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Avaliao e controle da exposio ocupacional poeira na indstria da construo Evaluation and control of occupational exposure to dust in the construction industry

ARTIGO ARTICLE

VIadimir Ferreira de Souza 1 Osvaldo Lus Gonalves Quelhas 1

1 Laboratrio de Tecnologia, Gesto de Negcios e Meio Ambiente da Universidade Federal Fluminense. Rua Passo da Ptria, 56 So Domingos. 24001-970, Niteri RJ. [email protected] [email protected]

Abstract This work is a intend to evaluate quantitatively the airbornes produced by activities at civil construction on which the construction sites workers are exposed. It identify the necessity of implementing programs to reduce negative impacts in the worker' s health. It also intend to classify and identify some of the principal situations and activities of civil construction wherein actually there is most presence of the silica in dust. The study was conducted in several construction sites in Rio de Janeiro. In the field research was determined the respirable dust concentration with dust gravimetric bomb, filtering system (filtres, filtre-holders and holders) and from size particle system (ciclone). The samples analysis was performed in laboratory to determine the quartz by Fourier transformed infrared spectrophotometry (FTIR). This work demonstrates that the development of Environrnental Hazard Prevention Program is part of the most health prevention field and workers integrity, and must being articulated with the Medical ControI Program of Occupacional Health. Key words Construction Industry, Airbornes, Silica

Resumo Este texto trata da avaliao quantitativa dos aerodispersides gerados por atividades na construo civil aos quais os trabalhadores se expem. Busca identificar a necessidade de implantar medidas de controle e de reduo/eliminao de impactos e incentivar a implantao de programa de proteo da sade de trabalhadores da indstria da construo. Classifica e identifica as principais situaes e atividades geradoras do problema onde h maior presena da slica livre na poeira .0 estudo foi realizado em canteiros de obra no Rio de Janeiro. Foi determinada a concentrao de poeira respirvel atravs de bomba gravimtrica de poeiras, sistema filtrante (filtros, porta-filtros e suportes) e sistema separador de tamanho de partcula (ciclone). A anlise de laboratrio para determinao da slica livre foi feita por espectrofotometria de infravermelho por transformada de Fourier. O estudo demonstra que o desenvolvimento do Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA) parte do conjunto de iniciativas para preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO). Palavras-chave Indstria da construo, Aerodispersides, Slica

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Introduo
Os ambientes de trabalho contaminados com poeiras na indstria da construo representam alguns riscos de doenas ocupacionais para os trabalhadores expostos. Entre essas doenas encontra-se a silicose, principal doena ocupacional pulmonar no Brasil, devido ao elevado nmero de trabalhadores expostos (Ren Mendes, 1997). O maior nmero de casos j encontrados no Brasil proveniente da minerao subterrnea de ouro em Minas Gerais, onde havia cerca de quatro mil casos diagnosticados at 1992. Logo a seguir vem a indstria cermica, fundies, atividades industriais mistas e atividades como a escavao manual de poos e o jateamento de areia. A pneumoconiose dos trabalhadores de minas de carvo vem em seguida, com mais de dois mil casos reconhecidos em benefcios previdencirios. No h nmeros exatos sobre a doena, nem uma estimativa de populao em risco, mas a exposio ocupacional a poeiras com slica certamente envolve alguns milhes de trabalhadores, nas mais variadas atividades produtivas. Nos pases desenvolvidos a silicose uma doena que se constitui cada vez mais em patologia pulmonar rara em ambulatrios de doenas ocupacionais ou pneumologia. Alguns motivos que justificam essa situao em nosso meio seriam: o "aquecimento" da atividade econmica e a industrializao relativamente recentes no Brasil; as atividades extrativas e o parque industrial brasileiro que, com excees, so calcados em tecnologias e equipamentos que no obedecem a padres de proteo no trabalho e o risco de doenas profissionais comeou a ser motivo de pleitos de forma mais rotineira pelos sindicatos dos trabalhadores somente nos ltimos anos da dcada de 1980. Alm disso, a silicose uma doena causada pela inalao de partculas de dixido de silcio cristalino (Si02), que um elemento encontrado amplamente depositado nas rochas que constituem a crosta terrestre. Por esse motivo, as atividades industriais que envolvem corte ou polimento de rochas constituem fontes potenciais de slica respirvel. Outras atividades podem tambm ser includas, como a minerao, a abertura de tneis, o trabalho em pedreiras e o corte e a lapidao de pedras. Os usos industriais da areia podem ocasionar exposio a elevadas concentraes de slica respirvel, principalmente o uso da areia com fi-

