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O ELITE RESOLVE UFSCAR 2008 DIA 1 LNGUAS
1
PORTUGUS - TESTES
Texto
INSTRUO: Leia o texto a seguir para responder s questes de
nmeros 01 a 05.
Sob a tica do senso comum, conhecimento tem a ver com
familiaridade. O conhecido, diz a linguagem comum, o familiar. Se
voc est acostumado com alguma coisa, se voc lida e se relaciona
habitualmente com ela, ento voc pode dizer que a conhece. O
desconhecido, por oposio, o estranho. O grau de conhecimento,
nessa perspectiva, funo do grau de familiaridade: quanto mais
familiar, mais conhecido. Da a frmula: eu sei = estou familiarizado
com isso como algo certo. Mas se o objeto revela alguma
anormalidade, se ele ganha um aspecto distinto ou se comporta de
modo diferente daquele a que estou habituado, perco a segurana que
tinha e percebo que no o conhecia to bem quanto imaginava. Urge
dom-lo, reapaziguar a imaginao. Ao reajustar minha expectativa e
ao familiarizar-me com o novo aspecto ou o novo comportamento,
recupero a sensao de conhec-lo.
Sob a tica da abordagem cientfica, contudo, a familiaridade
no s falha como critrio de conhecimento como ela inimiga do
esforo de conhecer. A sensao subjetiva de conhecimento
associada familiaridade ilusria e inibidora da curiosidade
interrogante de onde brota o saber. O familiar no tem o dom de se
tornar conhecido s porque estamos habituados a ele. Aquilo a que
estamos acostumados, ao contrrio, revela-se com freqncia o mais
difcil de conhecer verdadeiramente.
(Eduardo Giannetti, Auto-engano, p. 72.)
QUESTO 01
Segundo o autor do texto,
a) quanto mais familiar o que estudamos, mais fcil conhec-lo.
b) a imaginao importante para entender o que conhecemos.
c) aquilo que habitual leva ao verdadeiro conhecimento.
d) em cincia, deve-se desconfiar daquilo que familiar.
e) no h reciprocidade entre conhecimento e a sensao de paz.
Resoluo Alternativa D
a) Incorreta. Segundo a perspectiva cientfica, o contrrio: a
familiaridade falha como critrio de conhecimento.
b) Incorreta. O texto traz a imaginao, segundo o senso comum,
como conseqncia do conhecimento, no como causa: Urge dom-
lo, reapaziguar a imaginao.
c) Incorreta. Segundo a tica cientfica, o habitual o mais difcil de
conhecer verdadeiramente: Aquilo a que estamos acostumados, ao
contrrio, revela-se com freqncia o mais difcil de conhecer
verdadeiramente.
d) Correta. O autor do texto traz, no segundo pargrafo, a viso da
cincia sobre conhecimento, segundo a qual a familiaridade falha
como critrio de conhecimento.
e) Incorreta. Segundo o senso comum, conhecer o objeto traz
segurana qual est associada a sensao de paz, pois, pelo texto,
se o objeto revela alguma anormalidade, se ele ganha um aspecto
distinto ou se comporta de modo diferente daquele a que estou
habituado, perco a segurana que tinha e percebo que no o conhecia
to bem quanto imaginava.
QUESTO 02
Segundo Giannetti, o senso comum
a) deve ser levado em conta em situaes familiares.
b) o inverso daquilo que familiar e no-cientfico.
c) define que algo certo, em termos de cincia.
d) prejudicial tica da abordagem cientfica.
e) tem a funo de domar e inverter a realidade.
Resoluo Alternativa D
a) Incorreta. O familiar a que o texto se refere no diz respeito s
relaes de parentesco (famlia), mas sim ao hbito ou costume de
lidar com determinado objeto.
b) Incorreta. De acordo com o autor, o senso comum um nvel de
conhecimento da realidade oposto cincia, ou seja, no-cientfico.
c) Incorreta. Como o senso comum um nvel de conhecimento da
realidade oposto cincia, ele no consegue definir se algo est certo
ou errado em termos cientficos.
d) Correta. A partir do texto pode-se afirmar que o senso comum
prejudicial tica da abordagem cientfica porque o primeiro traz o
conhecimento em sua estreita relao com a familiaridade. A cincia,
ao contrrio, prega que a familiaridade falha como critrio de
conhecimento.
e) Incorreta. O senso comum no doma e inverte a realidade, mas
busca, pela familiaridade, domar objetos de conhecimento da
realidade.
QUESTO 03
Assinale a alternativa em que h palavras que apresentam o mesmo
processo de derivao das palavras destacadas no trecho a seguir: . .
. conhecimento tem a ver com familiaridade.
a) fatal ficarmos tristes diante daquilo que efmero.
b) Uma bela face humana vai um dia ficar velha e menos bela.
c) Mas a transitoriedade lhe empresta renovado encantamento.
d) Uma flor que dura apenas uma noite no parece menos bela.
e) Uma bela obra de arte no tem limitao de tempo ou espao.
Resoluo Alternativa C
As palavras conhecimento e familiaridade sofreram processo de
formao por sufixao: acrescentou-se um sufixo a cada uma delas
(os sufixos mento e dade, respectivamente).
Observando cada uma das alternativas, temos que as alternativas (a),
(b) e (d) esto incorretas porque s apresentam palavras primitivas,
enquanto a alternativa (e) est incorreta porque s apresenta uma
palavra o substantivo limitao (verbo limitar + sufixo o) que
sofreu o processo de sufixao. A alternativa (c) est correta, uma
vez que as palavras transitoriedade (adjetivo transitrio + sufixo dade)
e encantamento (verbo encantar + sufixo mento) sofrem processo de
sufixao.
NOTA: embora talvez no fique to evidente para o candidato, a
escolha da ltima frase foi infeliz (alternativa e), uma vez que essa
apresenta uma palavra formada a partir do processo de sufixao.
