Projeto de Terraplanagem - Aula 8

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PROJETO DE TERRAPLENAGEM AULA 08

Prof. MSc. Rafael Batezini

INTRODUO
Terraplenagem
a operao necessria para a conformao do terreno aos gabaritos definidos em projeto Engloba dois servios
Corte
Escavao de materiais

Aterro
Deposio e compactao de materiais escavados

Finalidade da conjugao desses servios


Proporcionar condies geomtricas compatveis com o volume e tipo de veculos que iro utilizar a rodovia

DEFINIO DA GEOMETRIA DA RODOVIA


Planta
Constitui-se de uma vista de cima da faixa projetada De uma maneira geral nela so apresentados:
Eixo de projeto, estaqueado convenientemente; Os bordos da plataforma de terraplenagem; As projees dos taludes de corte e aterro e a linha de encontro destes com o terreno natural (off-set); As curvas de nvel; Os cursos dgua; Os bueiros e as obras de arte especiais (pontes, viadutos, muros de arrimo, etc.); As intersees; As construes existentes e, Os limites da faixa de domnio

DEFINIO DA GEOMETRIA DA RODOVIA


Perfil longitudinal Corresponde a um corte efetuado no eixo de projeto, no mesmo sentido e com a mesma referncia do estaqueamento da planta Todos os elementos apresentados em planta, e que cortam ou fazem parte do eixo estaqueado, aparecem neste perfil:
Greide de terraplenagem Linha do terreno natural referente ao eixo de projeto Obras para transposio dos cursos dgua

Complementando o perfil
Furos de sondagem efetuados Resultados principais dos ensaios de laboratrio executados com as amostras coletadas

PLANTA E PERFIL LONGITUDINAL

DEFINIO DA GEOMETRIA DA RODOVIA


Sees Transversais Correspondem a cortes efetuados no terreno, ortogonalmente ao eixo de projeto, nos pontos referidos no estaqueamento (pontos locados) No desenho introduzida a plataforma de projeto, a qual conter o ponto correspondente ao greide de terraplenagem (geralmente o seu eixo de simetria), obtido no perfil longitudinal O eixo vertical que passa pelo ponto correspondente ao greide interceptar, na seo transversal, o ponto caracterstico do terreno natural, referido estaca da seo

SEES TRANSVERSAIS PISTA SIMPLES

SEES TRANSVERSAIS CANTEIRO

SERVIOS PRELIMINARES
Antes de dar incio s operaes bsicas, necessrio retirar todos os elementos que no participaro diretamente ou que possam interferir nas operaes de corte e aterro
Os elementos naturais so constitudos por:
rvores Arbustos Tocos Razes

Os artificiais so constitudos por:


Construes Cercas Posteamentos Entulhos, etc..

SERVIOS PRELIMINARES
O conjunto de todas essas atividades designado nas Especificaes Gerais para Obras Rodovirias do antigo DNER, atual DNIT
Compreendem:
Desmatamento
Envolve o corte e a remoo de toda a vegetao, qualquer que seja a sua densidade

Destocamento e limpeza
Compreendem a escavao e a remoo total dos tocos e da camada de solo orgnico

SERVIOS PRELIMINARES
Alm dessas operaes, dependendo da situao do trecho em projeto, podem ser introduzidos outros servios preliminares, como por exemplo:
Remanejamento de postes; Remoo de cercas; Remoo de estruturas de madeira; Demolio de muros, e Demolio de estruturas de alvenaria.

CAMINHOS DE SERVIOS
Em terraplenagem de trecho que no possui estrada de ligao de carter pioneiro
Necessrio abrir caminhos de servios para os equipamentos que levaro o material retirado dos cortes para os aterros

So estradas de padro suficiente para:


Possibilitar o trfego dos equipamentos Interligao de cortes com aterros e canteiro da obra

CAMINHOS DE SERVIOS
No caso de projeto onde j existe uma ligao rodoviria, encaixam-se as estradas que constituem as vias para manuteno do trfego da rodovia denominadas por:
Desvios
Extenses de vias existentes para as quais ser remanejado o trfego durante o perodo de construo

Provisrias
Considerados os caminhos especialmente construdos para esse fim, nos segmentos onde no haja possibilidade de desviar o trfego para a implantao antiga ou para estradas j existentes.

