Apostila - Concurso Vestibular - Biologia - Módulo 01
Apostila - Concurso Vestibular - Biologia - Módulo 01
Apostila - Concurso Vestibular - Biologia - Módulo 01
Biologia Celular
Organizadores
Paulo Takeo Sano
Lyria Mori
Elaboradoras
Solange Soares de Camargo
Maria Elena Infante-Malachias
1
módulo
Nome do Aluno
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador: Geraldo Alckmin
Secretaria de Estado da Educação de São Paulo
Secretário: Gabriel Benedito Issac Chalita
Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP
Coordenadora: Sonia Maria Silva
PROGRAMA PRÓ-UNIVERSITÁRIO
Coordenadora Geral: Eleny Mitrulis
Vice-coordenadora Geral: Sonia Maria Vanzella Castellar
Coordenadora Pedagógica: Helena Coharik Chamlian
Coordenadores de Área
Biologia:
Paulo Takeo Sano – Lyria Mori
Física:
Maurício Pietrocola – Nobuko Ueta
Geografia:
Sonia Maria Vanzella Castellar – Elvio Rodrigues Martins
História:
Kátia Maria Abud – Raquel Glezer
Língua Inglesa:
Anna Maria Carmagnani – Walkyria Monte Mór
Língua Portuguesa:
Maria Lúcia Victório de Oliveira Andrade – Neide Luzia de Rezende – Valdir Heitor Barzotto
Matemática:
Antônio Carlos Brolezzi – Elvia Mureb Sallum – Martha S. Monteiro
Química:
Maria Eunice Ribeiro Marcondes – Marcelo Giordan
Produção Editorial
Dreampix Comunicação
Revisão, diagramação, capa e projeto gráfico: André Jun Nishizawa, Eduardo Higa Sokei, José Muniz Jr.
Mariana Pimenta Coan, Mario Guimarães Mucida e Wagner Shimabukuro
Cartas ao
Aluno
Carta da
Pró-Reitoria de Graduação
Caro aluno,
Com muita alegria, a Universidade de São Paulo, por meio de seus estudantes
e de seus professores, participa dessa parceria com a Secretaria de Estado da
Educação, oferecendo a você o que temos de melhor: conhecimento.
Conhecimento é a chave para o desenvolvimento das pessoas e das nações
e freqüentar o ensino superior é a maneira mais efetiva de ampliar conhecimentos
de forma sistemática e de se preparar para uma profissão.
Ingressar numa universidade de reconhecida qualidade e gratuita é o desejo
de tantos jovens como você. Por isso, a USP, assim como outras universidades
públicas, possui um vestibular tão concorrido. Para enfrentar tal concorrência,
muitos alunos do ensino médio, inclusive os que estudam em escolas particulares
de reconhecida qualidade, fazem cursinhos preparatórios, em geral de alto
custo e inacessíveis à maioria dos alunos da escola pública.
O presente programa oferece a você a possibilidade de se preparar para enfrentar
com melhores condições um vestibular, retomando aspectos fundamentais da
programação do ensino médio. Espera-se, também, que essa revisão, orientada
por objetivos educacionais, o auxilie a perceber com clareza o desenvolvimento
pessoal que adquiriu ao longo da educação básica. Tomar posse da própria
formação certamente lhe dará a segurança necessária para enfrentar qualquer
situação de vida e de trabalho.
Enfrente com garra esse programa. Os próximos meses, até os exames em
novembro, exigirão de sua parte muita disciplina e estudo diário. Os monitores
e os professores da USP, em parceria com os professores de sua escola, estão
se dedicando muito para ajudá-lo nessa travessia.
Em nome da comunidade USP, desejo-lhe, meu caro aluno, disposição e vigor
para o presente desafio.
Caro aluno,
Com a efetiva expansão e a crescente melhoria do ensino médio estadual,
os desafios vivenciados por todos os jovens matriculados nas escolas da rede
estadual de ensino, no momento de ingressar nas universidades públicas, vêm se
inserindo, ao longo dos anos, num contexto aparentemente contraditório.
Se de um lado nota-se um gradual aumento no percentual dos jovens aprovados
nos exames vestibulares da Fuvest — o que, indubitavelmente, comprova a
qualidade dos estudos públicos oferecidos —, de outro mostra quão desiguais
têm sido as condições apresentadas pelos alunos ao concluírem a última etapa
da educação básica.
