1147 Aula 8 - Pedro Jacobi - Complexo Desafio Da Sustentabilidade
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Pedro Jacobi
Professor da Faculdade de Educao da USP e presidente do Programa de Ps-Graduao em Cincia Ambiental da USP.
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maximizando a produo dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas presentes e futuras. O ecodesenvolvimento apresentava-se como excessivamente alternativo para que as correlaes de foras dentro do sistema dominante lhe permitissem extrapolar princpios aceitveis, desde os nveis locais/ microrregionais at a escala global, em que se explicitam atualmente os problemas do meio ambiente, do desenvolvimento e da ordem mundial. (Herrero, 1997) Segundo esse autor, provavelmente a maior virtude do ecodesenvolvimento seja que, alm de incorporar definitivamente os aspectos ecolgicos no plano teEssas cinco dimenses refletem a leitura que rico, enfatiza a necessidade de inverter a tenSachs faz do desenvolvimento dentro de uma dncia autodestrutiva dos nova proposta, o ecodesenvolvimento , que prope ...o principal determinante processos de desenvolvimento no seu abuso conaes que explicitam a necessidade de tornar compa- para a crescente confluncia tra a natureza. tveis a melhoria nos nveis de qualidade de vida e a das duas vertentes econo- Muitos desses esforos foram esvaziados ou perpreservao ambiental. O ecodesenvolvimento apre- micista e ambientalista de- deram impulso durante os anos 80, apesar da cressentava-se mais como uma estratgia alternativa or- veu-se principalmente ao cente atuao do movimento ambientalista, em dem econmica internacional, enfatizando a importn- avano da crise ambiental, virtude da centralidade que assume a crise ecocia de modelos locais baseados em tecnologias apro- por um lado e ao aprofun- nmica. Entretanto, cabe ressaltar que, se no terrepriadas, em particular para as zonas rurais, buscando damento dos problemas eco- no prtico o tema foi esvaziado, o mesmo no ocorreduzir a dependncia tcnica e cultural. nmicos e sociais para a mai- reu no plano terico, na medida em que foi desenvolvida vasta produo inOs pressupostos do ecode- oria das naes. telectual e cientfica, da senvolvimento e outras forqual o enfoque do desenvolvimento sustentvel mulaes desenvolvidas nos anos 70 conse parte componente. guiram introduzir o tema ambiental nos esquemas tradicionais de desenvolvimento econmiNas duas dcadas subseqentes, o principal co prevalecentes na Amrica Latina e, a partir determinante para a crescente confluncia das deles, avanou-se na adoo de polticas duas vertentes economicista e ambientalista ambientais mais estruturadas e consistentes. deveu-se principalmente ao avano da crise Esse processo configura-se a partir da ambiental, por um lado, e ao aprofundamento implementao de anlises setoriais e especdos problemas econmicos e sociais para a ficas que permitiram introduzir propostas, maioria das naes. Dentre as transformaes notadamente relativas ao manejo de recursos. mundiais nessas duas dcadas, aquelas vinculadas degradao ambiental e crescente O ecodesenvolvimento surge para dar uma resdesigualdade entre regies assumem um lugar posta necessidade de harmonizar os procesde destaque que reforou a importncia de se sos ambientais com os socioeconmicos, pressuposto a existncia de cinco dimenses do ecodesenvolvimento, a saber: sustentabilidade social, sustentabilidade econmica, sustentabilidade ecolgica, sustentabilidade espacial e sustentabilidade cultural, introduzindo um importante dimensionamento da sua complexidade. Esses princpios articulam-se com as teorias de autodeterminao que estavam sendo defendidas pelos pases no-alinhados desde a dcada de 60.