Ambos tero padro tcnico apenas suficiente passagem regular do trfego, recebendo em seu leito camada superior a um revestimento primrio somente em casos excepcionais.

CAMINHOS DE SERVIOS
So, tambm, considerados como caminhos de servio aqueles que se destinam a assegurar o acesso s ocorrncias de materiais a serem utilizados para os fins:
Servios de pavimentao e drenagem
Pedreiras (pedra britada) Jazidas (materiais j desagregados e solos em geral) Areais (areia)

As caractersticas tcnicas a adotar so as preconizadas para os demais caminhos de servio

mesmas

CORTES
So segmentos que requerem escavao no terreno natural para se alcanar a linha do greide projetado, definindo assim transversal e longitudinalmente o corpo estradal As operaes de corte compreendem:
Escavao dos materiais constituintes do terreno natural at a plataforma de terraplenagem definida pelo projeto

CORTES
As operaes de corte compreendem:
Escavao para rebaixamento do leito de terraplenagem, nos casos em que o subleito for constitudo por materiais julgados inadequados

CORTES
As operaes de corte compreendem:
Escavao nos terrenos de fundao de aterros com declividade excessiva (comuns nos alargamentos de aterros existentes) para que estes proporcionem condies para trabalho dos equipamentos e estabilidade s camadas a serem sobrepostas

CORTES
As operaes de corte compreendem:
Alargamentos alm do necessrio em algumas pores de cortes para possibilitar a utilizao de equipamentos normais

EMPRSTIMOS
So escavaes efetuadas em locais previamente definidos Obteno de materiais com o objetivo de complementar os volumes necessrios para aterros Quando houver insuficincia de volume nos cortes Razes qualitativas de materiais Razes econmicas
Elevadas distncias de transporte

Dependendo da situao podem ser considerados dois tipos distintos de emprstimos


Laterais Concentrados ou localizados

EMPRSTIMOS LATERAIS
Caracterizam-se por escavaes efetuadas prximas ao corpo estradal Sempre dentro dos limites da faixa de domnio Nos casos de segmentos de cortes
Processa-se o alargamento da plataforma com conseqente deslocamento dos taludes

No caso de aterros
Escavaes do tipo valetes, em um ou ambos os lados

O que vai definir a execuo ou no desses emprstimos a qualidade do material adjacente aos cortes ou aterros em que se far a escavao e o volume necessrio para suprir a carncia de material no aterro de destino

EMPRSTIMOS LATERAIS

EMPRSTIMOS LATERAIS
Na execuo dos emprstimos laterais algumas exigncias devem ser devidamente atendidas:
A conformao final da escavao, tanto em corte como nas adjacncias dos aterros, deve seguir uma geometria bem definida, para que proporcione uma aparncia esttica adequada Nos casos de cortes, deve-se dar preferncia para escavaes do lado interno s curvas, o que aumentar as condies de visibilidade Em faixas laterais a aterros no devem ser efetuadas escavaes muito profundas, com declividades excessivas, mantendo as condies de segurana e evitando grandes acmulos de gua e eroses. Tambm nesses casos devem-se tomar todas as precaues para que no sejam comprometidas as obras de arte correntes (bueiros) Os eventuais prejuzos ambientais decorrentes da abertura dos emprstimos devero ser sempre minimizados, impondo-se uma conformao adequada que assegure a correta drenagem das guas precipitadas, assim como a posterior proteo vegetal das reas deixadas a descoberto

EMPRSTIMOS CONCENTRADOS
So definidos por escavaes efetuadas em reas fora da faixa de domnio, em locais que contenham materiais em quantidade e qualidade adequada para confeco dos aterros Utilizao:
Quando no existem materiais adequados nas faixas laterais a cortes ou aterros para efetivao de emprstimos laterais Quando no proporcionam a retirada do volume total necessrio

Seleo
Dentre as elevaes do terreno natural prximas ao aterro a que se destinar o material Deve-se definir a rea e forma de explorao de tal maneira que, aps a escavao, se tenha uma aparncia topogrfica natural

As medidas minimizadoras dos impactos ambientais sugeridas para os emprstimos laterais aplicam-se, na totalidade, aos emprstimos concentrados.

