Direito Do Trabalho - 4º Bimestre
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30/09/2013 CONTEDO MNIMO DA RELAO DE EMPREGO EQUIPARAO SALARIAL Equiparao salarial a consagrao do principio da isonomia no mbito da remunerao do empregado, de forma que empregados que exeram simultaneamente a mesma funo, em beneficio de um mesmo empregador, e na mesma localidade, devem receber salrios iguais. Em primeiro lugar, e de forma mais ampla, a equiparao salarial tem fundamento no princpio constitucional da Isonomia, segundo o qual se deve tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades (principio da Igualdade substancial). A diferena salarial um preceito constitucional, o trabalho no pode sofrer diferenas salariais. A Constituio veda a desigualdade em todos os sentidos. Introduo Na economia liberal do sculo XIX, o salrio, considerado como o preo de uma mercadoria, era estabelecido segundo a lei da oferta e da procura, sem nenhum controle do Estado, diretamente dos interessados. Tratado de Versalhes (1919) consagrou O princpio de salrio igual, sem distino de sexo, para trabalhos de igual valor. Na justia do trabalho muito complicado a prova testemunhal. No plano internacional: Carta das Naes Unidas (1948) DIT Conferncia de 06/06/1951, adotou a Conveno n 100 concernente igualdade de remunerao para a mo-de-obra masculina e mo-de-obra feminina por um trabalho de igual valor. No Brasil A Constituio Federal de 1934 (art. 121, par. 1) isonomia salarial proibio de diferena de salrio para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil. A CF de 1937 a omitiu. A CF de 1946, a estabeleceu, mantendo-a na CF de 1967. A CF de 1988, art. 7 XXX. Requisitos: Art. 5 CLT A todo trabalho de igual valor corresponder salrio igual, sem distino de sexo. Art. 461 CLT Sendo idntica a funo, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponder igual salrio, sem distino de sexo, nacionalidade ou idade. l. Trabalho de igual valor, para os fins deste Captulo, ser o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeio tcnica, entre pessoas cuja diferena de tempo de servio no for superior a 2 (dois) anos. 2. Os dispositivos deste artigo no prevalecero quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hiptese em que as promoes devero obedecer aos critrios de antigidade e merecimento. 3. No caso do pargrafo anterior, as promoes devero ser feitas alternadamente por merecimento e por antigidade, dentro de cada categoria profissional. 4 O trabalhador readaptado em nova funo por motivo de deficincia fsica ou mental atestada pelo rgo competente da Previdncia Social no servir de paradigma para fins de equiparao salarial. Para a configurao da equiparao salarial necessrio o atendimento dos seguintes requisitos: a) b) c) d) e) f) Identidade de funes; Trabalho de igual valor; Mesma localidade; Mesmo empregador; Simultaneidade na prestao de servio; Inexistncia de quadro organizado em carreira ou na existncia, mas no foi observado os requisitos.
a) IDENTIDADE DE FUNES Ambos os empregados (paradigma e paragonado ou equiparando) devem exercer idntica funo no universo da diviso de trabalho na empresa. No se confunde funo com tarefa. Como ensina Mauricio Godinho Delgado:
Art. 144. O abono de frias de que trata o antigo anterior, bem como o concedido em virtude de clusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de conveno ou acordo coletivo, desde que no excedente a 20 (vinte) dias do salrio, no integrao a remunerao do empregado para os efeitos da legislao do trabalho.