Isso ocorre porque a resposta correta deveria exibir uma palavra
formada pelo mesmo processo de conhecimento e outra formada pelo
mesmo processo de familiaridade, de modo que a resposta correta
deveria conter, no mnimo, duas palavras derivadas (uma para cada
processo). Como cabe ao candidato determinar qual processo gerou
cada uma das palavras, e estas foram geradas por um mesmo
processo, segue-se ento que o candidato poderia, inadvertidamente,
assinalar a alternativa E.
QUESTO 04
Assinale a alternativa em que h uso do sentido no-literal das
palavras.
a) Ao reajustar minha expectativa. . .
b) A sensao subjetiva de conhecimento. . .
c) Aquilo a que estamos acostumados. . .
d) O grau de conhecimento, nessa perspectiva. . .
e) Urge dom-lo, reapaziguar a imaginao.
Resoluo Alternativa E
Observe que as alternativas (a), (b), (c) e (d) esto incorretas. Para
tanto, note que o sentido de cada uma das frases, pelo contexto,
literal, ou seja, cada palavra est sendo utilizada em seu sentido real:
a) Ao reajustar minha expectativa e ao familiarizar-me com o novo
aspecto ou o novo comportamento, recupero a sensao de conhec-
lo.
b) A sensao subjetiva de conhecimento associada familiaridade
ilusria e inibidora da curiosidade interrogante de onde brota o saber.
c) O familiar no tem o dom de se tornar conhecido s porque
estamos habituados a ele. Aquilo a que estamos acostumados, ao
contrrio, revela-se com freqncia o mais difcil de conhecer
verdadeiramente.
d) O grau de conhecimento, nessa perspectiva, funo do grau de
familiaridade.
Analisando a alternativa (e) de acordo com o contexto, temos que ela
no-literal: ... se o objeto revela alguma anormalidade ... perco a
segurana que tinha ... Urge dom-lo .... Aqui, deve-se domar o
objeto, o qual no algo concreto para que seja domado. H, ento,
uso de sentido metafrico, no-literal.
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QUESTO 05
Assinale a alternativa que mantm o sentido e a construo sinttica
do trecho: se ele ganha um aspecto distinto, perco a segurana que
tinha.
a) Embora ele ganhe um aspecto distinto, perco a segurana que
tinha.
b) Mas ele ganha um aspecto distinto, a perco a segurana que tinha.
c) Ele ganha, contudo, um aspecto distinto, e perco a segurana que
tinha.
d) medida que ele ganha um aspecto distinto, perco a segurana
que tinha.
e) Uma vez que ele ganhe um aspecto distinto, perco a segurana que
tinha.
Resoluo Alternativa E
O trecho em questo traz uma Orao Principal (Perco a segurana
que tinha) e uma Orao Subordinada Adverbial Condicional (Se ele
ganha um aspecto distinto). Ento:
a) Incorreto. Embora ele ganhe um aspecto distinto (Orao
Subordinada Adverbial Concessiva), perco a segurana que tinha
(Orao Principal).
b) Incorreto. Mas ele ganha um aspecto distinto (Orao Coordenada
Sindtica Adversativa), a perco a segurana que tinha (Orao
Subordinada Adverbial Conclusiva).
c) Incorreto. Ele ganha, contudo, um aspecto distinto (Orao
Coordenada Sindtica Adversativa), e perco a segurana que tinha
(Orao Coordenada Sindtica Aditiva).
d) Incorreto. medida que ele ganha um aspecto distinto (Orao
Subordinada Adverbial Proporcional), perco a segurana que tinha
(Orao Principal).
e) Correto. Uma vez que ele ganhe um aspecto distinto (Orao
Subordinada Adverbial Condicional), perco a segurana que tinha
(Orao Principal).
Texto
INSTRUO: Leia o texto a seguir para responder s questes de
nmeros 06 a 10.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um
chal. Na ponta do chal brilhava um grande ovo de loua azul. Nesse
ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias lmpidos,
quando o cu ficava da mesma cor do ovo de loua, o pombo parecia
pousado no ar. Eu era criana, achava essa iluso maravilhosa, e
sentia-me completamente feliz.
Houve um tempo em que minha janela dava para um canal.
No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde
iam aquelas flores? quem as comprava? em que jarra, em que sala,
diante de quem brilhariam, na sua breve existncia? e que mos as
tinham criado? e que pessoas iam sorrir de alegria ao receb-las? Eu
no era mais criana, porm minha alma ficava completamente feliz. [.
. .]
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que
esto diante de cada janela, uns dizem que essas coisas no existem
diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que preciso
aprender a olhar, para poder v-las assim.
(Ceclia Meireles, A arte de ser feliz. Em Escolha seu sonho, p. 24.)
QUESTO 06
A alternativa que sintetiza mais adequadamente o contedo do texto
de Ceclia Meireles :
a) Quase sempre, gua mole em pedra dura tanto bate at que fura.
b) Os olhos somente vem aquilo para que nossa mente est
preparada.
c) Ceda tentao; pode ser que ela no se apresente novamente.
d) Aquilo que os nossos olhos no vem o nosso corao no sente.
e) Quem inteligente no se aborrece em nenhuma circunstncia.
Resoluo Alternativa B
a) Incorreta: o ditado gua mole em pedra dura tanto bate at que
fura se refere persistncia, afirmando que ela faz com que
pequenas aes perenes atinjam resultados desproporcionalmente
grandes em um longo prazo. Em nenhum momento h essa idia no
texto de Clarice, j que nenhuma de suas sensaes foi fruto de
persistncia.
b) Correta: na parbola de Clarice Lispector, a concluso
justamente a de que preciso aprender a olhar, para poder v-las [as
coisas] assim. Esse o significado da expresso Os olhos somente
vem aquilo para que nossa mente est preparada. Ou seja, o
significado das coisas vistas no est nelas, mas sim na mente de
quem observa. uma afirmao da subjetividade sobre a objetividade,
presena recorrente na obra de Clarice.
c) Incorreta: no h, no texto, a idia de uma oportunidade perdida,
que o significado da expresso ceda tentao; pode ser que ela
no se apresente novamente; na verdade, afirma-se, no final do texto,
a necessidade de amadurecer o olhar para passar a ver as coisas de
modo diferente. Portanto, a tendncia que as vises que alegram
apaream com maior e no menor freqncia com a passagem do
tempo.
d) Incorreta: a expresso aquilo que os nossos olhos no vem o
nosso corao no sente preconiza a subordinao da subjetividade
objetividade, afirmando que mais importante enxergar o objeto do
que interpret-lo. Isso exatamente o oposto do que se diz no texto
de Clarice, cuja melhor sntese seria o que o nosso corao no
sente os nossos olhos no vem.
e) Incorreta: no h indicao no texto de que a inteligncia livra as
pessoas do aborrecimento. O que ele afirma que as pessoas que
aprendem a olhar (o que no necessariamente representa
inteligncia, mas sim sensibilidade) conseguem enxergar pequenas
felicidades onde outras pessoas no vem nada.