EMPRSTIMOS CONCENTRADOS

ATERROS
Constituem segmentos cuja implementao requer o depsito de materiais, para a composio do corpo estradal segundo os gabaritos de projeto Os materiais de aterro se originam dos cortes e dos emprstimos As operaes de aterro compreendem
Descarga Espalhamento Correo da umidade (umedecimento ou aerao) Compactao dos materiais escavados, para confeco do corpo e da camada final dos aterros propriamente ditos, bem como para substituio de volumes retirados nos rebaixamentos de plataforma em cortes ou nos terrenos de fundao dos prprios aterros

BOTA-FORAS
So os volumes de materiais escavados nos cortes e destinados a depsitos em reas externas construo rodoviria, no utilizveis na terraplenagem Motivos:
Excesso de material Condies geotcnicas insatisfatrias

O local de depsito desses materiais deve ser criteriosamente definido a fim de no causar efeitos danosos s outras obras de construo e ao prprio meio-ambiente

COMPENSAO DE VOLUMES
A execuo de escavaes em cortes ou emprstimos determina o surgimento de volumes de materiais que devero ser transportados para aterros ou bota-foras Ainda quanto configurao do terreno onde se realiza uma operao de corte, esta poder determinar uma seo dita de corte pleno ou uma seo mista Dependendo da situao topogrfica do segmento, teremos caracterizados dois tipos distintos de compensao de volumes
Compensao longitudinal Compensao lateral

COMPENSAO LONGITUDINAL
Uma compensao dita longitudinal em duas situaes:
A escavao em corte pleno A escavao provm de emprstimo no lateral
Neste caso, todo o volume extrado ser transportado para segmentos diferentes daquele de sua origem: de corte para aterro (ou bota-fora); de emprstimo para aterro, unicamente.

A escavao do corte em seo mista onde o volume de corte supera o volume de aterro
Neste caso, o volume excedente de corte em relao ao volume necessrio de aterro no mesmo segmento ter destinao a segmento distinto do de origem

COMPENSAO LATERAL
Se caracteriza pela utilizao de material escavado, no mesmo segmento em que se processou a escavao o caso de segmentos com sees mistas ou em que a situao do terreno existente apresente pequenos aterros disseminados em cortes plenos ou vice-versa

CLASSIFICAO QUANTO DIFICULDADE EXTRATIVA


A maior ou menor resistncia que um material pode oferecer, durante a sua extrao de um corte, influencia de forma direta o custo desta operao A especificao de servio de Maro de 2006 ET-DEQ00/002 Escavao e Carga de Material, define 3 (trs) categorias de materiais com relao dificuldade extrativa, a saber:
Materiais de 1 Categoria:
So constitudos por solos em geral, de origem residual ou sedimentar, seixos rolados ou no, com dimetro mximo inferior a 15 cm, independentemente do teor de umidade apresentado.

CLASSIFICAO QUANTO DIFICULDADE EXTRATIVA


Materiais de 2 Categoria:
Compreendem aqueles materiais com resistncia ao desmonte mecnico inferior da rocha s Extrao possvel somente com a combinao de mtodos que obriguem a utilizao de equipamento escarificador pesado. A extrao poder envolver, eventualmente, o uso de explosivos ou processos manuais adequados
Blocos de rocha de volume inferior a 2 m Mataces ou blocos de dimetro mdio compreendido entre 15 cm e 1 m.