Adicionais O adicional tem sentido de alguma coisa que se acrescenta. Normalmente ele pago por servios realizados por empregado em condies mais gravosas. Conceito: um acrscimo salarial decorrente da prestao de servios do empregado em condies mais gravosas. Pode ser dividido em adicional de horas-extras, noturno, de insalubridade, de periculosidade, de transferncia e penoso, que ainda no se encontra regulamentado. Adicional de horas-extras devido pelo trabalho extraordinrio razo de pelo menos 50% sobre a hora normal (art. 7, XVI, da CF). Existindo habitualidade no pagamento das horas-extras, haver integrao em outras verbas, como indenizao (Smula 24 do TST), 13 salrio (Smula 45 do TST), FGTS (Smula 63 do TST), aviso-prvio
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22/10/2013 SALRIO FAMLIA No salrio pago pelo INSS o benefcio pago pela Previdncia Social brasileira ou Segurana Social portuguesa aos trabalhadores com salrio mensal na faixa de baixa renda, para auxiliar no sustento de filhos (assemelham-se ao conceito de filhos: o enteado, o tutelado ou o que est sob a guarda do empregado) de at 14 anos de idade. O segurado recebe uma quota por filho e por emprego e ambos os pais recebem. Somente tm direito ao benefcio os trabalhadores empregados e os avulsos, assim como os aposentados. Os empregados domsticos, contribuintes individuais, segurados especiais e facultativos no recebem salriofamlia. O artigo 84 do Decreto Federal 3265, de 29 de novembro de 1999, publicado em 30 de novembro de 1999, que altera o regulamento da Previdncia Social, no que diz respeito aos requisitos para o pagamento do salriofamlia: Art.84 O pagamento do salrio-famlia ser devido a partir da data da apresentao da certido de nascimento do filho ou da documentao relativa ao equiparado, estando condicionada apresentao anual de atestado de vacinao obrigatria, at seis anos de idade, e de comprovao semestral de freqncia escola do filho ou equiparado, a partir dos sete anos de idade. Decreto Federal n 3265 O referido decreto prev a suspenso do pagamento do salrio-famlia, caso o servidor no apresente a documentao exigida. O incapaz s receber salrio-famlia se no for segurado da previdncia, ou seja, deve ser dependente de segurado. O empregador paga o salrio famlia ficando a Previdncia Social responsvel pelo reembolso das prestaes pagas a tal ttulo mediante abatimento na guia de recolhimento das contribuies previdencirias. proporcional, tem um teto, um limite. Valor do salrio famlia Portaria Interministerial NPS?MF 15/2013 SALRIO At R$ 646,55 De R$ 646, 56 at R$ 971,78 COTA SALRIO FAMLIA R$ 33,16 R$ 23,36
Cessao Morte do filho ou do equiparado; Quando o filho ou o equiparado completar 14 anos; Pela recuperao da capacidade; Pelo desemprego do segurado. PARTICIPAO NOS LUCROS Conceito: a participao nos lucros o pagamento feito pelo empregador ao empregado, em decorrncia do contrato de trabalho referente distribuio do resultado positivo obtido pela empresa, o qual o obreiro ajudou a conseguir.
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O art. 6 do decreto n. 05, de 14/01/1991 a alimentao fornecida de acordo com as dterminaes da lei n. 66.321/76 no se considera salrio utilidade, nem se incorpora remunerao. Smula 241 TST: O vale para refeio, fornecido por fora do contrato de trabalho, tem carter salarial, integrando a remunerao do empregado, para todos os efeitos legais. O vale-transporte no considerado salrio in natura, por fora da alnea a, art. 2 da lei n. 7.418/85. Nao integra porque um transporte para o trabalhado incentivar o patro a ajudar o empregado a ir para o trabalho. A cesta bsica se a determinao decorre de norma coletiva que expressamente lhe retira o carter salarial, no ser considerada salrio utilidade. A educao em estabelecimento de ensino prprio ou de terceiros, compreendidos os valores relativos matrcula, mensalidade, anuidade, livros e material didtico (art. 458, par. 2 CLT). O transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno em percurso, servido ou no por transporte pblico. a assistncia mdica, hospitalar e odontolgica prestada diretamente ou seguro-sade. os seguros de vida e de acidentes pessoais;
