Aula 3 - Resistencia Dos Materiais

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Resistência de Materiais

Gisele Duarte Caboclo, M. C.
[email protected]

Aula  3
Problema resolvido 1.2

Duas forças são aplicadas ao suporte da figura. 
(a)  Sabendo‐se  que  a  barra  de  controle  AB  é feita  de  aço  com 
tensão  última  de  600MPa,  determinar  o  diâmetro  da  barra  para 
que o coeficiente de segurança seja de 3,3. 

(b)  O  pino  no  ponto  C  é feito  de  aço  com  tensão  última  a 
cisalhamento de 350MPa. Determinar o diâmetro do pino C que 
leva a um coeficiente de segurança ao cisalhamento de valor 3,3.
A reação em C está representada por suas componentes 
Cx e Cy:

∑M c =0 P.0,6 − 50.0,3 − 15.0,6 = 0


P = 40kN

∑F x =0 C x = 40kN
C = C x2 + C y2 = 76,3kN
∑F y = 0 C y = 65kN
Letra a
• Como o coeficiente de segurança é 3,3 a tensão 
admissível é: 
σU 600 MPa
σ adm = = = 181,8MPa
C.S . 3,3
Para a P=40kN, a área da seção transversal é:
P 40kN
Anec = = = 220 x10 −6 m 2
σ adm 181,8MPa

π
Anec = 2
d AB = 220 x10 −6 m 2
4
d AB = 16,74mm
Letra b
Cisalhamento no pino C. Para o coeficiente de 
segurança de 3,3, temos:
τU 350MPa
τ adm = = = 106,1MPa
C.S . 3,3

Como o pino tem corte duplo, temos:

C/2 (76,3kN ) / 2
Anec = = = 360mm 2
τ adm 106,1MPa
π 2
Anec = d c = 360mm 2
4
dc = 21,4mm ≈ 22mm
Exe.1
Uma  carga  P  de  6kN  é suportada  por  dois  membros  de 
madeira  de  75x125mm  de  seção  transversal  retangular,  que 
são unidos  mostrado na figura. Determinar a tensão normal e 
de cisalhamento na junção.
Tensão e deformação ‐ cargas axiais

• Estática: Supõe sistemas rígidos 
indeformáveis

• Tensão ⇒ deformação

• Análise das deformações  ⇒
Resolução de problemas 
estaticamente indeterminados
Tensão e deformação ‐ cargas axiais

Diagrama força‐deformação
Tensão e deformação ‐ cargas axiais

δ
ε= Deformação específica
L

Diagrama tensão‐ deformação: não depende das 
dimensões da barra
Diagrama tensão‐deformação
Exemplo 1

Consideremos,  uma  barra  de  comprimento  L=0,6m  e  secção 


transversal uniforme, que se deforma de um valor δ=150x10‐6m. 
A deformação específica correspondente é:

δ 150 x10 −6 m
ε= = = 250 x10 −6
L 0,6m
Tensão e deformação ‐ cargas axiais

• Área da seção variável

∆δ dδ
ε = lim ∆x→0 =
∆x dx
Fratura

• Materiais dúcteis

Escoam a temperaturas normais
Fratura
Materiais dúcteis

• A parte inicial do diagrama tensão‐deformação é uma linha reta 
com grande coeficiente angular
• Quando é atingido um valor crítico de tensão σe, o CP sofre uma 
longa deformação, com pouco aumento de carga aplicada
• σe é a  tensão  de  escoamento;  σu é a  tensão  última  e  σr é a 
tensão de ruptura
Fratura

• Quando  o  carregamento  atinge 


um  certo  valor  máximo,  o 
diâmetro  do  CP  começa  a 
diminuir  (estricção),  devido  à
perda de resistência local

• Após  o  início  da  estricção,  um 


carregamento  mais  baixo  é
suficiente  para  manter  o  CP  se 
deformando até a ruptura

• A  ruptura  se  dá segundo  uma 


superfície  em  forma  de  cone, 
Ruptura nos materiais  que  forma  um  ângulo 
o
aproximado  de  45 com  a 
dúcteis ocorre por tensões 
de cisalhamento superfície inicial do CP
Fratura 
• Materiais frágeis

‐ A fratura ocorre sem nenhuma mudança 
sensível no modo de deformação

‐ Não existe diferença entre a tensão última e a tensão de ruptura

‐ A deformação é muito menor que nos materiais dúcteis

‐ Não ocorre estricção

‐ A ruptura se dá em uma superfície perpendicular ao carregamento  ⇒
via tensões normais
Fratura

Fratura frágil em um navio 
(Callister, 2005)
Fratura
Materiais frágeis
Fratura

Material frágil submetido ao ensaio de tração
Fratura

Tensão de escoamento 
Fratura

Tensão de escoamento 
Determinação da tensão de escoamento

• A tensão convencional de 
escoamento é obtida tomando‐se 
no eixo das abscissas a deformação 
específica ε=0,2% (ou ε=0,002)

• Por este ponto traça‐se uma reta 
paralela ao trecho linear inicial do 
diagrama

Determinação da tensão de  • A tensão σe corresponde ao ponto 


escoamento convencional de interseção dessa reta com o 
diagrama, sendo definida como 
tensão convencional a 0,2%
Medidas de ductilidade

L R − L0
Alongamento percentual = 100
L0

AR − A0
Redução percentual da área = 100
A0
Ensaios de compressão

Estricção: não ocorre na compressão
Tensões e deformações específicas verdadeiras

F
σ= A área A0 é tomada antes de 
A0 qualquer deformação

Área da secção transversal diminui com o aumento da carga 
aplicada ⇒ as tensões do diagrama tensão‐deformação não 
correspondem aos valores reais!!!