CLASSIFICAO QUANTO DIFICULDADE EXTRATIVA


Materiais de 3 Categoria
Correspondem a aqueles materiais com resistncia ao desmonte mecnico equivalente da rocha s
Blocos de rocha que apresentem dimetro mdio superior a 1m ou volume superior a 2m Extrao e reduo, a fim de possibilitar o carregamento Processam-se somente com o emprego contnuo de explosivos.

CLASSIFICAO QUANTO DIFICULDADE EXTRATIVA


Custo
Custo de 3 categoria > Custo de 2 categoria
Custo muito mais alto (explosivos)

Custo de 2 categoria > Custo de 1 categoria

Avaliao da dificuldade extrativa


Tarefa das mais importantes Alta complexidade, na fase de projeto, quando no se dispe dos cortes abertos e expostos a uma anlise mais profcua

CLASSIFICAO QUANTO DIFICULDADE EXTRATIVA


CLASSIFICAO 1 Categoria CARACTERSTICAS Material incoerente (solos, em geral). Seixos rolados ou no: mx < 15 cm Qualquer teor de umidade ? Resistncia extrao inferior da rocha s. Uso contnuo de escarificador pesado. 2 Categoria Uso eventual de explosivos ou processos manuais. Blocos ou mataces: V < 2 m; 15 cm < mdio < 1 m Resistncia extrao equivalente da rocha s. ? Blocos de rocha: V < 2 m; mdio > 1 m. Uso contnuo de explosivos. ?

3 Categoria

FATORES DE CONVERSO
Variaes Volumtricas
Grande importncia para as operaes de terraplenagem
Etapa de projeto Construo

Vcorte Volume ocupado por massa de solo no corte de origem Vsolto Volume que ao escavado, sofrer desarranjo em suas partculas Vcomp Volume ocupado pela mesma massa aps descarregado e submetido a um processo mecnico de compactao Para os solos, materiais mais freqentemente envolvidos nas operaes de terraplenagem, prevalece entre estes volumes a seguinte relao:

FATORES DE CONVERSO
Em se tratando de uma mesma massa m a ser terraplenada, fcil concluir que as variaes nas densidades (ou massas especficas aparentes) do material obedecero s desigualdades abaixo:

O material compactado no aterro ter uma densidade final superior a aquela do seu local de origem e, conseqentemente, ocupar um volume menor do que o ocupado originalmente

FATORES DE CONVERSO
Permitem a transformao imediata entre os volumes verificados nas etapas de terraplenagem. So eles:
Fator de Empolamento:

VSOLTO Fe = VCORTE

um parmetro adimensional, sistematicamente maior do que a unidade Permite que, conhecidos o volume a ser cortado e a capacidade volumtrica das unidades transportadoras, se determine o nmero de veculos a ser empregado para permitir o transporte do material escavado e empolado

FATORES DE CONVERSO
Fator de Empolamento:
Propicia a estimativa do volume ocorrente no corte a partir da cubao do material nas unidades transportadoras Empolamento
Representa, em termos percentuais, qual o incremento de volume que resulta aps a escavao de um material de um corte:

(VSOLTO Vcorte) E(%)= x100 VCORTE

FATORES DE CONVERSO
Fator de Contrao:
Parmetro adimensional, assumindo, para os solos, valores inferiores unidade Quando a escavao for executada em materiais compactos (rocha s) de elevada densidade in situ, resultar fator de contrao superior unidade Este parmetro permite que se faa uma estimativa do material, medido no corte, necessrio confeco de um determinado aterro

Vcomp Fc = VCORTE

FATORES DE CONVERSO
Fator de Homogeneizao:
O objetivo deste parmetro :
Estimar o volume de corte necessrio confeco de um determinado aterro

Aplicao
Voltada para a etapa de projeto Constitui-se subsdio fundamental ao bom desempenho da tarefa de distribuio do material escavado.

Sendo o inverso do fator de contrao, assume valores superiores unidade para solos, e inferiores para materiais compactos

Vcorte 1 Fh = = Vcomp Fc

FATORES DE CONVERSO

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