Tomás de Aquino - Compêndio de Teologia - Pensadores

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Introduo a Filosofia

Baseado no texto de Toms de Aquino, Compndio de Teologia, elaborem e respondam questes relacionadas a este tema.

PERGUNTAS
1- Quem foi Toms de Aquino? 2- Quais so as duas verdades que gira todo o conhecimento da f? Explique. 3- Quais as trs coisas importantes de conhecer na Divindade? 4- O que faz um ser se mover? Explique. 5- Quem Deus? Ele realmente existe? Justifique. 6- Deus mvel ou imvel? Porque? 7- Porque Deus eterno, infinito, inteligente e perfeito? 8- O que sucesso temporal? Porque em Deus no existe sucesso temporal? 9- Deus simples ou composto? Ele tem corpo? Explique. 10- Deus pode ser enquadrado em uma espcie ou gnero? Porque? 11- Existe mais de um Deus? Justifique a resposta. 12- Porque atribumos a Deus vrios nomes?

RESPOSTAS
1- Quem foi Toms de Aquino?
Sto. Toms de Aquino (1227-1274) nasceu na Itlia, de famlia nobre, e entrou cedo na Ordem dos Dominicanos. Percorreu toda a Europa medieval. Depois dos estudos em Npoles, Paris e Colnia (onde teve por mestre Alberto Magno), ensina em Paris e nos Estados do papa. Morreu quando se dirigia ao Conclio de Lyon. Sua imensa obra compreende duas Sumas: Suma contra os gentios e Suma teolgica, vrios tratados e comentrios sobre Aristteles, a Bblia, Bocio, etc., alm das Questes disputadas. O pensamento de sto. Toms est profundamente ligado ao de Aristteles, que ele, por assim dizer, cristianiza. Seu papel principal foi o de organizar as verdades da religio e de harmoniz-las com a sntese filosfica de Aristteles, demonstrando que no h ponto de conflito entre f e razo. Sua teoria do conhecimento pretende ser, ao mesmo tempo, universal (estende-se a todos os conhecimentos) e crtica (determina os limites e as condies do conhecimento humano). O conhecimento verdadeiro seria uma adequao da inteligncia coisa. Retomando a fsica e a metafsica de Aristteles, estabelece as cinco vias que nos conduzem a afirmar racionalmente a existncia de Deus: a partir dos efeitos, afirmamos a causa. Estabelece sua concepo de natureza como ordem do mundo, ordem decifrvel nas coisas e que permite fixar fins particulares a cada uma delas. Deus a causa de tudo, mas no age diretamente nos fatos da criao: Ele instaurou um sistema de leis, causas segundas, ordenando cada um dos domnios naturais segundo sua especificidade prpria. Deus o primeiro motor imvel, a primeira causa eficiente, o nico Ser necessrio, o Ser absoluto, o Ser cuja Providncia governa o mundo. Sto. Toms mostra que h, em Aristteles, uma filosofia verdadeiramente autnoma e independente do dogma, mas em harmonia com ele. Assim, sto. Toms introduz no tesmo cristo o rigor do naturalismo peripattico. Porm, distingue o Estado e a Igreja, o direito e a moral, a filosofia e a teologia, a natureza e o sobrenatural. A ltima felicidade do homem no se encontra nos bens exteriores, nem nos bens do corpo, nem nos da alma: s pode encontrarse na contemplao da verdade.

2- Quais so as duas verdades que gira todo o conhecimento da f? Explique.


A divindade da Santssima Trindade e a humanidade de Jesus Cristo. Embora Deus seja uno e simples, h um Deus Pai, um Deus Filho e um Deus Esprito Santo, de tal forma, porm, que os trs no constituem trs deuses, mas um s Deus. A humanidade de Cristo constitui o caminho pelo qual se chega Divindade. Por isso necessrio, para os que peregrinam no mundo, conhecer a via pela qual se possa atingir a meta. 2

3- Quais as trs coisas importantes de conhecer na Divindade?


