do Brasil, devido a sua facilidade de compresso, armazenamento e transporte, usando o modal rodovirio como principal meio de escoamento do produto (SINDIGS, 2011).
Por outro lado, ainda que se preveja um forte crescimento na produo de Gs Natural para os prximos anos, principalmente pela explorao gradativa das reservas do pr-sal, a sua oferta ao mercado consumidor depende basicamente da construo de gasodutos de transporte, sem o qual a oferta e aumento do consumo do produto ficaro prejudicados. Tambm sabido que a construo de um gasoduto um processo de alto investimento e que consome longo perodo de licenciamento ambiental e obras, at a sua disponibilizao para uso. Na figura 7, um mapa dos gasodutos de transporte no Brasil (ABEGS 6 , 2012):
Figura 7 Gasodutos de Transporte
Fonte: ABEGS 2012
6 ABEGS Associao Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gs Canalizado 38 10 CONCLUSES
O objetivo deste trabalho tentar demonstrar que h dois cenrios a seguir com o aumento da produo e oferta de GLP nos prximos anos:
Exportar o excedente de produo, ou; Incentivar novos consumos do produto.
Podemos inferir as vantagens da liberao do consumo do GLP, com o estabelecimento formal do fim das restries, bem como o incentivo e desenvolvimento de novos usos, em detrimento da exportao do excedente de produo:
Gerao de mais empregos formais na indstria de distribuio, fabricantes de equipamentos, botijes e revenda do GLP; Maior arrecadao de impostos na venda e consumo no mercado interno; Gerao de riqueza no mercado interno
A demanda por recursos energticos infinita, na medida em que cresce a populao, amplia-se o uso de novas tecnologias e melhora a condio de vida e poder de compra de populao. A adoo de mais de um tipo de energtico para o mesmo fim uma tendncia, a exemplo dos automveis Flex Fuel. Utilizar GLP para fins automotivos seria atuar de maneira complementar e alternativa ao uso de Gs Natural, Gasolina, Etanol e leo Diesel, e no concorrer contra os mesmos derivados.
Considerando que as estimativas de produo e oferta de GLP sero maiores que a demanda ao longo da prxima dcada, adequado pensar que a utilizao do produto internamente, em detrimento da exportao do excedente de produto, trar maiores benefcios para a sociedade brasileira, tais como a gerao de empregos na cadeia produtiva, maior valor agregado na prestao de servios e consequentemente, maior arrecadao de impostos e desenvolvimento social. Ao mesmo tempo, poderamos at continuar a importao do GLP para utilizao em frota de nibus, em utilizao parcial e 39 de forma gradativa ao leo Diesel, a fim de obtermos ganhos ambientais, como a diminuio de emisso de poluentes na atmosfera.
O GLP tem uma logstica de distribuio robusta e que permite que o mesmo chegue a todos os rinces do pas, pela facilidade de compresso, armazenamento e transporte. O Gs Natural no oferece essa mesma condio logstica, e a sua distribuio somente chegar, de maneira econmica, em localidades onde exista uma infraestrutura de dutos construda.
Para que a logstica seja eficiente e os custos de distribuio fiquem em patamares competitivos, no podemos prescindir de infraestrutura de boa qualidade, garantindo a adoo do modal mais adequado, e uma racional roteirizao das entregas. Geralmente, os custos de transporte alcanam cifras considerveis, incidindo em torno de 1% a 2% do faturamento total das empresas, e de acordo com o produto ou clientes, pode-se chegar entre 5% e 7% (KOBAYASHI, 2000).
No caso especfico do GLP, os custos de fretes de distribuio para percursos de curtas distncias, alcanam entre 2% e 5% do preo final do produto. J para percursos de mdia e longa distncia, o impacto sobre o preo final pode variar entre 5% e 8% do preo final do produto (LIQUIGS, 2011).
Para melhor ilustrarmos a condio brasileira de infraestrutura de logstica de distribuio, vejamos na tabela 12 como est nossa matriz de transportes e custos, comparativamente com os Estados Unidos da Amrica EUA:
40 Tabela 12 Matriz de Transportes e Matriz de Custos - Brasil e EUA
Fonte: Custos Logsticos no Brasil 2008/2006 COOPEAD UFRJ
Os dados retro-mencionados demonstram claramente como o Brasil dependente do modal rodovirio, com participao de 55,8% na matriz de transportes, seguido pelo modal ferrovirio com 25,4% de market-share. Se compararmos com os E.U.A., veremos que a distribuio dos modais na participao de mercado desse pas, dominada pelo ferrovirio, com 38,5% de market-share, seguido pelo modal rodovirio, com 29,6% de participao. Em ambos os pases, o modal aerovirio tem participao de mercado inferior a 1%. Nesse sentido, em vez da histrica concorrncia entre as modalidades de transporte, o que tem se objetivado na atualidade pelo mercado, a complementaridade entre elas, que a intermodalidade. Essa associao entre as diferentes modalidades de transportes entre origem e destino de mercadorias, poder redundar em identificao de cargas cativas, por modal, realocao de investimentos, podendo resultar em menores custos de transporte no futuro (CAIXETA-FILHO E MARTINS, 2001).
exatamente por dispor dessa malha rodoviria de dimenses continentais e com uma alta participao desse modal de transportes na matriz brasileira, que o incio do uso de GLP 41 como combustvel automotivo poder trazer ganhos significativos para o nosso mercado, atuando como fonte alternativa para os combustveis j utilizados.