QUESTO 07
Assinale a alternativa em que o emprego do verbo dar se aproxima
mais da maneira como empregado no trecho: Houve um tempo em
que minha janela dava para um canal.
a) s vezes, minha imaginao dava com ela a sorrir ao meu lado.
b) Faz um ano que seu amigo no d sinal de vida.
c) Deu na televiso que vai chover amanh tarde.
d) No final da corrida, Felipe Massa deu tudo o que pde.
e) preciso dar andamento quele seu projeto.
Resoluo Alternativa A
a) Correta. Nessa orao, o verbo dar tem significado prximo de ver,
encontrar com o olhar; embora no seja o significado exato de dar no
trecho minha janela dava para um canal, (nesse trecho, o sentido
mais preciso seria voltar-se) o que mais se aproxima dele.
b) Incorreta. A expresso dar sinal de significa mostrar, sentido
inadequado ao trecho citado na questo.
c) Incorreta. Nesse caso, dar tem o sentido de aparecer, novamente
incorreto de acordo com o contexto do trecho mencionado.
d) Incorreta. Aqui, dar faz parte da expresso dar tudo o que pode, ou
seja, esforar-se ao mximo, uma ao improvvel de ser realizada
pela janela do texto de Clarice.
e) Incorreta. Nesta alternativa, dar compe a expresso dar
andamento, que significa fazer prosseguir, que tambm no se
encaixa no sentido atribudo janela do conto.
QUESTO 08
Assinale a alternativa em que o trecho Eu no era mais criana,
porm minha alma ficava completamente feliz. est parafraseado
por meio de uma subordinao.
a) Eu no era mais criana, mas minha alma ficava completamente
feliz.
b) Eu no era mais criana, todavia minha alma ficava completamente
feliz.
c) Embora eu no fosse mais criana, minha alma ficava
completamente feliz.
d) Eu no era mais criana; minha alma ficava, entretanto,
completamente feliz.
e) Eu no era mais criana; minha alma, contudo, ficava
completamente feliz.
Resoluo Alternativa C
As conjunes mas, todavia, entretanto e contudo so todas
adversativas, usadas para formar perodos compostos por
coordenao. Ou seja, quando usada uma dessas conjunes,
indica-se que as duas oraes conectadas por ela so equivalentes
em termos de importncia dentro do perodo.
J a expresso embora concessional, usada para formar perodos
compostos por subordinao. Quando se constri um perodo com a
estrutura Embora x, y, est-se indicando que a orao y a principal,
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enquanto a orao x representa uma concesso a ela, ou seja, uma
idia que contradiz a orao principal, mas no a modifica em sua
essncia. A orao Embora eu no fosse mais criana, minha alma
ficava completamente feliz, portanto, significa que a alma da
narradora ficava feliz e o fato de ela no ser mais criana, embora
fosse uma contradio a essa felicidade, no era suficiente para
diminu-la.
QUESTO 09
Na expresso um grande ovo de loua azul, o adjetivo azul tanto pode
estar modificando loua quanto ovo de loua. Nesse caso, no h
prejuzo para o entendimento do texto. Nem sempre, contudo, isso
acontece. Assinale a alternativa em que o sentido se modifica
conforme o adjetivo afete palavras diferentes.
a) Procuram-se vendedores de motos recondicionadas.
b) Vendem-se meias para crianas brancas.
c) Apoiamos as medidas da comisso nova.
d) Vivemos uma poca de mudanas bruscas.
e) Fundou-se uma ONG de intenes nobres.
Resoluo Alternativa B
a) Incorreta: o adjetivo recondicionadas, por estar flexionado no
gnero feminino, pode concordar apenas com o substantivo motos,
no com vendedores, que do gnero masculino.
b) Correta: o adjetivo brancas pode se referir tanto a meias quanto a
crianas, j que as trs palavras so de gnero feminino e esto no
plural. No caso, poder-se-ia interpretar tanto que a venda de meias
brancas quanto que para crianas brancas, sendo que os sentidos
das duas interpretaes so diferentes entre si.
c) Incorreta: o adjetivo nova, que est flexionado no singular, s pode
concordar com o substantivo comisso, j que o termo medidas
plural.
d) Incorreta: o adjetivo bruscas, que est flexionado no plural, s
pode concordar com o substantivo mudanas, j que o termo poca
singular.
e) Incorreta: o adjetivo nobres, que est flexionado no plural, s pode
concordar com o termo intenes, j que o substantivo ONG
singular.
NOTA: o enunciado da questo, com o exemplo que apresenta, no
claro, pois todas as alternativas podem apresentar diferena de
sentido caso o adjetivo seja aplicado a palavras diferentes. Ou seja,
embora o enunciado permita a concluso de que esta uma questo
que envolve ambigidade, as alternativas mostram que, na verdade,
ela cobra muito mais o conhecimento de regras de concordncia.
QUESTO 10
Assinale a alternativa em que as palavras esto acentuadas
graficamente pelas mesmas regras por que esto acentuadas,
respectivamente, em: chal, cu, existncia.
a) atrs, jia, prprio.
b) trs, plo, evidncia.
c) Ja, carter, mscara.
d) pr-requisitos, runa, vrios.
e) f, mdia, competncia.