Primeiramente a unidade da essncia divina, em segundo lugar a trindade das Pessoas, em terceiro lugar os efeitos, ou seja, obra da criao produzida pela Divindade.

4- O que faz um ser se mover? Explique.


O outro, pois tudo o que se move movido por algo. Assim, os seres inferiores so movidos pelos superiores. Nos elementos terrestres, por sua vez, o que mais forte move o que mais fraco. Tambm nos corpos celestes, os inferiores so movidos pelos superiores.

5- Quem Deus? Ele realmente existe? Justifique.


Deus a primeira causa motora, superior a todas as outras. necessrio admitir que existe um primeiro motor, sem ser movido por nada, que Deus. O motor perfeito o que um ato puro, que jamais teve ou ter potencialidades, isto , que jamais teve ou ter que se mover para atualizar-se. Deus que um ser completo tem como finalidade mover os outros seres desejantes, faltosos, incompletos, como os humanos. Sim, Deus existe para que as outras coisas possam existir, se mover. A existncia de Deus constitui uma necessidade para os outros e ele existe por si mesmo. a NICA explicao para o incio da criao (Deus eterno) e para a grandeza e natureza das coisas. O ser humano (causa motora secundria, instrumento), no pode existir por si mesmo, pois um ser em constante mudana, um ser em potncia, em busca da perfeio. Para Aristteles Deus Ato Puro, Forma Pura, Primeiro Motor Imvel, nada deseja, pois nada lhe falta, mas desejado por todos os seres do universo, o Desejvel. O desejante os seres do mundo deseja o desejvel, imitando-o. Mover-se para atualizar todas as potncias desejar o imvel, e por isso o devir desejo, os carentes de pura atualidade buscando essa atualidade perfeita. Sendo ato puro, Deus no possui qualquer passividade, potencialidade ou materialidade. uma inteligncia pura. No pode pensar nada que esteja fora de si, pois, neste caso, receberia a ao de um ser externo que o foraria a atualizar alguma idia que nele houvesse em potncia. Assim, Deus pensa a si mesmo. Em Deus, a inteligncia e o inteligvel so uma s e mesma coisa. Deus o Desejvel que no deseja. o motor que no se move. o pensamento puro. o pensamento do pensamento (nesis).

6- Deus mvel ou imvel? Porque?


Imvel. Porque ele a primeira causa motora. Deus no pode ser posto em movimento por outra causa motora, pois neste caso haveria uma outra causa anterior a Ele. Logo, a primeira causa motora deve ser totalmente imvel. Tudo o que movido est em potncia (ex.homem), pois consiste em passar da potncia ao ato. Porm Deus um ser completo, a essncia divina um ato puro e coincide com o prprio ser de Deus. O que se move est em ato e necessita de um motor para mover-se, porm Deus o primeiro motor, o ato ltimo, para o qual tende todo movimento.

7- Porque Deus eterno, infinito, inteligente e perfeito?


