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Apostila OAB 2 Fase Direito do Trabalho Professor ALEXANDRE TEIXEIRA

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ndice Competncia Material da Justia do Trabalho Competncia Territorial da Justia do Trabalho


CONTEDO DAS RECLAMAES TRABALHISTAS AVISO PRVIO FRIAS SALDO DE SALRIO 13 SALRIO PROPORCIONAL LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DE FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO COMPLEMENTAR DO ART. 9/LEI 7238/84 RESCISO DO CONTRATO DE TRABALHO Justa causa do empregado Justa causa do empregador Verbas rescisrias e indenizatrias TEMPO DE PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISRIAS REMUNERAO Composio Caractersticas EQUIPARAO SALARIAL REPOUSO SEMANAL REMUNERADO RECLAMAO TRABALHISTA PEAS PRTICO PROFISSIONAIS Saco de Plstico X Teresa Caetano X Restaurante Mistura Fina Ltda. PEAS PRTICO PROFISSIONAIS PARA RESOLVER EM CASA Emanuele X Pedra Branca Comercial Ltda. Ana X Delta TERCEIRIZAO PEA PRTICO PROFISSIONAL Natanael, Beta Servios, Alfa Empreendimentos Ltda. ESTABILIDADE e INQURITO JUDICIAL PARA APURAO DE FALTA GRAVE PEAS PRTICO PROFISSIONAIS Paulo Maluco X Top Secrets Ltda. Alberto ANTECIPAO DE TUTELA X AO CAUTELAR NO PROCESSO DO TRABALHO QUESTES PRTICO PROFISSIONAIS PEA PRTICO PROFISSIONAL Lula Molusco X Siri Cascudo Ltda. AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO PEAS PRTICO PROFISSIONAL Determinado Empregado Fbio X Zeta Joviniano, Gama Servios, Sempre Verde

04 15 04 04 12 20 20 22 22 24 26 26 27 31 38 41 41 59 69 72 73 74 79 83 83 84 89 93 111 114 119 121 121 125 130


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DEFESA TRABALHISTA COMPETNCIA RELATIVA PEAS PRTICO PROFISSIONAIS Joo X Delta Servios Ltda. Jos da Silva Sauro X Tragdia Grega Albino X Cervejarias Pitbull S.A. COMPENSAO RECONVENO PEAS PRTICO PROFISSIONAIS PARA RESOLVER EM CASA Ivanho X Ureiasseca Ltda. Luiz Gonzaga X Nordeste Brasil Ltda. PEAS PRTICO PROFISSIONAIS Ariosvaldo X Empresa Jos Bonifcio X Fiat Lux Ltda. PRELIMINARES / PREJUDICIAIS PRESCRIO PEAS PRTICO PROFISSIONAIS PARA RESOLVER EM CASA Defuntina Covas X Funerria Moribunda Ltda. Paolo Bald Sigmund X Kapa Econmica Federal Freud Clodoaldo Jos Doidinho x Gama Pertubaldo Casa Marcelo Santos x Chuva de Prata Ltda. RECURSO ORDINRIO PEAS PRTICO PROFISSIONAIS Merival x Sociedade de economia mista Ismnia x Empresa Empregador autuado por Auditor Fiscal do Trabalho TEORIA DA CAUSA MADURA PEA PRATICO PROFISSIONAL Incompetncia relativa RECURSO DE REVISTA QUESTES PRTICO PROFISSIONAL - Ementas paradigmas PEAS PRTICO PROFISSIONAL Iota Empreendimentos S.A. Pedro x Estado de So Paulo Reclamao Trabalhista julgada procedente EMBARGOS DE DECLARAO PEA PRTICO PROFISSIONAL A/B EMBARGOS DE DIVERGNCIA PEA PRTICO PROFISSIONAL Recurso de Revista 4 Turma TST RECURSO ADESIVO

143 144 146 148 150 152 153 153 153 155 158 161 171 184 184 185 188 192 195 198 200 203 205 209 213 216 217 220 224 Professor ALEXANDRE TEIXEIRA
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PEA PRTICO PROFISSIONAL Determinado empregado PEAS PRTICO PROFISSIONAL PARA RESOLVER EM CASA Roberto Walser Antonio da Silva x Indstrias Ltex S/A AGRAVO PEA PRTICO PROFISSIONAL Situao hipottica RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL PEA PRTICO PROFISSIONAL Alvarenga RECURSO EXTRAORDINRIO PEA PRTICO PROFISSIONAL Paulo Bald (Greve) MANDADO DE SEGURANA EXECUO PRESCRIO INTERCORRENTE PEAS PRTICO PROFISSIONAIS Rito Sumarssimo Sociedade de Economia Mista Sindicatos das Piriguetes REVISO GERAL

250 253 254 257 260 264 265 268 269 273 274 281 281 284 288 292

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CAPTULO 1 COMPETNCIA MATERIAL DA JUSTIA DO TRABALHO


COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO 1.1. Competncia Material da Justia do Trabalho Trata-se de saber quem pode julgar. Que rgo da jurisdio tem competncia para apreciar e emitir ideia sobre a matria. Basicamente existem trs competncias: material, territorial e funcional, sendo que a funcional somente interessa na fase processual. A competncia da Justia do Trabalho em razo da Matria, ex materia, e est prevista no art. 114, CF/88. Quando se fala em competncia material se est falando em competncia absoluta. A pergunta a ser respondida para concluir pela competncia material da Justia do Trabalho : A Justia do Trabalho ou no competente para julgar determinada demanda? E dever ser consultado o art. 114 da CF/88 para dirimi-la. Quando se tratar de competncia territorial, em razo do local, consultar-se- o art. 561 e a pergunta ser diferente, pois j se tem certeza que a Justia do Trabalho competente, restando dvida em relao a qual Vara a competente. Antigamente o art. 114, antes da Emenda 45 (8/12/2004, mas s entrou em vigor em 31/12/2004), previa a competncia pessoal da Justia do Trabalho e no material. De acordo com a redao anterior competia JT conciliar e julgar os dissdios individuais ou coletivos havidos entre trabalhadores e seus empregadores. Antigamente a JT s seria competente para processar e julgar relao de emprego, ou seja, aquela que se d entre empregado (art. 3, CLT) e empregador. A JT antes da Emenda 45 tinha uma competncia imprpria, pois, mesmo trabalhadores que no possuam vnculo empregatcio poderiam pleitear na justia do Trabalho, eram os trabalhadores constantes do art. 652, III e V, CLT. Art. 652. Compete s Juntas de Conciliao e Julgamento: a) conciliar e julgar: III - os dissdios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operrio ou artfice; V -as aes entre trabalhadores porturio e os operadores porturios ou o rgo Gestor de Mo-de-Obra OGMO decorrentes da relao do trabalho. Os avulsos, apensar da garantia de direitos iguais aos dos empregados, art. 7, XXXIV, CF, no tm vnculo empregatcio. Art. 7 - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso.

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O artfice previsto no inciso V aquele trabalhador contratado para, por exemplo, pintar um apartamento, sendo que o objeto da contratao a obra e no o servio. No interessando o tempo gasto para realiz-la e sim a obra. o pequeno empreiteiro que trabalha sozinho ou com a ajuda de um nico ajudante. Sendo assim, a competncia prpria era para empregados e a imprpria para os trabalhadores previstos no art. 652, III e V, CLT. Com a atual redao no interessa quem so as partes, desde que a matria esteja abrangida pelo art. 114, CF. O inciso I (I as aes oriundas da relao de trabalho, abrangidos os entes de direito pblico externo e da administrao pblica direta e indireta da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios) deve ser dividido em trs partes: 2.2.1. Aes oriundas da relao de trabalho: gnero da qual a relao de emprego espcie; relao de trabalho mais abrangente. Trabalho, de acordo com o conceito econmico, o dispndio de energia por pessoa natural ou fsica para a consecuo de um certo fim. manter pessoa natural prestando servios. Ter-se- relao de trabalho quando a pessoa natural for o prestador dos servios, independente se h subordinao, se voluntrio, religioso. Pode ser prestao de servios descontnua, servios de estgio, prestao de servios de pessoa fsica que preste esses servios de forma no eventual, subordinada, onerosa e pessoal. Assim, a relao de trabalho gnero e trabalho a prestao de servios por pessoa fsica para a consecuo de determinado fim. Hoje a Justia do Trabalho competente para julgar, em tese, toda e qualquer relao de trabalho onde uma pessoa fsica preste servios a outra pessoa fsica ou jurdica. No entanto, o STF e o STJ mitigaram a competncia contida no art. 114, I, tendo em vista que restringiu a interpretao do termo aes oriundas da relao de trabalho. Com a redao dada pela Emenda n. 45, a Justia do Trabalhou entendeu que seria competente para julgar aes que envolvesse servidor pblico estatutrio (seria pessoa fsica trabalhando). A Justia do Trabalho fez interpretao amplssima da norma estatuda no art. 114, I, CF. Em maro de 2005 a Associao Nacional dos Juzes Federais props ADIN n 3395-6, tendo sido liminarmente julgada pelo Min. Seplveda Pertence, depois confirmada pelo Min. Cezar Peluso e, por fim, pelo pleno do STF. De acordo com o entendimento do STF em referida ADIN, inconstitucional toda e qualquer interpretao do inciso I do art. 114, CF/88 que leve para a Justia do Trabalho a competncia para processar e julgar os litgios havidos entre os servidores estatutrios e a Administrao Pblica, direta ou indireta. A deciso, alm de poltica, deve-se ao fato de o inciso I ter duas interpretaes possveis, quais sejam: a) ampla: incluindo os servidores estatutrios; b) restritiva: distinguindo relao de trabalho (adotando-se a teoria contratualista moderna, existindo entre empregado e empregador relao jurdica de emprego decorrente obrigatoriamente e necessariamente de contrato de emprego, regulamentado pelo art. 444, CLT) da relao jurdico institucional (no h contrato, existe uma relao de estatuto, no existe negociao com a Administrao as clusulas contratuais). No contrato de trabalho pode haver, ou no, debate acerca das clusulas contratuais, diferentemente de uma relao jurdico institucional. Exemplo da inexistncia de negociao das clusulas contratuais. Art. 169, I, CF/88. De acordo com o STJ e de acordo com a FCC, quando a relao de trabalho envolver relao de consumo, a competncia para processar e julgar a demanda da Justia Comum Estadual. Art. 14 da Lei 8.078/90 (CDC). o caso da prestao de servios por pessoa fsica a consumidor. Por mais que se celebre contrato de trabalho, se o tomador de servios um consumidor final, a essa relao de trabalho aplicar-se- o CDC, levando a competncia para a Justia Estadual.

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Esse entendimento do STJ est expresso na Smula 363 do STJ, quando um profissional liberal pretender buscar sua remunerao judicialmente, dever busc-la na Justia Comum Estadual e no na Justia do Trabalho. * Abrangidos os entes de direito pblico externo: se inserido aqui as embaixadas e consulados. Apesar das Convenes Internacionais 62 e 65 da Blgica, que tratam dos servidores que j vm acreditados no pas originrio, os empregados brasileiros contratados para trabalhar para os consulados, cnsules, embaixadas e embaixadores sero regidos pelo direito interno, sobretudo pelo direito processual trabalhista. A competncia da Justia do Trabalho s para o processo de conhecimento, quando passa para a fase de execuo no competente, pois os bens das embaixadas e consulados tm imunidade de jurisdio. De acordo com o STF (1990, Min. Francisco Rezek) a imunidade de jurisdio cvel, penal e tributria se estende trabalhista na fase de execuo. * Abrangidos os entes da administrao pblica direta e indireta da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios: no se confunde com o fato do STF ter retirado a competncia da Justia do Trabalho para processar e julgar aes de servidores estatutrios. lembrar que de 1988 at antes da E.C 19 havia regime jurdico nico, regime estatutrio. A administrao Pblica s poderia admitir servidores ocupantes de cargos pblico. Com a E.C 19 a Administrao Pblica, at outubro de 2007, quando esta emenda foi julgada liminarmente inconstitucional, passou a poder contratar servidores pblicos celetistas ocupantes de emprego pblico. Essa liminar s teve efeitos ex nuc, logo, quem j havia sido admitido ao servio pblico mediante emprego pblico fica no emprego at o STF julgar o mrito. De outubro de 2007 para a atualidade a Administrao no pode mais contratar servidor pblico ocupante de emprego pblico. *ex nunc = nunca retroage ex tunc = retroage tudo Muito embora o sujeito mantenha com a administrao pblica relao celetista, no h relao contratual e sim jurdico institucional, no entanto, por fora da parte final do art. 114, I, CF/88, os servidores pblicos celetistas continuam submetidos Justia do Trabalho. De acordo com o entendimento do STF, os servidores pblicos celetistas admitidos por concurso pblico para ocuparem empregos pblicos tero suas aes processadas e julgadas pela Justia do Trabalho. 2.1.2. Aes que envolvam o exerccio do direito de greve: Art. 114. Compete Justia do Trabalho processar e julgar II as aes que envolvam exerccio do direito de greve. A greve constitucionalmente prevista no art. 9, que prev e garante o exerccio do direito de greve. A regulamentao da greve no constitucional e sim em norma infraconstitucional, Lei n. 7.783/89 (Lei de Greve). No existe greve ilegal, pois o art. 14 da Lei de Greve claro ao dizer que considera-se abusiva a deflagrao de greve em desconformidade com esta lei. Sempre que a greve for deflagrada em desconformidade com a lei, ser abusiva e no ilegal. a abusividade do direito de greve. O art. 2 da Lei de Greve considera legtimo o direito de greve quando respeitados os requisitos l previstos. Assim, o direito de greve ou legitimo ou abusivo. O art. 114, II, CF, trata da competncia da Justia do Trabalho para as aes decorrentes do exerccio abusivo do direito de greve.

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Quando de alguma forma a greve for deflagrada em desacordo com a lei, ser abusiva, mas o empregador no pode fazer justia com as prprias mos, devendo, pois movimentar a mquina do judicirio. Caber ao empregador buscar a justia atravs de petio. Se o empregador quer ver declarada judicialmente a greve abusiva, dever ajuizar dissdio coletivo de greve, que ao judicial. O dissdio coletivo de greve tem por objeto/finalidade o empregador ver a declarao judicial da abusividade da regre. Quando a justia declara a greve abusiva, ela prpria determina o retorno dos empregados ao trabalho, sob pena de dispensa por justa causa e multa diria em face do sindicato laboral. A competncia para processar e julgar dissdio de greve , pois, da Justia do Trabalho. Existem outras aes relativas ao direito de greve que tambm so de competncia da JT, como por exemplo as aes possessrias nos casos em que os grevistas estejam ameaando invadir a empresa. A ameaa de invaso a turbao da posse, podendo o empregador ajuizar ao possessria, no caso a ao de manuteno da posse. O Juiz garantir a posse, inclusive com fora policial, assim como, o caso de esbulho, determinar a reintegrao de posse. Quando as aes possessrias forem decorrentes do exerccio abusivo do direito de greve, ser da JT a competncia para process-las e julg-las. 2.1.3. Aes envolvendo sindicatos: Art. 114. Compete Justia do Trabalho processar e julgar: III as aes sobre representao sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. O art. 8, II, CF/88 afirma que as partes interessadas podem criar sindicatos. Os sindicatos tm muito dinheiro e onde tem muito dinheiro tem confuso. Exemplo de problema que pode surgir entre sindicatos quando um sindicato j existe, por exemplo o sindicato dos mdicos de Fortaleza, e os mdicos j recolhem suas contribuies sindicais (art.578, CLT) para esse sindicato, mas um determinado grupo dissidente resolve criar um novo sindicato, o sindicato dos mdicos descontentes de Fortaleza. No entanto, por fora do art. 8, inciso II, CF/88, aplica-se o principio da unicidade sindical (um sindicato por categoria na mesma base territorial, sendo certo que a base territorial mnima ser um municpio). Essa criao do novo sindicato fere o princpio da unicidade sindical e gera uma confuso com o sindicato antigo que vai deixar de ganhar dinheiro, vai haver diminuio de receita do sindicato dos mdicos. Esse caso tpico de competncia sobre aes sobre representao sindical entre sindicatos e o sindicato antigo pode ajuizar ao ordinria de nulidade de registro sindical, sendo competente a JT.

Antes da Emenda 45, a competncia para processar e julgar aes sobre representao sindical entre sindicatos era da Justia comum estadual.

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Lembrando que a contribuio sindical obrigatria, independente da filiao, vinculao ou sindicalizao.

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O mesmo raciocnio se aplica em relao s aes sobre representao sindical entre sindicatos e empregados ou entre sindicatos e empregadores. De acordo com a doutrina e a Jurisprudncia dominante da competncia da Justia do Trabalho processar e julgar aes que envolvam disputas sobre eleies sindicais. No h previso na lei ou na CF. uma interpretao super ampla do inciso III do art.114, CF. Caber, portanto, Justia do Trabalho resolver as disputas entre chapas nas eleies para o sindicato. 2.1.4. Conflitos de competncia: Art. 114. Compete Justia do Trabalho processar e julgar: V os conflitos de competncia entre rgos com jurisdio trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; Um conflito de competncia pode ser positivo ou negativo, podendo ser entre dois Juzes do Trabalho, entre um Juiz do trabalho e um Juiz comum, entre TST e outro Tribunal Superior ou entre dois Tribunais Regionais distintos. O conflito positivo ocorre quando pelo menos dois rgos se assumem competentes para processar e julgar um mesmo processo. O conflito negativo quando dois ou mais rgos se dizem incompetentes para julgar uma mesma ao. CONFLITOS DE COMPETNCIA BIZU Regra1: O conflito de competncia sempre ser julgado por rgo superior; E Regra2: O conflito de competncia sempre ser julgado pelo rgo mais imparcial possvel. A Lei 6.947/81, em seu art. 2, diz que o raio de jurisdio de uma Vara do Trabalho de aproximadamente 100 km. No entanto, esta regra flexibilizada pelo prprio 2 deste artigo diz que o TRT da Regio poder, mediante procedimento administrativo, aumentar o raio de abrangncia da Vara do Trabalho. Pode ser que algum municpio no esteja sob jurisdio de nenhuma Vara do Trabalho, mas ainda assim haver foro para processar e julgar aes trabalhistas, mas sero julgadas pelo Juiz comum, preferindo o cvel ao penal, conforme artigos 668 e 669 da CLT. O Juiz de direito ser investido em jurisdio trabalhista e aplicar as leis do Direito Material e Processual do Trabalho, sendo considerado, perante o processo, como juiz do trabalho. Da deciso proferida caber Recurso Ordinrio para o TRT. oq eu diz o artigo 668 CLT e o art. 115 CF. conflito de competncia sempre ser julgado por rgo superior; E Regra2: O conflito de competncia sempre ser julgado pelo rgo mais imparcial possvel. 1- VTR1 x VTR1= TRTR1 2- VTR1 x VTR2= TST 3- VTR1 x JDR1= TRTR1 4- VTR1 x JDR2= TST 5- JDRI x JDR1= TRTR1

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6- JDR1 x JDR2= TST 7- VT x VC= STJ 8- TRTR1 x TRTR2= TST 9- TRT x TJ= STJ 10- TST x TRIBUNAL SUPERIOR= STF Art. 102, I, o, CF Art. 105, I, d, CF Art. 608, a e b, CLT OBS: art. 608, d, CLT a competncia para julgar o conflito de competncia entre rgos da Justia do Trabalho e de outra justia seria da Justia do Trabalho, mas este dispositivo anterior CF/88, razo pela qual no foi recepcionado pelo art. 105, I, d, CF/88 que afirma ser competente o STJ. 2.1.5. Aes de indenizao por dano moral: Art. 114- Compete Justia do Trabalho processar e julgar: VI. as aes de indenizao por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relao de trabalho O dano moral ou material que tiver sua origem na relao de trabalho dever ser julgado pela Justia do Trabalho. Decorre da relao de trabalho o dano oriundo de ao ou omisso de empregado ou empregador, pois tanto o empregado como o empregador pode causar dano (moral ou material) ao outro. As aes de indenizao por dano moral, material e esttico so muito comuns quando se trata de acidente de trabalho perfeitamente possvel que o empregado sofra acidente de trabalho ou adquira doena profissional ou doena do trabalho. Sendo doena profissional aquela que se adquire como consequncia da sua prestao se servios, ou seja, decorre diretamente do exerccio da profisso (doena ocupacional ou profissional). Exemplos comuns de doena profissional so a LER (leso por esforo repetitivo) adquirida por profissionais digitadores e os problemas nas cordas vocais adquiridos por professores. J a doena ocupacional adquirida no trabalho, mas no decorre do exerccio da profisso, ocupacional porque adquirida no trabalho. Seja doena profissional ou ocupacional pode ser que surja para o empregador a obrigao de indenizar. A doena do trabalho, assim como o acidente, pode gerar dano moral, material ou esttico para o empregado, sendo a ao de indenizao por esses danos de competncia da Justia do Trabalho. At junho de 2005 o STF entedia que as aes de indenizao por dano material ou moral eram processadas na Justia Comum Estadual. De julho de 2005 at os dias atuais, o STF, por 10 votos a 0, passou a entender que a competncia para processar e julgar ao de indenizao por dano moral ou material decorrente da relao de trabalho da Justia do Trabalho. A Smula 15 do STJ diz que em se tratando de acidente de trabalho a competncia da Justia comum estadual, mas isso no se confunde com o entendimento do STF, pois quando se fala de ao de acidente de trabalho deve se ter mente que ela gera duas competncias, ou seja que existem dois tipos de aes sobre acidente de trabalho e cada uma delas julgada em uma Justia diferente.

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ACIDENTE DE TRABALHO

Ao Acidentria, proposta em face do INSS: COMPETNCIA DA JUSTIA COMUM ESTADUAL (competncia residual, art. 109, I, CF). Tem por objeto Direito Previdencirio.

Ao de Indenizao de corrente de Acidente de Trabalho, proposta contra o empregador: COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO.

Competncia Residual da Justia Estadual - Art.109, I, CF Em se tratando de acidente de trabalho a responsabilidade subjetiva, conforme prev a CF no art. 7, XXVIII. Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; Exemplo: empregado est no percurso casa trabalho dentro do nibus lotado e abre-se uma vala na rua engolindo o nibus. No houve ao ou omisso do empregador que tenha ocasionado o acidente, ter-se- acidente de trabalho, mas no nascer para o empregador a obrigao de indenizar o empregado acidentado. No entanto, se o empregado est em nibus do empregador e este nibus est sem manuteno, razo pela qual um acidente ocorre em funo da omisso dolosa do empregado, logo, surge para o empregador a obrigao de indenizar o empregado. Na responsabilidade objetiva existe a teoria do risco, no interessando se existiu dolo ou culpa do empregador, bastando a comprovao da existncia do acidente e de sua relao com o trabalho. A obrigao de indenizar nasce automaticamente. Na responsabilidade subjetiva, a responsabilidade do empregador decorrer necessariamente da comprovao da existncia de dolo ou culpa do empregador. Antigamente existia a smula 366 do STJ, mas em 2009 foi cancelada. De acordo com o entendimento do STF, que redundou no cancelamento da smula 366 do STJ, da competncia da Justia do Trabalho processar e julgar a ao de indenizao proposta pela viva e pelos herdeiros contra o empregador em decorrncia de acidente de trabalho em que faleceu o empregado. Esse o dano em ricochete, pois o empregado morreu, mas o dano com sua morte ricocheteia em seus herdeiros. De acordo com o entendimento do STJ e do TST, quando o espolio que promove a ao de indenizao contra o empregador a competncia da Justia Comum Estadual. Ainda sobre a competncia da Justia do Trabalho para julgar aes de indenizao decorrente da relao de trabalho, at junho de 2005 o STF dizia que a competncia era da Justia comum estadual e a partir de julho a competncia passou a ser da Justia do Trabalho.

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Mesmo depois da Emenda 45, que alterou o art. 114 da CF, continuou a confuso, porque o STF dizia que era competente a Justia Estadual e a JT dizia que era ela a competente. Em relao as aes que j estavam tramitando na Justia Comum Estadual foi necessrio conflito de competncia (7442-1 MG) para concluir que essas aes s seriam remetidas Justia do Trabalho se at a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 45 (dezembro de 2004) no houvesse sentena de mrito. Se na poca da entrada em vigor da Emenda 45 as aes j tivessem tido o primeiro julgamento, elas permaneceriam na Justia Comum, no sendo remetidas para a do Trabalho. Com a Smula Vinculante 22 esse entendimento foi ratificado: SMULA VINCULANTE N. 22 A JUSTIA DO TRABALHO COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR AS AES DE INDENIZAAO POR DANOS MORAIS E PATRIMONIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO PROPOSTAS POR EMPREGADO CONTRA EMPREGADOR, INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA NAO POSSUAM SENTENA DE MRITO EM PRIMEIRO GRAU QUANDO DA PROMULGAAO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N 45/04. Sentena de mrito aquela que decide a matria (MM- MRITO/MATERIAL), aquela que julga o Direito material em anlise. Atravs da sentena de mrito defere-se ou indefere-se o direito material perseguido. 2.1.5. Aes relativas s penalidades administrativas: Art. 114. Compete Justia do Trabalho processar e julgar: VII as aes relativas s penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos rgos de fiscalizao das relaes de trabalho; O rgo responsvel pela fiscalizao das relaes de trabalho a SRT, Superintendncia Regional do Trabalho, antiga DRT. Se forem encontradas irregularidades, os auditores fiscais do trabalho lavraro auto de infrao, restando ao empregador que quiser discutir judicialmente este auto, manejar ao junto a Justia do Trabalho. Antes da Emenda 45, esses autos de infrao eram discutidos na Justia Comum Federal e ao momento de transio aplica-se a previso contida na Smula vinculante 22. 2.1.6. Execuo das contribuies previdencirias: Art. 114. Compete Justia do Trabalho processar e julgar: VIII a execuo, de ofcio, das contribuies sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acrscimos legais, decorrentes das sentenas que proferir As Contribuies Previdencirias so devidas Unio, devido a criao das Super Receita, Lei 11.457/2007, sendo competente a Justia do Trabalho para processar e julgar alguns casos em que sejam executadas contribuies previdencirias. Execuo de contribuio previdenciria pode acontecer na Justia do Trabalho como na comum Federal.

Auto de Infrao: Justia Comum Federal


EXECUO DE CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA

Sentena Trabalhista: Justia do Trabalho.

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O fato gerador da Contribuio Previdenciria o salrio de contribuio, arts. 28 e 29 da Lei 8.212/91 (Lei de custeio da Previdncia Social). Sobre a remunerao do empregado surge o salrio de contribuio e a obrigao de recolher a contribuio previdenciria. Se o empregador no proceder ao recolhimento das contribuies devidas, poder ser autuado pela fiscalizao previdenciria, sendo lavrado o auto de infrao que se tornar dvida ativa da unio. Com a Certido de Dvida Ativa da Unio (CDA) poder ser executada a previdncia devida pelo empregador inadimplente, pela atuao do Procurador da Fazenda. , no entanto, perfeitamente cabvel que a execuo surja da Sentena Trabalhista. A execuo da contribuio previdenciria pode decorrer da sentena. O empregador paga a remunerao do empregado e sobre ela deve fazer o recolhimento da CP, se no fizer e for autuado, a execuo originada no auto de infrao ser na Justia Comum. Mas nos casos em que o empregado vai Justia para buscar verbas trabalhistas de natureza remuneratria (Aviso Prvio, frias acrescidas do 13, horas extras, frias proporcionais, 13 salrio) e sobre elas incide a CP. Quando o Juiz julgar o processo (sentena de mrito) e reconhece a existncia de verbas trabalhistas remuneratrias no pagas, e sobre elas incide CP, tem-se a execuo dessa CP na prpria Justia do Trabalho. 2.1.7. Controvrsias decorrentes da relao de trabalho: Art. 114, IX, e demais controvrsias decorrentes da relao de trabalho nos termos da lei. Renato Saraiva e Carlos Henrique Bezerra Leite dizem que este inciso um apndice, merecendo ser retirado. Eles acham que repete o inciso I do mesmo artigo. H diferena, vejamos: Inciso I fala de aes oriundas: so aes que se originam naturalmente da relao de trabalho. Ex: descumprimento de clusulas contratuais (no pagamento de remunerao), essas aes tm natureza jurdica trabalhistas. Inciso IX- fala de controvrsias decorrentes: essas aes no tm natureza trabalhista (e sim penal, cvel, tributria), mas mantm um elo com a relao de trabalho. Mas a parte final do inciso IX fala nos termos da lei, razo pela qual no basta decorrer da relao de trabalho para ser de competncia da Justia do Trabalho. Os crimes contra a organizao do trabalho no so de competncia da JT, mas podem vir a ser se a lei assim determinar. A Justia do Trabalho no tem competncia penal nem tributria, mas um dia pode vir a ter, pois o inciso nono, que norma de eficcia limitada, uma possibilidade de alargar a competncia trabalhista.

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CAPTULO 2 COMPETNCIA TERRITORIAL DA JUSTIA DO TRABALHO


2.2. Competncia territorial da Justia do Trabalho: Trata-se de competncia relativa. J se sabe que a JT competente, restando definir qual vara do trabalho competente. A competncia territorial esta prevista no art. 651 da CLT, sendo a regra prevista no caput e as excees previstas nos pargrafos do artigo. Art. 651 A competncia das Juntas de Conciliao e Julgamento determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar servios ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 1 Quando for parte no dissdio agente ou viajante comercial, a competncia ser da Junta da localidade em que a empresa tenha agncia ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, ser competente a Junta da localizao em que o empregado tenha domiclio ou a localidade mais prxima. 2 A competncia das Juntas de Conciliao e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissdios ocorridos em agncia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e no haja conveno internacional dispondo em contrrio. 3 Em se tratando de empregador que promova realizao de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, assegurado ao empregado apresentar reclamao no foro da celebrao do contrato ou no da prestao dos respectivos servios A regra geral dispe que a competncia das varas do trabalho determinada pelo local da prestao de servios, ainda que o empregado tenha sido contratado noutro local e at mesmo no estrangeiro. Fortaleza Recife So Paulo Porto Alegre

Matriz

Filial

Filial

Filial

O empregado contratado em Fortaleza para trabalhar em Recife, de l foi transferido para So Paulo e depois para Porto Alegre, onde foi dispensado.

O art. 651 traz a regra geral sobre competncia territorial da Justia do Trabalho, mas existem excees previstas nos pargrafos deste mesmo artigo. 2.2.1. Empregador que promove a realizao das atividades fora do local do contrato:

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De acordo com parte da Doutrina, FCC e parte da Jurisprudncia, a Vara competente a do ltimo local da prestao de servios. O TST tem entendido que quando o local da ltima prestao de servios dificultar o acesso do empregado ao Poder Judicirio, flexibilizar-se-a a regra. Mas para as organizadoras de concurso no h flexibilizao, aplicando-se o artigo na sua literalidade, incrementando, apenas, a questo da vara do ltimo local ser a competente, quando diversos os locais de prestao de servios.

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O 3 diz que: em se tratando de empregador que promova a realizao de atividades fora do local de contrato, facultado ao empregado propor a ao no local da prestao de servios ou no da contratao. 3 Em se tratando de empregador que promova realizao de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, assegurado ao empregado apresentar reclamao no foro da celebrao do contrato ou no da prestao dos respectivos servios Existem atividades empresariais itinerantes, que aquela que s se desenvolve ou melhor se desenvolve com a mudana do local da prestao de servios. O 3 direcionado para esse tipo de atividade. Poder ser no local da realizao do contrato ou do ltimo local da prestao dos servios. Exemplo: atividade circense. Existem atividades empresariais itinerantes, que aquela que s se desenvolve ou melhor se desenvolve com a mudana do local da prestao de servios. O 3 direcionado para esse tipo de atividade. Poder ser no local da realizao do contrato ou do ltimo local da prestao dos servios. Exemplo: atividade circense, construo civil, transporte, auditoria. No caso das construtoras, no h necessidade de filial em outro local, no mximo ela abre um canteiro de obra, uma tpica atividade itinerante, pois ela melhor se desenvolve com a mudana do local da prestao de servios. A atividade de transporte tambm eminentemente itinerante. O piloto, por exemplo, mesmo sendo contratado em So Paulo, far o transporte de passageiros por todo o pais. O transporte martimo, areo, rodovirio, fluvial ou ferrovirio s se desenvolve se houver mudana no local da prestao de servios. As empresas de auditoria tambm exemplo de empregador que desenvolve suas atividades em local distinto do da prestao de servios. As questes costumam omitira o fato da empresa desenvolver suas atividades fora do local da contratao, mas o concursando dever se ater aos detalhes. Exemplo disso a situao em que o elaborador da questo informa que o empregado foi contratado em Fortaleza para prestar servios em recife e a empresa tem filial no Rio de janeiro, note-se que no falou da existncia de filial em recife, subentendendo-se que no, razo pela qual incide a regra do art. 651, 3, CLT. 2.2.2. Agente ou viajante comercial: 1 Quando for parte no dissdio agente ou viajante comercial, a competncia ser da Junta da localidade em que a empresa tenha agncia ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, ser competente a Junta da localizao em que o empregado tenha domiclio ou a localidade mais prxima. No fosse o pargrafo primeiro do art. 651 da CLT, o caso relato l se encaixaria perfeitamente na regra do 3. o caso do empregado vendedor viajante, agente comercial ou pracista. Este empregado empregado vendedor, mas no vende em um s local, sendo que suas atividades so desenvolvidas em locais diversos durante a vigncia do contrato de trabalho. A empresa que fornece os produtos a representada e o empregado o representante, mas se no houvesse essa previso especifica do 1, a atividade se encaixaria no 3 por se tratar de atividade tpica itinerante. Exemplo: O empregado foi contratado em Fortaleza, mas atende todo o interior do Cear e dispensado em trnsito entre uma cidade, mas para ele no interessa onde foi dispensado, pois a regra no a da ltima localidade onde prestou servios e sim do local onde est localizada a agncia ou filial da empresa contratante (de acordo com a doutrina, filial qual ele est subordinado).

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Caso no haja filial ser competente a do local do domicilio do empregado ou, caso ai no tenha vara, a do local mais prximo. 2.2.3. Competncia extraterritoral: 2 A competncia das Juntas de Conciliao e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissdios ocorridos em agncia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e no haja conveno internacional dispondo em contrrio. um pargrafo incompleto, trata da competncia extraterritorial trabalhista. Um empregado contratado no Brasil para prestar servios em agencia ou filial estrangeira, ou seja, a empresa contratante tem pelo menos uma filial, agencia, sucursal, escritrio, fase ou matriz no Brasil. A empresa que existe no estrangeiro tambm existe no Brasil, existindo, pois, conexo. Desde que o empregado seja brasileiro e no haja conveno internacional em contrrio, as varas do Brasil sero competentes para processar e julgar a reclamao, no entanto, o artigo no especifica qual Vara do Trabalho. A doutrina discrepante, tendo autores que dizem que o domicilio do autor, outros o local da contratao e outros, ainda, afirmam ser competente a capital do Brasil. O dispositivo, apesar de incompleto, inteligente, pois ele afirma que essa empresa tem que ter brao no Brasil, pois se no tivesse qualquer vinculo no territrio nacional seria difcil a notificao, assim como a execuo. O Brasil s ser competente se tiver correspondente da empresa estrangeira no Brasil e 5% do capital deve ser nacional, consoante Lei 7.064/82. O Direito Processual aplicado ser o brasileiro, mas em relao ao direito material dever ser aplicada a Lei do Trabalho estrangeira, salvo quando a lei brasileira for mais favorvel a cada instituto. A lei material brasileira s aplicada quando mais favorvel (art. 3, II, Lei 7-064/82), conforme smula 207 do TST que traz a Lex loci executionis contractus, ou seja, a lei aplicada a do local da prestao de servios, ou seja, da execuo do contrato. Enunciado n 207 - Relao Jurdica Trabalhista - Conflitos de Leis Trabalhistas no Espao - Princpio da "Lex Loci Executionis A relao jurdica trabalhista regida pelas leis vigentes no pas da prestao de servio e no por aquelas do local da contratao. Observe-se que at junho de 2009 a Lei 7.064/82 s se aplicava aos trabalhadores brasileiros contratados para prestar servios de engenharia e similares no exterior, no entanto essa exigncia no resiste e se estende a todos os empregados.

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CAPTULO 3 VNCULO EMPREGATCIO


1.1. EMPREGADO Em Direito do Trabalho imprescindvel que saber identificar o empregado, pois trabalhador pode ser um trabalhador autnomo, avulso, diarista domstico, eventual, estagirio, voluntrio. Enfim, existem trabalhadores prestadores de servio, de todos os tipos, mas s existe um que vai ser empregado, que estar ligado ao seu tomador de trabalho dentro de uma relao de emprego e, em decorrncia lgica, manter com seu empregador um contrato de trabalho. preciso identificar suas caractersticas para reconhec-lo. Se estiverem ausentes quaisquer das caractersticas individualizadoras do empregado, no ser possvel concluir pela existncia de relao de emprego, pois estar-se- diante de um trabalhador sem vnculo empregatcio, a ele no sendo aplicadas as normas de proteo ao trabalhador (de Direito do Trabalho) como jornada de trabalho, FGTS, frias, 13, repouso semanal remunerado. Assim, a identificao de um trabalhador como empregado uma das maiores dificuldades do operador do Direito do Trabalho. Existem, no entanto, trs categorias de empregados, quais sejam: Empregado Urbano , Empregado Domstico e Empregado Rural. 1.1.2 EMPREGADO URBANO 1.1.2.1 Definio legal A Consolidao das Leis do Trabalho, em seu art. 3, define o principal sujeito da relao de emprego a quem a norma trabalhista se destina: o empregado urbano. Assim, considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio. Como se pode ver, na definio de empregado se encontram quatro elementos essenciais caracterizadores de sua situao jurdica. Para que um trabalhador seja caracterizado como empregado, deve prestar servios no-eventuais com pessoalidade, subordinao e com a inteno de receber salrios. A ausncia de qualquer desses elementos retira do trabalhador sua qualidade de empregado, podendo aparecer figuras diversas tais como os autnomos, eventuais, avulsos, diaristas, etc. Para melhor entender este conceito, precisamos operacionaliz-lo, extraindo dele as caractersticas principais. Caractersticas principais ou essenciais so aquelas que no podem ser retiradas, seno a coisa que est sendo caracterizada deixa de existir. Assim, as cinco caractersticas devem estar presentes. S se considera empregado o trabalhador que possuir as cinco caractersticas juntas. Retirando qualquer uma das caractersticas, ter-se- qualquer tipo de trabalhador, menos empregado.

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Pessoa fsica + Pessoalidade + No-eventualidade + Subordinao + Onerosidade

Pessoa Jurdica no trabalha, presta servio atravs de suas pessoas fsicas. S quem trabalha pessoa natural.

O empregado no se pode fazer substituir.

Refere-se permanncia.

Quando empregador e empregado celebram contrato de trabalho, surge para o empregador o poder empregatcio.

a inteno de receber salrio.

1.1.2.2. Elementos essenciais a) pessoa fsica/natural: Esse elemento advm do conceito econmico de trabalho, que o dispndio de energia para a consecuo de um determinado fim. Assim, pessoa jurdica no despende energia, pessoa jurdica um pedao de papel, mera formalidade. Trabalho s pode ser feito por ser humano, pois quem despende energia pessoal natural, pessoa fsica/natural. Logo, empregado s pode ser pessoa fsica. Alguns hospitais ao contratar profissionais da sade exigem que estes se constituam como pessoa jurdica para se livrarem de obrigaes trabalhistas, pagando aos profissionais mediante a emisso de nota fiscal. Esta uma clara demonstrao de fraude Consolidao das Leis Trabalhistas CLT. Art. 9, CLT - Sero nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicao dos preceitos contidos na presente Consolidao.. No pode o empregado ser pessoa jurdica, pois esta incapaz de prestar servios pessoalmente a algum, fazendo-o atravs de prepostos ou de seus prprios empregados. O conceito de empregado, segundo a CLT, no inclui a Pessoalidade, pois esta encontra-se no conceito de empregador.
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b) pessoalidade: esse elemento significa dizer que o empregado no pode se fazer substituir na relao de trabalho. No possvel o prprio empregado se fazer substituir, pois a titularidade, a direo da prestao de servios do empregador. Esse raciocnio inferido do art. 450, CLT. Art. 450. Ao emprego chamado a ocupar, em comisso, interinamente, ou em substituio eventual ou temporria, cargo diverso do que exercer na empresa, sero garantidas a contagem do tempo naquele servio, bem como a volta ao cargo anterior. A pessoalidade elemento essencial caracterizao do empregado, no entanto, no est prevista no conceito legal de empregado, sendo encontrado no conceito de empregador (art. 2, CLT).

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Art. 2, CLT - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige a prestao pessoal de servio. O dispositivo no quer dizer que o empregador dirige pessoalmente a prestao dos servios do empregado, mas quer dizer que esse empregador dirige a prestao pessoal dos servios do empregado. A prestao pessoal dos servios do empregado, ento a pessoalidade caracterstica do empregado. A pessoalidade significa que s e somente s o empregado contratado que poder prestar o servio. Subtraindo-se o elemento pessoalidade poderemos vislumbrar um trabalhador avulso, eventual ou autnomo. Pessoalidade significa dizer que quando o empregador contrata empregado ele leva em considerao a pessoa do empregado. As obrigaes decorrentes do contrato so obrigaes personalssimas, ou seja, somente aquele empregado pode cumprir, ele no pode se fazer substituir. No significa que o empregado no possa ser substitudo, o empregado no pode se fazer substituir, ou seja, ele mesmo no poder arranjar um substituto para ele. o empregador que substitui um empregado por outro empregado. c) no-evenualidade (habitualidade ou permanncia): Maurcio Godinho Delgado traz quatro teorias: da permanncia, da fixao, de descontinuidade e do evento, mas duas dessas so suficientes, a da permanncia e a da fixao. Habitualidade ou permanncia a prestao de servios nas atividades normais ou permanentes da empresa. Assim explica a Teoria da Permanncia. Toda empresa tem as suas chamadas atividades ou necessidades normais ou permanentes. Ela desenvolve certas atividades, atividades fim e atividades meio. Atividades fim a atividade principal da empresa, sem a qual ela deixa de existir. As atividades meio so as atividades secundrias, mas mesmo sendo secundrias no so menos importantes, pois muitas vezes, essa atividade secundria viabiliza, apia e suporta a atividade fim.

