Produção de Açúcar Mascavo, Melado e Rapadura
Produção de Açúcar Mascavo, Melado e Rapadura
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e no exterior, a eleger o setor como prioritrio para a promoo de investimentos em novos empreendimentos. De fato, sabe-se que a agroindstria uma das principais geradoras de empregos diretos e indiretos por unidade de capital investido. Dados recentes do Departamento Econmico do BNDES e do IBGE mostram claramente esta caracterstica no caso brasileiro, onde, para cada milho de dlares investido, os empreendimentos agropecurios e agroindustriais chegam a gerar 118 a 182 empregos, cerca de 15% a 80% a mais do que os investimentos em um segmento tradicionalmente intenso em ocupao de mo de obra, como o setor comercial. Por outro lado, a tpica orientao locacional para a fonte de matria-prima faz com que a agroindstria contribua para mitigar o srio problema do xodo rural, por gerar empregos diretos e indiretos no campo. Desse modo, os efeitos multiplicadores da agregao de valor produo pela agroindustrializao ocorrem tanto a montante, na atividade agropecuria, como a jusante, na estrutura de comercializao e servios, e refletem-se na efetiva interiorizao do processo de desenvolvimento. Mais ainda, as caractersticas tecnolgicas do processamento agroindustrial viabilizam, para algumas matrias primas e produtos, a implantao de unidades de pequeno e mdio porte, mais acessveis a investidores com menor disponibilidade de capital. Outros benefcios sociais importantes dos empreendimentos agroindustriais so gerados pela melhoria da qualidade dos produtos processados, pela reduo de perdas no processo de comercializao e pelo papel disseminador que tendem a exercer na promoo de melhorias tecnolgicas nas atividades agropecurias. De modo a incentivar a implantao de agroindstrias em reas rurais, a Secretaria da Agricultura Familiar - Ministrio do Desenvolvimento Agrrio disponibiliza diferentes modalidades de crdito para atividades agroindustriais dos agricultores familiares. Atravs do PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, so disponibilizando recursos em condies facilitadas para que os agricultores familiares invistam no processamento e na comercializao de seus produtos, de modo a viabilizar avanos nas suas formas de insero econmica e, assim, permitir melhoria na sua renda e nas condies gerais de vida. Podem ser financiadas no apenas empreendimentos isolados, individuais ou grupais, como tambm projetos de conglomerados compostos por vrias pequenas e mdias agroindstrias, interligadas atravs de uma central de apoio em gerenciamento, tecnologia e comercializao. A presente publicao uma das aes da Secretaria da Agricultura Familiar Ministrio do Desenvolvimento Agrrio em apoio s iniciativas de agregao de valor aos produtos da agricultura familiar. Os Perfis Agroindustriais, produzidos sob a coordenao do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viosa, tm por objetivo auxiliar a elaborao de projetos de
agroindstrias, em especial aqueles concebidos na forma de conglomerado. Os Perfis renem informaes sobre equipamentos e processos em escala mnima de operao, acompanhados de anlise de viabilidade tcnica e econmica do empreendimento correspondente. Assim, os investidores interessados podero utiliz-los como fonte bsica de informaes sobre as caractersticas tcnicas e econmicas do empreendimento agroindustrial desejado. Alm disso, os interessados podero ainda utilizar o software para alterar diversos parmetros considerados na anlise original e avaliar a rentabilidade do empreendimento para as suas condies especficas. O Perfil e o software devem ser recebidos como instrumentos, disponibilizados pelo PRONAF, auxiliares ao processo de tomada de deciso dos investimentos potenciais. No houve, em seu desenvolvimento, a pretenso de torn-los substitutos da orientao de tcnicos especializados em processamento agroindustrial e anlise financeira. Portanto, antes de apresentar um projeto para financiamento, o investidor aconselhado a consultar os profissionais da rea. O PRONAF coloca-se disposio dos interessados para oferecer maiores informaes sobre os assuntos abordados neste Perfil.
Braslia, abril de 2000. Nelson Borges Gonalves Secretrio da Agricultura Familiar Ministrio do Desenvolvimento Agrrio
1. Introduo
A elaborao de melado, de rapadura e de diversos tipos de acares brutos prtica conhecida nas propriedades rurais do Brasil h muitos anos. O melado elaborado a partir do caldo de cana ou da rapadura um produto que apresenta boa aceitao no mercado. evidente que o termo melado no pode ser confundido com melao, um subproduto da turbinagem da massa cozida e cristalizada na indstria do acar cristal. Para as pequenas propriedades rurais, a elaborao do melado uma das formas lucrativas de beneficiar a cana, uma vez que o processo envolve equipamentos simples e em pequeno nmero, com possibilidade de trabalho com mo-de-obra da prpria famlia. O melado considerado alimento de grande importncia em vrias regies brasileiras. Cada 100 g do produto fornece 300 calorias, alm de conter tambm quantidade importante de minerais e de vitaminas. Seu uso na alimentao humana diversificado e varia entre as regies. consumido puro e em misturas com outros alimentos, tais como queijos, farinha, biscoitos, bolo, com inhame, mandioca ... Alm disso, o melado utilizado tambm como ingrediente na indstria de confeitaria, bebidas, balas e at mesmo como substituto do xarope no acondicionamento de alguns tipos de frutas em conserva (PINTO, 1982; PINTO e COELHO, 1983). O produtor precisa estar atento para os fatores que contribuem para a melhoria de seu negcio: matria-prima (a cana-de-acar), as instalaes (a fbrica), a qualidade da gua utilizada, a qualidade da mo de obra e sobretudo as reaes e tendncias do mercado. necessrio treinamento e conscientizao dos funcionrios da fbrica sobre o que e a importncia da qualidade para a empresa, e para eles prprios fundamental. O processo de fabricao artesanal, por que isto o que o consumidor deseja, mas o fabricante tem que ser profissional - tem que saber o que qualidade sem misticismo ou crendices e sobretudo saber como conseguir a qualidade com tecnologia - o produtor artesanal mas no pode ser amador. Entende-se que o produto artesanal ter sempre o seu mercado garantido e poder at ser ampliado - e muito - para isto o fabricante precisa se profissionalizar, preocupando e praticando mais os fatores de qualidade e de produtividade. Antes de construir a sua fbrica o empresrio dever buscar orientao tcnica nas instituies especializadas. Para obter informaes sobre as normas de funcionamento das fbricas, registros do estabelecimento e da marca podem ser procurados os setores/escritrios/delegacias do Ministrio da Agricultura e do Abastecimento, as secretarias de sade dos municpios ou dos Estados
e a representao da Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade. Como se trata de produo e comercializao de produtos para consumo humano, o fabricante deve conhecer as exigncias da legislao sanitria especfica, alm claro, daquelas do prprio consumidor. Este trabalho constitui um perfil que caracteriza uma unidade de produo de acar mascavo, melado e rapadura, apresentando o processo de elaborao dos produtos, consideraes sobre o controle de qualidade, sugesto de aproveitamento de subprodutos, indicando os principais equipamentos necessrios, o dimensionamento, a localizao e a construo civil. O objetivo o aprimoramento das condies de produo, valorizando o produto artesanal. A meta a racionalizao do processo produtivo, aprimorando a qualidade e a produtividade dos produtos. O perfil rene informaes tcnicas e econmicas para orientao do investidor. A capacidade esperada de produo da unidade em torno de 900 kg dirios para um total de 148.608 kg total de produto por safra. O perodo previsto para a safra de 15 de maio a 15 de dezembro, com 172 dias de atividades de produo e um esmagamento mdio dirio de 9 toneladas de cana. A partir de alguns ndices possveis de serem conseguidos com tecnologia e manejo adequados, foi feito o dimensionamento do canavial obtendo-se um valor de 24,18 ha como sendo a rea mnima plantada necessria para esta produo. Dentre os diversos empreendimentos rurais lucrativos, a pequena indstria da cana-de-acar, quando bem implantada e tecnicamente explorada um dos melhores. O consumidor est interessado em qualidade e preo. Para atender a esta demanda e assegurar bom desempenho no mercado, o produtor tem que buscar qualidade e produtividade. Produtos com resduo de terra e presena de fragmentos ou de insetos inteiros no tem mais lugar no mercado atual. Dentre os problemas mais comuns de qualidade do acar mascavo, do melado e da rapadura, alm dos relacionados sua variao ao longo do tempo, dentro da mesma safra ou entre safras, numa mesma fbrica, citam-se a presena de fragmentos de insetos, insetos inteiros (abelhas), fragmentos de penas e de pelos de animais, presena de terra e de fragmentos de bagao, nveis excessivos de coliformes totais e fecais e de fungos e leveduras, refletindo falta de higiene e de cuidados na fabricao. Para se produzir qualidade necessrio antes de tudo produzir o produto, mas a qualidade s produzida e controlada se a indstria conhecer o processo e o produto, sem mitos ou crendices inexplicadas tecnicamente. Isto , a qualidade produzida com tecnologia, sobretudo com uma conscincia de qualidade entre todos os membros do sistema de produo. A qualidade tem que estar disseminada em toda a cadeia produtiva. Assim, premente a necessidade de pesquisas e publicaes que possam responder s necessidades de tecnologia dos produtores e gerar informaes que levem ao aumento da produtividade e preservao da sade do consumidor, contribuindo para a garantia da qualidade do produto e credibilidade no mercado. O fabricante precisa aprender a administrar o seu negcio visando maior produtividade com melhor qualidade. O sucesso estar na dependncia de sua habilidade em produzir a melhor
qualidade com o maior retorno possvel do capital investido. H necessidade de se buscar melhor entendimento das exigncias do mercado para que possam ser incorporadas atividade de produo e ao produto. Nesse sentido fundamental que se conhea os vrios fatores envolvidos na produo em suas diversas fases e como cada fator interfere na produtividade e na qualidade do produto. A empresa precisa aprender a conhecer o seu desempenho em termos dos diversos ndices de produtividade tais como: quilograma de produto/hora de mo de obra trabalhada na produo; quilogramas de produto/tonelada de cana moda; quilograma de produto/hectare de cana cortada; litros ou quilogramas de caldo de cana com determinado Brix/hora de engenho; litros ou quilogramas de caldo de cana a com determinado Brix/tonelada de cana moda; toneladas de cana/hectare, em cada corte; toneladas de cana/hora de engenho. Alm dessas medidas relacionadas com o desempenho da produo, a fbrica precisa praticar, regularmente durante a safra, os ndices de qualidade, pelo menos aqueles exigidos pela legislao especfica. No h como garantir qualidade do produto e administrar a produo sem conhecer pelo menos alguns ndices de qualidade e de produtividade, ao longo da safra e entre safras. Como tem sido observado, a fabricao artesanal porque isto o que o mercado quer, mas o fabricante tem que ser profissional para permanecer no mercado. H necessidade de maior conscientizao dos produtores, comerciantes e dos consumidores quanto aos riscos de utilizao de um produto inadequado para o consumo humano, como demonstrado pelos resultados de levantamentos sobre a qualidade at ento realizados. Neste aspecto o treinamento/qualificao das pessoas envolvidas na atividade uma necessidade premente. 1.1. Modalidade de Agroindstria do PRONAF O PRONAF disponibiliza diferentes modalidades de crdito para atividades agroindustriais dos agricultores familiares, em especial: AGREGAR, INTEGRADO COLETIVO e AGROINDSTRIA. A primeira financia projetos individuais ou coletivos, enquanto a segunda exclusivamente projetos coletivos, apresentados por uma figura jurdica (cooperativa ou associao). Tanto no AGREGAR como no INTEGRADO COLETIVO, so financiadas agroindstrias isoladas. Porm, vrias avaliaes mostram que essas unidades encontram dificuldades de ordem tcnica, gerencial e de comercializao, o que resulta em alto ndice de insucesso de pequenos empreendimentos isolados. Frente a essa realidade, a modalidade de AGROINDSTRIA do PRONAF diferencia-se por preconizar a implantao de conglomerados de pequenas unidades agroindustriais articuladas entre si, ao invs de agroindstrias isoladas. Alm disso, caracteriza-se por preconizar a integrao e articulao da produo agropecuria, do beneficiamento e da comercializao dos produtos dos agricultores familiares. Projetos de financiamento para essa modalidade devem ser elaborados de acordo com os seguintes princpios: (1) Integrao das cadeias produtivas pelos agricultores familiares associados; (2) Projetos centrados na gesto social; (3) Escalas mnimas de processamento; e (4)
Conglomerados de agroindstrias compostos por vrias unidades agroindustriais articuladas atravs de uma Unidade Central de Apoio Gerencial UCAG. Atravs da contratao de profissionais especializados, a UCAG dever prestar servios relativos comercializao e garantia de qualidade no processamento. Esses profissionais devero assessorar cada uma das agroindstrias, especialmente quanto ao marketing e comercializao e quanto tecnologia de processamento. Dessa forma, a UCAG poder minimizar os riscos da verticalizao e da transio dos agricultores de atividades centradas somente no setor primrio para outras nos setores secundrio e tercirio. No se prev um projeto especfico para a UCAG. Os investimentos para sua estruturao devero ser rateados entre todas os sub-projetos de unidades agroindustriais. Da mesma forma, seus custos operacionais devero ser assumidos por todas as unidades que o compem.