Resoluo Alternativa A
a) Correta: A palavra chal tem acento por ser oxtona terminada em
e. Segundo a gramtica normativa, acentuam-se todas as palavras
oxtonas (ou seja, palavras cuja slaba tnica a ltima) terminadas
em a, as, e, es, o, os, em e ens. o mesmo caso, portanto, de atrs;
A palavra cu acentuada porque se trata de ditongo aberto, ou seja,
um encontro de uma vogal (e) com uma semivogal (u) em que o som
da vogal aberto (, como em terra) e no fechado (, como em
cedo). A palavra jia segue a mesma regra;
Por fim, a palavra existncia segue a regra segundo a qual toda
palavra paroxtona (palavra cuja slaba tnica a antepenltima)
terminada em ditongo acentuada. Isso ocorre tambm na palavra
prprio.
b) Incorreta: Embora trs e evidncia sigam as regras de chal e
existncia, respectivamente, plo no apresenta ditongo aberto. A
palavra plo recebeu acento para diferenci-la do termo polo,
contrao da preposio por com o artigo o usada mais comumente
em Portugal.
c) Incorreta: Ja acentuada por terminar em hiato cuja segunda
slaba tnica; carter recebe acento por ser paroxtona terminada em
r; mscara acentuada por ser proparoxtona (sua slaba tnica a
antepenltima).
d) Incorreta: as regras de acentuao em pr-requisitos e vrios so
as mesmas de chal e existncia, respectivamente. Porm, runa
acentuada por conter hiato terminado i(s) ou u(s) em que a segunda
slaba tnica.
e) Incorreta: competncia segue a regra existncia. No entanto, mdia
no acentuada pela mesma regra de cu, pois o acento no se
encontra no ditongo e sim na slaba que o antecede. Segue, portanto,
a mesma regra de existncia e competncia. Alm disso, f
acentuada porque os monosslabos tnicos, terminando em a(s), e(s)
ou o(s) devem ser acentuados, sendo esta uma regra prxima das
oxtonas, porm no idntica.
INGLS - TESTES
Texto
O texto seguinte foi publicado na seo Health for Life da revista
Newsweek. Leia-o e responda as questes de nmeros 11 a 16.
Stronger, Faster, Smater
Exercise does more than build muscles and help
prevent heart disease. New science shows that it
also boosts brainpower and may offer hope
in the battle against Alzheimers.
BY MARY CARMICHAEL
The stereotype of the dumb jock has never sounded right to Charles
Hillman. A jock himself, he plays hockey four times a week, but when
he isnt body-checking his opponents on the ice, hes giving his mind a
comparable workout in his neuroscience and kinesiology lab at the
University of Illinois. Nearly every semester in his classroom, he says,
students on the womens cross country team set the curve on his
exams. So recently he started wondering if there was a vital and
overlooked link between brawn and brains if long hours at the gym
could somehow build up not just muscles, but minds. With colleagues,
he rounded up 259 Illinois third and fifth graders, measured their body
mass index and put them through classic PE routines: the sit-and-
reach, a brisk run and timed pushups and sit-ups. Then he checked
their physical abilities against their math and reading scores on a
statewide standardized test. Sure enough, on the whole, the kids with
the fittest bodies were the ones with the fittest brains, even when
factors such as socioeconomic status were taken into account. Sports,
Hillman concluded, might indeed be boosting the students intellect
and also, as long as he didnt take the puck to the head, his own ()
(Newsweek, April 9, 2007.)
QUESTO 11
Charles Hillman :
a) professor e pesquisador da Universidade de Illinois.
b) mdico neurocirurgio na Universidade de Illinois.
c) estudante da Universidade de Illinois.
d) atleta da Universidade de Illinois.
e) tcnico do laboratrio de neurocincia da Universidade de Illinois.
Resoluo Alternativa A
Cabe como observao que provavelmente o vocbulo smater, no
ttulo do texto, seria smarter.
Podemos, primeiramente, chegar concluso que Charles Hillman
um cientista atravs do seguinte trecho: ... but when he isnt body-
checking his opponents on the ice, hes giving his mind a comparable
workout in his neuroscience and kinesiology lab at the University of
Illinois.
Que traduzindo ficaria: ... mas quando ele no est checando os
corpos de seus oponentes no gelo, ele est malhando seu crebro
da mesma maneira em seu laboratrio de neurocincia e cinesiologia
na Universidade de Illinois.
E podemos notar que Charles Hillman tambm professor pelo que foi
mencionado na seguinte frase: Nearly every semester in his
classroom, he says, students on the womens cross-country team set
the curve on his exams.
Traduzindo teremos: Quase todo semestre em sua sala de aula, ele
diz, as alunas do time feminino nacional submetem suas curvas a
seus exames.
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QUESTO 12
Charles Hillman tinha um questionamento sobre uma possvel relao
entre:
a) as mulheres atletas e o time de corrida.
b) a prtica de exerccios fsicos e a otimizao do desempenho do
crebro.
c) o uso do crebro e o desenvolvimento do cncer de mama.
d) a prtica de exerccios fsicos e o desenvolvimento de msculos nas
mulheres.
e) as habilidades fsicas e o aumento do crebro.
Resoluo Alternativa B
a) Incorreta, primeiro por mencionar apenas mulheres, sendo que o
texto trata de atletas em geral, e utiliza as mulheres como um exemplo
de caso estudado e no como foco principal do texto. Segundo porque
o time de corrida no foi mencionado, a nica parte em que pudemos
ver a palavra run mencionando um exerccio dado por Charles
Hillman para testar seus alunos.
b) Correta, como se pode observar no trecho: So recently he started
wondering if there was a vital and overlooked link between brawn and
brains, que pode ser traduzido por: Portanto, recentemente ele
[Charles Hillman] comeou a se perguntar se no haveria uma ligao
vital e menosprezada entre os msculos [exerccios fsicos] e o [nvel
de desenvolvimento do] crebro.
c) Incorreta, pois menciona o cncer de mama, enquanto em
nenhuma parte do texto vimos o termo breast cncer que cncer
de mama.
d) Incorreta, pois menciona o desenvolvimento de msculos nas
mulheres quando na verdade seus msculos eram checados, com o
propsito de embasar os estudos de Hillman.
e) Incorreta, pois menciona o aumento do crebro, quando na
verdade o estudo sobre o melhor desenvolvimento do mesmo.