nalidades abrasivas (jateamento de areia). A areia tambm amplamente utilizada em trabalhos de fundio, fabricao de vidros e na indstria cermica. Portanto, a silicose pode ser gerada por diversas atividades na indstria da construo. No entanto, seus riscos podem ser reduzidos ou at mesmo eliminados por simples medidas de controle no ambiente e no homem. A principal esperana para a reduo da prevalncia da silicose repousa na preveno dos riscos. Os processos industriais que geram slica livre respirvel devem ser compartimentalizados ou modificados; qualquer poeira que contenha slica jamais deve ser varrida seca, e os trabalhadores devem sempre utilizar equipamento de proteo respiratria individual, a fim de evitar exposies, mesmo por curtos perodos de tempo. Em vrios pases, por exemplo, no mais permitido o uso da areia em processos abrasivos, devido grande quantidade de slica respirvel produzida. Tal proibio deveria ser instituda em todo o mundo, uma vez que existem diversas alternativas disponveis (granalha de ao e cinza de carvo, por exemplo) (Wyngaarden, 1993).

Desenvolvimento
Objetivos, delimitao e importncia do estudo O objetivo deste trabalho avaliar quantitativamente os aerodispersides (poeiras) gerados por diversas atividades na construo civil aos quais os trabalhadores em canteiros de obra se expem, identificando-se a necessidade de implantar medidas de controle e de reduo/eliminao de impactos negativos na sade do trabalhador. No entanto, um dos principais mritos desta pesquisa demonstrar que o desenvolvimento do Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA), representando a Higiene Ocupacional, parte de um conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado em especial com o Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO). Este desenvolvimento tambm pretende classificar e identificar algumas das principais situaes e atividades da construo civil e suas fontes geradoras nas quais realmente h maior

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presena da slica livre na poeira. O estudo foi realizado em vrios canteiros de obra localizados no municpio do Rio de Janeiro, sendo coletadas amostras para avaliao de poeira que poderiam conter slica livre cristalizada nas atividades mais crticas, como lixamento de concreto de fachada, corte de granitos, escavaes manuais, servios de terraplenagem, preparao de argamassa e corte de elementos estruturais de concreto com o uso de martelete. O trabalho aqui relatado produto da primeira etapa de um projeto que prev a aplicao/teste das medidas de gerenciamento sugeridas para reduo dos riscos de doenas ocupacionais, especialmente a silicose, nos trabalhadores da indstria da construo.