inhame ou mandioca. H tambm sugestes de uso do melado para a alimentao animal (PINTO e COELHO, 1983). O mercado mundial e tambm o brasileiro de melhor poder aquisitivo est vido por produtos denominados de naturais. O produto artesanal tem maior apelo comercial para o consumidor de melhor poder aquisitivo, sendo este o campo em que o micro, o pequeno e at mesmo o mdio produtores podero ter maior chance. Para isso, entretanto, ele dever esmerar na qualidade de seu produto. Ele precisa melhorar a maneira de elaborar os produtos e conhecer melhor o que qualidade. O micro e o pequeno fabricantes continuaro na atividade artesanalmente, mas no podero continuar como amadores. H que se profissionalizar. A experincia tem demonstrado que h, ainda, problemas relacionados com a qualidade, tanto do ponto de vista de segurana em relao sade do consumidor quanto de manuteno de uma qualidade constante em quantidade satisfatria, aspectos de grande importncia quando se trata de mercado com maior concorrncia e de melhor poder aquisitivo. A carncia de padres de identidade e qualidade adequados e a deficincia do controle dessa qualidade durante a produo, estocagem e comercializao esto entre as barreiras a serem transpostas para um maior avano desses produtos no mercado externo. A elaborao e o manuseio dos produtos sob condies tcnicas adequadas podem ser um caminho para se conquistar mercados externos mais exigentes. Fatos como estes precisam ser bem analisados pelos fabricantes, pois esta a oportunidade para garantir e at mesmo ampliar o mercado desses produtos. Entretanto, se no trabalharem profissionalmente no sentido da qualidade e da produtividade podem tambm perder mercado, uma vez que deficincia de qualidade afastar novos consumidores dos produtos e baixa produtividade prejudica a capacidade de competio.
3. Especificao da matria-prima.
Entre os diversos objetivos da produo de acar mascavo, melado ou rapadura, como em qualquer atividade produtiva, est o fato de que ela deve ser rentvel. Para o conhecimento da rentabilidade necessrio saber as perdas, a eficincia do processo e o custo de produo. Um dos temas mais comentados atualmente nos sistemas de produo de diversas reas qualidade e produtividade. Nesta associao, a qualidade e a produtividade da matria-prima assumem importncia relevante na pequena indstria da cana-de-acar, estando envolvidas diretamente com o desempenho das operaes de moagem (extrao de caldo) e sua concentrao ou cozimento, sendo fundamental na obteno de altos rendimentos e melhor qualidade do produto final. Qualidade deve ser entendida como o conjunto de caractersticas da matria-prima compatvel com as exigncias da indstria e de qualidade do produto. A cana-de-acar deve atender a um conjunto de caractersticas tecnolgicas e de produo que definam a sua qualidade e tenham influncia no seu processamento, uma vez que as tcnicas empregadas na elaborao dos produtos no conseguem minimizar os efeitos de matria-prima de baixa qualidade e produtividade. Um
estabelecimento (fbrica) competitivo em preo e em qualidade tem suas atenes voltadas para a produtividade e a qualidade da cana-de-acar.
maturao, pois perdem muito acar e aumentam a quantidade de fibras, prejudicando a eficincia da moagem. As variedades de cana classificadas como precoces atingem a maturao (maior teor de sacarose - maior Brix) nos meses de maio e junho. Elas so, portanto, apropriadas para o processamento no comeo da safra. O perodo de colheita longo, at 120 dias. As variedades consideradas de ciclo intermedirio atingem o pico de maturao nos meses de julho a agosto/setembro. Normalmente apresentam um perodo de colheita de 90 a 120 dias, do ponto de maturao at o incio do declnio do teor de acar (sacarose). As variedades de ciclo tardio atingem o pico de maturao entre os meses de setembro a novembro. O perodo de colheita mais curto, cerca de 90 dias, coincidindo com o final da safra (RIBEIRO, 1997). Como mencionado anteriormente, a escolha das variedades a serem plantadas fator preponderante para o sucesso do empreendimento. Tambm no se pode pensar em plantar a mesma variedade indefinidamente. Uma variedade que por algum tempo apresentou as caractersticas desejadas tende, com o passar do tempo, a ser substituda, em virtude do aparecimento de outras mais produtivas ou por sua degenerescncia, em funo da sua perda de resistncia pragas e doenas. A variedade NA 56 - 79, por exemplo, precoce, atingindo pico de maturao com alto teor de acar de junho a setembro, foi utilizada comercialmente em todo o Brasil. Todavia, pela susceptibilidade a um complexo de doenas que vem apresentando (carvo, escaldadura, broca da cana, mosaico e nematides), est sendo substituda. Um aspecto de grande importncia para a elaborao de acar mascavo e de rapadura a uniformidade de maturao da cana. A cana deve ser cortada quando estiver no pico de sua maturao, teor mximo de sacarose e mnimo de acares simples (redutores), pois estes no cristalizam, prejudicando o rendimento, alm de afetar o sabor (qualidade sensorial) dos produtos. Tambm no se aproveita a ponta da cana para acar mascavo e rapadura, pois rica em acares simples (monossacardeos - redutores) que causam problemas, tais como, escurecimento excessivo da massa, dificuldade de "ponto", mela durante a estocagem e perda de rendimento do processo. J para o melado pode-se aproveitar mais da ponta da cana, embora contenha substncias que prejudicam a clarificao.
variedades no so indicadas para a produo de acar mascavo ou de rapadura. Seriam indicadas para a produo do melado (PINTO, 1982). Uma caracterstica importante da cana para os pequenos engenhos a facilidade da despalha, uma vez que estas instalaes no realizam a queima da cana antes do corte. O excesso de palha na cana aumenta a sujidade no caldo, afetando a qualidade dos produtos, alm de reduzir o desempenho do engenho pelo aumento da quantidade de fibra.
Produo esperada
Carregamento / Transporte
Descarregamento
Moagem
bagao
Filtrao e decantao
Concentrao e cozimento
Resfriamento
Acondicionamento
Estocagem
Estocagem
estgio de maturao da cana; limpeza da cana (ausncia de terra e palhas); embebio; qualidade da gua de lavagem da cana e de embebio; rolo de presso (Press-Roller) e rolo de compresso (Top-Roller); regulagem das moendas; e filtrao do caldo. A capacidade das moendas dada pela quantidade de cana que pode ser moda, economicamente, em um determinado tempo - est ligada mais alta extrao do caldo, pois no se pode sacrificar a extrao para obter maior capacidade - a perda de caldo no bagao pode ser muito grande. Vrios so os fatores que afetam a capacidade de moagem: a) extrao - um aumento na extrao acarreta uma reduo na capacidade de moagem e vice-versa; b) preparao da cana - picada ou esmagada antes das moendas aumenta a capacidade e pode aumentar tambm a extrao; c) variedade da cana - est relacionada com a quantidade (teor) de fibra da cana madura quanto mais fibra, menor ser a capacidade de moagem; por isso uma das caractersticas de
qualidade que o produtor busca na cana madura a despalha natural ou a facilidade de remoo da palhada; d) dimenses e velocidade dos cilindros e) resistncia dos rolos corroso pelos cidos do caldo; f) presso dos rolos g) fora das mquinas ou motores que as acionam h) operador - melhor treinamento, maior conscientizao, implica em maior rendimento e maior segurana, menor risco de acidentes. O tamanho do engenho deve ser compatvel com a capacidade de concentrao de caldo da fbrica, para que no haja interrupo da operao de cozimento (concentrao) por falta de garapa e nem excesso de garapa aguardando para ser concentrada. A espera prejudica a qualidade dos produtos e a eficincia da unidade industrial. O Quadro 1 mostra a capacidade de moagem aproximada, por hora, de acordo com o tamanho dos cilindros e a quantidade provvel de caldo. Essas capacidades foram estimadas para canas com 12,5 % de fibra, para engenhos de trs cilindros, rodando a 5 rpm, sem preparo da cana. O caldo de cana sado das moendas contm gomas, graxa e cera, que juntamente com os cidos pcticos e algumas substncias nitrogenadas, formam os chamados slidos orgnicos do caldo; so os no acares. O caldo contm tambm, materiais corantes (pigmentos) como a clorofila, antocianinas e sacaretina. A maior parte dessas impurezas separa facilmente durante o aquecimento inicial do caldo, mas algumas delas necessitam de tratamentos que aumentam o pH do caldo, como o caso das antocianinas que se separam em presena de leite de cal. Tambm esto presentes, em pequenas quantidades, substncias como taninos e polifenis, que so solveis em gua e na presena de ferro conferem ao caldo uma colorao verde ou escura. A cana contm basicamente dois tipos de acares: a sacarose e os acares simples (glicose e frutose). Na cana verde a glicose e a frutose encontram-se em quantidades iguais - medida que amadurece, a frutose diminui, chegando at a desaparecer, porm sempre reaparece nos mis em virtude das trocas qumicas (isomerismo) com a glicose em solues aquecidas em presena de sais de metais alcalinos.