Deus imvel e conseqentemente tambm eterno. Deus no tem princpio nem fim, sempre existiu e existir. Deus existe necessariamente, existe sempre. Se algo comea a ser e deixa de ser, isto ocorre porque passa por movimentos ou alteraes, e Deus imvel, pois o que permite as outras coisas se moverem, ato puro sem potencialidade. Deus ato puro, incorpreo (simples, sem diferenas especficas), completo, a primeira causa motora que deriva todas as outras coisas, por isso Deus infinito na sua essncia e em poder. Nada pode passar por si mesmo da potncia ao ato, do no-ser ao ser, exceto Deus, porque o primeiro ente e no pode ter nenhuma causa fora de si mesmo. Por Deus ser completo, o ato puro, ele perfeito e dotado de inteligncia. Deus constitudo exclusivamente de ato, sem qualquer matria ou potencialidade. o ser infinito, perfeito, pois constitui a causa motora de tudo, logo deve necessariamente ser o mais perfeito de todos. Por ser a primeira causa motora, Deus induz todas as outras coisas perfeio e todas as perfeies das coisas preexistem nEle. Todas as perfeies em Deus formam uma nica coisa, porque Ele um ser simples. Por Deus ser perfeito, no pode haver acidente algum. Deus essncia pura. Ele compreende os outros seres atravs da sua prpria essncia, sem precisar de elementos intermedirios (como a maneira discursiva para o humano, utilizando imagens, sentidos, ou a percepo). A inteligncia est para o ato de compreender como a essncia est para o ser. Deus compreende atravs da sua prpria essncia, e a sua essncia o seu ser. Logo a sua inteligncia a sua prpria inteleco (ato de entender, conceber, compreender). Deus que inteligente a causa da ordem das coisas, a finalidade da existncia das coisas. vontade de Deus a mesma coisa que a sua inteligncia e a sua essncia. Deus um ser uno, simples, perfeito, infinito, dotado de inteligncia e vontade. Deus uno e onipotente. Ele uno por ser simples e no admitir a pluralidade de Deuses.

8- O que sucesso temporal? Porque em Deus no existe sucesso temporal?


A sucesso temporal uma srie de eventos constitudos pelo antes e o depois no movimento. Porque a sucesso temporal ocorre exclusivamente nas coisas que de um modo ou de outro esto sujeitas ao movimento. Em Deus no existe qualquer sucesso de tempo, pois Ele existe em sua totalidade e simultaneamente. Deus compreende ao mesmo tempo todas as coisas que apreende, no podendo, alm disso, apreender nada de novo, pois uma inteligncia que apreende algo de novo um intelecto que antes estava s em potncia.

9- Deus simples ou composto? Ele tem corpo? Explique.


Deus simples, a sua prpria essncia, idntica a Ele mesmo. Porque sendo a primeira causa motora, ele imvel e por este motivo impossvel que seja potncia e ato (composto), pois tudo o que est em potncia passvel de movimento. Por Deus ser simples no constitudo de corpo (conglomerado de partes mltiplas). Verificamos que os elementos mais simples precedem por natureza aos corpos mistos ou compostos. O homem um ser composto, formado por potncia e ato. um ser racional (essncia) e acrescido de acidentes (alto, baixo, etc.), tem corpo.

10- Deus pode ser enquadrado em uma espcie ou gnero? Porque?


No. Porque Deus um ser completo, sem potncia, um ato puro. Nada pode ser acrescentado em Deus, logo no constitui uma espcie englobada em algum gnero. O gnero contm diferenas, por isso admite ato mesclado potencialidade. Como Deus um ato puro no se engloba em nenhum gnero. Deus o prprio Ser, sem diferenas especficas, logo impossvel que Ele seja um gnero (que tem como caracterstica poder ser subdividido por diferenas especficas).

11- Existe mais de um Deus? Justifique a resposta.


No. O Deus Uno. A essncia divina o prprio ser, o qual no comporta diferenas, nica. Caso existissem Deuses, seria necessrio serem enquadrados em gneros e espcies, seriam diferentes, incompletos e potenciais. Porm Deus completo, o ato puro.

12- Porque atribumos a Deus vrios nomes?


As pessoas tentam atribuir a Deus nomes, que designam as perfeies das outras coisas. Porm impossvel atravs da simples definio de tais nomes, definir o que existe em Deus.

BIBLIOGRAFIA
AQUINO, Toms, Compndio de Teologia, Coleo Pensadores, Editora Abril, SP, 1979. JAPIASS, Hilton e Danilo Marcondes, Dicionrio Bsico de Filosofia, Jorge Zahar, RJ, 1996. CHAU, Marilena, Introduo Histria da Filosofia - Aristteles pg.287, 5 reimpresso, SP, 1997.

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