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Obs. Se a habitao fornecida gratuitamente ao empregado, ttulo de contrato de comodato dever ser investigada a realidade dos fatos (princpios da primazia da realidade dos fatos sobre a forma empregada). O salrio configurado pelo fornecimento gratuito da utilidade do empregado. Obs. Se h contrato de locao entre empregado e empregador em princpio no seria salrio utilidade pois a locao contrato oneroso o empregado estaria pagando pela moradia, mas se o valor descontado ttulo de locao nfimo, pode estar se mascarando uma utilidade percebida pelo trabalhador (art. 9 da CLT). A conveno de 95 da OIT de 1948, esclarece que, nos casos em que se autorize o pagamento parcial do salrio com prestaes em espcies, devem ser tomadas medidas pertinentes para garantir que as prestaes em espcie sejam apropriados ao uso pessoal do trabalho e de sua famlia e redundem em benefcios. O valor atribudo a essas apresentaes seja justo e razovel (art. 4, par. 2 CLT). Art. 82 CLT. Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salrio mnimo, o salrio em dinheiro ser determinado pela frmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salrio em dinheiro, Sm o salrio mnimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na regio. Pargrafo nico. O salrio mnimo pago em dinheiro no ser inferior a 30% (trinta por cento) do salrio mnimo fixado para a regio. Ser de 30% do salrio mnimo, do salrio contratual e necessariamente devero ser pagos em dinheiro, sendo que os restantes 70% podero ser pagos em utilidades. Art. 458. CLT par. 3 e 4: 3. A habilitao e a alimentao fornecidas como salrio-utilidade devero atender aos fins a que se destinam e no podero exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salrio-contratual. 4. Tratando-se de habilitao coletiva, o valor do salrio-utilidade a ela correspondente ser obtido mediante a diviso do justo valor da habilitao pelo nmero de co-ocupantes, vedada, em qualquer hiptese, a utilizao da mesma unidade residencial por mais de uma famlia. Rurcula (empregado rural) os descontos das prestaes in natura so calculados apenas sobre o salrio mnimo (art. 9 da lei n. 5.889/73). Art. 9 Salvo as hipteses de autorizao legal ou deciso judiciria, s podero ser descontadas do empregado rural as seguintes parcelas, calculadas sobre o salrio mnimo: a) at o limite de 20% (vinte por cento) pela ocupao da morada; b) at o limite de 25% (vinte por cento) pelo fornecimento de alimentao sadia e farta, atendidos os preos vigentes na regio; c) adiantamentos em dinheiro. 1 As dedues acima especificadas devero ser previamente autorizadas, sem o que sero nulas de pleno direito. 2 Sempre que mais de um empregado residir na mesma morada, o desconto, previsto na letra "a" deste artigo, ser dividido proporcionalmente ao nmero de empregados, vedada, em qualquer hiptese, a moradia coletiva de famlias. 3 Rescindido ou findo o contrato de trabalho, o empregado ser obrigado a desocupar a casa dentro de trinta dias. 4 O Regulamento desta Lei especificar os tipos de morada para fins de deduo. 5 A cesso pelo empregador, de moradia e de sua infra estrutura bsica, assim, como, bens destinados produo para sua subsistncia e de sua famlia, no integram o salrio do trabalhador rural, desde que caracterizados como tais, em contrato escrito celebrado entre as partes, com testemunhas e notificao obrigatria ao respectivo sindicato de trabalhadores rurais. (Includo pela Lei n 9.300, de 29/08/96). REMUNERAO VARIVEL Em nosso sistema o empregador poder contratar com o empregador salrio exclusivamente vinculado a sua produo, ou seja, pagamento apenas de salrio varivel. Art. 78. Quando o salrio for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou pea, ser garantida ao trabalhador uma remunerao diria nunca inferior do salrio mnimo por dia normal. Pargrafo nico. Quando o salrio mnimo mensal do empregado comisso ou que tenha direito percentagem for integrado por parte fixa e parte varivel, ser-lhe- sempre garantido o salrio mnimo, vedado qualquer desconto em ms subseqente a ttulo de compensao. Atualmente com a globalizao interesse do empregador. Ex: no Japo, 30% do salrio fixo e 70% varivel. A Lei n. 8.716 de 11/10/1993 e art. 78 CLT.
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Classificao 1 Quanto durao a jornada de trabalho pode ser: - normal: comum ou ordinria, cumprida a jornada de 8 horas (presuno); - extraordinria: so as horas que excedem os limites legais, como a que suplantarem as 8 horas dirias e 44 semanais; - limitada: quando h um balizamento na lei como, por exemplo, jornada dos mdicos, em que h um limite mximo de 4 horas dirias; - ilimitada: quando a lei no determina um limite para a sua prestao. Obs. Importante: se o empregado no sair de sua rota itinerria de trabalho e sofrer acidente, ser considerado acidente de trabalho. Mas no poder sair da rota para caracterizar. 2 Quanto ao perodo a jornada de trabalho pode ser: - diurno; - noturno: art. 73, par. 2 da CLT: 2 Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte. - mista: art. 73, par. 4 da CLT: 4 Nos horrios mistos, assim entendidos os que abrangem perodos diurnos e noturnos, aplica-se s horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus pargrafos. 3 Quanto profisso - bancrio tem jornada de 6 horas art. 224 CLT; - telegrafista 6 horas dirias ou 36 horas horas semanais; art. 227 CLT; - jornalistas tem perodo de 5 horas art. 303 CLT; 4 Quanto flexibilidade: - flexveis: podem haver negociaes entre as partes; - inflexveis: no h negociao. Todavia, nossa legislao no trata do tema. Fundamentos - biolgicos (efeitos psicofisiolgicos), fadiga jornada extensa; - sociais (lazer e famlia); - econmicos: produtividade e desemprego; - sociais e familiares. Jornada de trabalho art. 7 XIII da Constituio Federal/1988 XIII - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho; a) dos bancrios 6 horas; b) dos empregados em servio de telefonia, telegrafia e subfluvial, raditelegrafia e radiotelefonia 6 horas dirias;
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Smula 320, TST.- cobrana do transporte e pagamento das horas in itinere. O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou no, importncia pelo transporte fornecido, para local de difcil acesso ou no servido por transporte regular, no afasta o direito percepo das horas "in itinere". Prontido, sobreaviso e BIP: As estradas de ferro podero ter empregados extra-numerrios, de sobreaviso e de prontido, para executarem servios imprevistos ou para substituies e de outros empregados que faltarem escala organizada (art. 244, CLT). Art. 244, 1, CLT (extra-numerrio); art.244, 2, CLT (sobreaviso); art.244, 3, CLT (prontido).
Sobreaviso prontido. A hora de sobreaviso que era aplicada exclusivamente aos ferrovirios acabou sendo estendida a outros tipos de empregados. Pela evoluo (tecnologia)- empregado tanto pode ser chamado pelo telefone ou pelo telgrafo, como tambm por BIP, pagers, laptop ligado empresa, celular, etc. Todavia, o uso de BIP no caracteriza sobreaviso, pois o empregado pode se locomover e teoricamente, poderia at trabalhar para outra empresa. Este mesmo raciocnio tambm pode ser aplicado com relao ao empregado que porta pagers ou laptop ligado empresa. A orientao jurisprudencial n 49, SBDI-1 do TST.
Prontido: O empregado fica nas dependncias da empresa; 12 horas, no mximo; 2/3 do salrio normal. Assim se o empregado recebe R$6,00 de salrio por hora, nessa condio ele dever receber R$ 4,00, por hora. Sobreaviso: O empregado fica na prpria casa/ residncia; Art. 244, 2, CLT. Escala de 24 horas; Recebe mais de 1/3 do salrio por hora. Assim, se o salrio for R$ 6,00 por hora, nessa condio ele receber R$ 2,00, por hora.
Adicional noturno:
a) Horrio noturno: o trabalho noturno executado no perodo da noite. Ver outros pases. Horrio noturno para os empregados urbanos: das 22h s 5h do dia seguinte (2, art. 73, CLT); Para os empregados rurais: -na lavoura: 21h s 5 h. -na pecuria: das 20h. s 4 h. Para o advogado, ser das 20h. s 5h. (3 do art. 20 da lei 8.906). Adicional de 20% para os urbanos e de 25% para os rurais. 04/11/2013 b) Hora noturna reduzida: a lei estabelece, ainda, uma fico jurdica, no sentido de que a hora noturna considerada reduzida ou seja, a hora de trabalho noturno ser computado como de 52 minutos e 30 segundos. O trabalhador rural e o advogado no so beneficirios da reduo da jornada de trabalho cumprida em horrio noturno devido ao adicional de 25% (adicional maior) previsto para ambas as categorias, visa compensar a inexistncia da hora noturna reduzida. O vigia noturno faz jus reduo da jornada reduzida, conforme smula 65 do TST. Vai sobrar uma hora o trabalhador no poder trabalhar 8 horas a noite, ser de 7 horas, seno vai dar horaextra. Em cada hora perde 7 minutos e 30 segundos. Vai ter um perodo de hora a. Essa jornada confusa para quem vai fazer clculo, para hora-extra, adicional, etc. A sada para isso seria aumentar o adicional ou diminuir a jornada de trabalho de 8 para 7 horas, seria mais lgico 52 minutos e 30 segundos para fazer os clculos.
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Telefonistas: jornada de trabalho variada mximo de 7 horas de trabalho com 20 minutos para descansar sempre que se verificar um esforo contnuo de mais de 3 horas art. 229 CLT. Atividade de explorao, produo e refinao de petrleo: poder haver a supresso do intervalo de repouso e alimentao para garantir a normalidade das operaes ou para atender a imperativos de segurana nacional com pagamento em dobro. O trabalhador rural tem intervalo para repouso e alimentao de acordo com os usos e costumes da regio. Eles podem parar a tarde por exemplo, mesmo tendo tido horrio normal de almoo, para fazerem uma merendinha, se uso e costume, ter que ser respeitado. Art. 71 par. 4 remunerao do trabalho em perodo de intervalo para refeio e descanso. 4 Quando o intervalo para repouso e alimentao, previsto neste artigo, no for concedido pelo empregador, este ficar obrigado a remunerar o perodo correspondente com um acrscimo de no mnimo 50% (cinqenta por cento) sobre o valor da remunerao da hora normal de trabalho. Pagamento com hora-extra (hora normal + 50%) OJ n. 307 da SBDI-1 do TST entende que deve ser pago o total do perodo correspondente. O pargrafo 4 do art. 71 da CLT (remunerar e no indenizao) havendo habitualidade o pagamento tem natureza salarial, havendo reflexos em outras verbas. c) Servios de mecanografia art. 72 CLT Art. 72. Nos servios permanentes de mecanografia (datilografia, escriturao ou clculo), a cada perodo de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponder um repouso de 10 (dez) minutos no deduzidos da durao normal de trabalho. Servios meramente exemplificativos e no taxativos, podendo haver outros servios. Ex: operador de telex, digitadores, datilografia, etc. Alterao da NR 17 pela portaria n. 3.435/90 e 3.214/78. d) Servio em frigorfico: art. 253 CLT. Art. 253. Para os empregados que trabalham no interior das cmaras frigorficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contnuo, ser assegurado um perodo de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. Pargrafo nico. Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climticas do mapa oficial do Ministrio do Trabalho, a 15 (quinze graus), na quarta zona a 12 (doze graus), e nas quinta, sexta e stima zonas a 10 (dez graus.) O intervalo de 20 minutos a cada 1 hora e 40 minutos sendo considerado cada tempo de servio disposio do empregador e remunerado normalmente. Caso o empregador no cumpra o intervalo, poder o empregado reivindic-lo como hora-extra. e) Mineiros: art. 298 CLT- considerado com o tempo de servio disposio do empregador. Art. 298. Em cada perodo de 3 (trs) horas consecutivas de trabalho, ser obrigatria uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual ser computada na durao normal de trabalho efetivo. f) Mulher em fase de amamentao: art. 396 CLT: esses intervalos sero deduzidos da jornada de trabalho e no sero remunerados.
Art. 396. Para amamentar o prprio filho, at que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher ter direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. Pargrafo nico. Quando o exigir a sade do filho, o perodo de 6 (seis) meses poder ser dilatado, a critrio da autoridade competente. Intervalo Interjornada (entre jornadas) art. 66 CLT. Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haver um perodo mnimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
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Histrico Origem - costumes religiosos - hebreus - descansavam nos sabbath (sbados) - palavra proveniente de descanso. Na bblia Gnesis, 2, 2-3. O stimo dia era o sbado. A partir da morte de Cristo - descanso aos domingos (dies domini) - a ressurreio de Jesus Cristo (domingo). Encclica RerumNovarum(Papa Leo XIII) o direito ao descanso de cada dia, assim como cessao do trabalho no dia do Senhor, deve ser a condio expressa ou tcita de todo o contrato feito entre patres e operrios. 1. Direito Internacional: Conveno n. 1 da OIT de 1919 (Washington) a durao do trabalho deve ser de 8 horas por dia ou 48 semanais implicitamente disps o trabalho em 6 dias na semana. Conveno n. 14 de 1921 repouso semanal aos estabelecimentos industriais e Recomendao 18/1921 - repouso semanal remunerados aos comercirios. Conveno n. 31 de 1931 (durao do trabalho nas minas de carvo); Conveno n. 67 de 1939 (durao do trabalho e descanso no transporte em rodovias). Recomendao 103/1957 repouso hebdomadrio no comrcio e nos escritrios. Declarao dos Direitos do Homem (1848), o Pacto Internacional sobre os Direitos Econmicos, Sociais e Culturais de 1966, todos dispuseram sobre o direito ao descanso semanal remunerado. 2. No Brasil Lei n. 605 de 1949 - versa sobre o repouso semanal remunerado, sendo regulamentada pelo Decreto n. 27.048/1949. CF/1988, mencionou repouso semanal remunerado preferencialmente aos domingos (art. 7, XV). 3. Denominao: Repouso semanal remunerado; descanso semanal remunerado; repouso hebdomadrio; descanso hebdomadrio; folga semanal; repouso dominical; descanso dominical, descanso semanal e repouso semanal. Prefere-se - repouso semanalremunerado em virtude do disposto no na CF/88. 4. Conceito: o repouso semanal remunerado o perodo em que o empregado deixa de prestar servios uma vez por semana ao empregador, de preferncia aos domingos, e nos feriados, mas percebendo remunerao. Esse perodo de 24 horas consecutivas (art. 1 da Lei n. 605/49). 5. Natureza jurdica: Natureza salarial (o empregado descansa, mas recebe pelo dia). Norma de ordem pblica e higinica; Os art. 67 a 69 da CLT esto revogados pela Lei n 605/49. 6.Trabalhadores beneficiados: A CF/88, art. 7, XV - trabalhadores urbanos e rurais (estes ltimo j alcanados pelo art. 2 da Lei n. 605/49). O pargrafo nico do art. 7 da CF/88 domsticos. Tambm tm direito ao repouso semanal remunerado: Aqueles que trabalhem agrupados por intermdio de sindicatos, caixa porturio ou entidade congnere (trabalhadores avulsos) art. 2 da Lei n. 605/49 e os trabalhadores temporrios (art. 12, d, da Lei n. 6. 019/74). Categorias que no esto abrangidas pelas suas disposies (art. 2 e 5 da Lei n. 605/49). 7. Remunerao: a) para os que trabalham por dia, quinzena ou ms - um dia de servio;
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b) para os que trabalham por hora - de sua jornada normal de trabalho; c) para os que trabalham por tarefa ou pea - ao equivalente ao salrio das tarefas ou peas feitas durante a semana, no horrio normal de trabalho, dividido pelos dias de servio efetivamente prestados, ao empregador; d) para o empregado em domiclio - equivalente ao quociente da diviso por 06 da importncia total da sua produo na semana (art. 7 da Lei n 605/49); e)para o trabalhador avulso - consistir no acrscimo de 1/6 calculado sobre os salrios efetivamente percebidos pelo trabalhador e pago juntamente com tais salrios (art. 3 da Lei n. 605/49). 8. Horas-extras: Smula 172 do TST remunerado.
No haver, porm, reflexos de horas-extras sobre os feriados, pois inexiste previso legal nesse sentido. 9. Comissionistas: Smula 27 do TST - devida a remunerao do repouso semanal a dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista. O clculo do repouso do comissionista, feito por analogia ao clculo dos que percebem por pea ou tarefa, razo de 1/6 sobre as comisses dos dias trabalhados (art. 7, c da Lei n. 605/49). 10 . Bancrios: No sbado os bancrios no trabalham, como ocorre tambm com outras atividades profissionais. Surgiram questes nas quais bancrios pretenderam receber tambm quanto aos sbados, a exemplo dos domingos, a remunerao acrescida das horas extras. A jurisprudncia firmou-se no sentido de que o sbado no , para esse fim, considerado repouso, mas de dia til sem trabalho, no cabendo repercusso do pagamento de horas extraordinrias habituais em sua remunerao (Smula 113, do TST). 11. Condio de pagamento: Art.....da Lei n. 605/49. Assim so dois os requisitos para o pagamento do repouso semanal: a) assiduidade e b) pontualidade. O 1do art......da Lei n. 605/49 - estatui que so motivos justificados para no se considerar como falta para o clculo do repouso a paralisao do servio nos dias em que, por convenincia do empregador, no tenha havido trabalho. Ex. vedado, descontar os dias-ponte (entre o feriado e o fim de semana). Art. 473, da CLT - rol das faltas justificadas ao trabalho. O empregado poder deixar de comparecer ao servio sem prejuzo do salrio: I - at 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cnjuge, ascendente, descendente, irmo ou pessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdncia Social, viva sob sua dependncia econmica; II - at 3 (trs) dias consecutivos, em virtude de casamento; III - por 5 (cinco) dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana; IV - por 1 (um) dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doao voluntria de sangue devidamente comprovada; V - at 2 (dois) dias consecutivos ou no, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva; VI - no perodo de tempo em que tiver de cumprir as exigncias do Servio Militar referidas na letra c do art. 65 da Lei n 4.375, de 17.08.l964 (Lei do Servio Militar); VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exames vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. VIII - pelo tempo que se fizer necessrio, quando tiver que comparecer a juzo. 12. Feriados: Os feriados podem ser classificados como civis e religiosos: A lei 9.093/95 so feriados civis os declarados em lei federal e a data magna do Estado fixada em Lei Estadual.
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FRIAS
11/11/2013
As frias visam proporcionar ao empregado descanso do trabalho aps um certo perodo de trabalho. Os estudos da Medicina do Trabalho revelam quando o empregado continua sem frias prejudicial ao organismo. As frias so um complemento ao descanso semanal remunerado. A CF/88 prev gozo de frias anuais remuneradas mais um tero (art. 7 inciso XVII). Conceito Por frias entende-se o direito do empregado de paralisar a prestao dos servios, por iniciativa do empregador, durante certo nmero de dias em cada ano, ou seja, o perodo do contrato de trabalho em que o empregado no presta servios, mas tem direito remunerao do empregador aps ter adquirido o direito no decurso de 12 meses, a fim de lhe proporcionar a recuperao psquica e fsica, alm do convvio social. As frias anuais remuneradas servem para o descanso e a reparao fsica e mental do empregado. Sua finalidade seria a restaurao do organismo aps um perodo em que foram despendidas energias no trabalho. O direito s frias integra o conjunto de garantias conferidas ao empregado visando defesa do seu lazer e repouso. Ao lado das leis que limitam a jornada diria de trabalho e que conferem o repouso semanal remunerado, o direito s frias igualmente uma conquista universal. A contagem dos 12 meses ser feita da data da vigncia do contrato de trabalho, salvo em se tratando de frias coletivas e perodos de suspenso do contrato de trabalho. A lei no menciona 12 meses disposio do empregador ou de trabalho contnuo ao empregador, mas de vigncia do contrato. Portanto, todo empregado, de modo geral, tem direito a frias, inclusive o empregado em domiclio, independentemente da forma da sua remunerao, isto , tarefa, comisso, gorjeta, percentagem, etc.
Natureza jurdica Quanto natureza jurdica das frias anuais remuneradas, dupla, pois o empregador possui duas obrigaes: permitir o descanso do empregado durante o lapso temporal mnimo fixado por lei ou dar o pagamento dos salrios equivalente ao repouso. Para o empregado, h o direito de exigir a concesso desse perodo de descanso do empregador, bem como a obrigao de no trabalhar durante o gozo das frias.
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Perodo aquisitivo o perodo aps 12 meses de vigncia do contrato de trabalho do empregado. Suspende-se do trabalho, mas o empregador deve pagar salrio. Art. 130 CLT. Aps cada perodo de 12 (doze) meses de vigncia do contrato de trabalho, o empregado ter direito a frias, na seguinte proporo: I - 30 (trinta) dias corridos, quando no houver faltado ao servio mais de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e trs) faltas; IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. 1 vedado descontar, do perodo de frias, as faltas do empregado ao servio. 2 O perodo das frias ser computado, para todos os efeitos, como tempo de servio. Art. 130 A: proporo de frias devidas ao trabalhador na modalidade do regime de tempo parcial. Art. 130-A - Na modalidade do regime de tempo parcial, aps cada perodo de doze meses de vigncia do contrato de trabalho, o empregado ter direito a frias, na seguinte proporo: I - dezoito dias, para a durao do trabalho semanal superior a vinte duas horas, at vinte e cinco horas; II - dezesseis dias, para a durao do trabalho semanal superior a vinte horas, at vinte e duas horas; III - quatorze dias, para a durao do trabalho semanal superior a quinze horas, at vinte horas; IV - doze dias, para a durao do trabalho semanal superior a dez horas, at quinze horas; V - dez dias, para a durao do trabalho semanal superior a cinco horas, at dez horas; VI - oito dias, para a durao do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas. Pargrafo nico - O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do perodo aquisitivo ter o seu perodo de frias reduzido metade. O perodo de frias ser computado como tempo de servio do empregado na empresa, para todos os efeitos (par. 2 do art. 130 CLT. A empresa no pode descontar as faltas do empregado no curso do perodo aquisitivo art. 130 par. 1. Se ele tiver 5 faltas injustificadas ele ainda tem direito s frias completas. Faltas O art. 131 CLT hipteses que no so consideradas como falta para efeito de concesso de frias. Art. 131. No ser considerada falta ao servio, para os efeitos do artigo anterior, a ausncia do empregado: I - nos casos referidos no art. 473; II - durante o licenciamento compulsrio da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepo do salrio-maternidade custeado pela Previdncia Social; III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, excetuada a hiptese do inc. IV do art. 133; IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que no tiver determinado o desconto do correspondente salrio; V - durante a suspenso preventiva para responder a inqurito administrativo ou de priso preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e VI - nos dias em que no tenha havido servio, salvo na hiptese do inc. III do art. 133. Perda do direito s frias Art. 133. No ter direito a frias o empregado que, no curso do perodo aquisitivo; I - deixar o emprego e no for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqentes sua sada; II - permanecer em gozo de licena, com percepo de salrios, por mais de 30 (trinta) dias; III - deixar de trabalhar, com percepo do salrio, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisao parcial ou total dos servios da empresa; e IV - tiver percebido da Previdncia Social prestaes de acidente de trabalho ou de auxlio-doena por mais de 6 (seis) meses, embora descontnuos. 1 A interrupo da prestao de servios dever ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdncia Social. 2 Inciar-se- o decurso de novo perodo aquisitivo quando o empregado, aps o implemento de qualquer das condies previstas neste artigo, retornar ao servio. 3 Para os fins previstos no inciso III deste artigo a empresa comunicar ao rgo local do Ministrio do Trabalho, com antecedncia mnima de 15 (quinze) dias, as datas de incio e fim da paralisao total ou parcial dos servios da empresa, e, em igual prazo, comunicar, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixar aviso nos respectivos locais de trabalho. Perodo concessivo o interregno de 12 meses aps o empregado ter adquirido o direito s frias.
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