Quadro 1. Exemplos de capacidade de moagem em diversos tamanhos de engenho Dimenso das Moendas (cm) Capacidade de Moagem Volume de Caldo Provvel t. cana/hora (litros) 20,3 x 25,4 0,5 250 25,4 x 25,4 0,8 400 25,4 x 30,5 1,0 500 25,4 x 35,6 1,2 650 30,5 x 40,7 1,8 720 30,5 x 47,7 3,3 1 000 40,7 x 40,7 3,2 2 000 40,7 x 50,8 4,1 1 900 40,7 x 53,4 4,3 2 400 40,7 x 61,0 4,9 2 600 45,7 x 76,2 7,5 3 000 35,6 x 50,8 4,5 3 300 Fonte: PINTO (1990) O caldo, obtido pela moagem, passa por um sistema de coa ou filtrao, em que so separados os resduos mais leves (bagacinhos, bagacilhos e outros fragmentos), sendo coletado em um depsito de alvenaria, de madeira, de ferro ou outro material compatvel, para decantao, onde so separados os resduos de terra, areia e outros mais pesados do que o caldo. Este depsito tem sada de caldo na parte superior. Essa filtrao e decantao garantem o trabalho com caldo de cana mais limpo, contribuindo para o atendimento das exigncias de qualidade. Para aferio do rendimento de rapadura ou de acar a ser produzido deve-se conhecer o oBrix e o volume de caldo que segue para as tachas de concentrao. Um rendimento bom pode ser estimado subtraindo-se dois do Brix lido, o que dar a quantidade de rapadura ou de acar mascavo, em kg, por 100 litros de caldo. Exemplo, Brix do caldo 20: 20 - 2 = 18 kg de rapadura ou de acar por 100 litros de caldo.
Outro tipo de instalao a que utiliza trs ou quatro tachas de cobre (maior durao) ou de ferro batido, de fundo curvo. Mais recentemente, h metalrgicas fabricando bateria de tachas de ao inoxidvel, com borda que espalha sobre a mesa da fornalha, o que pode contribuir para a reduo de resduos de terra no produto. Mas a indicao de que a tacha de ao inoxidvel no se aplica. Este material (o ao inoxidvel) no resistente ao calor do fogo direto utilizado na maioria das pequenas instalaes, sendo de curta durabilidade. No recomendvel. A menor das tachas (a de ponto) fica prximo chamin e a maior prximo boca da fornalha . H ainda a chamada "bateria americana" que constituda de um vaso retangular, de ferro batido, com trs a quatro metros de comprimento por 1,5 a 2 m de largura, divido em quatro partes iguais. A diviso para o xarope mais concentrado (para o ponto) fica para o lado da chamin, podendo haver um tanque para pr-aquecimento do caldo tambm nesta regio. sempre de grande valia para facilitar a operao e melhorar a qualidade do acar ou da rapadura, que a fornalha contenha dispositivo que permita desviar o fogo (parte do calor) do canal principal, possibilitando aument-lo ou diminu-lo para cada tacha ou seo, em particular e sobretudo para a tacha do ponto, quando a reduo do calor extremamente necessria. De modo geral, na primeira tacha feita a correo da acidez do caldo com leite cal, na segunda a clarificao (limpeza), na terceira obtm-se o xarope e na quarta dado o "ponto". Sempre ajuda muito na operao, se na fornalha houver dispositivo que permita desviar parte do calor do canal principal, possibilitando aument-lo ou diminu-lo para cada tacha.
do caldo e as diversas causas de variao dessa acidez. O caldo de cana ligeiramente cido por natureza. O aquecimento em meio cido facilita a inverso (quebra) da sacarose, o que leva a obteno de produto mais escuro. Fatores como espera da cana cortada, espera do caldo para concentrar, cana verde, cana passada, cana cultivada em solo com excesso de matria orgnica ou de derrubadas recentes, todos contribuem para este problema. Outro aspecto que o excesso de corretivo da acidez to nocivo quanto ao excesso da acidez, principalmente para elaborao de acar. Conforme mencionado, a correo da acidez, embora de aparncia simples, nas instalaes mais tecnificadas, de difcil execuo na pequena indstria, no somente pela falta de conhecimentos do pessoal envolvido e de instrumentos apropriados para medidas, mas tambm pela grande variao de acidez que apresenta o caldo de cana e de concentrao do leite de cal empregado na correo para diminuir (reduzir) a acidez do caldo. Por exemplo, as canas verdes ou passadas ou as cultivadas em solos muito ricos em matria orgnica ou que sofreram derrubadas recentes tm maior acidez, exigindo mais leite de cal, enquanto que as maduras ou de socas, as provenientes de solos de mdia baixa fertilidade e arenosos so menos cidas, necessitando portanto de menos cal. H tambm o problema de recepo, no engenho, de cana de vrias procedncias, em diversos estgios de maturao e cultivadas em diferentes tipos de solo, em diversas condies. Desta forma, observa-se a dificuldade para se chegar a algumas concluses sobre a quantidade de leite de cal a ser adicionada a essa mistura, sem realizar medies adequadas (BORGES, 1972). O meio de correo, a sua concentrao e a sua atividade, como o leite de cal, tambm variam muito. Da o motivo do emprego de diversos agentes de correo, como a decoada ou a cal hidratada (leite de cal), adicionada sem controle - apenas para proporcionar a formao de grumos e ocasionar a caramelizao excessiva do acar. Na verdade, o excesso de alcalinidade to nocivo quanto o de acidez. Muito baixa acidez, embora facilite a clarificao, em razo de provocar grande e rpida precipitao (separao) de impurezas, provoca tambm, posteriormente, atraso na concentrao do caldo, dificuldade na separao entre os cristais e aumento de caramelizao, mela da rapadura e menor rendimento de acar. Se a acidez for demasiada, a clarificao ser incompleta, o ponto ser dificultado, a cristalizao imperfeita, dificultando a separao dos cristais e menor rendimento (BORGES, 1972). A reao desejvel aps a correo, levemente cida, para a rapadura (que fica mais macia, clara e com mais liga) e para o melado. Uma reao levemente alcalina favorvel para acar. A correo da acidez pode ser feita com gua de cal (leite de cal), preparada como descrita nos pargrafos seguintes. Partindo-se de cal virgem necessrio primeiro hidrat-la (torn-la apagada ou extinta). Faz-se uma pasta com gua e deixa-se em repouso por 12 a 24 horas. A gua deve ser suficiente para a pasta no secar. Dilui-se a pasta 3 a 4 vezes o seu peso com gua, passa-se por uma peneira de malha grossa e em seguida por uma de malha fina. Deixa-se decantar. Finalmente adiciona-se
gua pura para formar uma suspenso com 10 a 20 Baum (B). Uma indicao prtica considerar o nmero de graus B menos um, como quilogramas de CaO para 100 litros de leite de cal. Ou seja, para 100 litros de gua de cal a 15 B, utiliza-se 14 kg de CaO. Vale salientar que este xido de clcio (CaO) tem que ser de grau alimentar. A correo feita adicionando-se o leite de cal ao caldo frio ou iniciando o aquecimento (55 a 60 C), aos poucos e com agitao vigorosa. A operao acompanhada com papel indicador de pH (papel de tornassol). Retira-se amostras do caldo da tacha, mergulhando papel de tornassol vermelho. Se o papel ficar ligeiramente azulado sinal de que a reao est menos cida. Quando se deseja reao ligeiramente mais cida (rapadura ou melado), utiliza-se papel azul, que dever avermelhar-se, um pouco. Ao tocar o papel indicador trabalha-se com as mos limpas e secas, sem resduos de sabo. O leite de cal a 10 B corresponde a 9-14% de CaO (xido de clcio). A quantidade de leite de cal a 10 B a ser adicionada ao caldo pode ser determinada na hora, para cada carregamento, com auxlio das determinaes de: a) pH por papel indicador - uso do papel indicador de pH (papel de tornassol), vermelho = cido; e azul = bsico (alcalino). Portanto, adiciona-se leite de cal at que a cor azul seja observada no papel, ao ser imerso no caldo, isto para acar mascavo. Para melado ou rapadura utiliza-se o papel azul que dever ficar ligeiramente avermelhado (garapa ligeiramente mais cida). b) Titulao do caldo com uma soluo alcalina (NaOH) ou (KOH) e c) Determinao de pH por meio de PH-Metro (potencimetro) - so tcnicas mais apuradas de menor possibilidade de aplicao na produo artesanal em micro-usinas ou pequenos engenhos. Aps a correo da acidez (reduo da acidez) o caldo transferido para a tacha seguinte, se for o caso. A limpeza do caldo ou a retirada de impurezas, sob a forma de espumas feita no caldo quente, porm, antes que entre em fervura. Ao iniciar o aquecimento do caldo de cana, ocorre a formao de espuma, que contm impurezas como fragmentos slidos, gomas, muscilagens, cra da cana e pigmentos, entre outros, que devem ser removidos. Isto feito com auxlio de uma escumadeira, de formato circular cncava, de cobre ou ao inoxidvel, com perfuraes semelhantes s de uma peneira, presa a um cabo longo de madeira. Essa retirada de impurezas, que deve ocorrer durante toda a operao de concentrao, garante produto mais puro e claro.
