Salvador Gentile O Passe Magnetico
Salvador Gentile O Passe Magnetico
Salvador Gentile O Passe Magnetico
MAGNTICO
SEUS .UDANEITOS
E
SUA APLICO
Capa:
Cludio de Oliveira Santos
Ilustraes:
Alexandre Luiz Rampin
1994, Instituto de Difuso Esprita
1 edio - 10.000 exemplares - maro/1994
a
IN
PIRI
INSTITUTO DE DIFUS ESP
RITA
Av. Oto Barreto, 1 067 - Caixa Postal 11 o
Fone: (0195) 41-0077- CEP 13600-970 - Araras
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Inscrio Estadual 182.010.405.118
FICHA CATALOGRFICA
(Preparada na Editora)
Gentile, Salvador, 1927-
G295p O Passe- Seus Fundamentos e Sua Aplica-
o/SalvadorGentile. Araras, SP, IDE, 1edio,
1994.
104 p.: 20 il.
1. Espiritismo 2. Mediunidade de cura I. Ttulo.
ndices para catlogo sistemtico:
1. Espiritismo 133.9
2. Mediunidade de cura: Espiritismo 133.91
CDD-133.9
-133.91
NDICE
Apresentao AB B B BAA& 11
- Fluido csmico B &9 B B W B 9 WB 9 B && 13
11
O corpo fsico e o perisprito B &&B&# 19
111
- A aura humana W B& B B W B && 4 & B B 9 &B &&B &&&BB 24
IV
As faculdades radiantes & & B B 9 & &B 31
V
Qualidades comuns ao magnetizador e
ao mdium curador B B B B B&&&B 40
VI
O Passe, seus fundamentos B B B B # # B 47
VIl O Passe, seus mecanismos e sua aplicao Bq 63
V
I
I
I O Passe individual W W & &BW & &&#W N & 70
IX O Passe no Centro Esprita &BB B B R & 86
X Concluso WW 96
APRESENTAO
Quando montamos este trabalho foi com a finalidade
de organizarmos uma apostila destinada aos trabalhadores
do Centro Esprita do Instituto de Difuso Esprita, para
acompanhamento de alguns encontros em que pretenda
mos discutir o assunto.
Tratava-se de rever os mtodos usados e unificar os
procedimentos, e, ao mesmo tempo, dar uma noo mais
aproximada da realidade dos mecanismos do passe e da
sua aplicao, na esteira dos ensinamentos da Doutrina
Esprita, e, dentro dos limites desta.
Assim, deve-se entender, desde logo, que este ma
terial encerra um ponto de partida, uma base sobre a qual
iria girar a discusso do tema to importante.
Tendo em vista que alguns companheiros viram no
trabalho uma utilidade maior, ou uma experincia que
poderia ser renovada por outros grupos espritas, resolveu
se transformar a apostila neste pequeno livro.
Por isto mesmo preciso dizer que no temos a
pretenso de estabelecer padres para os serios de
passe. Tudo o que aqui est contido, conquanto embasado
12 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
em ensinamentos transcritos dos livros espritas, material
para estudo e discusso.
, pois, dentro desse esprito que entregamos aos
nossos leitores a presente publicao, esperando que seja
til, de alguma forma, para o esclarecimento do assunto.
Araras, janeiro de 1994.
O Autor.
CAPTULO I
FLUIDO CSMICO.
Abrindo o assunto de seu livro Evoluo em Dois
Mundos (1), Andr Luiz, assim se expressa reportando-se
ao fluido csmico:
"O fuido csmico o plasma divino, hausto do
Criador ou fora nervosa do Todo-Sbio.
Nesse elemento primordial, vibram e vivem constela
es e sis, mundos e seres, como peixes no oceano. "
Sabemos que o Universo se equilibra na interao
magntica de todos os astros que se movem no espao
csmico; que esse conjunto admirvel, que os modernos
meios de sondagem do espao nos do a conhecer em sua
descomunal grandiosidade, caminha matemtica e
sincronizadamente para um ponto que nos desconheci
do, a perder-se nos confins do Infinito.
De astro a astro, de constelao a constelao, de
galxia a galxia, a criao divina se move imperturbvel,
conservando as mesmas caractersticas do primeiro instan
te, obediente s leis imutveis do Criador.
(1) Francisco Cndido Xavier, Waldo Vieira, 1 ot ed. FEB, Primeira Parte,
Cp. I, p. 19.
14 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
De que natureza esse fluido csmico, que o
plasma divino com o qual se estruturam os mundos, as
estrelas, os espaos entre os corpos celestes?
Os Es
p
ritos nos dizem que esse fluido de essncia
eletromagnetica, e subentende-se que ele enche todo o
espao, no existindo o vaio em toda a amplido sideral.
Somente para melhor entendimento, e para facilitar o
raciocnio de coisa para ns, encarnados, to abstrata,
imaginemos que esse vastssimo campo ... magntico este
ja todo cheio de gua, e que todos os astros esto mergu
lhados nele, na palavra de Andr Luiz, como vimos acima,
como peixes no oceano movendo-se dentro dele.
Esta imagem, que a imagem da realidade quanto
forma, poder nos faer entender a essncia desse ele
mento que enche os espaos.
Identifiquemos esse elemento fundamental da vida,
como de natureza magntica e, mentalmente, suponhamo
lo encher todos os espaos como a gua do oceano
universal, para comearmos a entender que, realmente,
asim acontece com o fluido universal, que esse elemento
primordial.
De onde vem essa fora magntica to ampla, to
essencial na organizao do Universo, dos seres e das
coisas?
Pensemos:
- Deus a fonte primeira de toda vida e da
irradiao de seu campo magntico que se forma o campo
magntico fundamental, onde, de fato, estamos todos
mergulhados, e que mantm a coeso, a harmonia e a vida
fetiva de todos os astros que compem o Universo infinito.
E aqui que se a
p
lica, verdadeiramente, a noo do oceano
fundamental e e neste entendimento que se pode entender
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 15
a palavra de Paulo de Tarso, em Atos, 17:28, quando diz
que em Deus nos movemos, existimos.
- Neste campo magntico fundamental, as galxias
que nele esto mergulhadas geram seu prprio campo
magntico secundrio, onde esto presas as constelaes
que se movem ao seu redor e dentro do oceano.
- As constelaes formam um conjunto de sis
identificados vibratoriamente, que se equilibram entre si,
num mesmo campo magntico prprio, movendo-se juntos
e agrupados nesse mesmo oceano.
- Cada sol, que tem seu prprio campo magntico,
arrasta atrs de si, ou melhor, ao seu redor, o conjunto de
planetas que lhe formam o cortejo, presos ao seu campo
magntico.
-Cada planeta, que tambm tem seu prprio campo
magntico, nele mantm presos os seus satlites, e tanto
os planetas quanto os sis, quanto as constelaes, quanto
as galxias, tudo est mergulhado no oceano, a que nos
referimos, e que representao campo magntico fundamen
tal gerado pela Vontade do Criador, de Deus, Nosso Pai.
Tudo forma o que poderamos, de certa forma e pali
damente, chamar o corpo de Deus, de modo que Ele, olhan
do para o seu corpo, v-lo-ia como um corpo ntegro, do
mesmo modo como vemos o nosso prprio corpo fsico que
arrasta consigo trilhes de clulas vivas e diferenciadas,
formando raas distintas, e exercendo distintas funes.
evidente que assunto to transcendental no pode
ser resolvido com meia dzia de palavras, mas o que nos
importa aqui dar uma noo, ainda que vaga, do fluido
csmico representado pelo magnetismo que nos envolve a
todos e a tudo.
16 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
Esse campo magntico, na verdade, energia, for
mada pela irradiao de todas as fontes de magnetismo a
que nos referimos acima, que compem o nosso oceano.
Para materializar
mos, de certa forma, essa
energia, tomemos um m
comum, esses em forma
de ferradura (m de
Reichembach, figura 1)
por exemplo, e aproxime
mos de seu campo mag
ntico limalhas de ferro;
vamos ver que essas
limalhas sero atradas;
que, de dentro para fora,
o campo vai dimimuindo
de intensidade, ou de
energia, e que essa ener
gia pode passar para ou
tro corpo; mergulhando
no campo um outro cor
po, uma chave de fenda
por exemplo, esta vai ab-
sorer a energia e, por
Figura 1
sua vez, integr-la em
seu prprio campo magntico e atrair, agora, embora com
menor intensidade, outras limalhas que se lhe aproxima
rem.
Falamos do espao sideral e da imensidade de astros
que se movem dentro dele, mas no falamos, at agora, da
matria. Sim, o que vemos, o que percebemos nesse
conjunto imensurvel, a matria, ela que impressiona os
nossos sentidos, que d forma coisas.
O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 17
Ensina-nos Andr Luiz, em Evoluo em Dois Mun
dos, pgina 23:
"Cabe-nos assinalar, desse modo, que, na essncia,
toda a matria energia torada visvel e que, toda a ener
gia, originariamente, fora divina de que nos apropriamos
para interpor os nossos propsitos aos propsitos da
Criao q . "(O grifo nosso.)
O que est dito acima implica em dizer que a matria
no passa de ser uma aparncia para os nossos sentidos,
a energia torada visvel, na sntese admirvel do Autor
supra mencionado.
E como se d essa visibilidade da energia, essa
aparncia que chamamos matria?
Espritos encarnados na Terra, estamos na faixa
vibratria correspondente crosta planetria, com a per
cepo apropriada para torar visvel toda energia, exis
tente nessa faixa, com a qual sintonizamos, ou melhor, que
esteja na nossa intensidade vibratria.
O Esprito desencarnado, estando no mesmo local do
espao, vai ver outra coisa ao seu redor, de acordo com a
sua condio vibratria; um Esprito vindo de uma esfera
superior, estando no mesmo lugar, ver coisa diversa ao
derredor de si, e assim por diante, o que nos permite dizer
que, em qualquer lugar do Universo que estivermos, vere
mos, ou melhor a energia se nos tornar visvel, na faixa
vibratria que sintonizamos, em razo de nossa qualidade
evolutiva.
Por esse mesmo motivo, um mdium vidente, quando
penetra no mundo espiritual, no v mais as paredes e
coisas (matria) do recinto em que se encontra.
Podemos, pois, dizer que o fluido csmico essa
energia, essa fora magntica que enche o espao sideral,
18 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
e que, quando tornada visvel, assume a aparncia que
chamamos matria.
Desculpe-nos o leitor este ligeiro mergulho em assun
to to complexo e to srio, mas que, no entanto,
fundamental para entendermos a matria de nosso estudo,
porque sem sabermos, de certa forma, assimilar o que
energia e o que matria, no chegaremos a compreender
a nossa prpria essncia.
CAPTULO 11
O CORPO FSICO E O PERISPRITO
Todos sabemos, pelas observaes e definies da
cincia, de certa forma, o que o corpo fsico.
No entanto, pelo que acabamos de considerar, sendo
a matria uma simples aparncia, ou a energia torada
visvel, foroso concluir que o corpo fsico, na essncia,
de natureza magntica, irradiando ao seu redor, ou seja,
tendo seu prprio campo magntico.
Nesse sentido, o perisprito, ou corpo espiritual encar
nado, tem a mesma natureza, quer dizer, de natureza
magntica e tem seu prprio campo magntico, embora
este esteja em faixa vibratria diferente, inaprecivel aos
nossos sentidos de Espritos encarnados.
Mas, na verdade, este quadro apenas parcial,
corresponde aos primeiros ensinos traidos pelos Espri
tos e que Allan Kardec catalogou juntamente com os
princpios que fundamentaram a Doutrina Esprita, ou Es
piritismo.
Andr Luiz, ainda no livro Evoluo em Dois Mundos,
pgina 25, nos esclarece:
20 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
"Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual,
preciso considerar, antes de tudo, que ele no reflexo
do corpo fsico, porque, na realidade, o corpo fsico que
o reflete, tanto quanto ele prprio, o corpo espiritual, retrata
em si o corpo mental (3) que lhe preside a formao."
Na nota ao p da pgina, esclarece o Autor:
"(3) O corpo mental, assinalado experimentalmente
por diversos estudiosos, o envoltrio sutil da mente, e que,
por agora, no podemos definir com mais amplitude de
conceituao, alm daquela com que tem sido apresenta
do pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de
terminologia adequada no dicionrio terrestre."
Para maior esclarecimento, quanto ao corpo mental,
que novidade, fora dos apontamentos da Codificao,
preciso acompanhar, em Nosso Lar, 4 ed., FEB, pgina
196, quando Andr Luiz deixa, num momento de repouso,
o seu corpo espiritual, e vai, revestido de outro corpo (este
o corpo menta, em viagem para outra esfera. A semelhan
a, pois, de quando, durante o sono, deixamos o corpo
fsico para ingressarmos, com o nosso corpo espiritual, no
mundo invisvel.
A se deduzir das palavras da nota acima transcrita,
sendo o corpo mental o envoltrio suti da mente, pode-se,
de certa forma, deduzir que, no Esprito encarnado, no ser
humano, poranto, ele est contido nos limites que encer
ram a luz do Esprito, e em cuja substncia est a mem
ria crmica do ser e o molde fundamental para a recompo
sio do corpo espiritual, quando isto se faa necessrio.
Bastante ilustrativo, a esse respeito, o fato de uma
desencarnao, narrado por Andr Luiz, em seu livro
Obreiros da Vida Etera, 18 ed., FEB, pgina 211, onde,
depois das operaes de desligamento, destacada uma
pequena luz que, em instantes, se abre para recompor o
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 21
corpo espiritual do desencarnante, e reintegrar o Esprito
no mundo espiritual.
Para evitar confuso, tendo em vista os ensinamentos
que os Espritos, notadamente por intermdio de Andr
Luiz, nos tm trazido, convm fazermos uma distino
entre perisprito e corpo espiritual.