Atividade-fim: so as atividades normais da empresa sem as quais a empresa deixa de existir Necessidades normais ou Permanentes Atividade-meio: so as atividades secundrias, mas que viabilizam dando apoio e suporte atvidade-fim.

O trabalhador que presta servios nas necessidades normais/permanentes de uma empresa presta servios no-eventuais, portanto um trabalhador no-eventual.

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Eventual o trabalho que no se enquadra nas necessidades normais da empresa. POR EXEMPLO: Num curso preparatrio para concursos, a atividade fim o ensino e existem ainda atividades permanentes desta empresa que a recepo, a mecanografia, a limpeza, a vigilncia. Quando um ar condicionado apresenta eventualmente um problema chamado um tcnico para consertar. Esse trabalhador no presta servios nas atividades permanentes da empresa. O tcnico chega empresa, conserta, recebe seu pagamento e vai embora, ou seja, presta servio eventual. OUTRO EXEMPLO: Uma pessoa utilizando seu computador pega um vrus e precisa chamar um tcnico de computadores. Esse tcnico vai at a casa dessa pessoa, conserta o computador, recebe o pagamento e vai embora. O servio prestado foi um servio eventual. Se este mesmo tcnico for contratado por uma empresa para prestar o mesmo tipo de servio, mensalmente, ele ser um trabalhador intermitente, pois o intervalo de tempo entre uma prestao de servio e outra ter um lapso temporal grande (15 dias, 3 semanas, 1 vez no ms). Assim um trabalhador que presta servios com um lapso temporal a partir de 15 dias, ele ser um trabalhador intermitente, e trabalhador intermitente no empregado, ele presta servio de forma autnoma. ATENO Alguns autores costumam definir algumas profisses como eventual e no-eventual, mas preciso ter cuidado, pois para um certo tomador de servio o profissional poder ser eventual e para outro, esse mesmo profissional, poder ser no-eventual. Trabalhadores como eletricista, carpinteiro, pintor, bombeiro hidrulico ou encanador so comumente classificados como trabalhadores eventuais. Mas observe: para o dono de um limpa-fossa o bombeiro hidrulico ou encanador ser um trabalhador no-eventual, assim como o pintor e o pedreiro para uma empreiteira, o carpinteiro para uma loja de fabricao de mveis. A questo da no-eventualidade est ligada fixao e ao fato de prestar servios nas atividades normais/permanentes da empresa.

Alm da Teoria da Permanncia, para entendermos melhor a no-eventualidade, temos a Teoria da Fixao, e para ajudar-nos na compreenso, vejamos o caso dos chapas. Muitas vezes o trabalhador presta servios dentro das atividades normais da empresa, ele noeventual, mas no ser empregado. Este trabalhador o chapa. O CHAPA: O chapa figura principalmente em transportadoras, eles ficam no porto de entrada das empresas aguardando serem chamados para a prestao de servios. As empresas tm seus empregados para fazer a carga e a descarga, mas eventualmente precisam de mais pessoas para atender uma demanda aumentada de servios, que para isso chamam os chapas. Quando so chamados para prestar servios os chapas estaro atuando numa atividade normal da empresa, mas, por mais que eles prestem servio nas atividades normais da empresa, eles nunca se fixam ao seu tomador. Um tomador de servio s chamar um chapa quando necessitar, e esse trabalhador acaba trabalhando por ms 1, 2, 3 dias. Assim este ir procurar outra empresa e tentar ser chamado. A no-eventualidade no est relacionada quantidade de dias trabalhados. Pode-se trabalhar um dia s na semana e ser empregado.

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EXEMPLO: Um restaurante funciona normalmente com 10 empregados (garons, lavadores de pratos, cozinheiro), mas nos finais de semana o movimento aumenta muito e so contratados mais 5 prestadores de servio. Sempre so chamados os mesmos 5 prestadores de servio, sempre se fixam ao mesmo tomador de servio e ainda prestam servios nas atividades normais da empresa. Esses trabalhadores prestam servios com pessoalidade, esto subordinados a um gerente, com pretenso de receber salrios e com no-eventualidade, portanto so empregados. Embora trabalhem somente dois dias por semana, 16 horas por semana, ainda assim sero empregados.
8h Segunda Tera Quarta 8h Quinta Sexta Sbado Domingo

10 empregados

+ 5 empregados

O art. 58-A da CLT prev o Contrato de Trabalho a Tempo Parcial, famoso do direito ingls, o part-time job, ou contrato de meio expediente. Preste ateno que o dispositivo prev o mximo, no diz qual o mnimo. Art. 58-A, CLT. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja durao no exceda a vinte e cinco horas semanais. O.J. 358, SDI-1. SALRIO MNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL JORNADA REDUZIDA. POSSIBILIDADE. Havendo contratao para cumprimento de jornada reduzida, inferior previso constitucional de oito horas dirias ou quarenta e quatro semanais, lcito o pagamento do piso salarial ou do salrio mnimo proporcional ao tempo trabalhado. H que se diferenciar a no-eventualidade da continuidade, pois a no-eventualidade no guarda relao com a quantidade de dias em que a prestao de servios se desenvolve, j a continuidade diz respeito exatamente quantidade de dias em que o trabalhador desenvolve seu labor. Ainda que um empregado s preste servios durante dois ou trs dias por semana A continuidade est diretamente relacionada definio do empregado domstico. d) subordinao: o trabalho do empregado fator de produo e como tal entregue ao empregador, pois este o admite, assalaria e dirige sua prestao pessoal de servios, determinado-lhe os horrios de trabalho, o modo de realizar o trabalho em sua quantidade e qualidade, da dizer-se que h relao de subordinao jurdica entre empregado e empregador. Via de regra, quanto mais braal o trabalho maior a subordinao. Entretanto, mesmo os altos empregados, como os executivos de multinacionais, que nos parecem, a primeira vista, totalmente livres de qualquer subordinao em relao ao empregador, seguem as diretrizes da empresa e, se delas descuidarem, esto sujeitos punio disciplinar includa a despedida por justa causa. Trata-se da subordinao jurdica. Antes da Teoria da Subordinao Jurdica se tentou explicar a subordinao por outros meios, por exemplo, pela subordinao tcnica e pela subordinao

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econmica. Entendia-se que a subordinao entre empregado e empregador era uma subordinao e uma subordinao econmica. Bom, nem econmica nem tcnica. A teoria da subordinao tcnica diz que o empregado estaria subordinado tecnicamente ao empregador por este ser o detentor da tcnica de trabalho e ele passaria essa tcnica de trabalho ao empregado. Realmente h empregadores que precisam ensinar seus trabalhadores a tcnica para trabalhar, mas h empregados que detm a tcnica de trabalho e o empregador no. H tambm a teoria da subordinao econmica, segundo a qual o empregado estaria subordinado ao empregador. Mas existem alguns empregados que no dependem economicamente de seu empregador, como um juiz que d aulas em cursos preparatrios para concursos. O juiz depende economicamente de seu cargo da magistratura e no do salrio das aulas. Sendo assim, a teoria da subordinao econmica no se aplica a todos os tipos de empregado. Quando se fala em subordinao, essa subordinao jurdica. Isto no quer dizer que o empregado inferior ao empregador, e este por sua vez superior ao empregado. A subordinao existente entre empregado e empregador decorre de um contrato de trabalho. Quando um contrato de trabalho celebrado, surge automaticamente para o empregador o poder empregatcio, que o poder que o empregador tem de dirigir a prestao pessoal dos servios do empregado, de dizer o horrio de entrada e de sada, o local de trabalho, s tarefas a serem desempenhadas, a quantidade e a qualidade do trabalho. o de disciplinar, de fiscalizar e o poder diretivo que so vertentes do poder empregatcio. O poder empregatcio nasce do contrato de trabalho e o poder de dirigir a prestao dos servios do empregado.

CUIDADO! A subordinao jurdica dividida em subordinao jurdica objetiva e subordinao jurdica subjetiva. O Direito do Trabalho brasileiro adota a subordinao jurdica objetiva. A subordinao jurdica subjetiva a prpria pessoa do empregado est subordinada ao empregador, e no a prestao do servio. J a subordinao jurdica objetiva o fato de o empregador dirigir no a pessoa do empregado e sim a prestao pessoal de servios desse empregado. e) onerosidade/inteno de receber salrios: o empregado ao prestar servios de natureza no eventual e subordinado o faz com a inteno de receber salrio. O empregador pode at no pagar salrios a seus empregados porque os reduziu condio de escravos, mas os servios prestados pelos escravizados o foram com a inteno de receber salrios. A onerosidade trata da inteno subjetiva e no objetiva. Se fosse inteno objetiva, o no pagamento dos salrios descaracterizaria a relao de emprego. Trata-se de trabalhar com a inteno de receber salrios. Portanto, no o pagamento ou no de salrios que qualifica algum como empregado, mas, sim, a prestao pessoal de servios com a inteno de receber salrios. Este o critrio de distino entre o empregado e o mero trabalhador voluntrio.

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A Lei 9.608/90, Lei do trabalho voluntrio afirma que o voluntrio no pode ter sua prestao de servios remunerada, podendo, no mximo, receber ajuda de custo de natureza compensatria, sem natureza contraprestativa. Art. 1, da Lei n 9.608/98. Considera-se servio voluntrio, para fins desta Lei, a atividade no remunerada, prestada por pessoa fsica a entidade pblica de qualquer natureza, ou a instituio privada de fins no lucrativos, que tenha objetivos cvicos, culturais, educacionais, cientficos, recreativos ou de assistncia social, inclusive mutualidade. O voluntrio pessoa fsica que trabalha com pessoalidade, no-eventualmente, subordinado ao tomador, mas sem inteno de receber salrios, assim como o trabalho religioso. O tomador do servio voluntrio pode ser publico ou privado, se for publico pode ser de qualquer natureza, mas se for privado somente se no tiver fins lucrativos.No caso do religioso, a subordinao existe e institucional ou eclesistica, mas no caso dos empregados a subordinao jurdica e as clusulas contratuais so passveis de discusso. A remunerao recebida pelos eclesisticos no salrio, so prebendas, que so meras ajudas de custo. O TST no reconhece vnculo empregatcio entre o padre e a igreja ou entre o pastor e a igreja, pois at hoje no se conseguiu provar que a Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, prega a palavra de Deus com o intuito de lucro. 1.1.3. Demais Trabalhadores com Vnculo Empregatcio 1.1.3.1. Empregados Domsticos O artigo 1 da Lei 5859/72 conceitua empregado domstico como sendo aquele que presta servios de natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial destas. Como qualquer empregado, o domstico pessoa natural que presta servios com pessoalidade, subordinao e com intuito de receber salrio a empregador domstico. Entretanto, conta como seus prprios elementos essenciais caracterizadores de sua condio, pelo que passaremos a examinar cada um.
+ Sem finalidade lucrativa + Presta servios pessoa ou famlia

+ Pessoalidade + Continuidade + Subordinao + Onerosidade + no mbito residencial

De duas a trs vezes por semana .

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Pessoa fsica

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a) continuidade: A Continuidade no se confunde com a no-eventualidade. Enquanto a noeventualidade no guarda relao com a quantidade de dias em que o empregado presta servios, a continuidade est diretamente ligada quantidade de dias da semana em que o empregado presta servio. O empregado domstico aquele que presta servios de natureza contnua por mais de 3 vezes por semana (4, 5, 6. 7 no, pois o empregado domstico desde a promulgao da atual constituio federal tem direito ao repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos). Dessa forma a continuidade a prestao de servio superior a 3 vezes por semana.
Segundo entendimento dominante do TST, continuidade a prestao de servios superior a 2 ou 3 vezes por semana, caracterizando-se o vnculo empregatcio. Este conceito de continuidade foi buscado pelo TST na lei argentina, mais especificamente no Decreto 256, em seu art. 3 que diz que se considera empregado domstico aquele que presta servios a partir de 4 horas por dia, a partir de 4 dias por semana e por perodo superior a 30 dias. Ento o TST entendeu que a continuidade a quantidade de dias da semana que se trabalha.

O DIARISTA DOMSTICO aquele que presta servios no mbito residencial pessoa ou famlia sem finalidade lucrativa, por at 3 vezes por semana. Ele no tem vnculo empregatcio , tendo direito to somente a remunerao pactuada, sendo esta paga ao final do dia da o nome diarista e deve ter valor de mercado. Logo o pagamento da remunerao do diarista no pode ser acumulado para cada 15 dias ou para o fim do ms. Um detalhe interessante quanto ao diarista que o empregador no pode engessar, fixar ou estabelecer os dias a serem trabalhados. Os dias a serem trabalhados sero acordados, devendo o empregador se adequar aos dias disponveis do empregado. Ademais, para afastar a configurao do vnculo de emprego domstico imprescindvel que a diarista trabalhe apenas 2 ou 3 dias por semana, nos dias que ela escolher e com o pagamento feito diariamente ao final do trabalho. b) finalidade no-lucrativa: a atividade do domstico no pode ser explorada por seu empregador com a finalidade de lucro. Portanto, se na residncia h regular pensionato para no familiares ou sistema de fornecimento de alimentao para terceiros, a faxineira ou a cozinheira no mais sero domsticas, mas empregadas urbanas.
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domstico o caseiro de stio de veraneio do empregador desde que no se realize na propriedade produo para fins de comercializao. Caso exista explorao agroeconmica com venda a terceiros, restar descaracterizado o vnculo de trabalho domstico com o caseiro e este ser empregado rural. c) prestao de servios pessoa ou famlia: no h possibilidade de o empregador domstico ser pessoa jurdica. Apenas a pessoa natural, individualmente ou em grupo unitrio, e a famlia que podem ser considerados empregadores domsticos. A exemplo de grupo unitrio tem-se a relao de trabalho domstico existente entre uma faxineira ou cozinheira e amigos que dividem um apartamento. d) mbito residencial: o elemento mbito residencial traz em si a circunstncia de no se tratar apenas do local de moradia do indivduo ou da famlia, mas, tambm, unidades estritamente familiares que

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estejam distantes da residncia principal da pessoa ou famlia que toma o servio domstico tais como casa de praia, casa de campo, stio de veraneio, etc. 1.1.3.2. Direitos Trabalhistas Estendidos aos Domsticos A Consolidao s se aplica aos domsticos quando expressamente assim se referir (art. 7, a da CLT), uma vez que a categoria regulada por legislao prpria que a Lei 5859/72 e seu Decreto Regulamentador 71.885/73. De acordo com o art. 2 do Decreto, apenas o captulo de frias da CLT se aplica ao domstico. Quanto aos direitos dos empregados domsticos, o Pargrafo nico estende alguns direitos aos empregados domsticos, vejamos:
Direitos trabalhistas dos empregados domsticos ( nico do Art. 7 da CF/88 e Lei 11324/06.) Art. 7 CF/88, incisos:

S
I D R

IV - salrio mnimo
VI irredutibilidade salarial VIII- dcimo terceiro salrio XV repouso semanal remunerado (OJ 410, SDI-1, TST e Lei 11.324/06) XXI - aviso prvio

F
L L A

XVII - frias anuais remuneradas (Lei 11.324/06)


XVIII licena maternidade (Lei 11.324/06) XIX - licena paternidade XXIV - aposentadoria

Desde o dia 19 de julho de 2006, atravs da Lei n 11.324, foram ampliados os direitos ao empregado domstico, como:

- frias de 30 dias corridos com a remunerao de frias acrescida de 1/3; - feriados civis e religiosos (no est nesta lei referida); - estabilidade da gestante (desde a confirmao da gravidez at 5 meses aps o parto) e no poder ser despedida ao menos que cometa falta grave)

Art. 4o-A, Lei n 5.859/72. vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa da empregada domstica gestante desde a confirmao da gravidez at 5 (cinco) meses aps o parto. (Includo pela Lei n 11.324, de 2006). A estabilidade desde a confirmao da gravidez at 5 (cinco) meses aps o parto acumulada com a licena maternidade, ou seja, uma sobre a outra. Dentro do perodo da estabilidade j se encontram os 120 dias de licena maternidade.

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De acordo com o entendimento do TST, a confirmao da gravidez se d com a fecundao ou concepo, sendo este o marco inicial da estabilidade gestante da empregada, mas a estabilidade diferente da licena maternidade, sendo que esta ltima gozada dentro da estabilidade. O art. 10, 1 do ADCT afirma que a licena paternidade de 5 dias. Alm desses, as demais normas trabalhistas conferiram ao domstico: o direito ao vale transporte (inciso II do art. 9 do Decreto n 95.247/87), assinatura da CTPS (art. 2, inc. I Lei 5859/72), os benefcios da previdncia social por ser segurado obrigatrio (art. 4 da Lei 5859/72 c/c art. 20 da Lei 8212/91). Em relao ao fornecimento do vale transporte, importa esclarecer que o empregado solicitar o fornecimento, assim como comprovar a necessidade. Lembrando que a m utilizao do vale-transporte pode ocasionar a resciso por justa causa. Tudo consoante o Decreto n 95.247/87. Os domsticos no tm direito jornada de trabalho e, portanto, na fazem jus ao pagamento de horas extras ou adicional noturno. A Lei 10.208/01 facultou ao empregador domstico a inscrio do empregado no FGTS. Caso inscrito no fundo, ter direito o domstico ao seguro-desemprego no valor de um salrio mnimo por um perodo mximo de trs meses no caso de despedida sem justa causa, desde que tenha trabalhado, no mnimo, 15 meses nos ltimos vinte e quatro meses contados da dispensa, de conformidade com art. 6 caput e 1 da Lei 5859/72. Em relao ao Repouso Semanal Remunerado o TST, atravs da OJ 410, SDI-I, consolidou o seguinte entendimento: OJ-SDI1-410. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSO APS O STIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7, XV, DA CF. VIOLAO. Viola o art. 7, XV, da CF a concesso de repouso semanal remunerado aps o stimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro. No entanto, o art. 6, da Lei 605/49 diz que o repouso do domingo corresponde ao descanso do trabalho da semana anterior, por isso se diz que o entendimento do TST, na OJ 410 incorreto, mas deve ser seguido para efeito de prova. Em relao aos feriados trabalhados, assim como aos repousos semanais, trabalhados e no compensados, so pagos em dobro, consoante a Smula 146, TST: TST Enunciado n 146 - Trabalho em Domingos e Feriado - Pagamento - Compensao
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O trabalho prestado em domingos e feriados, no compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuzo da remunerao relativa ao repouso semanal. Em relao s turmas do TST e autores doutrinadores trabalhistas h discusso sobre o direito dos domsticos s frias dobradas e proporcionais. De acordo com o entendimento dominante do TST (SDI-I, julgado em 14/12/2007), as empregados domsticos tm direito apenas no apenas s frias proporcionais, mas tambm s frias dobradas.

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Logo, caindo em prova questo similar, esse deve ser o entendimento fundamento para a resposta, pois alm dessa deciso da SDI-I, h tambm o art. 2 do Decreto 71.885/73 (regulamenta a Lei do Domstico) que diz que exceo ao captulo de frias, a CLT no se aplica ao domstico, ou seja, da CLT somente o captulo de frias se aplica aos domsticos. Em relao previso constitucional do Aviso Prvio, contida no inciso XXI, art. 7, CF/88, necessrio se esclarecer que este dispositivo contm duas normas jurdicas diferentes, sendo uma de eficcia plena e a outra de eficcia limitada. A norma de eficcia plena independe de lei ou regulamento e a de eficcia limitada precisa de outra para que sua eficcia plena seja alcanada. O aviso prvio proporcional ao tempo se servios est condicionado edio de uma lei, ainda no existente, sendo que a determinao de aviso de pelo menos trinta dias norma de eficcia plena. Os Acordos ou as Convenes Coletivas de Trabalho (ACT, CCT), o regulamento de empresa e o contrato individual de trabalho podem prever lapso temporal maior de aviso prvio, devendo, pois ser obedecido pelos sujeitos do contrato de trabalho abrangido. Em relao ao aviso prvio, importa ressaltar que o inciso I e parte do inciso II do art. 487 da CLT no foi recepcionado pela CF/88. Art. 487 - No havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato dever avisar a outra da sua resoluo com a antecedncia mnima de: I - 8 (oito) dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; (Inciso II renumerado pela Lei n 1.530, de 26.12.1951) II - 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou ms, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de servio na empresa. O aviso prvio tanto direito do empregado quanto do empregador e o aviso prvio integra o tempo de servio para todos os efeitos. Se o empregado quiser rescindir o contrato de trabalho dever dar o aviso prvio ao seu empregador, mas se no o fizer, o valor do aviso prvio dever ser descontado de suas verbas rescisrias.
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O 2 do art. 487 da CLT permite o desconto da resciso do empregado os trinta dias no concedidos a ttulo de aviso prvio. 2 - A falta de aviso prvio por parte do empregado d ao empregador o direito de descontar os salrios correspondentes ao prazo respectivo. A OJ 82 da SDI-I diz que A data de sada a ser anotada na CTPS deve corresponder do trmino do prazo do aviso prvio, ainda que indenizado. O inciso XIV, art. 7, CF trata da extenso do direito Aposentadoria aos domsticos. Referida aposentadoria guarda relao com o tempo de contribuio.

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O FGTS, no entanto, no direito do empregado domstico, mas se o empregador quiser, ele poder inscrever o empregado no sistema do FGTS, no podendo, entretanto, retroagir nesta conduta, tudo luz do principio da condio mais benfica. A partir da opo do empregador em inscrever o empregado domstico no FGTS, sobre este contrato recaem todas as normas referentes ao FGTS. No entanto, cada contrato de trabalho significa uma opo do empregador, no vinculando o prximo empregador. Uma vez inscrito no FGTS, o empregado poder ter direito ao seguro-desemprego. O art. 6-A, da Lei 5.859/78, deixa claro que o empregado domstico ter direto ao seguro-desemprego, mas seu 1 condiciona inscrio no sistema do FGTS. Logo, o seguro desemprego no direito do empregado domstico. 1.1.3.3. Empregado Rural Enquanto vigia a alnea b do art. 7 da Consolidao, o empregado rural era caracterizado atravs do tipo de servios que executava: se ligados terra ou pecuria era rural, de modo que um mesmo empregador poderia ter sob seu manto, ao mesmo tempo, empregados urbanos e rurais, seguindo pela contra-mo do enquadramento do empregado pela principal atividade do empregador. Com o advento da Lei 5889/73, o empregado rural passou a ser definido por seu art. 2 da seguinte maneira: empregado rural toda pessoa fsica que, em propriedade rural ou prdio rstico, preste servios de natureza no eventual a empregador rural, mediante dependncia e salrio. Assim como nos empregados urbanos1, esto presentes nos rurais a prestao pessoal de servios por pessoa fsica, a no-eventualidade, a subordinao jurdica e a prestao de servios com a inteno de receber salrios. No entanto, vamos nos deter agora nos elementos essenciais especficos dos rurais: a) prestao de servios a empregador rural: no importa se o empregado exerce atividade tipicamente urbana como os administradores de fazenda, os almoxarifes, os datilgrafos, os motoristas, se estes prestam servios no-eventuais a empregador rural sero considerados empregados rurais2. O que define o empregado rural no o tipo de funo que exerce, se tipicamente urbana ou rural, mas, sim, a atividade exercida pelo empregador. Se eminentemente rural, seus empregados sero todos rurais, inclusive os datilgrafos, gerentes, almoxarifes, motoristas do estabelecimento rural. Resumidamente, de acordo com a Lei, o empregado rural definido somente pelo fato de prestar seus servios para empregador rural, logo, mesmo aqueles empregados cujo servio no tenha qualquer relao com o meio rural, mas o empregador seja rural, ser enquadrado, luz da Lei, como empregado rural. Assim, empregado rural quem presta servios a empregador rural. O empregado rural hoje definido pela atividade que o empregador exerce. Se o empregador no interessa as funes que o empregado desempenha se o empregador classificado como rural e empregado ser rural (pela Lei)
1

Sobre servios prestados com pessoalidade por pessoa fsica, no-eventualidade, subordinao jurdica e salrio, vide os comentrios feitos no captulo referente a empregados urbanos. 2 Smula 196 STF: Ainda que exera atividade rural, o empregado de empresa industrial e comercial classificado de acordo com a categoria do empregador.

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O TST, no entanto, no acata esse conceito, entendendo que o fato do empregador ser rural no determinante, isoladamente, para caracterizar o empregado rural, sendo importante a natureza da prestao de servios. EXEMPLO: Numa fazenda produtora de cacau, todos os empregados sero rurais, no importa que funes exera, mesmo que seja eminentemente urbana, como um officeboy que paga as contas da fazenda, pela Lei ele ser empregado rural. Mas se essa mesma fazenda passa a industrializar 70% do cacau e transforma em chocolate essa fazenda acabou de se industrializar. Assim a atividade deixou de ser rural e passou a ser industrial, portanto urbana. A atividade preponderante agora urbana e todos os empregados sero urbanos. Se no for possvel identificar a atividade preponderante j que pode um estabelecimento 50% de sua atividade ser direcionada produo de matria prima e 50% para a industrializao do cacau e transformao em chocolate recorre-se ao conceito da CLT e quem trabalha com a terra ser empregado rural e quem trabalha na indstria ser empregado urbano. A interpretao acima advm de interpretao analgica (art. 4 LICC e art. 8, CLT), tendo em vista a ausncia de norma que regula tal situao. Assim, utiliza-se, analogicamente, do raciocnio extrado do 1 do art. 581 da CLT: Art. 581 1, CLT. Quando a empresa realizar diversas atividades econmicas, sem que nenhuma delas seja preponderante, cada uma dessas atividades ser incorporada respectiva categoria econmica, sendo a contribuio sindical devida entidade sindical representativa da mesma categoria, procedendo-se, em relao s correspondentes sucursais, agncias ou filiais, na forma do presente artigo. Esse artigo no fala de empregado e sim de contribuio sindical. Mas a essncia aplicada por analogia ao conceito de empregado rural. Todo empregado pelo simples fato de pertencer a uma categoria profissional ele tem obrigao de pagar a contribuio sindical. Tendo ou no a categoria profissional um sindicato a contribuio ser paga. Essa contribuio destinada Conta Especial Emprego e Salrio que se reveste em fundos para o Seguro Desemprego3. Com a reforma sindical as centrais sindicais passaram a ter responsabilidade, passaram a integrar o sistema sindical brasileiro e a todo mundo recebe. A contribuio sindical dividida entre o sindicato, a confederao, a federao e a Consta Especial Emprego e Salrio4.
3

3 do art. 590 da CLT - No havendo sindicato, nem entidade sindical de grau superior ou central sindical, a contri buio sindical ser creditada, integralmente, Conta Especial Emprego e Salrio 4 Art. 589. Da importncia da arrecadao da contribuio sindical sero feitos os seguintes crditos pela Caixa Econmica Federal, na forma das instrues que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho: I - para os empregadores: (Redao dada pela Lei n 11.648, de 2008)

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De acordo com o atual entendimento do TST, rural aquele que trabalha na agricultura ou na pecuria (afastando a aplicao da Lei). At maio de 2000, at a EC 28, as prescries de empregado urbano era diferente da prescrio aplicvel ao empregado rural.

b) prestao de servios em propriedade rural: Entende-se por propriedade rural aquela localizada geograficamente na zona rural em que nela explorada uma atividade agro-econmico rural.

c) prestao de servios em prdio rstico: Prdio rstico o destinado explorao agrcola, pecuria ou extrativa vegetal. No entanto, est localizado geograficamente no espao urbano. , portanto, aquele espao geograficamente na zona urbana em que nele explorada uma atividade agroeconmico rural. Assim, ser rurcola um lavrador ou pecuarista que explora atividade agroeconmica ou pastoril em plena Cidade de Fortaleza. A gama de direitos dos empregados urbanos e rurais a mesma, mas sua existncia pode ser diferente.

a) 5% (cinco por cento) para a confederao correspondente; (Includa pela Lei n 11.648, de 2008) b) 15% (quinze por cento) para a federao; (Includa pela Lei n 11.648, de 2008) c) 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; e (Includa pela Lei n 11.648, de 2008) d) 20% (vinte por cento) para a Conta Especial Emprego e Salrio; (Includa pela Lei n 11.648, de 2008).

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CAPTULO 4 - VERBAS TRABALHISTAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS


As verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias so aquelas que constituem o pedido das reclamaes trabalhistas. Essas verbas so extremamente importantes, pois fazem parte do contedo de trs peas importantssimas, quais sejam a contestao (em que so contestadas as verbas pedidas na reclamao trabalhista), o recurso ordinrio (recorre-se da deciso que reconheceu ou negou as verbas pedidas na reclamao trabalhistas) e a ao de consignao em pagamento (em que o empregador busca o pagamento das verbas trabalhistas devidas ao empregado). Vejamos, ento, quais so as verbas trabalhistas mais comuns: a) b) c) d) e) f) g) h) i) Aviso prvio Saldo de salrios 13 salrio proporcional Frias proporcionais + 1/3 Frias vencidas simples + 1/3 Frias vencidas dobradas + 1/3 Levantamento dos depsitos de FGTS Indenizao de 40% sobre os depsitos do FGTS Indenizao complementar (adicional) do Art. 9/Lei 7238/84

1.1. AVISO PRVIO 1.1.1. CONCEITO Aviso prvio o ato jurdico unilateral receptcio em que uma parte d cincia inequvoca outra da terminao do contrato de trabalho, ou seja, avisar com antecedncia que o contrato de algum vai acabar. Apesar de o aviso prvio, por ser ato unilateral, depender da vontade de apenas uma das partes, necessrio, para surtir efeitos no mundo jurdico, que ele sejacomunicado outra parte, justamente por ser tambm ato receptcio. O aviso prvio tanto pode figurar como direito do empregado e dever do empregador, como direito do empregador e dever do empregado. Isso porque o art. 487, caput, da CLT, dispe que *...+ a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato dever avisar a outra da sua resoluo [...]. Observe-se que a parte a que se refere o dispositivo legal mencionado pode ser tanto o empregado como o empregador.

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Ademais, o 1 e o 2 do art. 487 trazem as conseqncias da falta do aviso prvio por parte do empregador e do empregado: CLT Art. 487 1 A falta do aviso prvio por parte do empregador d ao empregado o direito aos salrios correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integrao desse perodo no seu tempo de servio. 2 A falta de aviso prvio por parte do empregado d ao empregador o direito de descontar os salrios correspondentes ao prazo respectivo. Observe que o 2 estabelece claramente a possibilidade de o empregador, no caso de o empregado no conceder o aviso prvio, descontar, quando do pagamento das verbas rescisrias, o equivalente remunerao de um ms de trabalho. Importa destacar que, muito embora o aviso prvio esteja previsto no art. 7, XXI, da Constituio Federal, toda a sua regulamentao infraconstitucional e encontra-se na Consolidao das Leis do Trabalho. 1.1.2. PRAZO O prazo mnimo do aviso prvio de 30 dias, conforme o art. 7, inciso XXI, da CF, motivo pelo qual o art. 487, inciso I, da CLT, que prev o prazo de 8 (oito) dias se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior, no foi recepcionado pela Constituio Federal de 1988. Esse aviso prvio de 8 dias no existe mais, seja a remunerao diria, semanal, quinzenal, mensal etc. O prazo ser SEMPRE de 30 dias.

art. 7, CF. So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: ... XXI aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei; O dispositivo mencionado supra possui duas normas jurdicas, sendo uma de eficcia plena (aviso prvio de no mnimo de 30 dias) e outra de eficcia contida (a lei dev er regular outros prazos, devendo ser obedecido o mnimo de 30 dias). Importante salientar, ainda, que possvel a criao de uma norma coletiva que traga um prazo maior de aviso prvio e, nesse caso, todo o perodo ser computado como de tempo de servio efetivo, conforme determina a OJ 367 da SDI-1:
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SDI-1 OJ-367 AVISO PRVIO DE 60 DIAS. ELASTECIMENTO POR NORMA COLETIVA. PROJEO. REFLEXOS NAS PARCELAS TRABALHISTAS (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) O prazo de aviso prvio de 60 dias, concedido por meio de norma coletiva que silencia sobre alcance de seus efeitos jurdicos, computa-se integralmente como tempo de servio, nos termos do 1 do art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas rescisrias. 1.1.3. HIPTESES DE CABIMENTO Cabe aviso prvio quando, no havendo prazo estipulado, ou seja, quando o contrato for por prazo indeterminado, o empregador quiser rescindir o contrato sem justo motivo, ocorrendo o mesmo quando o desejo de rescindir o contrato partir do empregado. Observa-se, assim, que, de acordo com o caput do art. 487, em regra, o aviso prvio s devido nos contrato de prazo indeterminado: CLT Art. 487. No havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato dever avisar a outra da sua resoluo com a antecedncia mnima de:

ATENO! H EXCEO. Trata-se da CLUSULA ASSECURATRIA DO DIREITO RECPROCO DE RESCISO ANTECIPADA. Se o Contrato de Trabalho por Prazo Determinado contiver uma clusula que permita a resciso antecipada e o empregador quiser rescindir antecipadamente o contrato, poder faz-lo, ficando, no entanto, obrigado ao pagamento da indenizao de 40% sobre os depsitos do FGTS e concesso de aviso prvio (Art. 481 da CLT e Smula 163 do TST). CLT Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem clusula assecuratria do direito recproco de resciso, antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princpios que regem a resciso dos contratos por prazo indeterminado.
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TST SUM-163 AVISO PRVIO. CONTRATO DE EXPERINCIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Cabe aviso prvio nas rescises antecipadas dos contratos de experincia, na forma do art. 481 da CLT (ex-Prejulgado n 42). O aviso prvio devido integralmente tambm no caso de cessao das atividades da empresa, por fora da Smula 44 do TST:

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TST SUM-44 AVISO PRVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A cessao da atividade da empresa, com o pagamento da indenizao, simples ou em dobro, no exclui, por si s, o direito do empregado ao aviso prvio. devido aviso prvio, ainda, no caso de resciso do contrato de trabalho por justa causa do empregador, conforme 4 do art. 487: CLT Art. 487 4 devido o aviso prvio na despedida indireta. Quando da resciso ou despedida indireta (falta grave do empregador), haver direito do empregado a aviso prvio, conforme determinado no 4 do art. 487 da CLT. A lei no diz, mas, por questes fticas, o aviso prvio, nesse caso, ser indenizado. Na hiptese de o empregado, no curso do aviso prvio, cometer qualquer das faltas autorizadoras da resciso contratual por justa causa, perder ele o direito no s ao restante do respectivo perodo, conforme prev o art. 491 da CLT, como tambm s indenizaes que lhe seriam devidas no caso da no ocorrncia da justa causa, por fora da Smula 73 do TST. TST SUM-73 DESPEDIDA. JUSTA CAUSA (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ocorrncia de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prvio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito s verbas rescisrias de natureza indenizatria. Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prvio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a resciso, perde o direito ao restante do respectivo prazo. 1.1.4. ESPCIES DE AVISO PRVIO No ordenamento jurdico ptrio, temos dois tipos de aviso prvio: o aviso prvio trabalhado e o aviso prvio indenizado, tambm conhecido como aviso prvio no trabalhado. Trabalhado Aviso prvio Indenizado Ambos integram o tempo de servio do empregado, projetando o contrato de trabalho por mais 30 dias. Isso significa que haver mais um ms de salrio, mais 1/12 de frias, mais 1/12 de 13 salrio, mais um ms de FGTS, mais um ms de contribuio para o INSS, etc.

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O aviso prvio integra o tempo de servio, recaindo sobre todos os direitos trabalhistas. assim porque o contrato de trabalho s se extingue aps o trmino do aviso prvio. Aviso prvio trabalhado aquele em que o empregado presta servios no perodo. J o aviso prvio indenizado, ou no trabalhado, aquele em que no h prestao de servios, mas h o recebimento do salrio correspondente, estando este previsto no 1 do art. 487 da CLT: CLT Art. 487 1 A falta do aviso prvio por parte do empregador d ao empregado o direito aos salrios correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integrao desse perodo no seu tempo de servio. Como se pode observar pelo dispositivo legal citado supra, mesmo quando o aviso prvio indenizado, os 30 dias correspondentes integram o contrato de trabalho do empregado, como se tivesse efetivamente trabalhado, pois o 1 do art. 487 da CLT garante a integrao desse perodo no seu tempo
de servio.

O aviso prvio SEMPRE tempo de servio para todos os efeitos. O aviso prvio indenizado tem natureza salarial e no indenizatria, a despeito do nome. H apenas um caso em que o aviso prvio indenizado ter natureza meramente indenizatria, no prorrogando o contrato de trabalho para o futuro, de acordo com entendimento dominante do TST: quando o empregador no concede a reduo de 2 horas no horrio de trabalho dirio do empregado, ainda que seja feita a substituio da reduo pelo pagamento das horas respectivas, estando obrigado a pagar o salrio correspondente a um novo aviso. Este novo aviso no ter natureza salarial. entendimento da Smula 230 do TST. TST SUM-230 AVISO PRVIO. SUBSTITUIO PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. ilegal substituir o perodo que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prvio, pelo pagamento das horas correspondentes. Relembrando que, se o empregador quiser rescindir o contrato sem justa causa, ter que notificar o empregado com antecedncia de 30 dias, concedendo-lhe o aviso prvio que, nesse caso, ser trabalhado. Se o empregado, sem justo motivo, demitir-se, ele tambm ter que conceder aviso prvio trabalhado ao empregador. Caso ele no o conceda, o 2 do art. 487 da CLT autoriza o empregador, quando do pagamento das verbas trabalhistas rescisrias, a descontar destas os 30 dias correspondentes ao aviso prvio:
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CLT Art. 487 2 A falta de aviso prvio por parte do empregado d ao empregador o direito de descontar os salrios correspondentes ao prazo respectivo.

1.1.4. VALOR DO AVISO PRVIO O valor do aviso prvio est previsto no art. 487, 3 da CLT. No havendo valor fixo, feita a mdia dos 12 ltimos meses de remunerao. Art. 487 3 Em se tratando de salrio pago na base de tarefa, o clculo, para os efeitos dos pargrafos anteriores, ser feito de acordo com a mdia dos ltimos doze meses de servio. Como se verifica atravs do 1 e 2 do art. 487 da CLT, o aviso prvio calculado sobre os salrios e no sobre a remunerao. Logo, se o empregado recebe gorjetas e tem seu aviso prvio indenizado, o valor do aviso no ser calculado sobre a remunerao, no sendo levadas em conta as gorjetas. J se o aviso prvio for trabalhado, a remunerao devida e o empregado tem direito s gorjetas. Ex.: O aviso prvio conta-se dia a dia. Assim, se o contrato for rescindido em 04 de outubro, o prazo inicia-se no dia 05 de outubro, projetando-se o contrato at 03 de novembro, tendo em vista que o ms de outubro tem 31 dias.
TRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO ltimo dia do aviso prvio

Notificao da demisso

Incio da contagem do prazo

04/10

05/10

03/11

30 dias Professor ALEXANDRE TEIXEIRA


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assim porque a CLT omissa quanto contagem de prazos trabalhistas, sendo estes computados da forma prevista no art. 132 do Cdigo Civil e que tambm se aplica aos prazos processuais trabalhistas, ou seja, excluindo o dia do incio e incluindo o dia do vencimento. a inteligncia da Smula 380 do TST: TST SUM-380 AVISO PRVIO. INCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CDIGO CIVIL DE 2002 (converso da Orientao Jurisprudencial n 122 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Cdigo Civil de

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2002 contagem do prazo do aviso prvio, excluindo-se o dia do comeo e incluindo o do vencimento. (ex-OJ n 122 da SBDI-1 - inserida em 20.04.1998) CC Art. 132. Salvo disposio legal ou convencional em contrrio, computam-se os prazos, excludo o dia do comeo, e inclu do o do vencimento. Ex.: Caso a notificao da demisso fosse em 04/11, j que novembro tem 30 dias, comearia o prazo no dia 05/11, findando em 04/12.

Notificao da demisso

Incio da contagem do prazo

TRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO ltimo dia do aviso prvio

04/11

05/11

04/12

30 dias

Seja o aviso prvio trabalhado ou indenizado, o perodo de 30 dias integra o contrato de trabalho do empregado, motivo pelo qual incide normalmente sobre esse perodo depsito de FGTS, contribuio previdenciria, 1/12 de frias e 1/12 de dcimo terceiro salrio.

ATENO! O contrato de trabalho s termina quando o aviso prvio acaba! Ex.:

30 dias

________________________ 03 de agosto av. prvio

_______________________ 02 de setembro (trmino contrato)

OJ-82 AVISO PRVIO. BAIXA NA CTPS (inserida em 28.04.1997) A data de sada a ser anotada na CTPS deve corresponder do trmino do prazo do aviso prvio, ainda que indenizado. Quando o empregado no concede aviso ao empregador, e somente neste caso, no h se falar em prorrogao do contrato de trabalho.