o a fornalha provida de dispositivo para desviar o fogo do canal principal de onde se obtm o ponto, ou a tacha colocada prximo chamin, para reduo do aquecimento. Em qualquer caso necessria a agitao da massa de melado para evitar a queima. Alguns aspectos a serem observados durante a etapa de concentrao do caldo de cana so: a) Trabalhar sempre com cana madura - caldo com alto teor de acar e livre de impurezas; b) Trabalhar sempre com cana recm cortada - concentrar o caldo no mximo at 20 a 24 horas aps o corte da cana; c) Efetuar a correo da acidez do caldo; d) Promover uma limpeza eficiente durante toda a fase de concentrao do caldo; e) Prevenir a presena de insetos e quaisquer outros animais nas instalaes e nas vizinhanas da fbrica para evitar a contaminao do produto com material estranho; f) Manter sempre a higiene e a limpeza das instalaes da fbrica; g) Promover o treinamento e conscientizao dos operrios da fbrica quanto s necessidades de limpeza e higienizao pessoal e de todos os equipamentos e utenslios; h) Manter a uniformidade da distribuio do calor entre as tachas; i) Remover o aquecimento da tacha ao se aproximar o ponto para evitar a queima. 4.2.3.1. Ponto para rapadura Ao se aproximar o ponto, o xarope se transforma em melado e a fervura toma aspecto de borbulhamento. A concentrao do ponto para a rapadura cerca de 73 Brix, a quente, ou 80 Brix, a frio. Retira-se pequenas amostras do melado, uma colher de sopa, colocando-a em vasilha com gua fria. Com os dedos, tenta-se formar uma bola. Essa amostragem repetida at conseguir a formao da "bola" que representa o ponto. Para rapadura mais macia, a bola mais mole, o rendimento maior e a rapadura tem menor perodo de validade, mximo de dois meses, mas isto depende das condies higinicas da fbrica, do tipo de embalagem e do ambiente de estocagem. Outra forma emprica de verificar o ponto retirar amostra do melado, com uma escumadeira, deixando-a escorrer em lenol, sobre a tacha. Fios finos que se esvoaam ligeiramente com o vapor so formados, se o melado est no ponto. Considerado mais preciso abrir o lenol de melado sobre uma vasilha de gua fria; a princpio os fios afundam e no ponto sobrenadam. No ponto para rapadura os fios sobrenadantes no se quebram quando esticados. Tambm ao se projetar um pouco da massa de melado contra o ar, com auxlio de uma pequena p de madeira ou esptula (tipo de pintor), ocorrer a formao de um filme (pelcula) transparente e brilhante contra a luz, que cai lentamente, se a massa estiver no "ponto". 4.2.3.2. Ponto para acar mascavo A concentrao no ponto para acar mascavo de 82 Brix, a quente, ou 90 Brix, a frio. Os fios formados no lenol sobre a tacha descrito para rapadura so mais finos. Os fios sobrenadantes do lenol sobre gua fria, puxados mo, no esticam, mas quebram-se com estalo. Na amostragem
em vasilha com gua fria, moldando a massa com os dedos, forma-se uma rede com a massa fria. Essa rede atirada contra a parede da tacha, quebra-se completamente, como um pedao de vidro ao ser estilhaado. 4.2.3.3. Clarificao e ponto para o melado Na pequena indstria, como foi mencionado anteriormente, no se faz a correo da acidez do caldo. Entretanto, para a produo de melado, sobretudo para atender a um mercado mais exigente, recomendvel essa prtica. A correo da acidez pode ser realizada com o emprego do leite de cal, como indicada anteriormente (correo da acidez e limpeza do caldo). A indicao de que o pH do caldo para elaborao de melado deve estar em torno de 6,00, aps a correo com hidrxido de clcio ou leite de cal (Pinto, 1982). A remoo das impurezas durante a concentrao do caldo de fundamental importncia no sentido de obter um xarope bem limpo, o que facilita o trabalho de evaporao, alm de resultar em melado de melhor qualidade, do ponto de vista sensorial (melhores gosto e sabor).
Para evitar a cristalizao da sacarose durante a estocagem do melado, que um defeito srio, h necessidade de promover algum grau de inverso deste acar durante a fase de concentrao do caldo. A inverso na verdade uma hidrlise da sacarose que se transforma em glicose e frutose. A taxa de inverso influenciada pela temperatura da massa, pela sua acidez e pela concentrao de sacarose. Dentre os diversos tratamentos recomendados para promover esta inverso est a acidificao do xarope a ser submetido concentrao. O aumento da acidez feito pela adio de uma soluo cida, preparada a partir do cido ctrico, extrado de vrias frutas e tem aparncia de sal de cozinha, ou cido fosfrico (extrado de rochas). O pH do xarope deve ser reduzido para 4,50 a 5,00. Se for utilizado o cido ctrico (tem que ser de grau alimentar), o recomendvel preparar uma soluo aquosa a 80% para ser adicionada ao xarope. O correto medir o pH do xarope para adio do cido. Uma recomendao prtica, que no serve de modo algum para todos os casos, adicionar uma dosagem de 8 a 15 ml da soluo a 80% de cido ctrico por litro de xarope. A soluo de cido ctrico adicionada ao xarope quando seu Brix est na faixa de 50 a 60 (PINTO e COELHO, 1983). Se for utilizado o cido fosfrico, primeiro prepara-se uma soluo aquosa meio a meio (um litro de cido fosfrico por litro de gua). Esta soluo ser adicionada ao xarope com cerca de 50 Brix at que seu pH atinja valores entre 4,50 a 5,00. A indicao prtica 200 a 250 ml da soluo por litro de xarope. Observa-se portanto, que h duas correes de acidez para a elaborao do melado. A primeira correo com leite de cal para reduzir a acidez do caldo (aumento do pH para em torno de 6,00) - papel de tornassol fica azulado. evidente que esta correo do pH (adio de leite de cal) realizada no caldo frio, at 55 ou 60 C, o que possibilita a melhoria da limpeza do caldo de cana. A segunda correo para aumentar a acidez do caldo limpo/xarope - e serve para prevenir contra a cristalizao do acar no melado, durante o armazenamento. A soluo aquosa de cido ctrico a 80% diluda com caldo limpo/xarope e ento adicionada na segunda/terceira tacha. O melado, como mencionado anteriormente, deve conter um mnimo de 50% de acares totais. Esta concentrao pode chegar a at 70 ou 74% no produto comercial. Quanto maior o Brix do melado mais longo seu perodo de validade, isto , sua vida til; entretanto, menor o rendimento. Assim, o Brix do ponto depende do tipo de mercado que o fabricante quer atender ou tem disponvel. A melhor maneira de verificar o ponto medindo o Brix do melado.
sistemticas de limpeza da cana e do caldo durante seu preparo e concentrao, alm de isolamento adequado de toda a instalao, que se for aberta, deve ser telada para prevenir a entrada de insetos - tambm importante a manuteno da limpeza nas reas adjacentes fbrica; e) presena de terra/areia - limpeza da cana e decantao do caldo - manuteno da fornalha ou mesa da tacha impermevel; f) mela - concentrao insuficiente do caldo (ponto muito brando - inadequado), excesso de umidade na moldagem (forma e tecidos), excesso de umidade no ambiente de armazenamento, moagem de cana verde em grande proporo, cana velha aps o corte, caldo com excesso de acidez sem correo (alta taxa de inverso); g) mofo/crescimento de fungos - problemas de falta de higiene principalmente do pessoal de fabricao e de falta de higiene e de limpeza nas instalaes, equipamentos e utenslios tambm pode vir contaminao por meio de materiais depositados nas adjacncias da fbrica/engenho, alm da gua utilizada nas diversas etapas da fabricao - a gua tem que ser potvel. Tambm a falta de higiene e limpeza na operao de embalagem, no transporte e no ambiente de armazenamento podem contribuir para o crescimento de mofo. O mofo da rapadura prevenido tomando-se alguns cuidados, durante todas as etapas do processo de fabricao e tambm durante a estocagem: Limpeza da cana - trabalhar sempre com cana a mais limpa possvel; Engenho limpo e lavado diariamente aps a moagem ou a qualquer intervalo de parada do engenho; Instalaes para coa/filtrao e limpeza e concentrao do caldo em ambiente isolado de poeira e principalmente que previna a presena de insetos e quaisquer outros animais nas proximidades; Observar rigorosamente os cuidados de higiene e de limpeza dos equipamentos e utenslios e do pessoal envolvido nas diversas operaes, sobretudo na limpeza e concentrao do caldo, verificao do ponto, resfriamento/bateo do melado, moldagem e retirada das formas e embalagem, quando for o caso; A gua usada para limpeza e lavagem da instalao (paredes e piso), mos dos operrios, engenho, canaletas ou tubulaes, filtros, equipamentos, utenslios, formas ... tem que ser de qualidade potvel; O armazm no pode contribuir para o crescimento de mofo - piso, teto e paredes tm que estar completamente livres de fungos (mofos). A rapadura deve ser embalada individualmente, para facilitar a conservao. Para as de tamanhos maiores, acima de 300 g, tem sido utilizado o papel denominado popularmente de papel "manteiga". Nunca "embrulhar" a rapadura em papel de jornal ou reutilizar outro tipo de papel. As rapadurinhas de 25 ou de 50 g so embaladas individualmente em papel manteiga, acondicionadas em caixinhas individuais e depois arranjadas em caixas apropriadas de papelo ou de madeira, com
certo nmero de unidades por caixa, para comercializao. Alguns cuidados em relao ao armazenamento e preveno da "mela" podem ser resumidos como segue: Evitar a produo de rapadura a partir de caldo proveniente de cana verde ou cortada h mais de 20 ou 24 horas. Produtos assim rendem menos, ficam mais escuros e melam com mais facilidade; Dar massa um ponto de rapadura mais firme. O rendimento menor e o produto mais escuro, porm, a possibilidade de mela menor; Armazenar a rapadura em ambiente seco, evitando a formao de blocos compactos (separao entre as unidades). Para a manuteno do armazm mais seco, distribui-se cal no piso, colocando-se grade de madeira sobre a camada de cal; O depsito deve ter paredes grossas, janelas bem vedadas, laje e telha de barro como cobertura. A construo deve ser prxima fbrica, de fcil acesso, em local seco e arejado.
melado
Verificado o ponto, as operaes seguintes dependem da forma em que o melado ser embalado. No caso de embalagens de vidro, em copos ou de outra forma, o melado resfriado; pode ser na prpria tacha ou em resfriadeira apropriada, para temperaturas em torno de 95 C. Da colocado na embalagem, por meio de uma dosadeira (funil), que fechada (tampada) hermeticamente e colocada de boca para baixo (invertida) por cerca de 1 a 2 min e segue o resfriamento com jatos de gua fria, at temperatura de 37 a 40 C. evidente que a embalagem e a tampa foram rigorosamente lavadas antes de receber o melado. Em seguida o resfriamento completado naturalmente at temperatura ambiente, quando o calor remanescente seca a superfcie externa dos frascos. Estes so ento acondicionados em caixas com 12 ou 24 unidades e armazenados em local fresco e ventilado. Outro tipo de embalagem que tem sido experimentado para comercializao do melado de caldo de cana o sach, semelhante ao utilizado para mel de abelhas. Neste caso o produto deve ser resfriado antes de ser colocado na embalagem.
