Este relatório descreve as atividades de estágio realizadas em uma escola estadual de ensino médio. O documento inclui uma caracterização da escola, observações de aulas em diferentes níveis educacionais e um projeto educativo desenvolvido com base nas necessidades identificadas. O relatório fornece detalhes sobre o processo de estágio e uma análise reflexiva da experiência educacional observada.
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Relatório Estágio Final Entregue Na ULBRA 13-12-2010
Este relatório descreve as atividades de estágio realizadas em uma escola estadual de ensino médio. O documento inclui uma caracterização da escola, observações de aulas em diferentes níveis educacionais e um projeto educativo desenvolvido com base nas necessidades identificadas. O relatório fornece detalhes sobre o processo de estágio e uma análise reflexiva da experiência educacional observada.
Título original
Relatório Estágio Final entregue na ULBRA 13-12-2010
Este relatório descreve as atividades de estágio realizadas em uma escola estadual de ensino médio. O documento inclui uma caracterização da escola, observações de aulas em diferentes níveis educacionais e um projeto educativo desenvolvido com base nas necessidades identificadas. O relatório fornece detalhes sobre o processo de estágio e uma análise reflexiva da experiência educacional observada.
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Relatório Estágio Final Entregue Na ULBRA 13-12-2010
Este relatório descreve as atividades de estágio realizadas em uma escola estadual de ensino médio. O documento inclui uma caracterização da escola, observações de aulas em diferentes níveis educacionais e um projeto educativo desenvolvido com base nas necessidades identificadas. O relatório fornece detalhes sobre o processo de estágio e uma análise reflexiva da experiência educacional observada.
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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Relatrio das atividades em Estgio: Matrias Pedaggicas
Canoas 2010. Relatrio das atividades em Estgio: Matrias Pedaggicas Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia Magistrio das Matrias Pedaggicas do Ensino Mdio e Pedagogia Empresarial, da Universidade Luterana do Brasil como requisito parcial para concluso do Curso. Orientadora: ara Bonin Canoas 2010. 2 AGRADECIMENTO Agradeo minha orientadora ara Bonin, pelo apoio nos momentos de dificuldades, por sua compreenso e dedicao com todos. Aos outros professores que contriburam para a concepo e a construo do saber at os dias de hoje. 3 DEDICATRIA A minha me, pela formao da minha personalidade e as pessoas que acreditaram no meu potencial e me estimularam a prosseguir firme e a enfrentar os momentos difceis ao longo dessa trajetria. Carinhosamente dedico este trabalho como agradecimento. 4 DADOS DE IDENTIFICAO nstituio: Universidade Luterana do Brasil Ttulo: Relatrio das atividades em Estgio: Matrias Pedaggicas Nome: Componente Curricular: Estgio: Matrias Pedaggicas Escola de Realizao de Estgio : Escola de Ensino Prof Oscar Pereira Data: 2010/2 5 SUMRIO INTRODUO.........................................................................................................7 CARACTERIZAO DA INSTITUIO DE ENSINO MEDIO DE ESTAGIO........8 DADOS DA INSTITUIO DE PRTICA NO ENSINO MDIO............................................................9 CARACTERIZAO DA PROPOSTA PEDAGGICA DA INSTITUIO DE ENSINO MDIO.....................................................................................................11 ANLISE DOS ASPECTOS OBSERVADOS...........................................................................................15 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS NA EDUCAO INFANTIL........................................................16 ANLISE DAS OBSERVAES REALIZADAS NA EDUCAO INFANTIL..................................2 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL ...................................................2 ANLISE DAS OBSERVAES REALIZADAS NO ENSINO FUNDAMENTAL.............................29 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS NA EDUCAO DE !OVENS E ADULTOS..............................2 ANLISE DAS OBSERVAES REALIZADAS NA EDUCAO DE !OVENS E ADULTOS........39 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS DO ENSINO MDIO...................................................................." ANLISE DAS OBSERVAES REALIZADAS NO ENSINO MEDIO...............................................5" PRO!ETO EDUCATIVO........................................................................................61 !USTIFICATIVA........................................................................................................................................"1 OB!ETIVO #ERAL...................................................................................................................................."2 OB!ETIVOS ESPEC$FICOS......................................................................................................................"2 PROCEDIMENTO......................................................................................................................................"% CRONO#RAMA........................................................................................................................................."& DIVUL#AO..........................................................................................................................................."9 AVALIAO.............................................................................................................................................."9 REFER'NCIAS(.........................................................................................................................................% ANLISE GERAL COM EMBASAMENTO TERICO.........................................71 CONSIDERA#ES FINAIS...................................................................................7 REFER$NCIAS% ...................................................................................................7" " INTRODUO Este trabalho fruto e minha observao nas nstituies de ensino e apresenta uma anlise reflexiva de minha experincia em campo. Ele o principal documento da disciplina de estgio Matrias Pedaggicas do curso de Pedagogia, habilitao Empresarial, da Universidade Luterana do Brasil no Campus Canoas. Nas escolas que visitei, procurei perceber a realidade da convivncia entre os alunos, professores e funcionrios em geral, bem como o funcionamento de cada instituio, ficando atento a cada troca de opinies, trabalhos realizados e experincias na comunidade escolar. Eu me inspirarei em discusses e leituras relativas pesquisa qualitativa, bem como em referenciais tericos que daro sustentao as minhas reflexes e argumentaes. O relatrio inicia com a localizao e a caracterizao da nstituio, depois segue com leitura e anlise de documentos oficiais como PPP e Regimento Escolar, na qual o trabalho se realizou, observando as caractersticas estruturais e pedaggicas da escola. No segundo momento, apresento relatos sobre a prtica docente decorrentes de observao na Educao nfantil, no Ensino Fundamental, no Ensino Mdio e na Educao de Jovens e Adultos. A seguir coloco em destaque alguns questionamentos e anlises das relaes estabelecidas, das metodologias utilizadas. Para finalizar, e como resultado do trabalho realizado neste perodo, traz- se o Projeto Educativo que construi nesta trajetria da observao conforme a necessidade apresentada pelos alunos e professores do ensino mdio., CARACTERIZAO DA INSTITUIO DE ENSINO MEDIO DE ESTAGIO Dados da escola: nstituio: Escola Estadual de Ensino Mdio Professor Oscar Pereira Rua Francisco Martins, s/n CEP: 91712-150 Fone: 51 3318-5010 Bairro: Cascata - Cidade: Porto Alegre/ RS Meu primeiro contato foi com a Escola Prof. Oscar Pereira, foi atravs da vice-diretora do turno da tarde. Atravs de telefone, ela agendou a data da visita. Foi ela quem me recebeu em minha primeira visita escola, no dia 06/08/2010, s dezoito horas e quarenta e cinco minutos como combinado, e me apresentou a diretora geral com quem acordei todos os passos da observao. Nesta data, nos acomodamos em sua sala para ela me explicar como seria meu comportamento durante minha permanncia dentro da escola, o pedido maior foi de manter uma tica, de no sair fazendo comentrios de problemas internos da instituio. Conversamos sobre os dias em que as observaes seriam realizadas, sobre autorizaes e documentao em geral. Aps andamos pelas instalaes da escola para conhecer um pouco da estrutura fsica. Fui muito bem recebido e acolhido pelos professores e funcionrios nos quais fui conhecendo aos poucos. Aps esta conversa, solicitei o PPP, Regimento Escolar e o histrico da escola e comecei minhas primeiras observaes nos documentos. Fui encaminhado biblioteca onde permaneci e fiz uma leitura prvia na documentao e acompanhando a movimentao de todas as pessoas que entravam. Consultei quase todo material necessrio para comear escrever meu relatrio, agradeci a todos pela ateno e fui embora. & DADOS DA INSTITUIO DE PRTICA NO ENSINO MDIO A Escola Estadual de Ensino Mdio Prof. Oscar Pereira foi criada em 07 de Novembro de 1960, no governo de Leonel Brizola. O 1 nome da escola era Escola Rural d Glria, era um anexo do colgio Almirante Barroso. No inicio, a escola era 1 grau incompleto, mas em 1977 o funcionamento da 6 srie foi autorizado, e em 1978 foi aprovado o funcionamento da 7 e 8 sries do ensino fundamental. Desde 1993 est em funcionamento a classe de Educao nfantil, Jardim nvel B. Em 2000, a escola recebeu autorizao para funcionamento do Ensino Mdio sob o PARECER 161. Em agosto de 2003, inicia-se o trabalho na modalidade EJA e por fim, em 2004 a escola adere ao programa ESCOLA ABERTA. Atualmente a escola coordenada por uma diretora, e por trs vice- diretores, um para cada turno, alm de uma supervisora pedaggica geral e duas orientadoras para atend-la. Sua obra tem de trs blocos de alvenaria com 18 salas de aula, um laboratrio de cincias biolgicas, fsicas e qumicas, laboratrio de informtica, biblioteca, sala de audiovisual, cozinha, despensa para merenda escolar, trs pequenos espaos abaixo da escada para armazenar materiais de limpeza e higiene, e tambm, abrigar o material de prtica esportiva. A escola tambm tem refeitrio, secretaria, sala da direo, duas pequenas salas de Superviso Pedaggica e Orientao Educacional. Suas dependncias e, especialmente, sua quadra e seu ptio tambm so utilizados pela comunidade como espao de lazer nos fins de tarde e nos finais de semana, embora sejam inadequados para a realizao das prticas recreativas e de educao fsica. Tambm no existe espao para realizao de Assemblias, Conselhos de Pais e Mestres ou para realizaes de projetos que possam ajudar os alunos que necessitam de apoio pedaggico em turno inverso. A escola tem hoje mil quinhentos e sessenta alunos aproximadamente, cinqenta e seis professores e para dar o suporte, conta com quatorze funcionrios entre serventes, monitoras e secretria. Ela funciona nos trs turnos e promove alguns projetos, dentre os mais lembrados esto o Projeto Vida e 9 Sade que se refere a um projeto multidisciplinar e est vinculado ao projeto Cara Limpa que visa combater as drogas. Este projeto tambm tem por finalidade a limpeza e o embelezamento da escola. Pelo programa Escola Aberta que a instituio abre as portas da escola para pequenos projetos junto a comunidade visando trabalhar a cultura e a cidadania, bem como promover uma maior integrao entre a escola e a comunidade. 1 CARACTERIZAO DA PROPOSTA PEDAGGICA DA INSTITUIO DE ENSINO MDIO O projeto pedaggico tem por finalidade estabelecer orientaes relativas ao processo ensino aprendizagem elaborado e aprovado pela comunidade escolar definindo as aes de natureza pedaggica e servindo como diretriz para as demais aes do estabelecimento. O PPP da Escola Oscar Pereira apresenta em registro formal do resultado dos trabalhos realizados (estudo, discusses e pesquisas) desde o processo constituinte escolar at o presente momento. O ensino mdio tem por objetivo a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos construdos no ensino fundamental, valorizar o educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico, a compreenso dos fundamentos cientficos, tecnolgicos dos processos produtivos relacionando a teoria com a prtica do ensino de cada disciplina, a fim de que o educando se torne apto a agir de forma consciente e transformadora. A filosofia da escola de construir uma pessoa que saiba seus direitos e deveres, exercendo a democracia de dialogo, justia e igualdade, tendo assim uma plena integrao entre escola, famlia e sociedade. Tem a finalidade desenvolver o educando para o exerccio da cidadania e prepar-lo para progredir no mercado de trabalho e estudos posteriores. Objetivo da escola de oportunizar condies que favorecem a construo, de novas prticas tendo como base os princpios e diretrizes para educao pblica estadual, favorecer a igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola, garantir a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura o pensamento e arte do saber, promover uma educao libertadora para a formao de sujeitos crticos transformadores da realidade na perspectiva da construo de uma sociedade justa democrtica. Formar sujeitos participativos e solidrios e tambm propiciar um espao de aprendizagem da 11 cidadania, oportunizando ao indivduo conhecimentos fundamentados em valores humanistas. Os planos de estudos so elaborados pela comunidade escolar tendo base o PPP da escola e aprovado pela mantenedora, seu referencial constitudo para organizao didtica pedaggica dos cursos, contemplando conhecimentos, competncias gerais e especificas necessrias ao exerccio da atividade docente. So resultados da construo coletiva elaborada pelo conjunto docente, alunos e pais. Plano de trabalho dos professores dever elaborado cumprido conforme o plano de trabalho orientado no PPP da escola e plano de estudo. Metodologia de ensino estimulada para que os estudantes tenham iniciativa, ao fim do curso de ensino mdio o educando tenha conhecimento nas formas contemporneas de linguagem, compreenso dos conhecimentos de filosofia e sociologia, esse processo se dar atravs da interdisciplinaridade partindo da realidade, onde a ao pedaggica pressupe a integrao das disciplinas num mesmo esforo, atravs do exerccio coerente e responsvel dos princpios da identidade, autonomia, interdisciplinaridade e contextualizao adotadas como estruturadores dos currculos desse nvel de ensino. Tambm utilizando os processos de ao-reflexo-ao, de pesquisa, dos princpios scio- interacionistas e da educao popular em consonncia com a metodologia Freiriana, dentro de sua proposta de Educao Popular. O professor o elemento desencadeador do processo educacional. A escola quer que seus alunos, educadores e grupo familiar sejam juntos, sujeitos de seu desenvolvimento tornando-se agentes de mudana social a partir da organizao coletiva dos trabalhos e normas de convenincia. Tudo isso para que se constituam indivduos reflexivos, crticos, conscientes de se papel, capazes de sonhar com valores humanos e ticos nas relaes de trabalho assumindo a vida baseando-se na beleza que esta merece. A avaliao caracteriza-se como um processo contnuo dialgico, diagnstico, participativo e interativo, envolvendo todos os segmentos da escola. A avaliao ser feita