Segundo KOTLER (1998), para estimar a demanda de um produto ou servio, as empresas procuram determinar o potencial do mercado total, o potencial do mercado de rea, as vendas do setor industrial e a participao de mercado. Para estimar a demanda futura, as empresas podem levantar as intenes de compradores, pedir opinio da fora de vendas, reunir especialistas e/ou fazer testes de mercado. Os modelos matemticos, tcnicas estatsticas avanadas e procedimentos de coleta computadorizada de dados so essenciais para quaisquer tipos de demanda e previso de vendas.
A forte estrutura de distribuio logstica que a indstria do GLP oferece permitir disponibilizar o consumo do produto em praticamente todo o territrio nacional, atravs da rede de Postos Revendedores de Combustveis j estabelecidas, da ordem de 37.500 estabelecimentos (SINDICOM, 2010).
Exemplos bem sucedidos de uso do GLP para fins automotivos, adotados em frotas de nibus, txis, caminhes, tratores e automveis de passeios podem ser vistos nos EUA, Itlia, Turquia, Austrlia, Coria do Sul e Frana, onde existem mais de 11 milhes de veculos de pequeno e mdio porte operando com esse combustvel (SINDIGS, 2011). Se considerarmos todo o consumo de GLP para fins automotivos, tambm denominado de Autogs 7 , nos diversos pases que adotam esse combustvel, temos mais de 17 milhes de veculos rodando com esse energtico, com um consumo de 22.866 mil / ton. em 2010, 57.150 Postos de Abastecimentos, e cuja principal vantagem est relacionada com a reduo de emisso de poluentes, trazendo substanciais ganhos ambientais quando comparados ao uso de Gasolina e leo Diesel (WLPGA, 2011).
Na tabela 13, podemos verificar os pases que adotam o uso veicular do GLP (Autogs), bem como o consumo total do produto e o nmero de Postos de Abastecimentos existentes:
7 Autogs a denominao genrica adotada do uso do GLP para fins automotivos 42 Tabela 13 Maiores Mercados de Autogs 2010
Fonte: WLPGA, 2011
Segundo o DENATRAN (2012), a frota brasileira de nibus e Micronibus de 798.610 veculos em 31/03/2012. Partindo do pressuposto que quase 100% dessa frota opera com leo Diesel e assumindo que o Brasil estima ter um excedente de produo de GLP de 3,485 ton. at 2030, pode-se inferir que ser possvel a implementao do Autogs na frota em circulao no nosso pas.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a Secretaria Estadual de Transportes colocou em operao um nibus flex movido a leo Diesel e GNV. Resultado de parceria entre CEG/Gas Natural Fenosa, Man Latin America e Bosch, o projeto conta com uma fase inicial que se estender at meados de 2012, quando comea ser expandido. A expectativa de que at 2016 entre 50% a 60% da frota seja adaptada para circular com gs. O ritmo depender da adeso das empresas de nibus (BRASIL ENERGIA, 2012).
Uma nova tecnologia em ampla expanso para esse fim a injeo parcial de Gs LP em motores Diesel. Com os controles eletrnicos de injees possvel controlar, de forma automtica, o quanto de Gs LP adicionar na cmara de combusto de um motor a diesel, de acordo com o torque do mesmo. Essa nova tcnica, bastante simples, pode reduzir em 25% o uso de diesel nesses casos e, consequentemente, as emisses (SINDIGS, 2012).
43 Portanto, so inmeras as possibilidades de novos consumos para ao GLP, que se materializaro quando houver o fim das barreiras legais impostas pela legislao, quando as entidades governamentais estabelecerem polticas de incentivo e principalmente, quando a produo do produto efetivamente aumentar, em virtude do aumento da explorao das reservas de petrleo e gs natural, oriundas das jazidas descobertas na rea do pr-sal.
Cabe salientar que a explorao e produo de petrleo e gs continua sendo um negcio de risco, no obstante os progressos tecnolgicos. A descoberta e a produo de novos recursos so um processo bastante desafiador, com as condies fsicas, ambientais e tecnolgicas tornando-se cada vez mais difceis. Nos ltimos 10 anos, a taxa de sucesso global nas atividades de explorao tem sido em torno de 25%, onde o sucesso medido pela razo de descobertas em relao aos poos perfurados de explorao, e esse indicador nos d uma viso otimista medida que ele inclui as descobertas que ainda no se tornaram comerciais, sob os preos praticados hoje e a tecnologia utilizada (BRET-ROUZAUT E FAVENNEC, 2011).
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