cessrio para maior representatividade da presente pesquisa. Instrumentos de medida Os equipamentos de amostragem de poeiras devem simular, da forma mais aproximada possvel, o que acontece no trato respiratrio, quando da inalao de aerodispersides. Em outras palavras, o material a ser coletado pelo amostrador somente dever coletar partculas que tenham a possibilidade de penetrar no trato respiratrio (poeira respirvel). Dessa forma a amostragem ser representativa da exposio ocupacional. Para avaliao da exposio ocupacional a aerodispersides foram necessrios os seguintes instrumentos: bomba gravimtrica de poeira sistema filtrante (filtros, porta-filtros e suportes) sistema separador de tamanho de aerodisperside (ciclone) termo-higrmetro calibrador tipo coluna de vidro cronmetro de qualquer natureza com preciso mnima de 1 minuto Tratamento e anlise dos dados Os procedimentos e tcnicas de amostragem utilizados neste trabalho so baseados nas seguintes normas tcnicas: NHT 02-A/E Norma para Avaliao da Exposio Ocupacional a Aerodispersides; NHT 03-A/E Determinao da Vazo de Amostragem pelo Mtodo da Bolha de Sabo. Da mesma maneira, a anlise gravimtrica de aerodispersides, ou seja, a determinao da massa de poeira, foi realizada pelo mtodo da Fundacentro (MHA-O2/G Determinao Gravimtrica de Aerodispersides) adaptado pelo Centro de Tecnologia Ambiental. Enquanto que a anlise da slica livre cristalina foi realizada pelo Mtodo NIOSH 7602 espectro fotometria de infravermelho. Com leitura feita a 800 cm-\ resoluo de l cm-\ com espectrmetro de infravermelho por transformada de Fourier. Limitaes do mtodo Por se tratar de um estudo preliminar e de orientao, a estratgia de amostragem adota-

Metodologia
Populao e amostra A partir de uma lista das principais atividades na construo civil, que geram poeiras com possveis percentuais de slica e aps algumas visitas a canteiros de obra, foram definidas as atividades a serem avaliadas. Em um primeiro momento foram realizadas 14 amostragens de diferentes atividades, tais como: terraplenagem controle de entrada e sada de materiais do canteiro lixamento de concreto de fachada, com utilizao de lixadeira eltrica escavao e transporte manual de solo preparao de argamassa com uso de betoneira sem carregador preparao de argamassa com uso de betoneira com carregador transporte de saco de cimento quebra de elemento estrutural de concreto com uso de martelete corte de granito com uso de mquina de corte (maquita) apicoamento de parede de concreto com uso de marreta e ponteira Aps envio das amostras para anlise no laboratrio, identificou-se com os resultados um percentual de slica considervel em duas destas situaes: lixamento de concreto de fachada e quebra de elemento estrutural de concreto com uso de martelete. A partir da, para cada uma das situaes, foram feitas mais cinco amostras, perfazendo um total de amostras ne-

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da foi baseada, apenas, na avaliao das situaes e locais considerados crticos em um canteiro de obras. Por isso, no se trabalhou com definio de Grupos Homogneos de Trabalhadores Expostos ou com Avaliaes ao Longo do Tempo, o que tornaria da mesma forma economicamente invivel o presente trabalho. Lembramos que o ideal realizar amostragens em todos os trabalhadores expostos ao risco, todavia o procedimento pode ser simplificado pelo critrio de seleo por grupo homogneo de exposio. Alis, mesmo na seleo por grupo homogneo, que uma seleo normalizada, na prtica encontramos dificuldades em sua aplicao, devido questo do custo de cada amostragem. Na grande maioria das empresas do Brasil, dificilmente realizada mais de uma amostragem em todo grupo homogneo de exposio, pois a sua direo normalmente considera elevadssimo o custo de apenas uma amostragem de poeira.