trimestralmente e a direo, o corpo pedaggico- administrativo e o conselho escolar so os promotores da avaliao e de sua 12 prtica com a comunidade escolar, buscando rever os objetivos e metas definido no seu PPP. Ela dar-se- por meios de instrumentos prprios, observao sistemtica do professor, auto-avaliao, avaliao coletiva da turma realizada ao longo do ano letivo e ao final das atividades escolares. No caso dos alunos da 1 srie com parecer descritivo trimestralmente. O resultado dos demais alunos expresso em notas com pareceres descritivos. No EJA, a avaliao ser por semestre, de acordo com seus avanos que comprovem sua promoo para etapa seguinte independente de sua concluso. Os critrios da avaliao so constitudos no incio do ano letivo com participao dos professores, alunos e disciplinados. O aluno passa de ano letivo com superao aos objetivos; nota mnima de 60 (sessenta) e a recuperao feita paralelamente, sempre que necessria, mediante estratgias diferenciadas e orientadas pelo professor. No caso do EJA com parecer descritivo. O aluno tem que ter freqncia mnima de 75% de horas letivas para Ensino Fundamental e por disciplina do Ensino Mdio. Aos alunos que no atingirem a meta, podero ser oferecidas atividades compensatrias presenciais sob forma de aulas. No caso do EJA ser contemplada carga horria de 20% de estudo a distncia. Os histricos escolares, declaraes de concluso e diplomas ou certificados de concluso sero expedidos em duas vias ao final do ano ou quando o aluno necessitar. O calendrio ser construdo conforme s diretrizes da entidade mantenedora, ir respeitar peculiaridades locais e carga horria, e junto comunidade escolar. Quanto organizao pedaggica, a equipe de direo exercida pelo (a) diretor turno integral (a) e um vice-diretor (a) por turno de trabalho, ela representa legalmente a instituio de ensino em todas as atividades planejadas. O servio de superviso escolar ser composta por supervisor (a) escolar com habilitao especifica e na falta deste por um(a) professor(a) coordenadora(a) pedaggica(a) com licenciatura plena e que desenvolva o trabalho em consonncia ao PPP. O servio de orientao educacional exercido por um orientador devidamente habilitado, professor (a) com titulao especfica. assessorado pelo conselheiro (a) da turma. Coordena a ao de integrar o aluno, no processo aprendizagem e proporcionar a integrao entre escola, famlia e comunidade. 13 O conselho de classe participativo e deliberativo, constitudo pelo diretor (a) ou seu representante legal, pelo supervisor (a), orientador educacional e todos os professores da turma, alunos, pais e funcionrios. Reunir-se trimestralmente ou quando necessrio para analisar o processo educativo do aluno, professor e escola detectando seus avanos e dificuldades. A biblioteca escolar tem a finalidade de criar um espao de estudos, informao, cultura e lazer, proporcionando um cidado mais participativo na sociedade, auxiliando na construo de conhecimento integral e continuado. um espao cultural para consultas e leituras da comunidade escolar que visa oportunizar aos professores e alunos o enriquecimento do processo de aprendizagem. O laboratrio de cincias fsicas, biolgicas e qumicas auxilia na construo de conceitos cientficos dentro de uma proposta pedaggica que alia reflexo e ao nas atividades prticas de cincias fsicas, qumicas e biolgicas. Junto com o audio - visual complementa o processo educativo. O servio de secretaria tem a funo de escriturar e arquivar a vida escolar do aluno e da escola. Estas atividades so exercidas pela secretria, devidamente habilitada. A escola tem alguns segmentos como Crculo de Pais e Mestres com o objetivo de integrar a comunidade, o poder pblico buscando o desempenho mais eficiente no processo educativo. Tambm tem o Grmio estudantil que uma instituio representativa que organiza os alunos da escola, estimulando-os a participar em todas as atividades propostas, com finalidade social, desportiva, cultural, cvica e educacional, a organizao, funcionamento e as atividades so estabelecidas de acordo com a lei vigente e o regulamento institudo. Ele tem regimento prprio, cujo objetivo integrar os estudantes a aes que atendam os objetivos da escola e ao exerccio da cidadania. 14 ANLISE DOS ASPECTOS OBSERVADOS O artigo 12 da LDB informa que a elaborao da Proposta Poltica Pedaggica uma obrigao das instituies escolares. O PPP ferramenta poderosa de organizao escolar cuja dimenso muito mais que poltica, que tambm contribui para a formao de uma conscincia coletiva de cidadania no ambiente da escola. Constatei que a direo da escola prof. Oscar Pereira tem uma preocupao imensa em trabalhar conforme o que esta escrito no PPP da escola. Conforme entrevista com a diretora da escola, a construo da constituio da escola foi um processo muito prazeroso, embora um pouco demorado. Libneo (2005, p.345), relata que: "O projeto um documento que prope uma direo poltica e pedaggica para o trabalho escolar, formula metas, prev as aes, institui procedimentos e instrumentos de ao. O PPP da toda a direo que a escola precisa para ensinar os alunos a trilhar o cominho do aprendizado. Ele auxilia ele traz bem presente a filosofia da escola e como ela deve portar-se em relao as metas e aes que tem que tomar para que o processo de ensino aprendizado do aluno seja desenvolvido naturalmente. 15 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS NA EDUCAO INFANTIL De acordo comas as determinaes do artigo 29 da LDB, a Educao nfantil tem como finalidade "o desenvolvimento integral da criana nos aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social e serve como complemento a ao da famlia e da comunidade. A observao da Educao nfantil foi realizada na escola Crist da Brasa, situada na Av. Florianpolis n 359, bairro Azenha, Porto Alegre - RS. A escola foi fundada em 1996, tem 143 alunos e conta com 25 professores mais dez funcionrios entre eles um psicopedagogo e trs coordenadores pedaggicos. Ela administrada por uma diretora geral e duas diretoras auxiliares, uma para cada turno. A escola funciona das 7h at 18h. Acompanhei trs professoras, todas elas formadas em magistrio nenhuma com nvel superior. Primeiro dia Manh -Turno ntegral Por dois dias inteiros acompanhei a rotina da educao infantil da escola. Na parte da manh do primeiro dia, j percebi que todas as crianas do turno integral ficaram na mesma sala e tinham uma rotina bem estabelecida par cumprir. Eram em torno de nove crianas de entre trs a cinco anos, cinco meninas e quatro meninos sob o olhar de uma professora. A estrutura da sala era boa e totalmente adaptada para os alunos. As mesas e as cadeiras eram proporcionais ao tamanho das crianas. A professora comeou a atividade contando a histria do Pequeno Polegar. Ela contou e mostrou as figuras para os alunos, que escutavam atentamente. Ela fazia algumas perguntas para instigar a participao dos pequeninos, que neste momento se agitavam e ficavam mais falantes. Em torno das 10h os alunos fizeram a higiene e lancharam. A professora organizava tudo. Os alunos comeram frutas, iogurtes e sanduches. Aps o lanche a professora distribuiu materiais de desenho para cada criana. Eles tinham que desenhar e pintar um personagem ou objeto da histria 1" que foi contada. Conforme eles terminavam a professora ajudava eles colocarem os nomes, a fim que fossem aprendendo a escrev-los. A partir deste momento os alunos foram liberados para brincar livremente. Na sala tinha muitos brinquedos, mas o que mais chamava a ateno da crianada era o LEGO, embora tambm tinha bonecos, carrinhos. Tarde Nvel A As crianas da turma tinham entre trs e quatro anos. A professora iniciou a aula perguntando como foi o fim de semana. Organizadamente cada aluno levantou a mo para falar. As crianas estavam aprendendo a escrever algumas letras e j identificavam algumas palavras. A professora elegeu o aluno ajudante do dia que ajudou a fazer a chamada dos colegas. Este momento foi bem divertido, pois a chamada era feita da seguinte maneira: "_Que rufem os tambores! _gritava a ajudante do dia. Os alunos comeavam a bater na mesa, ele levantava a mo e os colegas paravam. Ento ele chamava o nome do colega que estava na chamada para ver se estava presente e toda a turma cantava uma musica muito engraada. sso aconteceu para todos os colegas. Aps a chamada as crianas ouviram uma histria bblica. Seguindo a aula a professora a professora distribuiu revistas para que os alunos identificassem as letras de seu nome. Eles tinham que recortar e colar em uma folha branca. A atividade transcorreu de maneira tranqila. A professora atendia cada aluno com muita delicadeza e carinho. Tarde Nvel B Nesta turma eram 14 alunos que tinham entre cinco e seis anos. Quando entrei na sala eles estavam sentados vendo gravuras, enquanto a professora organizava a sala de aula. Como a turma era grande a professora tinha uma auxiliar para ajudar a tomar conta das crianas. A rotina desta turma era por dia e era divido uma atividade para cada dia da semana comeando na segunda-feira com ingls, na tera com histria, na quarta com o cultinho infantil (sem esquecer 1% que uma escola com princpios bblicos), na quinta aula de artes e na sexta- feira era o dia dos alunos trazerem um brinquedo. Tambm poderia ser educao fsica ou dia da biblioteca. Como o dia da observao foi segunda-feira, eu assisti a uma aula de ingls. A atividade praticada foi no estilo batata quente. A msica em ingls tocava, e quando parava quem estivessem com o dado gigante falava uma palavra em ingls que a turma j tinha aprendido em aulas anteriores. Em um segundo momento, quem ficasse com o dado tinha que dizer para professora qual o significado da palavra. Eram palavras bem simples e todos eles sabiam. Participavam com muita alegria e se divertiram muito. Aps esta atividade, os alunos foram divididos em trs mesas, para recortar papis em tirinhas que fariam parte do portiflio de cada um. Este portiflio era montado pela professora para acompanhar o desenvolvimento no processo de aprendizagem de cada aluno. Um pouco antes de acabar a aula a professora passou o tema de casa, distribuiu o material para a tarefa, que seria realizada com recorte e pintura. Tarde-Maternal A classe de maternal tinha crianas de dois a quatro anos. A aula que observei no maternal foi a de ingls. Quando entrei na sala as crianas j estavam organizadas. A professora usou o seguinte mtodo para ensinar ingls: Ela mostrava as gravuras de animais com as palavras a serem ensinadas. Depois os alunos pintaram os desenhos. Logo aps a professora falava e os alunos repetiam. No fim, a professora ajudava os alunos a escreverem as iniciais de seus nomes nos seus respectivos desenhos. A aula foi curta de 30min. Terminada a aula a crianada foi liberada para brincar no ptio. No meio da tarde elas voltam para higiene e lanche. A rotina diria deles chegada na escola, sentam e fazem uma rodinha para contar as novidades, histria bblica, hora da atividade pedaggica, hora do brinquedo, hora do ptio, higiene pr e ps-lanche, hora do conto, hora do jogo pedaggico, e sada. 1& S&'()*+ *,- Manh -Turno ntegral Na manh do segundo dia a rotina no se alterou. A diferena que havia mais alunos em sala de aula. As crianas pintavam desenhos de animais marinhos e peixes. Para os alunos de primeiro e segundo ano a professora orientou que fizessem os temas. Aps o trmino da atividade as meninas foram brincar de casinha. A turma estava muito agitada. Os meninos comearam a se atirar os brinquedos e gritavam muito. A professora interveio e colocou um aluno que estava bagunando exageradamente e o colocou de castigo at a hora do lanhe. Depois que os meninos se acalmaram as meninas comearam a discutir. A professora mediou o pequeno conflito e orientou as para que fizessem as pazes. Os horrios so respeitados disciplinarmente, ou seja, hora de brincar no hora de ficar mexendo nos livros. Logo aps as crianas demonstraram muita alegria quando foram liberados para o ptio para brincar at a hora do almoo. 19 ANLISE DAS OBSERVA#ES REALIZADAS NA EDUCAO INFANTIL Nos dias em que visitei a escola, eu percebi que ela tem uma rotina bem estabelecida e que dificilmente sofriam alteraes por parte dos professores. As salas tinham um espao razovel, por isso as crianas estudavam e depois brincavam. Tinha muitos brinquedos que foram aproveitados pelos alunos sempre sob os olhares do professor, por isso resolvi analisar neste trabalho estes dois aspectos, ou seja, a rotina escolar e a importncia dos brinquedos na sala de uma turma de educao infantil. Bom, quero comear fazendo uma reflexo sobre o cotidiano das crianas e sua da rotina escolar, que segundo Barbosa (2006, p.35) uma categoria pedaggica que os responsveis pela educao infantil usam para estruturar e desenvolver o trabalho cotidiano nas instituies de educao infantil. Nas salas em que visitei, em no mnimo uma parede havia descrito a rotina das atividades cumpridas seja diariamente ou semanalmente. O interessante que os murais j estavam desgastados, o que me passou a impresso de estarem l h muito tempo. Sabemos que a rotina tem a funo de trabalhar nas crianas a questo de tempo para cada atividade at que elas internalizem a noo de tempo e datas. Mas ser que esta rotina no pode ser repensada de tempos em tempos pelo corpo docente? preciso pensar se esta maneira de trabalhar o desenvolvimento do cotidiano da criana est trazendo resultados. A criana precisa de uma direo para exercitar o senso lgico de cotidiano e de atividades dirias, mas, segundo Barbosa, corre-se o grande risco de muitos professores trabalharem a rotina com uma forma de s controlar o tempo da turma, ou seja, sem entendimento do seu propsito fundamental (2006, p.202): As escolas at procuram aproveitar um pouco do dia a dia familiar das crianas, a fim de no cortar abruptamente com todo o histrico de vivncia diria que as crianas trazem de suas casas, mas a falta de uma reviso da rotina escolar periodicamente, pode causar uma substituio de tudo que a criana j aprendeu em casa, pois conforme Barbosa, "a rotina desempenha um papel estruturante na construo da subjetividade de todos que esto submetidos a ela (2006, p.60). Temos que reconhecer a importncia da rotina na educao infantil, 2 o que no podemos deixar, que este aprendizado se torne mera repetio. A funo da rotina trabalhar o desenvolvimento cognitivo, aguar a curiosidade das crianas, faz-las perceber o mundo sob um olhar coletivo, dentro de uma orientao que dada pelo professor diariamente, mas segundo Constantino (2003), para que isso acontea h uma necessidade de capacitao e preparo dos educadores para programar e executar uma rotina adequada: Encontrou-se, principalmente, nas creches, um fazer descompromissado de qualquer contedo pedaggico, uma improviso de tarefas, procurando atender apenas as necessidades do momento, solues imediatistas, sem qualquer planejamento. (CONSTANTNO, 2003, p.19). Os educadores no podem deixar, o plano dirio de aula virar uma maneira de preencher o tempo das crianas desde a hora que chegam at a hora em que voltem para suas casas. Eles precisam ter domnio e entendimento para poder trabalhar esta metodologia, sem que isso se torne uma obrigao de quem simplesmente "cuida de crianas em uma instituio que trabalhe com ensino infantil, deixando em segundo plano o desenvolvimento de seus pequenos alunos. Segundo, Bassedas (1999, p.148), o dia-a-dia de uma escola infantil tem de prever momentos diferenciados com certeza no podero ser organizados da mesma forma para crianas maiores e menores. O professor pode, e precisa ousar variar esta rotina, ainda mais em escola com turno integral, onde tem salas com alunos de idades e seriao diferentes. Esta variao tem que ser de uma maneira que cada tarefa possa aproximar as crianas daquilo que elas precisam aprender, sem que as mesmas sejam submetidas uma regra que pode ser quase imutvel. A rotina tem que ser respeitada na sua essncia, para que o aluno seja ajudado pelo professor, a ter a sua vida coletiva diria organizada dentro das escolas e das creches, s que ela no precisa ser repetitiva. Ela precisa ter elementos que proporcionem o aluno uma maneira de assimilar e aprender sobre a organizao do ambiente, uso do tempo, a seleo de materiais para as atividades. Desta maneira ela se tornar uma aliada na constituio da subjetividade do aluno. No podemos deixar o aluno restringido a um ritual dirio para no criar nas crianas um campo frtil para a alienao, pois sabemos que cada dia tem a sua singularidade embora parea que um igual ao outro. 