4.4. Rendimento
Em razo das diversas variveis envolvidas no processo, matria-prima, caldo, extrao, entre outros, praticamente impossvel precisar um rendimento mdio. Entretanto, uma frmula prtica pode auxiliar na estimativa: kg de acar por 100 litros de caldo = Brix - c, em que c igual a 2 para rapadura ou acar mascavo, para um rendimento considerado bom. Se por exemplo o caldo tem 20 Brix e as moendas retiram 600 litros de caldo por tonelada de cana, aplicando-se a frmula, tem-se: Produto Acar mascavo Rapadura kg/100 litros 20 - 2 = 18 20 - 2 = 18 kg/t 18 x 6 = 108 18 x 6 = 108
A seguir, tem-se o balano de massa da produo de acar mascavo, melado e rapadura para um dia normal de processamento.
100% C a n a -d e -a c a r ( 9 to n e la d a s )
1 0 % (9 0 0 kg )
RAPAD URA 25 g ( 8 6 ,4 0 k g )
3 0 % ( 2 .7 0 0 k g )
1 0 % (9 0 0 kg )
M ELAD O 2 40 m l ( 8 6 ,4 0 k g )
P L A N T A IN D U S T R IA L
1 0 % (9 0 0 kg )
M E L A D O 3 .2 5 0 m l ( 8 6 ,4 0 k g )
2 0 % ( 1 .8 0 0 k g )
2 0 % ( 1 .8 0 0 k g )
Figura 2. Balano de massa de um dia normal de produo de Acar mascavo, Melado e rapadura
Na pequena indstria da cana-de-acar, como o caso da produo artesanal de aguardente, de melado ou rapadura e acar mascavo, h basicamente trs tipos de resduos/poluentes, a saber: os resduos da cultura da cana (ponta/palmito da cana-de-acar), o bagao da cana e a espuma da garapa.
vista nutricional, este material tem sido utilizado para alimentao animal, como sunos e bovinos.
6. Controle de Qualidade
Qualidade um importante aspecto da produo de alimentos e bebidas e, normalmente, considerada como grau de excelncia do produto. Entretanto, do ponto de vista operacional, da produo e da comercializao, qualidade aquilo que o comprador/consumidor quer e est disposto a pagar por ela. evidente que a segurana do usurio do produto tem que ser uma preocupao constante do fabricante e do comerciante, uma vez que o consumidor sempre considera que o produto de qualidade garantida. Quem ganha a vida no negcio com o produto no quer causar um problema de sade em seu consumidor - afinal de contas uma vida humana no tem preo! A viso moderna, isto , a viso atual de que a qualidade tem que estar disseminada em todo o ambiente do sistema de produo - ou seja, deste a escolha das variedades de cana, da rea e do solo para plantio, corte e transporte da cana, instalaes e cuidados durante todas as operaes de fabricao, segurana dos operrios/funcionrios at a colocao do produto nas mos do consumidor. De fato, at alm deste ponto, quando se orienta o consumidor sobre a melhor forma de utilizao do produto. Tem que haver uma conscincia e o conhecimento do que a qualidade por parte de todo o pessoal envolvido na produo. O entendimento de que no se controla a qualidade apenas medindo ou analisando o produto pronto para uso. Entretanto, para administrar a qualidade h necessidade de se conhecer os seus diversos indicadores ou itens de controle - e isto ao longo de toda a cadeia produtiva. Tambm o fabricante precisa estar atento aos indicadores de rendimento/produtividade, mas no s do produto final, isto , kg de produto por tachada, por exemplo, mas tambm os diversos indicadores intermedirios do processo. No conhecendo os valores das medidas no h como administrar o processo. O produtor artesanal realmente no dispe de um laboratrio nem de pessoal tcnico em sua fbrica para um acompanhamento mais detalhado de todo o processo - entretanto, h medidas simples como as de temperatura, de grau Brix por densmetro ou por refratmetro, que so extremamente teis no controle do processo de fabricao - os produtores artesanais precisam aprender a usar essas anlises - a entender o que qualidade e desenvolver a cultura de medida dos indicadores de qualidade e de produtividade. Para as anlises mais sofisticadas, como as exigidas pelo Ministrio da Sade, o fabricante poder contar com uma rede de laboratrios em instituies pblicas e privadas que prestam este tipo de servio. Ele pode estabelecer, por exemplo, uma freqncia mensal para esta anlise durante a safra - ou outra freqncia que ele prprio julgar conveniente. Por exemplo, se o fabricante decidir por uma anlise mensal do(s) seu(s) produto(s), ento em um dia aleatrio (ao acaso) de cada primeira quinzena do ms ele coleta uma amostra representativa e encaminha ao laboratrio para anlise. Tambm h a possibilidade de formao de associaes ou cooperativas de produtores ou
at mesmo a formao de grupos independentes de fabricantes que podem montar um laboratrio prprio ou contratar um por meio de convnio, no sentido de reduo do custo das anlises. O termo qualidade empregado em diversos contextos muitas vezes dificulta o entendimento de seu significado. No ambiente da indstria, qualidade tem que ter um significado objetivo, revelando a compreenso das pessoas envolvidas, em termos de especificaes. Assim, quando se diz que determinado lote de produto de boa qualidade, est se referindo ao fato de que as caractersticas de aroma, sabor, odor, dimenses de cor, que os indicadores de qualidade microbiolgica e fsico-qumica estejam dentro dos limites de especificao, tolerveis e adequados para o produto, conforme sugerido por especialistas e definido pela empresa ou fabricante com base nas exigncias de seus compradores/consumidores, alm daqueles exigidos pela legislao prpria. A concepo mais aceita de qualidade aquela que a considera como o conjunto de caractersticas que diferenciam as unidades individuais de um produto e que tem importncia na determinao do grau de aceitabilidade daquela unidade pelo comprador/consumidor. Essas so as caractersticas que tornam o produto agradvel ao consumidor (dimenses de cor, viscosidade, sabor, aroma, odor, ausncia de defeitos e materiais estranhos vista do consumidor), isento de substncias txicas (toxinas microbianas, resduos de defensivos agrcola, fraudes). Assim, a qualidade total de um produto pode ser analisada por seus atributos, em que cada um possa ser medido e controlado independentemente, isto , produzido durante a fabricao. Este conceito de qualidade permite consider-la como uma especificao ou um grupo de especificaes dentro de determinados limites ou tolerncias que devem ser atingidos. Esta definio tambm engloba outro aspecto de grande importncia para a qualidade de produtos de consumo humano, qual seja a qualidade sensorial, isto , o conjunto daquelas caractersticas que levam aceitao ou rejeio do produto, de acordo com a sensao que o consumidor experimenta ao observ-los ou ingeri-los. Outro aspecto tambm considerado no supracitado conceito de qualidade o fato de se considerar a aceitao do produto pelo comprador/consumidor, isto , o conceito evoluiu daquele ditado por especialistas para um conceito influenciado pelo consumidor. Assim, a expectativa de que o produto de melhor qualidade ser o mais bem aceito no mercado. O termo controle de qualidade utilizado aqui indica as atividades e aes relacionadas com o controle das caractersticas de qualidade dos produtos durante a produo, fabricao, estocagem e distribuio. A experincia demonstra que a operao de uma indstria sob os princpios de controle de qualidade essencial para o atendimento das exigncias de qualidade internas da empresa, dos rgos oficiais de inspeo e principalmente para atender as expectativas dos consumidores. Assim, controle de qualidade deve ser entendido como o conjunto de medidas ou aes realizadas durante produo, processamento, armazenamento (estocagem) e comercializao do produto, visando manuteno da qualidade em nveis adequadamente aceitveis pelo consumidor (comprador), que satisfaam as suas necessidades, inclusive de preveno de risco sade, minimizando os custos. O controle de qualidade de alimentos e bebidas pode ser considerado sob trs aspectos: controle de matria-prima e ingredientes, controle de processo e de pessoal e inspeo de produto
acabado. normalmente aceito que uma vez pronto o produto, pouco poder ser feito para alterar sua qualidade. Assim, a anlise de produtos acabados somente permite aceitar aqueles que atendem, rejeitando os que no atendem ao padro pr-estabelecido. Este um processo de inspeo e no de controle. Na verdade pode-se dizer que se os controles de matria-prima e de processo so perfeitos, o produto final no necessita de inspeo. Portanto, o controle de qualidade se preocupa com os controles de matria-prima e ingredientes e com o dos processos utilizados na fabricao. Entretanto, na prtica raramente possvel garantir um controle perfeito sobre matria-prima e ingredientes e condies de processamento. Assim, algum grau de inspeo de produto acabado sempre necessrio, cuja freqncia depende das circunstncias dentro da fbrica. Por outro lado, economicamente desejvel concentrar esforos para que a inspeo (e rejeio) no estgio de produto acabado seja reduzido a um nvel mnimo nominal, por meio de um controle efetivo de matria-prima, ingredientes e do processo. Finalmente, lembrar que o Brasil hoje tem um cdigo de defesa do consumidor vigente - que mudou completamente as relaes de comrcio - que entre os seus diversos aspectos define responsabilidades pelo fato do produto e inverte o nus da prova, quanto culpabilidade nas denncias de danos causados por produtos de consumo. So exigncias de grande importncia para quem produz e comercializa produtos de consumo. Mas o fabricante que se preocupa e pratica a qualidade no seu produto, est prevenido contra estes problemas.