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Por isso, a data a ser anotada na CTPS do empregado como data de sada (fim do contrato) a do ltimo dia do aviso prvio, ainda que indenizado, conforme OJ-82 da SDI1:

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1.1.5. IRRENUNCIABILIDADE Em regra, o aviso prvio direito irrenuncivel do empregado, havendo exceo no caso de ter ele obtido novo emprego, conforme determina a Smula 276 do TST. TST SUM-276 AVISO PRVIO. RENNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O direito ao aviso prvio irrenuncivel pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento no exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovao de haver o prestador dos servios obtido novo emprego. 1.1.6. FALTA GRAVE DURANTE O AVISO PRVIO Se o empregador cometer falta grave durante o aviso prvio, ainda que o aviso tenha sido dado pelo empregado, o empregador fica obrigado ao pagamento do restante do aviso, alm das verbas rescisrias de natureza indenizatria. CLT Art. 490. O empregador que, durante o prazo do aviso prvio dado ao empregado, praticar ato que justifique a resciso imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remunerao correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuzo da indenizao que for devida. J se o empregado cometer qualquer falta grave durante o aviso, perde o direito ao restante do aviso, alm das verbas rescisrias de natureza indenizatria, salvo, neste ltimo caso, se a falta for por abandono de emprego. CLT Art. 491. O empregado que, durante o prazo do aviso prvio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a resciso, perde o direito ao restante do respectivo prazo. TST SUM-73 DESPEDIDA. JUSTA CAUSA (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ocorrncia de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prvio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito s verbas rescisrias de natureza indenizatria. Justifica-se a excluso da justa causa por abandono de emprego por haver, neste caso, presuno de que o empregado tenha conseguido novo emprego, tendo sido necessrio o seu afastamento imediato.
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1.1.7. RECONSIDERAO O art. 489 da CLT estabelece que perfeitamente possvel a reconsiderao durante o perodo de aviso prvio. De acordo com o art. 489 da CLT, pode a parte que avisou outra da sua inteno de rescindir o contrato, arrependendo-se, voltar atrs na sua deciso e solicitar a manuteno do vnculo. outra parte caber decidir se desconsidera ou no o aviso prvio. CLT Art. 489 - Dado o aviso prvio, a resciso torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, outra parte facultado aceitar a reconsiderao. Assim, a reconsiderao ato bilateral, devendo a parte que recebeu o aviso com ela anuir. Existe, no entanto, a reconsiderao tcita, prevista no art. 489, pargrafo nico, da CLT, que ocorre quando as partes no manifestam expressamente a sua vontade, mas agem em conformidade com a reconsiderao e em desconformidade com a inteno de rescindir o contrato. CLT Art. 489 Pargrafo nico - Caso seja aceita a reconsiderao ou continuando a prestao depois de expirado o prazo, o contrato continuar a vigorar, como se o aviso prvio no tivesse sido dado. Visualiza-se mais claramente essa hiptese com o aviso prvio trabalhado, podendo ocorrer de o empregado trabalhar os 30 dias do aviso prvio e, ao invs de findar a prestao de servios, no dia seguinte ele retoma o trabalho normalmente, prosseguindo com seu labor, pelo que o empregador no se insurge, aceitando que o empregado continue trabalhando como se o aviso prvio no tivesse sido dado. 1.1.8. FORMA DO AVISO PRVIO A lei no exige que o aviso prvio seja escrito, podendo tambm ser verbal. Note que quando a lei considera necessrio que se faa algo por escrito, ela o exige expressamente, como no caso de aviso de frias (Art. 135/CLT) e na lei de greve, (Lei n 7.783/89). 1.1.9. TRMINO DO AVISO PRVIO NO MS DA DATA-BASE DA CATEGORIA PROFISSIONAL DO EMPREGADO
Data-base o dia e ms, varivel de acordo com a categoria profissional, em que os sindicatos de empregados incitam os sindicatos de empregadores com objetivo de reajustar os termos dos seus contratos coletivos de trabalho, ou seja, o ms em que a categoria profissional provoca a categoria econmica para Professor ALEXANDRE TEIXEIRA
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negociao coletiva.

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Ex.: bancrio (data-base em setembro)

Aviso prvio ________________________ O3 de agosto av. prvio _______________________ 02 de setembro (trmino contrato)

Sendo notificado o empregado em 3 de agosto, o seu contrato prorroga-se at 2 de setembro, independentemente de ser trabalhado ou indenizado. Logo, no caso do bancrio, sendo em setembro a data-base, havendo reajuste coletivo, este incidir no aviso prvio, ainda que tenha sido indenizado, quando o pagamento feito at 10 dias aps a notificao, ou seja, dia 13 de agosto. Isso ocorre mesmo se o reajuste ocorrer aps a data-base, ou seja, se ultrapassar o ms da data-base, tendo, nesse caso, efeito retroativo, conforme determinado no art. 487, 6, da CLT: CLT Art. 487 6 O reajustamento salarial coletivo determinado no curso do aviso prvio, beneficia o empregado pr-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salrios correspondentes ao perodo do aviso, que integra seu tempo de servio para todos os efeitos legais. 1.1.10. AVISO PRVIO PROPORCIONAL Aps ter entrado em vigor no dia 13.10.2011, a alterao trazida pela Lei 12.506 trouxe o to sonhado aviso prvio proporcional. Aps 23 anos e oito dias, finalmente o inc. XXI do art. 7o da Constituio Federal foi regulamentado e o aviso prvio proporcional passou a existir disciplinado da seguinte forma: Art. 1o O aviso prvio, de que trata o Captulo VI do Ttulo IV da Consolidao das Leis do Trabalho CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, ser concedido na proporo de 30 (trinta) dias aos empregados que contem at 1 (um) ano de servio na mesma empresa. Pargrafo nico. Ao aviso prvio previsto neste artigo sero acrescidos 3 (trs) dias por ano de servio prestado na mesma empresa, at o mximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de at 90 (noventa) dias. Assim, ao ser o empregado despedido sem justa causa no primeiro ano de contrato, ter no mnimo aviso prvio de 30 dias (art. 487, caput, CLT), aos quais sero acrescidos 3 dias por cada ano de servio Lei 12.506/11). Logo, caso um empregado seja despedido sem justa causa com at um ano de servio o aviso ser de 30 dias. Caso seja despedido com, por exemplo, dois anos de emprego, ter os 30 dias mnimos mais 3 dias, num total de 33 dias. Esta proporcionalidade, no entanto, est limitada ao um mximo de 60 dias acrescidos queles 30, ou

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seja, o mximo que o empregado poder ter de aviso prvio proporcional de 90 dias, dos quais, 30 dias mnimos mais os 60 dias que poder obter caso tenha trabalho perodo igual ou superior a 21 anos. Pois se a cada ano trabalhado consegue mais 3 dias, no primeiro ano tem 30 e aps 20 anos (20 x 3) obter 60 dias, totalizando 21 anos de emprego para os 90 dias de aviso prvio proporcional. Caso seja despedido com 30 anos de servio continuar com os mesmos 90 dias de aviso prvio proporcional que a meu ver melhor do que nada, pois foram os 23 anos que antecederam a regulamentao do inc. XXI art. 7o da CF/88. Tabela de clculo do aviso prvio proporcional:

1.2. FRIAS 1.2.1. CONCEITO As frias constituem o perodo descanso a que tem direito o empregado aps 12 meses de trabalho. A Constituio Federal garante esse direito aos empregados urbanos e rurais, domsticos e aos avulsos, em seu art. 7, inciso XVII:

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CF Art. 7. So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal; Apesar de previsto na Constituio Federal, o direito a frias encontra-se regulamentado na Consolidao das Leis do Trabalho, a partir de seu art. 129. Antes da Constituio Federal de 1988, as frias eram remuneradas apenas com o salrio correspondente ao perodo em que seriam gozadas, sem, contudo, nenhum acrscimo. Atualmente, o empregado recebe a remunerao do perodo de frias (= salrio mensal) acrescido de um tero sobre o valor desta. O objetivo do acrscimo possibilitar que o empregado goze esse perodo, usufruindo de descanso e lazer, visto que usualmente o salrio mensal j comprometido com as despesas habituais (aluguel, alimentao, educao, sade, etc.). Importante ressaltar que as frias no so uma remunerao a mais, como ocorre com o 13 salrio. As frias so, na verdade, um ms no trabalhado em que se percebe remunerao como se tivesse trabalhado. Trata-se de um exemplo clssico de interrupo do contrato de trabalho, em que no h prestao de servios, mas h recebimento de salrio. 1.2.2. PAGAMENTO A remunerao de frias paga de forma antecipada. Vejamos:

2 dias antes (29 dia) Pagamento das frias Art. 145 da CLT Pa 5dia

5dia

5dia

5dia

5dia

5dia

5dia

MAR MAR

ABR ABR

MAI MAI

JUN JUN

JUL JUL

AGO
Aqui no h pagamento de salrio!

SET SET

OUT OUT

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FRIAS

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De acordo com o 1 do Art. 459 da CLT, o pagamento do salrio deve ser feito at o 5 dia til do ms subseqente ao da prestao do servio: CLT Art. 459. 1 Quando o pagamento houver sido estipulado por ms, dever ser efetuado, o mais tardar, at o quinto dia til do ms subsequente ao vencido. J em se tratando de frias, o pagamento deve ser feito at dois dias antes do incio do seu gozo, conforme determinado no art. 145 da CLT:

CLT Art. 145. O pagamento da remunerao das frias e, se for o caso, o do abono referido no artigo 143 sero efetuados at dois dias antes do incio do respectivo perodo. Por isso, o empregado deve ter ateno, pois, j que a remunerao paga de forma antecipada, quando do seu retorno ao trabalho, no haver recebimento de salrio correspondente ao ms anterior, como ocorre de costume (pagamento no ms subseqente ao trabalhado), o que pode causar transtornos ao empregado se este no se organizar, preparando-se financeiramente para o ms subseqente s frias. 1.2.2. PERODO AQUISITIVO E PERODO CONCESSIVO As frias so adquiridas e concedidas em dois perodos: Perodo aquisitivo: So os doze primeiros meses do contrato de trabalho. No perodo aquisitivo, o empregado est adquirindo o seu direito s frias. Tal direito adquirido de forma gradativa, na razo de 1/12 por ms trabalhado. Assim, concludo o perodo de 12 meses de vigncia do contrato de trabalho do empregado, este ter adquirido o perodo completo de frias, o que resulta no seu direito adquirido s frias. Perodo concessivo: o perodo equivalente aos 12 meses subseqentes ao perodo aquisitivo. As frias devem ser concedidas ao empregado pelo empregador no perodo concessivo e o empregado deve goz-las tambm neste perodo. Se o empregado gozar as frias fora do perodo concessivo ter as frias pagas em dobro. Trata-se das chamadas frias vencidas dobradas ou frias indenizveis. Ressaltese que no se trata de conceder o dobro do perodo para gozo das frias, mas de remunerar de forma dobrada o valor equivalente ao perodo. O art. 136 da CLT dispe que ao empregador cabe escolher o perodo em que o empregado gozar as frias. Esse ato de concesso das frias pelo empregador semelhante ao ato administrativo discricionrio, pois ele far a escolha de acordo com sua convenincia e oportunidade e dentro da lei, nesse caso, dentro do perodo concessivo.

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CLT Art. 136. A poca da concesso das frias ser a que melhor consulte os interesses do empregador. Assim, se, por exemplo, o empregado recebe o aviso prvio de frias para goz-las no ms de julho, devendo tal aviso estar em conformidade com o art. 135 da CLT, que estabelece a necessidade de o empregador informar a concesso das frias por escrito e com antecedncia mnima de 30 dias, o pagamento de seus salrios se dar da seguinte forma: JUNHO Ms trabalhado Ms de frias O empregado recebe a remunerao referente ao ms de junho at o 5 dia til de julho + Remunerao de julho adiantada, correspondente a remunerao de frias + 1/3 do salrio Ms subsequente ao gozo das frias, que ser trabalhado Neste ms o empregado no recebe salrio, visto que o pagamento de salrios feito sempre em relao ao ms anteriormente trabalhado, e no ms de julho o empregado gozou frias e recebeu os salrios do ms de forma adiantada. Recebe at o 5 dia til o salrio referente ao ms de Agosto.

JULHO

AGOSTO

SETEMBRO

possvel ainda que o empregado receba nas frias a metade do seu 13 salrio, desde que comunique ao empregador, at o dia 31 de janeiro do ano em que vai tirar as frias, que deseja receber desta forma. Quando o empregado comunica ao empregador at a data limite, o empregador obrigado a pagar a parcela do 13 salrio por ocasio das frias. Se o comunicado for feito fora do prazo, cabe ao empregador decidir se pagar ou no dessa forma. Lei 4.749/65. Art. 2 - Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagar como adiantamento da gratificao referida no artigo precedente, de uma s vez, metade do salrio recebido pelo respectivo empregado no ms anterior. 1 - O empregador no estar obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo ms, a todos os seus empregados. 2 - O adiantamento ser pago ao ensejo das frias do empregado, sempre que este o requerer no ms de janeiro do correspondente ano.

ATENO: Se numa prova de 2 fase da OAB a questo disser que o contrato foi rescindido numa data ou que o empregado foi despedido sem justa causa, sempre prorrogue o contrato de trabalho por mais 30 dias, em virtude do aviso prvio.

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Ex.: Empregado admitido em 19 de janeiro de 2007. Demisso em 04 de outubro de 2010 (j com aviso prvio projetado)

1 dia de trabalho: 19/01/07

Perodo Aquisitivo de 2007 12 meses

Empregado adquiriu o direito s frias em 18/01/08

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O primeiro dia de trabalho conta como primeiro dia do perodo aquisitivo , ao contrrio do prazo processual trabalhista, que contado com excluso do dia de incio e incluso do termo final, conforme art. 775 da CLT: CLT Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Ttulo contam-se com excluso do dia do comeo e incluso do dia do vencimento, e so contnuos e irrelevveis, podendo, entretanto, ser prorrogado pelo tempo estritamente necessrio pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de fora maior, devidamente comprovada. Se o primeiro dia no contasse, no exemplo dado, o perodo aquisitivo seria de 19/01/07 a 19/01/08; mas conta, findando o perodo aquisitivo em 18 de janeiro de 2008. Perodo Concessivo relativo ao ano de 2007 12 meses
Perodo em que as frias devem ser gozadas para pagamento de forma simples: de 20/01/08 a 18/01/09

1 dia do perodo concessivo 19/01/08

Fim do prazo para concesso e gozo das frias: 18/01/09

CLT Art. 137. Sempre que as frias forem concedidas aps o prazo de que trata o artigo 134, o empregador pagar em dobro a respectiva remunerao. 1 Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as frias, o empregado poder ajuizar reclamao pedindo a fixao, por sentena, da poca de gozo das mesmas. 2 A sentena cominar pena diria de cinco por cento do salrio mnimo, devida ao

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Para que o empregador no seja punido com o pagamento das frias em dobro, dever conceder e o 19 empregado gozar as frias dentro do perodo concessivo. Logo, o ltimo dia de frias dever coincidir com o ltimo dia do perodo concessivo. Esse o limite para o empregador no ser punido com o pagamento em dobro.

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empregado at que seja cumprida. 3 Cpia da deciso judicial transitada em julgado ser remetida ao rgo local do Ministrio do Trabalho, para fins de aplicao da multa de carter administrativo. Se as frias forem concedidas ou gozadas aps 18/01/09, no exemplo dado, sua remunerao ser paga em dobro. Ainda que apenas um dia das frias seja gozado fora do perodo, este dia dever ser pago em dobro. Logo, muito embora o empregador conceda as frias dentro do perodo concessivo, se elas no forem gozadas em sua integralidade dentro deste perodo, haver pagamento dos dias correspondentes em dobro, ou seja, os dias que ultrapassarem o perodo sero pagos em dobro. o que nos diz a Smula 81 do TST: SUM-81. FRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Os dias de frias gozados aps o perodo legal de concesso devero ser remunerados em dobro. Sendo assim, de acordo com o entendimento do TST, se o empregador conceder as frias e no pag-las na poca oportuna (art. 145 da CLT), esta remunerao ser dobrada. Caso o empregado receba a remunerao e no goze o perodo, o pagamento tambm dobrado.

ATENO! No caso de frias dobradas, estas sero calculadas com base na remunerao percebida pelo empregado quando da extino do contrato ou da interposio da reclamao trabalhista. TST SUM-7 FRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A indenizao pelo no-deferimento das frias no tempo oportuno ser calculada com base na remunerao devida ao empregado na poca da reclamao ou, se for o caso, na da extino do contrato. Ex.: Imagine que o empregador concedeu as frias do empregado no dia 09/01/09. Neste caso, do dia 09 ao dia 18 de janeiro temos dez dias, e tais dias sero pagos de forma simples, j que dentro do perodo concessivo. No entanto, os vinte dias subsequentes e complementares as frias, sero pagos em dobro, pois j ultrapassam o limite mximo que tinha o empregador para concesso das frias do empregado.
Extino do contrato de trabalho

19/01/07 a 18/01/08 P. aquisitivo 07

19/01/08 a 18/01/09 P. aquisitivo 08 19/01/08 a 18/01/09 P. Concessivo 07

19/01/09 a 18/01/10 P. aquisitivo 09 19/01/09 a 18/01/10 P. Concessivo 08

19/01/10 a 04/10/10 P. aquisitivo 10 19/01/10 a 18/01/11 04/10/2010 P. Concessivo 09

Assim, no exemplo dado, se o empregado nunca houver gozado frias, as frias de 2007 e 2008 sero

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dobradas, as frias de 2009 sero simples e as de 2010 sero proporcionais. No caso de o empregado demitir-se antes de completar os 12 meses do perodo aquisitivo, ter ele direito a frias proporcionais, de acordo com a Smula 261 do TST: TST SUM-261 FRIAS PROPORCIONAIS. PEDIDO DE DEMISSO. CONTRATO VIGENTE H MENOS DE UM ANO (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de servio tem direito a frias proporcionais.

O art. 146, pargrafo nico, da CLT, tambm prev o direito a frias proporcionais, desde que a resciso tenha sido sem justa causa. CLT Art. 146. Pargrafo nico. Na cessao do contrato de trabalho, aps doze meses de servio, o empregado, desde que no haja sido demitido por justa causa, ter direito remunerao relativa ao perodo incompleto de frias, de acordo com o artigo 130, na proporo de um doze avos por ms de servio ou frao superior a quatorze dias. As frias proporcionais so calculadas de um ms para o outro. Ex.:

Adquire mais 1/12 de frias, pois decorreram mais de 14 dias

2/12 1/12

3/12 2/12

4/12 3/12

5/12 4/12

6/12 5/12

7/12 6/12

8/12 7/12

9/12 8/12

x 9/12

19/01/10

19/02/10

19/03/10

19/04/10

19/05/10

19/06/10

19/07/10 19/08/10

19/09/10

04/10/10

Do ms de setembro para o ms de outubro, para se verificar se h direito s frias, tendo em vista a resciso contratual, preciso verificar dia a dia, contando do dia 19 de setembro (inclusive) at dia 04 de outubro. Temos entre esses dias o total de 16 dias, logo, frao superior a 14 dias, em conformidade com o pargrafo nico do art. 146 da CLT. Portanto, se a cada ms trabalho ou frao superior a 14 dias o empregado adquire 1/12 de frias, no

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exemplo dado, ter direito a 9/12 de frias proporcionais.

ATENO! NO reduza a frao, pois, juridicamente, 9/12 no igual a 3/4, embora correto matematicamente. Observe, ento, um exemplo de pagamento de frias, sendo a remunerao do empregado no valor de R$ 1.200,00: Salrio 1/3 Constitucional

*Frias vencidas simples: R$1.200,00 + R$ 400,00 = R$ 1.600,00 _______________________________________________________________________ Frias simples (j com 1/3 constitucional) *Frias dobradas: R$1.600,00 (x 2) = R$ 3.200,00 _______________________________________________________________________ Clculo de 9/12 1/3 Constitucional *Frias proporcionais: (R$1.200,00 x 9/12) + 1/3 = R$900,00 + R$300,00 = R$1.200,00 Em suma, temos que: Frias vencidas dobradas so aquelas cujo perodo aquisitivo se completou, o concessivo acabou, mas o empregado no gozou. Frias vencidas simples so aquelas cujo perodo aquisitivo se completou, mas o concessivo no acabou. 1.2.3. EXCEES Frias proporcionais so aquelas cujo perodo aquisitivo sequer se completou.

1.2.3. FORMA DE CONCESSO


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A regra geral que as frias sejam concedidas de uma s vez. Entretanto, em casos excepcionais, as frias podero ser gozadas em dois perodos, desde que um deles no seja inferior a 10 dias corridos.

CLT Art. 134 - As frias sero concedidas por ato do empregador, em um s perodo, nos 12 (doze) meses subseqentes data em que o empregado tiver adquirido o direito. 1 - Somente em casos excepcionais sero as frias concedidas em 2 (dois) perodos, um dos quais no poder ser inferior a 10 (dez) dias corridos.

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Os maiores de 50 e os menores de 18 anos tero as frias concedidas de uma s vez, por fora do art. 134, 2, da CLT: CLT Art. 134. 2 Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqenta) anos de idade, as frias sero sempre concedidas de uma s vez. Os membros de uma mesma famlia que trabalhem num mesmo estabelecimento ou na mesma empresa tero direito de gozar suas frias num mesmo perodo, desde que assim o requeiram e no causem prejuzo ao servio (art. 136, 1, da CLT). O empregado estudante menor de 18 anos tem direito a fazer coincidir suas frias com as escolares (art. 136, 2, da CLT). CLT Art. 136. A poca da concesso das frias ser a que melhor consulte os interesses do
empregador.

1 Os membros de uma famlia, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, tero direito a gozar frias no mesmo perodo, se assim o desejarem e se disto no resultar prejuzo para o servio. 2 O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos ter direito a fazer coincidir suas frias com as frias escolares. 1.2.4. FALTAS DURANTE O PERODO AQUISITIVO As faltas durante o perodo aquisitivo e suas conseqncias no perodo de frias do empregado encontram-se previstas no art. 130 Consolidado, da seguinte forma: Faltas injustificadas no perodo aquisitivo At 5 De 6 a 14 De 15 a 23 De 24 a 32 Acima de 32 Perodo de gozo de frias 30 dias corridos 24 dias corridos 18 dias corridos 12 dias corridos Perda do direito s frias

1.2.5. SISTEMA DE FRIAS DIFERENCIADAS PARA EMPREGADOS SUBMETIDOS A REGIME DE TRABALHO DE TEMPO PARCIAL O sistema de frias diferenciadas para empregados submetidos a regime de trabalho de tempo parcial foi tratado no art. 130-A da CLT, conforme abaixo demonstrado:

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Horas trabalhadas 22 a 25 horas 20 a 22 horas 15 a 20 horas 10 a 15 horas 5 a 10 horas Menos que 5 horas

Perodo de gozo de frias 18 dias 16 dias 14 dias 12 dias 10 dias 8 dias

1.2.6. ABONO DE FRIAS Abono de frias a faculdade que o empregado tem de converter 1/3 de suas frias em abono pecunirio, no valor da remunerao que lhe seria correspondente (art. 143 da CLT). O abono pecunirio deve ser calculado sobre a remunerao das frias j acrescida de um tero. CLT Art. 143. facultado ao empregado converter um tero do perodo de frias a que tiver direito em abono pecunirio, no valor da remunerao que lhe seria devida nos dias correspondentes. 1 O abono de frias dever ser requerido at quinze dias antes do trmino do perodo aquisitivo. 1.2.7. PRESCRIO O art. 149 da CLT estabelece que o prazo prescricional inicia quando do trmino do perodo concessivo de frias ou, se for o caso, da cessao do contrato de trabalho. H que se lembrar que contra menores de 18 anos no corre prescrio (art. 440 da CLT). CLT Art. 149 - A prescrio do direito de reclamar a concesso das frias ou o pagamento da respectiva remunerao contada do trmino do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessao do contrato de trabalho. Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos no corre nenhum prazo de prescrio. 1.3. SALDO DE SALRIO 1.3.1. CONCEITO Saldo de salrio o valor devido ao empregado pelos dias trabalhados desde o ltimo recebimento de salrio at a notificao da demisso.

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Com a dispensa do empregado, com ou sem justa causa, deve o empregador pagar o saldo de salrio, que , segundo o art. 5, XXVI, da Constituio Federal, direito adquirido do empregado. 1.3.2. SALDO DE SALRIO E AVISO PRVIO Importante ressaltar que o saldo de salrio e o aviso prvio so direitos compatveis e cumulativos entre si, de forma que, se a dispensa for sem justa causa, so devidos tanto um como o outro. Ex.: Considerando que o dia de pagamento sempre o 5 dia do ms
Incio da contagem do prazo

Notificao da demisso

05/08

10/08

11/08

09/09

Saldo de salrio correspondente a 5 dias

Aviso prvio de 30 dias

1.4. 13 SALRIO 1.4.1. CONCEITO Originariamente denominado de gratificao natalina, era concedido por mera liberalidade do empregador aos empregados do comrcio, ante o aumento das vendas e, conseqentemente, dos lucros em virtude das festas de fim de ano. Aps o surgimento da Lei 4.090/62, a gratificao natalina tornou-se compulsria e passou a denominarse dcimo terceiro salrio. Atualmente, devido por fora do inciso VIII do art. 7, da CF/88: CF Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: VIII dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria; Pargrafo nico. So assegurados categoria dos trabalhadores domsticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua
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integrao previdncia social.

ATENO! O 13 salrio calculado com base na REMUNERAO do empregado e no no salrio. Muito embora previsto na Constituio Federal de 1988, o 13 salrio regulamentado por duas leis infraconstitucionais, quais sejam a Lei 4.090/62 e a Lei 4.749/65, alm, claro, de seus decretos regulamentares. 1.4.1. FORMA DE PAGAMENTO O 13 salrio pago, no mximo, em duas parcelas, desde que a 1 seja paga at o dia 30 de novembro e a segunda at o dia 20 de dezembro de cada ano. O valor pode ser pago de forma integral em novembro, mas nunca de uma s vez em dezembro, pois obrigatrio o adiantamento entre os meses de fevereiro e novembro, no havendo obrigatoriedade de o empregador pagar de uma s vez a todos os seus empregados. Da a possibilidade de o adiantamento ocorrer em meses diversos, a fim de que o empregador possa efetu-lo gradativamente aos seus empregados. o que dispem os arts. 1 e 2 da Lei 4.749/65: Lei 4.749/65 Art. 1 A gratificao salarial instituda pela Lei no 4.090, de 13 de julho de 1962, ser paga pelo empregador at o dia 20 de dezembro de cada ano, compensada a importncia que, a ttulo de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do artigo seguinte. Art. 2 Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagar, como adiantamento da gratificao referida no artigo precedente, de uma s vez, metade do salrio recebido pelo respectivo empregado no ms anterior. 1 O empregador no estar obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo ms, a todos os seus empregados. Enquanto as frias so calculadas de um ano para o outro, o 13 salrio calculado sempre dentro do mesmo ano, sendo garantido na razo de 1/12 por ms trabalhado ou frao igual ou superior a 15 dias. Ex.: Empregado admitido em 20 de outubro de 2007 e despedido em 23 de maio de 2010, sem nunca ter recebido 13 salrio (projeta-se o aviso prvio at 22 de junho de 2010):
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13 salrio 2007 13 salrio 2008 13 salrio 2009 13 salrio 2010

20 out
Como o perodo inferior a 15 dias, NO incide 1/12 12 dias

nov 1/12

dez 1/12

31 dez

Integral

Integral

Aviso prvio de 30 dias

jan 1/12

fev 1/12

mar 1/12

abr

mai 1/12

23 mai

jun

22 jun

22 dias
Despedida Como o perodo superior a 15 dias, incide MAIS 1/12

1/12

No caso exposto acima, devido ao empregado: - 2007: proporcional de 2/12 - 2008: integral - 2009: integral - 2010: proporcional de 6/12 O 2 do art. 2 da Lei 4.749/65 traz a possibilidade de o empregado requerer a primeira metade do 13 juntamente com o pagamento das frias: Lei 4.749/65 Art. 2 2 O adiantamento ser pago ao ensejo das frias do empregado, sempre que este o requerer no ms de janeiro do correspondente ano. Para os empregados que percebem salrio varivel, o adiantamento ser calculado na base da mdia aritmtica das importncias devidas nos meses trabalhados at o anterior aquele que se realizar o adiantamento.

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1.5. LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS O Fundo de Garantia por Tempo de Servio - FGTS, previsto no art. 7, III, da CF/88 e regulamentado na Lei 8.036/90, uma espcie de poupana forada do empregado, pois composto por depsitos mensais correspondentes a 8% sobre a sua remunerao (art. 15 da Lei 8.036/1990), os quais devem ser feitos pelo EMPREGADOR. Esses depsitos vo para uma conta da Caixa Econmica Federal vinculada ao contrato de trabalho. CF/1988 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: III - fundo de garantia do tempo de servio; Lei 8.036/1990 Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, at o dia sete de cada ms, em conta bancria vinculada, a importncia correspondente a oito por cento da remunerao paga ou devida, no ms anterior, a cada trabalhador, includas na remunerao as parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT e a gratificao de Natal a que se refere a Lei no 4.090, 13 de julho de 1962, com as modificaes da Lei no 4.749, de 12 de agosto de 1965. (grifo nosso) De acordo com art. 20, inciso I, da Lei 8.036/1990, o FGTS poder ser movimentado quando da resciso sem justa causa, culpa recproca e fora maior, motivo pelo qual dever ser sempre solicitado o seu levantamento quando a pea for reclamao trabalhista. Lei 8.036/1990 Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poder ser movimentada nas seguintes situaes: I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recproca e de fora maior; 1.6. INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS 1.6.1. CONCEITO Trata-se de uma indenizao, um percentual, que pago a mais quando da resciso injusta do contrato de trabalho. Encontra previso no art. 7, inciso I, da CF/88: CLT Art. 7. So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:

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I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos; A indenizao de 40% sobre os depsitos de FGTS encontra-se prevista tambm no art. 10, inciso I, da ADCT e no art. 18 da Lei 8.036/90: ADCT Art. 10. At que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7, I, da Constituio: I - fica limitada a proteo nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista no Art. 6, caput e 1, da Lei n 5.107, de 13 de setembro de 1966; Lei 8.036/1990 Art. 18. Ocorrendo resciso do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficar este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depsitos referentes ao ms da resciso e ao imediatamente anterior, que ainda no houver sido recolhido, sem prejuzo das cominaes legais. 1 Na hiptese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositar este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importncia igual a quarenta por cento do montante de todos os depsitos realizados na conta vinculada durante a vigncia do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 2 Quando ocorrer despedida por culpa recproca ou fora maior, reconhecida pela Justia do Trabalho, o percentual de que trata o 1 ser de 20 (vinte) por cento. 3 As importncias de que trata este artigo devero constar da documentao comprobatria do recolhimento dos valores devidos a ttulo de resciso do contrato de trabalho, observado o disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador, exclusivamente, quanto aos valores discriminados.

1.6.2. HIPTESES DE CABIMENTO A indenizao, regra geral, devida nos contratos por prazo indeterminado e NO devida nos contratos por prazo determinado. Isso porque, nos contratos por prazo determinado, como o prprio nome demonstra, a data de trmino previamente ajustada entre as partes, inexistindo surpresa por parte do empregado quanto a sua dispensa.

ATENO! O art. 445, caput, da CLT estabelece que o prazo dos contratos por prazo determinado no pode ser superior a dois anos. CLT Art. 445. O contrato de trabalho por prazo determinado no poder ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do Art. 451.

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Observe-se, nesse sentido, o disposto no art. 475, caput e 1, da CLT: CLT Art. 475. O empregado que for aposentado por invalidez ter suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdncia social para a efetivao do benefcio. 1 Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe- assegurado o direito funo que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porm, ao empregador, o direito de indeniz-lo por resciso do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hiptese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenizao dever ser paga na forma do Art. 497. 2 Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poder rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenizao, desde que tenha havido cincia inequvoca da interinidade ao ser celebrado o contrato. Fica bem claro, pelo 2 do dispositivo legal exposto, que, regra geral, no h indenizao quando do trmino dos contratos por prazo determinado, desde que a sua provisoriedade tenha sido indubitavelmente informada ao empregado. O cabimento de indenizao compensatria nesse tipo de contrato constitui uma exceo. Vejamos, ento, as diferenas existentes entre a indenizao compensatria nos

contratos por prazo indeterminado e nos contratos por prazo determinado:


Art. 18 da Lei 8.036/90

C. P.DET. = inden. do art. 479 da CLT + 40% s/ dep. FGTS INDENIZAO C.P.INDET. = inden. de 40% sobre os depsitos de FGTS Em ambos os tipos de contrato, incide a indenizao correspondente a 40% sobre os depsitos de FGTS, ocorrendo, nos casos de resciso antecipada de contrato por prazo determinado, bis in idem, tendo em vista que incidir tambm a indenizao adicional do art. 479 da CLT. * FGTS o Fundo de Garantia por Tempo de Servio, previsto no art. 7, III, da CF/88 e regulamentado na Lei 8.036/90. * uma espcie de poupana forada do empregado, pois composto por depsitos mensais correspondentes a 8% sobre a sua remunerao, os quais devem ser feitos pelo EMPREGADOR. Esses depsitos vo para uma conta da Caixa Econmica Federal vinculada ao contrato de trabalho. *De acordo com o entendimento do STF, o FGTS possui natureza previdenciria.

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Ex.: Caso o empregado possua R$10.000,00 em sua conta de FGTS, quando da resciso sem justa causa do contrato de trabalho, ele poder levantar (sacar) 100% desse valor. Alm disso, o empregador dever pagar ao empregado, a ttulo de indenizao compensatria, valor correspondente a 40% sobre R$10.000,00, ou seja, R$4.000,00. Os R$10.000,00 serviro, ento, apenas como base de clculo para a multa. Apesar de a regra geral ser o no cabimento de indenizao nos contratos por prazo determinado, a mesma devida quando da resciso antecipada do contrato, sem justa causa, por parte do empregador. Nesse caso, devida indenizao equivalente a metade da remunerao a que o empregado teria direito at o fim do contrato, conforme o art. 479 da CLT e entendimento da Smula 125 do TST: CLT Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado ser obrigado a pagar-lhe, a ttulo de indenizao, e por metade, a remunerao a que teria feito at o termo do contrato. TS TST. SUM-125 CONTRATO DE TRABALHO. ART. 479 DA CLT (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O art. 479 da CLT aplica-se ao trabalhador optante pelo FGTS admitido mediante contrato por prazo determinado, nos termos do art. 30, 3, do Decreto n 59.820, de 20.12.1966. Ex.: Contrato de 24 meses. Salrio de R$1.000,00. Se o contrato for rescindido no 15 ms, o empregador dever pagar 50% do valor de remunerao a que o empregado teria direito at o fim do contrato, ou seja: (R$1.000,00 x 9) 2 = R$4.500,00.

9 meses

1 ms

15 ms contrato rescindido pelo empregador

24 ms

Se a resciso antecipada do contrato de trabalho por prazo determinado partir do empregado, tambm caber indenizao deste para o empregador, conforme o disposto no art. 480 da CLT, sendo seu valor de no mximo de 50% da remunerao do restante do perodo em que deveria prestar servio, sendo necessrio que o empregador comprove que sofreu prejuzos.

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CLT Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado no se poder desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuzos que desse fato lhe resultarem. 1 A indenizao, porm, no poder exceder quela a que teria direito o empregado em idnticas condies. ATENO! De acordo com o art. 481 da CLT, os CTPD podem conter a chamada CLUSULA ASSECURATRIA DO DIREITO RECPROCO DE RESCISO ANTECIPADA, que permite s partes rescindirem o contrato de forma antecipada. Neste caso, a indenizao se dar nos moldes e princpios dos contratos por prazo indeterminado, ou seja, incidir a indenizao de 40% sobre os depsitos de FGTS e o aviso prvio. CLT Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem clusula assecuratria do direito recproco de resciso, antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princpios que regem a resciso dos contratos por prazo indeterminado. O contrato de experincia uma espcie de contrato por prazo determinado que no pode ultrapassar o prazo de 90 dias e cujo objetivo verificar a aptido do empregado para certa funo. Nesse tipo de contrato, conforme o enunciado da Smula 163 do TST, tambm poder haver a clusula assecuratria do direito recproco de resciso, cabendo AVISO PRVIO quando da resciso antecipada, AINDA QUE A INICIATIVA TENHA SIDO DO EMPREGADO. SUM-163, TST, AVISO PRVIO. CONTRATO DE EXPERINCIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Cabe aviso prvio nas rescises antecipadas dos contratos de experincia, na forma do art. 481 da CLT. 1.7. INDENIZAO ADICIONAL DO ART. 9 DA LEI 7.238/84 1.7.1. CONCEITO Essa indenizao, tambm conhecida como indenizao complementar, pouco difundida no Direito do Trabalho e tem tudo haver com a data-base, que um ms e dia do ano escolhidos pelas categorias organizadas em sindicatos para se obter melhores condies de trabalho. Essas melhores condies de trabalho surgem atravs negociaes que comeam antes mesmo da database e culminam na elaborao de acordo coletivo ou conveno coletiva de trabalho.

ATENO! Se a questo no informar, presume-se que a data-base no 1 dia do ms.

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Um exemplo das to almejadas melhores condies de trabalho buscadas pelas categorias profissionais o valor atual das horas extras da categoria de jornalistas, pois, para eles, a partir da segunda hora extra prestada, incide o adicional de 100% sobre o valor da hora normal. 1.7.2. CABIMENTO Se o empregado for demitido nos 30 dias que antecedem a data-base, ter ele direito indenizao do art. 9 da Lei 7.238/84: Lei 7.238/84 Art. 9 O empregado dispensado, sem justa causa, no perodo de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correo salarial, ter direito indenizao adicional equivalente a 1 (um) salrio mensal, seja ele optante ou no pelo Fundo de Garantia por Tempo de Servio FGTS.
Considera-se a expresso dispensado contida no dispositivo legal mencionado como sendo a efetiva resciso (trmino) do contrato de trabalho. Sendo assim, tem-se como base para anlise de cabimento da indenizao adicional a data aps os 30 dias de aviso prvio (e no a data da notificao da demisso!).

Importante lembrar, porm, que, de acordo com a Smula 182 do TST, o aviso prvio, seja trabalhado ou indenizado, levado em considerao para efeitos da indenizao ora estudada. TST SUM-182 AVISO PRVIO. INDENIZAO COMPENSATRIA. LEI N 6.708, DE 30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O tempo do aviso prvio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da indenizao adicional prevista no art. 9 da Lei n 6.708, de 30.10.1979.

ATENO! Considerando que voc no pode inventar informaes na prova, s pea a indenizao adicional do art. 9 da Lei 6.708/79 se a questo trouxer a data-base da categoria profissional.
Ex.: Se a notificao da demisso ocorrer em julho e data- base for em setembro, o trmino do contrato Professor ALEXANDRE TEIXEIRA
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de trabalho se dar em agosto (por conta do aviso prvio), 30 dias antes da data-base, incidindo, nesse caso, a indenizao do art. 9 da Lei 7.238/84.

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Aviso prvio JULHO Notificao da demisso AGOSTO X Trmino do contrato SETEMBRO Data-base

Se o empregado for demitido em um ms, e, prorrogando-se mais 30 dias em virtude do aviso prvio, o contrato findar-se justamente na data-base, no h se falar em indenizao, tendo em vista que as verbas rescisrias j sero calculadas com o novo salrio, conforme 6 do Art. 487 da CLT: CLT Art. 487 6 O reajustamento salarial coletivo determinado no curso do aviso prvio, beneficia o empregado pr-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salrios correspondentes ao perodo do aviso, que integra seu tempo de servio para todos os efeitos legais.

Ex.: Se a notificao for em agosto, com data- base em setembro, no h se falar em indenizao, visto que a resciso no antecedeu 30 dias da data base e o empregado j recebe com o reajuste.
Aviso prvio 30 dias

Retroage

AGOSTO Notificao da demisso

SETEMBRO data-base

NOVEMBRO Reajuste
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Trmino do contrato > j recebe as verbas com o reajuste (mesmo que este comece a incidir somente em novembro), portanto, no faz jus indenizao

Ainda que o empregado j tenha recebido as verbas rescisrias, havendo reajuste no curso do aviso prvio, o empregado ter direito a receber a diferena entre o valor recebido e o reajustado.

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Atente para o fato de que, mesmo tendo o empregador pago a resciso com o reajuste, o simples fato de ter sido a resciso nos 30 dias que antecedem a data- base, de acordo com a Smula 314 do TST, torna devido o adicional do art. 9 da lei 7.238/84. TST SUM-314 INDENIZAO ADICIONAL. VERBAS RESCISRIAS. SALRIO CORRIGIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Se ocorrer a resciso contratual no perodo de 30 (trinta) dias que antecede data-base, observado a Smula n 182 do TST, o pagamento das verbas rescisrias com o salrio j corrigido no afasta o direito indenizao adicional prevista nas Leis ns 6.708, de 30.10.1979 e 7.238, de 28.10.1984. 1.7.3. BASE DE CLCULO Conforme o entendimento previsto na Smula 242 do TST, se o empregado for dispensado sem justa causa no ms da data-base (contando com a projeo do aviso prvio indenizado ou trabalhado), a base de clculo das verbas rescisrias e da indenizao adicional ser o salrio j reajustado e no o salrio que antecede o dissdio, no havendo direito do empregado percepo da indenizao adicional. Caso, porm, o trmino do contrato de trabalho (aps a projeo do aviso prvio) recaia sobre o ms que antecede data-base, cabendo a indenizao adicional, a base de clculo desta e das demais verbas rescisrias ser o salrio que antecede o dissdio coletivo. o entendimento da Smula 242 do TST. TST SUM-242 INDENIZAO ADICIONAL. VALOR (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A indenizao adicional, prevista no art. 9 da Lei n 6.708, de 30.10.1979 e no art. 9 da Lei n 7.238 de 28.10.1984, corresponde ao salrio mensal, no valor devido na data da comunicao do despedimento, integrado pelos adicionais legais ou convencionados, ligados unidade de tempo ms, no sendo computvel a gratificao natalina. (grifo nosso)

1.8. TEMPO DE PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS


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O pagamento das verbas rescisrias e indenizatrias deve obedecer aos prazos previstos em lei, sob pena de multa. CLT Art. 477 6 O pagamento das parcelas constantes do instrumento de resciso ou recibo de quitao dever ser efetuado nos seguintes prazos: a) at o primeiro dia til imediato ao trmino do contrato; ou

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b) at o dcimo dia, contado da data da notificao da demisso, quando da ausncia do aviso prvio, indenizao do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. Pelo dispositivo legal exposto acima, percebe-se a existncia de dois possveis prazos: At o 1 dia til aps o Nos casos de aviso prvio trabalhado trmino do contrato Nas hipteses de contrato por prazo determinado OU Nos casos de aviso prvio indenizado Havendo dispensa de cumprimento do aviso prvio Dispensa com justa causa Inexistncia de Contrato de trabalho por prazo aviso prvio determinado com resciso antecipada

At o 10 dia contado da notificao da demisso

O 8 do art. 477, da CLT, prev uma multa decorrente do no PAGAMENTO (o 6 do art. 477 da CLT no fala em homologao do pagamento) das verbas trabalhistas devidas: CLT Art. 477 8 A inobservncia do disposto no 6 deste artigo sujeitar o infrator multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salrio, devidamente corrigido pelo ndice de variao do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa mora. 1.8.1. TERMO DE RESCISO DO CONTRATO DE TRABALHO O Termo de Resciso do Contrato de Trabalho TRCT o instrumento de quitao das verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias.