21 Outro aspecto que me chamou a ateno foi o momento de brincar. As crianas se divertiam muito e para muitas delas era um dos momentos mais esperados do dia. importante salientar que este momento tambm deve ser considerado muito importante pelo professor, pois segundo Porto (2008): As crianas se relacionam de vrias formas com significados e valores inscritos nos brinquedos. Existem vrias possibilidades de brincar: solitariamente; em grupo; entre crianas de idades diferentes; entre adultos e crianas; de adultos entre si. (Porto, 2008, p.9) O professor precisa estar atento na hora da brincadeira, pois neste momento as crianas esto se expressando de alguma forma e o docente tem que tentar perceber qual a mensagem que o aluno est passando. Um brinquedo pode ter uma importncia na vida de uma determinada criana por causa da significao que ele tem para ela, e muitas vezes, isso pode ser o ponto gerador de alguns conflitos entre as crianas na hora de brincar, mas este o outro tema. Em minhas observaes percebi que alguns alunos procuravam sempre o mesmo brinquedo, pois ser o de sua preferncia. intrigante, pois com tantos brinquedos e jogos a disposio, eles no variavam as o tipo de brincadeira, e ou, o boneco que escolhiam e s vezes ficavam como que alienados a todo o ambiente em sua volta. Este tipo de situao no pode passar despercebido pelo professor. Ele tem que procurar identificar atravs da criana o pode estar produzindo de aprendizado com a finalidade de potencializ-lo se for o caso. S dessa forma o educador vai auxiliar o pequeno na em seu desenvolvimento na aprendizagem. Acredito que consegui destacar e discutir os aspectos que mais me motivaram a pensar e analisar sobre a educao infantil. Tambm me sinto agradecido pela oportunidade de participar da vivencia escolar destas crianas. 22 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS NO ENSINO FUNDAMENTAL O direito a alfabetizao garantido a todo cidado brasileiro. O artigo 5 da LDB determina o acesso ao ensino fundamental por ser um direito pblico e subjetivo. Segue abaixo minhas observaes, fruto de visitas em uma escola Crist da Brasa, j apresentada nas observaes da educao infantil. Primeiro dia Minha observao de Ensino Fundamental foi na ESCOLA CRST DA BRASA. No 1 dia observao na parte da manh acompanhei um grupo de alunos em turno ntegral (turno inverso a aula). O incio da observao comeou a partir das 8h da manh. Os pais traziam as crianas, por isso os alunos foram chegando durante toda manh. Os professores recebiam os alunos e ouviam as instrues dos pais. As crianas que ficaram na sala que acompanhei cursavam do 1 a 4 ano do Ensino Fundamental, ou seja, no havia diviso de turmas por srie, e seu somatrio era torno de 10 crianas dentro da sala de aula. O roteiro no integral manh chegada, depois orao, (a escola uma escola de Princpios Bblicos), aula de bblia, neste caso foi lido uma histria bblica para as crianas e depois eles fazem uma orao antes de comear as atividades. Os alunos iniciam fazendo o tema, que vo apresentar para os seus respectivos professores no turno da tarde. Os temas de casa eram variados at porque a turma era bem diversificada. As crianas recebiam o auxlio do professor. Aps acabarem os alunos tem um tempo para usar os brinquedos livremente, pois a sala continha muitos jogos e brinquedos. A professora tambm participa das brincadeiras e cada aluno brinca, ou joga o jogo que quer seja ele pedaggico ou no. Os alunos tm muito contato com o professor que interagem mostrando afeto e carinho. Eles se sentiam bem vontade, falantes e alegres. As crianas so calmas, tranqilas, obedientes e demonstram amizade entre si. Os meninos sentavam em uma mesa e as meninas sentavam em outra mesa, por afinidade, no por imposio ou por regra. Os meninos conversam e 23 tinham pequenos debates sobre coisas banais. Entre as meninas se ouviu palavras como "namoro, apesar da pouqussima idade. Elas compartilham segredos e falavam sobre a idade, altura (comparaes), enquanto os meninos brincavam com um jogo do tipo domin educativo, mas usavam as peas para fazer castelos e pirmides. No meio da manh, em torno de 10h, as crianas cumprem mais uma etapa da rotina que lavar as mos, a chamada de hora da higiene, pois logo aps fizeram o lanche. O interessante que o lanche era vendido por um professor dentro da sala, ou seja, o professor chegava e perguntava quem queria comprar lanche. Os alunos pegavam o dinheiro e davam ao professor que lhes devolvia uma ficha para trocarem por lanhe na cantina. Alguns alunos traziam o lanche de casa. Aps lanchar eles faziam a higiene, a fim de se preparar para ir para o ptio. No ptio as crianas correm, brincam, gritam, jogam bola, brincam de pega-pega, sempre com o olhar atento da professora que recebe o auxlio de uma monitora, a fim de manter o controle das crianas e evitar brigas e acidentes. Os meninos usam a criatividade para se divertir com jogando futebol com uma bola de papel, enquanto isso as meninas brincam de casinha. Em um determinado momento houve uma desavena entre as meninas, a professora foi interveio e resolveu a situao orientando as meninas envolvidas a se acertarem a fazerem as pazes. Aps o ptio os alunos voltam para sala de aula. A professora fez a correo dos temas e deu desenhos para os alunos colorirem. Alguns pintam desenhos com lpis de cor, alguns lem gibis. As meninas pintaram seus desenhos com a tcnica de raspagem de giz de cera e colagem. Os alunos vo terminando de pintar e vo colocando os desenhos em um balco de forma ordeira. As 12h30min, as crianas almoaram, completando assim a rotina do turno integral manh. A turma saiu organizada em fila para o refeitrio, o cardpio era arroz, feijo, batata palha, bife, salada de beterraba e suco. As crianas se deliciavam e podiam comer a vontade. Aps a refeio voltaram para sala fizeram a higiene, pegarem o material e se preparam para aula propriamente dita. Cada um foi para sua classe porque aula comeava s 13h e 30min. 24 Na parte da tarde fui acompanhar uma turma do 4 ano do Ensino Fundamental. No primeiro perodo a professora comeou fazendo a escala de aluno ajudante da semana. O aluno ajudante trouxe a chamada e recolheu o tema de casa. No segundo momento ela comeou a dar atividades da disciplina de Artes, embora a disciplina fosse de portugus, pois a professora lecionava as duas matrias. A classe desenvolveu uma atividade onde cada aluno leu o que havia entendido do texto atravs do exerccio que a professora havia dado na aula anterior. A maioria dos alunos leu de forma voluntria e participou com disposio. A professora trouxe a explicao sobre o texto e no final da aula deu um exerccio de tema de casa. O segundo perodo foi de matemtica a professora comea com uma aula expositiva. A primeira atividade foi uma introduo sobre um dos assuntos a serem estudados que dinheiro (Sistema monetrio). A professora escrevia no quadro e conforme precisava ela apagava o que j estava escrito. Um dos alunos sinalizou a dificuldade de ler no quadro por causa do reflexo do sol, por isso a professora terminou de copiar as informaes que estavam no quadro ele. Os alunos e o educador demonstraram-se muito comprometidos com as atividades. A professora dava auxlio individual para cada aluno, e assim que terminavam, os alunos apresentavam os exerccios para a professora em sua mesa, ela d as orientaes e corrige seus exerccios. Os livros usados para os exerccios e contedos ficam em uma prateleira que fica na sala da turma e cada aluno tem seu livro. A professora utilizou as pginas 28 e 29 do Livro Sistema Financeiro Monetrio, ttulo do texto era "Histria do Dinheiro. Por volta das 15 horas os alunos guardaram os materiais e organizaram as mesas para lanchar Cada um tem sua toalha de mesa (estilo americano), que tambm fica guardado em um armrio dentro da sala de aula. O aluno ajudante distribui os lanches que estavam guardados e cada aluno lancha tranqilo e organizadamente. No quarto perodo a professora de artes entregou os trabalhos que estavam em sua posse e orientou os alunos sobre a ficha de leitura que eles estavam fazendo. As crianas pediam permisso para levantarem de suas classes e irem at outro colega. sto se dava de uma maneira natural, pois os alunos pareciam 25 estar acostumados. Neste perodo os alunos estavam mais falantes, e embora a professora tivesse total domnio das crianas sempre agiu com muito respeito, carinho e ateno, nunca usou de agressividade ou rispidez. Atividade desenvolvida foi um de desenho com pintura com base na letra P de Pureza. Os alunos terminavam e apresentavam o trabalho para a avaliao da professora e sua aprovao, caso contrrio a professora orientava eles, que retornam para a correo e trmino da atividade. O quinto perodo era educao fsica. O professor fez a chamada, os alunos guardaram todo o material e escolheram o lder e o vice-lider da aula de educao fsica. Depois disso o professor liberou os alunos um, a um para o ptio. No ptio o grupo foi dividido em dois (meninos e meninas). O lder coordena o alongamento dos colegas meninos e o vice-lder coordena as meninas. A atividade dos meninos era um trabalho de preciso (direo do passe), uma atividade feita com bola de futebol e cones, j as meninas fizeram uma atividade recreativa do tipo acerte o alvo (atividade adaptada). Segundo dia Portugus Na manh de dia 10 de agosto, acompanhei uma turma de 8 srie. O primeiro e o segundo perodos foram da disciplina de Portugus. A turma contava com 09 alunos no incio depois chegaram mais dois estudantes atrasados. A professora discutiu sobre o projeto da feira do livro da escola que j estava em andamento, por isso no consegui entender bem a explicao. Logo aps a turma comeou uma apresentao de um trabalho em grupo. Cada grupo era de trs participantes. O primeiro grupo teve a organizao de uma menina que se destacava pela liderana da equipe. Enquanto os alunos apresentavam seus trabalhos, a professora fazia anotaes. A mesma solicitou que um colega ajudasse na avaliao dos grupos. O trabalho foi apresentado de forma expositiva, mas os alunos mais liam, do que explicavam. A professora se sentou em uma cadeira no meio da sala para acompanhar a apresentao, ela fazia questionamentos e complementava dando outros exemplos a fim de ajudar o grupo. 2" A apresentao ficou confusa e um aluno sinalizou que no estava entendendo a apresentao, por isso os alunos que estavam apresentando o trabalho solicitaram auxlio da professora, mas reservadamente. A partir da abriu-se uma discusso sobre o tema e a professora teve que intervir, mas at ela ficou confusa. A turma aparentava bastante liberdade para questionar e discutir com os alunos que estavam apresentando. No fim da apresentao a turma j no se concentrava mais, pois tinha muita conversa, falta de ateno dos outros alunos, por causa disso a professora sinalizou e trouxe o foco da apresentao e ateno para aula. O segundo grupo trouxe um cartaz para ajudar na apresentao, articulavam melhor as palavras. Um participante distribuiu o material com contedo e exerccios. A turma ficou em silncio durante a apresentao. Assim como fez com o grupo anterior a professora complementava a apresentao, neste caso, indicou algumas bibliografias. Nesta segunda apresentao qualquer dvida era respondida pela professora e a mesma fez a concluso da apresentao, porque um dos alunos que estavam apresentando sobre o assunto, no tinha domnio do assunto. O terceiro grupo tinha quatro pessoas, era mais organizado e tinham mais domnio do contedo. Eles distriburam o material com exerccios para serem feitos logo aps a apresentao, mas tambm teve dificuldade em resolv-los, por isso a professora teve que auxiliar. Uma das caractersticas da classe era que os alunos tinham um senso crtico bem forte. Matemtica O terceiro perodo foi de matemtica. O professor interagiu bem com os alunos, fez chamada de uma maneira divertida que j era de conhecimento da turma, eles eram chamados s pelas iniciais de seus nomes. Os alunos se identificavam com o professor e por isso estavam mais eufricos e falantes. O contedo trabalhado foi Funes. A aula comeou e os alunos ficaram atentos. Atravs da boa didtica, ele fazia perguntas e os alunos respondiam e pareciam 2% gostar da aula. Os alunos mostram-se muito receptivos aos ensinamentos e demonstraram que entenderam o contedo. O professor sempre procurava aproximar a classe, do contedo que estava sendo ministrado, mesmo quando a matria ficava mais difcil, aps esta aula saram para intervalo. No recreio, os meninos brincavam de lutinhas, at que e um aluno acabou se machucando. Histria Os quarto e quinto perodos foram de Histria. Quando ia iniciar a aula, o professor foi chamado pela diretora para averiguar onde o aluno que havia se machucado no recreio estava com dor, pois era perto da ndega esquerda e ele teria que baixar a cala, por isso eles foram ao banheiro masculino. Enquanto isso, a turma ficou tranqila, conversando a espera do professor. Na sua volta o professor retomou a aula e passou uma atividade no quadro. Os alunos teriam que montar um Portiflio, atravs de pesquisa e recortes. As pesquisas poderiam ser feitas pela internet, revistas e livros. O professor deu 07 temas dentro dos assuntos Ps-Guerra e Guerra Fria para que os alunos escolhessem o tema de sua preferncia. A partir da metade da aula, um dos alunos comeou a incomodar. Conforme a hora avanava, a turma ficava mais dispersa. Embora os assuntos propostos pelo professor fossem legais, pois os temas sugeridos eram moda, msica, filmes e esportes, os alunos pareciam no estar interessados na aula de histria. O professor escrevia o contedo no quadro e alguns alunos nem copiaram. A conversa tomou conta da sala, enquanto mestre o explicava a matria. Ele pediu que cada aluno lesse um pouco do texto do livro de trabalho a fim de trazer a ateno dos mesmos para aula. A estratgia surtiu efeito, pois a turma ficou mais calma. Houve muita dificuldade pelo professor do domnio da classe. No final da aula o professor passou em cada classe da aula para conferir se todos haviam feito os temas. 