Diante dessa realidade, e com o objetivo de assegurar a esses alunos o patamar
de formação básica necessário ao restabelecimento da igualdade de direitos
demandados pela continuidade de estudos em nível superior, a Secretaria de
Estado da Educação assumiu, em 2004, o compromisso de abrir, no programa
denominado Pró-Universitário, 5.000 vagas para alunos matriculados na terceira
série do curso regular do ensino médio. É uma proposta de trabalho que busca
ampliar e diversificar as oportunidades de aprendizagem de novos conhecimentos
e conteúdos de modo a instrumentalizar o aluno para uma efetiva inserção no
mundo acadêmico. Tal proposta pedagógica buscará contemplar as diferentes
disciplinas do currículo do ensino médio mediante material didático especialmente
construído para esse fim.
O Programa não só quer encorajar você, aluno da escola pública, a participar
do exame seletivo de ingresso no ensino público superior, como espera se
constituir em um efetivo canal interativo entre a escola de ensino médio e
a universidade. Num processo de contribuições mútuas, rico e diversificado
em subsídios, essa parceria poderá, no caso da estadual paulista, contribuir
para o aperfeiçoamento de seu currículo, organização e formação de docentes.
Estrutura e
função celular
Organizadores
Paulo Takeo Sano
Lyria Mori
Morena Tropicana
Elaboradores
(Alceu Valença / Vicente Barreto) Solange Soares
de Camargo
Da manga rosa quero o gosto e o sumo, Maria Elena
Melão maduro sapoti joá, Infante-Malachias
Jabuticaba teu olhar noturno,
Beijo travoso de umbu-cajá.
Pele macia ai carne de caju,
Saliva doce doce mel mel de uruçu,
Linda morena fruta de vez temporana,
Caldo de cana-caiana, vem me desfrutar!
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Qual das alternativas classifica corretamente o vírus HIV, o tronco de uma árvore, a
semente de feijão e o plasmódio da malária, quanto à constituição celular?
Vírus HIV Tr onco de
onco Semente de Plasmódio
árvore feijão da malária
a) acelular acelular unicelular unicelular
b) acelular multicelular multicelular unicelular
c) acelular multicelular unicelular unicelular
d) unicelular acelular multicelular acelular
e) unicelular acelular unicelular acelular
Quem respondeu a alternativa “b” mandou bem! Vírus são os únicos seres
vivos que não têm células, o resto, tudo, uma ou mais células, porque enquan-
to alguns seres vivos têm trilhões de células, como a árvore, outros tem uma
só como o agente causador da malária, chamado de Plasmódio.
Mas, se somos todos formados por células, o que há em nossas células
para sermos tão diferentes?
No geral, podemos dizer que uma célula é uma entidade individual dentro
de outras entidades maiores que formarão os tecidos, os órgãos e os sistemas.
Quando dizemos individual, queremos dizer que ela é capaz, sozinha, de ob-
ter energia e de se reproduzir.
Fernando Pessoa
Fig. 1.1 – Variação entre as células dos seres vivos: A - alga unicelular Euglena; B - protozoário
Amoeba; C - célula vegetal jovem de trigo; D - glóbulo branco do sangue humano. Observe que,
apesar das diferenças, a estrutura fundamental é um padrão que se repete nestes quatro tipos
de célula. (As células não estão na mesma escala de aumento).
-
Fig. 1.2
Q.E. 2) Com base na resposta dada à questão anterior, monte uma tabela
na qual as diferenças entre a parede celular e a membrana plasmática
estejam mais claras.
Q.E. 3) Na sua opinião, qual é a função da parede celular de bactérias?
Pesquise a respeito e verifique se o que está nos livros têm alguma rela-
ção com o que você havia imaginado.
Q.E. 4) Podemos afirmar que células vegetais, pelo fato de terem um
revestimento celular a mais, estão mais protegidas do ataque de vírus e
bactérias do que as células animais? Justifique sua resposta.
Q.E. 5) Como é o revestimento que está presente apenas em células
animais? Para que ele serve?
-
Fig. 1.3 – Esquema do mecanismo proposto por Shaw para explicar as diferenças de concentração
de sódio (Na) e potássio (K) entre o plasma e o citoplasma das hemácias. O sódio, que tende a
penetrar, é bombeado para fora por uma substância carregadora (x); o potássio, que tende a
sair, é bombeado para dentro. Este processo ativo de transporte consome energia da célula,
sendo suprido pelo ATP celular.
5) Além de controlar o que entra e o que sai da célula, existe mais alguma
função atribuída à membrana plasmática?