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O empregado que quiser resguardar o direito de reclamar determinados valores relativos s parcelas expressas e ao perodo constante no termo, deve ressalvar de forma expressa no recibo, sob pena de ter a reclamao julgada improcedente por falta de interesse de agir. Isso porque, de acordo com a Smula 330 do TST, somente o que expressamente consignado no recibo vlido. Assinado o TRTC, opera-se a quitao das verbas rescisrias. TST SUM-330 QUITAO. VALIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A quitao passada pelo empregado, com assistncia de entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observncia dos requisitos exigidos nos pargrafos do art. 477 da CLT, tem eficcia liberatria em relao s parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva expressa e especificada ao valor dado parcela ou parcelas impugnadas. I - A quitao no abrange parcelas no consignadas no recibo de quitao e, conseqentemente, seus reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem desse recibo. II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigncia do contrato de trabalho, a quitao vlida em relao ao perodo expressamente consignado no recibo de quitao.

ATENO! A OJ 132 da SDI-2 fala de acordo homologado judicialmente e, por isso, refere-se coisa julgada. Na homologao do TRCT no h se falar em coisa julgada, pois feita pelo Sindicato do empregado.

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SDI-2 OJ-132 AO RESCISRIA. ACORDO HOMOLOGADO. ALCANCE. OFENSA COISA JULGADA (DJ 04.05.2004) Acordo celebrado - homologado judicialmente - em que o empregado d plena e ampla quitao, sem qualquer ressalva, alcana no s o objeto da inicial, como tambm todas as demais parcelas referentes ao extinto contrato de trabalho, violando a coisa julgada, a propositura de nova reclamao trabalhista.

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CAPTULO 5 - RESCISO DO CONTRATO DE TRABALHO


A resciso do contrato de trabalho o rompimento da relao contratual existente entre empregado e empregador. A resciso pode se dar por diversas causas, listadas a seguir. 2.1. SEM JUSTA CAUSA 2.1.1. CONCEITO Ocorre resciso do contrato de trabalho sem justa causa quando o empregado apresenta-se totalmente inocente, no tendo dado motivo algum para a sua despedida, ou seja, quando a empregador, sem nenhum justo motivo, rescinde o contrato de trabalho. 2.1.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS Assim como na resciso indireta, na despedida sem justa causa, tem o empregado direito a todas as verbas trabalhistas, inclusive ao adicional do art. 9 da lei 7.238/84, caso a resciso se der em at 30 dias antes da data-base. O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3, SE HOUVER FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3, SE HOUVER LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84 2.2. JUSTA CAUSA DO EMPREGADO 2.2.1. CONCEITO JUSTA CAUSA a razo proeminente, prevista em lei, que d ensejo resciso do contrato de trabalho por culpa do transgressor, seja ele empregado ou empregador. A justa causa ocorre quando do cometimento de uma FALTA GRAVE, que, de acordo com o art. 493 Consolidado, constitui a prtica de qualquer dos fatos a que se refere o art. 482, quando por sua repetio ou natureza representem sria violao dos deveres e obrigaes do empregado. A resciso por justa causa do empregado ocorre, ento, quando este comete uma falta grave.
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Esse tipo de resciso extremamente desvantajosa para o obreiro, pois ele s far jus s parcelas a cujo direito ele j adquiriu, como saldo de salrios e frias vencidas, por fora do art. 5, inciso XXXVI, da Constituio Federal de 1988: CF/88 Art. 5 XXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada; As faltas graves que justificam a resciso por justa causa do empregado encontram-se previstas, ento, no art. 482 da CLT: CLT Art. 482 - Constituem justa causa para resciso do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinncia de conduta ou mau procedimento; c) negociao habitual por conta prpria ou alheia sem permisso do empregador, e quando constituir ato de concorrncia empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao servio; d) condenao criminal do empregado, passada em julgado, caso no tenha havido suspenso da execuo da pena; e) desdia no desempenho das respectivas funes; f) embriaguez habitual ou em servio; g) violao de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinao; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no servio contra qualquer pessoa, ou ofensas fsicas, nas mesmas condies, salvo em caso de legtima defesa, prpria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas fsicas praticadas contra o empregador e superiores hierrquicos, salvo em caso de legtima defesa, prpria ou de outrem; l) prtica constante de jogos de azar. Pargrafo nico - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prtica, devidamente comprovada em inqurito administrativo, de atos atentatrios segurana nacional. Observe-se, ento, como se d cada uma dessas hipteses: a) ato de improbidade: a improbidade revela o mau carter do empregado, sua perversidade, desonestidade. O ato ensejador pode ser o furto ou roubo d mercadorias da empresa ou de pertences de outros empregados, a falsificao de documentos para a obteno de vantagens ilcitas. b) incontinncia de conduta: a incontinncia de conduta est ligada ao desregramento do empregado no tocante vida sexual. So obscenidades praticadas, a libertinagem, a pornografia que configuram a incontinncia de conduta. Assdio sexual (Lei 10.224/2001).
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c) mau procedimento: a atitude irregular do empregado que, por exemplo, faz uso indevido de bem da empresa, a si confiado. Na verdade, o mau procedimento o desrespeito s normas padro de convvio em grupo social, como aquele que vive de fazer intrigas entre os colegas de trabalho. d) negociao habitual: diz respeito aos atos de empresa praticados pelo empregado que negocia habitualmente dentro do local de trabalho sem a permisso do empregador. e) condenao criminal: para haver justa causa preciso que o empregado seja condenado criminalmente com sentena transitada em julgado. f) desdia: o empregado labora com desdia no desempenho de suas funes quando o faz com negligncia, preguia, m vontade, displicncia, desleixo. A desdia tambm pode ser caracterizada como um conjunto de pequenas faltas que mostram a omisso do empregado no servio, desde que haja repetio de atos faltosos. g) embriaguez: pode ser esta por uso de lcool ou de drogas. Deve-se distinguir entre embriaguez habitual e embriaguez no servio. Aquela caracterizada pelo alcoolismo trazendo em seu contedo a habitualidade. Esta o fato nico de se estar embriagado no servio, ainda que uma nica vez, ensejando a justa causa. h) violao de segredo de empresa: cometida pelo empregado que divulga marcas e patentes, frmulas do empregador, sem seu consentimento, o que no deveria ser tornado pblico, configurando prejuzo. i) indisciplina: o descumprimento de ordens gerais de servio. j) insubordinao: est ligada ao descumprimento de ordens pessoais de servio. k) abandono de emprego: largar, deixar o emprego ou posto de trabalho, desistir o operrio de trabalhar na empresa. l) ato lesivo a honra e a boa fama: calnia, injria e difamao com relao pessoa do empregador, superiores hierrquicos ou outro empregado da empresa, salvo em legtima defesa, prpria ou de outrem. m) ofensa fsica: a agresso do empregado contra outro empregado, empregador ou superiores hierrquicos, salvo em legtima defesa, prpria ou de outrem. n) prtica constante de jogos de azar: se a prtica isolada, uma nica vez, ou poucas vezes, no h justa causa. Para ser justa a ruptura do contrato deve haver a habitualidade. o) atos atentatrios segurana nacional: atos de terrorismo e outros atos tipificados na Lei 7.170/83.

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Outras hipteses (artigo 508 CLT): empregado bancrio que reiteradamente no pagar dvidas legalmente exigveis. No uso dos EPIs (art. 158, pargrafo nico CLT), empregados de estrada de erro que se recusarem a executar servios extraordinrios em caso de urgncia e acidentes e ainda o movimento paredista sem a observncia das disposies da Lei 7783/89. 2.2.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS Na resciso por justa causa, tem o empregado direito a saldo de salrios e frias vencidas, se houver, por serem direito adquirido. Importante ressaltar que as frias proporcionais no so devidas por serem mera expectativa de direito. O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3, SE HOUVER FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3, SE HOUVER LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84

Quanto ao FGTS do empregado, este no perde o valor depositado, mas to somente o direito de levant-lo. Isso porque os depsitos propriamente ditos so direito adquirido do empregado, previsto no art. 15, 3, da lei 8036/1990, somente sendo possvel o seu levantamento, nesse caso, se a conta ficar inativa por mais de 3 anos e aps o aniversrio do titular da conta (art. 20, VIII, da Lei 8.036/1990). Lei 8.036/1990 Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, at o dia 7 (sete) de cada ms, em conta bancria vinculada, a importncia correspondente a 8 (oito) por cento da remunerao paga ou devida, no ms anterior, a cada trabalhador, includas na remunerao as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificao de Natal a que se refere a Lei n 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificaes da Lei n 4.749, de 12 de agosto de 1965. Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poder ser movimentada nas seguintes situaes: VIII - quando o trabalhador permanecer trs anos ininterruptos, a partir de 1 de junho de 1990, fora do regime do FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do ms de aniversrio do titular da conta.

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2.3. JUSTA CAUSA DO EMPREGADOR 2.3.1. CONCEITO O cometimento de falta grave por parte do empregador causa a resciso do contrato de trabalho por justa causa do empregador, tambm chamada de resciso indireta. As hipteses de cabimento da resciso indireta encontram-se previstas no art. 483 da CLT. CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: a) forem exigidos servios superiores s suas foras, defesos por lei, contrrios aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierrquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considervel; d) no cumprir o empregador as obrigaes do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua famlia, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legtima defesa, prpria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por pea ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importncia dos salrios. 2.3.1. SERVIOS SUPERIORES S FORAS DO EMPREGADO
Os servios superiores fora, previstos na alnea a do dispositivo legal supra mencionado, podem

ser entendidos tanto como fora fsica como intelectual. Ex.: - Mulheres CLT Art. 390 - Ao empregador vedado empregar a mulher em servio que demande o emprego de fora muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
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Pargrafo nico - No est compreendida na determinao deste artigo a remoo de material feita por impulso ou trao de vagonetes sobre trilhos, de carros de mo ou quaisquer aparelhos mecnicos. - Homens CLT Art . 198 - de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso mximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposies especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.

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Pargrafo nico - No est compreendida na proibio deste artigo a remoo de material feita por impulso ou trao de vagonetes sobre trilhos, carros de mo ou quaisquer outros aparelhos mecnicos, podendo o Ministrio do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado servios superiores s suas foras. - Menores de idade CLT Art. 405 - Ao menor no ser permitido o trabalho: 5 Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu pargrafo nico. 2.3.3. ASSDIO MORAL Ocorre assdio moral quando o empregado reiteradamente exposto a situaes constrangedoras e negativas no ambiente de trabalho, normalmente ocasionadas por seu superior hierrquico, compelindo-o a pedir demisso. Todo assdio moral constitui falta grave, mas nem toda falta grave assdio moral. Isso porque pode haver falta grave sem assdio moral (como o exemplo da advogada que num caso especfico serve caf). O assdio moral no crime, mas d direito indenizao. De toda forma, havendo assdio moral, o empregado pode considerar o contrato rescindido indiretamente. 2.3.4. DISPENSA DISCRIMINATRIA Se o empregador cometer a falta grave, o empregado PODE considerar o contrato rescindido e pleitear a devida indenizao. Caso a falta grave resulte em dispensa, ser esta nula, ensejando o pedido de reintegrao que, nesses casos, basear-se- na presuno de que qualquer dispensa posterior foi baseada em motivo torpe, devendo ser obedecido o disposto no art. 165 da CLT:
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CLT Art. 165. Os titulares da representao dos empregados nas CIPAs no podero sofrer despedida arbitrria, entendendo-se como tal a que no se fundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro. Pargrafo nico. Ocorrendo a despedida, caber ao empregador, em caso de reclamao Justia do Trabalho, comprovar a existncia de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. A dispensa discriminatria est regulamentada no art. 1 da Lei 9.029/95:

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Lei 9.029/95 Art. 1 Fica proibida a adoo de qualquer prtica discriminatria e limitativa para efeito de acesso a relao de emprego, ou sua manuteno, por motivo de sexo, origem, raa, cor, estado civil, situao familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipteses de proteo ao menor previstas no inciso XXXIII do artigo 7 da Constituio Federal. A enumerao deste artigo exemplificativa, cabendo outras hipteses, segundo doutrina majoritria. Quando a dispensa for discriminatria, sendo este o nico caso de indenizao dobrada aplicado hoje no Brasil, o art. 4 da Lei 9.029/1995 permite ao empregado optar entre a sua reintegrao, sendo devidos os salrios do perodo do afastamento, ou o recebimento dos salrios relativos ao perodo do afastamento em dobro. Lei 9.029/1995 Art. 4 O rompimento da relao de trabalho por ato discriminatrio, nos moldes desta Lei, faculta ao empregado optar entre: I a readmisso com ressarcimento integral de todo o perodo de afastamento, mediante pagamento das remuneraes devidas, corrigidas monetariamente, acrescidas dos juros legais; II a percepo, em dobro, da remunerao do perodo de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais. Nos casos de dispensa de empregado estvel, deve ser requerida a sua reintegrao, admitindo-se, no mximo, o pedido alternativo de indenizao, cabendo ao juiz decidir por substituir a reintegrao pela indenizao, se aquela no for aconselhvel: CLT Art. 496. Quando a reintegrao do empregado estvel for desaconselhvel, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissdio, especialmente quando for o empregador pessoa fsica, o tribunal do trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao devida nos termos do artigo seguinte. 2.3.5. RIGOR EXCESSIVO O empregador pode advertir o empregado de forma verbal ou escrita, sempre dentro da razoabilidade, podendo ser as punies de advertncia, suspenso ou dispensa por justa causa. CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierrquicos com rigor excessivo; O art. 474 da CLT traz um exemplo do rigor excessivo previsto na alnea b do art. 483 da CLT:

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CLT Art. 474. A suspenso do empregado por mais de trinta dias consecutivos importa na resciso injusta do contrato de trabalho. Importante destacar, nesse sentido, o Princpio do non bis in idem ou princpio da exausto, pelo qual no se admite duas penalidades para um mesmo fato. 2.3.6. PERIGO MANIFESTO DE MAL CONSIDERVEL No se trata de trabalho perigoso, pois possvel exerc-lo. O que no se admite que o empregador agrave o perigo, por exemplo, no fornecendo o EPI. CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: c) correr perigo manifesto de mal considervel; 2.3.7. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAES CONTRATUAIS Todas as hipteses de falta grave do empregador esto englobadas pela hiptese prevista na alnea d do art. 483 da CLT: CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: d) no cumprir o empregador as obrigaes do contrato; Isso porque no Brasil h o chamado contedo mnimo do contrato de trabalho, que determina que o contrato de trabalho, mesmo verbal ou tcito, deve observar as leis, os contratos coletivos e as decises de autoridades, em conformidade com o art. 444 da CLT: Art. 444, CLT. As relaes contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulao das partes interessadas em tudo quanto no contravenha s disposies de proteo ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicveis e s decises das autoridades competentes. Uma das obrigaes do contrato de trabalho o fornecimento de servio pelo empregador ao empregado. A falta de fornecimento de trabalho pode ensejar falta grave e at dano moral. 2.3.8. ATO LESIVO DA HONRA E BOA FAMA DO EMPREGADO Essa hiptese est prevista na alnea e do art. 483 da CLT e ocorre quando o empregador toma atitudes com o objetivo de suscitar dvidas acerca da probidade (carter) do empregado ou de sua famlia.
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CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua famlia, ato lesivo da honra e boa fama; 2.3.9. OFENSA FSICA A previso da alnea e do art. 483 da CLT de que o empregador no pode ofender moralmente nem o empregado nem a sua famlia. A alnea f do mesmo artigo j prev que a ofensa fsica s no pode ser ao empregado, de modo que ofenda fsica s pessoas de sua famlia no constitui falta grave. CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legtima defesa, prpria ou de outrem; 2.3.10. REDUO DE TAREFA Diferentemente do disposto na alnea d, em que h alterao no salrio, independente da quantidade do servio, a alnea g do art. 483 da CLT prev como causa de resciso indireta a alterao na quantidade de servio que altere consideravelmente o salrio, de forma a prejudicar o empregado. Observe que o 3 do art. 483 da CLT concede ao empregado a escolha de permanecer ou no trabalhando no curso do processo pelo qual pleiteia a resciso indireta do contrato de trabalho. CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por pea ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importncia dos salrios. 3 Nas hipteses das letras d e g, poder o empregado pleitear a resciso de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizaes, permanecendo ou no no servio at final deciso do processo. ATENO! De acordo com o TST, o atraso de salrios por mais de 30 dias corridos considerado falta grave do empregador.

ATENO! Existindo a necessidade de o empregado se afastar em virtude de encargo pblico ou servio militar obrigatrio, havendo compatibilidade com seu atual empregado, ele assume, e, no

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havendo compatibilidade, poder ele optar entre a suspenso do contrato ou sua resciso, conforme o disposto no art. 472 da CLT. CLT Art. 472. O afastamento do empregado em virtude das exigncias do servio militar, ou de outro encargo pblico, no constituir motivo para alterao ou resciso do contrato de trabalho por parte do empregador. 2.4. PEDIDO DE DEMISSO O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3, SE HOUVER FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3, SE HOUVER LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84 2.4. CULPA RECPROCA 2.4.1. CONCEITO H culpa recproca quando o empregado e o empregador cometem, ao mesmo tempo, falta grave. Na impossibilidade de saber exatamente quem cometeu a falta grave primeiro, aplica-se a culpa recproca. Apesar de no existir definio legal para esse tipo de resciso, suas conseqncias jurdicas encontramse previstas no art. 484 da CLT, na Smula 14 do TST e no art. 18 da Lei 8.036/1990: CLT Art. 484 - Havendo culpa recproca no ato que determinou a resciso do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzir a indenizao que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade.
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TST SUM-14 CULPA RECPROCA (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Reconhecida a culpa recproca na resciso do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqenta por cento) do valor do aviso prvio, do dcimo terceiro salrio e das frias proporcionais. Lei 8.036/1990 Art. 18. Ocorrendo resciso do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficar este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores

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relativos aos depsitos referentes ao ms da resciso e ao imediatamente anterior, que ainda no houver sido recolhido, sem prejuzo das cominaes legais. 1 Na hiptese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositar este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importncia igual a quarenta por cento do montante de todos os depsitos realizados na conta vinculada durante a vigncia do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 2 Quando ocorrer despedida por culpa recproca ou fora maior, reconhecida pela Justia do Trabalho, o percentual de que trata o 1 ser de 20 (vinte) por cento. (grifo nosso) Ex.: Um empregado, A, chegou 10min atrasado na empresa e deparou -se com seu colega de trabalho, B, aos murros a tapas com seu patro (empregador). A tentou, imediatamente, apartar a briga, sem saber ao certo que deu incio mesma. O patro, ento, no mesmo dia, demitiu B por justa causa. B, inconformado, entrou com uma reclamao trabalhista requerendo a nulidade da dispensa por justa causa, a sua converso em dispensa sem justa causa por conta de falta grava do empregador, e, consequentemente, todas as verbas rescisrias e indenizatrias supostamente devidas. O empregador, em sua contestao, alegou que a falta grave foi de B, pelo que tinha direito a receber somente saldo de salrios e frias vencidas. O juiz, ento, ouviu as testemunhas arroladas pelas partes, incluindo A. Acontece que nenhuma delas soube informar de quem partiu a referida briga. Nesse caso, o juiz reconhecer a resciso do contrato de trabalho por culta recproca. Importante ressaltar que a resciso por culpa recproca, assim como a resciso decorrente de inqurito judicial para apurao de falta grave, uma resciso contratual ope judice, ou seja, s se opera por fora de deciso judicial. 2.4.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS Conforme o art. 484 da CLT e a Smula 14 do TST, transcritos anteriormente, na culpa recproca, as verbas indenizatrias so devidas pela metade. Apenas o saldo de salrios e as frias so devidos integralmente, tendo o empregado, ainda, direito a levantar os depsitos de FGTS. O empregado recebe:
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AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3 FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3 LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84

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ATENO! De acordo com o entendimento do TST, verbas trabalhistas rescisrias gnero do qual so espcies as verbas rescisrias propriamente ditas e as verbas indenizatrias. Vejamos seus conceitos: Verbas rescisrias propriamente ditas so a cujo direito o empregado j adquiriu e, regra geral, so devidas tanto na resciso, quanto na vigncia do contrato de trabalho, tais como: saldo de salrios, frias vencidas simples e dobradas, e depsitos de FGTS. Verbas indenizatrias so aquelas a cujo direito o empregado ainda no adquiriu e so devidas, regra geral, apenas na resciso contratual, tais como, aviso prvio, 13 salrio proporcional, frias proporcionais e indenizao de 40% sobre os depsitos de FGTS. Esses conceitos so confirmados pelas Smulas 73 e 14 do TST: TST SUM-73 DESPEDIDA. JUSTA CAUSA (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ocorrncia de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prvio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito s verbas rescisrias de natureza indenizatria. SUM-14 CULPA RECPROCA (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Reconhecida a culpa recproca na resciso do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqenta por cento) do valor do aviso prvio, do dcimo terceiro salrio e das frias proporcionais.

2.5. FORA MAIOR 2.5.1. CONCEITO Fora maior todo acontecimento imprevisvel e inevitvel em relao vontade do empregador e para o qual este no concorreu direta ou indiretamente. Esse acontecimento pode ser fato do homem ou da natureza. Ex.: Houve um tsunami em Fortaleza e a conseqente destruio de um hotel localizado na Beira-Mar. Com a destruio do hotel, houve a extino de todos os contratos de trabalho de seus empregados. Nesse caso, o empregador est ausente de culpa, posto que no poderia prever e nem evitar a ocorrncia do fato. A resciso do contrato de trabalho por fora maior encontra-se prevista no art. 501 e no art. 502 da CLT. CLT Art. 501. Entende-se como fora maior todo acontecimento inevitvel, em relao

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vontade do empregador, e para a realizao do qual este no concorreu, direta ou indiretamente. 1 A imprevidncia do empregador exclui a razo de fora maior. 2 ocorrncia do motivo de fora maior que no afetar substancialmente, nem for suscetvel de afetar, em tais condies, a situao econmica e financeira da empresa no se aplicam as restries desta Lei referentes ao disposto neste Captulo. Art. 502. Ocorrendo motivo de fora maior que determine a extino da empresa, ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, assegurada a este, quando despedido, uma indenizao na forma seguinte: I sendo estvel, nos termos dos artigos 477 e 478; II no tendo direito estabilidade, metade da que seria devida em caso de resciso sem justa causa; III havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o artigo 479 desta Lei, reduzida igualmente metade.

ATENO! As indenizaes previstas no art. 477, caput, e no art. 478, caput, da CLT, citadas no inciso I do art. 502 da CLT, foram substitudas pela indenizao de 40% sobre os depsitos de FGTS. 2.5.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS Em caso de fora maior, somente a indenizao de 40% sobre os depsitos do FGTS ser pela metade, sendo o restante das verbas devidas de forma integral. Assim, a indenizao ser de 20% sobre os depsitos do FGTS. assim porque antes do FGTS a indenizao correspondia a um ms de salrio por cada ano ou frao superior a 6 meses.

O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3 FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3 LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84

Nesse caso, no h a indenizao adicional do art. 9 da Lei 7.238 por no ter o evento ocorrido por culpa do empregador.

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Haver, porm, aviso prvio, por fora da Smula 44 do TST, que se refere a cessao da atividade da empresa de forma genrica, incluindo-se, portanto, a cessao por motivo de fora maior. TST SUM-44 AVISO PRVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A cessao da atividade da empresa, com o pagamento da indenizao, simples ou em dobro, no exclui, por si s, o direito do empregado ao aviso prvio. 2.6. FACTUM PRINCIPIS 2.6.1. CONCEITO O factum principis uma espcie de fora maior em que h o fato de um homem especial. , ento, um ato, legislativo ou administrativo, de autoridade, capaz de extinguir a empresa e, consequentemente, os contratos de trabalho dela decorrentes. Esse tipo de resciso encontra previso legal no art. 486 da CLT: CLT Art. 486 - No caso de paralisao temporria ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgao de lei ou resoluo que impossibilite a continuao da atividade, prevalecer o pagamento da indenizao, que ficar a cargo do governo responsvel. 1 - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o tribunal do trabalho competente notificar a pessoa de direito pblico apontada como responsvel pela paralisao do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender devido, passando a figurar no processo como chamada autoria. 2 - Sempre que a parte interessada, firmada em documento hbil, invocar defesa baseada na disposio deste artigo e indicar qual o juiz competente, ser ouvida a parte contrria, para, dentro de 3 (trs) dias, falar sobre essa alegao 3 - Verificada qual a autoridade responsvel, a Junta de Conciliao ou Juiz dar-se- por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual correr o feito nos termos previstos no processo comum 2.6.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS De acordo com entendimento do TST, na resciso do contrato de trabalho por factum principis, as verbas indenizatrias so pagas pela autoridade (aviso prvio, 13 proporcional, frias proporcionais e 40% sobre os depsitos do FGTS) e as verbas rescisrias so pagas pelo empregador (saldo de salrios, frias vencidas simples, frias vencidas dobradas, liberao das guias de levantamento do FGTS). Observe, ento, que a indenizao a que se refere o artigo 486 da CLT corresponde s verbas rescisrias indenizatrias.

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O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3 FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3 LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84 Autoridade Empregador Autoridade Autoridade Empregador Empregador Empregador Autoridade

ATENO! Imagine a seguinte situao: como as verbas trabalhistas indenizatrias so aviso prvio, 13o proporcional, frias proporcionais + 1/3 e a indenizao de 40% sobre os depsitos de FGTS, possvel se fazer a seguinte rima: As verbas que na culpa recproca so pagas pela metade, no factum principis so pagas pela autoridade. 2.7. PEDIDO DE DEMISSO 2.7.1. CONCEITO O pedido de demisso a extino do contrato de trabalho a pedido do empregado, sem que o empregador tenha concorrido para tanto. 2.7.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS Empregado que pede demisso, nem levanta FGTS nem tem direito a indenizao.

O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3 FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3 LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84 2.8. MORTE DO EMPREGADO

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2.8.1. CONCEITO O contrato de trabalho, por ser intuito personae em relao ao empregado, extingue-se por ocasio de sua morte. 2.8.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS Nesse caso, s no h direito ao aviso prvio e a indenizao de 40% sobre os depsitos do FGTS, pois empregado que morre e vai pro caixo, nem recebe aviso prvio nem indenizao. O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3 FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3 LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84

Os dependentes e sucessores do empregado que recebem as verba rescisrias e indenizatrias, incluindo o valor a ser levantado do FGTS, conforme o art. 20, inciso IV, da Lei 8.036/1990: Lei 8.036/1990 Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poder ser movimentada nas seguintes situaes: IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdncia Social, segundo o critrio adotado para a concesso de penses por morte. Na falta de dependentes, faro jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvar judicial, expedido a requerimento do interessado, independente de inventrio ou arrolamento;
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2.9. MORTE DO EMPREGADOR PESSOA FSICA 2.9.1. CONCEITO De acordo com o 2 do art. 483 da CLT, regra geral, o contrato de trabalho impessoal e imaterial em relao ao empregador. Tanto que existe, no Direito do Trabalho, o instituto da sucesso de empregadores, disposto no art. 10 c/c o art. 448 da CLT.

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CLT Art. 10 - Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa no afetar os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448 - A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Assim, os direitos adquiridos dos empregados em decorrncia do contrato de trabalho continuam intactos mesmo aps mudanas na estrutura jurdica da empresa (empregador). O art. 483 Consolidado determina que, com o falecimento do empregador, pode o empregado optar entre rescindir o contrato ou continuar a prestao de servio, desde que outra pessoa o suceda. O contrato NO se extingue automaticamente. CLT Art. 483. O empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando: 2 No caso de morte do empregador constitudo em empresa individual, facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.

ATENO! Entende-se como empresa individual tambm o empregador pessoa fsica e a empresa unipessoal. 2.9.2. VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS DEVIDAS Conforme o entendimento do TST, a resciso por morte do empregador pessoa fsica, empresa individual ou empresa unipessoal, equipara-se resciso indireta por falta grave do empregador, em que so devidos inclusive o aviso prvio e a indenizao de 40% sobre os depsitos do FGTS. O empregado recebe: AVISO PRVIO SALDO DE SALRIOS 13 PROPORCIONAL FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 FRIAS VENCIDAS SIMPLES + 1/3 FRIAS VENCIDAS DOBRADAS + 1/3 LEVANTAMENTO DOS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO DE 40% SOBRE OS DEPSITOS DO FGTS INDENIZAO ADICIONAL ART. 9 LEI 7.238/84 TST

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2.10. APOSENTADORIA ESPONTNEA DO EMPREGADO Na verdade, a aposentadoria espontnea do empregado no causa de resciso do contrato de trabalho, tendo em vista que ele tem a opo de continuar no emprego. Anteriormente, a aposentadoria era considerada resciso do contrato de trabalho, mas, com o julgamento das ADINs 1.770-4 e 1.721-3 pelo STF, foi declarada a inconstitucionalidade dos 1 e 2 do art. 453 da CLT. CLT Art. 453. No tempo de servio do empregado, quando readmitido, sero computados os perodos, ainda que no contnuos, em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave, recebido indenizao legal ou se aposentado espontaneamente. 1 Na aposentadoria espontnea de empregados de empresas pblicas e sociedades de economia mista permitida sua readmisso desde que atendidos aos requisitos constantes do artigo 37, inciso XVI, da Constituio, e condicionada prestao de concurso pblico. (O STF, por maioria de votos, julgou parcialmente procedente a ADIN n 1.770-4, para declarar a inconstitucionalidade deste pargrafo.) 2 O ato de concesso de benefcio de aposentadoria a empregado que no tiver completado trinta e cinco anos de servio, se homem, ou trinta, se mulher, importa em extino de vnculo empregatcio. (O STF, por maioria de votos, julgou procedente a ADIN n 1.721-3, para declarar a inconstitucionalidade deste pargrafo.) Atualmente, a aposentadoria espontnea no extingue o contrato de trabalho e, caso o empregado opte por continuar trabalhando, ser pelo mesmo contrato de trabalho. o entendimento da OJ 361 da SDI-1 do TST. SDI-1 OJ-361 APOSENTADORIA ESPONTNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERODO (DJ 20, 21 e 23.05.2008) A aposentadoria espontnea no causa de extino do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando servios ao empregador aps a jubilao. Assim, por ocasio da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depsitos efetuados no curso do pacto laboral. Isso significa que, se o empregado for demitido sem justa causa aps a aposentadoria, a indenizao de 40% sobre os depsitos de FGTS ser relativa a todo o perodo de trabalho, ou seja, desde a contratao, no havendo que se falar em novo contrato aps a aposentadoria. Ex.:

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FGTS

Incio do contrato 1970

Aposentadoria espontnea 2005

Resciso 2011

Isso ocorre mesmo que o empregado tenha levantado todo o valor depositado no FGTS quando da ocasio da aposentadoria, o que permitido por fora do art. 20, inciso III, da Lei 8.036/1990. Lei 8.036/1990 Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poder ser movimentada nas seguintes situaes: III - aposentadoria concedida pela Previdncia Social;

ATENO! Nesse caso, no h se falar em prescrio, tendo em vista que no h pedido dos depsitos de FGTS, mas somente pedido de indenizao sobre os depsitos que efetivamente foram feitos (se no tivessem sido depositados, a prescrio teria que ser observada). Se o empregado, ao aposentar-se, quiser rescindir o contrato de trabalho, incorrer na hiptese do pedido de demisso, havendo uma nica diferena em relao s verbas rescisrias e indenizatria, qual seja o fato de que ele, na condio de aposentado, poder levantar seu FGTS.

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CAPTULO 6 REMUNERAO E SALRIO


A remunerao parcela bem mais abrangente do que o salrio, sendo possvel, quantitativamente, que a REMUNERAO seja igual ao salrio, mas, juridicamente, no. 3.1. REMUNERAO De acordo com o entendimento jurisprudencial, a remunerao a composio de salrio, adicionais eventuais e gorjetas, porm, o art. 457, caput, da CLT, define remunerao como sendo composto apenas por salrio e gorjetas. CLT Art. 457. Compreendem-se na remunerao do empregado, para todos os efeitos legais, alm do salrio devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestao do servio, as gorjetas que receber.
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Assim, temos duas definies para remunerao: Definio jurisprudencial: compreendem-se na remunerao do empregado, alm do salrio, as gorjetas e os adicionais eventuais.

Definio legal: compreendem-se na remunerao do empregado o salrio e as gorjetas.

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3.1.1. GORJETAS Gorjeta a importncia em pecnia paga direto e separadamente ao prestador do servio, sendo, por isso, uma espcie de remunerao sui generis. Essa parcela no integra o salrio pelo fato de ser paga por terceiros e no pelo empregador. o entendimento do art. 457, caput, da CLT e da Smula 354 do TST: Art. 457, CLT - Compreendem-se na remunerao do empregado, para todos os efeitos legais, alm do salrio devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestao do servio, as gorjetas que receber. SUM-354, TST. GORJETAS. NATUREZA JURDICA. REPERCUSSES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de servio ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remunerao do empregado, no servindo de base de clculo para as parcelas de aviso-prvio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

ATENO! Quando no h gorjetas, o salrio quantitativamente igual remunerao. Essa distino extremamente importante por existirem direitos trabalhistas que so calculados sobre a remunerao e direitos que so calculados s sobre o salrio. Observe que o art. 457, 3, da CLT, tambm considera como gorjeta o valor adicional na conta que a empresa cobra sob a alegao de que o mesmo ser posteriormente distribudo entre os seus empregados. CLT Art. 457 3 Considera-se gorjeta no s a importncia espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como tambm aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer ttulo, e destinada a distribuio aos empregados Pelo dispositivo legal mencionado, depreende-se que h duas espcies de gorjeta: - Gorjeta direta: Aquela que o cliente d espontaneamente ao empregado (no h nenhum tipo de cobrana, sendo oferecida pelo cliente). - Gorjeta indireta: Aquela que se cobra do cliente na nota de servio (conta) e destinada distribuio aos empregados.

ATENO! A remunerao no pode ser composta s de gorjetas, haja vista que estas so valores a mais pagos diretamente pelo cliente ao empregado, no substituindo o salrio, que toda contraprestao devida e paga diretamente pelo empregador ao empregado. O direito percepo de salrio encontra-se previsto no art. 7, inciso IV, da Carta Magna:

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CF/1988 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: IV - salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim; Sendo assim, se uma questo de 2 fase da OAB trouxer a informao de, por exemplo, um garom que sempre recebeu somente gorjetas, necessrio requerer na pea os salrios de todo o perodo do contrato de trabalho, com base no art. 7, inciso IV, da CF/88 e art. 457, 3, da CLT. 3.2. SALRIO O SALRIO definido pela jurisprudncia como sendo o complexo de parcelas contraprestativas devido e pago diretamente ao empregado pelo empregador em decorrncia do contrato de trabalho. Ex.: Professor no recebe gorjeta, ento, o valor de sua remunerao igual ao valor de seu salrio. O SALRIO INTEGRA A REMUNERAO e no o contrrio. Assim, encaixam-se no conceito de salrio apenas e to-somente aquelas parcelas devidas e pagas diretamente pelo empregador ao empregado, ficando de fora as gorjetas, que so devidas e pagas pelos clientes dos empregadores, servindo estes, muitas vezes, apenas como repassadores de referidas verbas que comporo a remunerao, mas nunca o salrio. Existem direitos trabalhistas que so calculados sobre o salrio e direitos trabalhistas que so calculados sobre a remunerao. Se o direito trabalhista calculado sobre a remunerao, entram no seu clculo o salrio e as gorjetas. Se o direito trabalhista calculado s sobre o salrio, as gorjetas ficam de fora. Alguns autores afirmam que remunerao igual a salrio, porm, essa afirmao contraria o disposto na CLT e o entendimento do TST. 3.3. SALRIO POR FORA DE LEI Existem crditos trabalhistas que, por fora de lei, integram o salrio. So eles os previstos no 1 do art. 457, da CLT: CLT Art. 457. 1 Integram o salrio no s a importncia fixa estipulada, como tambm as
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comisses, percentagens, gratificaes ajustadas, dirias para viagens e abonos pagos pelo empregador. 3.3.1. Salrio fixo Entende-se por salrio fixo o valor acordado entre as partes a ser recebido mensalmente pelo empregado em decorrncia do servio prestado. 3.3.2. Comisses e percentagens Cumpre destacar, inicialmente, as diferenas existentes entre comisses e percentagens. As comisses constituem um valor fixo sobre a produo. Ex.: Um vendedor de carros ganha R$ 100,00 a mais na venda de carro de luxo e R$ 50,00 a mais na venda de carro popular. J as percentagens so valores percentuais calculados sobre a produo, venda ou prestao do servio. Logo, o percentual fixo, mas o resultado varivel. Ex.: Um vendedor de roupas que ganha 5% sobre suas vendas, caso venda R$1.000,00 em um ms, receber R$50,00 referente percentagem. No permitido que a remunerao seja composta somente por gorjetas, mas possvel que seja composta s por comisses e percentagens, haja vista que, de acordo com o art. 457, 1, da CLT, essas parcelas integram o salrio, sendo devidas de forma direta pelo empregador ao empregado. CLT Art. 457 1 Integram o salrio no s a importncia fixa estipulada, como tambm as comisses, percentagens, gratificaes ajustadas, dirias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Como a Constituio Federal garante, em seu art. 7, inciso VII, que o empregado que recebe remunerao varivel no pode ter seu salrio inferior ao mnimo, se o vendedor no atingir, atravs de suas comisses, o salrio mnimo, ainda assim este lhe ser devido. No pode o empregador, ainda, sob a justificativa de que o empregado no atingiu o mnimo no ms anterior, descontar no ms subseqente o que pagou a mais, acaso o empregado ultrapassasse o mnimo pelas comisses a que fizer jus (art. 7, pargrafo nico, da CF/1988). CF/1988 Art. 7 VII garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel; Pargrafo nico. Quando o salriominimo mensal do empregado a comisso ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte varivel, ser-lhe-

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sempre garantido o salriominimo, vedado qualquer desconto em ms subsequente a ttulo de compensao. 3.3.4. Gratificaes ajustadas habituais A gratificao ajustada uma espcie de recompensa concedida ao empregado caso este alcance determinado resultado ou cumpra com determinado comportamento. Se habituais, as gratificaes ajustadas integram o salrio. 3.3.5. Dirias para viagens Dirias para viagem so importncias dadas pelo empregador ao empregado para prestao de servio, as quais o legislador incluiu equivocadamente no 1 do art. 457, da CLT, pois s sero consideradas salrio caso ultrapassarem 50% do valor do salrio fixo do empregado. CLT Art. 457 1 Integram o salrio no s a importncia fixa estipulada, como tambm as comisses, percentagens, gratificaes ajustadas, dirias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Assim, se a prova citar apenas dirias para viagem, no as considere como salrio. Porm, se a prova mencion-las juntamente s demais parcelas do 1 do art. 457, da CLT, considere-as como salrio. Observe, ento, que as dirias para viagem s integraro o salrio do empregado na hiptese prevista no 2 do art. 457, da CLT. CLT Art. 457 2 No se incluem nos salrios as ajudas de custo, assim como as dirias para viagem que no excedam de cinqenta por cento do salrio percebido pelo empregado. Ex1.: O empregado possui um salrio fixo de R$1.000,00 e recebe, em um determinado ms, referente a dirias para viagem, o valor de R$500,00. Como o valor das dirias no ultrapassou 50% do seu salrio fixo, no integra o seu salrio, que continua sendo de R$1.000,00. Ex2.: O empregado possui um salrio fixo de R$1.000,00 e recebe, em um determinado ms, referente a dirias para viagem, o valor de R$800,00. Como o valor das dirias ultrapassou 50% do seu salrio fixo, integra o seu salrio, que passa a ser de R$1.800,00.