Locais e situaes onde foram realizadas as avaliaes

Lixamento do concreto de fachada: aparelho colocado nos raspadores que operavam as lixadeiras, apoiados em andaimes suspensos mecnicos. Abastecimento de betoneira: aparelho colocado nos serventes responsveis pelos servios de carregamento do saco de cimento, sua abertura e colocao do cimento na betoneira. Alm da exposio ao cimento, tais trabalhadores ficavam expostos a poeira dos outros elementos que compem uma argamassa, como a areia, saibro e cal. Escavao de solo: aparelho colocado nos trabalhadores que cortavam o solo, utilizandose de ps e picaretas, para o acerto e suavizao de taludes ao longo das construes. Estes profissionais realizavam o corte do solo (normalmente argiloso e pouco mido) alm do transporte do mesmo por meio de carrinhos de mo. Arrasamento de estacas moldadas in loco: aparelho colocado em marteleteiros que operavam o martelete para o acerto das estacas de concreto armado envolvidas pelo prprio solo da regio. Apicoamento de parede: aparelho colocado em pedreiros ao apicoarem as paredes com utilizao de marreta e ponteira, envolvendo poeira de cimento e do prprio solo envolvidos na confeco destas paredes. Corte de granito: bomba gravimtrica instalada em colocadores de granito nas fachadas, de rodaps e bancadas de pia nas operaes de corte do granito com utilizao de maquita. Terraplenagem: operao com p mecnica de carregamento de solo e cal, com o aparelho sendo colocado no operador. Vigia: foi instalado o aparelho no vigia que permanecia em local com grande concentrao de poeira desprendida pela entrada e sada de veculos carregados de materiais.

Discusso dos resultados

Estratgia de amostragem As medidas de controle que forem adotadas nos setores considerados mais crticos e nas fontes geradoras de poeira certamente beneficiaro os demais postos de trabalho do canteiro de obras e os demais trabalhadores que exercem suas atividades nas proximidades. As amostras de poeira individuais foram coletadas ao nvel respiratrio dos trabalhadores, por meio de filtros pr-pesados de PVC, de 37mm de dimetro e porosidade mdia de 5mm, utilizando-se de bomba de amostragem individual alimentada por bateria recarregvel e com vazo constante dentro de 5%, conforme NHT-O2A1E. A bomba gravimtrica utilizada neste estudo da marca Mine Safety Appliances Company (MSA), modelo Escort ElfPump. A vazo de coleta para amostras de poeira respirvel (PR) foi de 1,71/min, calibrada segundo a NHT-O3 A1E, com a utilizao de um calibrador tipo coluna de vidro disponibilizado pelo Centro de Tecnologia Ambiental. A poeira respirvel foi coletada utilizandose um dispositivo seletor de partculas ciclone conforme NHT-03A/E. O tempo de coleta variou de acordo com as caractersticas do ambiente e das atividades que foram realizadas.

Medidas de controle
Se os resultados obtidos na avaliao dos agentes qumicos indicarem valores de concentraes preocupantes quando comparadas com valores cientificamente aceitos, deve ser estudada e implantada uma ou mais medidas de controle para reduzi-los a valores considerados seguros. Entende-se por controle a eliminao ou a reduo dos agentes presentes no ambiente de

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trabalho, at concentraes que no resultem em danos para a sade da maioria dos trabalhadores expostos, ou ainda a eliminao ou a limitao da exposio a tais agentes (Carvalho, S. A., 1999). Os sistemas de controle (barreiras de segurana) introduzidos no projeto devem ser previstos para manter os contaminantes em nveis to reduzidos quanto possvel, preferencialmente abaixo do Nvel de Ao (50% do limite de tolerncia). conveniente analisar a relao custo/beneficio das medidas de controle. Os sistemas de controle, em geral, esto relacionados a tcnicas de engenharia. Dessa forma, cabe destacar que o objetivo principal da engenharia de segurana e higiene ocupacional : identificar, classificar, mensurar e neutralizar os riscos que resultam da atividade produtiva. Sendo o perigo definido como a exposio ao risco, cabe lembrar que os mtodos de controle so as barreiras de segurana que impedem ou minimizam as exposies. No controle das doenas ocupacionais provocadas pela inalao de ar contaminado com poeiras, o objetivo principal deve ser minimizar a contaminao do local de trabalho, ou ambiente de trabalho. Isso deve ser alcanado, tanto quanto possvel, pelas medidas de controle coletivo, ou seja relativas ao ambiente de trabalho. No entanto, quando essas medidas de controle no so viveis, ou enquanto esto sendo implementadas ou avaliadas, devem ser utilizadas medidas de controle individual, ou seja relativas ao trabalhador. Portanto, as medidas de controle da exposio aos aerodispersides podem ser divididas em duas: Medidas relativas ao ambiente de trabalho Medidas relativas ao trabalhador