2& ANLISE DAS OBSERVA#ES REALIZADAS NO ENSINO FUNDAMENTAL As observaes feitas na educao fundamental foram muito ricas. Entre elas acho importante destacar a questo da relao entre alunos e professores e como uma boa convivncia pode facilitar o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos. O papel dos professores e dos alunos e, em resumo, das relaes que se produzem na aula entre o professor e alunos ou alunos e alunos, afeta o grau de comunicao e os vnculos afetivos que se estabelecem e que do lugar a um determinado clima de convivncia. Tipos de comunicaes e vnculos que fazem com que a transmisso do conhecimento ou os modelos e as propostas didticas estejam de acordo ou no com as necessidades de aprendizagem. (Zabala, 1998, p.20) Os vnculos criados no pelo convvio entre educadores e alunos, produzem um campo frtil para que o processo de ensino-aprendizagem se solidifique dentro de uma instituio de educao infantil. Os professores precisam assumir o seu papel neste relacionamento. Cada atividade, cada orientao necessita de envolvimento para que estes momentos se tornem geradores de conhecimento. As crianas tambm tm seu papel dentro deste ciclo de troca de informaes, mas para elas isto se d naturalmente, por isso h uma necessidade do educador procurar este estreitamento na relao com seu aluno, proporcionando um ambiente agradvel e bom para uma boa comunicao e transmisso de conhecimento. Segundo Kullok (2002), este ambiente no pode ser carregado de tenso, porque no ajudar na produo de bons frutos de aprendizagem: "(...) o relacionamento entre professor aluno deve ser de amizade, de troca de solidariedade, de respeito mtuo, enfim, no se concebe desenvolver qualquer tipo de aprendizagem, em um ambiente hostil.. A aproximao entre educador e educandos, auxlia na comunicao eficaz entre professor e seus aprendizes. Lembro-me que em uma situao em que duas meninas estavam discutindo em sala de aula, a professora fez o papel de mediador e contemporizou a situao 29 de conflito. Fez isso porque tinha liberdade e acesso as duas meninas, por isso a professora teve xito na sua ao. Foi perceptvel como os alunos da 8 srie se identificavam com alguns professores, e por isso quando eles entravam na sala os alunos ficavam eufricos e falantes. Mas s isso no basta, afetuosidade e carinho ajudam na interao entre o professor e o aluno, s que o professor tem que ser um instigador na produo do conhecimento. Que os meninos e meninas possam seguir o processo e situar-se nele depende tambm do grau de contribuio do professor, com snteses e recapitulaes, com referncia ao que j fez e ao que resta por fazer. (Zabala, 1998, p.20) O professor no pode agir como agente principal no ensino dentro sala de aula. O educador tem que gerar aes no intudo de instigar o aluno, atravs de idias associativas como mostrar, guiar, orientar e dirigir o aluno na conquista de novos saberes, mas com a inteno de contribuir e somar ao contedo que j est sendo internalizado pelo educando. Nas apresentaes do trabalho de portugus, os alunos recorreram vrias vezes a docente, para pedir auxilio. Ela sempre foi muito solicita e respondia as perguntas abrindo ainda mais o leque de informaes. Complementava as apresentaes, dava dicas de bibliografias para pesquisas, ou seja, ela somou seu conhecimento ao aprendizado dos alunos. Freire (1996) destaca que: (...) o bom professor o que consegue, enquanto fala trazer o aluno at a intimidade do movimento do seu pensamento.. Concordo com esta afirmao, pois pude vivenciar isso na aula de matemtica. O professor era um dos mais esperados do dia. O grande diferencial que o mesmo conseguiu aproximar o contedo que estava trabalhando com os adolescentes, usando de uma linguagem de fcil compreenso, fazendo com que os alunos se sentissem como se j conhecessem aquela matria. As crianas sentem a necessidade de interagir no s com os professores, mas tambm entre elas, porque nas suas conversas se produz muito conhecimento. A comunidade docente tem que estar ligada nesta troca de aprendizagem, a fim de que possam aproveitar esta espontaneidade, e foment- la no processo educativo dos alunos, sejam crianas ou adolescentes. 3 "(...) valoriza-se o desenvolvimento das relaes sociais entendendo que fundamental criar uma interao entre aquele que ensina e aquele que aprende sob pena de aprendizagem no ocorrer." (kullok, 2002, p.16) Podemos discorrer tambm onde as lacunas da relao aluno-professor, podem prejudicar na aprendizagem. Se os agentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem, no interagirem corretamente em sala de aula, poder ocorrer uma interrupo na aprendizagem do aluno e tambm do prprio professor. Um exemplo disso pode ser a falta de interesse do aluno no contedo, na matria, ou seja, o professor inicia suas atividades com toda a motivao, mas no recebe uma reposta positiva do aluno, que se mantm desinteressado e aptico. Segundo Vallejo (1998, p.63): "O que o professor percebe tanto da dedicao do aluno ao trabalho como dos prprios sentimentos dos alunos, (...) influi por sua vez sob a dedicao do professor e sobre o modo que ele trata os alunos. Nos casos em que o educador no consegue uma aproximao com seus alunos, o mesmo corre o risco de assumir o mesmo comportamento de seus aprendizes. Muitos docentes esto desanimados com a educao por causa da falta de interesse dos alunos, estes por sua vez s reproduzem o que recebem daqueles que os ensinam, como se fosse um espelho, mas Vallejo (1998), tambm destaca que a conduta do professor influi sobre a motivao e dedicao do aluno ao aprendizado. Acredito que h casos em que realmente as crianas no vo dar uma resposta positiva a metodologia usada pelo professor, mas na maioria das vezes a responsabilidade de atrair o aluno para dentro da sala de aula e encant-lo do professor. Propor novos mtodos, atividades interdisciplinares, exerccios de interao, ajudam a aula a ficar mais interessante a quem j vem de casa com um pr-conceito de que estudar chato. O grande nmero de estmulos visuais que as crianas recebem da televiso e computadores, influenciam no grau de exigncia delas, ou seja, os alunos precisam de algo diferente para que esse algo merea a sua ateno. 31 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS NA EDUCAO DE !OVENS E ADULTOS A Lei de Diretrizes e Base, no artigo 37, assegura a Educao de Jovens e Adultos de maneira gratuita a todos que tiveram o ensino fundamental e mdio interrompido em idade prpria para faz-lo. Minhas observaes foram feitas na escola Oscar Pereira, a mesma escola onde fiz a onde fiz as observaes do Ensino Mdio, por isso vou seguir adiante no relato de minhas observaes. P.,/&,.+ *,- T(./-% T6B S0.,&% 81 EJA T(.)+% Noite M-2&/32,4- Foram muitos dias de visitas a escola que esto que esto descrito conforme as observaes foram acontecendo. A primeira aula assistida foi de Matemtica. A turma contava com aproximadamente 30 alunos, a maioria era adolescentes. No incio da aula enquanto o professor falava alguns conversavam, mas aos poucos a turma foi se aquietando e os alunos mais focados pediam silncio. A turma composta por jovens e adolescentes com algumas pessoas mais maduras (quatro pessoas), a maioria dos alunos so mulheres. O professor ministra aula expositiva. Aps passar contedo o professor passa exerccios e os alunos copiam o exerccio com um pouco de conversa. Mesmo sem os alunos solicitar o professor vai de classe em classe para esclarecer as dvidas, mostrando-se atencioso e solicito. Enquanto a turma estava fazendo o exerccio, os alunos discutiam entre si a maneira de resolver a questo e o resultado, professor parecia bem vontade ensinando 32 individualmente os alunos, mostrando-se disposto a responder as questes e tirar as dvidas dos mesmos. Depois de 5min ele corrigiu o exerccio e passou outro deixando no quadro dicas para que os alunos pudessem resolv-lo. Neste momento da aula alguns alunos pareciam dispersos, outros procuravam se concentrar para resolver o exerccio. Alguns alunos procuraram ajudar quem estava com dificuldade, e o interessante que uma aluna gritou (para vibrar quando conseguiu fazer uma questo sozinha sem o auxlio de colega ou professor). O professor estava preocupado com tempo da aula, pois olhava com freqncia para o relgio at porque ele s tinha um perodo. O perodo acabou e o professor no conseguiu terminar a explicao, deixando para retomar a questo na prxima aula, ele sai rapidamente e vai para prxima turma. P+.2('(56 O perodo seguinte foi da disciplina de Portugus. A turma aguardou a professora tranquilamente, alguns ficaram na porta e no corredor para receb-la. Ela demorou um pouco para entrar e quando entrou, logo retomou com a turma o contedo da ltima aula. Ela demonstrou muita espirituosidade e acessibilidade junto aos alunos, pois eles eram tratados carinhosamente por ela. O incio da aula bem dialogada, pois a professora introduziu o assunto se movimentando bastante e caminhando em sala de aula. A professora questiona sobre um texto procurando a interao dos alunos e os meninos respondiam e interagiam positivamente. Em um determinado momento a professora sai da sala, mas os alunos seguem refletindo sobre o texto. Por um determinado tempo a turma se manteve organizada mesmo sem a presena da professora, mas depois a conversa se estabeleceu de forma generalizada. Aps seu retorno a retomou a atividade e interpretao de texto. Com boa didtica na explicao, ela procurou manter o silncio quando os alunos conversavam, por isso solicitou que todos os alunos anotem as observaes dadas por ela. A partir da ela props uma atividade interessante, os alunos tinham que completar e finalizar um texto dado anteriormente, e que estava sendo estudado. Num primeiro momento a turma no entendeu bem a proposta da professora. 33 A professora era divertida, mas no perdia o domnio da classe. Ela tinha bastante acesso aos alunos, tocava neles, fazia carinho, brincava, atendia individualmente cada uma que a solicitava. Ao termino do exerccio a turma fez a leitura dos textos. Com a orientao da professora, cada um falou e o que escreveu e justificou. Depois de discutir o texto e esclarec-lo, a professora passou uma nova atividade de interpretao de texto. Os alunos copiavam o exerccio, mas em determinado momento da aula, a professora abriu a porta a fim de que a turma falasse mais baixo e no atrapalhasse os alunos das outras salas. A professora explora bem o texto passado no quadro fazendo com que os alunos releiam e emitam suas opinies e exercitem o senso critico, solicitando que os mesmos justifiquem suas respostas. O ttulo do texto era "Circuito fechado. Ela procurou sempre associar o contedo com a vida real dos alunos. Falou sobre traos de personalidades avaliados nos Orkut quando o aluno procura um emprego, alertou sobre os comentrios postados na internet, poses de fotos, palavres e leitura na web. Ela aproveitou o momento e adicionou uma atividade sobre profisses, que ser trabalho na semana do aniversrio da escola em novembro. O fato que neste momento alguns alunos no entenderam algumas palavras utilizadas pela educadora e por isso um colega teve que buscar um dicionrio para esclarecer a expresso: "contexto social - a professora esclareceu a dvida e neste momento a aula foi finalizada. S&'()*+ *,- T(./-% T8 S0.,&% 2 ANO - EJA T(.)+% Noite S+4,+7+',- Esta turma estudava a histria da sociologia. A professora trabalhou o conceito de sociologia. niciou a aula perguntando quais as trs palavras que compem o conceito da sociologia? Falando sobre as relaes de poder a professora introduziu a aula retomando a questo de que a sociologia uma abordagem cientfica para a 34 compreenso da vida em sociedade (dos indivduos). A turma fez uma reflexo sobre as cincias sociais com base em um texto que os alunos j tinham escrito nos seus cadernos. Conforme era feita a leitura de cada parte do texto, a professora ia esclarecendo e desenvolvendo o assunto. Houve uma discusso de tons de pele, sem falar de raa, mas sim de mistura de etnias. A turma colaborava bastante, tanto no sentido comportamental como no sentido de participao da aula. T&.4&,.+ *,- T(./- T8 S0.,&% 2 Ano - EJA T(.)+% Noite 8,629.,- O professor de Histria trabalhou um texto com o tema: A civilizao dos Hebreus. A turma fez a leitura de um texto que falava sobre o povo hebreu (retirado da bblia) como o povo de Deus e por isso comeou a debater sobre a existncia de Deus, e neste momento a questo sobre a existncia de Deus foi para um lado religioso. O professor atuou como mediador e conforme e como cada aluno lia um pouco do texto, o professor interferia e trazia um ensinamento. Professor explicava cada ponto da histria que era lida no texto. Tambm dizia sobre o significado de palavras difceis como XENOFOBA, em fim mostrava conhecimento da matria e com isso prendia a ateno dos alunos com as explicaes. Ele gesticulava e se movimentava muito dentro da sala de aula. A turma sempre atenta e focada participava dando suas opinies e contribuies. Qualquer palavra errada no texto o professor solicitava que os alunos corrigissem e a cada erro de leitura, os colegas se divertiam com pequenas piadas. Em complemento ao texto, havia uma folha com notas e observaes que os alunos liam conforme iam avanando no texto. Uma aluna parecia conhecer bem o contedo do texto, mas tinha uma dificuldade na leitura. Alguns alunos comiam doces, balas, etc e conversavam, mas muito baixo, no chegava a atrapalhar a aula. Compartilhavam lanches (pizza, biscoitos). Tambm tomavam caf para se aquecer e se manter acordados, tudo com muito cuidado e ordem. Um aluno solicitou ir ao banheiro, mas no foi liberado, porque 35 o banheiro estava fechado, ele s abre em determinado horrio e o professor aproveitou o momento para refletir com a turma sobre a obedincia as normas da escola, contextualizando com a realidade, mesmo assim um aluno saiu da sala de aula sem avisar o professor. Um aluno avisou o professor que ele no havia feito a chamada, como a turma tinha predominncia de mulheres, as alunas provavam perfumes enquanto o professor fazia a chamada. Turma muito tranqila. Alguns alunos dormiam durante a troca de professores, pois no EJA no h intervalo. Um aluno demonstrava muito cansao e sonolncia e assim que o professor encerrou a aula e alguns alunos saram da aula. :(;/,4- Enquanto o professor de Qumica no chegava os alunos olhavam fotos, escutavam radio e olhavam revista de cosmticos, parecia hora do lanche, pois os alunos tomavam caf, comiam pizza. Assim com o professor de histria o professor de qumica tambm era do sexo masculino. Ele fez a chamada inicialmente e como na hora da chamada a turma ficava mais falante; ele com sua voz forte e demonstrou imposio, mas de uma maneira respeitosa. Aps a chamada ele foi conferir o tema de cada aluno. Colocou a data no quadro e depois escreveu o ttulo do contedo da noite. Enquanto o professor passava a matria no quadro, a turma parecia estar mais agitada, at que abruptamente ficou em silncio e comeou a copiar o contedo. Todos os alunos copiavam e o professor escrevia o contedo todo sem rascunho, tinha tudo memorizado. A turma parecia bem vontade e interagia bem com o professor. Os meninos, at ento calados, se sentiram bem mais vontade nesta aula e por isso aparentavam ter muita amizade e intimidade. Depois que terminou de escrever no quadro o professor aguardou os alunos terminarem de copiar e enquanto uns alunos copiavam, outros alunos apresentavam os cadernos com o tema de casa para a avaliao e correo do professor. Ele corrigia atentamente cada item do exerccio que estava nos cadernos. Os cadernos dos alunos pareciam bem caprichados, a maioria usava um caderno para todas as matrias. G&+'.