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adotar esquemas integradores. Embora ambos passam a internalizar a problemtica da preos processos tenham sido concebidos inicialservao e a defesa do meio ambiente. mente de maneira fragmentada, sem vinculaes evidentes, hoje torna-se mais explciA partir de 1987, com a divulgao do Relatta a sua articulao dentro da compreenso de rio Brundtlandt1, tambm conhecido como Nosuma crise que assume dimenses globais. Arso Futuro Comum, a idia do desenvolvimento ticulam-se, portanto, de um lado, os impactos sustentvel retomada, representando um ponda crise econmica dos anos 80 e a necessito de inflexo no debate sobre os impactos do dade de repensar os paradigmas existentes, e, desenvolvimento. O relatrio o resultado de de outro, o alarme dado uma comisso da ONU e pelos fenmenos de aque- ...a estrutura do movimento parte de uma abordagem cimento global e a destruiem torno da complexidade o da camada de oznio, ambiental brasileiro assume das causas que originam dentre outros problemas. os problemas socioecouma configurao multisse- nmicos e ecolgicos da Assim, o que se observa sociedade global. No s que, enquanto se agrava- torial e mais complexa no fi- refora as necessrias revam os problemas sociais laes entre economia, e se aprofunda a distncia nal da dcada de 80, deman- tecnologia, sociedade e entre os pases pobres e os poltica, como chama a industrializados, emer- dando atores com prticas ateno para a necessidagiram com mais impacto de do reforo de uma nova diversas manifestaes da centradas na busca de uma postura tica em relao crise ambiental, que se represervao do meio amlacionam diretamente com alternativa vivel de conser- biente, caracterizada pelo os padres produtivos e de desafio de uma responsaconsumo prevalecentes. vao e/ou restaurao do bilidade tanto entre as geInteressa, entretanto, resraes quanto entre os insaltar que a estrutura do meio ambiente degradado. tegrantes da sociedade movimento ambiental brados nossos tempos. sileiro assume uma configurao multissetorial e mais complexa no final da dcada de 80, deO Relatrio Brundtlandt apresenta uma lista de mandando atores com prticas centradas na aes a serem tomadas pelos Estados e tambusca de uma alternativa vivel de conservabm define metas a serem realizadas no nvel o e/ou restaurao do meio ambiente degrainternacional, tendo como agentes as diversas dado. Nesse quadro, destacam-se algumas orinstituies multilaterais. Os resultados, neste ganizaes ambientalistas que se capacitam final de dcada, esto muito aqum das expeccada vez mais para exercer uma ntida influntativas e decorrem da complexidade de estacia sobre as agncias estatais de meio ambibelecer e pactuar limites de emisses, proteente, sobre o Poder Legislativo, sobre a comuo de biodiversidade, notadamente nos panidade cientfica e o empresariado. ses mais desenvolvidos. Esse contexto gerou condies de maior repercusso para um questionamento do processo em curso, que busca articular desenvolvimento e meio ambiente a partir do momento em que os enfoques dos organismos internacionais
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No processo que conduziu Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento a Rio 92 o enfoque foi adotado como um marco conceitual que presidiu todo o processo de debates, declaraes e
Esse relatrio resultado do trabalho da comisso World Comission on Environment and Development, da ONU, presidida por Gro Harlem Brundtlandt e Mansour Khalid, da o nome do relatrio final.