Existe sim, a membrana é o local onde ocorre o mais importante processo
metabólico das bactérias, que é a respiração. Na falta das mitocôndrias nesses
seres, a membrana desempenha essa função. A membrana também participa
de um outro importante processo metabólico das células que é a ingestão de
alimentos ou de outras substâncias. Certos seres microscópicos, como o
protozoário ameba, alimentam-se através da emissão de pequenas projeções
que capturam o alimento. Este processo, chamado de fagocitose (do grego
phagein, comer), é observado também nas nossas células de defesa chamadas
de macrófagos. Essas células englobam bactérias e outros invasores, e em
seguida os digerem, tirando-os de circulação. Células que revestem a parte
interna do intestino também absorvem gotículas de gordura por um processo
muito semelhante, chamado de pinocitose (do grego pinein, beber).
QUESTÃO DE VESTIBULAR
(U F. Santa Maria - RS) Hemácias humanas foram colocadas em um meio com
concentrações diferentes. Pelo formato das células I, II e III, sabe-se que os meios
classificam, respectivamente, como:
a) hipertônico; isotônico; hipotônico.
b) hipotônico; hipertônico; isotônico.
c) hipotônico; isotônico; hipertônico.
d) isotônico; hipotônico; hipertônico.
e) isotônico; hipertônico; hipotônico.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
30) Pesquisadores norte-americanos produziram uma variedade de tomate
transgênico que sobrevive em solos até 50 vezes mais salinos do que o tolerado pelas
plantas normais. Essas plantas geneticamente modificadas produzem maior
quantidade de uma proteína de membrana que bombeia íons sódio para o interior do
vacúolo. Com base em tais informações, pode-se concluir que plantas normais não
conseguem sobreviver em solos muito salinos porque, neles, as plantas normais
a) absorvem água do ambiente por osmose.
b) perdem água para o ambiente por osmose.
c) absorvem sal do ambiente por difusão.
d) perdem sal para o ambiente por difusão.
e) perdem água e absorvem sal por transporte ativo.
-
6) Que analogia podemos fazer para entender melhor o que é e para que serve
o retículo endoplasmático?
O retículo endoplasmático poderia ser comparado a uma rede de distribui-
ção de substancias pelo citoplasma celular. Um exemplo é a absorção de gor-
dura pelas células intestinais. As gotículas de gordura, englobadas pela mem-
brana celular por pinocitose, atravessam a célula, de um lado para outro, por
esses minúsculos canais. Além de transportar substâncias, o retículo também
armazena. Em ovos de certos insetos, por exemplo, reservas de proteínas fi-
cam armazenadas nesses canalículos, formando os grânulos de vitelo que vão
nutrir o embrião durante o seu desenvolvimento.
Fig. 1.4 – À esquerda, célula do revestimento intestinal de mamífero, cujo retículo está efetuando
o transporte de gorduras captadas por pinocitose até a base da célula, onde serão eliminadas
na linfa. À direita, detalhe do citoplasma de um ovócito (futuro óvulo) de grilo. As proteínas
captadas por pinocitose são transportadas para as cavidades do retículo endoplasmático,
onde formarão os grãos de vitelo. (Desenho à direita baseado em Berkaloff et al. Biologia e
fisiologia celular. São Paulo, Edgard Blücher Ed./Edusp, 1972.)
outro nome para o retículo, pode se usar ergastoplasma, mas nesse caso, esse
nome só deve ser usado para o r.e. rugoso, isto é, aquele que apresenta
ribossomos aderidos a sua superfície. Este nome foi dado porque se descobriu
que substancias podem ser elaboradas nesta estrutura (do grego ergazomai =
elaborar).
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Em artigo publicado no suplemento Mais!, do jornal Folha de S. Paulo, de 6 de agosto
de 2000, José Reis relata que pesquisadores canadenses demonstraram que a alga
unicelular Cryptomones resulta da fusão de dois organismos, um dos quais englobou o
outro ao longo da evolução. Isso não é novidade no mundo vivo. Como relata José
Reis:“[...] É hoje corrente em Biologia, após haver sido muito contestada inicialmente,
a noção de que certas organelas [...] são remanescentes de células que em tempos
idos foram ingeridas por célula mais desenvolvida. Dá-se a esta o nome de hospedeira
e o de endossimbiontes às organelas que outrora teriam sido livres.”
São exemplos de endossimbiontes em células animais e em células de plantas,
respectivamente,
a) aparelho de Golgi e centríolos.
b) centríolos e vacúolos.
c) lisossomos e cloroplastos.
d) mitocôndrias e vacúolos
e) mitocôndrias e cloroplastos.
Se você respondeu a letra “e”, é porque já deve ter ouvido falar a respeito.
Na sua opinião, por que as organelas citadas são consideradas endossimbiontes
que num passado remoto teriam sido livres?