-<,- 3" O professor entrou, fez a chamada. Um aluno apagou o quadro voluntariamente enquanto a professora fez uma introduo ao assunto da noite que era o capitalismo, retomando o que havia dito na aula passada. Deu seqncia ao contedo com o ttulo de "Capitalismo Financeiro. A turma copiava quase que junto com que a professora escrevia. A professora preferia explicar o contedo com a matria no quadro. Terminado de passar o contedo e sentou-se para esperar a turma terminar de copiar. Conforme os alunos iam terminando, eles iam agrupando-se para conversas paralelas. Aula discursiva, professora dialogava e gesticulava muito. Ela fez uma brincadeira expondo a dificuldade da escrita de um aluno (erro de portugus. A professora terminou de explicar o contedo e liberou os alunos para pegarem o nibus. :(-.2+ *,- T(./-% T9 S0.,&% 3 Ano - EJA S+4,+7+',- A turma de terceiro ano uma das que tinha o maior nmero de alunos acima de 30 anos, em comparao as turmas que observei, por isso tinha uma caracterstica bem madura. No incio da aula, a professora colocou um pensamento no quadro e fez uma reflexo com a classe, mas no tinha nenhum vnculo com o contedo ministrado. O pensamento era: "O presente foge, o passado irrecobrvel, o futuro incerto. Aps um tempo para falar da questo do presente e passado, a professora focou na ltima afirmao com a seguinte pergunta: O que fazer para que o futuro incerto se torne certo? Alguns alunos arriscaram sugestes como: "_ preciso planejar, afirmou um rapaz; outro disse: "_tem que dar diretrizes. A partir deste momento a professora comeou a sugerir alguns caminhos como respostas como: Fazer escolhas conscientes e colocar em prtica, ter atitude. Ela chegou seguinte concluso para reflexo junto com a turma: Precisamos de um rumo. Temos que parar de almejar um futuro que 3% nunca chegar, pois no est sendo cultivado. Depois disso, ela deixou outros temas para reflexo: _O que eu desejo para os prximos anos? _Como e quando me comprometo para realizar esse desejo? _O que me faz feliz? Dando seguimento a aula da professora, ela estava fazendo uma retomada de contedo quando um aluno fez a seguinte pergunta:_ Onde surgiu a sociologia?_ Por que surgiu a sociologia? Aps explicar novamente sobre a origem da sociologia, a professora escreveu no quadro o seguinte texto: "A sociologia estuda processos nos quais a convivncia social acontece. O foco de interesse da sociologia so os grupos humanos e as relaes sociais desenvolvidas entre seus indivduos. A professora instigava os alunos a pensarem e debaterem sobre o contedo de como viver em sociedade, quando uma aluna interrompeu e contribuiu com uma reportagem em que uma mulher disse que o marido no sentia mais atrao por ela, porque ficara no computador fazendo sexo virtual e neste momento iniciou-se um debate do tipo "guerra dos sexos. Quem era mais forte? A mulher que ganhava filhos ou o homem que tinha que ir para a guerra? 3& ANLISE DAS OBSERVA#ES REALIZADAS NA EDUCAO DE !OVENS E ADULTOS Em minhas observaes alguns pontos me chamaram a ateno, dentre eles a migrao de adolescentes para EJA, os conflitos que esta, migrao tem provocado dentro das escolas, e por conseqncia disso tem se estabelecido uma crise de identidade da EJA e por fim a falta de valorizao dos adultos educandos e do aprendizado popular que trazem consigo. A educao popular e a EJA enfatizaram uma viso totalizante do jovem e adulto como ser humano, com direito a se formar como ser pleno, social, cultural, cognitivo, tico, esttico, de memria (...) (Miguel Arroyo)
Miguel Arroyo fala sobre o pblico que o EJA almeja alcanar, que seria o Jovem e o adulto, mas no isso que vemos em sala de aula. Hoje vemos muitos adolescentes migrando para EJA com a finalidade de fugir de ensino um pouco mais "puxado na parte da manh. claro que alguns precisam trabalhar para ajudar a famlia e vem na EJA uma oportunidade de no largar os estudos, mesmo assim h aqueles alunos que se aproveitam desta oportunidade de estudar noite para usar o tempo livre durante o dia para fazer atividades que lhes do prazer e no para trabalhar. No momento em que o verdadeiro propsito do EJA comea a ser distorcido, faz com que a sua legitimidade passe a se tornar confusa e questionada, no para quem de direito e sim para aqueles que ainda no acreditam que a EJA um caminho para o indivduo que busca uma identidade de sujeito cidado com direitos e deveres na sociedade. 39 A EJA uma realidade que ainda no foi bem assimilada por muitos que podem usufruir desta modalidade de ensino. Muitos adultos se sentem incapazes de voltar para uma sala de aula, por terem uma idade avanada. Eles ainda no se apropriaram de um benefcio garantido pela LDB, que lhe d direito de pelo menos saber escrever o prprio nome. Com isso os adolescentes vo assumindo um espao que no seu, e dessa maneira vo constrangendo os trabalhadores que se esforam para concluir seus estudos. Embora devido s agruras da vida, muitos tenham deixado a escola, um direito de todo trabalhador, que por algum motivo teve sua formao educacional bsica interrompida, ter uma oportunidade de ver seu tempo de estudo restitudo, o tornando um cidado mais completo e realizado dentro de um mundo onde quem sabe ler e tem informao se torna um sujeito com melhores chances de sobrevivncia e de se sentir um indivduo com um pouco mais de dignidade. Com os mais jovens migrando para a EJA, este modelo de educao comea a ter conflito de geraes, seja entre alunos-alunos ou alunos- professores. A partir da surge um jogo de acusaes e investigaes para se achar um culpado por esta crise, e pelo conflito de identidade dentro das escolas. Setores importantes que compem a comunidade escolar, no caso, os educadores, esto se eximindo da responsabilidade dos problemas em sala de aula, e trocando acusaes com os educandos, enquanto as famlias esto se omitindo a esta situao, segundo Dayrell (2007, p.1106). Para a escola e seus profissionais, o problema situa-se na juventude, no seu pretenso individualismo de carter hedonista e irresponsvel, dentre outros adjetivos, que estaria gerando um desinteresse pela educao escolar. Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses, reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco acrescentam sua formao, tornando-se cada vez mais uma "obrigao necessria, tendo em vista a necessidade dos diplomas. Parece que assistimos a uma crise da escola na sua relao com a juventude, com professores e jovens se perguntando a que ela se prope. (Dayrell) Atualmente h um grande debate de quem o culpado por esta crise de identidade que a EJA comea passar. Todos querem achar um culpado, mas ningum quer assumir seu prprio compromisso com a Educao. A escola est se submetendo a uma avalanche de adolescentes que esto se matriculando na EJA, e no esto fazendo valer a finalidade para que esta modalidade de 4 educao foi criada. Por causa disso o grande vilo passa a serem os alunos adolescentes que vo ditando as regras e se apoderando das vagas destinadas aos mais velhos. Considerados pessoas sem compromisso a juventude vai provocando nos professores um descaso, pois os mesmos no esto preparados para atender os adolescentes e nem o pblico da EJA. O choque de geraes causa um conflito entre o que deveria ser e o que realmente , e a convivncia de professores e alunos dentro de sala de aula comea a se desgastar. O desinteresse dos alunos provocado por uma docncia que no acredita na prpria metodologia de ensino. Hoje em algumas escolas vemos um nmero reduzido de adultos dentro das salas de aula destinadas para a EJA. Como ter um diploma uma obrigao, os alunos mais velhos acabam vivendo como se fosse um acordo com os professores e com os alunos mais novos. Eles pouco falam e se expressam. Sentam no fundo e nos laterais da sala, com o intudo de no serem notados, mas mesmo assim seguem firmes em seu propsito de se formar. Os adultos so quase invisveis em algumas salas de aula. No se sentem a vontade e no so valorizados como deveriam pelos professores e pelos colegas, embora eles sejam a grande motivao da EJA existir, e de muitos alunos terem a oportunidade de retomar os estudos. A uma necessidade de se reconhecer o adulto como detentor de conhecimento, de experincia e aprendizado. Nosso olhar para com os adultos analfabetos est distorcido e por isso no os vemos como fonte de saberes, segundo Freire (1981, pg.12). Este modo de tratar os adultos, implcita numa deformada maneira de v-los como se eles fossem totalmente diferentes dos demais. No se lhes reconhece a experincia existencial bem como o acmulo de conhecimentos que esta experincia lhes deu e continua dando. (Freire, 1981, pg.12). O legado que cada sujeito traz em sua vida, j o capacita a ter o que ensinar aos mais jovens. Se no ensino infantil os professores tm que estar atentos para todo aprendizado que a criana pode transmitir, como deixar de lado o acumulo de saber popular adquirido por uma adulto que j viveu e colheu muitas experincias em sua vida. A viso sobre a educao, que nos ensinada 41 restringi e limita o olhar do educador, e exclui o educando, que ainda tem uma necessidade que aprender a ler e escrever. Os analfabetos adultos no precisam ser ensinados a como ver o mundo, a como se portar em uma entrevista de emprego. Eles j aprenderam a criar filhos, a como sustentar uma casa, a como se divertir. Seus erros e acertos lhes proporcionaram um aprendizado de vida. Para estas pessoas a necessidade outra, eles querem fazer parte grupo de homens e mulheres que esto aptos a ler e escrever, pois embora tenham toda uma experincia de vida se sentem sujeitos incompletos. Em um de seus livros Paulo Freire, coloca um depoimento de algum que disse que queria aprender a ler e escrever para deixar de ser sombra dos outros. A comunidade e escolar, bem como a sociedade em geral, precisa receber cada adulto analfabeto como "poo de sabedoria e conhecimento popular, a fim de promover e troca de aprendizado e honrar homens e mulheres que embora a idade j avanada continuam em busca de um aprendizado que um direito de todos. 42 CARACTERIZAO DAS TURMAS E DO PROCESSO PEDAGGICO OBSERVADOS DO ENSINO MDIO A etapa final da educao bsica, ensino mdio, citado no artigo 35 da LDB. Ele a consolidao de tudo que foi aprendido nas sries anteriores, bem como a preparao para o trabalho e o exerccio da cidadania. As observaes foram realizadas na escola prof. Oscar Pereira, nas turmas de 1, 2 e 3 ano. Os dados da instituio, bem como sua histria foram abordados no captulo . Segue abaixo o relato das observaes realizadas. P.,/&,.+ *,- T(./-% 100 S0.,&% 1 Ano T(.)+% Manh S+4,+7+',- Meu primeiro contato foi com a diretora da escola. Ela me apresentou a professora que ministra as disciplina de sociologia e filosofia, com a qual eu fiz acompanhamento no turno da manh na escola Oscar Pereira. Com ela me dirigi a 1 turma para a observao. Ao entrar na sala fui apresentado e a classe. Turma de adolescentes tinha em torno de 50 alunos, e estava muito agitada, por isso a professora no consegue dar avisos. Os meninos comportaram-se como maches e as meninas muito falantes. Em meio a muito barulho e vrios alunos em p e caminhando em sala de aula, a professora distribui material (01 folha 43 com texto). A proposta de trabalho era ler o texto e responder trs questes sobre ele. O ttulo do texto era "Sociedade, Comunidade e Cidadania. O texto foi lido em voz alta por quatro alunos diferentes. Enquanto a leitura era feita alguns alunos conversavam. Enquanto a professora falava, poucos prestavam ateno e alguns meninos ficavam discutindo e falando alguns palavres. A turma do 1 ano muito grande e isso dificultou o controle dos alunos em sala. Ao trmino da leitura a professora pediu que os alunos sentassem em dupla e props um debate para que os alunos dessem suas opinies sobre o objetivo do texto. A atividade foi colocada no quadro negro e a orientao era elaborar um resumo sobre o texto colocando a diferena entre sociedade e comunidade. No meio do periodo, os alunos foram chamados para lanchar (tomar sopa). Algo muito dinmico. Eles levantaram, foram ao refeitrio, lanchavam e voltavam para aula. Bateu o perodo (recreio), metade da turma pegou os materiais. Achei que era para ir embora, mas na verdade uma prtica dos alunos para evitar que seus materiais sejam roubados. T(./-% 200 S0.,&% 2 Ano T(.)+% Manh S+4,+7+',- A turma pequena, em torno de 15 alunos, bem mais calma. A professora se confundiu e trouxe o contedo de sociologia para a aula era de filosofia. Me chamou a ateno que ela no fez a chamada nesta turma. Bem mais vontade a professora j consegue dar orientao sobre a atividade para a aula, at arriscou uma piada. Ela props uma discusso sobre "O que cultura?. Um aluno trouxe um relato sobre uma matria jornalstica sobre cultura e a aula foi se desenvolvendo sem grandes transtornos. Os adolescentes colocam suas opinies de forma ordenada e tranqila, embora alguns alunos fizeram trabalhos de outras disciplinas. A turma abordou alguns temas dentre eles A cultura jovem. Um grupo de alunos estava totalmente quieto, sem participao, enquanto outro grupo monopolizava a discusso. 44 S&'()*+ *,- T(./-% 300 S0.,&% 3 Ano T(.)+% Manh S+4,+7+',- Conforme depoimento de um dos alunos o 1 perodo era matemtica, mas como o professor estava em curso a professora de sociologia adiantou o horrio, pois conforme a tabela de horrios, a disciplina deveria ser dada no 5 perodo. Por causa disso, a professora estava atendendo 02 turmas simultaneamente. Na turma 300 ela colocou no quadro a seguinte atividade: Organizar 05 grupos, fazer a leitura do texto e destacar o que considerar relevante. Aps passar a atividade ela deixou a turma sozinha. A turma conversava tranquilamente. Alguns faziam a atividade proposta, outros falavam de futebol, mas em determinado momento da aula, um aluno ligou o celular e comeou a escutar msica. Os colegas no se importaram e seguiam fazendo seu trabalho. Era evidente o bom relacionamento da professora com a turma. No 2 perodo ela fez a chamada e logo aps a chamada, alguns alunos da turma sinalizaram que no haviam entendido a proposta da atividade. Perguntaram se o texto trabalhado era sobre:_ O que Sociologia? A professora explicou novamente e retomou a aula. Os alunos leram o texto em voz alta para toda a turma. Cada, um leu um pedao, enquanto isso, a professora colocava no quadro um comparativo entre Natureza x Cultura. O texto lido falava sobre linguagem, sexualidade, religio, hbitos alimentares e trabalho. Tambm foi colocado no quadro um paralelo entre a sociologia e fatos sociais. Tambm foram discutidos temas como Nao x Estada, bem como seus tipos de liderana. A professora fez uma retomada do contedo do 1 trimestre, citando Carl Max, Durkein e Weber. Um aluno perguntou como a professora conheceu o que era sociologia e a mesma respondeu que s foi conhecer a sociologia na universidade. Outra questo que levantou muitas opinies em tom de desaprovao a questo da sexualidade, fazendo referncia ao incesto (relao entre familiares). Em meio 45 explicao da professora, a turma foi chamada para fazer o lanche. O prato do dia era canjica. O momento da merenda foi de muita disperso, praticamente termina com a aula. Conforme a escola, a hora da merenda no pode ser durante o recreio, pois ele deve ser um tempo livre para os alunos, sem atividades induzidas. T(./-% 200 S0.,&% 2 Ano T(.)