Dizemos que o perisprito o corpo espiritual encar
nado, com dispositivos apropriados sua ligao momen
tnea com o corpo carnal, porque, depois da morte, ele se
apresenta com alteraes, e que "do ponto de vista da
constituio e funo em que se caracteriza na esfera
imediata ao trabalho do homem, aps a morte, o corpo
espiritual o veculo fsico por excelncia, com sua estrutura
eletromagntica, algo modificado no que tange aos fen
menos gensicos e nutritivos, de acordo, porm, com as
aquisies da mente que o maneja." como acentua Andr
Luiz, em Evoluo em Dois Mundos, pgina 25.
Entremos em outra ordem de consideraes. Como
vimos, o corpo fsico o reflexo do corpo espiritual, o molde
fundamental sobre o qual se estrutura o nosso corpo fsico,
e que, essencialmente, s difere deste quanto a algumas
modificaes no que tange aos fenmenos gensicos e
nutritivos.
Isto equivale a dizer que o corpo espiritual tem os
mesmos rgos e funes do corpo carnal, e pensamos
22 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
que, no encarnado, os dois corpos se ligam ponto a ponto,
ou seja, tm a mesma localizao, quer dizer, o fgado, por
exemplo, de um est contido no fgado do outro, e assim
com todas as demais pares. Cumpre notar que os dois
rgos se interpenetram porque no ocupam o mesmo
lugar no espao, j que cada um est numa faixa vibratria
dierente. Para o nosso estudo, esta noo convm ser
entendida e guardada.
Sendo o mundo espiritual o nosso meio natural, o
mundo material nos um ambiente provisrio, onde
estagiamos para o aprendizado que nos compete, em vista
de nossa destinao eterna.
Disto se deduz que o corpo espiritual o nosso corpo
fundamental, o que sobrevive sempre, e onde se refletem
as conquistas ou as quedas de nosso Esprito. Sim, porque,
com a morte, o corpo fsico entra em decomposio e
desaparece para sempre como forma, reintegrando sua
substncia ao patrimnio fsico do planeta.
Por isso, como vimos acima, Andr Luiz nos afirma
que o corpo espiritual o veculo fsico por excelncia,
naturalmente, entendendo-se aqui, para que no haa
confuso, que se refere parte fsica do mundo espiritual,
do nosso meio natural, que, nem por isto, deixa de ser um
mundo de aparncias, ou o mesmo campo magntico
fundamental em outra faixa vibratria que no a nossa, ou
energia em sua essncia.
O que pretendemos destacar, neste passo de nossos
estudos, que, sempre, somos de natureza eletromagn
tica, e que, assim, sempre somos energia, e que a nossa
parte material no passa de ser uma como que aparncia
(e mesmo iluso) ferindo os nossos sentidos, tornando-se
visvel em face da nossa sintonia vibratria.
Tambm muito importante fixar que o nosso corpo
O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 23
espiritual o nosso corpo, ou veculo fsico fundamental,
que condiciona o nosso corpo fsico o corpo transitrio de
nossa encarnao, que serve de instrumento para que o
Esprito se manifeste nas faixas da matria bruta, ou mundo
da carne, para que seja diferenciado do nosso mundo
natural.
Os Espritos, quando da Codificao, definiram o
perisprito como sendo o lao que une o Esprito ao corpo,
um corpo entre o Esprito e o corpo fsico, salientando, no
entanto, que ele sobrevive more.
Andr Luiz nos mostra, no obstante, o corpo espiri
tual, como vimos, sendo o molde fundamental do corpo
fsico, que, assim, o reflete, como ele, corpo espiritual,
reflete o corpo mental, o que implica dizer que, na verdade,
o molde fundamental das formas do Esprito est neste
ltimo.
CAPTULO 111
A AURA HUMANA
Se somos de natu
reza eletromagntica, e
temos nosso campo mag
ntico prprio, didatica
mente, podemos nos con
siderar como uma lmpa
da acesa, com um campo
luminoso formado pelos
ftons irradiados ao seu
derredor. (Figura 2.)
Este campo mag
ntico, que assemelha
mos ao da lmpada ace
sa, contm, realmente, a
irradiao luminosa de
nossa individualidade es
piritual, de nosso Espri
to, a refletir as irradiaes
de nosso corpo fsico, de
nosso perisprito e de
nosso corpo mental, de
Fgura 2
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 25
nossa identidade eterna, formando um conjunto singular
que conhecemos pelo nome de aura.
Todos os corpos da Natureza, sendo na essncia
energia, irradiam, ao seu redor, o campo dessa energia.
Esta noo corresponde ao estado radiante dos corpos,
definido experimentalmente porWilliam Crookes. Eles tm,
assim, uma aura prpria, mas simples, limitada sua
essncia tambm simples.
As fotos tomadas pelas cmeras Kirlian tm a propri
edade de registrar esse estado radiante de qualquer corpo,
mineral, vegetal ou animal.
No entanto, o ser humano, o ser encarnado, de
natureza muito mais complexa, qual esto incorporadas
a inteligncia e a vontade livre, apresenta uma irradiao de
sua complexidade, ou seja, de seu corpo fsico, de seu
corpo espiritual, de seu corpo mental e de seu Esprito, este
conjunto que caracteriza o filho de Deus, o ser da criao
cursando a escola da vida terrena. Sua aura, assim, lhe
peculiar, e podemos particulariz-la, como vemos na fi
gura 3, a saber:
Aura do corpo fsico, ou campo de irradiao do corpo
fsico, que se v junto ao corpo, e que reflete, pelas suas
cores, o seu estado de sade fsica.
Aura do perisprito, ou campo de irradiao do corpo
espiritual encarado, que reflete o seu estado de sade
fsica e emocional, e que, tambm, pelas suas cores, reflete
o estado de sade do perisprito, e que sobressai por fora
da aura do corpo fsico.
Aura espiritual, espcie de neblina que envolve as
duas irradiaes, acima mencionadas (que poderamos
dizer, como vimos, fsicas), e que reflete o corpo mental do
indivduo e seu Esprito com as suas aquisies espirituais
no decorrer das eras.
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
Figura 3
O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 27
A nossa aura, quando equi l i brada, saudvel , bri l han
te, se consti tui num escudo que nos defende das i rradia
es i nferiores, como, por exempl o, pensamentos de i nve
j a, ci me, vi ngana. di o, etc. que esto conti dos no
espao que nos ci rcunda, em forma de ondas mentais,
prontas a al i mentarem poderosamente o nosso campo
energti co, se si ntonizarmos com el as.
A nossa aura nos defende tambm da i nterernci a
de Espritos i nferiores, repel i ndo a sua nefasta i nfl unci a a
qual , entre outros prej uzos, podem nos provocar doenas
no corpo espi ritual e, depoi s, no corpo fsi co, ou se l i garem
a ns em processos obsessivos de toda espcie.
Lembremo-nos do que foi di to anteri ormente, quanto
ao fl ui do csmico formando o oceano onde todos e tudo
est mergul hado, e a i nterpenetrao dos campos magn
ticos de todos os astros, e consi deremos que todas essas
energias irradiadas nos alcanam.
E nos alcanam j ustamente atravs de nossa aura
que funci ona, neste caso, como uma antena receptora
absorvendo essas ondas magnticas, e al i mentando, as
si m, o nosso campo fudico ou magntico, de acordo com
a nossa sintonia mental.
I ntroduzi mos aqui refernci a ao nosso campo fudico
que os Espritos definiram na Codificao, e que constitui
a parte exteri or de nossa aura, de forma aparente de
nebl i na, onde, pel a cor que nos prpria, se defi ne a nossa
posi o espi ritual , e i nfl umos sobre as pessoas que dele
se acercam, causando- l hes reaes si mpticas ou antip
ticas.
Em Obras Pstumas, All an Kardec, pgina 104,
edi o I DE, destacamos:
"Cada um de ns tem, poi s, seu fl ui do prpri o que o
envolve e o segue em todos os seus movi mentos, como a
28 O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
atmosfera segue cada pl aneta. A extenso da i rradiao
dessas atmosferas i ndi vi duais muito varivel ; num esta
do de repouso absoluto do Esprito, essa i rradi ao pode
estar ci rcunscrita num l i mite de alguns passos; mas sob o
dom ni o da vontade, pode alcanar di stncias i nfi nitas; a
vontade parece di l atar o fl ui do, como o cal or di l ata o gs. "
Abordando este assunto, que muitos crem ser do
dom ni o apenas de escol as ocul tistas e esoteristas, Andr
Lui z, em Evoluo em Dois Mundos, pg. 1 29, assi m o
expl ica:
"Consi derando-se toda cl ul a em ao por uni dade
viva, qual motor mi croscpi co, em conexo com a usi na
mental , cl aramente compreensvel que todas as agrega
es cel ul ares emi tam radiaes e que essas radiaes se
arti cul em, atravs de si nergi as funci onai s, a se constitu
rem de recursos que podemos nomear por "teci dos de
fora", em torno dos corpos que as exteriorizam.
"Todos os seres vivos, por isso, dos mai s rudi menta
res aos mais compl exos se revestem de um "hal o energtico"
que l hes corresponde natureza.
"No homem, contudo, semel hante projeo surge
profundamente enri queci da e modificada pel os fatores do
pensamento contnuo que, em se aj ustando s emanaes
do campo cel ular, lhe model am, em derredor da persona
l i dade, o conheci do corpo vital ou dupl o etreo de al gumas
escolas espi ritualistas, dupl i cata mais ou menos radi ante
da criatura.
"Nas reentrncias e l i gaes sutis dessa tni ca el e
tromagntica de que o homem se entraj a, ci rcul a o pensa
mento, col ori ndo-a com a vi braes e imagens de que se
constitui, a exi bi ndo, em pri mei ra mo, as sol i ci taes e os
quadros que i mprovisa, antes de i rradi-los no rumo dos
objetos e das metas que demanda.
O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 29
"A temos, nessa conj ugao de foras fsi co-qumi
cas e mentai s, a aura humana, pecul i ar a cada i ndivduo,
i nterpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergi r
del e, manei ra de campo ovi de, no obstante a fei
9
o
i rregul ar em que se confi gura, val endo por espel ho sens1 vel
em que todos os estados da al ma se estampam com si nais
caractersticos e em que todas as i di as se evi denci am,
pl asmando tel as vivas, quando perduram em vi gor e seme
l hana, como ci nematgrafo comum.
"Fotosfera psquica, entreteci da em el ementos din
mi cos, atende cromti ca variada, segundo a onda mental
que emi ti mos, retratando-nos todos os pensamentos em
cores e i magens que nos respondem aos obj etivos e
escolhas, enobrecedores ou depri mentes.
"A aura , poranto, a nossa pl ataforma oni
p
resente
em toda comuni cao com as rotas al hei as, antecamara do
Esprito, em todas as nossas atividades de i ntercmbi o com
a vida que nos rodei a, atravs da qual somos vistos e
exami nados pel as I ntel i gncias Superi ores, senti dos e
reconheci dos pel os nossos afi ns, e temi dos e hosti l izados
ou amados e auxi l i ados pel os i rmos que cami nham em
posio i nferi or nossa.
" I sso porque exteri orizamos, de manei ra i nvari vel , o
reflexo de ns mesmos, nos contactos de pensamento a
pensamento, sem necessidade das pal avras para as si m
patias ou repul ses fundamentai s.
" por essa couraa vi bratria, espci e de carapaa
fl udi ca, em que cada consci nci a constri o seu ni nho
i deal , que comearam todos os serios damedi unidade na
Terra, consi derando-se a medi unidade como atri buto do
homem encarnado para corresponder-se com os homens
l i berados do corpo fsi co. "
Quanto s cores da aura, costuma-se di zer, geral-
3 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
mente, que a da sade, ou do corpo fsico, de tonalidade
rosa quase branco; a do peri sprito tinge-se de amarel o, e
a do campo fl udi co, ou do corpo mental, varia do aul , ao
verde, ao rosa, e s combi naes dessas cores.
Quanto forma, a aura tem forma oval, com o bico
para baixo, e circunda o corpo humano.
O conheci mento das i ndi caes que as cores nos
fornecem pode ser muito bem aproveitado quando di spo
mos de um mdi um vi dente, com capacidade sensitiva para
ver toda a gama de cores e poder, assi m, fazer uma
aval iao do estado de sade fsica e mental da pessoa que
procura o socorro do auxlio magnti co.
No se tratando, este trabal ho, de um estudo espe
cfico sobre a aura, cremos que as l igei ras noes aqui
ventiladas bastam para dar uma i di a da sua real idade, de
modo a que possamos consi der-la na nossa atividade
l i gada aos passes e cura.
CAPTULO IV
AS FACULDADES RADIANTES
Segundo os Espritos nos ensi nam, a faculdades
medi ni cas, de um modo geral, esto l i gadas s di sposi
es do corpo fsi co, e, assi m, pode-se dizer que so i natas
no ser humano.
No entanto, a pessoa de boa vontade, di sposta a
corri gi r seus defeitos e aumentar as suas vi rtudes, pode,
com o exerccio persistente e metdi co, desenvolver a sua
percepo para penetrar no mundo i nvi svel , atravs de
muitos mei os, que so as faculdades medi ni cas, espe
ci al mente se fazem isto para praticar o bem, serir o
semel hante, ci rcunstncia em que os Espritos superiores
se i nteressam pelo seu esforo e o aj udam na acel erao
do processo.
Como vi mos, somos, cada um de ns, um ser de
natureza eletromagntica, i rradiando, natural mente, ao
redor de si , as suas prpri as qual i dades.
Existem pessoas que tm boa sade fsica, qual
al i am as vi braes de um corao generoso e de uma
mente l i mpa e sadia, sendo quase certo que, nesse encon
tro de virtudes, temos um i ndi vduo com grande poder
3 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
magnti co, ou mel hor di to, com uma aura, ou campo
fl udi co de grande capacidade de recepo e irradiao.
(Fi gura 3. )
Essa pessoa, querendo, pode passar para outro
i ndi vduo parte de sua energia, a fim de supri r as suas
defi ci nci as ocasi onadas por
desgastes fsico e mental, pel o
apareci mento de doenas, pel a
ao nefasta de Esp r i t os
obsessores, e mui tos outros
moti vos. Basta que el a tenha
vontade de fazer isto e que acio
neaci rcul ao dessas energi as.