QUESTÃO DE VESTIBULAR
39) Células animais, quando privadas de alimento, passam a degradar partes de si
mesmas como fonte de matéria-prima para sobreviver. A organela citoplasmática
diretamente responsável por essa degradação é
a) o aparelho de Golgi.
b) o centríolo.
c) o lisossomo.
d) a mitocôndria.
e) o ribossomo.
O lisossomo (do grego lise, quebra, destruição) é uma pequena bolsa cheia
de enzimas. Uma vez tendo feito a fagocitose (ou a pinocitose), os lisossomos
de uma célula fundem-se ao fagossomo (ou ao pinossomo) com a intenção de
digeri-lo.
-
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Q.01) Certas doenças hereditárias decorrem da falta de enzimas lisossômicas. Nesses
casos, substâncias orgânicas complexas acumulam-se no interior dos lisossomos e
formam grandes inclusões que prejudicam o funcionamento das células.
a) O que são lisossomos e como eles contribuem para o bom funcionamento de
nossas células?
b) Como se explica que as doenças lisossômicas sejam hereditárias se os lisossomos
não são estruturas transmissíveis de pais para filhos?
QUESTÃO DE VESTIBULAR
No processo de fecundação humana, milhares de espermatozóides movimentam-se
para alcançar o óvulo. Caso se pretendesse reduzir esta movimentação, o que
poderíamos fazer?
a) Privá-los de seus ribossomos
b) Diminuir o número de suas mitocôndrias
c) Aumentar o tamanho do seu núcleo
d) Diminuir a área ocupada pelo Golgi
e) Aumentar a permeabilidade da membrana plasmática.
8) É verdade que a planta respira a noite e faz fotossíntese de dia? Que relação
essas coisas têm com a mitocôndria e o cloroplasto?
Não, não é verdade. Se ela respira, respira o tempo todo, caso contrário,
morreria, e se ela faz fotossíntese, por que isto não poderia ocorrer ao mesmo
tempo em que ocorre a respiração? Os dois processos são independentes,
ocorrendo inclusive em regiões diferentes da célula. A respiração acontece
nas mitocôndrias, enquanto a fotossíntese, nos cloroplastos. Na respiração, o
O2 é consumido enquanto o CO2 é liberado. Na fotossíntese, os cloroplastos
captam a energia da luz e a utilizam para converter o CO2 e a água em molé-
culas de glicose e O2. Por isso, a fotossíntese acontece de dia, quando há luz,
mas a respiração acontece tanto de dia como de noite.
Fig. 1.5 – À esquerda, diagrama das partes de um espermatozóide. À direita, aspecto geral de
espermatozóides de alguns animais, não representados na mesma escala. Na verdade, o
espermatozóide do camundongo mede 125 µm de comprimento, enquanto o humano tem
cerca de 53 µm. (Figuras à direita modificadas de desenhos de Houillon. Sexualidade. São Paulo,
Edgard Blücher Ed./Edusp, 1972.)
-
QUESTÃO DE VESTIBULAR
89) As mitocôndrias são consideradas as “casas de força” das células vivas.Tal analogia
refere-se ao fato de as mitocôndrias.
a) estocarem moléculas de ATP produzidas na digestão dos alimentos.
b) produzierm ATP com utilização de energia liberada na oxidação de moléculas
orgânicas.
c) consumirem moléculas de ATP na síntese de glicogênio ou de amido a partir de
glicose.
d) serem capazes de absorver energia luminosa utilizada na síntese de ATP.
e) produzirem ATP a partir da energia liberada na síntese de amido ou de glicogênio.
O núcleo de uma célula é a sua parte mais importante, sem a qual, ela não
existiria. Trata-se de uma estrutura esférica, única e central e completamente
independente do citoplasma, uma vez que é separada deste por uma membra-
na chamada carioteca, que não permite qualquer tipo de comunicação entre o
que está dentro e o que esta fora.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Qual das alternativas se refere a um cromossomo?
a) um conjunto de moléculas de DNA com todas as informações genéticas da
espécie.
b) uma única molécula de DNA com informação genética para algumas proteínas.
c) um segmento de molécula de DNA com informação para uma cadeia
polipeptídica.
d) uma única molécula de RNA com informação para uma cadeia polipeptídica.
e) uma seqüência de três bases nitrogenadas do RNA mensageiro correspondente a
um aminoácido na cadeia polipeptídica.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Pontas de raízes são utilizadas para o estudo dos cromossomos de plantas por
apresentarem células
a) com cromossomos gigantes do tipo politênico.
b) com grande número de mitocôndrias.
c) dotadas de nucléolos bem desenvolvidos.
d) em divisão mitótica.
e) em processo de diferenciação.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Um pesquisador estudou uma célula ao microscópio eletrônico, verificando a
ausência de núcleo e de compartimentos membranosos. Com base nessas
observações, ele concluiu que a célula pertence a
a) uma bactéria.
b) uma planta.
c) um animal.
d) um fungo.
e) um vírus.