QUESTO 13
A pesquisa apresentada no texto foi desenvolvida por
a) Hillman e 259 cidados de Illinois.
b) colegas de Hillman e 259 cidados de Illinois.
c) Hillman e outros colegas.
d) participantes do time de hockey de Illinois e mulheres do time de
corrida.
e) colegas de Hillman e participantes do time de hockey de Illinois.
Resoluo Alternativa C
Levando em considerao o trecho With colleagues, he rounded up
259 Illinois third and fifth graders () que em traduo livre ficaria
Com alguns colegas, ele (Hillman) reuniu 259 estudantes do terceiro
e quinto anos de Illinois (...), podemos concluir que a pesquisa foi
conduzida por Hillman e alguns colegas, enquanto o nmero 259 se
refere quantidade de estudantes que participaram da pesquisa.
QUESTO 14
Os referentes their e the ones destacados no texto se referem
respectivamente a:
a) mulheres e crianas.
b) habilidades fsicas e crianas.
c) testes padronizados e mulheres.
d) alunos de 3as. e 5as. sries e crianas.
e) corpos e crebros.
Resoluo Alternativa D
A palavra their aparece no trecho Then he checked their physical
abilities against their math and reading scores (). Por esse trecho,
fica impossvel dizer a quem se refere essa palavra. Porm, se
observarmos o perodo anterior, que diz With colleagues, he rounded
up 259 Illinois third and fifth graders, measured their body mass index
and put them through classic PE routines, percebemos que a palavra
their se refere aos estudantes do 3 e 5 anos que participaram da
pesquisa conduzida por Hillman e seus colegas (third and fifth
graders). Ou seja, Hillman analisou as habilidades fsicas dos
estudantes, em conjunto com as notas deles em Matemtica e Leitura,
para tirar concluses em sua pesquisa.
A expresso the ones aparece no trecho: (...) the kids with the fittest
bodies were the ones with the fittest brains (), que em traduo livre
ficaria: () as crianas com melhor preparo fsico eram aquelas com
o melhor preparo intelectual (...). Ou seja, a expresso the ones se
refere s crianas que participaram da pesquisa.
QUESTO 15
A idia expressa pelo marcador textual even when, em itlico no texto,
a de que:
a) embora no se considerem os fatores socioeconmicos, os
resultados so confiveis.
b) mesmo quando considerados os fatores socioeconmicos, os
resultados so confiveis.
c) se considerssemos os fatores socioeconmicos, os resultados
seriam confiveis.
d) porque consideramos os fatores socioeconmicos, os resultados
so confiveis.
e) somente considerando os fatores socioeconmicos, os resultados
so confiveis.
Resoluo Alternativa B
O trecho a que se refere a pergunta : Sure enough, on the whole, the
kids with the fittest bodies were the ones with the fittest brains, even
when factors such as socioeconomic status were taken into account.
A traduo livre seria: Seguramente, de maneira geral, as crianas
com o melhor preparo fsico foram tambm as com o melhor preparo
intelectual, mesmo quando fatores como status socioeconmico
foram levados em considerao.
QUESTO 16
Os resultados da pesquisa indicam que
a) no h uma relao significativa entre a prtica de atividade fsica e
o desempenho do crebro.
b) fazer parte do time de hockey fundamental para alunos de 3as e
5as sries.
c) as mulheres tm melhor desempenho nas provas de neurocincia
do que os homens.
d) estudantes com ndice de massa corporal alto no devem ser
submetidos a exerccios fsicos.
e) h uma forte relao entre a prtica de atividade fsica e o
desempenho do crebro.
Resoluo Alternativa E
A idia central do texto a relao entre exerccio fsico e a melhora
da capacidade cerebral. Conforme podemos ver no trecho ...kids with
the fittest bodies were the ones with the fittest brains..., a pesquisa
notou que quem tinha melhor a forma fsica, tinha melhor desempenho
nos testes intelectuais. Assim:
a) Incorreta. Esta alternativa est afirmando exatamente o contrrio
da idia central do texto.
b) Incorreta. O hockey mencionado no texto para mostrar que
Charles Hillman tambm um jock, ou seja, um entusiasta por
esportes, pois joga hockey 4 vezes por semana como citado no
trecho A jock himself, he plays hockey four times a week....
c) Incorreta. Esta alternativa menciona uma prova de neurocincia,
quando na verdade esta palavra mencionada no texto referindo-se
ao laboratrio de neurocincia de Charles Hillman.
d) Incorreta. No h no texto uma relao entre alta massa corporal e
exerccios fsicos.
e) Correta. De acordo com a pesquisa mencionada no texto, o
desempenho intelectual melhor em pessoas que apresentam uma
boa forma, indicando uma possvel relao do primeiro com o
segundo.
PORTUGUS - DISCURSIVAS
QUESTO 17
INSTRUO: Leia o texto a seguir para responder questo de
nmero 17.
Tinham eles (os holandeses) sado na ilha de Itaparica, fronteira
Bahia, e aqui, levados de furor hertico, deram muitos golpes numa
cruz que porta de uma ermida estava arvorada. Tornando poucos
dias depois, os nossos, como era costume, os esperaram, e,
encontrando com eles ao saltar em terra, a cruz, que antes estendia
os braos de leste a oeste, se foi torcendo do meio para cima, ficando
o p imvel, at que os braos se puseram de norte a sul, abertos
para os que pelejavam.
(Padre Vieira, Cartas do Brasil, p. 91.)
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O trecho apresentado faz parte de uma carta que o Padre Vieira
escreveu para seu superior em Lisboa, quando estava no Brasil,
durante a primeira invaso holandesa ocorrida na Bahia em 1624.
a) Como Vieira caracteriza os holandeses?
b) Qual a viso de mundo de Vieira, naquele contexto histrico, em
relao providncia divina na luta entre o invasor e as pessoas da
terra? Responda utilizando algum exemplo do texto.