+% Manh S+4,+7+',- Havia muitos gritos e discusses sobre o futebol, pois na noite anterior houve um jogo de futebol importantssimo, por isso a turma estava agitada. A professora lanou um debate sobre poltica e futebol. A discusso se deu entre quem era a favor e quem era contra a Copa de 2014 no Brasil. Enquanto os alunos davam suas opinies sobre a copa, receberam a visita de 02 alunos promovendo a escolha de um nome para a biblioteca da escola, pois esta escolha fazia parte da semana de comemorao do aniversrio da escola. Retomando a discusso sobre a copa de 2014, o debate ficou bem interessante, pois enquanto um aluno se posicionava a favor em funo do legado que a copa vai deixar, mesmo que sejam s em pontos especficos, outros criticavam porque no geral, o povo continuar com problemas bsicos, tais como saneamento bsico, sade, etc. A professora comea ento a ler um texto sobre a democracia no Brasil, com o ttulo: "A dificuldade da democracia no Brasil. Enquanto a aula se desenvolvia, notei que vrios alunos no tiraram o material da mochila. Estavam somente com a mochila em cima da classe. A turma se mostrou muito interessada e bem atenta com a eleio para presidncia da repblica. Tinham conhecimento de quem eram os candidatos, suas as propostas de suas campanhas. Conforme os alunos falavam dos candidatos, a professora ia completando com informaes sobre suas trajetrias. Um dos 4" pontos altos da discusso foi quando foi abordada a posio da candidata Marina Silva a favor dos evanglicos, bem como seu conservadorismo. TURMA% 201 S0.,&% 2 Ano T(.)+% Noite S+4,+7+',- Bom como foi minha primeira observao de sociologia noite, fui apresentado a professora que acompanhei nas observaes noturnas. No incio da aula a professora censurava e exortava os alunos de forma desproporcional, pois o ambiente estava tranqilo. At que uma pequena discusso animosa comeou em classe. Os alunos reclamaram dela e disseram: "Depois que a senhora fez a cirurgia perdeu o humor!. A professora seguiu criticando a turma at que um aluno perguntou: A senhora est nos ameaando? A discusso continuou e o mesmo aluno disse que a professora havia mudado. Disse que antes ela dava aula e a turma participava e produzia, ao mesmo tempo era uma aula descontrada. Aps 15 minutos da professora passando um sermo na turma, ela retomou o contedo da aula. A professora escreveu um texto no quadro sobre ntroduo a Sociologia. Aps terminar o texto que escreveu no quadro, a professora props uma reflexo sobre um tema de Augusto Comte. Pensar na sociedade ideal tendo AMOR como principio, a ORDEM como base e o PROGRESSO como finalidade. Quem pr- determina o que ordem? O que progresso? No depende de qual viso se tenha? O que ordem e progresso para voc? Estas questes foram respondidas oralmente por dois alunos que falaram as seguintes frases: O aluno n 1 disse:_Ordem e progresso no significa nada para mim. O aluno de n 2 disse:_ Ordem e progresso para mim s na bandeira. Em determinado momento, a professora perguntou a um aluno novo se ele conseguiu aprender quando estava na turma da manh. Seguindo a conversa um aluno fez uma critica a professora de sociologia da parte da manh, dizendo a seguinte frase: "- Com ela no se aprende nada. Com ela no d. Os alunos voltaram 4% para a discusso sobre como a professora deve ensinar e tambm atrair os alunos para as aulas e contedos. A professora ficou muito incomodada e os alunos falaram para ela: "_ No adianta senhora perguntar o que uma boa aula, se a gente responde e a senhora fica brava. A professora travou uma batalha verbal com muita educao, mas inteno era ver quem tinha razo, dessa maneira a discusso tomou o rumo para o lado pessoal. T&.4&,.+ *,- T(./-% 301 S0.,&% 3 Ano T(.)+% Noite S+4,+7+',- Nesta noite a aula foi bem legal. A turma ficou em circulo, sentados dois a dois para fazerem SEMNRO TEMTCO com o tema "Comunidades reais e Virtuais. Os alunos j haviam feito uma pesquisa sobre o tema. A professora deu as orientaes de como se daria debate. Cada dupla leu suas consideraes a professora fez a avaliao e fez alguns comentrios para ajudar e fazer esclarecimentos. O debate ficou muito bom, mesmo saindo um pouco do foco, a turma comeou a falar sobre os perigos da internet bem como suas experincias. :(-.2+ *,- T(./-% 101 S0.,&% 1 ANO T(.)+% Noite S+4,+7+',- A aula desta data teve um de seus perodos antecipado por causa da ausncia da professora de artes, ento a professora atendeu 02 turmas ao mesmo tempo, no1 horrio e eu acompanhei a turma 101. A turma fez um 4& trabalho valendo nota com o tema: SOLAMENTO SOCAL. Os alunos deveriam escolher um exemplo de individuo ou grupo de indivduos que apresentasse caractersticas de solamento Social. Eles deveriam comentar sobre o mesmo, apontando solues para um melhor convvio e interao social. Depois deveriam responder a seguinte pergunta:_Para voc o que significa exlio? Se precisassem poderiam consultar um dicionrio, porm, deveriam contextualizar suas explicaes com a questo de isolamento social. Ela pediu tambm que os alunos escrevessem o que sabiam o que aconteceu no Brasil nos anos 70, durante a copa do mundo e explicasse o que significava o lema: "Brasil: AME-O OU DEXE-O. A turma poderia pesquisar sobre o assunto na biblioteca. Aps passar o trabalho ela fez a leitura do texto e explicou todos os objetivos propostos na atividade. De maneira verbal, ela deu dicas para a turma. Como era um trabalho avaliativo, a professora conduziu todas as poucas colocaes feitas pelos alunos, mas fazendo alguns questionamentos para incentivar a reflexo. No momento da explicao, a professora expressou-se muito atravs de gestos e se manteve em um canto da sala. A professora props a atividade no 1 perodo para a turma fazer e entregar no 4 perodo, pois eles tinham dois perodos naquela noite. A professora voltou no 4 perodo. Como a turma ficou sozinha fazendo o trabalho de sociologia, a maioria dos alunos no demonstrou interesse em fazer a atividade. Alguns alunos se mostraram entediados, outros desinteressados. O interessante que em meio esta baguna toda, uns 05 ou 06 alunos conseguiram se concentrar e acabaram o trabalho. Eles fizeram o trabalho entre gritos, cantorias, conversas e brincadeiras do tipo atirar bolinhas de papel no colega, a brincadeira gerou um conflito entre duas meninas, pois uma delas ficou bastante agressiva. A aula terminava as 21:45, mas a turma pressionou tanto a professora, que o mesmo acabou liberando-os alguns minutos antes. A maioria no fez nada que a professora solicitou. :(,)2+ *,- T(./-% 101 S0.,&% 1 Ano 49 T(.)+% Noite F,7+6+<,- Fui apresentado para a turma que tinha em torno de 25 alunos que me recebeu educadamente. A professora aparentava tranqilidade e serenidade, a turma parecia colaborar, pois a professora mantinha um bom domnio da turma, prova disso foi quando ela solicitou que um aluno tirasse o fone de ouvido e ele obedeceu. A professora fez uma retomada do assunto desde a ltima aula, a fim de introduzir o assunto a ser trabalhado. O texto era sobre filosofia grega, por isso a turma foi questionada sobre quais eram os quatros perodos da filosofia grega. Os alunos responderam corretamente e com voluntariedade. A turma respondia bem quando instigados a participarem da aula, pois quando o professor fazia uma pergunta, alguns respondiam e davam suas contribuies. Enquanto a aula se desenvolvia os alunos criticaram muito a existncia de matrias como matemtica e outras, pois para eles se tudo tinha comeado com o pensamento, ou seja, com a filosofia, no havia necessidade da, Filosofia abrir o pensamento para outras disciplinas. Os alunos intercalaram momentos de ateno com momentos de disperso, conversa e risos. A professora fez uma pequena brincadeira orientando os alunos a conversarem no prximo perodo. Notei que uma aluna desenhava em seu caderno e s vezes na classe, totalmente alheia ao comentrio que estava sendo ministrado. Usando sua caracterstica, que era usar muito os braos e as mos e gesticular, a professora falou sobre a importncia de Scrates na filosofia e para o mundo, pois conforme ela, Scrates levou os pensadores a se focarem no mais s na origem do mundo, mas tambm na importncia do homem, colocando o homem no centro de tudo. Durante a ministrao da aula, alunos de outras turmas batiam na porta de sala procurando colegas ou amigos. Aps o trmino da aula, duas alunas se mostraram muito interessadas pelo assunto fazendo vrios questionamentos para professora e ela atendia a todos com pacincia e solicitude. T(./-% T7A S0.,&% 1 ANO T(.)+% Noite 5 F,7+6+<,- A turma tinha 18 alunos, era pequena, mas um pouco agitada. Ao entrar a professora a fez um discurso sobre como se comportar disciplinadamente em classe. Ela reclamou dos alunos, dizendo que quem no quisesse aprender, nem viesse a aula. A aula foi iniciada com uma pergunta escrita no quadro: Onde aconteceu o inicio da filosofia? Depois colocou mais trs perguntas: Por quem? E o que trouxe de legado para ns? As respostas deveriam ser retiradas de um texto dado na aula anterior. Entre os alunos da turma, encontravam-se a dona raci, uma senhora j madura, que parecia compenetrada e interessada. Havia muita liberdade na aula, quando cheguei os alunos estavam comendo salgadinhos, um pacote grande que foi compartilhado com todos, inclusive comigo. Eu agradeci e disse que j havia lanchado, quando um rapaz perguntou se tinha provado o mingau da merenda. A aula continuava e a professora trazia esclarecimentos sobre o significado de algumas palavras, pois o texto base para buscar as respostas das perguntas, tinha palavras que alguns alunos no conheciam. Um aluno se mostrou muito curioso e simptico, me fez perguntas como: _Voc da Ulbra?_ Universidade a que tem TV?_Tu conhece o pessoal da POPROCK? Em determinado momento, a vice-diretora entrou na sala e informou que no haveria aula no dia posterior por causa do trnsito, pois muitos professores no conseguiriam chegar a tempo, em funo do jogo do nter e Chivas. Retomando a aula, a professora fez um reforo positivo quando uma aluna contribuiu com um comentrio sobre o ato de pensar. A professora estava explicando, quando um aluno argumentou e falou a palavra "refletimento, quando na verdade quis dizer "reflexo. A professora disse que a palavra refletimento no existia, corrigindo-o. Os colegas riram dele, quando a professora disse a classe, que todas as pessoas falavam palavras erradas, inclusive ela. Novamente o aluno curioso, perguntou que tipo de anotaes eu fazia. Eu expliquei a ele esclarecendo-o. Enquanto a professora escrevia um texto no quadro, os alunos copiavam atentamente e em silncio. T(./-% T7B 51 S0.,&% 1 Ano T(.)+% Noite F,7+6+<,- A turma se mostrava tranqila e bem vontade. A professora tambm estava espirituosa e sorridente, mostrava proximidade com a turma. Neste perodo a professora entrou em sala e logo se estabeleceu um debate. O tema do debate era "A Principal Funo da Filosofia Grega. A professora foi explicando e dando significados a temas como: Pensamento Racional, Rompimento com Mitos. Ela ia instigando os alunos a pensarem e refletirem atravs de questionamentos. Ela estabeleceu uma linha de raciocnio e escreveu no quadro os significados a seguir: Filsofos = pratica o ato de pensar; Atitudes filosficas = refletir, perguntar,indagar. Na sequncia colocou no quadro o que ela considerava as trs principais perguntas sobre Filosofia: O que ? Como ? Por que (h)? Aps uma reflexo em conjunto com os alunos, a professora propem o um exerccio filosfico. Ele contaria como ponto para a nota da disciplina. Ela escreveu no quadro: Utilizando as trs questes principais de um filosofo, responda sobre o assunto PENSAR. A turma pareceu um pouco envergonhada ao ter que ler suas respostas. Em alguns momentos, a professora usava palavras difceis, cujos alunos no sabiam o significado, por isso alguns arriscavam a perguntar, mas na maioria das vezes, os alunos se envergonhavam e no perguntavam os significados das palavras, mesmo assim mostravam e manifestavam no saber o que queria dizer determinada palavra. Todas as vezes que foi questionada a professora respondeu prontamente e contextualizando com a realidade dos alunos. T(./-% 201 S0.,&% 2 Ano T(.)+% Noite F,7+6+<,- 52 Era ltima turma da noite. A aula foi totalmente confusa. S conversa, no teve contedo. A professora comentou comigo que para ela, esta turma era pior sala da escola. Novamente ela me apresentou a turma, explicando os motivos da minha visita turma. Logo aps, ela comeou se desculpar por ter faltado na ltima aula, informando que seu pai e sua me estavam hospitalizados. S&=2+ *,- T(./-% T8 S0.,&% 2 ANO F,7+6+<,- A aula foi adianta por falta de professor. A professora de filosofia recolheu o texto de sociologia (pois ela leciona as duas disciplinas) e retomou o contedo da ltima aula sobre os perodos da filosofia. Ela escreveu no quadro os 3 periodos da filosofia que eram o Socrtico = homem centro, o Ps Socrtico = Plato / Aristteles e o Helenstico ou Greco-Romano. Logo aps a professora lanou o seguinte questionamento: "Qual a importncia de Scrates na filosofia? Uma aluna arriscou dizer que ele foi um divisor de guas e outro aluno disse: _rompeu com o mito! A professora pegou o gancho e seguiu explorando sobre a importncia de Scrates. A turma estava tranqila e atenta. Ento a professora, escreveu no quadro o seguinte texto: "Scrates e sua importncia na filosofia. Aps terminar o texto, ela fez a chamada, pois o periodo estava acabando. T(./-% 101 S0.,&% 1 Ano T(.)+% Noite F,7+6+<,- Nesta aula a discusso introdutria foi o bi-campeonato do nter da Libertadores. A professora aproveitou e bebeu um copo de chocolate que a mesma havia ganhado da turma anterior. Seguindo a aula a turma leu um texto que seria discutido aps a leitura. As questes no quadro so as mesmas j 53 colocadas na turma de tera-feira: _Onde se no incio da filosofia?_ Por quem? _O que trouxe de legado para ns? Enquanto os alunos copiavam vice-diretora da noite passou na turma para promover e divulgar as atividades de comemorao de 50 anos da escola. Os alunos tinham duas tarefas, uma era escolher um nome para a biblioteca e a outra era fazer uma msica comemorativa. Voltando para a aula, enquanto a professora escrevia um texto no quadro, um aluno perguntou para que serve isso (filosofia)? Ouvindo o questionamento, a professora respondeu prontamente e explicou a importncia da filosofia e o legado que nos deixou. Dentro de sua explicao, ela fez uma observao: "- Eu detesto dar aula depois do Ricardo (professor de Matemtica), porque ele queima todos os neurnios de vocs, como se a nica coisa importante resolver problemas de matemtica e fazer clculos. S02,/+ *,- T(./-% T7B S0.,&% 1 ANO T(.)+% Noite F,7+6+<,- A professora entrou cumprimentou os alunos e fez a correo do exerccio de Os alunos tinham que responder algumas questes, uma delas era: _O que pensar? Ela pediu para os alunos colocarem suas opinies e estabeleceu um debate. A discusso se desenvolvia quando o professor de artes entrou na sala e pediu licena para perguntar quem gostaria de participar de uma atividade extraclasse na quinta-feira. Aps os alunos se manifestarem a aula foi retomada. Voltando a aula, os alunos respondiam a pergunta em voz alta, mas a professora dizia que ainda faltava alguma informao, at que ela respondeu que pensar uma ao involuntria de todo ser humano. A segunda pergunta foi: _Como pensar? Os alunos comearam a responder novamente as mesmas coisas. Eles tinham um pouco de dificuldade de entender os questionamentos, mas demonstravam muito interesse. O problema que tinha um carro tocando msica, muito alto e isso atrapalhava o raciocnio dos alunos e por isso muitos ficaram dispersos. 54 T(./-: 101 S0.,&% 1 ANO T(.)