-
lar delimitado por membrana, além das demais organelas. Também não pode
ser um vírus, uma vez que vírus não são células e o enunciado já diz que o
pesquisador “estudou uma célula”. Logo, a alternativa correta, por exclusão,
é a “a”, ou seja, bactéria. As bactérias são seres vivos que só podem ser visto
ao microscópico, devido às suas dimensões muito pequenas. Também são
chamados de procariontes, cujo termo provém da palavra prótos, que signifi-
ca “primitivo” e kárion, que significa núcleo. Tratam-se, portanto, de organis-
mos que apresentam um núcleo primitivo no qual o material genético não se
encontra envolvido por membranas, como acontece com as células eucarióticas.
Q.E. 18) Monte uma tabela na qual as diferenças entre seres procariontes
e eucariontes estejam bem claras.
Q.E. 19) De acordo com a tabela montada na questão anterior, responda:
É possível incluir os vírus em alguns desses grandes grupos? Por quê?
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Uma maneira de se obter um clone de ovelha é transferir o núcleo de uma célula
somática de uma ovelha adulta A para um óvulo de uma outra ovelha B do qual foi
previamente eliminado o núcleo. O embrião resultante é implantado no útero de uma
terceira ovelha C, onde origina um novo indivíduo. Acerca do material genético desse
novo indivíduo, pode-se afirmar que
a) o DNA nuclear e o mitocondrial são iguais aos da ovelha A.
b) o DNA nuclear e o mitocondrial são iguais aos da ovelha B.
c) o DNA nuclear e o mitocondrial são iguais aos da ovelha C.
d) o DNA nuclear é igual ao da ovelha A, mas o DNA mitocondrial é igual ao da ovelha B.
e) o DNA nuclear é igual ao da ovelha A, mas o DNA mitocondrial é igual ao da ovelha C.
A primeira coisa que deve acontecer para que uma célula dê origem à
outra, é a duplicação de tudo que há dentro dela. Assim é que se duplicam: as
mitocôndrias, os centríolos, os cloroplastos (se for uma célula vegetal) e todas
as estruturas que têm dentro do núcleo celular.
Aliás, o que tem dentro do núcleo, talvez seja o mais importante, por isso
o grande enfoque nos livros didáticos sobre o que acontece lá dentro.
Cromossomos duplicam-se para depois dividir. Lógica matemática, não?
Então, se há 46 cromossomos numa célula somática (com exceção dos gametas,
todas as demais células do nosso corpo são somáticas, soma=corpo), antes
que ela se divida, é necessário que os 46 cromossomos se dupliquem... Quer
dizer então que a célula fica com 92 cromossomos? Não, não é bem assim.
Eles se duplicam, mas ficam presos por uma região do cromossomo que é
chamada de centrômero, e é este “estar preso pelo centrômero” que dá o as-
pecto de “X” que normalmente observamos nos livros didáticos.
Fig. 1.6 – Acima, à esquerda, fotomicrografia ao microscópio óptico de células de raiz de cebola
(aumento ≅ 800 vezes). As células foram coradas para evidenciar núcleos interfásicos e
cromossomos das células em divisão. Acima, à direita, fotomicrografia ao microscópio eletrônico
de varredura mostrando cromossomos humanos condensados (aumento ≅ 5.000 vezes). A
seguir, representação esquemática de um cromossomo condensado.
Cada cromátide nada mais é do que um cromossomo depois que foi dupli-
cado. Como ele está preso à sua cópia pelo centrômero, ele passa a se chamar
cromátide e não mais cromossomo. Essa duplicação ocorre numa fase do ciclo
celular que é chamada de intérfase. Depois da intérfase é que ocorre a separa-
ção, não só das cromátides como das outras estruturas celulares. Numa determi-
nada fase do processo, os cromossomos migram para a região do meio da célu-
la e ligam-se aos fusos mitóticos, que nas células animais são prolongamentos
dos centríolos. Em seguida, esses fusos se encurtam e as cromátides se sepa-
ram. Refaz-se se a membrana que reveste o núcleo e dividem-se as organelas já
duplicadas, como os centríolos e as mitocôndrias. Desta forma, cada célula fi-
lha fica com o mesmo número de organelas e de cromossomos da célula-mãe.
11) Células vegetais e animais se dividem do mesmo modo?