Resoluo
a) Os holandeses so caracterizados por Vieira como hereges.
Conforme se pode confirmar nas linhas 2 e 3 do texto: levados de furor
hertico, deram muitos golpes numa cruz
b) Vieira defendia a idia de que a providncia divina era favorvel aos
portugueses (catlicos), na luta contra os holandeses (protestantes).
No texto, o trecho que confirma isso : (...), a cruz, que antes estendia
os braos de leste a oeste, se foi torcendo do meio para cima, ficando
o p imvel, at que os braos se puseram de norte a sul, abertos
para os que pelejavam. De acordo com tal trecho, a cruz, animizada,
voltou-se para os portugueses - pessoas da terra - que pelejavam. Tal
movimento simboliza a preferncia da cruz (Deus) pelos portugueses,
deixando de lado os holandeses (invasores).
QUESTO 18
Vieira escreveu tambm um famoso sermo, em 1640, exortando os
portugueses a lutar contra os holandeses, diante da iminente chegada
Bahia de uma esquadra invasora. Aqui vai um pequeno trecho desse
sermo: No hei de pedir pedindo, seno protestando e
argumentando; pois esta a licena e liberdade que tem quem no
pede favor, seno justia. Se a causa fora s nossa, e eu viera a rogar
s por nosso remdio, pedira favor e misericrdia. Mas como a causa,
Senhor, mais vossa que nossa, e como venho a requerer por parte
de vossa honra e glria, e pelo crdito de vosso nome Propter
nomem tuum razo que pea s razo, justo que pea s justia.
(Fundao Biblioteca Nacional.)
a) Como ficou conhecido esse sermo?
b) A quem se dirige Vieira nesse trecho do sermo? Justifique com
algum exemplo do texto apresentado.
Resoluo
a) Ficou conhecido como Sermo pelo Bom Sucesso das Armas de
Portugal contra as de Holanda. Foi pregado por Vieira, na Igreja Nossa
Senhora da Ajuda, em 1640
b) Vieira se dirige a Deus, conforme se pode confirmar na linha 9 do
texto acima:
Mas como a causa, Senhor, mais Vossa que nossa (...)
Nota: Provavelmente houve um equvoco na transcrio do texto, pois
nos sermes de Vieira usualmente todos os termos referentes a Deus
so iniciados por letras maisculas. Assim deveriam ter sido
apresentados os termos Vossa e Vosso.
Texto
INSTRUO: Leia o texto a seguir para responder s questes de
nmeros 19 a 21.
Eu tinha o medo imediato. E tanta claridade do dia. O arrojo do rio e s
aquele estrape*, e o risco extenso dgua, de parte a parte. Alto rio,
fechei os olhos. Mas eu tinha at ali agarrado uma esperana. Tinha
ouvido dizer que, quando canoa vira, fica boiando, e bastante a
gente se apoiar nela, encostar um dedo que seja, para se ter tenncia,
a constncia de no afundar, e a ir seguindo, at sobre se sair no
seco. Eu disse isso. E o canoeiro me contradisse: Esta das que
afundam inteiras. canoa de peroba. Canoa de peroba e de pau
dleo no sobrenadam... Me deu uma tontura. O dio que eu quis:
ah, tantas canoas no porto, boas canoas boiantes, de faveira ou
tamboril, de imburana, vinhtico ou cedro, e a gente tinha escolhido
aquela... At fosse crime, fabricar dessas, de madeira burra!
(Guimares Rosa, Grande Serto: Veredas, p. 88-89.)
* instrumento de tortura
Diz Alfredo Bosi a respeito de Guimares Rosa: Grande Serto:
Veredas e as novelas de Corpo de Baile incluem e revitalizam
recursos da expresso potica: clulas rtmicas, aliteraes,
onomatopias, rimas internas, ousadias mrficas, elipses, cortes e
deslocamentos de sintaxe, vocabulrio inslito, arcaico ou de todo
neolgico, associaes raras, metforas, anforas, metonmias, fuso
de estilos, coralidade.
(Alfredo Bosi, Histria Concisa da Literatura Brasileira, p. 430.)
QUESTO 19
a) De qual dos recursos enumerados Guimares Rosa faz uso no
trecho Eu disse isso. E o canoeiro me contradisse? Explique.
b) Com qual desses recursos pode ser associada a frase At fosse
crime, fabricar dessas, de madeira burra!?
Resoluo
a) Dentre os recursos enumerados pelo estudioso Bosi, o que mais
diretamente pode ser relacionado ao fragmento proposto nesse item
a aliterao, que pode ser definida como uma repetio intencional de
fonemas consonnticos (consonncia) ou voclicos (assonncia), de
forma a obter um efeito expressivo. No caso, os fonemas repetidos
foram ss e c:
Eu disse isso. E o canoeiro me contradisse
Obs: no seria absurdo associar o trecho ao recurso coralidade.
Afinal, coralidade pode se referir a certa pluralidade de vozes dentro
da narrativa (semelhante polifonia narrativa) e o trecho citado na
questo menciona as vozes do narrador e do canoeiro.
b) O trecho citado At fosse crime, fabricar dessas, de madeira burra!
Pode ser associada a, pelo menos dois dos recursos mencionados por
Bosi, a depender da interpretao que se faa: metfora ou elipse.
A resposta esperada pela banca elaboradora, provavelmente, era
metfora. Afinal, o trecho madeira burra, um caso de prosopopia
tambm chamada personificao ou animizao. E uma prosopopia
no deixa de ser um tipo particular de metfora.
Como justificativa para elipse, pode-se dizer que a frase poderia, por
exemplo, ser lida desse modo cheguei a pensar at que fosse um
crime, fabricar canoas dessas, de madeira pesada, me parecia uma
escolha burra.
Alm desses recursos, vale notar que a associao madeira + burra
tambm pode ser vista como uma associao rara.
QUESTO 20
Levando-se em conta as associaes raras, mencionadas por Bosi,
a) explique o significado da expresso alto rio, logo no incio do texto.
b) Qual a base analgica para a criao dessa expresso?