Para tanto, tomando cons
ci nci a de seu potencial radi an
te, preci sar exercitar essa cir
cul ao, di ri gi ndo, com a vonta
de, atravs dos pontos de sada
que eleger, a i rradiao de sua
energia (ou fl ui do vital ) .
Figura 4
Se vai atuar com as mos
di retamente sobre a pessoa
socorrida, mentalizar essa ener
gi a descendo do crebro e atra
vessando os braos para se derra
mar, atravs dos dedos e da pal
ma da mo, sobre o paciente, e
nel e penetrando. (Fi gura 4.)
Figura 5
Se vai i rradiar pel a fronte,
de seu centro coronri o, i magi na
r a energi a, ou facho l uminoso,
sai ndo dal i e alcanando o paci
ente na regi o que el egeu. (Fi gu
ra 5.)
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 3
Se vai irradiar por todo o
seu corpo, di reci onar a sua
mente para todo o seu corpo,
qual l mpada prodi gi osa, i rradi
ando sobre o paciente, estando
ele j unto as i ou distante do l ocal ,
ci rcunstncia que se apl i ca em
qual quer caso, porque nem sem
pre se faz necessria a presena
fsi ca do beneficiado. (Fi gura 6.)
Figura 6
Neste caso, t emos o
magnetizador comum, doando
suas prpri as energias. No en
tanto, a vida est estruturada de
forma que toda sementei ra do
bem produza frutos. Quando o magnetizador comea a
expel i r, ou irradiar, as suas energi as prprias, e que seu
reseNatri o comea a di mi nui r, sem que o si nta ou sai ba,
esse reseNatri o comea a receber a energi a csmi ca que
o ci rcunda para se manter chei o e renovado, e quanto mai or
for a i nteno de praticar o bem, mai s retira el e desse
reseNatri o que o corpo do prpri o Deus, como j vi mos,
e mai s aumenta o seu potenci al energtico e as suas
facul dades radiantes.
Ao l ado do magnetizador comum, temos o mdi um
magnetizador, conheci do como mdium curador, capa de
receber e i rradi ar as energias espi rituais recebi das dos
Espritos que o assistem. Seu papel , fundamental men
te, o de i ntermediri o, e por isso mesmo chamado
mdium.
Neste caso, para exercitar a sua facul dade radiante,
o mdi um preci sa proceder do mesmo modo aci ma anota
do, s que dever i magi nar, e estar di sto convenci do, de
que um Esprito l he est derramando sobre a cabea, em
3 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
forma de um facho de l uz, os seus
prprios fl ui dos, cuja irradi ao a
sua vontade di reciona. (Fi guras 7,
8 e 9. )
Figura 8
Quase sempre, quando se
trata de servir ao prxi mo, o
magnetizador ganha a assistn
cia de bons Espritos que l he de
senvolvem a faculdade medinica
para acrescentarem s ener
ias
do magnetizador, as suas propri
a energi as espirituais, enrique-
Figura 7
Figura 9
cendo o seu potencial e, conseqentemente, o benefcio da
radiao.
Tambm, do lado do mdi um magnetizador, com o
exercci o da mediunidade, el e acaba desenvolvendo o
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 3
prpri o potenci al energtico e enriquecendo o fl ui do cedi do
pel o Esprito com o seu prprio fl ui do pessoal.
Vale menci onar que, no caso do magnetizador co
mum, a energi a que irradi a est carregada de flui do mai s
animalizado, proveniente de uma fonte fsica. E, no caso do
mdi um a energi a que ele transmite de natureza espiri
tual .
Como se v, e se pode deduzi r faci l mente, o ideal
ser a vei cul ao das duas espcies de energi as, o que,
como di ssemos acima, com o exercci o, acaba sempre
acontecendo.
Assi m, a faculdade radiante pode se apresentar de
trs modos de execuo:
1 ) A do magnetizador comum, que transmite as suas
prprias energias magnticas ao paciente que tem sob a
sua ao, sendo essa energia mai s ani mal izada, porque
resultante das irradiaes de um corpo materializado, de
duas naturezas: material quanto ao corpo fsi co, e espiritual
quanto ao peri sprito;
2) A do mdium curador, que transmite o fl ui do
magntico cedi do por um Esprito que o assiste. Este fluido
de natureza espiritual;
3) A de natureza mista, quer di zer: no magnetizador
comum, quando, pelo exercci o de sua facul dade no campo
do bem, merece e recebe a aj uda dos bons Espritos que
lhe ativam a facul dade medi ni ca, e l he transmitem seus
recursos magnticos; no mdi um curador, quando, tam
bm pelo exercci o da facul dade no campo do bem, acaba
por aumentar o prprio potencial magntico transmiti ndo os
seus fl ui dos pessoais j untamente com o dos Espritos que
o assistem.
Diz-se que a facul dade radiante porque se trata de
3 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
irradiar, exteriorizar, um potencial magnti co dando-l he
uma di reo determi nada.
Essa facul dade, ou poder, pode-se di zer que natu
ral , i nerente nossa natureza eletromagnti ca, no entanto,
a intensidade, o volume da i rradi ao depende do exerc
ci o, da vontade de quem transmite.
Aqui que entra a necessi dade do exerccio da
radiao, do qual j falamos l i gei ramente.
Como fazer esse exerccio? Ei s a questo.
Cremos que deveremos comear pel o mais si mples,
pelo menos aparentemente, e que diz respeito i rradi ao
pelo corpo i ntei ro, em que temos que mentalizar e nos sentir
como i rradiando, para todos os lados, como se fssemos
uma lmpada acesa, cujos raios se perdem ao l onge.
Quanto mai s forte senti rmos essa l uz, para mai s l onge el a
se i rradiar. (Fi gura 6.)
Faamos um exerc
cio que, pri mei ra vi sta,
parecer bi zarro: quando
estivermos i rradiando, pen
semos numa pessoa que
conhecemos bem e que se
encontra mui to di stante do
local em que estamos, em
Pari s, por exempl o, e
mentalizaremos que el a
est recebendo os raios
de nossa l uz, que a nossa
Figura 10 i rradi ao a alcana e pe-
netra nela. Este o caso e
o modo da radiao di stncia, que produz quase o
s
mesmos efeitos da que se faz com a pessoa presente, se
soubermos di reci onar a nossa i rradiao e a nossa mente,
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 37
como est aqui expl icado. Na verdade, isto funci onar
como se o nosso Esprito tivesse se transportado para l,
para Pari s, e di ante da pessoa, a
g
uem queremos benefi
ci ar, estivesse irradi ando-l he as proprias energias. ( Fi gura
10. )
Quando irradiamos pela fronte, pel o centro coronrio
que, na verdade, o ponto de entrada de toda energi a
superior que nos chega e o posto di stri bui dor e catal i zador
da energia do nosso corpo, no nos esquecendo de que, na
essncia, somos energia, luz, i magi nemos que est dal i
sai ndo um facho de l uz (se a aura do magnetizadorfor azul)
azul que se abre em determi nada direo. (Fi gura 5. )
O exerc ci o desta facul dade, portanto, ser a
mentalizao desse facho de luz, sai ndo e chegando sobre
a pare do corpo da pessoa a quem o di ri gi mos, estando ela
presente ou ausente, sendo que, no caso de ausnci a,
procederemos do modo aci ma expli cado para a irradi ao
pelo corpo i nteiro.
A i rradiao mais comum, mais conhecida e mais
usada, atravs das mos, e aqui que devemos nos
aplicar com muita persi stncia, com muita vontade de
ati ngi rmos o mximo poder radi ante.
O pri meiro ponto a considerar o da fonte da energia,
o manancial do qual ela j orra. Si m, porque sendo uma coi sa
que jorra, el a deve ter um manancial que supra essa vazo.
E onde est esse manancial, essa fonte de energi as
que vamos di spender? Est em ns, na nossa integridade.
Lembremos aqui a nossa representao em forma de
uma lmpada acesa; precisamos nos sentir, quando ir
radi amos, como se fssemos uma lmpada acesa e que a
sua luz escapa pelos nossos doi s braos, escorre por eles,
e se despeja, atravs dos dedos e da pal ma da mo, sobre
3 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
o paciente, no l ocal em que queremos derramar essa
energia, que aquele onde as nossas mos vo se colocar.
(Fi gura 4. )
Todo trabal hador esprita, entrando em relao com
o mundo espiritual e com as coi sas de natureza divi na, deve
preparar-se para desempenhar uma tarefa, sej a ela qual
for, atravs da prece, por exempl o, a fim de l impara mente
e o corao. No magnetizador essa provi dnci a essen
ci al .
Quando oramos - e aqui vai apenas uma breve
j ustificativa-, si ntonizamos nosso Esprito com o Mais Alto,
e passamos a receber a proteo dos bons Espritos, que
no querem outra coisa, para nos aj udar, seno que
estej amos em posio receptiva.
Nessa posi o, e para no pensar que est
di spendendo energi a toa, deve-se i magi nar que, di ante
de si , tem um Esprito necessitado que vai se beneficiar da
energi a i rradiada, e sobre el e que vai ser movi mentada a
energi a na forma aci ma recomendada.
Tratando-se de mdium magnetizador, que vai rece
ber energias de fonte externa, dos Espritos, deve senti r-se
como uma l mpada de muito mai or potnci a, aumentada
pel a /uzque, vi ndo de ci ma, penetra-o pela cabea, sendo
que, a partir da, o exercci o o mesmo descrito aci ma.
(Fi gura 7. )
Com o tempo, com a renovao dos exerccios e com
a uti l izao da facul dade radi ante, esse si stema acaba se
tornando automtico, i sto , di spensar o esforo de
mentalizao porque se tornar um processo unitri o, no
qual a si mples vontade de uti l izar a facul dade desencade
ar todo o procedi mento.
O exerccio da facul dade radiante na prti ca do bem,
em favor do semel hante necessitado, aumenta o campo
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 3
fl udi co do magnetizador, quer di zer, aumenta a sua aura e
lhe d uma l uz cada vez mai s bri l hante que tender a se
aproxi mar, mais depressa, pel a prti ca constante desse
amor fraterno, da cor branco azulada que, segundo consta,
o bri l ho da l uz dos Espritos mai s elevados.
preciso l embrar aqui , de um outro ti po de facul dade
medi ni ca, muito usada nos servios de passe, qual sej a a
de incorporao, hi ptese na qual o Esprito, i ncorporado
no mdi um, apl i ca di retamente o passe sobre o paciente.
muito mais usada para os serios nos quais
interm Espritos de pretos-vel hos e ndi os. Nos trabal hos
decuradaUmbandae daQui mbanda, os passes so feitos
excl usivamente pelos Espritos i ncorporados nos mdi uns
com os quai s trabalham.
Conhecemos muitos bons mdi uns
q
ue, em nossos
Centros Espritas, fazem o passe com o Esp1 rito protetor, ou
gui a, i ncorporado, geral mente com ti mos resultados, es
pecialmente porque, no caso, a i nfl unci a do Esp rito no ato
muito mai or, sua ao mui to mai s ampla.
Vale mencionar que, pelos mesmos motivos, a i ncor
porao do Esprito torna muito mais potente e efetiva a
erradi ao pela fronte, pelo centro coronrio.
CAPTULO V
QUALIDADES COMUNS AO MAGNETIZADOR E
AO MEDIUM CURADOR.
Natural mente, quando fal amos em facul dade radian
te, i mpl i citamente, estamos falando em pureza e l uz, sendo
esta a qual i dade daquel a.
Quanto mai s pura a fonte, mai s pura a gua que del a
jorra. Esta uma evi dnci a rel ativa a qual quer fonte de que
se fale, e, sendo assi m, apri mei racondi o que o magne
tizador, de recursos prprios ou cedi dos pelos Espritos,
deve ter em mente. Sua l uta fundamental ser sempre con
sigo mesmo, para apri morar a pureza da sua fonte interior,
para que dela j orre a energi a mai s pura e mai s benfica, e
para que seu vaso medi ni co no contami ne as energias
que recebe de um Esprito para transmiti -l a a outrem.
Evi dentemente, estamos num estgi o evolutivo que
no nos permite uma situao espi ritual i deal, para o
exercci o de nossas facul dades radiantes. Nestas condi
es o que i remos conseguir, natural mente, est condi ci o
nado ao nosso estgi o evolutivo, nossa capacidade de
amar, de irradiar esse amor transformado em energi a a se
nos desprender do Esprito.
Mas sempre teremos a responsabi l i dade de nos
aprimorarmos di a por di a, tanto no sentido de evoluo
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 41
nti ma como no senti do da i rradi ao de energi a. Cl aro que
Deus, nosso Pai , e os Espritos que o representam, compre
endem as nossas di fi cul dades naturai s; o que no ser fci l
de compreender como um trabalhador consci ente das
suas tarefas, esti mulado pel o exerccio da caridade e pel o
apoi o de seus Guias Espi rituais,
p
ossa deixar de se esfor
ar para mel horar cada vez ma1 s, uma vez que o maior
beneficiado desse esforo ser sempre ele mesmo.
Mente l i mpa e serena irradia l uz pura, mas mente
carregada de remorsos, de cul pas e das i nquietaes
puramente humanas, no ser capa de irradiar nada de
bom. I sto no quer di zer que preci samos alcanar a
angel i tude para i rradiarmos energias boas; quer dizer que,
pel o menos, teremos que nos preparar conveni entemente
antes de nos col ocarmos em seri o de magnetizao. E
como? Procurando, atravs da orao, serenar a mente e
afastar dela, no momento, toda i nqui etao, todo senti men
to i nferior que possa estar presente, a fi m de que possamos
irradiar energias boas. Cumpre notar que os nossos erros
passados s prej udi cam a nossa facul dade radiante quan
do os desenterramos e traemos para a memri a conscien
te, em forma de cul pa, de remorso, que so senti mentos
altamente negativos, e, conseqentemente, prej udi cam a
nossa fonte de i rradiao, ou o nosso vaso medi nico.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kar
dec ( 1) , numa sntese muito feliz, define e enumera todos
os predi cados que caracterizam o que chama O homem de
bem, e como esta bel a pgi na um roteiro muito claro e
j usto, que pode ori entar a l uta consi go mesmo, passamos
a transcrev-l a na ntegra:
"3. O verdadeiro homem de bem aquel e que prati ca
a l ei de j ustia, de amor e de caridade em sua mai or pureza.