Tabela 1 : Correo da leitura do Brix aeromtrico da amostra a vrias temperaturas para a de referncia de 20oC T oC 0 5 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 35 40 0,32 0,31 0,29 0,26 0,24 0,20 0,17 0,13 0,09 0,05 0,38 0,35 0,32 0,29 0,26 0,22 0,18 0,14 0,10 0,05 Brix Observado 20 25 30 35 Subtrair do Brix Observado 0,48 0,52 0,57 0,60 0,64 0,44 0,48 0,51 0,55 0,58 0,40 0,43 0,46 0,50 052 0,35 0,38 0,41 0,44 046 0,31 0,34 0,36 038 0,40 0,26 0,28 0,30 0,32 0,33 0,22 0,23 0,25 0,26 0,27 0,16 0,18 0,19 0,20 0,20 0,11 0,12 0,13 0,13 0,14 0,05 0,06 0,06 0,07 0,07 Adicionar ao Brix Observado 0,06 0,06 0,06 0,07 0,07 0,12 0,12 0,13 0,14 0,14 0,17 0,19 0,20 0,21 0,21 0,24 0,26 0,27 0,28 0,29 0,31 0,32 0,34 0,35 0,36 0,37 0,40 0,40 0,42 0,44 0,44 0,46 0,48 0,50 0,52 0,51 0,54 0,56 0,58 0,60 0,59 0,61 0,63 0,66 0,68 0,66 0,68 0,71 0,73 0,76 1,06 1,10 1,13 1,16 1,18 1,51 1,54 1,57 1,62 1,62 15 20 25 30 35 15
10 0,43 0,40 0,36 0,32 0,29 0,24 0,20 0,15 0,11 0,05 0,06 0,11 0,17 0,23 0,30 0,36 0,42 0,49 0,56 0,63 1,02 1,47 10
40 0,75 0,60 0,54 0,48 0,41 0,34 0,28 0,21 0,14 0,07 0,07 0,15 0,22 0,30 0,38 0,46 0,54 0,61 0,70 0,78 1,20 1,64 40
45 0,70 0,63 0,56 0,49 0,42 0,36 0,28 0,21 0,14 0,07 0,07 0,15 0,23 0,31 0,38 0,47 0,54 0,62 0,70 0,78 1,21 1,65 45
50 0,72 0,65 0,58 0,51 0,44 0,38 0,29 0,22 0,15 0,08 0,08 0,16 0,24 0,32 0,39 0,47 0,55 0,63 0,71 0,79 1,22 1,65 50
0,04 0,05 0,10 0,10 0,16 0,16 0,21 0,22 0,27 0,28 0,33 0,34 0,40 0,41 0,46 0,47 0,54 0,55 0,61 0,62 0,99 1,01 1,42 1,45 0 5 (Fonte: Novaes, 1992).
Tabela 2 : Correspondncia entre as leituras de teor de slidos solveis nas escalas de Baum e de Brix Baum 8,0 8,8 9,0 9,4 9,6 9,9 10,1 10,5 10,7 11,1 11,3 11,6 11,8 12,1 12,4 12,7 13,0 (Fonte: Pinto, 1991). Brix 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0
6.1.2. Rendimento
Como observado por KRAMER e TWIGG (1970), quantidade deve ser considerada um atributo de qualidade. Na fabricao de rapadura, melado e acar mascavo importante que o produtor conhea o desempenho de seu processo ao longo da safra e entre as safras. Estas avaliaes de desempenho da usina so importantes para o planejamento e controle das operaes e na composio do custo de produo. Assim se faz necessria a realizao de pesagens e medidas que permitam determinar, por exemplo: Rendimento de cana cortada por rea colhida/plantada Rendimento de caldo em relao ao peso de cana moda Rendimento em kg de produto por tonelada de cana moda
Quadro 3 : Limites microbiolgicos para acar mascavo, melado e rapadura GRUPO DE Salmonellas ALIMENTOS (ausncia em) VIII-AUCARES E SIMILARES a) Acar cristal, acar 25 g mascavo, acar refinado b) Melado e rapadura 25 g Fonte: Adaptado do Dirio Oficial da Unio (1997) Coliformes Fecais: NMP (mximo) aus. 1 g Bolores + Leveduras (mximo) 103/g 103/g
tamanho do lote (N) nmeros de amostras a serem coletadas (n) critrio de aceitao (a) do lote, critrio de rejeio (r) do lote,
onde "n", "a" e "r" so obtidos atravs de tabelas apropriadas (baseadas em princpios matemticos de probabilidade). Deve-se considerar que nem mesmo uma inspeo 100% ir garantir que nenhuma unidade defeituosa seja aceita, devido ao erro decorrente do fator humano envolvido na anlise e da grande heterogeneidade dos materiais biolgicos. O destino de lotes rejeitados pela inspeo deve ser previamente estabelecido no planejamento do controle de qualidade. O possvel aproveitamento do lote rejeitado deve levar em considerao o tipo de produto e de defeito com o qual se est lidando, identificando qual o grau de risco associado. A determinao do tamanho de amostra adequado depende de consulta a especialista e da experincia com o processo, pois o uso das tabelas requer o estabelecimentos de critrios que dependem do tipo de anlise, grau de risco associado, nvel de qualidade desejvel, histrico da qualidade do produto, entre outros. Ou seja, diferentes planos de amostragem podem ser adequados para atestar a qualidade de um mesmo lote dependendo dos critrios estabelecidos. Estes critrios devem estar explcitos em contratos de compra e venda. A aplicao do plano de amostragem mais indicado nem sempre vivel devido s questes financeiras e/ou de tempo, que freqentemente ocorrem nos casos em que se tratam de testes destrutivos ou quando se obtm a indicao de um nmero muito grande de amostras. Nestes casos, utilizam-se planos menos rigorosos, porm consistentes e que no deixam de ser adequados ao caso em questo. Similarmente, tambm pode-se reduzir a rigorosidade de um plano de amostragem quando se estiver lidando com um processo sob controle em condies favorveis. Ao se constatar qualquer desvio no controle do processo ou se suspeitar de alguma anormalidade aplica-se um plano de amostragem mais rigoroso at que as condies voltem ao normal. Portanto, no se trata de um planejamento esttico e determinstico, mas sim de um controle dinmico que acompanha as melhorias e falhas do processo. Para estabelecer os planos de amostragem e tipos de teste dispe-se das seguintes referncias:
ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas): Coletnea de Normas de Planos de Amostragem, 1977 (Volumes I e II); Codex Alimentarius; Bacteriological Analytical Manual (ACAC / FDA); Internacional Commission on Microbiological Examination for Foods (ICMSF); Compedium of Methods for Microbiological Examination for Foods (American Public Health Association). Como, em geral, o custo de anlises laboratoriais alto e muitas anlises so destrutivas, o analista tem a opo de reduzir o tamanho da amostra atravs da formao de lotes maiores sem comprometer a representatividade ou validade da inspeo quando o processo estiver sob controle. Deve-se ter em mente que a opo de formao de um lote maior pode reduzir o tamanho da amostragem, no entanto pode encarecer muito quando se obtiver um resultado que sugira rejeio do
lote. A elaborao de planos de amostragem adequados vai incidir diretamente sobre os custos operacionais com uma participao bastante relevante. Mas os custos de qualidade so de natureza tangveis, envolvendo desde as anlises laboratoriais at treinamento de funcionrios, e est condicionado situao de controle do processo e postura da empresa face qualidade que deseja atingir. Desta forma, o presente perfil optou por estimar os custos de qualidade a partir de um percentual sobre o faturamento da empresa, que pode ser facilmente alterado no software SAAFI Agro.
6.1.9. Concluses
O fabricante deve estar atento s caractersticas de qualidade do produto que seu mercado comprador/consumidor est a exigir e tentar definir estes atributos - inclusive sensorial, de forma que possam ser controlados e aferidos objetivamente; A legislao deve especificar o mnimo - o fabricante deve ter como desafio de qualidade para seu produto, no apenas as exigncias oficiais, mas o que o seu comprador/consumidor quer; O produto artesanal tem apresentado grande aceitao no mercado; assim h necessidade de aproveitar esta fase para sua afirmao; O produto deve ser artesanal, mas o fabricante tem que se profissionalizar, para sobreviver na atividade.
o potencial de obteno da matria-prima na regio deve ser superior demanda da fbrica projetada e possibilitar futuras expanses na produo; local apropriado para despejo dos resduos, caso ocorram eventuais problemas que impeam o aproveitamento de resduos conforme o planejado; suprimento de gua confivel e de boa qualidade (potvel); fornecimento suficiente de energia eltrica, sem interrupo; disponibilidade de mo-de-obra, incluindo pessoal de nvel tcnico; ausncia de contaminantes de qualquer espcie nos arredores da agroindstria; infra-estrutura rodoviria em condies de uso e de fcil acesso; disponibilidade de rea suficiente para implantao da agroindstria e uma futura expanso. Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, dever solicitar aprovao de suas instalaes junto ao rgo regional do Ministrio do Trabalho, e este aps realizar a inspeo prvia, emitir o Certificado de Aprovao de Instalaes. Este procedimento adotado com o objetivo de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou de doenas do trabalho, razo pela qual o estabelecimento que no atender regulamentao fica sujeito ao impedimento de seu funcionamento, conforme estabelece o art. 160 da CLT (Consolidao das Leis do Trabalho), at que a norma seja cumprida.
7.2. rea das tachas/preparao e concentrao da garapa e de resfriamento da massa/moagem e peneiragem de acar/moldagem de rapadura
Esta rea coberta, com p-direito de pelo menos 5 m. O piso deve ser lavvel com drenos apropriados e com declividade para evitar formao de poas d'gua. A rea deve ser fechada com paredes e provida de janelas que possibilitam a boa ventilao e arejamento. No caso de instalao aberta, as laterais tm que ser teladas (tela de 1 mm) para prevenir a entrada de insetos e pssaros.
7.3. Armazm
A rea deve ser coberta, de preferncia, com lage e cobertura de telha de baixa condutividade trmica, com p-direito de pelo menos 3 m, provida de janelas que possibilitem boa ventilao. As paredes e o piso tm que ser lavveis. Os produtos devem ser armazenados em estrados ou "pallets" de madeira ou outro material apropriado.