-
Quanto aos princípios que regem a divisão celular sim, os dois tipos celu-
lares de dividem do mesmo modo. O que muda são certos acabamentos ou
detalhes que envolvem as estruturas de cada uma dessas células. Os vegetais,
por exemplo, não têm centríolos, mesmo assim, formam-se os fusos mitóticos
que se ligam às cromátides. Por outro lado, devido à presença da parede celu-
lar nas plantas, ela começa a se formar antes da separação final do citoplasma.
Vesículas, provenientes provavelmente do Golgi e carregadas de pectina, vão
sendo depositadas entre os dois núcleos formados, constituindo uma placa
que depois dará origem à parede celular.
Fig. 1.7 – Nas células vegetais, após a divisão nuclear, a separação do citoplasma difere muito da
ocorrida nas células animais. Nos vegetais, a citocinese é centrífuga, resultando do fenômeno
primário de deposição de vesículas com pectina do centro para a periferia da célula. Acompanhe
as explicações do texto. (Figura modificada de Berkaloff et al. Biologia e fisiologia celular. São
Paulo, Edgard Blücher Ed./Edusp, 1972.)
Q.E. 20) Sabendo que uma célula humana tem 46 cromossomos, quantas
moléculas de DNA há em uma célula que está antes da intérfase, no início
e no fim da divisão celular?
QUESTÃO DE VESTIBULAR
37) A vinblastina é um quimioterápico usado no tratamento de pacientes com câncer.
Sabendo-se que essa substância impede a formação de microtúbulos, pode-se
concluir que sua interferência no processo de multiplicação celular ocorre na
a) condensação dos cromossosmos.
b) descondensação dos cromossomos.
c) duplicação dos cromossomos.
d) migração dos cromossomos.
e) reorganização dos nucléolos.
O câncer é uma doença que apresenta grande relação com a mitose, pois é
um descontrole no processo de divisão mitótica que faz as células se dividi-
rem sem parar e formar os tumores. A vinblastina atua como um quimioterápico
porque ela impede a formação dos microtúbulos, que fazem parte do fuso
mitótico. Sem fuso, não há a separação ou migração dos cromossomos para
as células-filhas, e sem esta migração correta, a divisão celular ou mitose é
bloqueada. Bloqueando-se a mitose, controla-se o desenvolvimento do tu-
mor, por isto, a alternativa correta é a “d”.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Um cromossomo é formado por uma longa molécula de DNA associada a proteínas.
Isso permite afirmar que o núcleo de uma célula somática humana em ...A... possui
...B... moléculas de DNA. Qual das alternativas indica os termos que substituem
corretamente as letras A e B?
a) A = início de intérfase (G1); B = 46.
b) A = fim de intérfase (G2); B = 23.
c) A = início de mitose (prófase); B = 46.
d) A = fim de mitose (telófase); B = 23.
e) A = qualquer fase do ciclo celular; B = 92.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES:
-
IV - Relatos de Viagem
Unidade 2
Metabolismo
celular
Organizadores
Paulo Takeo Sano
Lyria Mori
Muito legal essa viagem pela célula não é? Mas será que você conseguiu
Elaboradores
lembrar do nome da substância “*” que aparece no final do texto anterior. Se
não, fique tranqüilo, vamos lembrar juntos. O nome da substância misteriosa Solange Soares
de Camargo
que é produzida por todas aquelas pequenas usinas de energia (mitocôndrias)
e que serve de moeda de troca energética para a célula é Adenosina tri fosfato Maria Elena
mais conhecida como ATP. Infante-Malachias
2) Por que o ATP é um bom armazenador de energia? Isso têm a ver com os 3
fosfatos que ele carrega?
Boa pergunta! Sim, a característica do ATP ser um ótimo armazenador de
energia tem tudo a ver com os fosfatos. As ligações dos fosfatos (entre eles) são
ligações de alta energia, permitindo acumulá-la em grande quantidade. Outra
coisa muito importante é que o ATP pode “ceder” essa energia à maioria dos
processos vitais realizados pela célula, ou seja, ela não somente armazena como
principalmente transfere de maneira eficaz, a energia acumulada. Olhando para
a figura 7.2 (Conceitos de Biologia), podemos identificar a estrutura do ATP.
Fig. 2.1 – Representação esquemática do papel do ATP como “moeda energética” da célula. As
reações catabólicas liberam energia, que é armazenada nas moléculas de ATP. A célula utiliza
essa energia armazenada para realizar trabalho, por exemplo para a união de aminoácidos,
para a fabricação das proteínas, no transporte de substâncias através da membrana plasmática,
na contração muscular etc.