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so globalizante, tanto desde o lado do documentos formulados. Assim, a interdepenquestionamento dos problemas ambientais dncia entre o desenvolvimento socioeconmicomo desde a tica das reaes e solues que co e as transformaes no meio ambiente, duso formuladas pela sociedade. rante dcadas ignorada, entrou tanto no discurso como na agenda de grande parte dos O desenvolvimento sustentvel no se refere governos do mundo. A conferncia represenespecificamente a um problema limitado de tou o primeiro passo de um longo processo de adequaes ecolgicas de um processo socientendimento entre as naes sobre as medial, mas a uma estratgia ou modelo mltiplo das concretas visando reconciliar as atividapara a sociedade, que deve levar em conta tanto des econmicas com a necessidade de proa viabilidade econmica como ecolgica. Num teger o planeta e assegurar um futuro sussentido abrangente, a noo de desenvolvimententvel para todos os povos. O relatrio reto sustentvel leva necessria redefinio das presenta o que, segundo alguns analistas, pode relaes sociedade huser denominado de reformana/ natureza e, pormismo-otimismo desde a ...a noo de desenvolvimento tanto, a uma mudana perspectiva de expanso substancial do prprio do sistema econmico sustentvel leva necessria processo civilizatrio. dominante. Isso se integra plenaredefinio das relaes sociemente dentro das cinco importante ressaltar dimenses enunciadas que, apesar das crticas dade humana/ natureza e, porpor Sachs (1993) e ina que tem sido sujeito, o troduz o desafio de penconceito de desenvolvitanto, a uma mudana substansar a passagem do conmento sustentvel receito para a ao. presenta um importante cial do prprio processo civiliavano, na medida em Numa reflexo nessa que a Agenda 21 Glozatrio. direo, preciso perbal , plano abrangente ceber a existncia de de ao para o desenum conjunto de restries tecnolgicas, cultuvolvimento sustentvel no sculo XXI, consirais, econmicas e socioambientais, das quais dera a complexa relao entre o desenvolviefetivamente dependem as possibilidades remento e o meio ambiente numa variedade de ais de aplicao prtica dessas premissas. A reas. falta de especificidade e as pretenses totalizadoras tm tornado o conceito de desenA adoo do conceito por organismos internavolvimento sustentvel difcil de ser classificacionais marca a afirmao de uma filosofia do do em modelos concretos e operacionais e anadesenvolvimento que, a partir de um trip, comliticamente precisos. Por isso, ainda possvel bina eficincia econmica com justia social e afirmar que no constitui um paradigma no senprudncia ecolgica, como premissas da constido clssico do conceito, mas uma orientao truo de uma sociedade solidria e justa. ou um enfoque, ou ainda uma perspectiva que abrange princpios normativos. As dimenses apontadas pelo conceito de desenvolvimento sustentvel contemplam o clFreqentemente observa-se o conceito de deculo econmico, o aspecto biofsico e o comsenvolvimento sustentvel como idia-fora ponente sociopoltico, enquanto referenciais integradora, apesar do consenso que tem sido para a interpretao do mundo e para possibiconstrudo e que serve para impulsionar os litar interferncias na lgica predatria prevaleenfoques integradores entre meio ambiente e cente. O fator diferenciador entre ecodesenvoldesenvolvimento, assim como de forma paravimento e desenvolvimento sustentvel relela entre economia e ecologia. Pode-se afirside a favor deste ltimo quanto sua dimen-
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mar que a transcendncia do enfoque sobre o desenvolvimento sustentvel radica-se mais na sua capacidade de idia-fora, nas suas repercusses intelectuais e no seu papel articulador de discursos e de prticas atomizadas e que, apesar de seguirem fragmentados, tm uma matriz nica, originada na existncia de uma crise ambiental, econmica e tambm social.
nmico mundial se aproxima dos limites ecolgicos do ecossistema global. Assim, a idia de sustentabilidade implica a prevalncia da premissa de que preciso definir uma limitao nas possibilidades de crescimento e um conjunto de iniciativas que levem em conta a existncia de interlocutores e participantes sociais relevantes e ativos atravs de prticas educativas e de um processo de dilogo informado, o que refora um sentimento de co-responsabilizao e de constituio de valores ticos. Isso tambm implica que uma poltica de desenvolvimento na direo de uma sociedade sustentvel no pode ignorar nem as dimenses culturais nem as relaes de poder existentes e muito menos o reconhecimento das limitaes ecolgicas, sob pena de se coloca : apenas manter um padro predatrio de desenvolvimento.