ATENO! Integra o salrio o valor total das dirias para viagem e no somente o valor que exceder aos 50% do salrio fixo, conforme esclarece a Smula 101 do TST:

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TST SUM-101 DIRIAS DE VIAGEM. SALRIO (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 292 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Integram o salrio, pelo seu valor total e para efeitos indenizatrios, as dirias de viagem que excedam a 50% (cinqenta por cento) do salrio do empregado, enquanto perdurarem as viagens. (primeira parte - ex-Smula n 101 - RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda parte - ex-OJ n 292 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)

ATENO! De acordo com o entendimento dominante do TST, no tero natureza salarial as dirias para viagem que excedam a 50% do salrio do empregado quando houver uma efetiva prestao de contas entre empregado e empregador quanto s despesas da viagem. Note, por fim, que h diferena entre dirias para viagem e ajuda de custo, apesar de ambas, em regra, no integrarem o salrio. Diz-se em regra por conta do art. 457, 2, da CLT, que integra ao salrio as dirias para viagens que excederem a 50% do salrio fixo do empregado, o que no ocorre com a ajuda de custo que, mesmo excedendo 50% do salrio fixo do obreiro, no integra o seu salrio. As dirias para viagem so dadas para custear a prestao do servio em viagens, enquanto as ajudas de custo so concedidas para custear as despesas com a prestao do servio no prprio local da prestao. 3.3.6. Abonos Abonos so gratificaes diversas que o empregado pode conceder ao empregado e que, mesmo no previstas no contrato de trabalho, integram o salrio do obreiro. 3.4. SALRIO POR FORA DA JURISPRUDNCIA Existem parcelas que, normalmente, teriam natureza indenizatria, mas, por fora da jurisprudncia, possuem natureza salarial, integrando o salrio. Essas parcelas, chamadas de salrio-condio ou adicionais, como o prprio nome demonstra, so aquelas concedidas sob uma determinada condio. Caso a condio deixe de existir, essas parcelas deixam de ser devidas. So elas:

Horas extras = Smula 376, inciso II e Smula 291 do TST OJ 97 SDI-1 do TST Horas noturnas = Smula 60, inciso I, e Smula 265 do TST OJ 259 SDI-1 do TST Periculosidade = Smula 132 do TST e art. 194 da CLT

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Insalubridade = Smula 139 e Smulas 80, 248 e 289, do TST Adicional de transferncia = art. 469, 3, da CLT Gratificao de funo = art. 62, pargrafo nico, e art. 468, pargrafo nico, da CLT e Smula 372 do TST Antes de estudar cada uma delas, necessrio entender alguns conceitos importantes: - Habitualidade: O TST entende como habitual a prestao de um servio ou a percepo de um direito por perodo superior a um ano ou durante todo o contrato de trabalho. Assim, tendo havido prestao ou percepo habitual durante todo o contrato de trabalho, mesmo que este tenha durado menos de um ano, caracterizada est a habitualidade. Sendo o adicional habitual, integra ele o salrio, havendo reflexo nas demais verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias.

ATENO! Sempre que a questo trouxer os adicionais de insalubridade, periculosidade, horas extras e horas noturnas, e no deixar claro que eram prestados eventualmente, presume-se que era habituais. - Integrao: a transformao da parcela em salrio. Ex.: Se o salrio do empregado R$1.000,00, todos os seus direitos so calculados sobre R$1.000,00. Caso ele comece a prestar horas extras habitualmente, recebendo mais R$200,00 mensais, seu salrio passa a ser R$1.200,00. - Reflexo: a incluso desses adicionais na base de clculo das verbas trabalhistas. Ex.: Se, como no exemplo acima, o salrio do empregado passa a ser R$1.200,00 em decorrncia da prestao de horas extras habituais, todas as outras verbas passam calculadas sobre esse valor, como por exemplo, os depsitos de FGTS, que sero de 8% sobre R$1.200,00. Isso porque os R$200,00 pagos a ttulo de horas extras refletem na base de clculo das verbas trabalhistas.

ATENO! Sempre que a questo prtico-profissional for Reclamao Trabalhista ou Recurso Ordinrio e trouxer esses adicionais, tem-se, obrigatoriamente, que se pedir seu PAGAMENTO, sua INTEGRAO e seus REFLEXOS nas demais verbas trabalhistas. Vejamos, ento, as parcelas que integram o salrio por fora jurisprudencial:

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3.4.1 Horas extras As horas extras s integram o salrio se prestadas com habitualidade, por fora da Smula 376, inciso II, do TST: TST SUM-376 HORAS EXTRAS. LIMITAO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - A limitao legal da jornada suplementar a duas horas dirias no exime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ n 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997) II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o clculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitao prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ n 89 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997) A supresso, total ou parcial, das horas extras prestadas com habitualidade, por mais de um ano, confere ao empregado indenizao compensatria de um ms de horas suprimidas para cada ano ou frao superior a seis meses de prestao dessas horas extras, conforme previsto na Smula 291 do TST: TST SUM-291 HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSO. INDENIZAO (nova redao em decorrncia do julgamento do processo TST-IUJERR 1070045.2007.5.22.0101) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 A supresso total ou parcial, pelo empregador, de servio suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito indenizao correspondente ao valor de 1 (um) ms das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou frao igual ou superior a seis meses de prestao de servio acima da jornada normal. O clculo observar a mdia das horas suplementares nos ltimos 12 (doze) meses anteriores mudana, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supresso. O valor da hora extra para o clculo da indenizao ser o valor da hora extra na data da supresso, devendo ser observada, para o clculo do valor mensal, a mdia das horas extras prestadas nos ltimos doze meses. Ex.1: Empregado que, h cinco anos, presta horas extras correspondentes ao valor mensal de R$200,00 e as tem suprimidas, far jus indenizao de:
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1 ms de horas extras

Quantidade de anos em que foram prestadas

R$200,00

R$1.000,00

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Ex.2: Empregado que, h cinco anos e 7 meses, presta horas extras correspondentes ao valor mensal de R$200,00 e as tem suprimidas, far jus indenizao de:

1 ms de horas extras

Quantidade de anos em que foram prestadas

R$200,00

R$1.200,00

O pagamento dessa indenizao compensatria dever ser realizado at o quinto dia til do ms subsequente ao vencido, conforme dispe o art. 459, 1, da CLT. CLT Art. 459 - O pagamento do salrio, qualquer que seja a modalidade do trabalho, no deve ser estipulado por perodo superior a 1 (um) ms, salvo no que concerne a comisses, percentagens e gratificaes.

1 Quando o pagamento houver sido estipulado por ms, dever ser efetuado, o mais tardar, at o quinto dia til do ms subsequente ao vencido. ATENO! S ser devida a indenizao compensatria prevista na Smula 291, do TST, se as horas extras forem suprimidas e o contrato de trabalho perdurar, no sendo devida no caso de resciso contratual.

ATENO! O entendimento do TST de que a Smula 291, do TST, no se aplica ao adicional noturno, adicional de insalubridade e adicional de periculosidade. Observe, ento, que no h que se falar em incorporao das horas extras ao salrio, pois, mesmo quando h habitualidade na prestao, possvel a supresso. Isso porque se trata de salrio condio, ou seja, s devido o pagamento da hora extra se esta for efetivamente prestada. Se o empregado que prestava horas extras com habitualidade despedido, no h se falar em indenizao, tendo em vista que esta devida apenas no caso de supresso.
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ATENO! No caso de prestao de HORAS EXTRAS no horrio NOTURNO, h possibilidade de cumulao dos adicionais, inclusive com incidncia de um sobre o outro, conforme prev a OJ 97 da SDI1. SDI-1 OJ-97 HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CLCULO (inserida em 30.05.1997) O adicional noturno integra a base de clculo das horas extras prestadas no perodo noturno.

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Ex.: Hora normal = R$ 10,00 Hora extra = R$ 10,00 (valor da hora normal) + R$ 5,00 (50%) = R$ 15,00 Hora noturna = R$ 10,00 (valor da hora normal) + R$ 2,00 (20%) = R$ 12,00 Hora extra noturna = R$ 12,00 (valor da hora noturna) + R$ 6,00 (50%) = R$ 18,00 3.4.2 Horas Noturnas A hora noturna compe o trabalhado realizado entre as 22 horas de um dia s 5 horas do dia seguinte, sendo computada com de 52 minutos e 30 segundos, conforme o art. 73, 1 e 2, da CLT. CLT Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno ter remunerao superior a do diurno e, para esse efeito, sua remunerao ter um acrscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 1 A hora do trabalho noturno ser computada como de 52 minutos e 30 segundos. 2 Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. Quando prestadas com habitualidade, as horas noturnas tambm integram o salrio (Smula 60, inciso I, do TST) e, caso seguidas de horas diurnas, o valor das horas extras dever incidir sobre o valor da hora noturna (OJ 97 da SDI-1), em consonncia Smula 60, inciso II, do TST: TST SUM-60 ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAO NO SALRIO E PRORROGAO EM HORRIO DIURNO (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salrio do empregado para todos os efeitos. (ex-Smula n 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974) II - Cumprida integralmente a jornada no perodo noturno e prorrogada esta, devido tambm o adicional quanto s horas prorrogadas. Exegese do art. 73, 5, da CLT. (ex-OJ n 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996) Ex.:
Hora noturna Hora noturna adicional de 20% adicional de 20% art. 73, caput, da Smula 60, inciso CLT II, do TST ar

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22h

5h

7h
Hora extra adicional de 50% OJ 97 SDI-1 do TST

No caso, porm, de alterao no turno de trabalho do empregado, de noturno para diurno, perder ele o direito respectivo adicional, em razo do disposto na Smula 265 do TST: SUM-265 ADICIONAL NOTURNO. ALTERAO DE TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE SUPRESSO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A transferncia para o perodo diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. 3.4.3 Insalubridade O adicional de insalubridade encontra-se previsto no art. 7, XXIII, da CF/88, e definido no art. 189, da CLT, sendo a atividade insalubre aquela que expe o empregado a substncias capazes de gerar prejuzos a sua sade, em grau superior ao permitido. CF/1988 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XXIII - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; CLT Art. 189. Sero consideradas atividades ou operaes insalubres aquelas que, por sua natureza, condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos sade, acima dos limites de tolerncia fixados em razo da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposio aos seus efeitos.
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Observe que o art. 7, inciso XXIII, da CF/88 constitui norma de eficcia limitada, posto que condicionada existncia de uma lei que conceda definio para insalubridade, periculosidade e penosidade, no havendo, ainda, definio em relao a esta. O art. 7, inciso XXXIII, da CF/88, delegou, ento, lei, a tarefa de classificar os agentes insalubres, perigosos e penosos, seu percentual e sua base de clculo. Porm, a lei, no caso, a CLT, em seu art. 190, delegou essa tarefa de classificao e determinao de percentual ao Poder Pblico, de forma que s geram direito ao adicional as atividades classificadas pelo Ministrio do Trabalho e Empregado como insalubres.

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CLT Art . 190 - O Ministrio do Trabalho aprovar o quadro das atividades e operaes insalubres e adotar normas sobre os critrios de caracterizao da insalubridade, os limites de tolerncia aos agentes agressivos, meios de proteo e o tempo mximo de exposio do empregado a esses agentes. Pargrafo nico - As normas referidas neste artigo incluiro medidas de proteo do organismo do trabalhador nas operaes que produzem aerodispersides txicos, irritantes, alrgicos ou incmodos. Esse posicionamento confirmado pela OJ-4 da SDI-1: SDI-1 OJ-4 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIXO URBANO (nova redao em decorrncia da incorporao da Orientao Jurisprudencial n 170 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 I - No basta a constatao da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessria a classificao da atividade insalubre na relao oficial elaborada pelo Ministrio do Trabalho. II - A limpeza em residncias e escritrios e a respectiva coleta de lixo no podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque no se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministrio do Trabalho. (ex-OJ n 170 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) Sendo assim, percebe-se que possvel que o empregado trabalhe em ambiente insalubre sem ter direito percepo do adicional, se este no constar na relao oficial do Ministrio do Trabalho, a exemplo do inciso II, da Orientao Jurisprudencial acima transcrita. De acordo com o entendimento da Smula 139 do TST, o adicional de insalubridade habitual integra o salrio do empregado e, consequentemente, reflete nas verbas trabalhistas. TST SUM-139 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 102 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remunerao para todos os efeitos legais. (ex-OJ n 102 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) Por ser salrio-condio, o desaparecimento ou a anulao da insalubridade no ambiente de trabalho retira do empregado o direito ao recebimento do adicional, conforme o disposto na Smula 248 do TST, no ofendendo o direito adquirido (art. 5, inciso XXXVI, da CF/88) e o princpio da irredutibilidade salarial (art. 7, inciso VI, da CF/88). SUM-248 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A reclassificao ou a descaracterizao da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfao do
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respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princpio da irredutibilidade salarial. CF/1988 Art. 5 XXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada; Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo; Ex.: Um odontlogo, empregado, trabalha com mercrio e tem direito ao adicional de insalubridade de 20% (grau mdio). Um estudo realizado em Oxford detectou que insalubridade do mercrio, na verdade, de grau mnimo. Ao tomar conhecimento desse estudo, o Ministrio do Trabalho alterou o grau da insalubridade do mercrio para grau mnimo, passando o odontlogo a auferir o adicional de 10% (grau mnimo). No ano seguinte, outro estudo descobriu que o mercrio no faz algum sade, de modo que o Ministrio do Trabalho retirou o mercrio da lista oficial de agentes nocivos, deixando ele de gerar direito ao adicional de insalubridade. A insalubridade eliminada quando o agente nocivo deixa de existir no ambiente de trabalho, e neutralizada quando, apesar de o agente nocivo ainda existir, seus efeitos so anulados atravs do uso de Equipamentos de Proteo Individual. Percebe-se, ento, uma atecnia na Smula 80, do TST, haja vista que o uso de EPI apenas neutraliza a insalubridade, no a eliminando. TST SUM-80 INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A eliminao da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo rgo competente do Poder Executivo exclui a percepo do respectivo adicional. O art. 191, da CLT, prev as medidas de eliminao neutralizao da insalubridade, entendendo-se que seu inciso I trata de eliminao e seu inciso II de neutralizao. CLT Art. 191. A eliminao ou a neutralizao da insalubridade ocorrer: I com a adoo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerncia; II com a utilizao de equipamentos de proteo individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerncia. Pargrafo nico. Caber s Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminao ou neutralizao, na forma deste artigo.
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Ex.: A utilizao de protetor auricular pelo empregado que trabalha em ambiente ruidoso no elimina o rudo, porm, neutraliza-o.

possvel, ainda, que a utilizao de EPI no seja suficiente para neutralizar a insalubridade (Smula 289, do TST), mas to-somente diminu-la, sendo, nesse caso, devido o respectivo adicional, podendo haver diminuio em seu grau pelo Ministrio do Trabalho. SUM-289 INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO APARE-LHO DE PROTEO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O simples fornecimento do aparelho de proteo pelo empregador no o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam diminuio ou eliminao da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. A exposio INTERMITENTE tambm gera direito ao adicional (e no apenas a permanente). TST SUM-47 INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O trabalho executado em condies insalubres, em carter intermitente, no afasta, s por essa circunstncia, o direito percepo do respectivo adicional. No ambiente insalubre, quanto maior a exposio do empregado, maior o prejuzo a sua sade e maior a percentagem do adicional devido, existindo, por isso, trs graus de risco, conforme dispe o art. 192, da CLT. CLT Art. 192 - O exerccio de trabalho em condies insalubres, acima dos limites de tolerncia estabelecidos pelo Ministrio do Trabalho, assegura a percepo de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salrio-mnimo da regio, segundo se classifiquem nos graus mximo, mdio e mnimo.

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A despeito do art. 7, inciso IV, da CF/88, e da Smula Vinculante n4, o STF entende que, enquanto no houver nova lei regulamentando a matria, a base de clculo do adicional de insalubridade continuar a ser o salrio-mnimo, que no mais regional, como menciona o artigo supra transcrito, mas nacional, conforme determinado na Constituio Federal. CF Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: IV salriomnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim; (grifo nosso) STF Smula Vinculante 4 Salvo nos casos previstos na Constituio, o salrio mnimo no pode ser usado como indexador de base de clculo de vantagem de servidor pblico ou de empregado, nem ser substitudo por deciso judicial. Assim, a Smula 228, do TST, encontra-se suspensa. TST SUM-228 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CLCULO (nova redao) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008 A partir de 9 de maio de 2008, data da publicao da Smula Vinculante n 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade ser calculado sobre o salrio bsico, salvo critrio mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. 3.4.4. Periculosidade Assim como o adicional de insalubridade, o adicional de periculosidade tembm se encontra previsto no inciso XXIII do art. 7, da CF/88. Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XXIII - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; Sua definio, por sua vez, est prevista no art. 193 da CLT, sendo perigosa a atividade que oferece risco instantneo e permanente ao trabalhador. CLT Art. 193. So consideradas atividades ou operaes perigosas, na forma da

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regulamentao aprovada pelo Ministrio do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou mtodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamveis ou explosivos em condies de risco acentuado. TST SUM-132 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAO (incorporadas as Orientaes Jurisprudenciais ns 174 e 267 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O adicional de periculosidade, pago em carter permanente, integra o clculo de indenizao e de horas extras (ex-Prejulgado n 3). (ex-Smula n 132 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982/ DJ 15.10.1982 - e ex-OJ n 267 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002) II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado no se encontra em condies de risco, razo pela qual incabvel a integrao do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas. (ex-OJ n 174 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) CLT Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessar com a eliminao do risco sua sade ou integridade fsica, nos termos desta Seo e das normas expedidas pelo Ministrio do Trabalho. Atividades perigosas: atividades com explosivos, inflamveis, radiao ionizante e/ou eletricidade. Somente essas quatro atividades ensejam adicional de periculosidade. Atividades em porto: adicional de risco de vida. Vejamos:
Art. 193. So consideradas atividades ou operaes perigosas, na forma da regulamentao aprovada pelo Ministrio do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou mtodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamveis ou explosivos em condies de risco acentuado. OJ-SDI1-345 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RADIAO IONIZANTE OU SUBSTNCIA RADIOATIVA. DEVIDO (DJ 22.06.2005) A exposio do empregado radiao ionizante ou substncia radioativa enseja a percepo do adicional de periculosidade, pois a regulamentao ministerial (Portarias do Ministrio do Trabalho ns 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao reputar perigosa a atividade, reveste-se de plena eficcia, porquanto expedida por fora de delegao legislativa contida no art. 200, SUM-191 ADICIONAL. PERICULOSIDADE. INCIDNCIA (nova redao) Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salrio bsico e no sobre este acrescido de outros adicionais. Em relao aos eletricitrios, o clculo do adicional de periculosidade dever ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.

EXPLOSIVO INFLAMVEIS

Regra geral 30% sobre o salrio base

RADIAO

Regra geral 30% sobre o salrio base

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caput, e inciso VI, da CLT. No perodo de 12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria n 496 do Ministrio do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de insalubridade. Exceo 30% sobre o salrio base acrescido dos demais adicionais, ou seja, sobre a remunerao total

ELETRICIDADE

Lei 7.369/85 SISTEMA ELTRICO DE POTNCIA

TST SUM-364 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE (cancelado o item II e dada nova re-dao ao item I) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanente-mente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condies de risco. Indevido, apenas, quando o contato d-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, d-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 ns 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003) SUM-39 PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Os empregados que operam em bomba de gasolina tm direito ao adicional de periculosidade (Lei n 2.573, de 15.08.1955).

ATENO! Havendo pedido de insalubridade e/ou periculosidade, o juiz, por determinao legal, designar PERCIA PARA VERIFICAO DE INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE. Se, por qualquer motivo, o empregado obtiver a informao de que a realizao da pericia se dar por prejudicada, caso no realizada imediatamente, poder ajuizar ao cautelar, a fim de resguardar seu direito. SDI-1 OJ-278 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO (DJ 11.08.2003) A realizao de percia obrigatria para a verificao de insalubridade. Quando no for possvel sua realizao, como em caso de fechamento da empresa, poder o julgador utilizar-se de outros meios de prova. Se o juiz determinar a produo antecipada da percia, essa percia no prejudicar ningum. No

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entanto, concedendo uma antecipao de tutela, a responsabilidade do juiz muito grande, visto que se ao final do processo no for comprovado o direito do autor, poder ter sido causado algum prejuzo ao ru. A CLT no fala em antecipao de tutela, devendo ser aplicado, de forma subsidiria, o disposto no art. 273 do CPC, em conformidade do art. 769 da CLT. CLT Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum ser fonte subsidiria do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatvel com as normas deste Ttulo. CPC Art. 273. O juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegao e: I haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou II fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propsito protelatrio do ru. 1 Na deciso que antecipar a tutela, o juiz indicar, de modo claro e preciso, as razes do seu convencimento. 2 No se conceder a antecipao da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. 3 A efetivao da tutela antecipada observar, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, 4 e 5, e 461-A. 4 A tutela antecipada poder ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em deciso fundamentada. 5 Concedida ou no a antecipao da tutela, prosseguir o processo at final julgamento. 6 A tutela antecipada tambm poder ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incon troverso. 7 Se o autor, a ttulo de antecipao de tutela, requerer providncia de natureza cautelar, poder o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em carter incidental do processo ajuizado. A CLT, embora no fale de antecipao de tutela nem de ao cautelar, prev a concesso de medida liminar, no art. 659, incisos IX e X: CLT Art. 659. Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, alm das que lhes forem conferidas neste Ttulo e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuies: IX conceder medida liminar, at deciso final do processo, em reclamaes trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferncia disciplinada pelos pargrafos do artigo 469 desta Consolidao; X conceder medida liminar, at deciso final do processo, em reclamaes trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.
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ATENO! Esses so os dois nicos casos previstos na CLT, mas em outros perfeitamente possvel a concesso de medida liminar no processo do trabalho. Sempre que se pedir uma liminar, seja em ao cautelar, seja em antecipao de tutela, elabore o pedido da seguinte maneira: no primeiro pargrafo pea a liminar e no segundo pargrafo pea a confirmao da liminar na sentena. 3.4.5. Transferncia CLT Art. 469. Ao empregador vedado transferir o empregado, sem a sua anuncia, para localidade diversa da que resultar do contrato, no se considerando transferncia a que no acarretar necessariamente a mudana do seu domiclio. 1 No esto compreendidos na proibio deste artigo os empregados que exeram cargos de confiana e aqueles cujos contratos tenham como condio, implcita ou explcita, a transferncia, quando esta decorra de real necessidade de servio. 2 lcita a transferncia quando ocorrer extino do estabelecimento em que trabalhar o empregado. 3 Em caso de necessidade de servio o empregador poder transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, no obstante as restries do artigo anterior, mas, nesse caso, ficar obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a vinte e cinco por cento dos salrios que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situao. 25% do salrio percebido na primeira localidade. 3.4.6. Gratificao de funo CLT Art. 62 Pargrafo nico. O regime previsto neste Captulo ser aplicvel aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salrio do cargo de confiana, compreendendo a gratificao de funo, se houver, for inferior ao valor do respectivo salrio efetivo acrescido de quarenta por cento. Art. 468 Pargrafo nico. No se considera alterao unilateral a determinao do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exerccio de funo de confiana.

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TST SUM-372 GRATIFICAO DE FUNO. SUPRESSO OU REDUO. LIMITES (converso das Orientaes Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Percebida a gratificao de funo por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revert-lo a seu cargo efetivo, no poder retirar-lhe a gratificao tendo em vista o princpio da estabilidade financeira. (ex-OJ n 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996) II - Mantido o empregado no exerccio da funo comissionada, no pode o empregador reduzir o valor da gratificao. (ex-OJ n 303 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) A Smula 372 do TST cria a chamada ESTABILIDADE FINANCEIRA. Assim, nesses caos, a gratificao se incorpora definitivamente ao salrio. Justo Motivo = diferente de falta grave, que enseja a justa causa. O motivo justo do empregador. Integrar salrio = temporrio Incorporar salrio = permanente

*Salrio base Comisses Percentagens Gratificaes Dirias Abonos

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Art. 193/CLT Art. 457, 1 Sm. 191/TST Lei 7.369/85 Sm. 132/TST OU ADICIONAL INSALUBRIDADE Art. 192/CLT Sm. Vinculante 4/STF Sm. 139/TST

Art. 193, 2/CLT

ADICIONAL NOTURNO Art. 73/CLT Sm. 264/TST OJ 259/SDI-1 Art. 7, inc. IX/CF

Salrio mnimo

ADICIONAL HORAS EXTRAS Art. 59/CLT Sm. 264, TST OJ 97, SDI-1 Art. 7, XVI/CF

3.5. CARACTERSITICAS DA REMUNERAO E DO SALRIO 3.5.1. Essencialidade: remunerao encontra-se tanto no conceito de empregado como no de empregador. essencial manuteno e sobrevivncia do trabalhador. 3.5.2. Forfetividade: os salrios so pagos a forfer, (natureza forfetria) ou seja, independente de lucro ou prejuzo do empregador. O art. 7 da CF garante o salrio mnimo ao trabalhor que peceba remunerao varivel, sendo vedado o desconto, conforme pargrafo nico do Art. 78 da CLT:

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CLT Art. 78 Pargrafo nico. Quando o salrio minimo mensal do empregado a comisso ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte varivel, ser-lhe- sempre garantido o salrio minimo, vedado qualquer desconto em ms subsequente a ttulo de compensao. 3.5.3. Periodicidade: a CLT garante a periodicidade mxima mensal. CLT Art. 459. O pagamento do salrio, qualquer que seja a modalidade do trabalho, no deve ser estipulado por perodo superior a um ms, salvo no que concerne a comisses, percentagens e gratificaes. Quando a CLT fala em periodicidade mensal, deve ser fechado o ms, devendo o salrio ser pago at o 5 dia til do ms subseqente ao vencido, em que foi prestado o servio. Ateno: o sbado dia til para efeito de pagamento de salrios. CLT Art. 224. A durao normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancrias e Caixa Econmica Federal ser de seis horas contnuas nos dias teis, com exceo dos sbados, perfazendo um total de trinta horas de trabalho por semana. TST SUM-113 BANCRIO. SBADO. DIA TIL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O sbado do bancrio dia til no trabalhado, no dia de repouso remunerado. No cabe a repercusso do pagamento de horas extras habituais em sua remunerao. O pagamento do salrio fora do prazo legal acarreta juros e correo monetria. Em se tratando das comisses, percentagens e gratificaes, podem ser pagar aps a periodicidade mensal e ao 5 dia til do ms subseqente ao vencido. CLT Art. 466. O pagamento de comisses e percentagens s exigvel depois de ultimada a transao a que se referem. 1 Nas transaes realizadas por prestaes sucessivas, exigvel o pagamento das percentagens e comisses que lhes disserem respeito proporcionalmente respectiva liquidao. 2 A cessao das relaes de trabalho no prejudica a percepo das comisses e percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo.
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No entanto, de acordo com o entendimento atual do TST (maio/2010), a ultimao da transao a que se refere o Art. 466, caput da CLT, significa a simples concluso do contrato ou fechamento do negcio, independentemente do pagamento do preo pelo cliente. Em relao ao 1, somente aps o vencimento pode ser cobrada a comisso, independente do pagamento do preo. Mesmo que haja resciso antes do vencimento das parcelas, devida a comisso. CLT Art. 766. Nos dissdios sobre estipulao de salrios, sero estabelecidas condies que, assegurando justos salrios aos trabalhadores, permitam tambm justa retribuio s empresas interessadas. 3.5.4. Formalidade: o pagamento dos salrios deve ser feito dentro de uma forma prevista em lei. O ato jurdico de pagamento dos salrios ato solene, devendo obedecer a forma prescrita me lei. De acordo com o entendimento dominante do TST juridicamente impossvel a comprovao de pagamentos de salrios de empregado urbano ou rural mediante prova exclusivamente testemunhal. Em se tratando de emprego domstico, vlida a comprovao de pagamento se salrios mediante prova exclusivamente testemunhal, uma vez que, por fora da alinha a do artigo 7 da CLT, esta no aplicada aos domsticos, salvo quando a lei expressamente assim o dizer e em cada caso. perfeitamente possvel que o comprovante de depsito em conta bancria seja recibo suficiente para comprovar o pagamento de salrios, desde que: a) o empregado concorde, b) a conta seja aberta para esse fim, e c) a agncia seja prxima ao local de trabalho. CLT Art. 464 Pargrafo nico. Ter fora de recibo o comprovante de depsito em conta bancria, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crdito prximo ao local de trabalho. Art. 465. O pagamento dos salrios ser efetuado em dia til e no local do trabalho, dentro do horrio do servio ou imediatamente aps o encerramento deste, salvo quando efetuado por depsito em conta bancria, observado o disposto no artigo anterior. O ato jurdico trabalhista de pagamento de salrio altamente formal, tendo dia, hora, e forma prescrita em lei. 3.5.5. Complexidade: os salrios so complexos porque no so compostos de uma parcela s. Art. 457, CLT

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1 Integram o salrio no s a importncia fixa estipulada, como tambm as comisses, percentagens, gratificaes ajustadas, dirias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Salrio complessivo ou recibo complessivo aquele que engloba vrios direitos trabalhistas num s. No permitido. SUM-91, TST, SALRIO COMPLESSIVO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Nula a clusula contratual que fixa determinada importncia ou percentagem para atender englobadamente vrios direitos legais ou contratuais do trabalhador. 3.5.6. Nacionalidade: o salrio deve ser pago em moeda nacional e corrente no pas. CLT Art. 463. A prestao, em espcie, do salrio ser paga em moeda corrente do Pas. Pargrafo nico. O pagamento do salrio realizado com inobservncia deste artigo considera-se como no feito. O tcnico estrangeiro, contratado no estrangeiro para prestar servio no Brasil, pode receber em moeda estrangeira, no todo ou em parte, se assim optar, conforme Dec. 691/69 e Art. 7, XXX/CF. Esse o nico caso em que se permite o recebimento de salrios em moeda estrangeira. Nesse caso, os direitos que ter garantido ser exclusivamente os do contrato. ART. 7, CF. XXX proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; Por origem, pode haver diferenciao. Sum. 201 TST e art. 3, II, da Lei 7.064/82 Empregado contratado no BR para prestar servio no estrangeiro TST SUM-207 CONFLITOS DE LEIS TRABALHISTAS NO ESPAO. PRINCPIO DA "LEX LOCI EXECUTIONIS" (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A relao jurdica trabalhista regida pelas leis vigentes no pas da prestao de servio e no por aquelas do local da contratao. 3.5.7. Irredutibilidade CLT Art. 503. lcita, em caso de fora maior ou prejuzos devidamente comprovados, a

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reduo geral dos salrios dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salrios de cada um, no podendo, entretanto, ser superior a vinte e cinco por cento, respeitado, em qualquer caso, o salrio mnimo da regio. Tal dispositivo no foi recepcionado pela CF, somente sendo possvel a reduo salarial conforme Art. 7, IV e VI, da CF, que unificou o salrio mnimo em todo o territrio nacional e probe a reduo salarial, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo, respectivamente. De acordo com a Lei 4923/65, em seu art. 2, a reduo dos salrios s pode ocorrer por, no mximo, por trs meses, prorrogveis. A lei exige, no entanto, a reduo d ajornada (no exigvel pelo art. 503 da CLT). Alguns autores entendem que a reduo pode ser, inclusive, para valor menos que a hora do salrio mnimo. 3.5.8. Intangibilidade CLT Art. 462. Ao empregador vedado efetuar qualquer desconto nos salrios do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Contrato coletivo = acordo ou conveno coletivo. No h disposio legal tratando do adiantamento, mas pode ser feito desde que o empregador concorde. Disposio legal sobre descontos: a) b) c) d) e) f) IRRF: Lei INSS: Lei 8.212/91 Vale transporte: Lei 7.418/85 Vale alimentao: Lei 6.321/76 Contribuio sindical: Art. 578 da CLT Emprstimo em consignao: Lei 10.820/03 SDI-1 OJ-251 DESCONTOS. FRENTISTA. CHEQUES SEM FUNDOS (inserida em 13.03.2002) lcito o desconto salarial referente devoluo de cheques sem fundos, quando o frentista no observar as recomendaes previstas em instrumento coletivo. CLT Art. 462

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1 Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto ser lcito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrncia de dolo do empregado. CULPA: se houver expressa previso contratual DOLO: sempre O Salrio tanto pode ser pago em espcie como em natura. CLT Art. 82. Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salrio mnimo, o salrio em dinheiro ser determinado pela frmula Sd = Sm P, em que Sd representa o salrio em dinheiro, Sm o salrio mnimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na regio. Pargrafo nico. O salrio mnimo pago em dinheiro no ser inferior a trinta por cento do salrio mnimo fixado para a regio. TST SUM-258 SALRIO-UTILIDADE. PERCENTUAIS (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Os percentuais fixados em lei relativos ao salrio "in natura" apenas se referem s hipteses em que o empregado percebe salrio mnimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade. Utilidades: so bens ou servios que o empregador, por fora de lei, contrato ou costume, fornecer ao empregado de forma habitual, tais como alimentao, moradia, lazer, higiene, vesturio, etc. As utilidades fornecidas de forma habitual e gratuita integram o salrio (logo reflete nas verbas). Assim, o ideal para o empregador descontar um valor (por menor que seja) para que a utilidade no integre o salrio. Exemplo: R$ 540,00 R$ 100,00 Alimentao R$ 60,00 Higiene ___________________ R$ 700,00 R$ 540,00 - R$ 20,00 - R$ 6,00 higiene __________________ R$ 514,00

100,00 (-) 20,00 60,00 (-) 6,00

Caso o empregador seja integrante do PAT - programa de alimentao do trabalhador (Lei 6321/76), mesmo que o empregador no efetue qualquer desconto salarial, a concesso do vale refeio ou ticket alimentao no integrar o salrio do empregado.

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TST SUM-241 SALRIO-UTILIDADE. ALIMENTAO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O vale para refeio, fornecido por fora do contrato de trabalho, tem carter salarial, integrando a remunerao do empregado, para todos os efeitos legais. SDI-1 OJ-133 AJUDA ALIMENTAO. PAT. LEI N 6.321/76. NO INTE-GRAO AO SALRIO (inserida em 27.11.1998) A ajuda alimentao fornecida por empresa participante do programa de alimentao ao trabalhador, institudo pela Lei n 6.321/76, no tem carter salarial. Portanto, no integra o salrio para nenhum efeito legal.

URBANO ALIMENTAO 20% HABITAO 25%

RURAL 25% 20%

TST SUM-258 SALRIO-UTILIDADE. PERCENTUAIS (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Os percentuais fixados em lei relativos ao salrio "in natura" apenas se referem s hipteses em que o empregado percebe salrio mnimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade. Lei 5889/73 Art. 9 Salvo as hipteses de autorizao legal ou deciso judiciria, s podero ser descontadas do empregado rural as seguintes parcelas, calculadas sobre o salrio mnimo: a) at o limite de vinte por cento pela ocupao da morada; b) at vinte e cinco por cento pelo fornecimento de alimentao sadia e farta, atendidos os preos vigentes na regio; c) adiantamentos em dinheiro.

CLT Art. 458. Alm do pagamento em dinheiro, compreende-se no salrio, para todos os efeitos legais, a alimentao, habitao, vesturio ou outras prestaes in natura que a empresa, por fora do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum ser permitido o pagamento com bebidas alc alcolicas ou drogas nocivas. ...

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Existem utilidades que mesmo que o empregador as fornea de forma habitual e gratuita, elas no integram o salrio.

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2 Para os efeitos previstos neste artigo, no sero consideradas como salrio as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I vesturios, equipamentos e outros acessrios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestao do servio; II educao, em estabelecimento de ensino prprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrcula, mensalidade, anuidade, livros e material didtico; III transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou no por transporte pblico; IV assistncia mdica, hospitalar e odontolgica, prestada diretamente ou mediante seguro-sade; V seguros de vida e de acidentes pessoais; VI previdncia privada; Salvo se houver conveno e acordo coletivo, no permitido desconto do vesturio utilizado como fardamento.

CUIDADO! O desconto ser permitido se houver conveno ou acordo coletivo nesse sentido. Fornecer o transporte fornecer a conduo, o meio como o empregado se desloca ao trabalho. diferente de fornecer o vale transporte. Este NO salrio, podendo ser descontado at 6% do salrio do empregado para fornec-lo. De acordo com o STF, caso o empregador fornea o dinheiro para o transporte ao invs do vale, o valor no pode ser considerado salrio. Em tese, no seria possvel descontos referente assistncia mdica. No entanto, de acordo com a smula 342, possvel, visto que representa um benefcio ao empregado. TST SUM-342 DESCONTOS SALARIAIS. ART. 462 DA CLT (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorizao prvia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistncia odontolgica, mdicohospitalar, de seguro, de previdncia privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefcio e de seus dependentes, no afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existncia de coao ou de outro defeito que vicie o ato jurdico. SUM-367 UTILIDADES "IN NATURA". HABITAO. ENERGIA ELTRICA. VECULO. CIGARRO. NO INTEGRAO AO SALRIO (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

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I - A habitao, a energia eltrica e veculo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensveis para a realizao do trabalho, no tm natureza salarial, ainda que, no caso de veculo, seja ele utilizado pelo empregado tambm em atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 ns 131 - inserida em 20.04.1998 e ratificada pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 - inserida em 20.06.2001) II - O cigarro no se considera salrio utilidade em face de sua nocividade sade. (exOJ n 24 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996) Nas frias, o empregado proibido de prestar servios. Logo, se a utilidade fornecida durante as frias, pelo menos durante o seu perodo ela ser considerada salrio. CLT Art. 138. Durante as frias, o empregado no poder prestar servios a outro empregador, salvo se estiver obrigado a faz-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.

3.6. BASE DE CLCULO DOS CRDITOS TRABALHISTAS Observe quais os crditos trabalhistas incidem sobre o salrio e quais incidem sobre a remunerao:
- Aviso prvio

Salrio (base de clculo)

- Horas extras - Horas noturnas - Descanso semanal remunerado

- FGTS

Remunerao (base de calculo)

- Frias Professor ALEXANDRE TEIXEIRA


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- 13 salrio - Indenizao decorrente de resciso antecipada do CTPD

3.6.1. CRDITOS QUE INCIDEM SOBRE O SALRIO

- Aviso Prvio

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O art. 487, 1, da CLT, dispe que o aviso prvio calculado s sobre o SALRIO, ou seja, as gorjetas ficam de fora. CLT Art. 487 1 - A falta do aviso prvio por parte do empregador d ao empregado o direito aos salrios correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integrao desse perodo no seu tempo de servio. Ex.: Se um garom encontra-se cumprindo aviso prvio trabalhado, ele recebe normalmente as gorjetas, que, nesse caso, entram no clculo desse aviso prvio. Caso o aviso prvio fosse indenizado, ele no receberia essas gorjetas e, consequentemente, elas no comporiam o seu valor.

R$2.000,00 Remunerao do garom

R$1.600,00 - gorjetas R$600,00 - salrio

Nesse caso, se o aviso prvio for trabalhado, o garom receber R$2.000,00, se for indenizado, receber ele apenas R$600,00.

- Horas Extras As horas extras, conforme previsto no inciso XVI do art. 7, da Constituio Federal de 1988, que alterou a percentagem disposta no art. 59, 1, da CLT, devero ser pagas com o acrscimo de, no mnimo, 50% sobre o valor da hora normal (SALRIO) que, por sua vez, encontra-se definida na Smula 264 do TST. CLT Art. 59 1 - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho dever constar, obrigatoriamente, a importncia da remunerao da hora suplementar, que ser, pelo menos, 20% (vinte por cento) superior da hora normal. CF/1988 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XVI - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em CINQUENTA POR CENTO do normal; (grifo nosso) TST SUM-264 HORA SUPLEMENTAR. CLCULO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A remunerao do servio suplementar composta do valor da hora normal,

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integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, conveno coletiva ou sentena normativa. Como se pode observar pelo contedo da Smula mencionada, a hora normal composta por salrio, parcelas de natureza salarial e adicionais previstos em lei e no contrato. - Horas Noturnas As horas noturnas so aquelas prestadas entre das 22h de um dia s 5h do dia seguinte (2 do art. 73 da CLT) e tambm so calculadas sobre o salrio, de acordo com o art. 73, caput, da CLT, incidindo sobre elas o adicional mnimo de 20% sobre a hora diurna ou normal, que definida na Smula 264 do TST (salrio + parcelas de natureza salarial + adicionais previstos na lei e no contrato).

CLT Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno ter remunerao superior a do diurno e, para esse efeito, sua remunerao ter um acrscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 2 Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. TST SUM-264 HORA SUPLEMENTAR. CLCULO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A remunerao do servio suplementar composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, conveno coletiva ou sentena normativa. Ex.: Se um garom trabalha madrugada, suas gorjetas no entram para o clculo das horas noturnas.

ATENO! No caso de prestao de HORAS EXTRAS no horrio NOTURNO, h possibilidade de cumulao dos adicionais, inclusive com incidncia de um sobre o outro, conforme prev a OJ 97 da SDI1. SDI-1 OJ-97 HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CLCULO (inserida em 30.05.1997) O adicional noturno integra a base de clculo das horas extras prestadas no perodo noturno. Ex.: Hora normal = R$ 10,00
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Hora Extra = R$ 10,00 (valor da hora normal) + R$ 5,00 (50%) = R$ 15,00 Hora noturna = R$ 10,00 (valor da hora normal) + R$ 2,00 (20%) = R$ 12,00

Hora extra noturna = R$ 12,00 (valor da hora noturna) + R$ 6,00 (50%) = R$ 18,00

De acordo com a OJ 259 da SDI-1 do TST, o mesmo se d com relao ao adicional de periculosidade. Se h trabalho em atividade perigosa noite, o adicional de periculosidade servir de base para o clculo da hora noturna. TST OJ-SDI1-259 ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CLCULO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAO (inserida em 27.09.2002) O adicional de periculosidade deve compor a base de clculo do adicional noturno, j que tambm neste horrio o trabalhador permanece sob as condies de risco. -Descanso ou Repouso Semanal Remunerado DSR ou RSR O descanso semanal remunerado encontra-se previsto no art. 7, inciso XV, da Constituio Federal e no art. 67 da CLT: CF/88 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; CLT Art. 67 - Ser assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de convenincia pblica ou necessidade imperiosa do servio, dever coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Pargrafo nico - Nos servios que exijam trabalho aos domingos, com exceo quanto aos elencos teatrais, ser estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito fiscalizao. O repouso do domingo corresponder sempre ao perodo trabalhado na semana anterior, de forma que, caso o empregador no conceda o DSR no domingo, dever faz-lo entre a segunda-feira e o sbado anterior. Faltando injustificadamente o trabalhador durante a semana, perder ele o direito ao DSR correspondente mesma. Os feriados e DRS trabalhados pelo empregado sero pagos em dobro.