Resoluo
a) Significa algo como rio adentro, ou seja, longe das margens.
b) A base analgica para tal expresso foi: alto mar. Que significa
longe da praia; distante da terra firme e, at mesmo das regras e
demarcaes prprias desta.
QUESTO 21
Levando-se em conta a norma padro do portugus do Brasil,
a) como voc caracteriza a variao lingstica que aparece em Me
deu uma tontura?
b) Como voc redigiria essa frase de acordo com a norma padro?
Resoluo
a) Trata-se de uma variante lingstica no padro, ou seja, que no
segue as prescries da gramtica normativa, segundo a qual iniciar
perodos com pronome oblquo tono (como o caso do me) no
preconizado como correto. Tal uso reflete uma caracterstica da lngua
oral.
b) Deu-me uma tontura o uso da nclise indicado, sem iniciar o
perodo com o pronome oblquo tono.
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Texto
INSTRUO: Leia os dois textos a seguir para responder s questes
de nmeros 22 a 24.
Texto 1
O material do poeta a vida, e s a vida, com tudo o que ela tem de
srdido e sublime. Seu instrumento a palavra. Sua funo a de ser
expresso verbal rtmica ao mundo informe de sensaes,
sentimentos e pressentimentos dos outros com relao a tudo o que
existe ou passvel de existncia no mundo mgico da imaginao.
Seu nico dever faz-lo da maneira mais bela, simples e
comunicativa possvel, do contrrio ele no ser nunca um bom poeta,
mas um mero lucubrador* de versos.
(Vincius de Moraes, Para Viver um Grande Amor, p. 101-102.)
* aquele que compe com esforo custa de muita meditao.
Texto 2
No faas versos sobre acontecimentos.
No h criao nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida um sol esttico,
no aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversrios, os incidentes pessoais
[no contam.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equvoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda no poesia.
No recomponhas
tua sepultada e merencria infncia.
No osciles entre o espelho e a
memria em dissipao.
Que se dissipou, no era poesia.
Que se partiu, cristal no era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
L esto os poemas que esperam ser escritos.
Esto paralisados, mas no h desespero,
h calma e frescura na superfcie intata.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrvel, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
(Carlos Drummond de Andrade, Procura da poesia.)
QUESTO 22
Comparando o texto em prosa de Vincius ao trecho do poema de
Drummond:
a) Ambos apresentam o mesmo conceito de poesia? Por qu?
b) Justifique sua resposta, transcrevendo um trecho de cada um dos
textos.
Resoluo
a) No. Porque para Vincius de Moraes, a vida a matria prima para
o poeta. A vida, com o que ela tem de srdido e de sublime. Segundo
o eu-poemtico no texto de Drummond, por sua vez, no se deve
fazer poemas sobre acontecimentos, aniversrios, acontecimentos
nem incidentes pessoais. Portanto, no que diz respeito relao vida-
poesia, pode-se dizer que os textos so opostos.
b) Como justificativa para o que foi afirmado na resposta dada
questo acima, pode-se citar os seguintes trechos:
do 1 texto:
O material do poeta a vida, e s a vida, com tudo o que ela tem de
srdido e sublime.
Do 2 texto pode-se citar os seguintes versos:
no faas versos sobre acontecimentos
(...)
As afinidades, os aniversrios, os incidentes pessoais no contam.
Nem me reveles teus sentimentos,
QUESTO 23
Leia novamente o poema de Drummond e responda:
a) Que modo verbal caracteriza e domina a construo desse poema?
Por qu?
b) Qual o significado da pergunta Trouxeste a chave?, no ltimo
verso do trecho apresentado?
Resoluo
a) Trata-se do modo imperativo. O imperativo negativo prevalece na 1
parte do poema e o imperativo afirmativo na 2 parte do poema. Isso
ocorre porque o poema uma potica, ou seja, um texto
metalingstico, no qual, o autor prope uma espcie de cartilha de
aconselhamento potico. De modo condizente ao confesso carter de
gauche (canhoto, anrquico e do contra), o autor comea com uma
srie de negativas para s depois comear as proposies.
b) A pergunta tem as palavras como emissoras e as pessoas (leitores,
que foram tratados como eventuais pretensos autores) como
receptores. O sentido o de verificao de capacidade de decifrao,
ou seja, se tais leitores-autores se encontrariam dotados do
instrumental necessrio para se penetrar no reino das palavras.
QUESTO 24
Voltando ao texto em prosa de Vincius de Moraes e pondo foco no
trecho Seu nico dever faz-lo da maneira mais bela,
a) a que se refere no texto o pronome seu?
b) A que se refere no texto o pronome lo?
Resoluo
a) O primeiro texto faz meno ao modo de trabalho do poeta: seu
material, seus instrumentos, sua funo e, no final, o seu dever.
Assim, o pronome seu se refere ao poeta, descrevendo qual o dever
do poeta.
b) H dois caminhos possveis de leitura. No primeiro, o(s) referente(s)
do pronome lo (so) mundo mgico da imaginao e/ou mundo
informe O poeta deve fazer faz-los da maneira mais bela, simples
e comunicativa possvel, por meio de sua construo potica. No
segundo, o referente do pronome lo passa a ser o ser expresso
verbal rtmica ao mundo informe O poeta, por meio de sua obra
potica, passa a verbalizar ritmicamente o mundo informe, e deve
faz-lo da maneira mais bela, simples e comunicativa possvel.
INGLS - DISCURSIVAS
Texto
Leia o texto seguinte e responda s perguntas de nmeros 25 a 28,
em portugus.
Hyper kids? Check their diet
Parents have long observed that some kids go bonkers after
eating foods with a lot of artificial ingredients or neon-bright colors.
Medical researchers not to mention the food industry have been
skeptical; there was no proof of this effect, at least nothing like a
double-blind, controlled study.
As so often happens, however, the parents turned out to be a
step ahead of the pros. A carefully designed study published in the
British journal the Lancet shows that a variety of common food dyes
and the preservative sodium benzoate an ingredient in many soft
drinks, fruit juices and salad dressings do cause some kids to
become measurably more hyperactive and distractible. The findings
prompted Britains Food Standards Agency to issue an immediate
advisory to parents to limit their childrens intake of additives if they
notice an effect on behavior. In the U.S., there hasnt been a similar
response, but doctors say it makes sense for parents to be on the alert.