Concluso
Observou-se que em quase todas as atividades pesquisadas os trabalhadores no utilizavam equipamentos de proteo respiratria (mscara contra poeiras) ou se beneficiavam de medidas de controle para reduo da concentrao de poeiras no ambiente. Nas poucas vezes em que algum deles utilizava uma mscara, como no caso do raspador, ou a mscara no era a adequada ou a mesma j no vinha sendo substituda h muito tempo.

Foi constatado que a maioria das empresas dispunha de mscaras contra poeiras, pelo menos as descartveis, porm alguns trabalhadores no as utilizavam por diversas razes: por falta de uma melhor orientao quanto importncia das mesmas, por no saber que existiam mscaras no canteiro ou por achar que a sua utilizao os incomodaria e atrapalharia suas atividades normais. Com a exceo da asperso de gua sobre o disco da maquita durante o corte de granito, no foi constatada a existncia de sistemas de proteo coletiva para prevenir a exposio a poeiras. Na atividade de lixamento de concreto de fachada poderia ser utilizada uma politriz j existente no mercado, com sistema de exausto. Logicamente, antes de seu uso, deve haver uma eficiente anlise ergonmica do posto de trabalho de um raspador quando em lixamento de fachada, pois o equipamento poderia se tornar mais pesado e a posio em que o mesmo trabalha no muito adequada. preciso que os prprios equipamentos utilizados pelos trabalhadores amostrados passem por uma manuteno e limpeza peridicas, pois os mesmos encontram-se normalmente impregnados de poeira. Certamente durante a limpeza deve haver tambm a preocupao com a exposio dos trabalhadores envolvidos na atividade. Em nenhuma das empresas pesquisadas constatou-se a existncia de avaliaes e monitoramento quanto s exposies a aerodispersides ou a implementao eficaz de um Programa de Proteo Respiratria. A partir de entrevistas diretas com os trabalhadores amostrados percebeu-se que a maioria no realizava h muito tempo ou nunca havia realizado "raios X do trax". Com base nos resultados das avaliaes e nas visitas feitas aos canteiros de obras pode-se concluir que: a exposio dos trabalhadores s poeiras ocorre em vrios ambientes de um canteiro de obras, com destaque para as atividades de demolio, perfurao de rochas, terraplenagem, quebra de elemento de concreto com uso de martelete, preparao de argamassa ou concreto em betoneira com carregador e sem carregador, corte de madeiras em serra circular, corte de granito com maquita, lixamento de paredes e tetos com lixa manual, lixamento de concreto de fachada com lixadeira eltrica e limpeza do canteiro com uso de vassoura; dentre as situaes encontradas em um canteiro de obras, algumas foram avaliadas nesta