Tudo bem, para saber como é obtida essa “moeda forte”, ou seja, o ATP
nas células, vamos dar uma olhadinha no nosso dia-a-dia. É comum ouvir
mães e, principalmente vovós, falando “come menino, para você ficar bem
forte e com muita energia”. Nos comerciais as propagandas nos dizem que se
comemos alguns alimentos achocolatados e cereais teremos energia de sobra
até para realizar as manobras mais radicais! Bom, tudo bem, mas a primeira
pergunta que surge é:
3) Será que a energia que o nosso corpo precisa para realizar todas as muitas
atividades que realiza provêm dos alimentos?
Sim, sem dúvida, os alimentos que ingerimos fornecem a energia necessária
para que as nossas células, e o nosso organismo possam realizar as suas funções.
4) Isso ocorre com todos os alimentos? Mesmo com a alface que a mãe obriga
a comer?
Sim, todos os alimentos fornecem energia ao nosso organismo em forma
de ATP, incluindo o alface, o jiló, o quiabo e por aí vai. Existem alimentos
mais e outros menos energéticos, mas vamos por parte.
-
Q.E. 2) Como você imagina que isso ocorre? Pare um pouco, pense e
tente “inventar” uma explicação, anote a sua explicação no caderno. No
final compare a sua explicação com o que realmente ocorre.
5) Até aqui tudo bem, mas estamos falando de nutrientes e de O2. Isso não foi
visto quando falamos de fotossíntese? Uma coisa tem a ver com a outra?
É claro que têm tudo a ver! Lembra o que acontece durante o dia na fotos-
síntese? (pode relembrar nas primeiras páginas deste fascículo) as plantas pro-
duzem glicose e O2. O oxigênio será utilizado na respiração celular (que ocorre
na mitocôndria); e quando comemos aquela alface ou aquela batatinha frita
(hmm, está me dando fome!) estamos ingerindo glicose que é um carboidrato,
entre outros nutrientes. Logo falaremos desses outros nutrientes.
Quando uma molécula de glicose reage com 6 moléculas de oxigênio,
formam-se 6 moléculas de gás carbônico (CO2) e 6 de água (H2O). A energia
liberada nesse processo é suficiente para a fabricação de cerca de 38 molécu-
las de ATP: isto ocorre a partir de 38 moléculas de ADP e 38 fosfatos.
TODO esse processo a partir dos nutrientes, utilizando O2 para obter ener-
gia em forma de ATP e produzir CO2 e H2O é chamado de respiração celular
ou respiração aeróbica por utilizar o oxigênio atmosférico.
Q.E. 3) Até aqui está tudo claro, mas, de que forma a batata frita que você
come vai se transformar em ATP?
QUESTÃO DE VESTIBULAR
O trifosfato de adenosina (ATP) é um:
a) ácido nucléico.
b) lipídio.
c) monossacarídeo.
d) nucleotídeo.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Qual das alternativas indica corretamente os compartimentos celulares nos quais
ocorrem as diversas etapas da respiração celular?
-
porte de elétrons. Este transporte de elétrons permite que eles liberem gradati-
vamente o excesso de energia. Essa energia é utilizada para forçar os íons H+
para o espaço entre as duas membranas mitocondriais. Os íons H+ acumulados
nesse espaço são difundidos de novo para dentro da matriz mitocondrial. Essa
passagem de íons H+ produz muita energia, pois fosforila ADP para formar
ATP, esse processo é chamado de fosforilação oxidativa.
Bom, agora dá para responder a questão anterior não dá? A alternativa
correta é a c.
Q.E. 4) Agora preste atenção ao desenho a seguir e veja bem quantos ATP
são produzidos em cada etapa da respiração celular.
Fig. 2.2 – Localização das etapas da respiração celular e produção do ATP. A glicólise ocorre no
citosol enquanto o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória ocorrem na mitocôndria.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Fisiologistas esportivas em um centro de treinamento olímpico desejam monitorar os
atletas para determinar a partir de que ponto seus músculos passam a trabalhar
anaerobicamente. Eles podem fazer isso investigando o aumento, nos músculos, de:
a) ATP.
b) ADP.
c) gás carbônico.
d) ácido lático.
Como você já deve ter ouvido falar, os esportistas podem acumular ácido
lático nos seus músculos. Este processo é denominado de fermentação lática,
e além das células musculares pode ser realizado por algumas bactérias, por
exemplo, as bactérias que fermentam o leite.
Em outra situação o ácido pirúvico proveniente da glicólise transforma-se
em etanol (álcool etílico) e CO2, este processo de fermentação alcoólica é
realizado por alguns fungos, como o fermento de pão ou o fungo de padaria
Saccharomyces cerevisiae. Há milênios a humanidade utiliza as leveduras para
produzir bebidas alcoólicas e na produção de pão. Observe os detalhes da
fermentação lática e alcoólica na figura a seguir:
Fig. 2.3 – Representação esquemática das principais etapas da fermentação lática e da fermentação
alcoólica.