Avaliao das condies ambientais de trabalho quanto aos riscos de segurana em potencial; Implementao de medidas coletivas de segurana; Avaliao da necessidade do uso de Equipamento de Proteo Individual (EPI), fornecimento e obrigao do uso dos mesmos; Treinamento dos funcionrios enfocando segurana em suas atividades e a necessidade de EPI. A Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho (SSST) o rgo de mbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as exigncias de segurana e medicina do trabalho que compreendem as chamadas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministrio do Trabalho e a nvel regional Trabalho (DRT). As empresas que possuam empregados regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento, uma Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA). As indstrias de alimentos em geral so classificadas pela NR04 com "Grau de Risco 3", e so obrigadas a implantar CIPA, a partir de 20 empregados na empresa, necessitando contratar um Tcnico de Segurana do Trabalho (8 h/dia) a partir de 101 empregados. A CIPA tem como objetivo observar e relatar condies de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir ou eliminar os riscos existentes, discutir os acidentes ocorridos, encaminhando o resultado aos Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho e ao empregador, solicitando medidas que previnam acidentes semelhantes e, ainda, orientar os demais trabalhadores quanto preveno de acidentes. No item Grau de Insalubridade, nos termos da Norma Regulamentadora (NR 15) do Ministrio do Trabalho, so estabelecidos os limites e tempo de exposio a condies adversas, que determinam o pagamento de um adicional ao trabalhador, aps realizao de percia no local de trabalho. estas responsabilidades so atribudas Delegacia Regional do
Toda indstria dever possuir os recursos necessrios prestao dos primeiros socorros, considerando-se as caractersticas da atividade desenvolvida, bem como dispor de pessoal treinado para esse fim. Deve possuir Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA), visando preservao da sade dos trabalhadores, atravs da preveno e controle de acidentes que possam vir a ocorrer no ambiente de trabalho.
8. Equipamentos
Os equipamentos necessrios para as operaes deste empreendimento e os seus respectivos cdigos no croqui so apresentados a seguir. Todos podem ser adquiridos no mercado interno, e muitas informaes sobre fornecedores potenciais esto disponveis em alguns sites da internet listados em anexo. As descries dos equipamentos a seguir foram definidas de acordo com as caractersticas dos equipamentos selecionados para aquisio no presente perfil, com os seus respectivos preos apresentados no relatrio de avaliao financeira do software SAAFI-Agro. O futuro empreendedor poder identificar equipamentos com especificaes tcnicas diferentes que venham a contemplar melhor seus interesses conforme orientaes tcnicas.
Cdigo no Lay-out E1
Equipamento: Ensiladeiras/ picadeiras de cana So utilizadas para a limpeza da cana antes da moagem para facilitar esta operao, aumentar o rendimento da extrao e garantir maior qualidade dos produtos. Capacidade de 2.000/3.000 kg/h; acionamento por motor eltrico de 3 cv de potncia; Engenho / Moendas Tem a finalidade de moer a cana e extrair o caldo. Modelo 14x20 polegadas, com 1 (um) terno, moagem de 4.500 Kg/hora, extrao de 3.300 l/hora, utilizando um motor de 30HP. A regulagem das moenda deve ser feita no perodo da entre-safra, onde os nivelamentos, alinhamentos e esquadrejamentos so cuidadosamente observados. A moenda deve operar a uma velocidade perifrica de 20 m/min, onde possui melhor eficincia de moagem. Para uma produo de 400 litros de caldo por hora, deve-se usar uma moagem de dimenses: 25,4 x 25,4 cm. Tanque de decantao Com capacidade de 1.000 litros, provido de telas. O caldo filtrado e decantado para a retirada de impurezas, como bagacilho e terra. Com dimenses aproximadas de 0,5m de altura, 1,5m de comprimento e 1,5m de largura. O caldo, obtido da moagem, passa pelo sistema de coa ou filtrao para eliminar resduos mais leves (bagacilhos, bagacinhos e outros fragmentos). Este tanque consiste de um depsito de alvenaria, de madeira, de ferro ou outro material compatvel para decantao. Este depsito tem sada de caldo na parte superior. Para uma produo de 400 l/h de caldo, utiliza-se um tanque de 1.000 litros para proporcionar maior flexibilidade na produo. Refratmetro de campo Refratmetro manual porttil escala de 0 a 32% de BRIX diviso de 0,2%. Medidor do contedo de acar. na plantao de cana-de-acar utilizada para o controle de maturao. Aermetro com escala de 70 a 90 O equipamento de baixo custo, de fcil utilizao e de extrema necessidade. Tem como finalidade, o acompanhamento da concentrao do caldo/melado atravs do BRIX ao longo do processo. Cuidados devem ser observados, como a correo da leitura do BRIX para a temperatura da amostra. pHmetro O uso do pHmetro muito importante na correo da acidez do caldo, caracterstica fundamental para a qualidade e eficincia do processamento. PHmetro porttil com medida simultnea de temperatura e pH, display multifuncional. Compensao automtica de temperatura. Resistente a choque mecnico e impermevel gua e poeira. Bomba de transferncia porttil Para transporte de caldo de cana em apurao. Motor bomba de 1 HP, bomba confeccionada em bronze com eixo em ao inoxidvel, rotor aberto, provida de selo mecnico. Com sistema de refrigerao que utiliza gua para troca de calor. Motor mono ou trifsico.
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Conjunto de tachos de concentrao Tachas montadas em srie para produo de rapadura, acar mascavo e melado, com volume de 600, 500, 400 e 300 litros. Conjunto de 4 tachas construdas em ao inoxidvel e cobre (tacha mista), utilizando fornalha de fogo indireto com transferncia de caldo por bombeamento. O conjunto deve possuir sistema de controle de calor para que se possa reduzi-lo na ltima tacha onde se atinge o ponto do produto. Dimenses: 600 litros: dimetro de 1,90 m; altura 40 cm; 500 litros: dimetro de 1,80 m; altura 40 cm; 400 litros: dimetro de 1,60 m; altura 40 cm; 300 litros: dimetro de 1,20 m; altura 40 cm; Utenslios Escumadeira: este utenslio ser utilizado na remoo de impurezas do caldo. De formato circular cncava, de cobre ou ao inoxidvel, com perfuraes semelhantes s de peneira, presa a um cabo longo de madeira. Agitador ou Concha: tem a finalidade de agitar o caldo dentro das tachas para evitar a queima do produto no fundo do equipamento. Pode ser uma p grande de madeira ou uma concha de ao inox presa a um longo cabo de madeira. Rominhol : um utenslio de cobre, ao inoxidvel ou outro material, com a capacidade de cinco a oito litros, preso a um cabo longo de madeira, para facilitar o manuseio. utilizado para transportar a massa (melado) das tachas para a resfriadeira. Resfriadeira: consiste num cocho de madeira onde a massa colocada e agitada, constantemente at que esfrie um pouco. Ser utilizado um cocho de 1000 litros para que se trabalhe com uma certa folga de produo. Dimenses: 2,5 x 0,70 x 0,30 m. Formas para embalagem de 250 g: normalmente so feitas de rguas (de madeira), encaixveis, formando compartimentos retangulares, com capacidade para 250 g em cada compartimento. A massa deve permanecer nas formas por um perodo de 20 a 60 minutos e por isso, sero necessrias 400 formas para uma produo de 600 litros de caldo a cada uma hora e meia. Formas para embalagem de 25 g: normalmente so feitas de rguas (de madeira), encaixveis, formando compartimentos retangulares, com capacidade para 25 g em cada compartimento. A massa deve permanecer nas formas por um perodo de 20 a 60 minutos at endurecerem e, por isso, sero necessrias 4000 formas para uma produo de 600 litros de caldo a cada uma hora e meia. Ps de madeira ou enxada: so usadas para agitar a massa dentro da resfriadeira, em todos os sentidos, at resfriar-se e com a cristalizao da sacarose, transformar-se em acar. Balana comercial (3 kg): balana eletrnica com indicador digital, imune interferncia eletromagntica e protegida contra penetrao de p e jatos d'gua; capacidade 3 kg x 1 g; prato de pesagem de ao inox AISI 304, com dimenses: 350 mm x 250 mm Mesas de granito Mesas com apoio construdo em madeira forte e tampo de granito; dimenses: 3,0 x 1,0 m. Estas mesas sero utilizadas para a enformagem do caldo produzindo assim a rapadura. Sero necessrias duas mesas.
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Moega e cilindro So utilizados para diminuir a granulometria do acar mascavo obtendo assim um produto mais uniforme e de melhor qualidade. Similar a um cilindro de padaria usado para obter a massa. Composto por dois cilindros em ao inoxidvel com espaamento entre eles de aproximadamente 4 mm, girando velocidade de 40 rpm. Seladora Selador manual para sacos de polietileno com temporizador para no exceder o tempo de selagem. Acionada por pedal. Peneira vibratria Usada para separar o acar de granulometria maior atravs da fibrao. Capacidade de 450 kg/dia de acar mascavo. Composta por um corpo vibratrio construdo em chapas de ao inox AISI 304, calandradas e soldadas e dotado de bordas dobradas, dividido em trs partes: 02 "decks" de peneiramento e 01 fundo coletor; tela em ao inox AISI 304 e malhas; base de sustentao construda em chapa de ao carbono SAE 1010/20, calandrada e soldada. Acionada por um moto-vibrador fixado no centro e na face inferior do corpo vibratrio da peneira; motor: 1 cv, 220 VAC, 60 Hz; dimenses: dimetro nominal de 24'' e altura de 1.100 mm. Dosador (funil) Totalmente fabricado em ao inoxidvel, capacidade de 86 litros, formato cilndrico vertical, com cmara simples, com 03 pernas, tubo inox com 04 vlvulas.