+: Noite F,7+6+<,- Era dia de prova, a turma estava muito agitada. Um dos motivadores era que um carro tocava funk do lado de fora da escola. O som estava altssimo. A prova foi distribuda e logo aps a professora fez a leitura da prova. Na verdade, a prova era um trabalho que seria entregue na prxima aula. Para auxiliar na avaliao, a professora conferiu os cadernos de cada aluno para ver se eles estavam acompanhando as aulas e fazendo os exerccios trabalhados. Ela deu um visto nos cadernos de sociologia e filosofia. O,2->+ *,- T(./-% T7A S0.,&% 1 ANO T(.)+% Noite F,7+6+<,- Contedo da aula sobre pensar racionalmente e romper com os mitos. Enquanto a professora explicava, alguns alunos pediram para ir ao banheiro, mas conforme a professora s poderia sair um de cada vez. Dando continuidade na aula, a professora pergunta: _O que um filsofo? (aquele que pratica a filosofia pensar) _Qual a atitude de um filsofo? Ela tambm falou sobre atitudes filosficas: pensar, refletir, perguntar. Aps as explicaes, ela disse que a correo do exerccio seria feito no incio da prxima aula. Em um determinado momento, alguns alunos conversaram com o professor sobre problemas pessoais, por exemplo, um adolescente falou que a "esposa estava grvida, e assim a aula foi at o final T(./-% T8 55 S0.,&% 2 Ano T(.)+% Noite F,7+6+<,- A professora continuou um texto que havia escrito na ltima aula. O texto falava sobre o que significa parto de idias. Ele exercitou a classe e estimulou os seus alunos a dar luz a novas idias, e interrogando-os sem parar. O objetivo dela era igual o de Scrates e tambm da filosofia, que de maneira geral era fazer os alunos pensar. Aps trmino, a professora solicitou que uma aluna organizasse grupos entre os colegas. Ela ficou com a responsabilidade de entregar na prxima uma lista de quatro grupos de dez alunos cada, com seus integrantes. O segundo passo era que cada pessoa do grupo elaborasse uma pergunta filosfica. Os grupos fariam o trabalho em sala de aula e o professora acompanharia o desenvolvimento. A aula terminou com os alunos tentando descobrir o porqu da atividade, pois ningum havia entendido a proposta do trabalho. ANLISE DAS OBSERVA#ES REALIZADAS NO ENSINO MEDIO Na anlise observaes relatadas, quero refletir sobre a importncia do ensino da Sociologia e Filosofia para os alunos, bem como a obrigatoriedade de ensino nas instituies de ensino mdio, conforme regulamenta o inciso , do art.36, da LDB. Outro ponto que nos instiga analisar e refletir a questo da falta de disciplina que foi observada dentro de algumas salas de aula de ensino mdio, da escola. A Sociologia recentemente instituda como disciplina obrigatria no ensino mdio, tem o papel de refletir junto aos alunos sobre a realidade social mltipla e complexa, orientando-se pela perspectiva de que a escola no apenas um produto merc das foras do mercado e das mazelas sociais, mas se constitui sujeito histrico. (Bridi, 2009, pg.10) difcil ter que admitir que matrias to fundamentais para formao de um estudante, como a Sociologia e a Filosofia, passaram por um tempo de esquecimento. Ao mesmo tempo bom ver que as pessoas que pensam na educao, comeam ver estas disciplinas como base na vida de um sujeito. A 5" contribuio que a Sociologia d para o desenvolvimento da cincia social muito rica e imprescindvel. Um de seus papis ensinar a questionar e a transformar a realidade da vida dos alunos, bem como de toda a comunidade escolar. Dentre suas ofertas est a crtica social, que conseqncia de uma formao humanstica que ajuda os estudantes a construrem suas estruturas intelectuais. Todo o conhecimento adquirido com o ensino da Filosofia e da Sociologia, passa por uma reflexo sobre a realidade vivida pelos alunos, bem como a capacidade que cada educando tem de mudar a sua histria. As cincias humanas tm muito a colaborar com a formao de acadmica de um aluno, mas tambm muito importante na formao do carter dos educandos. Abordando a questo da cidadania, tranqilo afirmar que as cincias humanas tm muito a colaborar, principalmente a Sociologia e a filosofia. Discutir temas polticos, desigualdade social, amor a ptria, preconceitos e principalmente o exerccio de ser cidado ajuda no amadurecimento do aluno e o ensina a refletir sobre como contribuir para melhorar a realidade social vivenciada por cada um. A comunidade escolar em geral, incluindo as famlias dos alunos, no pode deixar de reconhecer o quanto a sociologia pode contribu na questo do entendimento de prticas sociais, preparao para o trabalho e para o exerccio da cidadania. Na construo dos contedos de Sociologia no ensino mdio, revela-se imprescindvel o trabalho do professor, no sentido de garantir ao aluno conceitos bsicos e centrais que possibilitem tanto a aquisio quanto a interpretao do conhecimento sociolgico, sob a perspectiva dialtica. (Bridi, 2009, pg. 12), A escola, bem como o professor, precisa reconhecer as disciplinas de Sociologia e Filosofia, no sentido de legitim-la dentro de si. Por isso h uma necessidade de que o professor entenda o seu papel, para que essa "legitimao interior se efetue. A dificuldade do professor em reconhecer o seu papel nestas disciplinas, passa pelo que relata a professora entrevistada na escola em que fiz a observao. Ela diz que para ela, a principal dificuldade apresentada a descrena de maioria dos alunos nas disciplinas de cincias humanas. Conforme ela, os alunos falam que as disciplina de Filosofia, Sociologia e Histria no so importantes, por isso no precisam ser estudadas a fundo, bem como tambm 5% no deveriam rodar os alunos. O trabalho do educador fundamental para mudar esta situao. O professor do ensino mdio precisa passar a credibilidade destas disciplinas para os educandos, pois s ele pode desempenhar a funo de enlace entre as cincias humanas e os alunos, porque segundo LDB, em seu artigo 36, estabelecido que: "(...) ao final do ensino mdio o educando demonstre (...) domnio dos conhecimentos de filosofia e sociologia necessrios ao exerccio da cidadania O professor est hoje sendo levado a parar e entender que no mais a nica fonte legtima de conhecimento para seu aluno. Talvez este seja mais hbil e mais rpido para ir nternet buscar um monte de informaes! Mas enquanto isso acontece fortalece-se o papel que o professor sempre teve de ajudar o aluno a dar sentido s informaes, avaliando, criticando, compreendendo, julgando a pertinncia e aplicando-as na vida prtica. (MELO, 1999) Por causa da evoluo dos meios de comunicaes, o professor submetido a uma intensa corrida pela atualizao de recursos didticos. O problema que nem todos os, professores assumem o desafio de sair em busca desta mudana. Segundo a professora entrevistada muito forte a questo do descaso apresentado pelo corpo discente no sentido de que a Filosofia e a Sociologia no reprovam, por isso no tem importncia. Tambm so matrias que devem ser ministradas apenas com aulas dialogadas. Quando os professores tentam mudar essas concepes, eles ouvem muitas reclamaes, porque segundo ela, muitos alunos no esto acostumados a pensar. No cabe aqui discutir quem so os responsveis por tais atitudes, o importante que a mudana tambm comece aos poucos em cada sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem. A mudana de atitude passa primeiramente pelo corpo docente da escola, mas para que isso acontea necessrio que a escola j tenha dentro de sua filosofia de ensino, a educao interdisciplinar, o aprendizado vinculado com a realidade da comunidade onde a escola est inserida. Todos estes temas precisam ser pensados e discutidos, previamente na construo do Projeto Poltico Pedaggico da escola, por toda a comunidade escolar, incluindo os pais, alunos e funcionrios da escola. 5& (...) tambm a resoluo n 3/98, em seu artigo 10, inciso i, pargrao !, "i# $ue %as propostas pe"ag&gicas "as escolas "e'ero assegurar tratamento inter"isciplinar e conte(tuali#a"o para (...) con)ecimentos "e ilosoia e sociologia necessrios ao e(erc*cio "a ci"a"ania+, por im, po"emos acrescentar, os -./s (0nsino 1"io, 'olume 2, na pgina 11) orientam $ue %o ob3eti'o oi airmar $ue con)ecimentos "essas (...) "isciplinas so in"ispens'eis 4 ormao bsica "o ci"a"o, se3a no $ue "i# respeito aos principais conceitos e mto"os com $ue operam, se3a no $ue "i# respeito a situa5es concretas "o coti"iano social. (6aran"7, !010) Lendo o Projeto Poltico Pedaggico da escola prof. Oscar Pereira, percebi a grande preocupao e o empenho da escola em integrar conselho de pais e mestres, grmio estudantil e corpo docente na elaborao do PPP. Em sua filosofia, a escola mostra com clareza a preocupao em ajudar o aluno a desenvolver em si um sujeito que saiba seus direitos e deveres. A escola se empenha em ensinar aos educandos a democracia do dilogo, justia e igualdade, visando integrao famlia, escola e sociedade, com a finalidade de desenvolver os alunos para o exerccio da cidadania, bem como prepar-lo para progredir no mercado de trabalho. A escola tambm tem por inteno garantir a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura o pensamento e arte do saber, trabalhar o ensino com base em uma educao libertadora para a formao de sujeitos crticos transformadores da realidade e formar sujeitos participativos e solidrios e tambm propiciar um espao de aprendizagem da cidadania, oportunizando ao indivduo conhecimentos fundamentados em valores humanistas. Gostaria de abordar outro aspecto que me chamou ateno em minhas observaes. A indisciplina dentro da sala de aula tem se tornado um grande inimigo da docncia, e a sua evoluo transforma-se em bulyng e violncia pura, como o foco desta abordar a somente a indisciplina, no aprofundaremos muito os outros temas. Vemos e lemos muitas notcias que sobre o comportamento negativo de alunos em inmeras escolas, por causa disso muitos professores tem desistido de lecionar. Segundo Parrat-Dayan (2008), a indisciplina escolar tem a ver com questes de moralidade, pois ela afirma: Os problemas de indisciplina na escola esto associados com problema de moral. 59 Na escola h barulho. Escutamos rudos de rgua, de cadernos e de lpis que caem, h vozes incessantes, alunos que se mexem em suas carteiras, que vo de um lado para outro, que se xingam, brigam. (...) aquele que discute em voz alta, aquele que mastiga coisas, aquele que grita, aquele que fica em p, aquele que gesticula. No h limites. ndisciplina. Na escola durante a aula, aumentam a incivilidade e a agressividade. ndisciplina. (Parrat-Dayan, 2008, pg. 1) Em uma das turmas que visitei a fez um trabalho proposto pela professora em meio a gritos, cantorias, conversas e brincadeiras do tipo atirar bolinhas de papel no colega. Esta brincadeira gerou um conflito entre duas meninas, pois uma delas ficou bastante agressiva a ponto de chutar uma classe e derrubar no cho o material de outra colega. No quero abordar a funda a questo da violncia, mas nessa anlise no podemos deixar de refletir sobre isso, pois a indisciplina um dos caminhos que leva a quebra de regras e a violncia. Quero ressaltar a baguna em que a aula estava e como dentro deste descontrole, pode estar escondida a agressividade. No tem como manter um controle sem dar limites, e esta funo cabe ao professor. Ele tem que estar preparado para conviver com alunos indisciplinados para que tenha sucesso na sua trajetria de docncia, pois o seu fracasso pode contribuir para potencializao da marginalidade na vida de muitos educandos que quebram regras em funo de problemas familiares. As situaes de conflitos vivenciadas em sala de aula so crises que segundo a Parrat-Dayan (2008), so reflexo de crises que j existem na vida do estudante: "Quando a sociedade est em crise, a famlia est em crise e a escola tambm. Os sentimentos familiares, quando submetidos a uma situao de crise, tendem a se manifestar de um modo solidrio, deixando de lado as regras e a questo do dever, mas na escola as regras so necessrias e atuam como uma ferramenta de educao moral, por isso a disciplina necessria, bem como as penalidades escolares para que sancionem a indisciplina. " PRO!ETO EDUCATIVO Ttulo: Em busca de uma oportunidade de Trabalho. Carga Horria: 20 horas; Pblico alvo: Alunos da rede Pblica de Ensino; Local: Escola Estadual Ensino Mdio Professor Oscar Pereira. !USTIFICATIVA Atualmente as empresas buscam no mercado de trabalho, bons profissionais com caractersticas pouco encontradas nos adolescentes "1 observados. preciso discutir com estes alunos sobre busca do sucesso profissional, pessoal e familiar. Este trabalho foi elaborado a partir das observaes realizadas na escola de ensino mdio, onde percebemos a necessidade montar um projeto, para refletir com os jovens sobre o mercado de trabalho, e como se inserir dentro deste. Ele tambm visa oferecer a oportunidade dos alunos analisarem e suas perspectivas na busca de uma vaga no mercado profissional. OB!ETIVO GERAL Analisar as perspectivas do mercado de trabalho com vistas preparao para busca de uma vaga profissional, bem como discutir sobre as maneiras de vestir-se e portar-se durante uma entrevista de emprego, elaborando de maneira adequada um currculo. OB!ETIVOS ESPEC?FICOS Fazer uma reflexo sobre a diferena entre emprego e trabalho, bem como conceituar a relao empregador-empregado; Aprender a fazer um currculo da maneira mais assertiva; a fim de potencializar suas experincias profissionais positivamente, bem como suas capacitaes; Trabalhar aspectos da comunicao verbal e no verbal, para que sejam aliados no momento de procurar um emprego, bem como discutir as formas mais adequadas de vestir-se para uma entrevista "2 de emprego e tambm exercitar o trabalho em equipe e aspectos fundamentais nas relaes interpessoais no trabalho; Refletir sobre a realidade do mercado de trabalho bem como as dificuldades encontradas para nele se inserir; Avaliar a importncia dos aspectos abordados e sua contribuio no desenvolvimento e aprendizado dos alunos; "3 FUNDAMENTAO TERICA Atentando para a situao econmica do pas, e fcil ver que, embora haja um leve crescimento, grande parte do povo brasileiro ainda sofre com a pobreza e a falta de recursos financeiros. Temos que ter nosso olhar carinhosamente voltado para o futuro do Brasil. Eu me refiro, a juventude brasileira, pois angustiante ver como nossos adolescentes saem de casa, e muitas vezes deixam de estudar para buscar um trabalho que lhes de remunerao mnima, para ajudar a famlia financeiramente. Conforme Albuquerque (2003), muitas pessoas, principalmente os jovens so frutos de famlias fragilizadas e que tem vivido um processo de precarizao social: So jovens que vivenciam a condio concreta de serem componentes de famlias socialmente fragilizadas. So pobres, tm dificuldades de acesso educao, sade e s outras coisas que compem o mnimo de cidadania. Muitas pessoas j foram beneficiadas por uma condio salarial privilegiadas, mas hoje tem seu dinheiro desvalorizado por uma economia que no favorece o trabalhador. Albuquerque (2003) informa que: O Brasil atualmente conta com dois recursos de proteo ao trabalho do jovem: O primeiro a prpria Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). O segundo o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA). Os jovens esto no olho desta mudana, pois embora muitas leis brasileiras lhes dem direito a educao para o preparo profissional, eles acabam abrindo mo desta preparao, por causa de uma necessidade desesperadora de sobrevivncia. Com certeza, essa "queima de etapas, vai provocar conseqncias nas vidas desta juventude, prejudicando sua formao, como sujeito cidado, bem o aproveitamento