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O art. 7 da Lei 605/49 dispe que a remunerao desse perodo de descanso calculada sobre o SALRIO: Lei 605/1949 Art. 7 A remunerao do repouso semanal corresponder: a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou ms, de um dia de servio, computadas as horas extraordinrias habitualmente prestadas; b) para os que trabalham por hora, sua jornada norma de trabalho, computadas as horas extraordinrias habitualmente prestadas; c) para os que trabalham por tarefa ou pea, o equivalente ao salrio correpondente s tarefas ou peas feitas durante a semana, no horrioo normal de trabalho, dividido pelos dias de servio efetivamente prestados ao empregador; d) para o empregado em domiclio, o equivalente ao quociente da diviso por 6 (seis) da importncia total da sua produo na semana. 1 Os empregados cujos salrios no sofram descontos por motivo de feriados civis ou religiosos so considerados j remunerados nesses mesmos dias de repouso, conquanto tenham direito remunerao dominical. 2 Consideram-se j remunerados os dias de repouso semanal do empregado mensalista ou quinzenalista cujo clculo de salrio mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejam efetuados na base do nmero de dias do ms ou de 30 (trinta) e 15 (quinze) dirias, respectivamente. Observe que a Smula 354 do TST determina que as gorjetas NO servem de base clculo para a parcela referente a DSR, confirmando, ento, o disposto no art. 3 da Lei 605/1949 (j que remunerao salrio mais gorjetas): TST SUM-354 GORJETAS. NATUREZA JURDICA. REPERCUSSES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de servio ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remunerao do empregado, no servindo de base de clculo para as parcelas de aviso-prvio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Importante examinar, por fim, o contedo da Smula 172 do TST, que inclui as horas extras no clculo do DSR: TST SUM-172 REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CLCULO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Computam-se no clculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas (ex-Prejulgado n 52). 3.6.2. CRDITOS QUE INCIDEM SOBRE A REMUNERAO

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- Fundo de Garantia por Tempo de Servio O Fundo de Garantia por Tempo de Servio - FGTS, previsto no art. 7, III, da CF/88 e regulamentado na Lei 8.036/1990, uma espcie de poupana forada do empregado, composta por depsitos mensais correspondentes a 8% sobre a sua REMUNERAO (art. 15 da Lei 8.036/1990), os quais devem ser feitos pelo EMPREGADOR. CF/1988 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: III - fundo de garantia do tempo de servio; Lei 8.036/1990 Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, at o dia sete de cada ms, em conta bancria vinculada, a importncia correspondente a oito por cento da remunerao paga ou devida, no ms anterior, a cada trabalhador, includas na remunerao as parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT e a gratificao de Natal a qe se refere a Lei no 4.090, 13 de julho de 1962, com as modificaes da Lei no 4.749, de 12 de agosto de 1965.(grifo nosso) Conclui-se, assim, que se o empregado receber gorjetas, elas entram para a base de clculo do FGTS. - Frias O direito a frias, previsto no art. 7, inciso XVII, da CF/1988, tambm ter a remunerao como base de clculo, tendo em vista o disposto no art. 142 da CLT. CF/1988 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal; CLT Art. 142. O empregado perceber, durante as frias, a remunerao que lhe for devida na data da sua concesso. 1 Quando o salrio for pago por hora, com jornadas variveis, apurar-se- a mdia do perodo aquisitivo, aplicando-se o valor do salrio na data da concesso das frias. 2 Quando o salrio for pago por tarefa, tomar-se- por base a mdia da produo no perodo aquisitivo do direito a frias, aplicando-se o valor da remunerao da tarefa na data da concesso das frias. 3 Quando o salrio for pago por percentagem, comisso ou viagem, apurar-se- a mdia percebida pelo empregado nos doze meses que precederem a concesso das

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frias. 4 A parte do salrio paga em utilidades ser computada de acordo com a anotao na Carteira de Trabalho e Previdncia Social. 5 Os adicionais por trabalho extraordinrio, noturno, insalubre ou perigoso sero computados no salrio que servir de base ao clculo da remunerao das frias. 6 Se, no momento das frias, o empregado no estiver percebendo o mesmo adicional do perodo aquisitivo, ou quando o valor deste no tiver sido uniforme, ser computada a mdia duodecimal recebida naquele perodo, aps a atualizao das importncias pagas, mediante incidncia dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes. De acordo com o 2 do art. 142, da CLT, caso o empregado receba gorjetas e, conseqentemente, tenha tido uma remunerao varivel durante o perodo aquisitivo, faz-se uma mdia aritmtica, somando-se os valores percebidos nos doze meses desse perodo e dividindo-se esse valor por doze, obtendo-se, como resultado, o valor de remunerao a ser considerado para pagamento das frias. Observe, ainda, que o art. 146, da CLT, igualmente dispe que o pagamento das frias ser calculado sobre o valor da remunerao do empregado: CLT Art. 146 - Na cessao do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, ser devida ao empregado a remunerao simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao perodo de frias cujo direito tenha adquirido. Pargrafo nico - Na cessao do contrato de trabalho, aps 12 (doze) meses de servio, o empregado, desde que no haja sido demitido por justa causa, ter direito remunerao relativa ao perodo incompleto de frias, de acordo com o art. 130, na proporo de 1/12 (um doze avos) por ms de servio ou frao superior a 14 (quatorze) dias. - Dcimo terceiro salrio O art. 7, inciso VIII, da Constituio Federal, indica que o clculo do dcimo terceiro salrio ser sobre a remunerao integral do empregado, devendo-se, dessa forma, levar em considerao as gorjetas por ele recebidas.
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CF/1988 Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: VIII - dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria; O art. 1, 1, da Lei 4.090/1962, confirma esse entendimento: Lei 4.090/62

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Art. 1 No ms de dezembro de cada ano, a todo empregado ser paga, pelo empregador, uma gratificao salarial, independente da remunerao a que fizer jus. 1 A gratificao corresponder a um doze avos da remunerao devida em dezembro, por ms de servio, do ano correspondente. - Indenizao do contrato de trabalho por prazo determinado Conforme o disposto no art. 479, da CLT, a resciso antecipada do contrato por prazo determinado pelo empregador gera para o empregado o direito indenizao correspondente metade da REMUNERAO a que teria direito at o fim do contrato. Art. 479, CLT. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado ser obrigado a pagar-lhe, a ttulo de indenizao, e por metade, a remunerao a que teria direito at o termo do contrato.

CAPTULO 7 RECLAMAO TRABALHISTA


4.1 REQUISITOS Os requisitos da Reclamao Trabalhista esto descritos no 1 do art. 840, da CLT, e por ter natureza jurdica de inicial, tambm no art. 282, do CPC. CLT Art. 840 - A reclamao poder ser escrita ou verbal. 1 - Sendo escrita, a reclamao dever conter a designao do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificao do reclamante e do reclamado, uma breve exposio dos fatos de que resulte o dissdio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. ATENO! A EC n24/1999 substituiu as Juntas por Varas do Trabalho. de suma importncia que as partes sejam qualificadas, pois, quem pede, pede algo a algum e contra algum.
Endereamento
1 ou 2 linhas

Qualificao Fatos
Entre os fatos e o pedido deve haver uma correlao lgica, sob pena de inpcia.

Pedidos (incluindo o de notificao da reclamada e de produo de provas)

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importante (no obrigatrio) que, para casa tese a ser discutida na Reclamao Trabalhista, exista um tpico correspondente, de modo a tornar a prova mais organizada, facilitando a sua execuo e correo. Cada tpico dever conter sua respectiva fundamentao jurdica, que poder ser encontrada na Constituio Federal, na Consolidao das Leis do Trabalho, na legislao esparsa, nas Smulas do STF, STJ e TST, e nas Orientaes Jurisprudenciais do TST. O contedo de cada desses tpicos dever obrigatoriamente constar na concluso (pedido).

ATENO! proibido inventar informaes na prova, devendo-se colocar apenas aquelas que a questo trouxer. Ex.: Se a questo disser que o reclamante operador de telemarketing, coloque essa informao na qualificao, porm, caso a questo no se manifeste sobre sua ocupao, coloque apenas ocupao.

ATENO! Na prova, caso a pea seja reclamao trabalhista, em regra, NO pea honorrios advocatcios, em observao smula 219 do TST, a no ser que a questo deixe bem claro a existncias dos requisitos dispostos no inciso I dessa Smula.
TST SUM-219 HONORRIOS ADVOCATCIOS. HIPTESE DE CABIMENTO (nova redao do item II e inserido o item III redao) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I - Na Justia do Trabalho, a condenao ao pagamento de honorrios advocatcios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), no decorre pura e simplesmente da sucumbncia, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepo de salrio inferior ao dobro do salrio mnimo ou encontrar-se em situao econmica que no lhe permita demandar sem prejuzo do prprio sustento ou da respectiva famlia. (ex-Smula n 219 - Res. 14/1985, DJ 26.09.1985) II - cabvel a condenao ao pagamento de honorrios advocatcios em ao rescisria no processo trabalhista. III - So devidos os honorrios advocatcios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que no derivem da relao de emprego.

Como a Fundao Getlio Vargas (FGV) nos ltimos exames em que a pea foi uma contestao ou recurso ordinrio o candidato tinha que contestar o recorrer da deciso que havia deferido honorrios a

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advogado particular com base na smula 219 e incisos, TST, chega-se lgica concluso de que a entidade que realizada o Exame de Ordem adota o entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, de modo que o pedido de honorrios advocatcios de sucumbncia sem o preenchimentos dos requisitos previstos nos 1 e 2, art. 14, Lei 5584/70 faria com que o candidato incorresse em flagrante equvoco com o perdimento de pontos importantes sua aprovao.

Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

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1. Saco de Plstico Ltda. rescindiu sem justa causa o contrato de trabalho de sua empregada Tereza, sem qualquer pr-aviso e tampouco lhe pagando as verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias a que tinha direito. Sabe-se que Tereza teve seu contrato de trabalho iniciado em 05.03.2008 e rescindido em 25.08.12 e que nunca gozou frias, objeto de regulares queixas por parte da trabalhadora. Tereza prestava 2 horas extras dirias as quais nunca foram pagas. poca de sua dispensa, estava com 4 (quatro) meses de salrios atrasados, sendo o ms de novembro a data-base de sua categoria. Tereza trabalhava dois domingos por ms sem a respectiva folga. Devido a proximidade do perodo de compra de material escolar, trabalhou sem descanso nos dias 25.12.07 e

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01.01.08. Ao dirigir-se CEF, descobriu que os depsitos do FGTS nunca haviam sido feitos. Como advogado (a) da empregada, elaborar a medida judicial cabvel, postulando o quanto for devido. ESPAO DO ALUNO

EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO RECLAMAO TRABALHISTA RECLAMANTE: TEREZA RECLAMADA: SACO DE PLSTICO LTDA

TEREZA, nacionalidade, estado civil, ocupao, portadora do RG de n, residente e domiciliada na Rua, n, Bairro, Cidade, Estado, por intermdio de seu advogado abaixo assinado, vem perante V. Exa., com fulcro no art. 840, 1, da CLT, e no art. 282, do CPC, promover RECLAMAO TRABALHISTA contra SACO PLSTICO LTDA, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade, Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS A reclamante foi admitida em 05.03.08 aos servios da reclamada. Em 25.08.12 foi despedida sem justa causa nada recebendo a ttulo de resciso contratual. Durante todo o contrato, nunca recebeu nem gozou frias. Trabalhava dois domingos por ms sem a respectiva folga e ainda trabalhou os feriados de 25.12.08 e 01.01.09, sem os descansos correspondentes e duas horas extras sem a respectiva contraprestao. A reclamante foi despedida nos 30 dias que antecederam sua data-base (outubro). Por fim, seus salrios estavam atrasados em quatro meses. Nunca houve depsitos do FGTS. II DO DIREITO II.1 DAS HORAS EXTRAS

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Como dito acima, a reclamante prestava duas horas extras, nunca tendo recebido pelas mesmas. O art. 7, inciso XVI, da CF/88 e art. 59, da CLT, estabelecem que o trabalho extraordinrio d direito reclamante ao pagamento destas horas com o adicional de no mnimo 50% sobre o valor da hora normal, de modo que por sua habitualidade devero integrar salrio da ex-empregada para todos os efeitos legais (Smula 376, inciso II, do TST), com reflexos nas frias de todo o perodo, dcimos terceiros, salrio de todo o perodo, aviso prvio, repouso semanal remunerado, FGTS e indenizao de 40% sobre o FGTS. II.2 DO AVISO PRVIO INDENIZADO Tendo em vista a inexistncia de justa causa para a resciso do contrato de trabalho, surge para a reclamante o direito ao aviso prvio indenizado proporcional ao tempo de servio, prorrogando o trmino do contrato da reclamante para o dia 03.10.12, uma vez que aos trinta dias mnimos garantidos pelo 1 do art. 487, da CLT e art. 7o, inc. XXI da CF/88 somam-se mais 3 dias por cada ano alm do primeiro por fora do art. 1o da Lei 12.506/11, correspondendo a mais 39 dias de tempo de servio para todos os efeitos legais tais como dcimo terceiro salrio, frias, FGTS e salrios, com a repercusso das duas horas extras em seu clculo ( 5 do art. 487, da CLT). II.3 DO SALDO DE SALRIOS A reclamante trabalhou 25 (vinte e cinco) dias do ms a de agosto de 2012, nada recebendo a ttulo de saldo de salrios. De acordo com o art. 4 da CLT, considera-se como tempo de servio o tempo a disposio do empregador, integrando-se os dias trabalhados antes de sua dispensa injusta a seu patrimnio jurdico consubstanciando-se direito adquirido de acordo com o inciso IV do art. 7 e inciso XXXVI do art. 5, ambos da CF/88, de modo que faz a reclamante jus ao saldo de salrio de vinte e cinco dias do ms de agosto, com reflexo das duas horas extras. II.4 DOS REPOUSOS SEMANAIS A Constituio Federal garante o repouso semanal preferencialmente aos domingos (art. 7, inciso XV). A reclamante trabalhava dois domingos por ms e nos feriados de natal (25.12.08) e ano novo (01.01.09) trabalhou sem os respectivos descansos, pelo que se impe o pagamento dos dias respectivos em dobro (art. 9 da Lei 605/49), sem prejuzo da remunerao do repouso semanal e dos feriados, de conformidade com a Smula 146, do TST e com a OJ 410 SDI-1, com reflexos das duas horas extras (art. 7, a, da Lei 605/49). II.5 DO PAGAMENTO DE SALRIOS ATRASADOS Quando a reclamante foi injustamente despedida, havia quatro meses que seus salrios estavam atrasados. Como se trata de verba de natureza alimentcia, essencial sobrevivncia do trabalhador e de sua famlia, estabelece a CLT, no pargrafo nico do art. 459, que os salrios, quando estipulados por ms, devero ser efetuados no mais tardar at o quinto dia til do ms subseqente ao da prestao de servios. Assim, devero ser pagos os salrios atrasados acrescidos das duas horas extras dirias.
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II.6 DAS FRIAS DE TODO O PERODO Durante todo o contrato de trabalho que se iniciou em 05.03.2004 e findou em 03.10.08 (j com a projeo do aviso prvio), a reclamante nunca recebeu tampouco gozou frias, pelo que tem direito as frias indenizadas + 1/3, dobradas, dos perodos 2008, 2009 e 2010, de conformidade com os artigos 134 e 137, CLT, perodo simples de frias de 2011 e proporcional (7/12) de 2012, todos acrescidos do tero constitucional em suas formas simples, dobrada e proporcional (art. 7, inciso XVII, da CF/88), sem prejuzo da repercusso das horas extras (art. 142, 5, da CLT). II.7 DO DCIMO TERCEIRO PROPORCIONAL A Lei 4749/65 prev que o empregado despedido sem justa causa tem direito ao perodo incompleto de dcimo terceiro na razo de 1/12 por ms trabalhado ou frao igual ou superior a 15 dias. Assim, tendo o reclamante trabalhado at 03.10.12, tem direito a 9/12 de dcimo terceiro salrio, que dever ser pago com base em sua remunerao acrescidas das horas extras.

II.8 DOS DEPSITOS DO FGTS E DA INDENIZAO DE 40% O reclamante, ao dirigir-se a CEF, constatou que no havia quaisquer depsitos efetuados, pelo que dever V. Exa. condenar a reclamada a efetuar os correspondentes pagamentos sobre a remunerao do empregado durante todo o contrato de trabalho. Requer ainda o recolhimento do FGTS sobre as horas extras, frias e dcimo terceiro. Como o contrato de trabalho foi rescindido sem justa causa, faz jus, a reclamante, indenizao compensatria de 40% sobre os depsitos do FGTS de acordo com o inciso I do art. 7, da CF/88, art. 10, inciso I, do ADCT e art. 18, 1, da Lei 8.036/90, incidindo sobre a totalidade dos depsitos feitos na conta vinculada do trabalhador na poca da comunicao da dispensa (OJ 42, da SDI-1). II.9 DA INDENIZAO COMPLEMENTAR Prev o art. 9 da Lei 7.238/84 que o empregado despedido, sem justa causa, nos trinta dias que antecedem sua data-base (novembro) receber a ttulo de indenizao complementar o valor equivalente a um ms de salrio (Smula 242, do TST), acrescidas das horas extras. Assim, tendo o reclamante sido despedido em 03.10.12, j com a projeo do aviso prvio indenizado (Smula 182, do TST), portanto, nos trinta dias que antecedem sua data-base, far jus indenizao complementar. II.10 DA MULTA DO ART. 477, 8 No prazo estabelecido no art. 477, 6 da CLT, nada foi pago reclamante pelo que se impe o pagamento de uma multa equivalente a um ms de salrio revertida em favor da reclamante de conformidade com o 8 do art. 477, da CLT. II.11 DOS BENEFICIOS DA JUSTIA GRATUITA

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Tendo em vista que o reclamante est desempregado, perfaz os requisitos da gratuidade processual prevista no 3 do art. 790, da CLT e art. 2 da Lei 1.060/50, uma vez que no pode litigar em juzo sem prejuzo do sustento prprio. III DO PEDIDO Diante de todo o exposto, TEREZA requer se digne V. Exa. julgar a TOTALMENTE PROCEDENTE a presente demanda condenando a reclamada no seguinte: a) pagamento e integrao de duas horas extras dirias aos salrios da reclamante refletindo no 13 salrios de todo o perodo, nas frias + 1/3 constitucional de todo o perodo, nos depsitos mensais do FGTS + 40%, no aviso prvio e no saldo de salrios. b) pagamento de aviso prvio indenizado, frias vencidas em dobro 2008, 2009 e 2010, perodo simples de frias de 2011 e proporcional (7/12) de 2012, todas acrescidas do tero constitucional, 13 salrio proporcional 9/12, depsito de FGTS e multa de 40%, indenizao adicional, pagamento de salrios atrasados, dos repousos semanais trabalhados e dos feriados de 25.12.08 e 01.01.09, liberao das guias FGTS, liberao das guias do seguro desemprego, sob pena de indenizao dos valores (smula 389, II/TST), tudo calculado sobre o salrio acrescido das horas extras. Requer a notificao das reclamadas para, querendo, comparecerem a audincia, sob pena de revelia, e contestarem a presente ao, sob pena de confisso quanto a matria de fato; o pagamento das parcelas incontroversas na primeira audincia sob pena de pag-las acrescidas de multa de 50% sobre seu valor (art. 467 CLT); pagamento da multa prevista no 8 do art. 477, da CLT, e os benefcios da justia gratuita por ser pobre na forma da lei. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa, para efeitos meramente fiscais, o valor de R$ ____. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade de Dia de Ms de Ano . ADVOGADO OAB

PEA PRTICO PROFISSIONAL 2. Caetano foi inicialmente contratado em Belo Horizonte em 01.12.10 por prazo determinado de dois anos para prestar servios de garom no Restaurante Mistura Fina Ltda., Anpolis-GO, tendo seu contrato de trabalho rescindido antecipadamente sem justa causa em 20.01.12. Sabe-se que Caetano recebia salrio mnimo, o que constava de sua CTPS. Por fora, recebia gorjetas que nunca repercutiram em suas verbas trabalhistas. Descobriu tambm que no havia qualquer depsito relativo ao FGTS. Ao ser dispensado, recebeu apenas saldo de salrios e as gorjetas relativas ao perodo trabalhado, sem nunca ter gozado frias ou recebido 13 salrio no perodo. Inconformado
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com a despedida e com o no recebimento de seus direitos, Caetano procura voc para defend-lo judicialmente. Promova a pea processual. ESPAO DO ALUNO

EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE ANPOLIS-GO

RECLAMAO TRABALHISTA

CAETANO, nacionalidade, estado civil, garom, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V. Exa., com fulcro no art. 840, 1, da CLT, e no art. 282, do CPC, propor RECLAMAO TRABALHISTA contra RESTAURANTE MISTURA FINA LTDA, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS
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O reclamante foi contratado em Belo Horizonte em 01.12.10, por prazo determinado de dois anos, para prestar servios no Restaurante Mistura Fina Ltda., Anpolis-GO, tendo seu contrato de trabalho rescindido antecipadamente sem justa causa em 20.01.12. Percebia mensalmente um salrio mnimo mais gorjetas, sendo que estas ltimas nunca repercutiram em suas verbas trabalhistas. Ao ser dispensado, recebeu apenas saldo de salrios e as gorjetas relativas ao perodo trabalhado, sem nunca ter gozado frias ou recebido 13 salrio no perodo. II DA REMUNERAO DO RECLAMANTE

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Preceitua o caput do art. 457, da CLT, que se compreendem na remunerao do empregado, para todos os efeitos legais, alm do salrio devido e pago diretamente pelo empregador, as gorjetas que receber. Assim, por fora desse dispositivo legal, as gorjetas devero servir de base de clculo para as frias (art. 142, 2, da CLT), dcimo terceiro salrio (art. 1 da Lei 4.090/62), depsitos do FGTS (art. 15, Lei 8036/90) e indenizao do art. 479, da CLT. Em assim sendo, requer-se se digne V. Exa. a determinar a integrao das gorjetas do reclamante sua remunerao, para todos os efeitos legais. III DAS FRIAS DO PERODO E SUA REMUNERAO Nunca recebeu tampouco gozou frias o reclamante, pelo que lhe so devidas as frias simples do perodo 2010 acrescidas do tero constitucional e as frias de 2011 na proporo de 2/12, tambm acrescidas do tero constitucional, todas calculadas sobre o salrio mnimo acrescido das gorjetas, de acordo com o art. 7, inciso XVII, da CF/88, e arts. 142 e 146, ambos da CLT. V DO DCIMO TERCEIRO SALRIO DO PERODO Preceituam as Leis 4.090/62 e 4.749/65 que o dcimo terceiro salrio ser pago at o dia 20 de dezembro de cada ano (art. 1), sendo ainda certo que a frao igual ou superior a 15 dias de trabalho ser havida como ms integral para efeitos do clculo do 13 salrio. Assim, tendo o reclamante trabalhado 30 dias do ms de dezembro de 2010, faz jus a 1/12 de dcimo terceiro. Tem direito ainda ao dcimo terceiro salrio integral do ano de 2011 e a 1/12 de dcimo terceiro salrio no ano de 2012, tudo calculado sobre a remunerao j acrescidas das gorjetas. VI DOS DEPSITOS DO FGTS Diz o art. 15 da Lei 8.036/90 que todo empregador dever depositar at o dia sete de cada ms na conta vinculada do empregado a importncia correspondente a 8% de sua remunerao devida no ms anterior. O reclamante ao dirigir-se a CEF constatou que no havia quaisquer depsitos efetuados, pelo que dever V. Exa. condenar a reclamada a efetuar os correspondentes pagamentos sobre a remunerao (salrio + gorjetas) do empregado durante todo o contrato de trabalho. VI DA INDENIZAO PELA RESCISO DE CONTRATO O reclamante foi contratado por prazo determinado cujo termo inicial foi 01.12.10 e final deveria ter sido em 01.12.12. No entanto, sem qualquer motivo aparente, o empregador rescindiu de modo antecipado seu contrato de trabalho em 20.01.12, sem o pagamento da indenizao correspondente. De acordo com a Smula 125, TST, quando da resciso antecipada dos contratos a termo, deve-se aplicar o art. 479 na medida em que nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que sem justa causa despedir o empregado ser obrigado a pagar-lhe, a ttulo de indenizao, a metade da remunerao a que teria direito at o termo do contrato. Alm da indenizao do art. 479, da CLT, o art. 14 do Decreto n 99.684/90 estabelece tambm a indenizao equivalente a 40% sobre os depsitos de FGTS.

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VII DA MULTA DO ART. 477 8 CONSOLIDADO No prazo estabelecido no art. 477, 6, da CLT, somente o saldo de salrios e gorjetas do perodo trabalhado foram quitados, ficando as demais parcelas de fora do recibo de quitao, pelo que se impe o pagamento de uma multa equivalente a um ms de salrio revertida em favor da reclamante de conformidade com a redao do 8 do art. 477, da CLT. VIII DOS BENEFICIOS DA JUSTIA GRATUITA Tendo em vista que o reclamante est desempregado, perfaz os requisitos da gratuidade processual prevista no 3 do art. 790/CLT e art. 2/Lei 1.060/50, uma vez que no pode litigar em juzo sem prejuzo do sustento prprio.

IX DO PEDIDO Diante de todo o exposto, CAETANO requer se digne V. Exa. julgar a presente reclamao TOTALMENTE PROCEDENTE, de modo a condenar a reclamada a integrar remunerao do empregado as gorjetas recebidas, a liberar as guias para saque de FGTS, como tambm ao pagamento da indenizao de acordo com o art. 479, CLT, da indenizao equivalente a 40% sobre os depsitos de FGTS, das frias simples do perodo de 2010 e proporcionais (2/12) do perodo de 2011, todas acrescidas do tero constitucional, ao pagamento dos dcimos terceiros salrios atrasados na proporo de 1/12 do ano de 2010, integral de 2011 e 1/12 de 2012, depsitos do FGTS de todo o perodo, todas as parcelas com base na remunerao j acrescida das gorjetas, bem como o pagamento da multa prevista no 8, art. 477, CLT. Requer os benefcios da justia gratuita por ser pobre na forma da lei nos termos do 3 do art. 790, CLT e art. 2/Lei 1.060/50. Requer a notificao das reclamadas para, querendo, comparecerem a audincia, sob pena de revelia, e contestarem a presente ao, sob pena de confisso quanto a matria de fato; o pagamento das parcelas incontroversas na primeira audincia sob pena de pag-las acrescidas de multa de 50% sobre seu valor (art. 467 CLT). Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa, para efeitos meramente fiscais, o valor de R$ ______. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEAS PRTICO PROFISSIONAL PARA RESOLVER EM CASA 3. Emanuele comeou a trabalhar para a empresa Pedra Branca Comercial Ltda na funo de representante de vendas em 02.03.08. Seu salrio era pago a base de comisses sobre as vendas realizadas numa mdia mensal de R$ 1.200,00. Duas vezes por semana viajava para cidades do interior recebendo de seu empregador dirias para viagens no valor de R$ 700,00 mensais. Nos outros dias da semana executava as vendas na capital. Seu trabalho era externo s dependncias da empresa. No entanto, tanto no incio do expediente quanto no final ia a at a empresa prestar contas das vendas realizadas. Em 30.05.12 foi sumariamente despedida e ao indagar seu empregado sobre suas verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias este respondeu que ela no tinha vnculo empregatcio porque era vendedora externa, no tinha controle de jornada e que era representante de vendas. Como advogado de Emanuele promova a ao competente para a garantia de seus direitos.

4. Ana foi admitida na empresa Delta, no dia 1 de julho de 2009, para exercer as funes de assistente administrativo, recebendo um salrio mensal de R$ 1.200,00. Apesar de todo o zelo profissional que Ana emprega ao desenvolver suas funes, a proprietria da empresa Delta, Senhora Maria, em diversas situaes, acusa-a de ser incapaz, chamando-a de burra e incompetente. Tais acusaes so feitas em alta voz e na presena de outros empregados e de clientes da empresa. Inicialmente, Ana, com receio de perder o emprego, desconsiderou as ofensas, mas elas se intensificaram. Ana j no suporta a situao, mas no quer simplesmente pedir demisso e ceder s presses feitas por Maria. Ana gozou frias nos meses de agosto de 2009 e agosto de 2010. Como advogado (a) de Ana defenda seus interesses.

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CAPTULO 8 - TERCEIRIZAO
Ocorre terceirizao quando existem relaes entre pessoas jurdicas que envolvem prestaes de servios, sendo uma relao triangular, angularizada. Em vez de contratar o empregado de forma direta, contrata-se uma empresa interposta, ou seja, contrata-se o empregado mediante terceiros. Uma terceira pessoa/empresa oferece como servio a alocao de mo-de-obra temporria, sendo ela que possui relao contratual com os empregados e no aquela que recebe a prestao dos servios de seus servios. Importante atentar ao fato de que a contratao de trabalhadores por empresa interposta, em regra, ilegal, segundo o entendimento da Smula 331, inciso I, do TST, pois o vnculo empregatcio no se d com aquele que recebe a prestao do servio (o tomador de servios). Por ser uma prtica ilegal, o contrato de trabalho tido como nulo, formando-se o vnculo com o tomador de servios, j que considerado inexistente o contrato de terceirizao. Isso ocorre porque, no Direito do Trabalho, h o princpio da contratao direta, segundo o qual o tomador de servios deve contratar o empregado de forma direta, no podendo se utilizar de terceiros (empresas interpostas). TST SUM-331 CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS. LEGALIDADE (nova redao do item IV e inseridos os itens V e VI redao) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

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I - A contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formando-se o vnculo diretamente com o tomador dos servios, salvo no caso de trabalho temporrio (Lei n 6.019, de 03.01.1974). II - A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, no gera vnculo de emprego com os rgos da Administrao Pblica direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - No forma vnculo de emprego com o tomador a contratao de servios de vigilncia (Lei n 7.102, de 20.06.1983) e de conservao e limpeza, bem como a de servios especializados ligados atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinao direta. IV - O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto quelas obrigaes, desde que haja participado da relao processual e conste tambm do ttulo executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administrao Pblica direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigaes da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI A responsabilidade subsidiria do tomador de servios abrange todas as verbas decorrentes da condenao referentes ao perodo da prestao laboral. 5.1 HIPTESES EM QUE A TERCEIRIZAO PODE SER REALIZADA Existem excees ao princpio da contratao direta, conforme prev a parte final do inciso I, da Smula transcrita, que trata dos trabalhadores contratados temporariamente (Lei 6.019/74), bem como seu inciso III, que trata da contratao por prazo indeterminado de servios de vigilncia, conservao e limpeza, e servios especializados ligados atividade-meio do tomador, desde que ausentes os elementos caracterizadores da relao de emprego. Pode haver contratao temporria nos casos de aumento extraordinrio de trabalho ou substituio provisria de pessoal permanente, como est previsto no art. 2 da Lei n 6.019/74: Lei n 6.019/74 Art. 2 - Trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou acrscimo extraordinrio de servios. A lei exige que o contrato entre a empresa cliente e a empresa de trabalho temporrio seja realizado por escrito, e que o contrato entre a empresa de trabalho temporrio e os trabalhadores temporrios seja por prazo determinado, por escrito, e por no mximo por 3 meses.

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Contrato civil de prestao de servios.


Empresa Cliente ou Tomador de servios

Empresa de terceirizao ou empresa de trabalho temporrio Pessoa Jurdica ou Pessoa Fsica

CPD = 3meses

Trabalhador temporrio

A Empresa de Trabalho Temporrio pode ser pessoa fsica ou jurdica, devendo ter autorizao do Ministrio do Trabalho e Emprego para funcionar. Caso no seja obedecida a forma solene, prevista em lei, do contrato celebrado com a empresa cliente, ser o mesmo nulo, formando-se vinculo com o tomador e passando o contrato a ser por prazo indeterminado. A prestao de servios de carter temporrio ser sempre de natureza urbana, conforme o disposto no art. 4 da Lei 6019/74. Lei 6.019/1974 Art. 4 - Compreende-se como empresa de trabalho temporrio a pessoa fsica ou jurdica urbana, cuja atividade consiste em colocar disposio de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. A lei no permite a prorrogao do prazo de 3 meses, exceto se houver autorizao do Ministrio de Trabalho e Emprego (IN 09/93), conforme dispe o art. 10 da Lei 6.019/74, devendo o pedido ser motivado e encaminhado Superintendncia das Relaes do Trabalho (antiga DRT), no havendo, nesse caso, limite de tempo para a prorrogao Lei 6.019/1974 Art. 10 - O contrato entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora ou cliente, com relao a um mesmo empregado, no poder exceder de trs meses, salvo autorizao conferida pelo rgo local do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social,
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segundo instrues a serem baixadas pelo Departamento Nacional de Mo-de-Obra.

TERCEIRIZAO por prazo indeterminado Smula 331, TST, inc. III, servios de: - Vigilncia; - Conservao; - Limpeza; - Servios especializados ligados atividade-meio do tomador.
Empresa de Prestao de Servios

Empresa Tomadora de Servios

Trabalhador

possvel, ainda, a terceirizao nos servios de vigilncia, servios de conservao, servios de limpeza e servios especializados ligados a atividade meio do tomador. Nesses casos, h de ser verificada se a terceirizao recai apenas sobre a atividade meio da empresa (atividade secundria, viabilizadora da atividade fim), ocasio em que ser lcita a terceirizao e haver, entre tomadora e prestadora do servio, uma relao de direito civil e, entre prestadora e empregados, uma relao trabalhista. No entanto, havendo terceirizao sobre a atividade fim da empresa (atividade principal, sem a qual a empresa no funciona), estar-se- diante de uma terceirizao ilcita, ilegal, utilizada para burlar a legislao trabalhista, no sendo, consequentemente, admitida. O inciso IV da Smula 331, do TST, prev a responsabilidade subsidiria da tomadora de servios no caso de inadimplemento das obrigaes trabalhistas por parte da prestadora, tendo em vista a incidncia da culpa in eligendo e in vigilando.
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Na terceirizao a empresa cliente, tomadora de servios, paga a empresa prestadora de servios, e esta, por sua vez, deve pagar aos empregados. Se a empresa terceirizadora no pagar aos empregados, este pagamento poder ser reclamado empresa cliente, visto que esta sempre ser responsvel subsidiria pelos crditos dos empregados (por mais que a empresa cliente tenha honrado o contrato de forma absoluta). Se a empresa de trabalho temporrio no assumir os crditos trabalhistas dos empregados, em regra, a responsabilidade da empresa tomadora de servios subsidiria, salvo nos casos de falncia, em que a responsabilidade ser solidria.

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Lei n 6.019/74 Art. 16 No caso de falncia da empresa de trabalho temporrio, a empresa tomadora ou cliente solidariamente responsvel pelo recolhimento das contribuies previdencirias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referncia ao mesmo perodo, pela remunerao e indenizao previstas nesta Lei. A responsabilidade subsidiria quando, na execuo, primeiro atinge os bens do devedor principal e se no forem suficientes que os bens da empresa cliente sero atingidos. J se a responsabilidade for solidria, e execuo poder incidir sobre qualquer das empresas, no havendo benefcio de ordem.

ATENO! A empresa tomadora de servios pode ser a Administrao Pblica, mas nunca para terceirizar a atividade fim, salvo nos casos da Lei 6.019/74. Nesses casos, a reclamao trabalhista deve ser interposta em face da empresa de terceirizao com pedido subsidirio Administrao Pblica. Se pedir diretamente a essa, no gera vinculo e somente ser devido saldo de salrio e FGTS. TST SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A contratao de servidor pblico, aps a CF/1988, sem prvia aprovao em concurso pblico, encontra bice no respectivo art. 37, II e 2, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestao pactuada, em relao ao nmero de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salrio mnimo, e dos valores referentes aos depsitos do FGTS. Mesmo que a Administrao Pblica celebre terceirizao ilcita, portanto, ilegal, a formao de vnculo diretamente com o tomador de servios juridicamente impossvel, pois, como no houve a realizao de concurso pblico, violaria a norma constitucional prevista no art. 37, II:
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CF Art. 37 II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao;

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Entre a empresa de terceirizao e a empresa tomadora h contrato de natureza cvel e entre a empresa de terceirizao e os trabalhadores existe contrato de trabalho por prazo indeterminado (contrato de emprego). Os terceirizados, apesar de empregados da Prestadora de Servios, prestam seus servios para a Empresa Tomadora. Se a pessoalidade e a subordinao estiverem presentes o vnculo ser direto, entre trabalhador e tomadora, pois na relao terceirizada no se pode exigir pessoalidade, tampouco se pode subordinar os trabalhadores da prestadora, devendo o tomador se ater sua relao com a prestadora e repassando suas queixas para ela. Terceirizar colocar uma terceira pessoa na relao, passando a relao a ser angularizada e no mais linear, no mais direta. O empregado terceirizado que no tenha recebido suas verbas trabalhistas, indenizatrias e rescisrias dever ajuizar reclamao em face da prestadora e da tomadora, s valendo como ttulo executivo contra a tomadora a sentena em que conste seu nome. Smula 331, TST, inciso IV- O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiria do tomador de servios quanto quelas obrigaes, desde que haja participado da relao processual e conste tambm do ttulo executivo judicial. O STF ao julgar a ADC 16 entendeu constitucional o 1 do art. 71 da Lei 8.666/93. Ou seja, a Administrao, em regra, no ter responsabilidade alguma na terceirizao, exceto se a terceirizao for ilcita, irregular ou houver falta de fiscalizao do contrato por parte da Administrao Pblica, quando a responsabilidade da Administrao ser subsidiria. Assim, a responsabilidade da Administrao no decorre simplesmente do no pagamento das verbas trabalhistas pela empresa prestadora. Art. 71. O contratado responsvel pelos encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais e comerciais resultantes da execuo do contrato. 1o A inadimplncia do contratado, com referncia aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais no transfere Administrao Pblica a responsabilidade por seu pagamento, nem poder onerar o objeto do contrato ou restringir a regularizao e o uso das obras e edificaes, inclusive perante o Registro de Imveis. Smula 331, TST, inciso V- Os entes integrantes da administrao pblica direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigaes da Lei n 8.666/93, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

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Smula 331, TST, inciso VI A responsabilidade subsidiria do tomador de servios abrange todas as verbas decorrentes da condenao referentes ao perodo da prestao laboral. A Lei 9.472/97 - Lei Geral de Telecomunicaes: em seu art. 94, II, permitiu terceirizao por prazo indeterminado na atividade fim. uma grande exceo, pois permite a terceirizao na atividade fim e, ainda, por prazo indeterminado, mas s acontece nas empresas de telecomunicao. Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a concessionria poder, observadas as condies e limites estabelecidos pela Agncia: II - contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessrias ou complementares ao servio, bem como a implementao de projetos associados. Os juzes de primeira instncia, juzes de Tribunais Regionais (desembargadores) e cerca de duas turmas do TST, com base no principio da proteo, tm afastado a aplicao deste artigo. No entanto, o entendimento dominante, que o da SDI (rgo responsvel pela unificao da jurisprudncia no mbito interno do TST), no sentido de ser legtima a aplicao da Lei 9.472/74, pois ela no fere qualquer dispositivo constitucional, de modo que constitucional o inciso II do art. 94 da Lei Geral de Telecomunicaes. De acordo com o entendimento da SDI-1, possvel a terceirizao da atividade fim nos servios de telecomunicao, nos termos do inciso II do art. 94, da Lei 9.472/97.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 5. Alfa Empreendimentos Ltda. firmou contrato de terceirizao com Beta Servios para a prestao de servios de processamento de dados na empresa Alfa. Natanael, processador de dados, contratado de Beta, iniciou os servios em 22.06.09, estendendo-se at 15.10.12 quando seu contrato de trabalho foi rescindido sem justa causa nada recebendo a ttulo de verbas rescisrias e indenizatrias. Durante o perodo, Natanael nunca gozou frias e nem recebeu 13 salrios do perodo, tampouco teve incorporado aos seus salrios as duas horas extras dirias que prestava, apesar de receber religiosamente o pagamento das mesmas. Quando de sua sada, a empresa Beta no pagou nenhuma verba rescisria a Natanael sob a alegativa de que no tinha recursos. Natanael procurou a empresa Alfa, tomadora dos servios, e dela questionou sobre seus direitos. A empresa Alfa mostrou a Natanael o contrato de terceirizao entre as duas empresas em que a empresa Alfa fica isenta de qualquer responsabilidade pelos crditos trabalhistas dos empregados de Beta, documento este registrado em Cartrio. Como advogado de Natanael, faa a pea processual adequada para a defesa de seus direitos. ESPAO DO ALUNO

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DA CIDADE-ESTADO RECLAMAO TRABALHISTA

NATANAEL, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor RECLAMAO TRABALHISTA contra BETA SERVIOS, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado e, subsidiariamente, contra ALFA EMPREENDIMENTOS LTDA, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, CidadeEstado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS O reclamante foi admitido aos servios da primeira reclamada, Beta Servios, em 22.06.2009, para a prestao de servios de processamento de dados na empresa estendendo-se seu contrato de trabalho at 15.10.12, quando foi rescindido sem justa causa nada recebendo a ttulo de verbas rescisrias e indenizatrias. Durante o perodo, Natanael nunca gozou frias e nem recebeu 13 salrios, tampouco teve incorporado aos seus salrios as duas horas extras dirias que prestava, apesar de receber religiosamente o pagamento das mesmas. Quando de sua sada, a empresa Beta no pagou nenhuma verba rescisria a Natanael. II DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA A Smula 331, do TST, estabelece claramente que a contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formando-se o vnculo empregatcio diretamente com o tomador de servios, exceo nos casos de terceirizao de servios especializados ligados atividade-meio do tomador, como o caso de servios de processamento de dados prestados pelo reclamante (Smula 331, inciso III, do TST). Como o tomador de servios a Alfa Empreendimentos Ltda., o inciso IV da Smula 331, do TST, reconhece sua responsabilidade subsidiria, sendo, portanto, legitimado passivo para figurar na presente demanda, no surtindo qualquer efeito sobre os direitos trabalhistas do empregado o fato de haver clusula de excluso de responsabilidade entre Alfa e Beta, clusula esta que contraria o disposto no art. 9, da CLT, sendo nula de pleno direito. III DAS HORAS EXTRAS Como dito acima, a reclamante prestava duas horas extras diariamente, sem

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nunca ter havido sua integrao ao salrio bem como reflexo nas demais verbas. O art. 7, inciso XVI, da CF/88 e o art. 59, da CLT, estabelecem que o trabalho extraordinrio d direito reclamante ao pagamento destas horas com o respectivo adicional, de modo que por sua habitualidade devero integrar salrio do exempregado para todos os efeitos legais (smula 376, inciso II, do TST), com reflexos nas frias de todo o perodo, dcimos terceiros, salrio de todo o perodo, aviso prvio, FGTS e indenizao de 40% sobre o FGTS. IV DO AVISO PRVIO INDENIZADO Tendo em vista a inexistncia de justa causa para a resciso do contrato de trabalho, surge para a reclamante o direito ao aviso prvio indenizado proporcional ao tempo de servio, prorrogando o trmino do contrato da reclamante para o dia 20.11.12, uma vez que o 1 do art. 487, da CLT , art. 7o, inc. XXI da CF/88 e art. 1o da Lei 12.506/11 estabelecem que a no concesso de aviso prvio pelo empregador d direito ao pagamento dos salrios do respectivo perodo, integrando-se ao seu tempo de servio para todos os efeitos legais, correspondendo a mais 36 dias de tempo de servio para efeito de dcimo terceiro salrio, frias, FGTS e salrios, com a repercusso das duas horas extras em seu clculo ( 5, art. 487,da CLT). V DO SALDO DE SALRIOS A reclamante trabalhou 15 (quinze) dias do ms a de outubro de 2012, nada recebendo a ttulo de saldo de salrios. De acordo com o art. 4 da CLT, considera-se como tempo de servio o tempo efetivamente trabalhado pelo empregado, integrando-se os dias trabalhados antes de sua dispensa injusta a seu patrimnio jurdico, consubstanciando-se direito adquirido de acordo com o inciso IV do art. 7 e inciso XXXVI do art. 5, ambos da CF/88, de modo que faz a reclamante jus ao saldo de salrio de quinze dias do ms de outubro, com reflexo das duas horas extras. VI DAS FRIAS DE TODO O PERODO Tem direito o reclamante a seu perodo incompleto de frias acrescido do tero constitucional de conformidade com os art. 146, pargrafo nico da CLT e art. 7, inc. XVII, CF/88. O pargrafo nico do art. 146, CLT, prev o direito do empregado ao perodo incompleto de frias na proporo de 1/12 por ms trabalhado ou frao superior a 14 dias. Em assim sendo, tendo seu contrato iniciado em 22.06.2009 e terminado em 20.11.2012, j com o aviso prvio projetado, faz jus s frias proporcionais de 5/12 acrescidas do tero constitucional. No recebeu o reclamante tampouco gozou frias de todo perodo do contrato de trabalho pelo que tem direito s frias dobradas de 2009, 2010 e simples de 2011, todas acrescidas do tero constitucional, sem prejuzo da repercusso das horas extras (art. 142, 5, CLT).