O desenvolvimento sustentvel somente pode ser entendido como um processo em que, de um lado, as restries mais relevantes esto relacionadas com a explorao dos recursos, a orientao do desenvolvimento tecnolgico e o marco institucional. De outro, o crescimento deve enfatizar os aspectos qualitativos, notadamente aqueles relacionados com a eqidade, o uso de recursos em particular da energia e a gerao de reA questo que sduos e contaminantes. Alm disso, a nfase como superar as contradies no desenvolvimento deve fixar-se na superao e qual o alcance de propostas Atualmente, o avano rumo a uma sociedade dos dficits sociais nas necessidades bsicas e alternativas no atual cenrio sustentvel permeado de obstculos, na medina alterao de padres da em que existe uma de consumo, principalmundial? restrita conscincia na mente nos pases desociedade a respeito das senvolvidos, para poder implicaes do modelo de desenvolvimento em manter e aumentar os recursos-base, sobretucurso. Pode-se afirmar que as causas bsido os agrcolas, energticos, biticos, minerais, cas que provocam atividades ecologicamente ar e gua. predatrias podem ser atribudas s instituies sociais, aos sistemas de informao e A questo que se coloca : como superar as comunicao e aos valores adotados pela socontradies e qual o alcance de propostas alciedade. Isso implica principalmente a necesternativas no atual cenrio mundial? sidade de estimular uma participao mais ativa da sociedade no debate dos seus destinos, O que se observa que o desequilbrio aceleracomo uma forma de estabelecer um conjunto do na apropriao e uso dos recursos e do capisocialmente identificado de problemas, objetital ecolgico, que sistematicamente favorece o vos e solues. O caminho a ser desenhado centro dominante do sistema econmico, tem a passa necessariamente por uma mudana no fora potencial de concentrar os problemas do acesso informao e por transformaes meio ambiente e do desenvolvimento. A estruinstitucionais que garantam acessibilidade e tura desigual no acesso e distribuio dos retransparncia na gesto. Existe um desafio escursos do planeta e a influncia que exercem as sencial a ser enfrentado e este est centrado disparidades dos poderes econmicos e poltina possibilidade de que os sistemas de inforcos agudizam de forma desproporcional as demaes e as instituies sociais se tornem sigualdades sociais e internacionais e os desafacilitadores de um processo que reforce os justes ambientais, medida que o sistema eco-
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sos agigantados e a sua lenta resoluo tem argumentos para a construo de uma sociese tornado de conhecimento pblico pela virudade sustentvel, a partir de premissas cenlncia do seu impacto aumento desmesuratradas no exerccio de uma cidadania ativa e do de enchentes, dificuldades na gesto dos na mudana de valores individuais e coletivos. resduos slidos e interferncia crescente do Para tanto preciso que se criem todas as despejo inadequado de resduos slidos em condies para facilitar o processo, suprindo reas potencialmente degradveis em termos dados, desenvolvendo e disseminando indicaambientais, impactos cada vez maiores da podores e tornando transparentes os procediluio do ar na sade da populao. mentos atravs de prticas centradas na educao ambiental, que posA preocupao com o sam garantir os meios de A noo de sustentabilidade desenvolvimento sustencriar novos estilos de vida, tvel representa a possidesenvolver uma consciimplica uma necessria bilidade de garantir, sencia tica que questione gundo Rees (1988), muo atual modelo de deseninter-relao entre justia danas sociopolticas volvimento marcado pelo que no comprometam seu carter predatrio e social, qualidade de vida, os sistemas ecolgicos e pelo reforo das desigualsociais nos quais se susdades socioambientais. equilbrio ambiental e a ne- tentam as comunidades. cada vez mais notria A sustentabilidade como cessidade de desenvolvi- a complexidade desse novo critrio bsico e inteprocesso de transformagrador precisa estimular mento com capacidade de o de um cenrio urbapermanentemente as resno crescentemente no ponsabilidades ticas, na suporte. s ameaado, mas diremedida em que a nfase tamente afetado por risnos aspectos extra-econcos e agravos socioambientais. micos serve para reconsiderar os aspectos relacionados com a eqidade, a justia social e a Adotamos os argumentos de Beck (1994) relatica dos seres vivos. tivos configurao de uma lgica da distribuio de riscos. Isso plenamente compatvel AS CIDADES E A NECESSIDADE DE IMPLEMENTAR com os aspectos acima apresentados, uma vez POLTICAS DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL que o desafio que est colocado o de criar as condies para, se no reduzir, pelo menos ateA reflexo em torno das prticas sociais, num nuar o preocupante quadro de riscos existente, contexto urbano marcado pela degradao perque afeta desigualmente a populao. Os rismanente do meio ambiente e do seu ecoscos, segundo Beck, esto diretamente relaciosistema, no pode prescindir da anlise dos nados com a modernidade reflexiva e os ainda determinantes do processo, dos atores envolimprevisveis efeitos da globalizao. vidos e das formas de organizao social que potencializam novos desdobramentos e alterO tema da sustentabilidade confronta-se com nativas de ao numa perspectiva de susteno que Beck denomina de paradigma da socitabilidade. A noo de sustentabilidade implica edade de risco. Isso implica a necessidade da uma necessria inter-relao entre justia somultiplicao de prticas sociais pautadas pela cial, qualidade de vida, equilbrio ambiental e a ampliao do direito informao e da educanecessidade de desenvolvimento com capacio ambiental numa perspectiva integradade de suporte. dora.Trata-se de potencializar iniciativas a partir do suposto de que maior acesso informaNo contexto urbano metropolitano brasileiro, os o e transparncia na gesto dos problemas problemas ambientais tm se avolumado a pas-
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ambientais urbanos pode significar uma reorganizao de poder e autoridade. A passagem da compreenso dos problemas ambientais de uma tica mais centrada nas cincias naturais para um escopo mais abrangente sobre o tema inclui tambm o componente social, ampliando a compreenso da questo para uma dimenso socioambiental, no se esquecendo de levar em conta critrios culturais e determinaes especficas das polticas pblicas.
bem-sucedidas de gesto a partir de prticas alternativas mostram que possvel romper com o crculo vicioso existente e engajar a populao em aes pautadas pela co-responsabilizao e compromisso com a defesa do meio ambiente. (Cirs, 1998)
Em nenhum outro caso existem, segundo White & Whitney (1992), condies to favorveis para estabelecer os vnculos entre a atividade humana e o sistema ecolgico como quanto forma como uma sociedade administra os dejetos que produz. Esse A preocupao com o argumento vital, uma tema do desenvolvimenvez que transcende o asto sustentvel introduz ...maior acesso informa- pecto especfico da gesno apenas a sempre poto dos resduos slidos lmica questo da capao e transparncia na ges- e abre um vasto campo 2 cidade de suporte , mas de aprofundamento em tambm os alcances e lito dos problemas ambien- torno dos meios e fins para atingir algum grau de mites das aes destinadas a reduzir o impacto tais urbanos pode significar sustentabilidade socioambiental. Outros temas dos agravos no cotidiano urbano e as respostas uma reorganizao de poder urbanos que, por excelncia, esto relacionados pautadas por rupturas no com o da sustentabilidade modus operandi da omise autoridade. so as opes de transso e conivncia com as porte, o planejamento e prticas autofgicas preuso do solo e o acesso aos servios de saneadominantes. mento e infra-estrutura bsica, todos eles vinculados potencializao de riscos ambientais. Torna-se preciso incrementar os meios e o acesso informao, assim como do papel indutivo O principal desafio nos dias atuais que as cido Poder Pblico, na oferta de contedos dades, independentemente do seu porte, criinformacionais e educativos, emergem indagaem as condies para assegurar uma qualidaes quanto aos condicionantes de processos de de vida que possa ser considerada aceitque ampliem as possibilidades de alterao do vel, no interferindo negativamente no meio atual quadro de degradao socioambiental. ambiente do seu entorno e agindo preventivamente para evitar a continuidade do nvel de O tema dos resduos slidos provavelmente degradao, notadamente nas regies habitaaquele que melhor exemplifica as possibilidadas pelos setores mais carentes. des de formulao de polticas pblicas minimizadoras ou preventivas. Entretanto, a tiA sua incluso na esfera da sustentabilidade midez das iniciativas e a descontinuidade das ambiental implica uma transformao parapolticas tm criado um verdadeiro crculo vicidigmtica, constituindo-se em elemento compleoso pautado pela lgica da paralisia e o mentar para atingir um desenvolvimento econenfrentamento atravs de prticas alternativas mico compatvel com a busca de eqidade. da lgica do status quo. Diversas experincias
O texto de Daniel Hogan Crescimento populacional e desenvolvimento sustentvel, publicado em Lua Nova, So Paulo: Cedec, n. 31, 1993, apresenta uma excelente reflexo em torno desse tema.