The study, led by Jim Stevenson, a professor of psychology
at Englands University of Southampton, involved about 300 children in
two age groups: 3-year olds and 8- and 9-year-olds. Over three one-
week periods, the children were randomly assigned to consume one of
three fruit drinks daily: one contained the amount of dye and sodium
benzoate typically found in a British childs diet, a second had a lower
concentration of additives, and a third was additive-free. The children
spent a week drinking each of the three mixtures, which looked and
tasted alike. During each seven-day period, teachers, parents and
graduate students (who did not know which drink the kids were getting)
used standardized behavior-evaluation tools to size up such qualities
as restlessness, lack of concentration, fidgeting and talking or
interrupting too much.
Stevenson found that children in both age groups were
significantly more hyperactive when drinking the beverage with higher
levels of additives. Three-year-olds had a bigger response than the
older kids did to the drink with the lower dose of additives, which had
about the same amount of food coloring as in two 2- oz. (57 g) bags of
candy. But even within each age group, some children responded
strongly and others not at all.
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Stevensons team is looking at how genetic differences may
explain the range of sensitivity. One of his colleagues believes that the
additives may trigger a release of histamines in sensitive kids. In
general, the effects of the chemicals are not so great as to cause full
blown attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD). Still, the paper
warns that these adverse effects could affect the childs ability to
benefit from the experience of school.
(Time, September 13, 2007.)
QUESTO 25
a) Qual o assunto do texto?
b) Quais os resultados do estudo publicado pela revista britnica The
Lancet?
Resoluo
a) O texto trata da possvel relao entre comidas com muitos
ingredientes artificiais e a hiperatividade de crianas entre 3 e 9 anos.
b) O estudo publica resultados que vm ao encontro da suspeita
acima mencionada, como podemos ver neste trecho do segundo
pargrafo. A carefully designed study published in the British journal
the Lancet shows that a variety of common food dyes and the
preservative sodium benzoate an ingredient in many soft drinks, fruit
juices and salad dressings do cause some kids to become
measurably more hyperactive and distractible.
Traduzindo: Um estudo cuidadosamente planejado publicado no
jornal Britnico The Lancelot mostra que uma variedade de corantes
comuns em comidas e o conservante benzoato de sdio um
ingrediente de muitos refrigerantes, suco de frutas e molhos para
saladas realmente fazem com que algumas crianas se tornem mais
hiperativas e distradas.
QUESTO 26
a) O que fez a agncia britnica que controla os alimentos a partir dos
resultados?
b) Qual a conseqncia que os resultados tiveram nos Estados
Unidos?
Resoluo
a) A agncia britnica que controla os alimentos lanou um alerta
imediato aos pais para limitarem seus filhos quanto ingesto de
aditivos, caso notem algum efeito no comportamento dos mesmos,
como podemos ver neste trecho do segundo pargrafo: The findings
prompted Britains Food Standards Agency to issue an immediate
advisory to parents to limit their childrens intake of additives if they
notice an effect on behavior.
b) Nos Estados Unidos no houve a mesma resposta, mas os mdicos
dizem que faz sentido os pais ficarem alertas, como podemos ver no
mesmo pargrafo 2: In the U.S., there hasnt been a similar response,
but doctors say it makes sense for parents to be on the alert.
QUESTO 27
a) Qual a composio do grupo pesquisado por Jim Stevenson?
b) Como foi o procedimento do estudo?
Resoluo
a) O grupo pesquisado por Jim Stevenson envolveu aproximadamente
300 crianas em dois grupos de idades: crianas de 3 anos e crianas
entre 8 e 9 anos.
Como podemos notar no incio do pargrafo 3:
The study, led by Jim Stevenson, a professor of psychology at
Englands University of Southampton, involved about 300
children in two age groups: 3-year olds and 8- and 9-year-olds.
b) No 3 pargrafo do texto, encontramos a descrio do procedimento
do estudo: em trs perodos de uma semana, as crianas foram
aleatoriamente escolhidas para consumirem uma das trs bebidas de
frutas diariamente, sendo que, uma continha a quantidade de corante
e benzoato de sdio tipicamente encontrados em uma dieta de uma
criana britnica, uma segunda bebida tinha uma baixa concentrao
de aditivos, e uma terceira era livre de aditivos. As crianas passaram
uma semana bebendo cada uma destas trs misturas, que eram
semelhantes em aparncia e em sabor. Durante cada perodo de sete
dias, os professores, pais e alunos ps-graduandos (que no sabiam
qual bebida as crianas estavam tomando) usaram ferramentas de
avaliao de comportamento padronizados para medir qualidades
como: inquietao, falta de concentrao, tic nervoso, muita
conversa ou interrupo.
QUESTO 28
a) De acordo com o 3. pargrafo, o que os resultados revelam?
b) O que o grupo de Stevenson est investigando a partir dos
resultados?
Resoluo
a) O que descrito no 3. pargrafo o mtodo de pesquisa
empregado no estudo, e no os resultados, que esto descritos no 4
pargrafo. De qualquer maneira, os resultados, em linhas gerais,
dizem que crianas das duas faixas etrias analisadas ficaram bem
mais hiperativas ao ingerir bebidas com nveis mais elevados de
aditivos, de acordo com o que pode-se notar na primeira frase do
quarto pargrafo: Stevenson found that children in both age groups
were significantly more hyperactive when drinking the beverage with
higher levels of additives
b) Como descrito no incio do ltimo pargrafo do texto, Stevensons
team is looking at how genetic differences may explain the range of
sensitivity, a partir dos resultados, o grupo tem investigado como
diferenas genticas poderiam explicar a variao de sensibilidade
observada atravs dos testes, que consistiu na observao que
crianas sujeitas mesma dieta respondiam apresentavam
hiperatividade em intensidades diferentes (inclusive algumas no
apresentavam alterao no seu comportamento).