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pesquisa. Especificamente nestes casos, as poeiras existentes so, predominantemente, do tipo fibrognica e contm slica livre cristalizada, porm, conforme foi constatado na pesquisa, h tambm poeiras do tipo incmoda. As atividades cujas amostras coletadas apresentaram slica foram: lixamento de concreto de fachada, apicoamento de parede de concreto, quebra de contrapiso de concreto com uso de martelete, arrasamento de estaca de concreto com uso de martelete, corte de granito e operaes com p mecnica no transporte de solo e cal. A partir de um trabalho desenvolvido pela Fundacentro na Bahia para avaliao da exposio ocupacional a poeiras em uma indstria de cimento, constatou-se que as poeiras encontradas foram, predominantemente, as classificadas como incmodas, ou sejam, provenientes de cimento Portland, calcrio, argila, gesso e escria. Segundo o mesmo trabalho, na indstria de cimento o teor de slica livre nas poeiras varia segundo a composio das matrias-primas e da escria ou do cimento, dos quais, normalmente, j se tem eliminado toda a slica livre. Nesse mesmo trabalho, constata-se pelos resultados das avaliaes das atividades em que a poeira analisada foi a de cimento, que no havia qualquer uma com teor de slica maior que 1%. Portanto, no podem ser consideradas como poeiras fibrognicas. Estas foram encontradas somente nas atividades que envolviam o britamento de calcrio. Naquilo que se relaciona s condies especiais de trabalho envolvendo cimento, cal e seus produtos, as prescries da NR-15, anexo 13, definem que : "As fases de grande exposio a poeiras de cal ou cimento", implicam a obrigatoriedade da existncia de grande quantidade de poeira e tempo prolongado de exposio para que as atividades envolvidas com os mesmos possam ser consideradas insalubres. O que segundo os mesmos, so condies que no existem quando da utilizao de argamassas prontas e raramente ocorrem quando da confeco de argamassas na obra, j que neste caso a quantidade de cimento movimentado em cada ocasio no se apresenta de modo continuado e por largo tempo. Portanto, as condies a que se refere o anexo 13 so caractersticas especficas para fbricas ou distribuidores onde existam quantidades expressivas do material e onde a carga (ou descarga) ocorra de modo continuado. Ainda com a inteno de comparar o presente trabalho com outras pesquisas dentro

desta mesma rea de estudo, a partir de um relatrio tcnico realizado para o SESI do Esprito Santo, no ano de 2000, com o objetivo de analisar a quantidade de slica livre no ar em obras de construo civil, verificou-se que: Em duas avaliaes de corte e assentamento de cermica em piso de apartamento, todas obtiveram teor de slica livre maior que 1%. Em uma delas o valor da concentrao de poeira respirvel coletada foi maior que o LT e a outra teve sua concentrao igual ao NA. A operao e abastecimento da betoneira utilizando-se cimento, areia e brita foram avaliados atravs de quatro amostras. Somente em uma delas o teor de slica livre foi maior que 1%. Porm, a gravimetria coletada foi to baixa que no atingiu nem mesmo o NA encontrado a partir do teor de slica livre. Foi tambm avaliado um pintor ao lixar manualmente uma parede de apartamento atravs de duas amostras. No se encontrou poeira fibrognica em nenhuma delas. Porm, verificou-se que uma delas ultrapassou o LT para poeiras incmodas. Portanto, com base nas avaliaes desta pesquisa e nas informaes obtidas destes trs trabalhos supracitados, conclumos que especial ateno deve ser dada s operaes que geram poeiras comprovadamente fibrognicas e em concentraes capazes de superar o LT definido pela NR-15, anexo 12, para poeiras respirveis, ou ao menos que superem ao NA, tais como: lixamento de concreto de fachada utilizando-se lixadeira eltrica, demolio de elemento de concreto com uso de martelete, apicoamento de parede de concreto com uso de marreta e ponteira e o corte de granito e cermicas. Devemos destacar que o fato de algumas poeiras analisadas no apresentarem teor de slica livre suficiente para se caracterizarem como poeiras fibrognicas no elimina outros potenciais riscos ocupacionais sade do trabalhador. Pois, a poeira respirvel incmoda pode ser, da mesma forma, causadora de outros tipos de alteraes pulmonares que possam determinar o aparecimento de sintomas clnicos, como por exemplo bronquite alrgica. Portanto, especial ateno deve ser dispensada s poeiras com concentraes que ultrapassem o LT para poeiras incmodas. Certamente, o simples atendimento s recomendaes dispostas neste trabalho no implica a eliminao dos riscos da exposio ocupacional a poeiras. O controle efetivo se d

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atravs de avaliaes peridicas das medidas adotadas, verificando-se permanentemente, a eficincia das mesmas, assim como, os nveis de aerodispersides no ar.

Referncias bibliogrficas
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