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A modernizao dos instrumentos requer uma engenharia socioinstitucional complexa, apoiada em processos educacionais e pedaggicos, para garantir condies de acesso dos diversos atores sociais envolvidos e notadamente dos grupos sociais mais vulnerveis, s informaes em torno dos servios pblicos e dos problemas ambientais.
Tendo como referncia o agravamento dos problemas e a crescente sensao de paralisia e insolubilidade dos impactos destrutivos da crise do metabolismo urbaO grande desafio que se no, o desafio ambiental coloca , por um lado, urbano deve centrar-se em aes que dinamio desafio ambiental urbano gerar empregos com prticas sustentveis e, zem o acesso conscincia ambiental dos cideve centrar-se em aes que por outro, fazer crescer o nvel de conscincia dados a partir de um intenso trabalho de educadinamizem o acesso consci- ambiental, ampliando as possibilidades de a poo. Mas tambm importante estar conscienncia ambiental dos cidados pulao participar mais intensamente nos prote das dificuldades que hoje existem para viaa partir de um intenso trabalho cessos decisrios como um meio de fortalecer a bilizar, por exemplo, prosua co-responsabilizapostas que articulam rede educao. o na fiscalizao e duo da degradao controle dos agentes ambiental com gerao responsveis pela dede renda. Embora esse gradao socioambiental. tema seja objeto de projetos pautados pela vontade poltica dos administradores municipais, Finalmente, importante ressaltar que uma nem sempre a intencionalidade bem-sucediagenda para a sustentabilidade ambiental urda ou bem compreendida pelos moradores. Trabana deve levar em conta a relevncia de estita-se de programas que exigem um perodo de mular a expanso dos meios de acesso a uma amadurecimento e cuja legitimao bastante informao geralmente dispersa e de difcil comlenta por parte dos diversos estratos sociais. preenso, como parte de uma poltica de forta(Jacobi, 1994) lecimento do papel dos diversos atores intervenientes. Atualmente vive-se uma situao contraditria, que tem, se no desestimulado, pelo menos diO momento atual exige que a sociedade esteficultado a manuteno de iniciativas de ja mais motivada e mobilizada para assumir reciclagem atravs de cooperativas de cataum carter mais propositivo, assim como para dores. Trata-se de experincias que devem ser poder questionar de forma concreta a falta de valorizadas, apesar da sua pequena escala, iniciativa dos governos para implementar polporque geram benefcio econmico (garantia de ticas pautadas pelo binmio sustentabilidade renda estvel s famlias envolvidas); benefe desenvolvimento, num contexto de crescencio ambiental (reciclagem de diversos materites dificuldades para promover a incluso soais ) e benefcio social, pois esse trabalho procial. Diversas experincias bem-sucedidas, porciona possibilidades de integrao social de principalmente por parte de administraes pessoas que sempre estiveram marginalizadas.
O cenrio atual, marcado pela crescente excluso social provocada por um mercado de trabalho cada vez mais seletivo, introduz um fator complicador, uma vez que um nmero cada vez maior de pessoas no tem outra opo seno trabalhar em empregos socialmente excludos. As massas crescentes de desempregados que potencialmente poderiam ser absorvidas em cooperativas de reciclagem tm contra si a quase total inexistncia de mecanismos que incentivem a expanso desse tipo de iniciativa.
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municipais, mostram que, havendo vontade poltica, possvel viabilizar aes governamentais pautadas pela adoo dos princpios
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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