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VII 13 SALRIO DE TODO O PERODO Preceituam as Leis 4090/62 e 4749/65 que o dcimo terceiro salrio ser pago at o dia 20 de dezembro de cada ano (art. 1), sendo ainda certo que a frao igual ou superior a 15 dias de trabalho ser havida como ms integral para efeitos do clculo do 13 salrio. Assim, tendo seu contrato de trabalho iniciado em 22.06.2009 faz jus remunerao proporcional do dcimo terceiro salrio deste ano na razo de 6/12. Faz jus ainda remunerao integral do dcimo terceiro salrio dos anos 2010 e 2011 e proporcional (10/12) do ano de 2012 uma vez que seu contrato terminou em 20.11.2012 j com a projeo do aviso prvio, tudo acrescido das horas extras prestadas. VIII DOS DEPSITOS DO FGTS E A INDENIZAO SOBRE O FGTS Diz o art. 15 da Lei 8036/90 que todo empregador dever depositar at o dia sete de cada ms na conta vinculada do empregado a importncia correspondente a 8% de sua remunerao devida no ms anterior. Em assim sendo, V. Exa. dever condenar a reclamada a efetuar os depsitos correspondentes ao perodo do aviso prvio indenizado (Smula 305, do TST), sem prejuzo das horas extras habitualmente trabalhadas, devendo ainda a indenizao de 40% prevista no art. 7, inc. I, CF/88, c/c 1 do art. 18 da Lei 8036/90 incidir sobre a totalidade dos depsitos feitos na conta vinculada do trabalhador na poca da comunicao da dispensa (OJ 42, da SDI-1). IX DA MULTA DO ART. 477, 8 CLT No prazo estabelecido no art. 477, 6, da CLT nada foi pago ao reclamante, pelo que se impe o pagamento de uma multa equivalente a um ms de salrio revertida em favor da reclamante de conformidade com o 8 do art. 477, da CLT. X DOS BENEFICIOS DA JUSTIA GRATUITA Tendo em vista que o reclamante est desempregado, perfaz os requisitos da gratuidade processual prevista no 3 do art. 790, da CLT e art. 2 da Lei 1.060/50, uma vez que no pode litigar em juzo sem prejuzo do sustento prprio. XI DO PEDIDO Diante de todo o exposto, NATANAEL requer se digne V.Exa. julgar totalmente procedente a presente ao, condenando a empresa BETA SERVIOS e, SUBSIDIARIAMENTE, a empresa ALFA EMPREENDIMENTOS LTDA a pagar aviso prvio indenizado, saldo de salrios, dcimo terceiro salrio de todo o perodo, frias

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dobradas 2009 e 2010, simples 2011 e proporcionais 5/12 2012, todas acrescidas do tero constitucional, depsitos do FGTS e 40% a ttulo de indenizao, incorporar as duas horas extras dirias ao seu salrio refletindo nas demais verbas. Os benefcios da justia gratuita, por ser o reclamante pobre na forma da lei. Requer a notificao das reclamadas para, querendo, comparecerem a audincia, sob pena de revelia, e contestarem a presente ao, sob pena de confisso quanto a matria de fato; o pagamento das parcelas incontroversas na primeira audincia sob pena de pag-las acrescidas de multa de 50% sobre seu valor (art. 467 CLT); pagamento da multa prevista no 8 do art. 477 da CLT, guias de levantamento do FGTS e do seguro desemprego, sob pena de indenizao (Smula 389, inciso II, do TST). Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa, para efeitos meramente fiscais, o valor de R$ ____. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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CAPTULO 8 - ESTABILIDADE E INQURITO JUDICIAL PARA APURAO DE FALTA GRAVE


A estabilidade, em qualquer de suas modalidades, traduz-se em um limite ao poder potestativo do empregador de despedir arbitrariamente seu empregado (art. 7, inciso I, da CF/88). No Brasil, as espcies de estabilidade encontram-se previstas na Constituio, em leis, em acordos individuais e coletivos e na jurisprudncia. CLT Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;

Para um melhor entendimento sobre os tipos de estabilidade e a necessidade de apurao da falta grave para despedida do empregado estvel, faz-se uma diviso meramente didtica: Estabilidade absoluta Estabilidade relativa Estabilidade forte No existe. Toda e qualquer estabilidade sucumbe perante a falta grave. Toda estabilidade relativa. Exige que a falta grave cometida pelo empregado seja apurada por inqurito judicial, ou seja, o simples fato de o empregado cometer falta grave no garante ao empregador o direito de demiti-lo, devendo a falta grave ser provada no curso do inqurito. o juiz quem vai decidir se houve ou no falta grave. No necessrio o inqurito para apurar a falta grave.

Estabilidade fraca

Perodo de 1967 a 04.10.88 No havia FGTS. Surgimento da Lei 5.107/66, que cria o Nessa poca, era devida a todo FGTS. empregado com mais de um ano de Perodo de 1923 a 1966

Perodo de 05.10.88 at hoje FGTS obrigatrio, conforme art. 7, inciso III, da CF/1988.

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De incio, importante entender como se deu o surgimento do instituto do FGTS, bem como sua relao com a estabilidade decenal. Observe-se os trs perodos distintos dessa evoluo, desde o perodo da estabilidade decenal at hoje:

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tempo de servio que fosse demitido sem justa causa uma indenizao por tempo de servio (art. 477 e art. 478, da CLT) correspondente a um ms da maior remunerao do empregado por cada ano ou frao igual ou superior a 6 meses. Era detentor, porm, de estabilidade decenal, (art. 492, da CLT), o empregado que possua mais de 10 anos de efetivo servio, s podendo ser dispensado se cometesse falta grave, sendo esta apurada mediante inqurito (art. 494 e art. 853, da CLT). Nesses casos, a indenizao seria dobrada, conforme art. 496 e art. 497, da CLT.

OPTANTE: A indenizao corres pondia a 10% sobre os depsitos do FGTS. NO OPTANTE: Indenizao do tempo de servio com possibilidade de adquirir a estabilidade decenal.

A estabilidade por tempo de servio era garantida pelo artigo 492, da CLT, ao empregado que contasse com mais de dez anos de servio na mesma empresa ou grupo de empresa, no podendo ser dispensado a no ser por motivo de falta grave ou fora maior, devidamente comprovados atravs de inqurito judicial para apurao por falta grave (art. 498 e art. 853, da CLT). CLT Art. 498 - Em caso de fechamento do estabelecimento, filial ou agncia, ou supresso necessria de atividade, sem ocorrncia de motivo de fora maior, assegurado aos empregados estveis, que ali exeram suas funes, direito indenizao, na forma do artigo anterior. Art. 853 - Para a instaurao do inqurito para apurao de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentar reclamao por escrito Junta ou Juzo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspenso do empregado. Reconhecida a inexistncia de falta grave ou no comprovada a circunstncia de fora maior capaz de ensejar a ruptura justificada do contrato de trabalho do estvel, caberia reintegrao no primeiro caso e, no segundo, indenizao equivalente a um ms de remunerao por cada ano ou frao igual ou superior a seis meses de servio, paga na forma dobrada (art. 478 c/c art. 497, da CLT). CLT Art. 478 - A indenizao devida pela resciso de contrato por prazo indeterminado ser de 1 (um) ms de remunerao por ano de servio efetivo, ou por ano e frao igual ou superior a 6 (seis) meses.

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1 - O primeiro ano de durao do contrato por prazo indeterminado considerado como perodo de experincia, e, antes que se complete, nenhuma indenizao ser devida. 2 - Se o salrio for pago por dia, o clculo da indenizao ter por base 25 (vinte e cinco) dias. 3 - Se pago por hora, a indenizao apurar-se- na base de 200 (duzentas) horas por ms. 4 - Para os empregados que trabalhem a comisso ou que tenham direito a percentagens, a indenizao ser calculada pela mdia das comisses ou percentagens percebidas nos ltimos 12 (doze) meses de servio. 5 - Para os empregados que trabalhem por tarefa ou servio feito, a indenizao ser calculada na base mdia do tempo costumeiramente gasto pelo interessado para realizao de seu servio, calculando-se o valor do que seria feito durante 30 (trinta) dias. Art. 497 - Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrncia de motivo de fora maior, ao empregado estvel despedido garantida a indenizao por resciso do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro. Muitas vezes, porm, a reintegrao era desaconselhvel em virtude do grau de incompatibilidade gerada pelo dissdio entre empregado e empregador, sendo devido, nesse caso, tambm indenizao equivalente a um ms de remunerao por cada ano ou frao igual ou superior a seis meses de servio, paga na forma dobrada. A doutrina e a jurisprudncia construram a figura da despedida obstativa da estabilidade decenal, reduzindo, jurisprudencialmente, o prazo de 10 (dez) para 09 (nove) anos na medida em que presumia impeditiva de estabilidade a despedida, sem justo motivo, do empregado que alcanasse nove anos de servio na empresa5. Em 1967, com o surgimento da Lei 5.107/66 (hoje Lei 8.036/90), criou-se o Fundo de Garantia por Tempo de Servio. A partir de ento, coexistiram o instituto da estabilidade decenal e o FGTS, cabendo ao empregado optar por um ou outro (origem das expresses optante e no optante). A estabilidade decenal tacitamente desapareceu com a promulgao da atual Carta Poltica que previu a obrigatoriedade do sistema do FGTS para todos os empregados, (com exceo dos empregados domsticos, que esto excludos do sistema do FGTS, at que lei futura venha regular a forma de seu acesso ao regime, cabendo, porm, incluso facultativa pelo empregador), e a conseqente indenizao compensatria de 40% sobre os depsitos da conta vinculada (art. 10, inciso I, ADCT), que veio a substituir as indenizaes previstas no art. 478 e no art. 497, da CLT (indenizao por tempo de servio). ADCT Art. 10 - At que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7, I, da Constituio:
5

SUM-26 ESTABILIDADE (cancelada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Presume-se obstativa estabilidade a despedida, sem justo motivo, do emprega-do que alcanar nove anos de servio na empresa.

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I - fica limitada a proteo nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista no Art. 6, caput e 1, da Lei n 5.107, de 13 de setembro de 1966; Para que o empregador possa demitir um empregado estvel, alm de necessria a ocorrncia de a falta grave, ainda se faz necessrio que tal falta seja comprovada. TST SUM-212 DESPEDIMENTO. NUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o princpio da continuidade da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado. Quando o juiz percebe, no curso do inqurito, que h incompatibilidade entre empregado e empregador, no sendo aconselhvel a reintegrao, converte a mesma em indenizao, nos termos do art. 496, da CLT: CLT Art. 496. Quando a reintegrao do empregado estvel for desaconselhvel, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissdio, especialmente quando for o empregador pessoa fsica, o tribunal do trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao devida nos termos do artigo seguinte. 6.1. ESTVEIS CUJA DEMISSO EXIGE INQURITO JUDICIAL PARA APURAO DE FALTA GRAVE

Nem toda estabilidade enseja inqurito judicial. Vejamos quais as quatro estabilidades em que o inqurito judicial obrigatrio: 6.1.1 Dirigente sindical e seu suplente (art. 8, inciso VIII, da CF e art. 543, 3, da CLT) CF Art. 8 livre a associao profissional ou sindical, observado o seguinte: VIII vedada a dispensa do empregado sindicalizado, a partir do registro da candidatura a cargo de direo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente, at um ano aps o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. CLT Art. 543. O empregado eleito para cargo de administrao sindical ou representao profissional, inclusive junto a rgo de deliberao coletiva, no poder ser impedido do exerccio de suas funes, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossvel o desempenho das suas atribuies sindicais.

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3 Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direo ou representao de entidade sindical ou de associao profissional, at um ano aps o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidao. STF SUM 197 O EMPREGADO COM REPRESENTAO SINDICAL S PODE SER DESPEDIDO MEDIANTE INQURITO EM QUE SE APURE FALTA GRAVE. TST SUM-379 DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQURI-TO JUDICIAL. NECESSIDADE (converso da Orientao Jurisprudencial n 114 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 O dirigente sindical somente poder ser dispensado por falta grave mediante a apurao em inqurito judicial, inteligncia dos arts. 494 e 543, 3, da CLT. (ex-OJ n 114 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997) 6.1.2 Empregado eleito diretor de Sociedade Cooperativa (art. 55, da Lei 5.764/71) Lei 5.764/71 Art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozaro das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543 da Consolidao das Leis do Trabalho (DecretoLei no 5.452, de 1o de maio de 1943). 6.1.3 Empregado eleito representante dos trabalhadores nas Comisses de Conciliao prvia (1 do art. 625-B, da CLT) CLT Art. 625-B 1 vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comisso de Conciliao Prvia, titulares e suplentes, at um ano aps o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. A expresso nos termos da lei diz respeito aos arts. 482, 494 e 853, da CLT. 6.1.4 Empregado nomeado representante dos trabalhadores no Conselho Nacional de Previdncia Social (art. 3, 7, da Lei 8.213/91) Lei 8.213/91 Art. 3 7 Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, assegurada a estabilidade no emprego, da nomeao at um
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ano aps o trmino do mandato de representao, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada atravs de processo judicial. As demais estabilidades (gestante, acidentado, cipeiro) no necessitam de inqurito judicial para apurar a falta grave, bastando a ocorrncia desta para a dispensa por justa causa. So as estabilidades fracas. 6.2. PRAZO PARA INTERPOSIO DO INQURITO JUDICIAL

Cabe ao empregador decidir pela suspenso ou no do empregado estvel quando do cometimento de falta grave. Essa suspenso poder ocorrer nos termos do art. 474, da CLT, podendo perdurar no mximo 30 dias; ou nos termos do art. 494, da CLT, quando ser dada suspenso e interposto o inqurito, perdurando a suspenso at o final deste. CLT Art. 474. A suspenso do empregado por mais de trinta dias consecutivos importa na resciso injusta do contrato de trabalho. Art. 494. O empregado acusado de falta grave poder ser suspenso de suas funes, mas a sua despedida s se tornar efetiva aps o inqurito em que se verifique a procedncia da acusao. Pargrafo nico. A suspenso, no caso deste artigo, perdurar at a deciso final do processo. No primeiro caso, no haver despedida do empregado, mas to somente a suspenso, como forma de punio. J no segundo caso, o empregador pretende demitir o empregado, devendo ajuizar o inqurito para faz-lo. Frise-se que a suspenso do empregado estvel uma opo do empregador, no havendo obrigatoriedade do mesmo em faz-lo. Inqurito Judicial uma simples reclamao trabalhista privativa do empregador em face do empregado estvel. Logo, a formatao da pea de inqurito a mesma de qualquer ao. Deve o empregador ajuizar o inqurito em, no mximo, 30 dias contados da sua suspenso, conforme o disposto no art. 853, da CLT. CLT Art. 853. Para a instaurao do inqurito para apurao de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentar reclamao por escrito Junta ou Juzo de Direito, dentro de trinta dias, contados da data da suspenso do empregado. Esse prazo de 30 dias para ajuizar o inqurito decadencial, de acordo com a Smula 62, do TST, e

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Smula 403, do STF. TST SUM-62 ABANDONO DE EMPREGO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O prazo de decadncia do direito do empregador de ajuizar inqurito em face do empregado que incorre em abandono de emprego contado a partir do momento em que o empregado pretendeu seu retorno ao servio. STF SUM-403 DE DECADNCIA O PRAZO DE TRINTA DIAS PARA INSTAURAO DO INQURITO JUDICIAL, A CONTAR DA SUSPENSO, POR FALTA GRAVE, DE EMPREGADO ESTVEL. Assim, caso o empregador perca o prazo para ajuizar o inqurito, decai seu direito de demitir o empregado por justa causa. No caso de o empregador no optar pela suspenso do empregado estvel, o prazo decadencial de 30 dias ser contado a partir de dois momentos: a) do cometimento da falta grave, quando o empregador tiver conhecimento de qual empregado a praticou; ou b) do conhecimento da autoria da falta grave, nos casos em que o empregador no conhecia o autor da falta grave quando do seu cometimento. Passado esse prazo, decai o direito do empregador, ocorrendo o chamado perdo tcito. Se, no inqurito judicial, o juiz julgar pela procedncia do inqurito, decidindo pela resciso do empregado estvel por justa causa, ter essa deciso efeitos ex tunc, retroagindo at a data da suspenso do empregado. Se o juiz, porm, entender pela improcedncia do inqurito, determinar a imediata reintegrao do empregado, em conformidade ao art. 495, da CLT. CLT Art. 495. Reconhecida a inexistncia de falta grave praticada pelo empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo no servio e a pagar-lhe os salrios a que teria direito no perodo da suspenso.

ATENO! Em uma Reclamao Trabalhista em que o empregado estvel, qualquer que seja a estabilidade, deve ser haver o pedido de reintegrao OU indenizao, alternativamente, cabendo sempre ao juiz essa deciso.

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Princpio da extra petio: muito embora a sentena extra petita no seja admitida, h casos em que o juiz poder decidir sem que haja total conformidade com o pedido. 6.3. ESPCIES DE ESTABILIDADE A seguir, vejamos algumas espcies de estabilidade: 6.3.1 Estabilidade do art. 41, da CF/1988 Outra situao estabilitria a do servidor pbico civil regulada pelo art. 41, da CF/1988 que ingressa nos quadros da administrao pblica obrigatoriamente atravs de concurso de provas ou de provas e ttulos (art. 37, inciso II, 2, da CF/88). O texto refere-se estabilidade aps 03 (trs) anos de efetivo exerccio aos servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico. Assim, os empregados pblicos da administrao direta, autrquica e fundacional da Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal, uma vez ultrapassado o estgio probatrio com a obrigatria avaliao de desempenho por comisso especialmente instituda para esse fim, so beneficirios da estabilidade prevista no Art. 41 CF/886. Adquirida a estabilidade, somente poder o empregado pblico perder o cargo em virtude de sentena judicial transitada em julgado (art. 41, 1, inciso I, da CF/88), ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa (art. 41, 1, inciso II, da CF/88) ou ainda mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho (art. 41, 1, inciso III, da CF/88). J quanto aos servidores pblicos de empresas estatais, assim entendidas as empresas pbicas, sociedades de economia mista e outras entidades controladas pelo Estado que se organizam conforme os modelos da iniciativa privada, explorando atividade econmica na forma do art. 170, da CF/88, a eles no se aplica a estabilidade do art. 41, da CF/887 o que, consequentemente, viabiliza sua dispensa arbitrria pelo empregador estatal8, prescindindo, inclusive, de motivao do ato administrativo. 6.3.2 Estabilidade provisria (garantia de emprego) A estabilidade provisria aquela conferida pela lei a certos empregados por se enquadrarem em determinadas situaes especiais durante a vigncia de seu contrato de trabalho. So denominadas de
6

Smula 390: ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAO DIRETA, AUTRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA PBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICVEL I - O servidor pblico celetista da administrao direta, autrquica ou fundacional beneficirio da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. II - Ao empregado de empresa pblica ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovao em concurso pblico, no garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. 7 Idem 8 OJ-SDI1-247 SERVIDOR PBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PBLICA OU SOCIEDADE DE ECO-NOMIA MISTA. POSSIBILIDADE I - A despedida de empregados de empresa pblica e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso pblico, independe de ato motivado para sua validade; II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT) est condicionada motivao, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado Fazenda Pblica em relao imunidade tributria e execuo por precatrio, alm das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais.

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provisrias porque, ao contrrio daquela adquirida com o tempo de servio, que permanente, esta se encontra limitada durao das condies especiais que lhe deram origem. So elas: 6.3.3 Dirigente Sindical O dirigente sindical tem garantia de emprego desde o registro de candidatura ao cargo de direo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente, at um ano aps o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. estvel tambm o empregado eleito para representao patronal sindical 9. O mandato de 03 anos (inciso VIII do art. 8, da CF/88, c/c 3 do art. 543, da CLT), no podendo o dirigente, nem seu suplente, serem transferidos de seu local originrio de trabalho de modo a afetar ou tornar impossvel o desempenho de suas funes sindicais, salvo expressa anuncia obreira, com a conseqente renncia estabilidade. CF/1988 Art. 8 livre a associao profissional ou sindical, observado o seguinte: VIII - vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente, at um ano aps o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. CLT Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administrao sindical ou representao profissional, inclusive junto a rgo de deliberao coletiva, no poder ser impedido do exerccio de suas funes, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossvel o desempenho das suas atribuies sindicais. 3 - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direo ou representao de entidade sindical ou de associao profissional, at 1 (um) ano aps o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidao. O art. 522, da CLT, limita a sete o nmero de dirigentes sindicais por sindicato10, com seus respectivos suplentes. Para a dispensa motivada do dirigente sindical e de seus suplentes, h necessidade de abertura de inqurito judicial para apurao de falta grave11 (art. 853, da CLT).

Precedente STF RE 217.355-5-MG, Ac. 2 T., 29.08.2000, Rel. Min. Maurcio Corra, LTr 65-02/180). Smula 369: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISRIA I - indispensvel a comunicao, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do 5 do art. 543 da CLT. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituio Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, 3., da CLT a sete dirigentes sindicais e igual nmero de suplentes. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical s goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. (ex-OJ n 145 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) IV - Havendo extino da atividade empresarial no mbito da base territorial do sindicato, no h razo para subsistir a estabilid ade. 11 Vide item 6.
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CLT Art. 522. A administrao do sindicato ser exercida por uma diretoria constituda no mximo de sete e no mnimo de trs membros e de um Conselho Fiscal composto de trs membros, eleitos esses rgos pela Assemblia Geral. 1 A diretoria eleger, dentre os seus membros, o presidente do sindicato. 2 A competncia do Conselho Fiscal limitada fiscalizao da gesto financeira do sindicato. 3 - Constituiro atribuio exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representao e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes pblicos e as empresas, salvo mandatrio com poderes outorgados por procurao da Diretoria, ou associado investido em representao prevista em lei. Art. 853 - Para a instaurao do inqurito para apurao de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentar reclamao por escrito Junta ou Juzo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspenso do empregado. O pedido de demisso do dirigente sindical e seu suplente, mesmo que estes contem com menos de um ano na empresa, ter de ser assistido pelo sindicato da categoria e, na sua falta, pela autoridade do Ministrio do Trabalho ou, ainda, pela Justia do Trabalho, conforme determina o art. 500, da CLT. CLT Art. 500 - O pedido de demisso do empregado estvel s ser vlido quando feito com a assistncia do respectivo Sindicato e, se no o houver, perante autoridade local competente do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social ou da Justia do Trabalho. No garantida estabilidade ao empregado que registra sua candidatura dirigente sindical ou suplente no curso do aviso prvio12. Tambm no garantida estabilidade se h extino da empresa ou filial na qual trabalhava o empregado estvel13, no sendo devida qualquer indenizao14. Os empregados contratados por prazo determinado que se candidatarem ao cargo de dirigente sindical ou suplente, no podero ter seus contratos a prazo rescindidos antecipadamente, no podendo ser dispensados at o seu trmino normal, quando ento haver a extino do contrato e, conseqentemente, a extino da estabilidade adquirida. Caso o sindicato no comunique por escrito empresa, no prazo de 24h, acerca do registro de candidatura de empregado ao cargo de dirigente sindical, no poder este alegar estabilidade caso o
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SUM-369: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISRIA I - indispensvel a comunicao, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do 5 do art. 543 da CLT. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituio Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, 3., da CLT a sete dirigentes sindicais e igual nmero de suplentes. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical s goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. (ex-OJ n 145 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) IV - Havendo extino da atividade empresarial no mbito da base territorial do sindicato, no h razo para subsistir a estabilid ade. 13 Vide item 8 14 Smula 173: SALRIO. EMPRESA. CESSAO DE ATIVIDADES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Extinto, automaticamente, o vnculo empregatcio com a cessao das atividades da empresa, os salrios s so devidos at a data da extino.

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empregador resolva exercer seu direito de dispens-lo imotivadamente15 ( 3 do art. 543, da CLT). O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical s goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito16. Assim, no goza de garantia de emprego o vigilante de rede bancria que eleito dirigente sindical do sindicato dos bancrios. A dispensa imotivada e irregular do dirigente sindical, titular ou suplente, garante sua imediata reintegrao17 ao emprego. No caso de a reintegrao ser impossvel, ou porque o perodo estabilitrio se exauriu, ou mesmo porque o dissdio criado entre patro e empregado desaconselhe a reintegrao18, o Tribunal do Trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao19 que corresponde aos salrios desde a data da despedida at o final da estabilidade, sem prejuzo do aviso prvio20. 6.3.4 Empregados eleitos Diretores de Sociedades Cooperativas Outra modalidade de estabilidade condicionada foi a instituda pela Lei 5764/71 em favor dos empregados eleitos diretores de cooperativas por eles criadas. O art. 55, do referido diploma legal, estendeu as garantias asseguradas pelo art. 543, da CLT, aos empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, desde o registro de sua candidatura at um ano aps o trmino do mandato. Lei 5764/71 Art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozaro das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543 da Consolidao das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943). Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administrao sindical ou representao profissional, inclusive junto a rgo de deliberao coletiva, no poder ser impedido do exerccio de suas funes, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossvel o desempenho das suas atribuies sindicais. 1 - O empregado perder o mandato se a transferncia for por ele solicitada ou voluntriamente aceita. 2 - Considera-se de licena no remunerada, salvo assentimento da empresa ou clusula contratual, o tempo em que o empregado se ausentar do trabalho no desempenho das funes a que se refere este artigo.
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Vide item 8 Vide item 8. . Smula 197 STF: O empregado com representao sindical s pode ser despedido mediante inqurito em que se apura falta grave. 18 Aplicao, em parte, do art. 496, da CLT. 19 Smula 396: ESTABILIDADE PROVISRIA. PEDIDO DE REINTEGRAO. CONCESSO DO SALRIO RELATIVO AO PERODO DE ESTABILI-DADE J EXAURIDO. INEXISTNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA PETITA I - Exaurido o perodo de estabilidade, so devidos ao empregado apenas os sal-rios do perodo compreendido entre a data da despedida e o final do perodo de estabilidade, no lhe sendo assegurada a reintegrao no emprego. II - No h nulidade por julgamento extra petita da deciso que deferir salrio quando o pedido for de reintegrao, dados os te rmos do art. 496 da CLT. 20 Smula 44: AVISO PRVIO A cessao da atividade da empresa, com o pagamento da indenizao, simples ou em dobro, no exclui, por si s, o direito do empregado ao aviso prvio.

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3 - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direo ou representao de entidade sindical ou de associao profissional, at 1 (um) ano aps o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidao. 4 - Considera-se cargo de direo ou de representao sindical aquele cujo exerccio ou indicao decorre de eleio prevista em lei. 5 - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicar por escrito empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleio e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido. O Ministrio do Trabalho e Previdncia Social far no mesmo prazo a comunicao no caso da designao referida no final do 4. 6 - A empresa que, por qualquer modo, procurar impedi que o empregado se associe a sindicato, organize associao profissional ou sindical ou exera os direitos inerentes condio de sindicalizado fica sujeita penalidade prevista na letra a do art. 553, sem prejuzo da reparao a que tiver direito o empregado.

O perodo do mandado do diretor de cooperativa depender do que vier previsto em seu estatuto, no podendo, no entanto, ser superior a 04 anos (art. 47, da Lei 5764/71). Lei 5764/71 Art. 47. A sociedade ser administrada por uma Diretoria ou Conselho de Administrao, composto exclusivamente de associados eleitos pela Assemblia Geral, com mandato nunca superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatria a renovao de, no mnimo, 1/3 (um tero) do Conselho de Administrao. 1 O estatuto poder criar outros rgos necessrios administrao. 2 A posse dos administradores e conselheiros fiscais das cooperativas de crdito e das agrcolas mistas com seo de crdito e habitacionais fica sujeita prvia homologao dos respectivos rgos normativos. indispensvel que o empregador tome conhecimento do registro da candidatura do empregado ao cargo de diretor para que a garantia de emprego possa se operar, obedecendo, assim, ao prazo estabelecido pelo 5 art. 543 CLT, e a Smula 369, inciso I, do TST, aqui aplicada por analogia. CLT Art. 543 5 - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicar por escrito empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleio e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido. O Ministrio do Trabalho e Previdncia Social far no mesmo prazo a comunicao no caso da designao referida no final do 4. TST SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISRIA (nova reda-o dada ao item II) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I - indispensvel a comunicao, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do 5 do art. 543 da CLT. (ex-OJ n 34 da SBDI-1 - inserida em 29.04.1994)

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A garantia de emprego conferida apenas a empregado eleito para cargo de direo, no se estendendo aos suplentes21. A estabilidade para quem ocupa cargo de direo, pouco importando sua denominao como diretor ou conselheiro administrativo, pois, embora o art. 55, da Lei n 5764/71, aluda ao termo "diretor", no se pode afastar o direito estabilidade no caso em que a cooperativa dirigida, de fato e mediante delegao estatutria, por um conselho administrativo que exerce tpicas funes de uma diretoria22. Lei 5764/71 Art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozaro das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543 da Consolidao das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943). O art. 522, da CLT, aplicado, por fora do art. 55, da Lei 5764/71, aos empregados diretores de cooperativas, de modo que fica limitado a apenas 07 (sete) o nmero de diretores com garantia de emprego23. O pedido de demisso de diretor empregado com menos de um ano de empresa s ter validade com a assistncia do sindicato da categoria, na sua falta, pela autoridade do Ministrio do Trabalho ou, ainda, pela Justia do Trabalho (art. 500, da CLT). CLT Art. 522. A administrao do sindicato ser exercida por uma diretoria constituda no mximo de sete e no mnimo de trs membros e de um Conselho Fiscal composto de trs membros, eleitos esses rgos pela Assemblia Geral. 1 A diretoria eleger, dentre os seus membros, o presidente do sindicato. 2 A competncia do Conselho Fiscal limitada fiscalizao da gesto financeira do sindicato. 3 - Constituiro atribuio exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representao e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes pblicos e as empresas, salvo mandatrio com poderes outorgados por procurao da Diretoria, ou associado investido em representao prevista em lei.

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OJ-SDI1-253 ESTABILIDADE PROVISRIA. COOPERATIVA. LEI N 5.764/71. CONSELHO FISCAL. SUPLENTE. NO ASSEGURADA O art. 55 da Lei n 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos diretores de Cooperativas, no abrangendo os membros suplentes. 22 Precedente TST RR 27312 3 T. Rel Min. Conv. Wilma Nogueira de A. Vaz da Silva DJU 21.03.2003. 23 Precedente TST RR 488066 5 T. Rel. Min. Conv. Walmir Oliveira da Costa DJU 09.11.2001 p. 886. 24 Smula 379: DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQURI-TO JUDICIAL. NECESSIDADE O dirigente sindical somente poder ser dispensado por falta grave mediante a apurao em inqurito judicial, inteligncia dos arts. 494 e 543, 3, da CLT.

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Para a dispensa motivada do empregado eleito para ocupar cargo de direo de sociedade cooperativa, h necessidade de abertura de inqurito judicial para apurao de falta grave (art. 853 CLT), consoante aplicao por analogia da orientao jurisprudencial n 114 SDI24, uma vez que o art. 55 do referido diploma legal estendeu as garantias asseguradas pelo art. 543 da CLT.

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No garantida a estabilidade ao empregado que registra sua candidatura no curso do aviso prvio 25. Tambm no garantida estabilidade se h extino da empresa ou filial na qual trabalhava o empregado estvel26, no sendo indevida qualquer indenizao27, mas se resguarda o direito do empregado ao aviso prvio28. A dispensa imotivada e irregular do empregado eleito para cargo de direo de sociedade cooperativa, garante sua imediata reintegrao ao emprego. No caso de a reintegrao ser impossvel, ou porque o perodo estabilitrio se exauriu ou porque o dissdio criado entre patro e empregado desaconselhe a reintegrao29, o Tribunal do Trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao 30 que corresponde aos salrios desde a data da despedida at o final da estabilidade. 6.3.5 Membro da CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidentes estvel o empregado eleito para cargo de direo da CIPA desde o registro da candidatura at um ano aps o trmino do mandado, gozando o seu suplente da garantia de emprego prevista no art. 10, II, a, do ADCT da CF/8831. Os mandatos so de 01 ano, permitida a reeleio. ADCT Art. 10 - At que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7, I, da Constituio: II - fica vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de direo de comisses internas de preveno de acidentes, desde o registro de sua candidatura at um ano aps o final de seu mandato; Note-se que a estabilidade provisria se dirige apenas aos trabalhadores eleitos representantes dos empregados na direo da CIPA, titulares e suplentes, no se dirigindo, portanto, aos representantes designados pelo empregador, que no so eleitos pelos demais obreiros. O art. 165, da CLT, aplicvel aos membros da CIPA, define despedida arbitrria como sendo aquela que no se fundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro.

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Smula 369: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISRIA V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o perodo de aviso prvio, ainda que indenizado, no lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicvel a regra do 3 do art. 543 da Consolidao das Leis do Trabalho. 26 Smula 369: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISRIA IV - Havendo extino da atividade empresarial no mbito da base territorial do sindicato, no h razo para subsistir a estabilidade. 27 Smula 173: SALRIO. EMPRESA. CESSAO DE ATIVIDADES Extinto, automaticamente, o vnculo empregatcio com a cessao das atividades da empresa, os salrios s so devidos at a data da extino. 28 Smula 44: AVISO PRVIO A cessao da atividade da empresa, com o pagamento da indenizao, simples ou em dobro, no exclui, por si s, o direito do empregado ao aviso prvio. 29 Aplicao, em parte, do art. 496 CLT. 30 Smula 396: ESTABILIDADE PROVISRIA. PEDIDO DE REINTEGRAO. CONCESSO DO SALRIO RELATIVO AO PERODO DE ESTABILI-DADE J EXAURIDO. INEXISTNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA PETITA I - Exaurido o perodo de estabilidade, so devidos ao empregado apenas os salrios do perodo compreendido entre a data da despedida e o final do perodo de estabilidade, no lhe sendo assegurada a reintegrao no emprego 31 Smula 339: CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988 I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgao da Constituio Federal de 1988. II - A estabilidade provisria do cipeiro no constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razo de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, no se verifica a despedida arbitrria, sendo impossvel a reintegrao e indevida a indenizao do perodo estabilitrio.

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Art. 165 - Os titulares da representao dos empregados nas CIPA (s) no podero sofrer despedida arbitrria, entendendo-se como tal a que no se fundar em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro. Pargrafo nico - Ocorrendo a despedida, caber ao empregador, em caso de reclamao Justia do Trabalho, comprovar a existncia de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. Assim, os membros titulares e suplentes da CIPA somente podem ser dispensados caso o motivo da resciso contratual seja disciplinar (justa causa) ou ainda por motivos tcnicos, econmicos ou financeiros (no caso de extino da empresa ou estabelecimento no qual trabalho o empregado 32), quando nenhuma indenizao pelo perodo estabilitrio ser devida. A dispensa imotivada e irregular do cipeiro, titular ou suplente, garante sua imediata reintegrao ao emprego33. No caso de a reintegrao ser impossvel, ou porque o perodo estabilitrio se exauriu ou porque o dissdio criado entre patro e empregado desaconselhe a reintegrao 34, o Tribunal do Trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao35 que corresponde aos salrios desde a data da despedida at o final da estabilidade. O registro da candidatura do cipeiro, titular ou suplente, durante o curso do aviso prvio, trabalhado ou indenizado, no garantir sua estabilidade, uma vez que a projeo do contrato de trabalho para o futuro, pela concesso do aviso prvio indenizado, tem efeitos limitados s vantagens econmicas obtidas no perodo de pr-aviso, ou seja, salrios, reflexos e verbas rescisrias36. 6.3.6 Membros do Conselho Curador do FGTS Os membros do Conselho Curador do FGTS, titulares e suplentes, tm direito garanta de emprego desde a nomeao at um ano aps o trmino do mandato de representao, somente podendo ser dispensados por motivo de falta grave, devidamente apurada por meio de processo sindical ( 9 do art. 3, da Lei 8.036/90). Lei 8.036/90 Art. 3o 9 Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, assegurada a estabilidade no emprego, da nomeao at um ano
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SMULA 339: CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988 II - A estabilidade provisria do cipeiro no constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razo de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, no se verifica a despedida arbitrria, sendo impossvel a reintegrao e indevida a indenizao do perodo estabilitrio. 33 Pargrafo nico do art. 165, da CLT. 34 Aplicao, em parte, do art. 496, da CLT. 35 Smula 396: ESTABILIDADE PROVISRIA. PEDIDO DE REINTEGRAO. CONCESSO DO SALRIO RELATIVO AO PERODO DE ESTABILI-DADE J EXAURIDO. INEXISTNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA PETITA I - Exaurido o perodo de estabilidade, so devidos ao empregado apenas os salrios do perodo compreendido entre a data da despedida e o final do perodo de estabilidade, no lhe sendo assegurada a reintegrao no emprego. 36 Smula 371: AVISO PRVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENINCIA DE AUXLIO-DOENA NO CURSO DESTE A projeo do contrato de trabalho para o futuro, pela concesso do aviso prvio indenizado, tem efeitos limitados s vantagens econmicas obtidas no perodo de pr-aviso, ou seja, salrios, reflexos e verbas rescisrias. No caso de concesso de auxlio-doena no curso do aviso prvio, todavia, s se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefcio previdencirio.