dos direitos de sade e educao. Outro fator relevante a necessidade de trabalhar para ajudar em casa; a pesquisa relata que 30% dos estudantes da 4 srie trabalham, 48% dos alunos da 8 srie e o mesmo percentual no 3 ano do ensino mdio. Dos alunos do ensino mdio, 76% estudam noite, agravando as dificuldades do aprendizado. (Albuquerque, 2003) A migrao precoce da escola para o mercado de trabalho inevitvel. A comunidade escolar tem visto seus alunos serem prejudicados no processo de ensino-aprendizagem, por isso preciso que haja uma contribuio da mesma no sentido de diminuir os prejuzos causados aos educandos. As notas baixas, evaso escolar, so frutos por muitos educandos que, so obrigados a dar "4 prioridade para o trabalho deixando a educao para outro momento de suas vidas. A escola tem que unir-se ao aluno nesta luta para que os adolescentes sofram menos e se tornem mais competitivos na hora de procurar o primeiro emprego. Pochmann (2000) informa que quanto mais preparados para o primeiro emprego, e melhores sejam suas condies de acesso ao mercado de trabalho, o jovem ter uma evoluo profissional mais positiva: "O ingresso precrio e antecipado do jovem no mundo do trabalho pode marcar desfavoravelmente o seu desempenho profissional (Pochmann, 2000, p. 9). As instituies escolares precisam agir para ajudar estes novos trabalhadores. Sem o devido preparo, as agruras na hora de se colocar no mercado de trabalho sero muito maiores. necessrio ter capacitao e bom currculo, mas isso no significa que empregabilidade para o jovem. A prpria realidade do mercado de trabalho nos mostra que no basta dispor de um timo preparo ou de uma vasta experincia para alcanar a realizao profissional, como tambm, que no suficiente possuir um ou vrios ttulos universitrios para assegurar um bom emprego. (Villamarin, 2000, pg 15) Os jovens precisam estar preparados, no s para conseguir um emprego, mas para ter sucesso na vida como um todo. Discutir sobre a maneira mais adequada de se vestir, de como se portar, como falar educadamente no servir s para o momento em que os alunos forem fazer uma entrevista de emprego. So aprendizados que podero aplicar diariamente. Alertar os alunos de como a difcil realidade do mercado de trabalho, que muitos jovens e adolescentes almejam uma vaga no mundo profissional dizer para eles que, embora no seja fcil, eles podem ser competitivos sempre que colocarem em prtica toda a carga de conhecimento que eles tem construdo. Villamarn (2003), j afirma que: " atravs do estudo e do trabalho que escolhemos o que queremos ser, que tipo de pessoa desejamos nos tornar, que objetivos desejamos alcanar... Bock (2002) entende que a dificuldade de muitos jovens para entrada no mercado de trabalho, mesmo com cursos alm da graduao como ngls e nformtica decorre da escassez de emprego e uma demanda muito grande de jovens que preenchem os requisitos da empresas, assim as exigncias so cada vez maiores. (Yamanaka, 2002) Alm da falta de preparo na hora de uma entrevista de emprego, o jovem tambm encontrar uma situao desfavorvel no quesito oportunidades de trabalho. Dependendo da rea de atuao em que os alunos vo se inserir, "5 encontraram uma enorme exigncia. As poucas vagas oferecidas para os novos trabalhadores fazem com eles que disputem cada etapa de um processo seletivo com um grande nmero de concorrentes. Contribuir para que os novos alunos tenham um bom nvel de conhecimento, se torna uma obrigao da escola, da famlia e da sociedade. Ajudar o aluno a se tornar um sujeito competitivo, o mostrar o caminho para o sucesso e realizao profissional. Perceptvel que a falta de emprego, faz com que o mercado de trabalho, muitas vezes exija experincia profissional, coisa que muitos jovens e adolescentes no tm. Discutir a como a superar esse entrave, que passa a ser uma das primeiras barreiras que os alunos tm que derrubarem, tem suma importncia neste trabalho, a fim de que os mesmos no venham a se desmotivar do sonho de terem suas carteiras de trabalho assinadas por uma boa empresa, passando estes a migrar para economia informal. Ao mesmo tempo os jovens pobres se vem obrigados a se dividirem entre o tempo do trabalho e o tempo das atividades culturais, dificultando o investimento no prprio aprimoramento cultural. Vivenciam um dilema: esto motivados com a produo cultural, sonham em poder dedicar-se integralmente a tais atividades, mas no cotidiano precisam investir boa parte do seu tempo em empregos ou bicos que garantam a sua sobrevivncia, e mesmo assim quando os tm. (Dayrell, XXXX) Necessitamos diariamente a incentivar a juventude a no desistir de seus sonhos profissionais. A economia informal pode criar um campo frtil para distores do conceito da mesma. Os jovens podem se atrados por estratgias usadas por pessoas que o corrompem, causando seqelas no carter de cada menino e menina da juventude brasileira, potencializando desvios de conduta, e por muitas vezes conduzindo-os para o caminho da criminalidade, negando-lhes o direito de ser um indivduo digno e honesto, destruindo na juventude a identidade de cidado brasileiro, no lhes permitindo exercer a cidadania como tem que ser. "" PROCEDIMENTO O desenvolvimento deste projeto se dar da seguinte maneira: Sero 5 encontros de 4 horas cada, sendo que cada encontro ter um intervalo de 15 min. para integrao entre os participantes. Ele ser desenvolvido com os alunos do 1, 2 e 3 anos do ensino mdio. A metodologia de ensino ser composta por palestra de visitante, dinmicas de grupo, teatro, debates, filmes e textos com referenciais tericos. Os recursos utilizados para este projeto sero: televiso, data-show, computadores, aparelho de DVD, filmes, textos, papel e caneta. "% CRONOGRAMA DATA OB!ETIVOS ATIVIDADES RECURSOS 1 ENCONTRO Fazer integrao dos participantes, Refletir sobre a diferena entre emprego e trabalho, bem como conceituar a relao empregador- empregado; 11 /+/&)2+% Dinmica de integrao dos alunos; Apresentao do projeto atravs de slides e fazer conhecida a diferena entre emprego e trabalho e refletir sobre a importncia do trabalho na vida de um indivduo, debate; I)2&.>-7+% 15min 21 /+/&)2+% Exibio de filme ( definir) e debate sobre os principais aspectos percebidos pelos alunos. Orientador, Sala, Computador, TV e Filme. 2 ENCONTRO Aprender a fazer um currculo da maneira mais assertiva; a fim de potencializar positivamente suas experincias profissionais, bem como suas capacitaes; 11 /+/&)2+% Mostrar exemplos de currculos, organizar grupos e colocar os alunos no papel de selecionador para seleo de um currculo, Discutir a justificativa de cada escolha, aula de como elaborar um currculo; I)2&.>-7+: 15min 21 /+/&)2+% Organizar documentao e fazer currculo. Orientador, sala, computadores, papel e caneta. 3 ENCONTRO Trabalhar aspectos da comunicao verbal e no verbal, para que sejam aliados no momento de procurar um emprego, bem como discutir as formas mais adequadas de vestir-se para uma entrevista de emprego. Tambm exercitar o trabalho em equipe e aspectos fundamentais nas relaes interpessoais no trabalho; . 11 /+/&)2+% Apresentar power point, Exibir de vdeos sobre comunicao verbal e organizar equipes para dinmica de grupo. I)2&.>-7+% 15min. 21 /+/&)2+% Cada equipe vai vestir um integrante com as roupas que acham mais adequadas para entrevista de emprego. Organizar um teatro com as equipes simulando uma entrevista, Logo aps, propor um debate sobre as escolhas. Sala, com mesas e cadeiras Orientador, Computador, data- show, roupas masculinas e femininas. 11 /+/&)2+% Sala, computador, "& 4 ENCONTRO Refletir sobre a realidade do mercado de trabalho bem como as dificuldades encontradas para nele se inserir. Apresentao do palestrante e incio da palestra com um profissional de rea de RH, Gesto de Pessoas, que abordar o assunto Realidade do Mercado de trabalho e o tipo de profissional que as empresas procuram. I)2&.>-7+% 15min 21 /+/&)2+: Abri para perguntas, fazer dinmica de avaliao (a definir). data-show, e outros materiais para dinmica (ainda no definida) 5 ENCONTRO Avaliar a importncia dos aspectos abordados e sua contribuio no desenvolvimento e aprendizado dos alunos; 11 /+/&)2+: Exibio de filme (a definir) e debate sobre os temas abordados no mesmo. I)2&.>-7+: 15min 21 /+/&)2+: Os participantes se reuniro novamente em grupo para fazer uma avaliao sobre os temas abordados durante o projeto, e elaborar cartazes com dicas do que foi aprendido. Tambm fazer auto-avaliao do aprendizado a fim que os mesmos identifiquem o nvel de conhecimento agregado. Logo aps encerramento do projeto com discurso final. Orientador, sala, computador, TV e filme, cartolina, papel, caneta. DIVULGAO A divulgao ser feita atravs de cartazes elaborados pelos participantes do projeto, com dicas para quem est procurando emprego, ou estgio. Eles sero colocados nos murais da escola e nas salas de aula das turmas de 1, 2 e 3 ano do ensino mdio.
AVALIAO A avaliao ser atravs de um trabalho em grupo colocando todos os aspectos abordados durante o projeto destacando, qual a importncia deste na formao do cidado profissional. "9 REFER$NCIAS% Villamarin, Roberto J.G. Da escolha profisional ao emprego: como descobrir sua verdadeira vocao, tornar-se competitivo e conquistar espao num mercado de trabalho globalizado, AGE, Porto Alegre, 2000. Albuquerque,Miriam de Sousa Leo. A NSERO DO JOVEM NO MERCADO FORMAL DE TRABALHO, Campinas, agosto de 2003. Disponvel em: http://www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/1071/1/tese.pdf Acessado em 04/12/2010. _Dayrell, Juarez. Jovens no Brasil: difceis travessias de fim de sculo e promessas de um outro mundo. Disponvel em: http://www.uff.br/obsjovem/mambo/images/stories/Documentos/JOVENS_BRASL _MEXCO.pdf. Acessado em 04/12/2010 _Yamanaka, Karina Yukari. JUVENTUDE, TRABALHO E A CONSTRUO DA EDUCAO NA FORMAO DE JOVENS NSERDOS NO ENSNO MDO. Disponvel em: http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/arquivos/KARNA %20artigo%20TRABALHO%20JUVENTUDE%20-%20GT%2002.pdf. Acessado em 04/12/2010. % ANLISE GERAL COM EMBASAMENTO TERICO Nos dias em que tive a oportunidade de vivenciar o cotidiano das escolas j apresentadas, neste relatrio, identifiquei um aspecto que me chamou muito a ateno, que a questo da indisciplina. Embora no tenha desenvolvido este tema com mais afinco dentro de minhas anlises, considero importante retom-lo, mesmo que de maneira mais ampla. As duas escolas, em que convivi com a comunidade escolar, me mostraram realidades diferentes. Na escola Crist da Brasa me intrigou como os alunos faziam as tarefas com ordem e decncia, j a escola prof. Oscar Pereira, se mostrou uma instituio refm de alunos calejados pelas mazelas e agruras da vida, por causa disso, o controle, a ordem e a disciplina se mostrou precrio. A escola crist da Brasa tem em sua base, a filosofia de ser uma escola de princpios bblicos, Vinculado a esta metodologia de ensino, tema que no aprofundarei, a filosofia de cunho religioso e moral, auxilia na ora de trabalhar o comportamento dos alunos. Diferente da primeira escola a escola prof. Oscar Pereira, recebe alunos da comunidade local, que tem seus problemas sociais como: drogas, desemprego, violncia domstica e outros males que assolam comunidades carentes. Os alunos no tm como se apartar da realidade que vivenciam diariamente. Segundo Freire (1996, 86), no momento em que os alunos chegam para estudar, a escola no deve desconsiderar a vida dos alunos, nem a bagagem que trazem, pois: No possvel respeito aos educandos, sua dignidade, a seu ser formando-se sua identidade fazendo-se, se no se levam em considerao as condies em que eles vm existindo, se no se reconhece a importncia dos "conhecimentos de experincia feitos com que chegam escola. ( Freire, 1996. p. 71) Quando entram para sala de aula, os alunos muitas vezes trazem consigo, uma carga muito pesada, que os atrapalham em seu desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, e tambm influenciam na postura disciplinar. Segundo Santos e Nunes (2010), h de se ressaltar que muitas vezes, os desvios de conduta, na sala de aula, transforma o aprendizado do aluno uma caricatura do que deveria ser, causando dificuldades cognitivas, dficti de %1 ateno e outros barreiras que impedem o desenvolvimento educacional dos alunos. neste momento que entra o papel do professor, bem como sua atuao em classe. A indisciplina na escola pode ter relao com o fraco rendimento escolar dos alunos. O seu insucesso pode lev-los a investir pouco nas tarefas escolares e a desinteressarem-se pela escola, desencadeando,eventualmente, emoes negativas, traduzidas em comportamentos inadequados. O jovem que no se desenvolveu normalmente manifesta (na escola ou fora dela comportamentos inadequados, que so muitas vezes julgados como sendo comportamentos indisciplinados. !sso indica, ento, a correlao entre indisciplina e moralidade. ("antos e #unes, $%&% Segundo Santos e Nunes, (2010): "Em suma, o ofcio docente exige a negociao constante, quer com relao definio de objetivos e s estratgias de ensino e de avaliao, quer com relao disciplina, pois esta, se imposta autoritariamente, jamais ser aceita pelos alunos. O professor precisa estar atento e preparado para agir dentro da sala aula. A compreenso de seu papel fundamental, para o sucesso do aprendizado do aluno, mesmo que este esteja em momentos de crises disciplinares. Embora seja uma pea chave no contato no relacionamento escola-aluno, ele no pode assumir toda responsabilidade. A outra parte da instituio escolar precisar atuar como apoio presente, para respaldar as aes do professor em sala de aula. A direo da escola precisa ser parceira ativa na atuao constante de apoio aos professores em todos os espaos escolares, mesmo tendo que manter uma relao informal com os educadores e com os educandos. Ela precisa buscar estratgias e implementar inovaes educacionais que capacitem professores e alunos para conviverem amigavelmente. Alm disso importante pensar em atividades extracurriculares que valorizem o papel da escola diante de seus alunos, professores e de toda comunidade escolar. %2 CONSIDERA#ES FINAIS Ao inicio deste estgio tive muitas dificuldades, por isso tive medo de no conseguir finalizar o relatrio, mas enfim consegui a concluso deste material. Estou certo que a experincia vivida dentro das escolas que visitei, foi de grande valia e de riqussimo aprendizado. Minhas visitas as instituies de ensino me mostraram muitas coisas positivas, mas como vivemos em um mundo real, presenciei muitos problemas, que precisam de soluo. O que mais me surpreendeu, foi como as metodologias de ensino esto sendo aplicadas como caricaturas. Tambm me chocou a quantidade de professores desanimados, sem fora para levar o ensino adiante. No os critico por causa deste estado de desanima, porque realmente no fcil ser professor. Aprendi que para ser educador, no basta estar comprometido com a educao, tem que envolvido com ela. %3 REFER$NCIAS% Barbosa, Maria Carmen Silveira, Por amor e por fora: rotinas na educao infantil, p. 202. Porto Alegre. Ed.Artimed. 2006. LBNEO, J. C.; OLVERA, J.F de;TOSCH. Educao escolar: poltica, estrutura e organizao. 2. Ed. So Paulo: Cortez, 2005. LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. 9.394/1996. Promulgada em 20/12/1996. Editora do Brasil S/A. Gonalves, Renata. A rotina na educao infantil. Disponvel em: http://www.monografias.brasilescola.com/pedagogia/a-rotina-na-educacao- infantil.htm. 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