F
σV = Tensão verdadeira
A
Tensões e deformações específicas verdadeiras

⎛ ∆L ⎞
ε V = ∑ ∆ε = ∑ ⎜ ⎟
⎝ L ⎠

dL
L L
εV = ∫ = ln
L0 L L0
Lei de Hooke – Módulo de elasticidade

σ = Eε

E: módulo de elasticidade do material

O limite de proporcionalidade vai até a tensão de escoamento do 
material
A rigidez do material permanece inalterada a tratamentos 
térmicos, ou seja, o valor de E não muda!!!
Comportamento elástico e comportamento 
plástico dos materiais

• Comportamento elástico ⇒ As deformações causadas por um 
carregamento desaparecem após a retirada do carregamento.

• Limite de elasticidade ⇒ O maior valor de tensão para o qual 
o material apresenta comportamento elástico.
Comportamento elástico e comportamento 
plástico dos materiais

O limite de elasticidade coincide com a tensão de escoamento 
em materiais com o limite de escoamento bem definido.
Comportamento elástico e comportamento 
plástico dos materiais

• Se o material atingir o limite de 
escoamento  e  se  deformar, 
quando  a  carga  é retirada  as 
tensões  e  deformações 
decrescem de maneira linear

• O fato de ε não voltar ao ponto 
zero  indica  que  o  material 
sofreu  uma  deformação 
plástica ou permanente.
Comportamento elástico e comportamento 
plástico dos materiais

• Materiais  sem  limite  de 


escoamento  bem  definido  ⇒
adota‐se  o  limite  de  tensão 
convencional  de  escoamento 
como  o  ponto  onde  a 
deformação plástica se inicia
Comportamento elástico e comportamento 
plástico dos materiais

• Aumento do limite de 
proporcionalidade e elasticidade 
⇒ recuperação de resistência

• Ductilidade (medida no ponto D) 
⇒ diminui
Curva de carregamento‐
descarregamento
Fadiga
• Ocorre quando após inúmeros 
ciclos de carregamento o 
material fratura, mesmo sobre 
tensões bem inferiores a sua 
tensão última.

• A ruptura é sempre frágil, 
mesmo para materiais dúcteis.

Limite de duração: a ruptura não ocorre mesmo para um grande 
número de ciclos
Deformação de barras sujeitas 
à carregamento axial

σ = εE

σ P
ε= =
E AE

δ = εL δ=
PL
AE
Deformação de barras sujeitas 
à carregamento axial
Se    as  forças  forem  aplicadas  em  outros  pontos,  ou  se  a  barra 
consiste  de  várias  partes  com  diferentes  secções  transversais  ou 
compostas  de  diferentes  materiais,  devemos  dividi‐la  em 
segmentos. 

Pi Li
δ =∑
i Ai Ei

Pdx
dδ = εdx =
AE

L
Pdx
δ =∫
0
AE
Problema resolvido 2.1

Determine a deformação da barra de aço da figura sob a ação 
das cargas indicadas (E=200GPa)
L1 = L2 = 0,3m L3 = 0,4m

A1 = A2 = 600 x10 m −6 2 A3 = 200 x10 −6 m 2

P1 = 400kN = 400 x103 N


P2 = −100kN = −100 x103 N
P3 = 200kN = 200 x103 N

Pi Li 1 ⎛ P1 L1 P2 L2 P3 L3 ⎞
δ =∑ = ⎜⎜ + + ⎟⎟ =
i Ai Ei E ⎝ A1 A2 A3 ⎠

=
1 ( ) +
( ) +
( )
⎡ 400 x103 (0,300 ) − 100 x103 (0,300 ) 200 x103 (0,400) ⎤
9 ⎢ −6 −6 ⎥
200 x10 ⎣ 600 x10 600 x10 200 x10 −6 ⎦
δ = 2,75 x10 − 3m = 2,75mm
Barras com duas extremidades livres

A deformação da barra é medida pelo deslocamento 
relativo das suas extremidades

PL
δB/ A = δB − δ A =
AE
Problema Resolvido 2.1

A barra rígida BDE é suspensa por duas hastes AB e CD. A haste 
AB é de alumínio (E=70GPa) com área da secção transversal de 
500mm2; a haste CD é de aço(E=200GPa) com área da secção 
transversal de 600mm2. Para a força de 30kN determine: a) 
deslocamento de B; b)deslocamento de D; deslocamento de E.
Corpo livre BDE

− (30kN )(0,6m ) + FCD (0,2m ) = 0


∑M B =0 FCD = 90kN Força trativa
∑M D =0 − (30kN )(0,4m ) − FAB (0,2m ) = 0
FAB = −60kN Força compressiva
a) Deslocamento de B

δB =
PL
=
(
− 60 x103 N (0,3m ))= − −6

( −6 2
)(
AE 500 x10 m 70 x10 Pa 9
)
514 x10 m

O sinal negativo indica uma contração da barra AB, e em


consequência, o deslocamento para cima de B:

δ B = 0,514mm
b) Deslocamento de D

δD =
PL
=
( )
90 x103 N (0,4m )
= −6

( −6 2
)(
AE 600 x10 m 200 x10 Pa 9
)300 x10 m

δ D = 0,300mm
c) Deslocamento de E

Sejam B’ e D’ as posições de B e d após o deslocamento. Como 


a barra BDE é rígida, os pontos B’, D’ e E’ estão em uma linha 
reta, e podemos escrever:

0,514 (200 ) − x
= x = 73,7 mm
0,3 x

δE 400 + 73,7
= δ E = 1,928mm
0,3 73,7

BB' BH EE ' HE
= =
DD' HD DD' HD

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