Se i nterroga a consci nci a sobre seus prprios atos, per-
(1) Cap. XII, pg. 221, ed. IDE.
42 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
gunta a si mesmo se no vi ol ou essa l ei ; se no fez o mal
e se fez todo o bem que podia; se negl i genci ou vol untaria
mente uma ocasio de ser ti l ; se ni ngum tem o que
reclamar del e; enfi m, se fez a outrem tudo o que quereria
que se fizesse para com el e.
'Tem f em Deus, em sua bondade, em sua j ustia e
em sua sabedoria; sabe que nada ocorre sem sua permi s
so e se submete, em todas as coi sas, sua vontade.
"Tem f no futuro; por isso, col oca os bens espi rituais
aci ma dos bens temporais.
"Sabe que todas as vi ci ssitudes da vi da, todas as
dores, todas as decepes, so provas ou expiaes, e as
aceita sem murmurar.
"O homem, possudo do senti mento de caridade e de
amor ao prxi mo, faz o bem pel o bem, sem esperana de
recompensa, retri bui o mal com o bem, toma a defesa do
fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu i nteresse
j ustia.
"Encontra sati sfao nos benefcios que derrama,
nos servios que presta, nos felizes que faz, nas lgri mas
que seca, nas consol aes que d aos afl itos. Seu pri mei ro
movi mento de pensar nos outros antes de pensar em si ,
de procurar o i nteresse dos outros antes do seu prpri o. O
egosta, ao contrrio, cal cul a os l ucros e as perdas de toda
ao generosa.
"El e bom, humano e benevolente para com todos,
sem prefernci a de raas nem de crenas, porque v
irmos em todos os homens.
"Respeita nos outros todas as convices si nceras, e
no lana o antema quel es que no pensam como el e.
"Em todas as circunstncias, a caridade o seu guia;
di z a si mesmo que aquele que l eva prej uzo a outrem por
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 4
palavras malvolas, que fere a susceti bi l i dade de al gum
por seu orgul ho e seu desdm, que no recua i di a de
causar uma i nquietao, uma contrariedade, ai nda que
leve, quando pode evit-l o, falta ao dever de amor ao
prxi mo, e no merece a cl emnci a do Senhor.
"No tem di o nem rancor, nem desejo de vi ngana;
a exempl o de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e no
se l embra seno dos benefci os; porque sabe que l he ser
perdoado como ele prpri o houver perdoado.
" i ndul gente para com as fraquezas al hei as, porque
sabe que el e mesmo tem necessi dade de i ndul gnci a, e se
l embra destas palavras do Cri sto: aquel e que est sem
pecado l he ati re a pri meira pedra.
"No se compra em procurar os defeitos al hei os,
nem em col oc-los em evi dnci a. Se a necessi dade a i sso
o obri ga, procura sempre o bem que pode atenuar o mal .
"Estuda suas prprias i mperfeies e trabalha, sem
cessar, em combat-las. Todos os seus esforos tendem a
poder di zer a si mesmo no di a de amanh, que h nel e
al guma coi sa de mel hor do que na vspera.
"No procura valorizar nem seu espri to, nem seus
talentos s expensas de outrem; aproveita, ao contrri o,
todas as ocasies para ressaltar as vantagens dos outros.
"No se envaidece nem com a fortuna, nem com as
vantagens pessoais, porque sabe que tudo o que l he foi
dado, pode l he ser retirado.
"Usa, mas no abusa, dos bens que l he so concedi
dos, porque sabe que um depsito do qual dever prestar
contas, e que o emprego, o mais prej udi ci al para si mesmo,
de fa-los servir satisfao de suas paixes.
"Se a ordem soci al colocou homens sob sua depen
dnci a, el e os trata com bondade e benevol ncia, porque
4 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
so seus i guais perante Deus; usa de sua autoridade para
erguer-l hes o moral e no para os esmagar com o seu
orgul ho; evita tudo o que poderi a tornar sua posi o subal
terna mai s penosa.
"O subordi nado, por sua vez, compreende os deveres
da sua posi o, e tem o escrpul o em cumpri-l os consci en
ci osamente. (Cap. XVI I , n 9) .
"O homem de bem, enfi m, respeita em seus seme
l hantes todos os di reitos dados pel as l eis da Natureza,
como gostaria que os seus fossem respeitados.
"Esta no a enumerao de todas as qual i dades
que di sti nguem o homem de bem, mas todo aquel e que se
esforce por possu-l as, est no cami nho que conduz a todas
as outras. "
Como se v um excelente programa de reforma
i nteri or, escrito com tanta cl areza que a gente no poder
deixar de pensar em lev-l o a srio. Vai ser difci l ? Vai , mas
no h outro cami nho para quem deseje levar vi da respon
svel e i nscrever-se nas fi l ei ras dos trabalhadores do Bem.
Quando cada um de ns puder l er esta bel a pgi na
sem qual quer pi cada no corao e na consci ncia, por l he
ser fi el obserador e, assi m, verdadeiro homem de bem,
poder estar certo de que suas facul dades radiantes, alm
de bri l harem como um verdadeiro sol de pureza, far com
que suas energi as, suas vibraes, atravessem o espao
at os confi ns do I nfi nito, onde quei ra l evar o seu amor e a
sua vontade de aj udar.
No l ivro Missionrios da Luz, 23 edi o, FEB, pgi na
320, assi m nos transmite Andr Lui z as orientaes do
instrutor Alexandre, quanto a este assunto, que transcreve
mos na ntegra:
"Aquel es nossos ami gos so tcni cos em auxl i o
magntico que comparecem aqui para a di spensao de
O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 4
passes de socorro. Trata-se dum departamento del icado
de nossas tarefas, que exige muito critrio e responsa
bi l i dade.
"Esses trabalhadores - interroguei - apresentam
requi sitos especi ais?
"- Sim-expl icou o mentor ami go-, na execuo da
tarefa que l hes est subordi nada, no basta a boa vontade,
como acontece em outros setores de nossa atuao.
Precisam revelar determi nadas qual i dades de ordem supe
rior e certos conheci mentos especi al i zados. O servi dor do
bem, mesmo desencarnado, no pode sati sfazer um seme
l hante servio, se ai nda no consegui u manter um padro
superi or de elevao mental contnua, condio indi spen
svel exteriori zao das facul dades radiantes. O mi ssi o
nrio do auxl i o magnti co, na Crosta ou aqui na nossa
esfera, necessita ter grande dom ni o sobre si mesmo,
espontneo equi l bri o de senti mentos, acendrado amor
aos semel hantes, alta compreenso da vi da, f vi gorosa e
profunda confiana no Poder Di vi no. Cumpre-me acentuar,
todavia, que semel hantes requi sitos, em nosso plano,
constituem exigncias a que no se pode fugi r, quando, na
esfera carnal , a boa vontade si ncera, em muitos casos,
pode supri r essa ou aquel a defi cincia, o que se j ustifica,
em vi rtude da assistncia prestada pelos benfeitores de
nossos crcul os de ao ao seri dor humano, ai nda i ncom
pl eto no terreno das qual i dades desejvei s. " ( . . . . )
"- Os ami gos encarnados - perguntei-, de modo
geral , poderi am col aborar em semel hantes ati vi dades de
auxl i o magntico?
"- Todos, com maior ou menor i ntensidade, podero
prestar concurso fraterno, nesse sentido - respondeu o
orientador-, porquanto, revelada a di sposi o fiel de coo
perar a serio do prxi mo, por esse ou aquel e trabalhador,
as autoridades de nosso mei o desi gnam entidades sbi as
4 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
e benevolentes que ori entam, i ndi retamente, o nefito, uti l i
zando-l he a boa vontade e enri quecendo-l he o prpri o
valor. So muito raros, porm, os companheiros que demons
tram a vocao de servi r espontaneamente. Muitos, no
obstante bondosos e si nceros nas suas convices, aguar
dam a medi uni dade curadora, como se el a fosse um acon
tecimento mi raculoso em suas vi das e no um serio do
bem, que pede do candi dato o esforo laborioso do come
o. Cl aro que, referi ndo- nos aos i rmos encarnados, no
podemos exi gi r a cooperao de ni ngum, no setor de nos
sos trabal hos normai s; entretanto, se algum del es vem ao
nosso encontro, sol i citando admi sso s tarefas do auxl i o,
l ogi camente receber nossa mel hor ori entao, no campo
da espi ritualidade. "
Como dissemos, no preciso que aguardemos a
angel i tude para auxi l i ar nosso semel hante no socorro mag
ntico. Note-se que o Autor escl arece que a oportunidade
est aberta a todos os encarnados que tenham boa vonta
de. I nterrompemos a transcri o j ustamente para que o
leitor anote as observaes nesse senti do e no se si nta
excl udo do quadro de trabal hadores do auxl i o magnti co.
Prossi gamos na l i o que nos chegou do Mundo Mai or:
"-Ai nda mesmo que o operrio humano revele valo
res muito reduzidos, pode ser mobi l izado? - interroguei ,
curi oso.
"- Perfeitamente - aduzi u Alexandre, atencioso. -
Desde que o interesse del e nas aqui sies sagradas do
bem seja mantido aci ma de qual quer preocupao transi
tria, deve esperar i ncessante progresso das faculdades
radiantes, no s pelo prpri o esforo, seno tambm pel o
concurso do Mais Alto, de que se fa merecedor."
Vemos, pois, que o trabal ho de i rradi ao magnti ca
est abero a todos os nossos i rmos que tenham a fi el
di sposio de cooperar a seri o do prxi mo.
CAPTULO VI
O PASSE, SEUS FUNDAMENTOS.
Como procuramos demonstrar, at aqui , o ser huma
no de natureza eletromagntica, possui dor de um poten
cial magnti co que capaz de irradiar; que o faz natural
mente em sua vi da ativa, mas que pode assumi r uma
transmi sso mai s objetiva e efetiva quando quer, quando
sente vontade de i rradiar essa energi a.
At este momento, falamos de radi ao, irradiao,
que so os termos apropriados para a facul dade de que
tratamos.
Agora vamos falar do passe, essa prti ca costumei ra
em nossos Centros Espritas, que consi ste no socorro
magntico a que vi mos nos referindo, e ao que se referi u
Andr Lui z nos apontamentos que transcrevemos no cap
tulo anterior.
O que vem a ser o passe? Ao que se deduz de tudo
o que foi di to, e do prprio ato em si , podemos di zer que o
passe a ao ou esforo de transmiti r, para um outro
indivduo, energi as magnticas, prprias ou de um Esrrito,
a fi m de socorrer-lhe a carnci a fsica e, ou menta , que
decorre da falta dessa energia.
4 O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
Como ocorre essa carnci a, como podemos
determi n-l a e de que forma el a supri da pel o passe? Tais
so as questes que nos propomos debater neste captul o.
Quando o i ndivduo entra num processo emoci onal
negati vo, quando uma preocupao qualquer se apossa
del e, e perdura por tempo mai s ou menos l ongo, esse
estado negativo i mpede-o de haurir, no meio ambi ente, na
Natureza, o fl ui do csmi co de que fal amos e, assi m sendo,
a energi a consumi da pel o funci onamento de seu organi s
mo no reposta, o que vai ocasi onando- l he uma carnci a
sempre crescente, ou seja, vai di mi nui ndo a quantidade de
sua energi a vi tal .
Em conseqnci a desse estado de esgotamento, os
rgos ou partes do corpo que estej am prej udi cados por
algum processo de desequi l bri o podem ter esse processo
acelerado e aparecer uma doena, que estava latente.
Costuma-se di zer que, pela observao dos fatos, o cn
cer, por exempl o, aparece geralmente depoi s de uma
depresso profunda e prol ongada.
H no livro Missionrios da Luz, pgi na 329, uma
frase que resume magi stral mente esse processo de
desequi l bri o que desemboca na doena:
- "Observou?-disse ele, bondosamente -toda per
turbao mental ascendente de graves processos pato
lgicos. Afigir a mente alterar as funes do corpo. Por
isso, qualquer inquietao ntima chama-se desarmonia e
as perturbaes orgnicas chamam-se enfermidades."
Falamos aci ma do caso de um processo depressivo
prol ongado, que de muita gravidade, mas isto no quer
dizer que no hajam os pequenos, ou i ni ci al mente peque
nos, processos de desequi l bri o e que, com sua persistn
ci a e o decorrer do tempo, vo se transformar em processos
de graves conseqnci as.
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 4
Ai nda no mesmo livro aci ma citado, pgi na 328,
vamos encontrar o segui nte e esclarecedor di logo:
" Postvamo-nos, agora, ao lado de um caval hei ro
idoso, para cuj o organi smo Anacleto me reclamou ateno.
"Analisei -o acuradamente. Com assombro, notei-lhe
o fgado profundamente alterado. Outra nuvem, igual men
te muito escura, cobria grande parte do rgo, compel i ndo
o a estranhos desequi l bri os. Toda a vescul a bi l i ar perma
neci a ati ngi da. E vi a-se com niti dez que os reflexos negros
daquel a pequena poro de matria txica alcanavam o
duodeno e o pncreas, modificando o processo digestivo.
Alguns mi nutos de obsevao si l enci osa davam-me a
conhecer a extrema perturbao de que o rgo da bi l e se
faia objeto. As cl ul as hepti cas pareciam presas de
perigosas vi braes.
"Enderecei ao amigo espiritual meu ol har de admi ra-
o.
"- Observou? - di sse el e, bondosamente - toda
perturbao mental ascendente de graves estados pato
l gi cos. Afli gi r a mente alterar as funes do corpo. Por
isso, qual quer i nqui etao nti ma chama-se desarmoni a e
as perturbaes orgnicas chamam-se enfermidades.
"Colocou a destra amiga sobre a fronte do cavalheiro
e acrescentou:
"- Este irmo, portador dum temperamento muito
vivo, est chei o de valores positivos da personalidade
humana. Tem atravessado i nmeras experincias em l utas
passadas e aprendeu a domi nar as coisas e as si tuaes
com invejve_l energia. Agora, porm, est aprendendo a
domi nar a si mesmo, a conquistar-se para a i l umi nao
interior. Em semel hante tarefa, contudo, ex
p
eri menta cho
ques de vulto, porquanto, dentro de sua mdi vi dual idade
dominadora, compel ido a destruir vrias concepes que
5 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
se l he fi guravam preci osas e sagradas. Nesse empenho, os
prprios ensi namentos do Cristo, que l he serve de model o
renovao, doem-l he no nti mo como martel adas, em
certas circunstncias . Este homem, no entanto, si ncero
e desej a, de fato, reformar-se. Mas sofre i ntensamente,
porque obri gado a ausentar-se de seu campo excl usi vo,
a cami nho do vasto territrio da compreenso geral . No
crcul o dos conflitos dessa natureza, vem l utando, desde
ontem, dentro de si mesmo, para acomodar-se a certas
i mposi es de ori gem humana que l he so necessrias ao
aprendizado espi ritual , e, no esforo mental gi gantesco, el e
mesmo produzi u pensamentos terrveis e destrui dores que
segregaram matria venenosa, imediatamente atrada para
o seu ponto orgnico mais frgil, que o fgado. (Grifo nos
so.) Ele, porm, est em prece regeneradora e faci l itar
nosso servio de socorro, pela emi sso de energi as ben
fi cas. No fosse a orao, que l he renova as foras repara
doras, e no fosse o socorro i mediato de nossa esfera,
poderi a ser vti ma de doenas mortais do corpo. A perma
nnci a de matri a txica, i ndefinidamente , na i nti mi dade
desse rgo de i mportnci a vital, determi naria movi mentos
destrui dores para os gl bulos vermel hos do sangue, com
pl icaria as aes combi nadas da di gesto e perturbaria, de
modo fatal , o metabol ismo das protenas.
"Anacleto fez uma pausa mai s l onga, sorri u cordial
mente e acentuou:
"- I sto, porm, no acontecer. Na l uta titnica em
que se empenha consi go mesmo, a vontade firme de
acertar a sua ncora de salvao. "
Temos aqui , descrito com riqueza de detalhes o
processo de nosso auto-ani qui lamento em virtude de nossa
i nvi gi lncia mental, quando geramos pensamentos destrui
dores de nosso prpri o ser esti mulados pel a revolta, pela
tristeza, pel o desni mo e, especi al mente, pelo di o, invej a
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 51
e ci me, esse tri o ani qui l ador, capa de destruir-nos e
destruir aquel es a quem os di ri gi mos.
Quem poder i magi nar a matria mental destrui dora
gerada pel o senti mento de cul pa, enevoando um corao
que errou e toma consci nci a de seu erro? Ou do remorso
que afoga a nossa al ma no oceano do desespero e da
angsti a? E a sua ao destrui dora sobre o nosso organis
mo perispi ritual e sobre o nosso corpo fsico?
Um dia, e esse di a, merc de Deus, e com a luta da
Doutrina Esprita para conscientizar o homem acerca de
sua natureza espi ritual eterna, no est l onge a ci ncia do
mundo procurar as causas de todas as nossas doenas na
i nti mi dade de nossa alma, e receitar aqui si o de vi rtudes
e preces de corao para curar os doentes.
Falamos at agora da desarmoni a nti ma gerando o
desequi l bri o do corpo e a doena.
No entanto, no podemos nos esquecer que somos
seres suscetveis de recebermos as emisses mentais das
pessoas e do ambi ente que nos cercam. E o que acontece
quando recebemos essa carga magntica negativa, pene
trando em nosso ser e infl ui ndo sobre ns?
S a ori gem muda, o processo o mesmo. o que se
depreende nos escl areci mentos que encontramos no j
citado l ivro, pgi na 325, a saber:
"- Vej amos esta i r m - excl amou Anacl eto,
prontificando-se ao auxlio afetuoso-, observe-lhe o cora
o e, princi pal mente, a vl vula mitral.
"Detive-me em acurado exame da regio menci ona
da e, efetivamente, descobri a existnci a de tenussi ma
nuvem negra, que cobria grande exenso da zona i ndicada,
interessando ai nda vlvul a artica e lanando fil amentos
52 O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
quase i mperceptvei s sobre o ndul o si no-auri cul ar. Expus
ao novo amigo mi nhas observaes, ao que me respondeu:
"- Assim como o corpo fsi co pode i ngeri r al i mentos
venenosos que l he intoxicam os teci dos, tambm o organi s
mo peri spiritual pode absorer elementos de degradao
que lhe corroem os centros de fora, com reflexos sobre as
cl ulas materi ai s. Se a mente da criatura encarnada ai nda
no ati ngi u a di sci pl i na das emoes, se al i menta paixes
que a desarmonizam com a real i dade, pode, a qual quer
momento, intoxi car-se com as emisses mentai s daquel es
com quem conviv e que se encontrem no mesmo estado
de desequi l bri o. As vezes, semel hantes absores cons
tituem si mpl es fenmenos sem i mportncia; todavia, em
muitos casos, so suscetveis de ocasi onar peri gosos
desastres orgnicos. I sto acontece, mormente quando os
interessados no tm vi da de orao, cuj a infl unci a ben
fi ca possa anul ar i numeros mal es.
"Indi cou o corao de carne da i rm presente e
conti nuou:
"- Esta ami ga, na manh de hoje, teve sri os atritos
com o esposo, entrando em grave posio de desarmoni a
nti ma. A pequena nuvem que l he cerca o rgo vital
representa matria mental ful mi natria. A permannci a de
semel hantes resduos no corao pode ocasi onar- l he
peri gosa enfermi dade. Atendamos ao caso. "
Temos, poi s, no exempl o que transcrevemos, a de
sarmoni a vi nda de fora, adqui ri da no prprio recesso do l ar,
em desavisada di sputa verbal entre o casal. Pode-se supor
que sej a um caso corri quei ro, porque so corri quei ras as
desavenas entre marido e mul her, no estgi o evol utivo
que cami nhamos, em que a nossas i mperfeies so
mui to acentuadas, pri nci pal mente aquel as atreladas ao
orgul ho e ao egosmo, que ainda falal alto em nosso
estado de ani mal i dade, ou de espi ri tual i zao i ni ciante.
O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 5
Vej amos, em outro exempl o que retiramos do mesmo
captulo - Passes - do menci onado l i vro, um ti po de
desarmonia nti ma, agravada pel a absoro de desarmo
nia externa, gerada em situao de extrema responsabi l i
dade, qual seja a da materni dade, quando a mul her carrega
dentro de si outra vida desabrochando, e o seu ser, como
natural, i nfl ui de modo deci sivo na integridade do outro
ser.
"Mai s alguns minutos e nos encontramos di ante de
uma senhora grvi da, em sri as condies de enfraqueci
mento.
"Anacleto deteve-se mai s respeitoso.
"-Aqui -di sse ele, sensi bi l i zado -temos uma i rm
altamente necessitada de nossos recursos fl udi cos. Pro
funda anemi a invade-l he o organi smo. Em regi me de
subal i mentao, em vi rtude das di fi cul dades naturais que
a rodeiam de l ongo tempo, a gravi dez constitui para el a um
processo francamente dol oroso. O marido parcamente
remunerado e a esposa obri gada a vigl i as, noite a dentro,
a fim de auxi l i -l o na manuteno do lar. A prece, porm,
no re
p
resenta para este corao materno to-somente
um refugi o. A
p
ar de consol aes espontneas, ela recolhe
foras magneticas de substancial expresso que a susten
tam no presente drama bi olgi co. (O grifo nosso. )
"Em segui da i ndi cou a regio do tero e ponderou:
"- Observe as manchas escuras que cercam a orga
nizao fetal.
"Efeti vamente, aderindo ao saco de l qui do amnitico,
viam-se mi croscpicas nuvens pardacentas vagueando
em vrias di rees, dentro do subl i me laboratri o de foras
geradoras.
"Dando-me a perceber seu fundo conheci mento da
si tuao, Anacleto conti nuou:
5 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
"- Se as manchas atravessarem o l qui do, provoca
ro dol orosos processos patol gi cos em toda a zona do
epi blasto. E o fi m da luta ser o aborto i nevitvel .
"Comovi dssi mo, contempl ei o quadro di vi no daquel a
me sacrificada, uni da organi zao espi ritual daquel e
que l he seri a o fi l ho no porvi r. Foi o chefe da assistnci a
magntica que me arrebatou daquel a si l enci osa admi ra
o, expl icando:
"- No obstante a f que lhe exorna o carter, apesar
dos seus mais el evados senti mentos, nossa ami ga no
consegue furtar-se, de todo, tristeza angustiosa, em
certas ci rcunstncias. H sei s di as permanece desal enta
da, afl ita. Dentro de al gum tempo, o esposo deve resgatar
um dbito si gnificativo, faltando-l he, porm, os recursos
preci sos. A pobre senhora, contudo, al m de suportar a
carga de pensamentos destrui dores que vem produzi ndo,
compel i da a absorver as emi sses de matria mental
doenti a do companhei ro, que se api a na coragem e na
resi gnao da mul her. As vi braes di ssolventes acumul a
das so atradas para a regio orgnica (grifamos) , em
condies anormais e, por i sso, vemo-l as congregadas
como pequeni nas nuvens em torno do rgo gerador,
ameaando no s a sade maternal , mas tambm o
desenvol vi mento do feto. "
No pri mei ro exempl o temos o caso da gerao de for
as negativas cri adas pel o prpri o ser em sua i nti mi dade;
no segundo caso, vemos essa desarmoni a sendo provocada
por emi sses mentais perturbadoras vi ndas de fora, do
exteri or, e, no terceiro caso, fi nal mente, temos o exempl o
das duas formas de perturbaes gerando matria del et
ria, capa de provocar a doena e mesmo a desencarnao.
Cumpre sal i entar que nada mai s so que casos
comuns do di a-a-di a das pessoas, sem nada de especi al
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 5
que possa aumentar -l hes o risco ou a gravi dade. Situaes
s quais todos estamos suj eitos e que podem ser consi de
radas como a de pouca gravidade. Faemos esta obser
vao, muito j usta al i s, para que possa se depreender do
resultado deletrio das situaes mai s graves que pem
em jogo a nossa integri dade e a de nossos semel hantes,
que tenham rel ao com os problemas angustiantes.
Cumpre, todavi a, notar que, nestes casos como em
outros semel hantes, ni ngum consegui r passar, para o
nosso mundo nti mo, qual quer desarmoni a sem que este
jamos em sintonia com o desequi l bri o da pessoa. Nos doi s
casos aci ma citados, havia essa si ntoni a e, assi m, era muito
natural que um i ndivduo afetasse o outro.
Outro ponto que cumpre escl arecer a fim de no
sobrecarregar o l ei tor com preocupaes desnecessrias,
o mecani smo que gera a pert urbao. Quando
interiorizamos uma emi sso mental negativa, isto , quan
do a captamos e deixamos que se aj uste em nosso organis
mo, essa carga magntica pode encontrar resistnci a no
nosso potencial magntico e ser consumi da por el e, sem
mai ores conseqnci as, como quando uma l mpada
incandescente pode absorver al guns vol ts a mai s da varia
o da tenso da rede sem danificar-se. No entanto, se no
di spusermos de uma resera de energi a, ela i r manter-se
ativa, procurando, como vi mos, a regi o mai s fraca do
organi smo par al i se instalar e passar a consumi r energi a
da regio em que se encontra, dos rgos que estiverem
mais enfraqueci dos, agravando, pois, esse enfraqueci
mento e, na seqnci a, produzi ndo a doena no corpo, no
rgo de carne sobre o qual est atuando.
Outro ponto que nos parece i mportante consi derar
se essa perturbao, que se evi denci a numa espci e de
matria deletria, vai se alojar no corpo fsico ou no perisprito,
ou corpo espi ritual. Pel os cami nhos da lgica, que nos di z
5 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
ser a matria mental de natureza intermedi ria entre o fsico
e o espi ritual , poderemos entender que, sendo o peri sprito
um /ao que une o esprito ao corpo, sendo, assi m,tambm
i ntermediri o, a perturbao se situa no peri sp rito, passan
do a i nfl ui r sobre o corpo fsi co, onde poder gerar uma
doena. Al i s, o que nos ensi na Al lan Kardec, em A
Gnese, ed. I DE, pg. 249:
"Sendo o peri sp rito dos encarnados de uma natureza
i dnti ca dos fl ui dos espi rituais, assi mi l a-os com faci l i da
de, como uma esponj a se embebe de l qui do. Estes fl ui dos
tm, sobre o perisp rito, uma ao tanto mais di reta que, por
sua expanso e sua irradiao, se confunde com el es.
"Estes fl ui dos agi ndo sobre o peri sprito, este, por sua
vez, reage sobre o organi smo material , com o qual est em
contato mol ecul ar. Se os eflvios so de boa natureza, o
corpo sente-lhes uma i mpresso sal utar; se so maus, a
i mpresso penosa; se os maus so permanentes e
enrgi cos eles
p
odem determi nar desordens fsicas: certas
doenas no tem outra causa." (I dem, pg. 249. )
Como ocorre a carnci a? Foi a questo que nos
propusemos debater em pri mei ro l ugar, e cremos que, com
as consi deraes aci ma, embora sem l hes dar um cunho
ci entfico, que no o nosso escopo, esta questo fi cou
resol vi da, pel o menos para se ter uma i di a da coi sa.
caso, ento, de passarmos a consi derar a segunda
i ndagao, qual seja: como podemos determin-la? Aqui j
se trata de fazer um diagnstico. A nossa organizao est
estruturada de modo a si nali zar, quando preci so, as
situaes de socorro para que provi denci emos os remdi os
adequados: as dores l ocai s ou general i zadas, o mau fun
ci onamento dos rgos, as i nchaes, as erupes epi dr
mi cas, entre outros, so si nai s de que al guma coi sa anor
mal est ocorrendo com o nosso organi smo e, di ante des
ses al ertas, costumamos procurar o mdi co. Natural men-
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 57
te, vamos conti nuar fazendo assi m e, quando tivermos um
diagnstico seguro, ao l ado do tratamento mdi co, podere
mos pensar no socorro magnti co, na forma de admi ni str
l o, onde e como receb- l o.
Vamos aproveitar a experi nci a dos fatos aci ma
transcritos e ver como os Espritos resolveram aquelas
situaes descritas para, depoi s, ti rarmos as nossas i l a
es sobre o assunto, calcados sobre essas i nformaes.
Referimo-nos ao pri mei ro caso exposto, o do cavalhei
ro que ti nha a regio hepti ca sob presso de uma nuvem
muito escura, resultante de uma desarmoni a que gerou em
sua luta de auto-apereioamento, por no se conformar
com a real i dade. Eis como foi socorrido e al i vi ado:
"Anacleto conti nuou de p e apl i cou-l he um passe
longitudi nal sobre a cabea, parti ndo do contato si m
p
l es e
descendo a mo, vagarosamente, at a regio do f1gado,
que o auxil iador tocava com a extremidade dos dedos
i rradi antes, repeti ndo-se a operao por alguns mi nutos.
Surpreendi do, observei que a nuvem, de escura, se fizera
opaca, desfazendo-se, pouco a pouco, sob o i nfluxo vigo
roso do magnetizador em mi sso de auxl i o.
"O fgado voltou normal i dade pl ena. "
Aqui podemos observar que o magnetizador parti u da
sede da energia - a cabea-, e, acompanhando o fluxo at
o fgado em dificuldade, ali operava magneticamente sobre
a regio afetada, dissolvendo a matria negativa.
No segundo caso consi derado- o da mul her que se
desentendeu com o esposo e gerou uma nuvem negativa
que l he cercava o corao -, eis como o Esprito se
comporou:
"Sempre sob mi nha observao, Anacleto assumi u
nova atitude, dando-me a entender que i a favorecer suas
5 O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
expanses i rradi antes e, em segui da, comeou a atuar por
i mposio. Col ocou a mo di reita sobre o epi gastro da
paciente, na zona i nferi or do esterno e, com surpresa, notei
que a destra, assim di sposta, emi ti a subl i mes j atos de l uz
que se di ri giam ao corao da senhora enferma, observan
do-se niti damente que os raios de l umi nosa vital i dade eram
i mpul si onados pel a fora i ntel i gente e consci ente do emi s
sor. Assedi ada pel os pri ncpi os magnti cos, postos em
a
9
o, a reduzi da poro de matri a negra, que envolvia a
valvula mi tral, desl ocou-se vagarosamente e, como se fora
atrada pela vontade vi gorosa de Anacleto, vei o aos teci dos
da superfci e, esprai ando-se sob a mo i rradi ante, ao l ongo
da epi derme. Foi ento que o magnetizador espi ritual i ni
ci ou o servio mai s ativo do passe, alijando a mal i gna
i nfl unci a. Fez o contato cpl o sobre o epi gastro, erguendo
ambas as mos e descendo-as, l ogo aps, morosamente,
atravs dos quadri s at os j oel hos, repeti ndo o contato na
regi o menci onada e prossegui ndo nas mesmas opera
es di versas vezes. Em poucos i nstantes, o organi smo da
enferma voltou normal i dade. "
V-se, poi s, que neste caso o magneti zador, i mpondo
suas mos sobre o l ocal afetado, atrai u para fora a substn
cia mals, que di ssolveu sob as mos, passando depoi s,
atravs de passe l ongitudi nal , a abastecer a regio com o
seu fl ui do magntico cedi do na operao caritativa.
Fi nal mente, no socorro senhora grvi da, ei s como
operou o dedi cado magnetizador espi ritual:
"Estupefato, ante os novos ensi namentos, reparei
que Anacleto chamou um dos auxi l i ares, recomendando
l he al guma coisa.
"Logo aps, muito cui dadosamente, atuou por i mpo
si o das mos sobre a cabea da enferma, como se
qui sesse aliviar-lhe a mente. Em segui da, apl i cou passes
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 5
rotatrios na regi o uterina. Vi que as manchas mi crosc
picas se reuniam, congregando-se numa s, formando
pequeno corpo escuro. Sob o infl uxo magntico do auxiliador,
a reduzida bola fl udi co-pardacenta transferi u-se para o
interior da bexiga uri nria.
"I ntensificando-me a admi rao, o novo companhei
ro, dando os passes por termi nados, esclareceu:
"- No convm di l atar a col aborao magntica para
retirar a matri a txica de uma vez. Lanada no excretor de
uri na, ser alij ada faci l mente, di spensando a carga de
outras operaes.
"Foi ento que se aproxi mou de Anacleto o seridor
a quem me referi , trazendo-l he uma pequeni na nfora que
me pareceu conter essnci as preciosas.
"O ori entador do serio tomou-a, zel oso, e falou:
"- Agora preciso socorrer a organi zao fetal. A
al i mentao da genitora, por fora de circunstncias que
i ndependem de sua vontade, tem si do i nsufi ci ente.
"Anacleto retirou do vaso certa poro de substncia
l umi nosa, proj etando-a nas vi l osi dades uteri nas, enrique
cendo o sangue materno desti nado a fornecer oxi gni o ao
embrio."
Vemos que, em trs casos, tivemos trs sol ues
diferentes quanto ao modo de apl icao da energi a magn
tica, alcanando-se, porm, sempre o fim desej ado, qual
seja o de restabel ecer a harmoni a orgnica.
Em captulo adiante, quando trataremos da apl i cao
do passe, vamos discutir mai s l ongamente essa parte
essencial, a da efetivao do recurso, procurando aprovei
tar os exempl os que se encontram na l i teratura esprita.
6 O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
Tendo em vista a gravidade realada para casos to
corriquei ros de desarmoni a interior, pode ficar na cabea
do leitor o medo de se i ntoxicar com tais matrias del etrias,
sem que sej am i dentifi cadas prontamente o que, natural
mente, no provocaria a procura do socorro e poderia
evol ui r para extremos peri gosos e mesmo fatais, como
acentua o Autor menci onado.
Pel os ensi nos dos Espritos, sabemos que nenhum
de ns est l onge da ateno afetuosa de Deus, nosso Pai ,
de Jesus e de seus mensagei ros de amor. Mas, como
funci ona a assi stnci a ocul ta da Misericrdi a Di vi na, que
socorre o necessitado?
o que vamos saber, segui ndo as informaes
contidas no mesmo captul o que vi mos transcrevendo, a
saber:
"Eu estava admi rado. E como o assunto envol vi a
probl emas espi rituais de el evada si gnificao, assi m que o
i nstrutor termi nou o trabalho, i ndaguei :
"- Perdoe-me a pergunta, mas, na hi ptese de no se
socorrer esta i rm, da col aborao de uma casa espi ritista,
como se haveria com a doena oculta? Estaria ao abando
no?
"- De modo al gum-respondeu Anacleto, sorri ndo.
H verdadei ras l egies de trabalhadores de nossa espe
cial i dade amparando as criaturas que, atravs de el evadas
aspiraes, procuram o cami nho cero nas i nstituies
rel i giosas de todos os matizes. A manifestao da f no se
l i mita a si mpl es afirmao mecnica de confiana. O ho
mem que vi ve mental mente, visceral mente, a rel i gi o que
l he ensi na a senda do bem, est em ativi dade i ntensa e
renovadora, recebendo, por isto mesmo, as mais fortes
contri bui es do amparo espi ritual, porquanto abre a porta
viva da al ma para o socorro de Mais Alto, atravs da orao
e da posio ati va de confiana no Poder Di vi no.
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 61
"O novo companhei ro i ndicou a i rm que se l i bertara
da desastrosa infl uenci ao e escl areceu, depoi s de uma
pausa:
"- Nossa ami ga est procurando a verdade, cheia de
si ncera confiana em Jesus. Ovel ha fustigada pela tempes
tade do mundo e i nexperiente na esfera do conheci mento,
volta-se para o Divi no Pastor, como a criana frgi l , sequi o
sa de cari nho materno. Estivesse orando numa i greja
catl ica romana ou num tem
p
l o budi sta, receberia o socorro
de nossa Esfera, por i ntermedi o desse ou daquel e grupo de
trabalhadores do Cristo. Natural mente aqui , no sei o de uma
organizao i ndene das sombras do preconceito e do
dogmati smo, nosso concurso fraternal pode ser mai s efi ci
ente, mai s puro, e suas possi bi l idades de aproveitamento
so muito mais vastas. E preciso assinalar, porm, que os
auxi l i adores magnticos transitam em toda parte, onde
existam sol i citaes de f si ncera, di stri bui ndo o socorro do
Di vi no Mestre, dentro da mel hor di vi so de servi o. Onde
vi bre o senti mento si ncero e el evado, a se abre um
cami nho para a proteo de Deus.
"A el uci dao fez- me grande bem pel a revel ao de
i mparcial i dade na di stri bui o dos bens de nosso pl ano.
Entretanto, outra pergunta ocorreu-me, de i mediato:
"- Todavi a, meu ami go - consi derei -, admi tamos
que esta nossa i rm fosse estranha a qualquer atividade de
ordem espi ritual . I magi nemo-l a sem f, sem fi l i ao a
qual quer escol a rel i gi osa e sem qual quer atestado de
mereci mento na prtica da virtude. Ai nda assi m, receberia
o benefcio dos passes l i bertadores?
"Anacleto, com aquel a bondade paciente que eu
conheci a em Alexandre, observou:
"- Se fosse uma criatura de senti mentos retos, embo-
6 O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
ra intensa rel i gi o, em suas medi taes naturais recebe
ri a aux l i o, no obstante menor, pela sua i ncapacidade de
recepo mai s i ntensa das nossas energi as radiantes;
mas, se ficasse i ntegral mente mergul hada nas sombras da
i gnornci a ou da maldade, permaneceria di stante da col a
borao de ordem superi or e as suas foras fsicas sofre
riam desgastes vi ol entos e i nevitvei s, pel a conti nui dade
da i ntoxi cao mental . Quem se fecha s i di as
regeneradoras, fugi ndo s l ei s da cooperao, experi men
tar as conseqnci as l egti mas. "
Tratamos, at aqui , da assistncia espi ritual , da apl i
cao do passe pel os Espritos, como sol uo para se
debel ar as perturbaes dos i ndivduos em rao de carn
cia energtica. Sabemos, no entanto, que a apl i cao do
passe pel os encarnados l eva ao mesmo objetivo, como
sabemos que, pel a prece, podemos hauri r energi as que
favorecem a nossa resistnci a i nteri or, suprem as nossas
deficincias e, assi m, equi l i bram os nossos organi smos, fsico
e espi ritual .
CAPTULO VIl
O PASSE, SEUS MECAISMOS E
SUA APLI CAAO
Como consi deramos anteri ormente, a energi a trans
miti da pel o passe atua no peri sprito do paciente, e deste
sobre o corpo fsi co.
O peri sprito recebe a energi a atravs de pontos
determi nados , que Andr Lui z chama de centros de fora
e certas escol as espi ritualistas chamam de chacras.
Como se v desde l ogo, por esse si mpl es enunciado,
antes que entremos em consi deraes mai ores sobre os
passes, mi ster que tomemos conheci mento da estrutura
energtica do perisprito, de como ele se al i menta de
energi a e de como di spende essa mesma energi a que l he
prpria.
Em seu l ivro Entre a Terra e o Cu, 1 4a. edio, FEB,
pgi na 1 26, encontramos a notci a segui nte referente aos
centros de fora do peri sprito:
"- Como no desconhecem, o nosso corpo de mat
ria rarefeita est i nti mamente regi do por sete centros de
fora, que se conjugam nas ramificaes dos pl exos e que,
vi brando em si ntoni a uns com os outros, ao i nfluxo do poder
di retriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veculo
6 O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
de clulas eltricas, que podemos definir como sendo um
campo eletromagntico, no qual o pensamento vi bra em
circuito fechado." (Grifamos. )
Mai s adiante, pgi na 1 27, assi m l ocal i za e defi ne tai s
centros de fora:
"Tal seja a viciao do pensamento, tal ser a desar
moni a no centro de fora, que reage em nosso corpo a essa
ou quel a cl asse de i nfluxos mentais. ( . . . . ) Anal i sando a
fi si ol ogi a do perisprito, cl assifi quemos os seus centros de
fora, aproveitando a lembrana das regies mais i mpor
tantes do cor
p
o terrestre. Temos, assi m, por expresso
mxi ma do ve1 cul o que nos serve presentemente, o "centro
coronrio" que, na Terra, consi derado pel a fil osofia hi ndu
como sendo o ltus de mi l ptalas, por ser o mai s si gnifi ca
tivo em razo de seu alto potencial de radiaes, de vez que
nel e assenta a l i gao com a mente, ful gurante sede da
consci nci a. Esse centro recebe em pri meiro l ugar os
estmulos do esprito, comandando os demai s, vibrando
todavi a com el es em j usto regi me de i nterdependnci a.
Consi derando em nossa exposi o os fenmenos do corpo
fsi co, e sati sfazendo aos i mpositivos da simpl i ci dade em
nossas defi nies, devemos di zer que del e emanam as
energias de sustentao do si stema nervoso e suas subdi
vi ses, sendo o responsvel pel a al i mentao das cl ul as
do pensamento e provedor de todos os recursos l etromag
nticos i ndi spensveis estabilidade orgnica. E, por i sso,
o grande assi mi l ador das energias solares e dos rai os da
Espi ri tual i dade Superi or capaes de favorecer a subl i ma
o da al ma. Logo aps, anotamos o "centro cerebral",
contguo ao "centro coronri o", que ordena as concepes
de vari ada espcie, percepes essas que, na vesti menta
carnal , constituem a viso, a audio, o tato e a vasta rede
de processos da i ntel ignci a quE di zem respeito Pal avra,
Cultura, Arte, ao Saber. E no "centro cerebral"que
possumos o comando do ncl eo endocrni co, referente
O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 6
aos poderes psqui cos. Em segui da, temos o "centro
larngeo", que preside aos fenmenos vocai s, i ncl usi ve s
atividades do ti mo, da ti rei de e das parati rei des. Logo
aps, i dentificamos o "centro cardaco"que sustenta os
serios da emoo e do equi l bri o geral . Prosse
ui ndo em
nossas observaes, assi nalamos o "centro espl eni co"que,
no corpo denso, est sedi ado no bao, regul ando a di stri
bui o e a circul ao adequada dos recursos vitais em
todos os escani nhos do vecul o de que nos servi mos.
Conti nuando, identificamos o "centro gstrico", que se
responsabi l i za pel a penetrao dos al i mentos e fl uidos em
nossa organi zao e, por fi m, temos o "centro gensi co",
em que se localiza o santurio do sexo, como templ o
model ador de formas e est mul os. "
Convm trazer, para a apreciao de nossos leitores,
al guns esclareci mentos acerca do peri sprito, em sua natu
reza el etromagntica a que nos reporamos, a fim de que
seja, a seu respeito, ampl i ada a noo de si mpl es lao
uni ndo o esprito ao corpo fsi co, a saber:
"Nossa posi o mental determi na o peso especfico
do nosso envoltrio espi ritual e, conseqentemente, o
"habitat" que l he compete. Mero probl ema de padro
vi bratri o. Cada qual de ns respi ra em determi nado ti po de
onda. Quanto mais pri mitiva se revela a condio da mente,
mai s fraco o influxo vi bratri o do pensamento, i nduzi ndo
a compul sri a agluti nao do ser s re
ntica
j ustamente a aura da pessoa, o seu campo fi Ui dico, ou
magntico, que vai receber a corrente
veiculada pel a magnetizao e permitir
que ela infl ua sobre a economi a gl obal
que se espel ha na prpria aura.
Em razo di sso, di ramos que o
passe deve ter pel o menos trs tempos:
o da l i mpeza, o do equi l bri o e fortal eci
mento da aura, e o da restaurao da
harmoni a orgnica, aqui entendi da quan
to aos dois corpos, o material e o espi ri
tual .
A nossa desarmoni a nti ma provo
ca uma alterao na aura, no ponto
correspondente si tuao do rgo ou
regio desarmni ca. Assi m ue a aura
pode apresentar pontos rgeis e
doentes que, com a i ntereno magn
tica podem ser corrigidos . Por essas
falhas em nossa aura que os Es
pritos malfaej os podem alcanar o Figur 13
76 O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO
nosso peri sp rito e provocar, desarmoni a que, como vi mos,
vai gerar a perurbao e esta a doena. (Fi gura1 3. )
Postas estas premi ssas, convm falarmos mai s algu
ma coi sa sobre os fl ui dos que vo ser mani pulados, se
que podemos nos expressar assim falando de uma coi sa
que i mpondervel e de natureza el etromagntica.
"Sendo os fluidos o veculo do pensamento, este age
sobre os fl ui dos como o som age sobre o ar; eles nos traem
o pensamento como o ar nos traz o som. Pode-se dizer,
poi s, com toda a verdade, que h, nestes fl ui dos, ondas e
raios de pensamento, que se cruzam sem se confundirem,
como h no ar ondas e raios sonoros. " (A Gnese, Allan
Kardec, ed. I DE, pg. 247.)
"O pensamento do Esprito encarnado age sobre os
fl ui dos espi rituais como o dos Esp ritos desencarnados; el e
se transmite de Esprito a Esprito pel a mesma vi a, e,
segundo seja bom ou mau, saneia ou vi ci a os fl ui dos
ci rcundantes. " ( Idem, pg. 249. )
"Os fl ui dos no tm denomi naes especi ai s; como
os odores, so desi gnados por suas propri edades, seus
efeitos e seu ti po ori gi nal . Sob o aspecto moral, carregam
a marca dos senti mentos do di o, da inveja, do ci me, do
orgul ho, do egosmo, da vi ol nci a, da hi pocri si a, da bonda
de, da benevol nci a, do amor, da cari dade, da doura, etc. ;
sob o aspecto fsi co, so excitantes, calmantes, penetran
tes, adstri ngentes, i rritantes, dul cificantes, suporferos,
narcti cos, txicos, reparadores, el i mi nadores: tornam-se
fora de transmisso ou de propulso, etc. O quadro dos
flui dos seri a, pois, o de todas as paixes, das vi rtudes e dos
vcios da Humani dade, e das propriedades da matria
O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO n
correspondendo aos efeitos que el as produzem. "( /dem,
pg. 248. )
Estes ensi namentos que transcrevemos aci ma, so
muito i mportantes para o entendi mento da nossa ao no
passe. Vemos que a nossa vontade, pel o nosso pen
samento, age sobre os fl ui dos modificando-os em suas
propriedades e que el es, assi m, tm a marca de nossa
emoo, de nosso senti mento, negativo ou positivo.
Na prtica, por exempl o, se uma pessoa tem forte dor
localizada em determi nado ponto do corpo, podemos im
pregnar o nosso pensamento com o desejo de mandar-l he
uma corrente fl udi ca de natureza anestsica a fi m de
supri mi r a dor, e essa energi a, esse fl ui do assi m mo
dificado vai atuar no paciente para produzir o efeito de
sej ado.
Temos aqui , poi s, mai s um el emento a ser consi dera
do na apl i cao do passe, qual sej a o da el aborao de fl ui
do determi nado, pel a nossa vontade e atravs do pensa
mento, a fi m beneficiar a carnci a do nosso irmo enfermo.
Natural mente, devemos entender que no i remos
consegui r esta especial izao num passe de mgica, mas
com o exerccio perseverante da facul dade. Cada vez que
aplicarmos um passe, procuremos dar essa ou aquela
qual i dade aos nossos fl ui dos, ou mel hor, corrente el etro
magntica que estamos movimentando e procuremos ava
l i ar, em cuidadosa conversa com o paciente, os efeitos
produzidos a fi m de senti rmos se estamos, ou no, progre
di ndo nesse aspecto de dar qual i dades especiais ao nosso
flui do.
Convm menci onar que, no decorrer destas anota
es, o ami go leitor est esbarrando com a qualificao de
passista e de magnetizador paraaquel eque aplicao passe.
Muitos confrades no gostam mesmo do uso de termos
78 O PASSE -SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLI CAO
como magnetismo, magnetizador e quejandos que enten
dem ser emprestados ao ocul ti mo e s ci nci as esotricas.
Que nos perdoem, mas precisamos deixar bem cl a
ro que o passe, em si , uma opera
o magntica, a
movi mentao de uma corrente magnetica, ou el etromag
ntica e, por i sso, vamos i nsi sti r sempre em que quem a
movi menta um magnetizador, palavra que, alis, como
vi mos, Andr Luiz emprega sem qual quer recei o.
A pessoa que chegar a este entendi mento no vai ,
por exempl o, pensar em estender as mos em concha pa
ra receber nel a a energi a magnti ca em forma de flocos de
neve, para espargi -l os sobre o paciente, porque isto, para
el a, j no ter qual quer senti do.
Vamos abri r um parntesis para defi ni rmos, de certa
forma, trs pal avras que usamos muito at aqui , e que, na
real i dade, so a chave do entendi mento que pretendemos
passar aos nossos l eitores, a saber: pensamento, energi a
e fl ui do.
"O pensamento fora el etromagnti ca. " afi rma
Emmanuel em seu l ivro Pensamento e Vida, Francisco
Cndi do Xavi er, ed. FEB, cap. 2.
I sto tudo o que estamos tentando dizer, desde o
i nci o, como ponto de parti da para a compreenso do
mecani smo e do efeito da i rradi ao magnti ca no passe.
Sem que o quei ramos, no entanto, tendo em vista que
precisamos l i dar com palavras que tm quase o mesmo
senti do, percebemos em nosso texto que, s vezes, fica
di fcil saber di ferenar uma coi sa da outra.
Abri mos nosso estudo abordando o assunto fuido
O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 7
csmico, como ponto de parida, mostrando que el e enche
o espao si deral e que energia, e que essa energi a
fundamental , a que provm de Deus, modifi cada pel a
i rradi ao de todas as fontes que enchem esse espao,
como galxias, constelaes, si stemas planetrios, etc.
sendo o produto desse campo magntico assi m formado
que nos envolve e nos al i menta.
Esse fl ui do csmi co, ou fuido universal, ao redor de
cada mundo tem certas caractersti cas que esse mundo l he
d, formando o que se pode chamar a atmosfera espi ritual
do pl aneta, naturalmente resultante da i rradi ao de cada
corpo e de cada mente, poi s, como vi mos, todos os corpos
da natureza i rradiam seu prprio campo magnti co.
Vamos recorrer outra vez aos ensi namentos da
Codificao, retirando do mesmo captulo de A Gnese,
mai s al guns el ementos de compreenso:
"5. - O ponto de parida do flui do uni versal o grau de
pureza absol uta, de que nada pode nos dar uma i di a; o
ponto oposto a sua transformao em matria tangvel.
Entre esses dois extremos exi stem i numervei s transfor
maes, que se aproxi mam, mai s ou menos, de um ou do
outro. Os fl uidos mai s vi zi nhos da materialidade, os menos
puros por conseqncia, compel o que se pode chamar
a atmosfera espirtual terrestre. E neste mei o, onde se
encontram i gual mente di ferentes graus de pureza, que os
Espritos encarnados e desencarnados da Terra haurem os
el ementos necessrios economi a de sua existncia.
Estes fl ui dos por suti s e i mpal pvei s que sejam para ns,
no o so menos de uma natureza grossei ra, comparativa
mente aos fl ui dos etreos das regi es superi ores.
"Ocorre o mesmo na superfcie de todos os mundos,
salvo as di ferenas de constituio e as condi es de
vitalidade prprias a cada um. Quanto menos a vi da
6 O PASSE -SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLI CAO
material , menos os fl ui dos espi rituais tm afi ni dade com a
matria propri amente dita. "
Vemos, poi s, que esse fl ui do da atmosfera espiritual
do planeta, na verdade o fuido vital que mantm a vi da
dos seres, e essa energia magntica, da qual estamos
falando a cada i nstante, e que pode ser transmiti da de i n
di vduo a i ndivduo pel a i rradi ao magntica, pel o passe.
sobre essa matria prima que o pensamento traba
lha e el abora o produto que vai ser irradi ado, a corrente
magntica com as caractersti cas dadas pel a vontade do
magnetizador. Propriamente o pensamento no cria uma
energi a, mas transforma a energi a da qual o i ndivduo est
chei o, dando-l he outras propri edades.
Em resumo, temos, poi s, que o fl ui do csmi co, ou
uni versal , se transforma com as i rradiaes do nosso gl obo
formando um fl ui do caracterstico com a vi da na Terra, que
vem a ser o fl ui do vital, essa energi a que entretm a nossa
vi da, e que, por sua vez, transformado pel a nossa vontade,
atravs do pensamento, transforma-se numa corrente el e
tromagntica, numa energi a, que vai ser uti l izada na
trasmi sso pel o passe, ou ser i rradi ada normal mente como
so irradiados todos os nossos pensamentos.
Podemos dizer que essa corrente el etromagntica,
essa energi a, assemel ha-se onda de rdi o, poi s, como
el a, trata-se de corrente alternada, vi brando em determina
da freqnci a, em ci cl os por segundo, e, como a onda de
rdi o, pode ser captada pel a nossa mente, quando esta
entra em si ntoni a com el a, tal como acontece quando
aci onamos o di al de nosso radi oreceptor. Da mesma forma,
podemos di zer que nossa estrutura pessoal funci ona como
os transmissores de radi odifuso, uma vez que estes
recebem a corrente da l i nha de energi a el trica, di gamos de
60 ci cl os, e, atravs de transformadores de tenso e
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 81
circuitos osci l adores apropriados, transformam essa ener
gi a em ondas de freqnci as mais altas, cobri ndo a vasta
gama de qui l oci cl os e megaci cl os que defi nem as ondas da
radi odifuso comum, que i rradi am e, como as ondas dos
pensamentos, esto no ar sem se mi sturarem.
I sto i mpl i ca dizer que, no tendo a corrente alternada
polaridade fixa, porque ela se i nverte a cada ci cl o, no nos
parece razovel o entendi mento de que a corrente que
ci rcul a em nosso corpo de um l ado del e negativa e do
outro positiva.
Como entendemos que deve ser apl i cado o passe?
Vamos, ento, procurar si ntetizar tudo o que foi dito
anteriormente, e sugeri r um modo de se faer a apl i cao
do passe.
Entendemos pessoal mente, e assim procedemos
quando apl i camos o passe, que devemos segui r uma ro
ti na, um modo de atuao uniforme, pri nci pal mente por
que, com isso, criamos uma espcie de automatismo que
faci l ita sobremanei ra a ci rcul ao da corrente magntica a
que nos referi mos.
De i nci o, vamos consi derar que o mdi um esteja se
preparando para atender a apenas um paciente.
Em pri mei ro l ugar, ter que se preparar conveni en
temente para entrar em ao, para predi spor-se a receber
a assistnci a espi ritual que, por seu i ntermdi o, vai bene
ficiar o paciente.
Poder, por exempl o, fazer uma prece em voz alta,
invocando a proteo di vi na atravs dos Ami gos Espiri
tuais que o assistem e i ro aj udar no passe, rogando para
que o paciente possa ser beneficiado e venha a alcanar o
que almeja. Esta providnci a vai aj udar o paciente a se
8 O PASSE- SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLI CAO
Figura 1 4
concentrar, a s e preparar para
receber o passe, se el e for con
vidado a acompanhar mental
mente a prece. (Fi g. 1 4. )
Cost u mo
colocar o pacien
te sentado com
o l ado para o es
pal dar da cadei
ra de modo que
suas costas fi
quem l i vres.
(Fi g. 1 5. )
Figura 1 5
Vamos l embrar que o seu peri sprito ser alcanado
atravs de sua aura, e que esta, i ncl usive, d acesso di re
to a qual quer ponto do corpo que focalizarmos no sendo
necessrio, poi s, que o paciente seja tocado em seu corpo,
uma vez que vamos atuar apenas fora del e, no seu campo
fludi co, ou magnti co.
A pri mei ra operao, como vi mos anteriormente, se
r a de lmpeza, i sto , de exrao dos fl uidos negativos
que tenham aderido ao paciente. Como se depreende dos
ensi namentos que os Es
p
ritos nos tm dado atravs dos
livros, a atuao dos Esp1 ritos i nferiores se concentra mai s
parti cul armente nas costas, especi al mente na nuca e ao
l ongo da col una vertebral e, para exempl ificar, ouvi al gum
j di zer que devemos i magi nar como se uma pessoa, toda
elameada, tivesse abraado o paciente deixando-l he aque-
O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 8
l es depsi tos de l ama, e que representam os resduos
mentais que vamos tentar retirar.
Parti ndo da cabea, des
amos as duas mos l en
tamente pel as costas do paci
ente, mentalizando que todos
os resduos existentes esto
sendo atrados para as nossas
mos, e, chegando no fi m do
percurso, esfreguemos as
mos, uma na outra para que o
produto retirado se desfaa, re
petindo esta operao por di
versas vezes. {Fi g. 1 6.)
A segunda etapa ser a
de restaurao da aura do pa-
ciente. A ri gor, sendo a aura um
Fgura 16
efeito e no a causa, desde que alcancemos os centros de
fora do paciente e o equi l i bremos a sua aura se restabe
lecer na mesma medi da do seu restabel eci mento. Mas
como, por outro l ado, ela uma antena receptora atravs
da qual absorvemos os fl ui dos exteriores, em si ntonia com
o nosso estado vi bratri o, entendemos que podemos inter
vir di retamente nesse campo magnti co. Para isto, apl i ca
remos o passe, ou mel hor, movi mentaremos as duas mos,
uma em cada metade correspondente do corpo, a al guns
centmetros aci ma deste, em todo o redor do paciente,
mental izando a emi sso de nossa corrente magntica
atravs de nossas mos sobre o seu campo fl udi co, de
modo a que este se equi l i bre e sejam corri gi dos os seus
defeitos, se assi m podemos nos expressar, que so as
falhas na aura, que possi bi litam a absoro de fl uidos
negativos e a i nterveno malfi ca de Espritos i n
feriores. Como vi mos, a aura se constitui num escudo
protetor que nos i sol a da ao das onda e fl uidos exte-
8 O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLI CAO
ri ores, e, por isto, fundamental que
el a esteja uniforme e bri l hante, sendo
o bri l ho o si nal de sua sade. Repeti
remos essa movi mentao al gumas
vezes, at que si ntamos que sej a o
sufi ci ente. (Fi g. 1 7. )
1 I
\ \
Passando ao estgi o segui nte,
', i colocamos a mo esquerda sobre a
:. cabea do paciente e a mo di reita
di ante de seus ol hos, natural mente
sem tocar o corpo, e mentalizamos a
emi sso da nossa corrente magnti
ca, parti ndo do centro de nossa cabe
a e esprai ando-se pel os braos, des
cendo at as mos e i rradi ando-se
para dentro da cabea do paciente,
sendo que, por al i , ati ngi remos o seu
centro coronrio, que governa e i rra-
Figura 1 1
di a para todos os demai s centros de
fora, ensejando que a corrente magntica se espal he pa
ra todo o organi smo. Do mesmo modo que a correntes
negativas procuram o ponto mais fraco do organi smo
para se localizarem, as correntes
positivas seguem o mesmo rumo e,
uma vez recebi do o auxl i o exerno,
o centro coronrio supre com mai s
abundnci a as partes mais enfra
queci das do organi smo. Vale men
cionar que o centro cerebral , que
controla tambm funes i mpor
tantssi mas como, por exempl o, a
criativi dade e certas fac ui dades me
di nicas, se encontra no traeto e
se beneficia tambm, desde l ogo,
com a emi sso fl udi ca. (Fi g. 1 8. )
Figura 1 8
O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 8
Alternativamente, ou em se
qnci a, podemos apl i car o passe
sobre a regio afetada, de modo a
irradiar di retamente sobre o proble
ma e o faremos i mpondo as mos.
Neste caso, val e l embrar que, se
gundo nos ensi nam os Espritos, os
mel hores pontos de i rradi ao so
os ol hos e a ponta dos dedos. Logo,
poderemos di reci onar as pontas dos
dedos, mentalizando al i a sada da
corrente magntica, atravs de chi s
pas l umi nosas. Apenas a ttul o de
esclareci mento, convm l embrar que
os ol hos esto col ocados di ante do
centro coronrio e por isso que se
constituem em ponto excelente de
irradi
ul us -, no podemos subesti
mar a i mporncia da mente. O pensamento infl ui de
manei ra deci siva, na doao de pri ncpi os curadores. Sem
a i di a i l umi nada pel a f e pel a boa-vontade, o mdi um no
consegui ri a l i gao com os Espritos ami gos que atuam
sobre essas bases. " ( Pg. 1 63. )
As i nformaes e ensi namentos, contidos nos tre
chos aci ma transcritos, j bastam para nos faer vi sl umbrar
a i mportncia do ambi ente do Centro Esprita para o servio
de passes, bem como a organizao e assistncia que os
seus trabal hos habituais merecem do Mundo Mai or.
Assi m sendo, devemos adotar o pri ncpi o de que o
passe, fora do Centro Esprita , s deve ser apl i cado em
casos de emergnci a e de i mpossi bi l i dade de l ocomoo
do paciente, e i sso, como vi mos, em benefcio deste, no
devendo nos esquecer que, i ndo ao Centro Esprita para
receber o passe, o paciente tem oportunidade de conhecer
mai s de perto a Doutri na, e se i nteressar mai s por el a, di ante
da cl areza de seus pri ncpi os.
Outra questo que deve ser consi derada, como j
observamos, a da quantidade das pessoas que costu
mam ser atendi das e que, sem dvi da, vai condi ci onar o
tempo que pode ser despendi do ccm cada paciente, espe
ci al mente quando o nmero dos magnetizadores reduzi
do.
O PASSE-SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 95
Esta ci rcunstncia pode obri gar a que se adote uma
roti na de atendi mento que, sem perder em qual i dade,
possa fazer frente quantidade dos pacientes que se
apresentam.
No h dvida de que, se aplicarmos um passe
compl eto, como aquel e que est preconizado no captulo
anterior, ser prefervel .
Mas se tivermos que atender a muitos pacientes, com
poucos magnetizadores, deveremos, sem hesitao, se
preciso for, nos l i mitar magnetizao atravs do centro
coronrio, uma vez que este tem a propriedade de distri bui r
a energi a por todo o organi smo, i mpondo as mos sobre a
sua cabea.
Outra prtica que nos parece sal utar, faci lita e tran
qi l i za o servio de passe a de manter o recinto fechado,
deixando que os pacientes entrem, e saiam, em grupos, de
uma s vez.
Al guns Centros Espritas adotam acomodar os paci
entes mais graves em macas apl i cando-se-l hes o passe
nessa posio. ( Fi g. 20. )
Figura 20
Trata-se de um sistema atravs do qual j fomos
beneficiados, atendi dos num Centro Esprita amigo ao qual
visitvamos, e exatamente na noite que antecedeu a uma
cirurgi a difcil qual fomos submeti do.
9 O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLI CAO
A nossa permannci a no recinto foi de 1 O a 1 2
mi nutos. A msi ca ambi ente era adequada e faci l itava o
relaxamento; ficamos a ss al guns mi nutos dei xando nos
i mpregnar com a paz do l ocal , que pareci a saturado de bons
fl ui dos. Depoi s fomos atendi dos por um magnetizado r que
nos apl i cou um passe, focalizando especial mente a regio
afetada, e nos dei xaram mai s al guns mi nutos antes que
termi nassem o servi o. Estvamos num grupo de pessoas
em visita quel e Centro Esprita, e as pessoas que entra
ram j untas eram nossas acompanhantes; trocando i mpres
ses, depoi s, fora dal i , todas afi rmaram ter senti do i ncl usi ve
toques sobre o corpo que, evi dentemente, s poderi am ser
de Esp ritos.
Pensamos que tal servio de passes, l evado com
muita seri edade e constncia, poder beneficiar enorme
mente aos doentes mai s graves, realizar mesmo curas
compl etas e difcei s.
i ndi scutvel , poi s, que o ambi ente do Centro Esp
rita, tendo em vi sta pri nci pal mente a assistnci a espi ritual
de que di spe, como vi mos nas transcries aci ma, o
mai s adequado l ocal para a apl i cao de passes.
Uma coisa que no podemos dei xar de consi derar,
tendo em vista que ele freqentado por muitas pessoas,
adapreservao doambi ente, do cl i ma mental , espi ritual ,
a fi m de que haj a recursos magnticos para serem uti
lizados .
Uma prti ca que mel hora sobremanei ra o ambi ente e
mantm os assistentes atentos, el i mi nando conversas e
cochi chos i nconveni entes, a do canto de msi cas apropri
adas, pel os assistentes, das quais j existe um vasto
repertri o para ser usado. A msi ca tem o condo de
O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLI CAO 97
manter as pessoas alivi adas e al egres, l evando-as a i rradi
arem positivamente, a se prepararem para a recepo do
passe. Falamos aqui da mobi l izao dos assistentes para
cantarem, prti ca que al guns Centros Espritas j adotam
e que aj uda tambm, e poderosamente, a saturar o ambi
ente de bons fl ui dos.
Em favor desta opi ni o, vamos recorrer ao que di zem
os Espri tos.
Conta Andr Lui z, em seu l ivro "Mi ssi onrios da Luz"
(24 edi o, FEB, pg. 1 1 8, Francisco C. Xavi er) que, numa
sesso de material izao, durante os preparativos, tendo
em vi sta que o ambi ente proporci onado pel as pessoas
encarnadas no era satisfatri o, o i nstrutor Cal emri o
tomou a provi dnci a segui nte:
"-Alencar, necessrio exti ngui r o confli to de vi bra
es. Nossos ami gos i gnoram ai nda como auxi l i qr-nos,
harmonicamente, atravs das emi sses mentai s. E mai s
razovel se abtenham da concentrao por agora. Di ga
l hes que cantem ou faam msi ca de outra natureza.
Procure di strair-l hes a ateno deseducada."
CAPTULO X
CONCLUSO
Cadacl ul ado corpo humano, como sabemos, uma
uni dade de vi da, um ser vi vo, e, portanto, um corpo magn
ti co a i rradi ar. Da i rradiao i ndi vi dual de todas as nossas
cl ulas se compe o nosso halo vital, a nossa aura, na parte
que corresponde ao nosso corpo fsico e ao nosso peri sprito
(fi g. 3) e sobre esse magneti smo, de al guma sorte fsi co, se
espraia o magneti smo de nosso corpo mental , depsito de
todas as nossas aqui si es espi rituais, i mpregnado pelas
vi braes e cores de nosso pensamento, a nos i ndividua
lizar como um dos fi l hos de Deus.
"- Um di a compreender o homem comum a i mpor
tnci ado pensamento. Por agora, muito di fci l revelar- l he
o subl i me poder da mente", so palavras de Anacleto que
Andr Lui z registrou nas pgi nas do l ivro, j menci onado,
Missionrios da Luz, pg. 333.
A corrente magntica que ci rcul a na operao do
passe, da qual tratamos aqui , nada mai s que o pensa
mento do homem, gerado em sua mente, com a quali dade
de seu Esprito, e acionado para fora para penetrar em
outro corpo eletromagntico em forma de energia a ser
O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLICAO 9
acrescentada e uti l izada na sua organi zao para a restau
rao de sua harmoni a nti ma.
Quanto mai s puro e nobre for o Esprito, mai s sua
irradi ao ser poderosa e restauradora.
Al gum tocou as vestes do Cristo e s com isto curou
se; que este, senti ndo o toque deu a sua i rradiao em
resposta, operando a restaurao da pessoa doente.
O passe, como se v, uma doao de ns mesmos
atravs do pensamento fraterno e restaurador.
Quando essa energi a vem de um Esprito ami go,
seu pensamento que penetra em nossa mente para irradi
ar-se, como se viu nas val iosas transcries que fizemos.
Apl i car-se nesse servio que a Doutri na Esprita
estimul a e oferece nos Centros Espritas um modo de
i ngressar na fi l ei ra dos que prati cam uma das mai s bel as
formas de caridade: o passe, que leva um pouco de ns
mesmos, de nossa integridade fsica e espi ritual, di reta
mente para o i nteri or de outro ser, para a sua i ntegri dade.
Lendo os l ivros espritas vemos que, no Mundo
Espi ri tual , os Espritos apl i cam passes longitudinais, circu
lares e outros, tratando-se de detalhes que fogem ao
mbito deste trabalho que, como ficou dito, tem a pretenso
apenas de tentar desperar nossos confrades para a nossa
realidade de um ser de natureza eletromagntica em
i nterao constante com outros seres da mesma natureza,
para que esse i ntercmbi o resulte consciente e proveitoso.
No entanto, para desperar a curiosidade daquel es que se
interessam em aprofundar o assunto, di remos que, como
se deduz das narrativa, os passes l ongitudi nai s tm efeito
di spersivo dos flui dos e os ci rculares tm o poder de
concentr-l os, j unt-l os em determi nado ponto.
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1 0 O PASSE - SEUS FUNDAMENTOS E SUA APLI CAO
Evitamos, a todo momento, falar em passe curador,
porque a expresso encerra muita responsabi l i dade.
Nur sentido porque no podemos, l egal mente, i ns
titui r um serio de cura, uma vez que essa qual i dade
pertence aos mdicos regul armente l i cenci ados.
Por outro l ado, o paci ente a ser atendi do estar
sempre na expectativa de ser curado, o que, como sabe
mos, j amai s poderemos garantir, uma vez que o probl ema
do mereci mento est muito l i gado ao sucesso da operao,
e h casos que, pel a sua gravi dade, efetivamente, difi ci l
mente chegam cura compl eta.
No entanto, ni ngum pode nos proi bi r de orarmos em
conj unto com pessoas enfermas, rogando as bnos de
Deus para el as, a fi m de que se curem, nem podem nos
proi bi r de transmitir-l hes as nossas prprias energi as, e a
energi a que os Espritos nos transmi tem.
Se acontecer da pessoa ser curada de sua enfermi
dade, isto ser uma bn