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9. Referncias bibliogrficas
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do peso lquido, ingredientes, a data de fabricao e o perodo de validade. Os cuidados com a limpeza de toda a instalao, dos equipamentos e dos utenslios e de higiene do pessoal, como os observados para a produo e elaborao de alimentos em geral, so tambm necessrios na produo de melado. O melado tambm chamado de mel de engenho, correspondendo ao caldo de cana filtrado, decantado e limpo, evaporado e concentrado at a consistncia de xarope em estado no cristalizvel, com teor de slidos solveis entre 50 e 74Brix. Rapadura A resoluo 12/35 de 1978, da Comisso Nacional de Normas e Padres para Alimentos (CNNPA) do Ministrio da Sade define rapadura como "o produto slido obtido pela concentrao a quente do caldo de cana (Saccharum officinarum, L)". Quando adicionar massa outra substncia alimentar, sua designao ser acrescida do nome da mesma "rapadura com coco", "rapadura com amendoim", rapadura com abbora". O produto elaborado com matria-prima no-fermentada, isenta de matria terrosa, parasitas e detritos animais ou vegetais. No permitida a adio de essncias, corantes naturais ou artificiais, conservadores e edulcorantes. Suas caractersticas sensoriais so: aspecto de massa dura, cor castanha, variando de claro a escuro, com cheiro e sabor prprios e gosto doce. Em relao caractersticas fsico-qumicas, a rapadura dever apresentar um mnimo de 80% p/p de glicdios totais (acares) e um mximo de 6% p/p de resduo mineral fixo (cinzas). O rtulo dever trazer a designao do produto, razo social e endereo do fabricante, alm do peso lquido, ingredientes, a data de fabricao e o perodo de validade. Os cuidados com a limpeza de toda a instalao, dos equipamentos e dos utenslios e de higiene do pessoal, como os observados para a produo e elaborao de alimentos em geral, so tambm necessrios na produo de rapadura. 10.1.2 Portaria n 1.248/93 do Ministrio da Sade Visando a adequao tecnolgica para aprimoramento do controle de qualidade o Ministrio da Sade decretou a Portaria 1.428/93-MS, em vigor desde 1993 em caracter compulsrio, e que ainda no exigida obrigatoriamente para registro de produtos e renovaes neste rgo de governo. Consiste de um conjunto de normas que se destinam ao estabelecimento de boas prticas de produo e de prestao de servios, inspeo sanitria de alimentos e padres de identidade e qualidade para servios e produtos na rea de alimentos. As normas que estabelecem as chamadas Boas Prticas de Processamento envolvem condies fundamentais que vo desde as instalaes da fbrica, passando por rigorosas regras de higiene pessoal e limpeza do local de trabalho (tais como lavagem correta e freqente de mos, utilizao adequada de uniformes, disposio correta de todo material utilizado nos banheiros e o uso de sanizantes) at a descrio, por escrito, dos procedimentos envolvidos no processamento do produto. As boas prticas de fabricao podem ser complementadas pelas boas prticas laboratoriais, que
envolvem aspectos ligados segurana na manipulao de produtos perigosos, registro de anlises e checagem dos equipamentos. O sistema ARPCC (Anlise de Risco e Pontos Crticos de Controle) reconhecido internacionalmente como o melhor programa para garantir segurana dos alimentos em termos de riscos sade, e tambm exigido pela Portaria 1.428/93-MS.
Modelo 1 - Registros de extrao de caldo do engenho Ms/ano: ...../.... Dia 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 9 9 10 10 11 11 ... Responsvel: ....................................................................... Turno Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Manh Tarde Toneladas de cana moda Litros de caldo
oBrix
mdio de caldo
Modelo 2 - Monitoramento da concentrao/tachada Tachada nmero: _______ Dia/Ms/Ano: ..../.../.... Hora incio concentrao: __________ Hora trmino concentrao:_________ Produto: .................................................... Brix do caldo: _________________________ Brix do ponto: _________________________ Produo: ____________ kg Volume de caldo: _________ Litros
Modelo 3 - Acompanhamento mensal da concentrao/produo - Produto: Nmero da Dia Hora do Hora do Brix do Brix Tempo de tachada incio final caldo do concentrao ponto (h)
Produo de kg
. ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica: site oficial do governo; disponibiliza as tarifas
sobre o fornecimento de energia eltrica, incluindo todo o territrio nacional. www.aneel.gov.br SGAN 603 modulo "I", 2 andar Braslia - DF 70830-030 Tel.: (061) 312-5955 Fax: (061) 312-5965
vinculada ao Ministrio do Planejamento e Oramento, o rincipal provedor de financiamento de longo prazo no pas. Fornece a relao dos financiamentos disponveis, publicaes e anlise do mercado financeiro. www.bndes.gov.br Av. Replbica do chile, 100
matrias-primas, produtos agrcolas e diversos; possibilita requisio on-line de classificao vegetal do produto. www.bga.com.br R. da Cevada, 93 Mezanino Rio de Janeiro - RJ 21011-080 Tel.: (021) 598-5450 Fax: (021) 598-5281
: Av. Raja Gabaglia, 1626 Cx.P.:900 Belo Horizonte - MG 30350-540 Tel.: (031) 349-8000 Fax: (031) 296-5101
. FISCODATA: Banco de dados de legislao nas reas tributria, fiscal, administrativa, jurdica
entre outras. Contendo IR, IPI, PIS, COFINS, CVM, CFC, CSSL, ICMS, RAIS, CLT, BACEN, indicadores econmicos etc. Consultoria tributria e pareceres de contabilidade. www.fiscodata.com.br R. Washington Luiz, 802 - sl. 901 Porto Alegre - RS 90010-460 Tel.: (051) 226-5464 Fax: (051) 226-5464
.FGV - Funadao Getlio Vargas: instituio privada, sem fins lucrativo, que se dedica ao ensino e
pesquisa em cincias sociais. Fornece relao de publicaes, cursos, diversos banco de dados e a revista mensal "Agro Analisys". www.fvg.br Praia de Botafogo, 190 sala 916 Rio de Janeiro - RJ 22253-900 Tel.: (021) 536-9375 Fax: (021) 536-9447
estatsticos sobre a produo agrcola nacional (Levantamento Sistemtico da Produo Agrcola), PIB, empregos, Pesquiza sobre Oramento Familiar (POF), etc. www.ibge.gov.br Av. Rio Branco, 135 - salas 301 304 Rio de Janeiro - RJ 20040-006 Tel.: (021) 242-0522 Fax: (021) 242-9616
www.ital.org.br Av. Brasil, 2880 Campinas - SP 13013-001 Tel.: (019) 241-5222 Fax: (019) 241-7708
Engenharia Civil da Universidade Federal de Viosa, tem como objetivo principal desenvolver estudos, projetos, pesquisa e extenso na rea de Gerenciamento de Resduos Slidos Urbanos (lixo) www.ufv.br/lesa LESA - Campus Universitrio s/n Viosa - MG 36571-000 Tel.: (031) 899-2747 Fax: (031) 899-1734
. MDA - Ministrio do Desenvolvimento Agrrio: site oficial do governo que engloba as atividades
do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria- INCRA. Pode-se obter informaes sobre o PRONAF na pgina de Programas do Ministrio. www.incra.gov.br Ministrio do Desenvolvimento Agrrio Esplanada dos Ministrios Bloco A, 8 andar Fone: 223-8076 / 314-8002 / 8003 Fax: 223-1630
obter informaes para consulta do sistema ALICE - Anlise das Informaes do Comrcio Exterior obtendo dados atualizados mensalmente sobre as importaes e exportaes. www.mict.gov.br Esplanada dos Ministrios Bloco "J" Braslia - DF 70056-900 Tel.: (061) 329-7000 Fax: (061) 329-7211
MTb - Ministrio do Trabalho: Este o site oficial com publicao completa da legislao
trabalhista (Normas Regulamentadoras de Segurana e Sade do Trabalhador, Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, Comisso Interna de Preveno Acidentes - CIPA, etc.). www.mtb.gov.br Esplanada dos Ministrios, Bloco F, sala 508 Braslia - DF 70059-900 Tel.: (061) 317-6543 Fax: (061) 224-5844
SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micros e Pequenas Empresas: disponibiliza www.sebrae.org.br SEPN - Quadra 515, Bloco "C", Loja 2 Braslia - DF Tel.: (061) 348-7100
informaes diversas (tcnicas, de mercado, orientaes, etc.) para o apoio ao futuro empreendedor.
relevantes ao setor de alimentos. www.unicamp.br/sbcta/ Av. Brasil, 2880 Cx.P.:271 Campinas - SP Tel.: (019) 243-4635 Fax: (019) 241-0527
Renda familiar oriunda da No mnimo 80% da renda familiar oriunda da explorao explorao agropec. ou agropecuria ou no agropecuria do estabelecimento no agropecuria do estabelecimento Trabalho familiar a base Trabalho familiar Trabalho familiar da explorao do predominante, com recurso predo-minante, com at 02 estabelecimento eventual ao trabalho empregados perma-nentes assalariado e recurso eventual ao trabalho de terceiros Renda bruta anual familiar Renda bruta anual familiar Renda bruta anual familiar de at R$1.500,00 entre R$1.500,00 e entre R$8.000,00 e (excluindo-se R$8.000,00* R$27.500,00* aposentadorias) Pescadores artesanais (a) autnomos, com meios de produo prprios ou em regime de parceria com outros pescadores artesanais; e (b) com contrato de garantia de compra com cooperativas, colnias de pescadores ou empresas; Extrativistas que se dediquem explorao extrativista vegetal ecologicamente sustentvel Aqicultores que (a) se dediquem ao cultivo de organismos que tenham na gua seu normal ou mais freqente meio de vida; e (b) explorem rea no superior a 02 ha de lmina dgua ou ocupem at 500m3 de gua no caso de tanques-rede * Deve ser rebatida em 50% a renda bruta proveniente das atividades de avicultura, aquicultura, bovinocultura de leite, fruticultura, olericultura, ovinocultura, sericicultura e suinocultura.
Tabela B: PRONAF Sntese das Linhas de Investimento que contemplam atividades agroindustriais (Resoluo 2629, de 10/08/1999)
Investimento Especial
Beneficirios
AGREGAR
Grupo C
Grupo C ou D
Tipos de Projetos
Individuais Grupais Coletivos Individual: R$1,5mil a 3mil Grupal/coletivo: at R$30mil, observado limite individual At 05 anos, com at 02 de carncia1 Rebate de R$700,00 sobre o saldo devedor (contratos com 05 muturios ou mais)
Individuais Grupais Coletivos Individual: at R$15mil Grupal/coletivo: at R$75mil, observado o limite individual At 08 anos, com at 03 de carncia
Individuais Grupais Coletivos (TJLP+6%aa)/2 Individual: at R$15mil; Coletivo/Grupal: at R$75mil, observado o limite individual3
Coletivos
Encargos
Limites
Prazo
Rebate
Inexistente
1 2
Exceto substituio de copa de cajueiros: at 08 anos, com at 03 de carncia Sem limite para o projeto do conglomerado (soma dos projetos das unidades agroindustriais); do total, at 15% p/ a UCAG (Unidade Central de Apoio Gerencial); at 30% p/ capital de giro; at 30% p/ investimento Acrscimo de at 20% para custeio vinculado ao investimento, observados os limites acima; Crditos para aquisio de veculo ficam limitados a 50% do seu valor