-
Continuando, nós sabemos que você não ingere somente glicose na sua
alimentação! Então vamos estudar quais substâncias estão presentes nas célu-
las, e conseqüentemente, nos alimentos?
7) Os átomos que formam a matéria componente dos seres vivos são diferen-
tes daqueles que formam a matéria não viva?
Não, embora na matéria viva predominem certos tipos de átomos. Eles
são idênticos aos encontrados na matéria não viva.
Os átomos são unidades que compõem as moléculas. Uma molécula pode
ser formada por dois, três ou milhares de átomos, por exemplo, a molécula de
água é formada por dois átomos de H (hidrogênio) e um átomo de O (oxigê-
nio), já a molécula de DNA (que você tem ouvido falar muito) têm milhares
de átomos de C (carbono) entre milhares de átomos de outros elementos quí-
micos. Quando a matéria viva é analisada em relação aos átomos que a for-
mam, os mais abundantes são: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O),
nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S).
Q.E. 10) Tente explicar o que significa formar ligações com outros átomos?
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Os elementos químicos mais abundantes na matéria viva são:
a) carbono, hidrogênio, oxigênio e cloro.
b) carbono, hidrogênio, fósforo e enxofre.
c) carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
d) carbono, hidrogênio, cloro e sódio.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
A substância química mais abundante em um ser vivo é:
a) água.
b) açúcar.
c) DNA.
d) lipídio.
e) proteína.
Q.E. 11) Para responder esta questão, pare um momento e pense no que
você costuma comer. Que tipo de substância está presente nos alimentos?
-
Fig. 2.4 – Representação esquemática das principais etapas da fermentação lática e da fermentação
alcoólica.
Q.E. 12) Então responda o que diferencia uma proteína da outra? Escreva
no seu caderno.
QUESTÃO DE VESTIBULAR
(E. F. O. Alfenas-MG) Num polipeptídio que possui 84 ligações peptídicas, os
respectivos números de aminoácios e de grupamento(s) amino terminal e
grupamento(s) ácido terminal são:
a) 84, 1, 1.
b) 85, 1, 1.
c) 85, 84, 84.
d) 84, 85, 85.
e) 1, 85, 85.
-
Q.E. 15) Pergunta: você já sabe como e onde são formadas as proteínas.
Faça um esquema no seu caderno e explique.
Fig. 2.5 – O retículo endoplasmático rugoso (RER) e o aparelho de Golgi funcionam de modo
integrado. Proteínas produzidas pelos ribossomos penetram no RER, de onde são transferidas
para o aparelho de Golgi. Neste, as proteínas são identificadas, modificadas e empacotadas em
pequenas bolsas membranosas, que podem atuar dentro da própria célula ou no meio externo.
A fotomicrografia eletrônica mostra a região apical de uma célula animal, repleta de grãos de
secreção prontos para ser eliminados (aumento ≅ 6.600 vezes).
-
QUESTÃO DE VESTIBULAR
Assinale a alternativa correta sobre os ácidos nucléicos (I e II) cujos resultados da
análise estão mostrados na tabela a seguir.
I II
Tipo de açúcar Desoxirribose Ribose
Tipo de base Adenina Adenina
nitrogenada Timina Uracila
Citosina Citosina
Guanina Guanina
Q.E. 16) Com todas essas moléculas orgânicas, a célula pode realizar o
seu metabolismo. O que é para você o metabolismo? Escreva a sua
definição no caderno e depois leia:
Pude perceber, com extraordinária clareza que ele (o pedaço de cortiça) era todo
perfurado e poroso, assemelhando-se muito, quanto a isto, a um favo de mel (...)
Além disso, esses poros, ou células, não eram muito fundos e sim constituídos de
um grande número de pequenas caixas (...)
Q.E. 17) Explique o que você pensa ao respeito do que acabou de ler.
Não é fantástico?
Bibliografia
Amabis, J.M e Martho, G. (2001). Conceitos de Biologia. Vol. 1. Origem da
vida, citologia, histologia e embriologia. Editora Moderna, São Paulo, SP.
Martho, G. e Amabis, J.M. (1988). A Ciência da Biologia. Editora Moderna,
São Paulo, SP.
Todo o texto deste fascículo foi uma adaptação de textos encontrados nos
dois livros acima citados, com a devida autorização dos autores. As figuras
são cópias xerográficas dos dois livros citados.
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações