Desenvolvimento Emocional Na Adolescência N3
Desenvolvimento Emocional Na Adolescência N3
Desenvolvimento Emocional Na Adolescência N3
a emoo como uma fora construtiva e estimuladora da atividade humana impele os seres humanos atividade. As pesquisas, tambm, indicaram que as emoes podem tornar-se foras
destrutivas, desintegradoras da personalidade, quando so muito fortes, ocorrem com muita freqncia, so duradouras, ou quando so reprimidas, porque descontrolam o comportamento do sujeito. Portanto, para tornar as emoes individuais foras positivas, importa, pois,
gui-las para formas seguras de expresso, aceitveis pela prpria pessoa e pelos outros. necessrio fazer com que a inteligncia se torne o poder que guia e
controla as emoes individuais, a fim de levar estas poderosas foras a operarem para o bem-estar do indivduo e da sociedade, em que vive. A maturidade emocional necessria para possibilitar ao indivduo uma
vida satisfatria, como cidado maduro e responsvel, em uma sociedade livre. Alcanar esta maturidade emocional no tarefa fcil. Para tornar o indivduo competente para esta tarefa necessrio um longo
depender, em grande escala, de suas experincias emocionais anteriores. Conforme vrias Escolas Psicolgicas, aquilo que foi experimentado na
infncia desempenha importante papel durante os anos da adolescncia. Praticamente, todas as dificuldades dos adolescentes envolvem,
que expressa, mas estar alerta para as emoes que tenta esconder. Os sentimentos a respeito de si mesmo e dos outros, bem como o
julgamento que a seu ver os outros fazem dele, dominam toda a vida do adolescente. Ao atravessar o perodo de transio entre a infncia e o estado adulto, o
adolescente desafiado com problemas, tais como: preparao profissional e independncia econmica; formao de atitudes maduras para com o sexo e estabelecimento de
interesses heterossexuais; busca do significado e finalidade da vida; descoberta de seu eu e de seu lugar no mundo; independncia do lar e estabelecimento de novas relaes fora do grupo
conduzem a emoes agradveis, mas os conflitos e frustraes desencadeiam srias perturbaes emocionais.
Algumas situaes que provocam emoes na Adolescncia: 1. Na rea biolgica: transformaes antomo-fisiolgicas Aumento sbito do ritmo do crescimento vem exigir do pubescente uma
motora, deixando o adolescente constrangido sem saber como dispor os membros, quando em situao social. A alterao da voz, no rapaz, deixa-o contrafeito.
sentimentos de culpa e outras emoes perturbadoras. Constantemente, o espelho reflete as feies angustiadas do adolescente,
que se examina, a fim de constatar se no vai ficar deformado, se no est ainda com feies infantis. Entretanto, o funcionamento das gnadas, lanando os hormnios
sexuais na corrente sangunea que vai determinar as maiores alteraes emocionais. Uma nova cinestesia dominar seu corpo, surgindo a necessidade de
busca do complemento do sexo oposto, exigncia que no pode ser satisfeita imediatamente, em face das imposies socioculturais. Tais impulsos e necessidades no-satisfeitos traro alteraes emocionais,
cuja gravidade depender do carinho e orientao que o adolescente receber, a fim de possibilitar-lhe a descoberta de formas sadias no intuito de liberar as tenses experimentadas. O aparecimento dos impulsos sexuais dinamiza os aspectos psicolgicos
do sexo, levando quase todo adolescente a se envolver emocionalmente, nas relaes com o sexo oposto. O amor, ou o que parece amor para ele, freqentemente torna-se uma
condio crnica, neste perodo. Alguns adolescentes parecem estar sempre apaixonados por algum. Paralelamente a este amor, ainda surgem outras emoes relacionadas,
tais como cime, ansiedade, vaidade ferida, desapontamento, desconfiana, frustrao e confuso a respeito de seus prprios sentimentos.
verdades contrrias a seus desejos, desejos estes dos quais o pensamento mgico o levava a esperar milagres. Por outro lado, a evoluo mental aliada ao aumento do esprito crtico
levam o adolescente a criticar a famlia, a escola e a sociedade em geral, sentindo-se frustrado e insatisfeito com tudo o que agora capaz de perceber e entender. Verdadeiros traumas emocionais, conflitos, fugas do lar, etc., podem ser
desencadeados, como conseqncia da capacidade de compreender a realidade scio-cultural de que participa. O reconhecimento da realidade e o inconformismo com a mesma so
3. Na rea social: Alguns especialistas dizem que o adolescente vive em uma cultura de
jovens, que possui um conjunto de valores, padres e maneiras de se comportar, distintas do que habitual no resto da sociedade. Outros consideram o adolescente como um homem marginal, significando
que uma pessoa que rejeitou o mundo infantil, mas que ainda no foi aceito no mundo dos adultos. Algum, com muito humor, descreve os anos da adolescncia como o
quase estgio em que o indivduo se torna quase um homem, quase um rapaz, est quase pronto para ser pai ou produtor assalariado, e quase certo de que vai ser capaz de realizar tudo aquilo que, muito logo, ser esperado dele. Libertar-se dos laos afetivos e de dependncia familiar, para ingressar em
outros grupos, constitui fonte de grandes apreenses, porque a certeza da segurana e apoio encontrados no lar vai ser abalada pela insegurana da integrao em outros grupos, onde precisa conquistar seu status.
bom trazia como recompensa e aprovao e carinho. Este padro de comportamento, agora, precisa ser abandonado para
aprender outro, em que dever apenas aceitar as limitaes, que seus valores e padres consideram como certos e razoveis. No raro, os prprios pais, menos avisados, ainda desejam impor sua
autoridade aos filhos, ao invs de fazerem concesses desencadeando srios conflitos que, acrescidos insegurana do adolescente para enfrentar seu ajustamento social, vo perturbar grandemente o equilbrio emocional do mesmo. A estreita identificao com um grupo de companheiros da mesma idade
torna-se uma importante fonte de segurana para o adolescente. Esta , pois, a razo por que precisa aprender a obter a aprovao de seu
enfim, todas as atitudes sociais exigem um ambiente seguro para serem exercitados. Na ausncia das condies para esse treino, o desenvolvimento emocional
do adolescente ser sacrificado, porque desencadear emoes muito fortes e freqentes, dificultando-lhes as vivncias de controle emocional pela razo. Sua necessidade de se identificar com os outros to grande, que procura
encontrar os grupos sem a ajuda dos adultos e, at sem a aprovao deles mesmos. As moas e rapazes necessitam companheiros da mesma idade, com
quem possam partilhar interesses, valores, alvos e manter uma relao de dar e receber, de forma sadia e mtuo respeito.
Caractersticas das emoes dos adolescentes Interesse, desejo e frustrao so os principais componentes que
determinam, principalmente, a intensidade, a durao e a direo da expresso emocional. Durante a puberdade, o jovem experimenta forte impulso para obter a
aprovao de seus companheiros. Suas atitudes so influenciadas por mudanas internas e estmulos sociais
submisso; estimulado externamente para tornar-se afetivo, ou ciumento, tolerante ou intolerante, cordado ou intransigente. Violentas experincias emocionais, durante o incio da puberdade, podem
tornar-se uma fonte de embarao para o adolescente. Ele pode experimentar uma grande perturbao emocional e ficar muito
envergonhado consigo mesmo. Ele empenha-se em constantes lutas com os mais velhos e seus
companheiros, especialmente com os irmos, com quase sua idade. Os adolescentes exibem uma ampla gama de emoes quase diariamente. Em um momento, podem mostrar grande alegria, como resultado de uma
mudana no ambiente, uma interferncia em seus planos, ou outra circunstncia ameaadora, podem passar a expressar uma grande raiva. Durante a adolescncia, as exibies de mau humor, algumas vezes, so
classificadas como ligeira indisposio. Quando a expresso externa de uma emoo experimentada continua
de interesse pelas pessoas, na inabilidade de tomar decises, despreocupao e preguia. Tende a preocupar-se com seus prprios pensamentos e sentimentos,
torna-se descorts, impertinente e rude para todos os que esto prximos dele, ou que frustram seus desejos.
As emoes como meios de amoldar o comportamento O medo, a clera, a afeio e a curiosidade so considerados como foras
motivadoras. Elas podem impelir um indivduo para aes construtivas, podem inibir ou
retardar atividades teis ou encorajar a participao em formas destrutivas do comportamento. A demonstrao de controle emocional, por parte de pais e professores,
de valor, no somente para o adulto, mas tambm para os jovens, que so estimulados pelo exemplo dos mais velhos. O adolescente que, durante um acesso de clera, controla-se para no
exibir uma exploso emocional, evidencia que j conseguiu um alto grau de maturidade emocional. Entretanto, ao invs de reprimir suas emoes deve tentar descarregar a
tenso emocional em alguma atividade social e individualmente aceitvel. Fortes emoes de clera ou medo, podem produzir bloqueios indesejveis
ser controladas para ficar a servio do adolescente e no para torn-lo seu escravo.
Um adolescente cujo padro de vida satisfatrio, cujos impulsos, desejos a apreciar a vida e a tornar
frustrados, suas experincias emocionais podem lev-lo ao desenvolvimento de instabilidade, ou padres de comportamento mal-ajustado. Muitas reaes do adolescente representam comportamento resultantes de
raciocnio e julgamento objetivos; porm,s vezes, desejos e impulsos emotivos influenciam, completamente, o pensamento e o comportamento dos jovens. Para melhor ajustamento, satisfao e produtividade individual, as
Efeitos das emoes sobre o estado fsico Os medos excessivos, incluindo fobias, clera intensa, afeio prolongada
e muito profunda e outras experincias emocionais semelhantes, podem determinar efeitos deletrios sobre a sade. O processo normal de digesto pode ser inibido por mudanas ocorridas
nas secrees glandulares, durante os estados de medo, raiva, ansiedade ou preocupaes. A boca pode ficar seca, o ritmo do corao, a presso arterial e o total
funcionamento do aparelho digestivo podem mudar, durante a excitao emocional. Entretanto, as emoes de alegria e relaxamento atuam como auxiliares da
digesto; estados emocionais desagradveis ou produtores de tenses interferem com a secreo da quantidade adequada de sucos digestivos. Verifica-se que os distrbios emocionais so a causa de muitas
rgos fonadores, comumente a causa explicada em termos de emoes reprimidas. Acredita-se que as tenses emocionais podem levar uma pessoa a
gaguejar. Quando est livre de tenses, sua palavra fluente, mas com o
aparecimento dos estmulos que despertam emoes, rapidamente exibe desvios na oratria.
Desvios emocionais mais freqentes na adolescncia L. Cole apresenta uma lista dos desvios mais encontrados nas pesquisas
feitas, empregando tanto as tcnicas de grupo, como o estudo de casos. Os adolescentes que exibirem os traos abaixo mencionados no podem
1. Sintomas fsicos de nervosismo Sacudidelas constantes dos msculos; Carrancas; Caretas; Torcer os cabelos; Contnuo piscar; Morder ou umedecer os lbios; Roer as unhas; Gaguejar;
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alguma coisa na sala de aula, inesperadamente); Constante inquietude ao movimentar-se pela sala para apontar lpis, abrir
Ansiedade indevida sobre erros cometidos; Acentuada despreocupao com seus erros; Distrao; Divagao; Falta de participao voluntria em classe; Interesse meticuloso em detalhe Tendncia a perambular sozinho no recreio; Recusa a tomar parte em jogos; Recusa a qualquer reconhecimento ou recompensa; Fuga da responsabilidade; Recusa a qualquer coisa que parece nova ou difcil; Atitude crnica de apreenso.
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3. Sintomas histricos Riso incontrolado; Desateno crnica; Ateno desviada para circunstncias estranhas em vez do trabalho
escolar; Explosividade e emocionalidade das discusses; Suscetibilidade ferida quando outros discordam No gostar de perder; Acentuados medos; Ansiedades; Obsesses; Saltar facilmente a rudos repentinos; Gritar quando excitado.
4. Exibicionismo Freqentemente, surge como resposta alguma inferioridade sentida. Turbulncia e caoadas; Empurradelas nas pessoas (especialmente nos corredores da escola); Chamar a ateno em pblico; Valentia; Palhaada; Efuso; Cortesia exagerada;
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Concordar com tudo o que o professor diz; Contar vantagens a respeito dos lugares que conhece ou das pessoas que
encontrou; Freqentes tentativas de dominar os mais jovens ou crianas menores; Inabilidade em aceitar crticas; Constante esforo para se justificar; Freqentes reclamaes de fracassos ou acidentes; Recusa de admitir qualquer falta pessoal de conhecimento ou inabilidade; Grosserias freqentes.
5. Imaturidade emocional Inabilidade para trabalhar sozinho; Desejo de ter algum para resolver seus problemas; Contnua necessidade de ajuda para realizar suas tarefas; Freqentes pedidos de mais tempo para acabar seus trabalhos; Choques com pessoas mais velhas do mesmo sexo; Tendncia a agarrar-se a um nico amigo ntimo; Inabilidade para apoiar-se em um julgamento; Medo de exames; Tentativas infantis de fazer o professor um lenitivo.
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Indicadores que nos auxiliam a pensar se um sintoma na adolescncia patolgico ou no (Osrio, 1975) A. Intensidade do sintoma: diferente se um adolescente diz algo agressivo
a um colega ou se ele o agride fisicamente. B. Persistncia ou transitoriedade do sintoma: adolescente que falta aula
devido a uma perda familiar e aquele adolescente que se recusa a ir a escola, sem causa aparente. C. Significado regressivo do sintoma: imaginemos um jovem que tem o pai
morto em um acidente, e durante algum tempo, volta a urinar na cama noite. Essa uma situao de melhor prognstico do que se ele passasse a ficar na cama todo dia, em posio fetal e s se alimentasse de comida pastosa. D. Poliformismo sintomtico: quanto mais saudvel o ego, tanto mais
recursos ele tem para utilizar em uma situao difcil. O uso de vrios tipos de defesa , em geral,um indicador mais favorvel do que a utilizao de um nico tipo de mecanismo defensivo.
Luis Carlos Osrio (1982) acrescenta aos fatores acima dois outros elementos 1. A presena de um fator desencadeante dos sintomas de prognstico
mais favorvel do que os desenvolvimentos lentos, insidiosos. 2. A ocorrncia prvia de smiles sintomticos (ou seja, sintomas de significado clnico dinmico equivalente) na infncia um fator adicional para preocupao. Ao comentar que o prognstico na adolescncia bastante imprevisvel,
Osrio faz o seguinte quadro para mencionar sintomas que podero ter ou no um desenvolvimento favorvel:
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Sintomas e Tipos de Evoluo possivelmente favorvel Bom contato afetivo com familiares; Ausncia de antecedentes infantis de agressividade impulsiva; 3 Ingesto espordica de drogas;
4 Prtica de esportes ou hobbies e interesse artstico-cultural; 5. Atividade heterossexual predominante; 6. Desejo manifesto ou latente de buscar ajuda psicoterpica; 7. Presena de nveis significativos de ansiedade e evidncia de certo grau