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aps o trmino do mandato de representao, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada atravs de processo sindical. No garantida a estabilidade ao empregado que registra sua candidatura no curso do aviso prvio 37 ou se o contrato por prazo determinado. Tambm no garantida estabilidade se h extino da empresa ou filial na qual trabalhava o empregado estvel38, no sendo indevida qualquer indenizao39. A dispensa imotivada e irregular do empregado nomeado para membro, titular ou suplente, do Conselho Curador do FGTS, garante sua imediata reintegrao ao emprego. No caso de a reintegrao ser impossvel, ou porque o perodo estabilitrio se exauriu ou porque o dissdio criado entre patro e empregado desaconselhe a reintegrao40, o Tribunal do Trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao41 que corresponde aos salrios desde a data da despedida at o final da estabilidade. 6.3.7 Membros do Conselho Nacional da Previdncia Social - CNPS Os representantes dos trabalhadores do CNPS, efetivos e suplentes, tm direito garantia de emprego estabilidade desde a nomeao at um ano aps o trmino do mandato, somente podendo ser dispensados por motivos de falta grave, regularmente comprovada por intermdio de processo judicial ( 7 art. 3 Lei 8213/91). No garantida a estabilidade ao empregado que registra sua candidatura no curso do aviso prvio 42 ou se o contrato por prazo determinado. Tambm no garantida estabilidade se h extino da empresa ou filial na qual trabalhava o empregado estvel43, no sendo indevida qualquer indenizao (Enunciado 173 TST)44. A dispensa imotivada e irregular do empregado nomeado para membro, titular ou suplente, do Conselho Nacional da Previdncia Social garante sua imediata reintegrao ao emprego. No caso de a reintegrao ser impossvel, ou porque o perodo estabilitrio se exauriu ou porque o dissdio criado entre patro e empregado desaconselhe a reintegrao45, o Tribunal do Trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao46 que corresponde aos salrios desde a data da despedida at o final da estabilidade.

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Smula 369, inciso V: O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o perodo de aviso prvio, ainda que indenizado, no lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicvel a regra do 3 do art. 543 da Cons olidao das Leis do Trabalho. 38 Smula 369, inciso IV: Havendo extino da atividade empresarial no mbito da base territorial do sindicato, no h razo para subsistir a estabilidade. 39 Smula 173: Extinto, automaticamente, o vnculo empregatcio com a cessao das atividades da empresa, os salrios s so devidos at a data da extino. 40 Aplicao, em parte, do art. 496 CLT. 41 Smula 396, inciso I: Exaurido o perodo de estabilidade, so devidos ao empregado apenas os salrios do perodo compreendido entre a data da despedida e o final do perodo de estabilidade, no lhe sendo assegurada a reintegrao no emprego. 42 Smula 369, inciso V: O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o perodo de aviso prvio, ainda que indenizado, no lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicvel a regra do 3 do art. 543 da Consolidao das Leis do Tr abalho. 43 OJ 86 SDI-1: Dirigente sindical. Extino da atividade empresarial no mbito da base territorial do sindicato. Insubsistncia da estabilidade. 44 Smula 173: Extinto, automaticamente, o vnculo empregatcio com a cessao das atividades da empresa, os salrios s so devidos at a data da extino. 45 Aplicao, em parte, do art. 496 CLT. 46 Smula 396, inciso I: Exaurido o perodo de estabilidade, so devidos ao empregado apenas os salrios do perodo compreendido entre a data da despedida e o final do perodo de estabilidade, no lhe sendo assegurada a reintegrao no emprego.

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6.3.7 Membros da Comisso de Conciliao Prvia vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros das comisses de conciliao prvia, sejam titulares ou suplentes at um ano aps o final do mandato que de um ano permitida uma reconduo (art. 625-B, 2 CLT). Ser composta de 2 a 10 membros, sendo a metade indicada pelos empregados e a outra pelo empregador. No garantida a estabilidade ao empregado que registra sua candidatura no curso do aviso prvio ou se o contrato por prazo determinado. Tambm no garantida estabilidade se h extino da empresa ou filial na qual trabalhava o empregado estvel, no sendo indevida qualquer indenizao47. A dispensa imotivada e irregular do empregado indicado para membro de comisso de conciliao prvia, titular ou suplente, garante sua imediata reintegrao ao emprego. No caso de a reintegrao ser impossvel, ou porque o perodo estabilitrio se exauriu ou porque o dissdio criado entre patro e empregado desaconselhe a reintegrao48, o Tribunal do Trabalho poder converter aquela obrigao em indenizao49 que corresponde aos salrios desde a data da despedida at o final da estabilidade. 6.3.8 Empregada Gestante estvel a empregada, pois fica vedada sua dispensa arbitrria ou sem justa causa, desde a confirmao da gravidez at cinco meses aps o parto (art. 10, II, b, ADCT). O art. 71 Lei 8.213/91 especificou que a segurada tem direito licena maternidade de 28 dias antes e 92 dias depois do parto, totalizando 120 dias. Desde a edio de referida norma, ficou muito difcil precisar o momento exato da confirmao da gravidez, pois no se sabia se essa confirmao se daria perante a prpria empregada ou perante o empregador. Assim, a jurisprudncia do TST manteve-se firme e unssona no sentido de que o desconhecimento do estado gravdico pelo empregador no afasta o direito estabilidade, a reintegrao ou indenizao correspondente50, salvo instrumento normativo em contrrio. Essa estabilidade, contudo, no se confirma quando o estado gravdico se d no curso do aviso prvio 51 ou quando o contrato da empregada de experincia ou qualquer outra modalidade de contrato a prazo determinado52. A dispensa imotivada e irregular da gestante garante sua imediata reintegrao ao emprego 53. No entanto, a garantia de emprego gestante s autoriza a reintegrao se esta se der durante o perodo da estabilidade. Do contrrio, a garantia restringe-se aos salrios e demais direitos correspondentes ao
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Smula 173: Extinto, automaticamente, o vnculo empregatcio com a cessao das atividades da empresa, os salrios s so devidos at a data da extino. 48 Aplicao, em parte, do art. 496 CLT. 49 Smula 396, inciso I: Exaurido o perodo de estabilidade, so devidos ao empregado apenas os salrios do perodo compreendido entre a data da despedida e o final do perodo de estabilidade, no lhe sendo assegurada a reintegrao no emprego. 50 Smula 244, inciso I: O desconhecimento do estado gravdico pelo empregador no afasta o dir eito ao pagamento da indenizao decorrente da estabilidade. 51 Orientao Jurisprudencial n40 SDI-1: Estabilidade. Aquisio no perodo do aviso prvio. No reconhecida. A projeo do contrato de trabalho para o futuro, pela concesso do aviso prvio indenizado, tem efeitos limitados s vantagens econmicas obtidas no perodo do praviso, ou seja, salrios, reflexos e verbas rescisrias. 52 Smula 244, inciso III: No h direito da empregada gestante estabilidade provisria na hiptese de admisso mediante contrato de experincia, visto que a extino da relao de emprego, em face do trmino do prazo, no constitui dispensa arbitrria ou sem justa causa. 53 Pargrafo nico art. 165 CLT.

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perodo de estabilidade54. Enquanto durar o pagamento do salrio-maternidade no poder ser a empregada despedida, pois seu contrato estar suspenso (art. 476 CLT), salvo se o empregador indenizar todo o perodo em que a empregada permanecer afastada do trabalho, sem prejuzo do restante do perodo estabilitrio e do aviso prvio55. 6.3.9 Acidentado do Trabalho O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mnimo de dozes meses, a manuteno do seu contrato de trabalho na empresa, aps a cessao do auxlio-doena-acidentrio, independentemente da percepo de auxlio-acidente (art. 118 Lei 8213/91). A molstia profissional equiparada a acidente de trabalho para efeitos de garantia de emprego, por expressa disposio do art. 20, incisos I e II Lei 8213/91. Para que o empregado adquira o direito garantia de emprego, necessrio que ele se afaste da empresa por mais de 15 dias e haja percepo de auxlio-doena acidentrio56, que se estende durante todo o perodo de recebimento do auxlio-doena e, quando este cessa, at 12 meses depois. Quando do retorno ao trabalho, a lei garante estabilidade complementar de 12 meses no na mesma funo, mas apenas no mesmo emprego, pois poder ter o empregado reabilitado assumir uma outra funo, sem prejuzo dos salrios e das vantagens j incorporadas (art. 468 CLT). A dispensa imotivada e irregular do acidentado do trabalho garante sua imediata reintegrao ao emprego57. No entanto, a garantia de emprego s autoriza a reintegrao se esta se der durante o perodo da estabilidade. Do contrrio, a garantia restringe-se aos salrios e demais direitos correspondentes ao perodo de estabilidade58. Enquanto durar o pagamento do auxlio-doena acidentrio no poder ser o empregado despedido, pois seu contrato estar suspenso (art. 476 CLT), salvo se o empregador indenizar todo o perodo em que o empregado permanecer afastado do trabalho, sem prejuzo dos 12 meses complementares quando da cessao do auxlio-doena acidentrio e do aviso prvio59. O acidente de trabalho ocorrido no curso do aviso prvio, com o afastamento compulsrio do obreiro por mais de 15 dias e a conseqente percepo do auxlio-doena acidentrio60, confere ao trabalhador
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Smula 244, inciso II: A garantia de emprego gestante s autoriza a reintegrao se esta se der durante o perodo de estabilidade. Do contrrio, a garantia restringe-se aos salrios de demais direitos correspondentes ao perodo de estabilidade. 55 Smula 44: A cessao da atividade da empresa, com o pagamento da indenizao, simples ou em dobro, no exclui, por si s, o direito do empregado ao aviso prvio. 56 Orientao jurisprudencial n 230 SDI-1: Estabilidade. Lei n. 8213/91. Art. 118 c/c 59. O afastamento do trabalho por prazo superior a 15 dias e a conseqente percepo do auxlio-doena acidentrio, constituem pressupostos para o direito estabilidade prevista no art. 118 da Lei 8213/91, assegurada por perodo de 12 meses, aps a cessao do auxlio-doena. 57 Pargrafo nico art. 165 CLT. 58 Orientao Jurisprudencial n 116 SDI-1: Estabilidade provisria. Perodo estabilitrio exaurido. Reintegrao no assegurada. Devidos apenas os salrios desde a data da despedida at o final do perodo estabilitrio. 59 Smula 44: A cessao da atividade da empresa, com o pagamento da indenizao, simples ou em dobro, no exclui, por si s, o direito do empregado ao aviso prvio. 60 Orientao jurisprudencial n 135 SDI-1: Aviso-prvio indenizado. Supervenincia do auxlio-doena no curso deste. Os efeitos da dispensa s se concretizam depois de expirado o benefcio previdencirio, sendo irrelevante que tenha sido concedido no perodo do aviso prvio j que ainda vigorava o contrato de trabalho.

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a garantia de emprego. No caso de ocorrer que os 15 primeiros dias de afastamento se dem fora da projeo do aviso, no ser devida a garantia de emprego, visto o contrato encontrar-se interrompido e no suspenso. Registre-se, por pertinente, que o acidentado comum61 no tem direito estabilidade, mas apenas e to-somente suspenso de seu contrato de trabalho62 quando o afastamento do empregado no emprego se der por mais de quinze dias consecutivos, ainda que no curso do aviso prvio, uma vez que os efeitos da dispensa s iro se operar depois de expirado o recebimento do benefcio previdencirio, qual seja, o auxlio-doena comum, no-acidentrio. Por fim, cabe assinalar que no contrato de trabalho por prazo determinado, ainda que de experincia, o acidentado no ter garantia de emprego alm do prazo estipulado63. 6.3.10 Trabalhadores Habilitados e Reabilitados Trabalhadores habilitados so deficientes fsicos e mentais que adquiriram capacidade fsica para o trabalho. Trabalhadores reabilitados so aqueles que perderam sua capacidade para o trabalho em virtude de um acidente comum ou do trabalho64 e depois a adquiriram novamente. A empresa com 100 ou mais empregados a obrigada a preencher de 2 a 5% de seus cargos com beneficirios reabilitados ou pessoas portadoras de deficincia (art. 93 Lei 8213/91). A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente reabilitado, ainda que o contrato seja por prazo determinado, s poder ocorrer aps a contratao de substituto, pois a empresa dever sempre atingir o nmero mnimo de empregados nas condies do art. 93 Lei 8213/91, conforme tabela abaixo: Nmero total de empregados At 200 empregados De 201 a 500 De 501 a 1000 De 1001 em diante Percentual de reabilitados/habilitados 2% 3% 4% 5%

uma estabilidade sem prazo certo, salvo se o empregado cometer falta grave que enseje ruptura do contrato por justa causa ou ainda ocorra outros motivos de ordem tcnica, econmica ou financeira. 6.3.11 Estabilidade do Portador de AIDS No h norma legal que preveja a estabilidade do empregado portador da sndrome da imunodeficincia adquirida (SIDA). No entanto, muitos estudiosos tm defendido que o doente no pode ser despedido pelo empregador, devendo ser reintegrado no emprego.
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Acidentado comum aquele que no enquadrado nas hipteses legais de acidente de trabalho ou molstia profissional (Lei 8213/91 arts. 19 e 20, inc. I). 62 Sobre os efeitos da suspenso e interrupo nos contratos de trabalho a termo, vide captulo 00. 63 Precedentes TST RR 72537 3 T. Rel Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi DJU 27.02.2004. 64 A inseridas as molstias profissionais e comuns.

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A jurisprudncia tem se mantido firme e forte quando o assunto reintegrar empregado portador do vrus HIV65. Assim, caracteriza atitude discriminatria66 ato de empresa que, a pretexto de motivao de ordem tcnica, dispensa empregado portador soropositivo sem a ocorrncia de justa causa e j ciente, poca, do estado de sade em que se encontrava o empregado, devendo o mesmo ser reintegrado. A questo que poder ser dispensado o empregado portador da SIDA que cometer falta grave ou cuja dispensa embasar-se em motivos comprovadamente tcnicos, econmicos ou financeiros. Assim, ao afastar a dispensa meramente discriminatria e garantir a reintegrao, tacitamente os tribunais tm conferido garantia de emprego a este tipo de empregado, sem lhe determinar, porm, o prazo dessa garantia. 6.3.12 Estabilidade por acordo de vontade das partes A primeira vista, tem-se a impresso de que a estabilidade s vlida se prevista em norma legal ou constitucional, sendo sua fonte apenas a norma heternoma67 estatal. No entanto, no se pode considerar invlida, em princpio, estabilidade conferida pela estrita vontade unilateral do empregador ou ajustada por ato jurdico bilateral68 (fonte autnoma do Direito do Trabalho). E assim ocorre porque o Direito do Trabalho admite a aplicao e integrao ao contrato de trabalho do empregado de normas mais favorveis e condies mais benficas ao obreiro. No entanto, a jurisprudncia tem imposto certos limites a essa autonomia de vontade das partes em livremente pactuar condies de estabilidade, em especial no que se refere natureza jurdica do empregador. Assim, o Tribunal Superior do Trabalho, atravs de seu enunciado 35569 e orientao jurisprudencial 27 SDI70, j considerou invlida garantia de emprego concedida a empregado de empresa estatal, mesmo explorando atividade econmica71, porque no aprovada a norma individual pelo Ministrio ao qual a entidade se subordinava. Por outro lado, atendidos os requisitos legais, a jurisprudncia tem aceito como vlida norma coletiva que confere estabilidade suplementar a acidentado72, prorrogando-se no tempo mesmo aps a vigncia do instrumento normativo que previu a garantia de emprego.

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Precedentes TST ERR 439041 SBDI I Rel. Min. Joo Oreste Dalazen DJU 23.05.2003, TST ERR 217791 SBDI I Rel. Min. Vantuil Abdala DJU 02.06.2000 p. 168 e TST ERR 205359/1995 SBDI 1 Rel. Min. Leonaldo Silva DJU 14.05.1999 p. 00043. 66 Pesquisa minuciosa a respeito dessa discriminao encontra-se em FURTADO, Emmanuel Tefilo. Preconceito no Trabalho e a Discriminao por Idade. So Paulo. LTr, 2004 p. 236-248. 67 Sobre normas autnomas e heternomas, vide captulo sobre Fontes do Direito do Trabalho. 68 DELGADO, Maurcio Godinho. Curso de Direito do Trabalho, 3 ed. 2 tir., So Paulo, LTr, 2004. 69 Enunciado 355: O aviso DIREH n. 2, de 12.12.1984, que conc edia estabilidade aos empregados da CONAB, no tem eficcia porque no aprovado pelo Ministrio ao qual a empresa se subordina. 70 Orientao jurisprudencial n 27 SDI-1: CONAB. Estabilidade concedida por norma interna. No assegurada. Aviso DIREH 02/88. 71 DELGADO, Maurcio Godinho. Loc. Cit. 72 Orientao jurisprudencial n 41 SDI-1: Estabilidade. Instrumento normativo. Vigncia. Eficcia. Preenchidos todos os pressupostos para a aquisio de estabilidade decorrente de acidente ou doena profissional, ainda durante a vigncia do instrumento normativo, goza o empregado de estabilidade mesmo aps o trmino da vigncia deste.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 6. Paulo Maluco empregado da empresa Top Secrets Ltda. onde exerce a funo de operador de telemarketing. Em 04 de janeiro de 2005 registrou sua candidatura e em seguida foi eleito para o cargo de dirigente do sindicato de sua categoria profissional. Ato contnuo, Paulo convocou Assemblia Geral para incitar o sindicato patronal elaborao de Conveno Coletiva. Aps vrias rodadas de negociaes, restaram frustradas as tentativas de composio amigvel. Por falta de

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convergncia de interesses, restou impossibilitada a instaurao de instncia ante a redao do 2 do art. 114 da CF/88, e o sindicato profissional resolveu deflagrar greve em conformidade com a lei, pelo que as atividades daquela categoria paralisaram em 12 de abril de 2007. Poucos dias depois, indignado com as intransigncias de seu empregador junto ao movimento paredista, Paulo Maluco, utilizando-se de seu poder poltico junto ao sindicato de sua categoria profissional e a seus colegas de trabalho, descumpriu ordens expressas de seu empregador, fazendo entrar no ptio da empresa a Kombi do sindicato que comeou a instar os outros empregados atravs de auto-falantes a aderirem greve. Ante as represlias, Paulo adentrou os sanitrios munido de um p-de-cabra e comeou a depredar as instalaes. Terminada a ao, policiais entraram no local e levaram Paulo para a delegacia com a conseqente lavratura do boletim de ocorrncia. Como advogado da empresa, promova judicialmente o qu de necessrio em prol dos seus interesses. ESPAO DO ALUNO

EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO INQURITO JUDICIAL PARA APURAO DE FALTA GRAVE RECLAMANTE: TOP SECRETS LTDA RECLAMADO: PAULO MALUKO

I DOS FATOS O reclamado portador de estabilidade provisria por fora da assuno de cargo de dirigente sindical (art. 8, inc. VIII, CF/88). Aps a deflagrao de greve, o reclamado, no conformado com a intransigncia de seu empregador, desobedecendo expressamente seus superiores hierrquicos, fez entrar no ptio da

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TOP SECRETS LTDA, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor INQURITO JUDICIAL PARA APURAO DE FALTA GRAVE contra PAULO MALUKO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

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empresa a Kombi do sindicato e comeou a perturbar a ordem interna da empresa, conclamando os trabalhadores a aderirem ao movimento pardista. Com a retirada da Kombi das dependncias da empresa, o reclamado, totalmente descontrolado, adentrou os sanitrios munido de um p-de-cabra e comeou a depedrar patrimnio da empresa, pelo que a polcia foi acionada, recolhendo o reclamado delegacia onde foi lavrado boletim de ocorrncia. II DA NECESSRIA ABERTURA DE INQURITO JUDICIAL Por fora do inciso VIII do art. 8 da CF/88 e 3 do art. 543/CLT, vedada a dispensa do empregado sindicalizado desde o registro da candidatura a cargo de dirigente sindical at um ano aps o trmino de seu mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Quando a norma constitucional se referiu demisso por falta grave nos termos da lei, referiu-se aos arts. 482, 494 e 853 da Consolidao, na medida em que disciplinam as faltas graves e o Inqurito Judicial para apurao da respectiva falta, sendo este condio necessria para a validade da demisso de empregado com garantia de emprego, o que torna evidente o cabimento do presente inqurito, uma vez que a despedida do empregado estvel somente se tornar efetiva aps o inqurito em que se verifique a procedncia da acusao, de acordo com a redao do art. 494, CLT, em sua parte final. Referido entendimento est de acordo com as smulas 379 do Tribunal Superior do Trabalho e 197 do Supremo Tribunal Federal: Smula 197. O empregado com representao sindical s pode ser despedido mediante inqurito em que se apure a falta grave. Smula 379. Dirigente Sindical. Despedida. Falta grave. Inqurito judicial. Necessidade. O dirigente sindical somente poder ser dispensado por falta grave mediante apurao em inqurito judicial, inteligncia dos artigos 494 e 543, 3, da CLT. E em se tratando de dirigente sindical (art. 8, inc. VIII, CF/88), a falta grave somente poderia ser apurada mediante a forma estabelecida no art. 853 da CLT. Demonstradas as condutas faltosas ensejadoras da ruptura do contrato de emprego de trabalhador estvel, dever este juzo reconhecer a resciso com justa causa com pagamento ao empregado apenas do saldo de salrios e frias vencidas acrescidas do tero constitucional, tudo calculado sobre sua remunerao. III DAS FALTAS GRAVES COMETIDAS Ainda que privilegiado pela garantia provisria, esta no absoluta, de modo que poder ser demitido empregado estvel caso venha a cometer qualquer das faltas graves previstas no art. 482, CLT.

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No caso em exame, duas foram as faltas cometidas pelo reclamado portador de garantia de emprego: insubordinao e ato de improbidade. A primeira deveu-se pelo fato de ter o reclamado feito entrar a Kombi do sindicato para inflamar os nimos de seus colegas de trabalho a aderirem ao movimento paredista, incorrendo em gritante insubordinao, conforme prevista na letra h do art. 482, CLT, por desrespeito s ordens expressas de seus superiores hierrquicos em sentido contrrio. O ato de improbidade (art. 482, letra a/CLT) consubstanciou-se a partir do momento em que o reclamado, descontrolado, adentrou os sanitrios da empresa e munido de um instrumento contundente comeou a depredar o que na sua frente encontrava, somente cessando o vandalismo com a chegada da polcia que o subjugou fisicamente, encaminhando-o a delegacia mais prxima, onde foi ento feito o boletim de ocorrncia respectivo. IV DO PEDIDO Diante do exposto, TOP SECRETS LTDA requer se digne Vossa Excelncia acolher a presente ao porque cabvel, julgando TOTALMENTE PROCEDENTE o pedido e declarando extinto, por justa causa, o contrato de trabalho, com o pagamento ao requerido apenas do saldo de salrios e das frias vencidas acrescidas do tero constitucional.
Requer a notificao do reclamado para, querendo, comparecer a audincia, sob pena de revelia, e contestarem a presente ao, sob pena de confisso quanto a matria de fato ,

prosseguindo o feito em seus ulteriores termos. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. D-se causa o valor de R$ ____ Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

PEA PRTICO PROFISSIONAL 7. Alberto foi contratado por uma empresa de prestao de servios de informtica, na funo de tcnico, para trabalhar em favor de um grande banco privado. Depois de dois anos, ao verificar que seu salrio no recebera o mesmo reajuste concedido a um colega admitido na mesma data, procurou um advogado para dar incio a ao na justia do trabalho com o objetivo de cobrar as

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diferenas salariais resultantes da aplicao do ndice de reajuste concedido ao colega, alm de seus reflexos. Antes mesmo de ingressar em juzo, a inteno de Alberto chegou ao conhecimento do empregador, que o convocou para uma reunio, realizada na presena de outros empregados. Ao ser inquirido acerca de sua inteno de processar a empresa, Alberto confirmou seu propsito e alegou que se sentia preterido e injustiado, j que sempre cumprira suas funes com o mesmo nimo que o colega beneficiado. Aps o encerramento da reunio, Alberto, firme em sua deciso de ingressar com reclamao trabalhista, o que fez logo na semana seguinte, passou a ser alvo de desprezo por parte de seus superiores, que comearam a ignor-lo e a reduzir substancialmente suas atribuies, a ponto de o deixarem sem qualquer atividade durante mais de dois meses. Nesse perodo, comparecia diariamente ao trabalho, ali permanecendo sem executar nenhuma tarefa, o que passou a chamar a ateno de todos. Essa situao permaneceu inalterada por mais um ms, quando Alberto no mais a suportou e procurou seu advogado para que fossem adotadas as medidas legais cabveis. ESPAO DO ALUNO

EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DA CIDADE-ESTADO RECLAMAO TRABALHISTA COM PEDIDO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS ALBERTO, nacionalidade, estado civil, tcnico, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor RECLAMAO TRABALHISTA COM PEDIDO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS contra EMPRESA PRESTAO DE SERVIOS, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado e, subsidiariamente, contra BANCO PRIVADO, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, CidadeEstado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS Alberto foi contratado por uma empresa de prestao de servios de informtica, na funo de tcnico, para trabalhar em favor de um grande banco privado. Em decorrncia de pedido judicial de equiparao salarial, Alberto passou a ser alvo de desprezo por parte de seus superiores, que comearam a ignor-lo e a

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reduzir substancialmente suas atribuies, a ponto de o deixarem sem qualquer atividade durante mais de dois meses. Nesse perodo, comparecia diariamente ao trabalho, ali permanecendo sem executar nenhuma tarefa, o que passou a chamar a ateno de todos, causando-lhe constrangimentos. II DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA A smula 331, TST, estabelece claramente que a contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formando-se o vnculo empregatcio diretamente com o tomador de servios, a exceo nos casos de terceirizao de servios especializados ligados atividade-meio do tomador, como o caso de servios de informtica prestados pelo reclamante (sum. 331, inc. III, TST). Como o tomador de servios o Banco Privado, o inc. IV da sm. 331 reconhece sua responsabilidade subsidiria, sendo, portanto, legitimado passivo para figurar na presente demanda. III DA FALTA GRAVE DO EMPREGADOR ASSDIO MORAL O art. 483 da CLT prescreve que o empregado poder considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenizao quando o empregador no cumprir com as obrigaes do contrato (art. 483, d). Sendo certo que uma das principais obrigaes do contrato por parte do empregador a dao de servios ao empregado, o fato de lhe deixar no emprego sem servios descumprimento contratual. Tal atitude, segundo abalizada doutrina, configura-se em assdio moral na medida em que acoberta a real inteno do empregador que desestimular o empregado a continuar nos servios, fazendo com que o mesmo pea demisso. Alm do mais, a atitude do empregador coincidentemente comeou a acontecer logo aps o ingresso de ao judicial proposta por Alberto contra seu empregador visando equiparao salarial, o que corrobora com a tese do assdio moral. Tal fato, pblico e notrio, tem causado constrangimento a Alberto perante seus colegas de trabalho, deixando-o psicologicamente abalado, incorrendo o empregador noutra falta grave, qual seja, a prevista no art. 483, e da CLT, na medida em que o empregador ao negar-lhe a prestao de servios o est fazendo passar por incompetente perante seus colegas de trabalho maculando de forma indelvel sua honra profissional. IV DO DANO MORAL Aps a EC 45, a Justia do Trabalho passou a ser a competente para processar e julgar as aes de indenizao por dano material e moral decorrentes da relao de trabalho, pelo que deve a presente demanda ser processada na justia especializada do trabalho, de acordo com o art. 114, inciso VI, da CF/88 e com a

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Smula 392, do TST. Os arts. 186 e 927 do Cdigo Civil prevem que aquele que por ao ou omisso, negligncia ou imprudncia causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, tem obrigao de reparar. A reparao do dano ainda encontra guarida na prpria Constituio Federal, nos art. 5, incs. V e X, na medida em que se protege a privacidade, intimidade, honra, boa fama e se indeniza tais mculas ao patrimnio moral do trabalhador. Diante do constrangimento por que tem passado o reclamante, tem ele direito ao ressarcimento por dano moral em valor a ser arbitrado pelo juzo. V DO AVISO PRVIO De acordo com o art. 487, CLT, nos contratos a prazo indeterminado, a parte que sem justo motivo quiser rescindir o contrato dever pr-avisar a outra com antecedncia mnima de 30 dias (art. 7, inc. XXI, CF/88). Em virtude da no comunicao prvia da resciso contratual, devido pela empresa os salrios correspondentes aos 30 dias do aviso, inclusive na despedida indireta (art. 487, 4, CLT). VI 13 SALRIO PROPORCIONAL A Lei 4.090/62 dispe que o pagamento do 13 salrio, previsto na Lei 4.749/65, ser proporcional quando houver resciso sem justa causa dos contratos sem prazo, na proporo de 1/12 por ms trabalhado ou frao igual ou superior a 15 dias. VII DAS FRIAS Tem direito o reclamante ao seu perodo completo de frias, acrescido do tero constitucional de conformidade com o art. 129, 134, CLT e c/c art. 7, inc. XVII, CF/88. O pargrafo nico do art. 146, CLT, prev o direito do empregado ao perodo incompleto de frias na proporo de 1/12 por ms trabalhado ou frao superior a 14 dias. VIII DA INDENIZAO SOBRE O FGTS Diz o art. 15 da Lei 8.036/90 que todo empregador dever depositar, at o dia sete de cada ms, na conta vinculada do empregado, a importncia correspondente a 8% de sua remunerao devida no ms anterior. Em assim sendo, V. Exa. dever condenar a reclamada a efetuar os depsitos relativos ao perodo do aviso prvio indenizado (Smula 305, do TST), devendo ainda a indenizao de 40% prevista no art. 7, inciso I, CF/88, c/c 1 do art. 18 da Lei 8036/90 incidir sobre a totalidade dos depsitos feitos na conta vinculada do trabalhador na poca da comunicao da
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dispensa (OJ 42, da SDI-1). IX SALDO DE SALRIOS De acordo com o art. 4 da CLT, considera-se como tempo de servio o tempo efetivamente trabalhado pelo empregado. Assim, tendo em vista que os incisos IV e XIII, do art. 7, da CF/88 preveem como regra geral o salrio-hora como modo normal de sua aferio, tendo o empregado cumprido sua jornada normal de trabalho, incluindo-se a o repouso semanal remunerado, tem direito adquirido aos salrios dos dias trabalhados (art. 5, inc. XXXVI, CF/88). X DA MULTA DO ART. 477, 8, DA CLT No prazo estabelecido no art. 477, 6 da CLT nenhuma parcela foi paga pelo que se impe o pagamento de uma multa equivalente a um ms de salrio revertida em favor da reclamante de conformidade com o 8 do art. 477/CLT. IX DOS BENEFICIOS DA JUSTIA GRATUITA Tendo em vista que o reclamante pobre na forma da lei, perfaz os requisitos da gratuidade processual prevista no 3 do art. 790, CLT e art. 2 da Lei 1.060/50, uma vez que no pode litigar em juzo sem prejuzo do sustento prprio. XII DO PEDIDO Diante de todo o exposto, ALBERTO requer se digne V.Exa. julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente reclamao, reconhecendo a despedida indireta e a indenizao por danos morais, condenando as reclamadas Empresa de Prestao de Servios e subsidiariamente Banco Privado no pagamento de dano morais, condenao no pagamento de aviso prvio, dcimo terceiro, frias, FGTS e 40% sobre os depsitos de FGTS, liberao das guias do FGTS e seguro desemprego, sob pena de indenizao (Smula 389, inciso II, do TST). Requer a notificao das reclamadas para, querendo, comparecerem a audincia, sob pena de revelia, e contestarem a presente ao, sob pena de confisso quanto a matria de fato; o pagamento das parcelas incontroversas na primeira audincia sob pena de pag-las acrescidas de multa de 50% sobre seu valor (art. 467 CLT); pagamento da multa prevista no 8 do art. 477 da CLT. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa o valor de R$ ____. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano.

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ANTECIPAO DE TUTELA X AO CAUTELAR NO PROCESSO DO TRABALHO Jurisdio o poder que o estado tem de dizer o direito no caso concreto. Quando se precisa de uma liminar, o certo entrar com cautelar ou com pedido de antecipao de tutela? Isso importante porque se ajuizarmos a medida errada, o erro dar ensejo extino do feito sem resoluo do mrito, por falta de interesse de agir, que a adequao entre a lide e a ao, pois toda lide corresponde a ao. Requerer um pedido usando uma ao errada resulta em carncia de ao por falta de interesse de agir. A ao cautelar medida de natureza no satisfativa e tem como requisitos o fumus boni iurus e o periculum in mora, visando assegurar o resultado til do processo principal. Portanto, no viabiliza a satisfao do direito, mas apenas o assegura para que seja satisfeito na ao principal. Do contrrio, na tutela antecipada, que medida de natureza satisfativa, no se pretende assegurar o resultado til do processo principal, mas sim a prpria satisfao do direito afirmado, sendo seus requisitos, alm do fumus boni iurus e o periculum in mora, a existncia de prova inequvoca da verossimilhana da alegao, isto , da plausibilidade da pretenso de direito material afirmado, no se mostrando suficiente o mero fumus bonis iuris, requisito tpico do processo cautelar, e a irreparabilidade do dano. Se voc tem dvida entre pedir a antecipao de tutela ou ajuizar ao cautelar, parta do princpio que tudo ao cautelar. Se der certo, cautelar; se no der, voc dever pedir antecipao de tutela. Ao preparatria Ao cautelar Ao principal
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Tem sentido duas aes com o mesmo objeto? Se na dvida voc perceber que as duas aes (preparatria e principal) tero o mesmo objeto, a ao correta ser a antecipao de tutela. Vejamos: Ao cautelar divide-se em duas: ao cautelar preparatria e ao principal. Na cautelar preparatria quer-se que o juiz resguarde o direito do autor, no lhe sendo antecipado o direito, mas apenas e to

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somente resguardado. O direito que se requer ao juiz que resguarde um direito futuro.

Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 8. Lula Molusco empregado de Siri Cascudo Ltda. exerce a funo operador de mquinas. Em 04 de janeiro de 2008 registrou sua candidatura e em seguida foi eleito para o cargo de dirigente do sindicato de sua categoria profissional. Tempos depois, Lula Molusco convocou Assemblia Geral

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para incitar o sindicato patronal elaborao de Conveno Coletiva. Aps vrias rodadas, restaram frustradas as tentativas de composio em negociao coletiva. Por falta de convergncia de interesses, ficou impossibilitada a instaurao de instncia ante a redao do 2 do art. 114 da CF/88, tendo o sindicato profissional resolvido fazer piquetes no passeio pblico existente defronte a empresa. Lula era dos mais fervorosos ativistas, conclamando os empregados do estabelecimento a reivindicarem melhores condies de trabalho, para isso utilizando-se de auto-falantes estrategicamente instalados na Kombi do sindicato. Indignado com a atitude de Lula, seu empregador, em 15.05.08, resolveu rescindir o contrato de trabalho por justa causa porque achou que aquela atitude era incompatvel com os regulamentos internos de sua empresa. sabido que Lula Molusco prestava 2 horas extras por dia sem nunca ter recebido o adicional equivalente. Como advogado de Lula, defenda seus direitos. ESPAO DO ALUNO

EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO RECLAMAO TRABALHISTA COM PEDIDO LIMINAR DE ANTECIPAO DE TUTELA LULA MOLUSCO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor RECLAMAO TRABALHISTA COM PEDIDO LIMINAR DE ANTECIPAO DE TUTELA contra SIRI CASCUDO LTDA, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS Em 04 de janeiro de 2004, o reclamante registrou sua candidatura e foi eleito para o cargo de dirigente sindical do sindicato de sua categoria. Aps tentativas frustradas de celebrao de Conveno Coletiva de trabalho, encampou o reclamante juntamente com seu sindicato a realizao de piquetes no passeio pblico em frente a empresa para a qual presta servios, pelo que conclamou seus colegas de trabalho a reivindicarem por melhores condies de trabalho. Em represlia, o empregador
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resolveu demitir o reclamante porque achou que aquela atitude ia de encontro aos regulamentos internos da empresa. Durante todo o perodo do contrato, o reclamante trabalhou duas horas extras por dia, sem nunca ter recebido o adicional correspondente. II DA GARANTIA DE EMPREGO DO RECLAMANTE Estabelece o art. 8, inc. VIII da Constituio Federal que vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direo ou representao sindical e, quando eleito, ainda que suplente, at um ano aps o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. A garantia de emprego, que no privilgio pessoal, mas do cargo ocupado, conferida ao dirigente sindical para que este possa exercer suas funes sindicais sem sofrer qualquer tipo de represlias por parte de seu empregador, dentre as quais encontra-se a despedida sem justa causa, de modo que dever ser o trabalhador mantido no emprego at um ano aps o trmino do mandato (art. 543, caput e 3, CLT). III DA NULIDADE DA DISPENSA NECESSIDADE DE INQURITO Dada a garantia de emprego constitucionalmente conferida aos dirigentes sindicais (art. 8, inc. VIII, CF/88), sendo sua dispensa somente possvel por justa causa nos termos da lei, deveria o empregador ter procedido instaurao de Inqurito Judicial para Apurao de Falta Grave nos termos do art. 853, CLT. Referido entendimento est de acordo com as smulas 379 do Tribunal Superior do Trabalho e 197 do Supremo Tribunal Federal: Smula 197. O empregado com representao sindical s pode ser despedido mediante inqurito em que se apure a falta grave. Smula 379. Dirigente Sindical. Despedida. Falta grave. Inqurito judicial. Necessidade. O dirigente sindical somente poder ser dispensado por falta grave mediante apurao em inqurito judicial, inteligncia dos artigos 494 e 543, 3, da CLT. Alm de no ter sido observada a formalidade legal, no cometeu o reclamante qualquer das faltas previstas no art. 482, CLT, uma vez que a terminantemente vedado s empresas praticarem quaisquer atos anti-sindicais previstos no 6 do art. 543, CLT, sendo assim nula de pleno direito qualquer norma interna em regulamento

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de empresa que estabelea o contrrio. Sendo nulo todo e qualquer ato tendente a desvirtuar, impedir ou fraudar os preceitos contidos na Consolidao (art. 9, CLT), sem qualquer efeito foi a dispensa do reclamante. IV DA ANTECIPAO DE TUTELA O artigo 273 do CPC, aplicado subsidiarimante CLT por fora do seu art. 769, deu aos julgadores o poder de cautela para antecipar o resultado da sentena de mrito, no todo ou em parte, havendo razes preliminares que formem o convencimento do juiz para tal concesso. Dispe o retrocitado artigo: Art. 273 O juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegao e: I haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou II fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou manifesto propsito protelatrio do ru; A verossimilhana das alegaes encontra-se no fato de ser o reclamante dirigente sindical e portador de garantia de emprego (estabilidade provisria), a si conferida por norma constitucional. O dano irreparvel (periculum in mora) mostra-se igualmente presente na medida em que o reclamante encontra-se afastado de suas funes sem receber seus salrios que, obviamente, so os garantidores de sua subsistncia e de sua famlia. A concesso de medida liminar encontra guarida na prpria CLT, na medida em que o art. 659, inc. X estabelece que os juizes podero conceder medida liminar, at deciso final do processo, em reclamaes trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador. Em estando presentes os requisitos para a concesso da antecipao de tutela, requer-se sua concesso liminar com base no 3 do art. 461, CPC, para que o reclamante seja reintegrado ao emprego, devendo o empregador pagar todos os salrios e demais ttulos vencidos e a vencer, desde o afastamento at a efetiva reintegrao (art. 495 CLT). V DA CONVERSO EM INDENIZAO Caso V.Exa. entenda desaconselhvel a reintegrao na forma do art. 496, CLT, indenizar o perodo estabilitrio com o pagamento de salrios e demais vantagens do perodo tais como aviso prvio, ferias proporcionais, levantamento de FGTS e multa de 40% sobre os depsitos de FGTS, tudo com reflexo das horas extras trabalhadas e

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no pagas. VI - DAS HORAS EXTRAS Como dito acima, a reclamante prestava duas horas extras diariamente, sem nunca ter havido sua integrao ao salrio bem como reflexo nas demais verbas. O art. 7, inc. XVI, CF/88 estabelece que o trabalho extraordinrio d direito reclamante ao pagamento destas horas com o respectivo adicional, de modo que por sua habitualidade devero integrar salrio do ex-empregado para todos os efeitos legais (smula 376, inc. II), com reflexos nas frias de todo o perodo, dcimos terceiros, salrio de todo o perodo, FGTS. VII DOS BENEFICIOS DA JUSTIA GRATUITA Tendo em vista que o reclamante est desempregado, perfaz os requisitos da gratuidade processual prevista no 3 do art. 790, CLT e art. 2 da Lei 1.060/50, uma vez que no pode litigar em juzo sem prejuzo do sustento prprio. VI DO PEDIDO Diante de todo o exposto, LULA MOLUSCO requer se digne V.Exa. conceder liminarmente a antecipao de tutela pretendida a fim de reintegrar o reclamante no emprego, bem como o pagamento dos salrios e demais verbas vencidas e vincendas desde o afastamento at a efetiva reintegrao. No mrito, julgar totalmente procedente da presente reclamao confirmando a liminar anteriormente concedida, condenando a empresa-reclamada a reintegrar em definitivo o reclamante at o final do perodo estabilitrio, com o pagamento dos salrios e seus reflexos no perodo do afastamento. Requer ainda o pagamento, integrao e reflexo das horas extras prestadas e no pagas durante todo o contrato de trabalho, tais como ferias do perodo mais o tero constitucional, decimos terceiros salrios do perodo, salrios e depsitos de FGTS. Caso V.Exa. entenda desaconselhvel a reintegrao na forma do art. 496, CLT, indenizar o perodo estabilitrio com o pagamento de salrios e demais vantagens do perodo tais como aviso prvio, ferias proporcionais, levantamento de FGTS e multa de 40% sobre os depsitos de FGTS, tudo com reflexo das horas extras trabalhadas e no pagas. Os benefcios da justia gratuita por ser pobre nos termos da lei. Requer ainda a notificao da reclamada para, querendo, comparecer a audincia e contestar a presente ao, sob pena de revelia sob pena de revelia e contestar a presente ao sob pena de confisso quanto a matria de fato, condenando-a ao pagamento das parcelas incontroversas na primeira audincia sob pena de pag-las acrescidas de multa de 50% sobre seu valor (art. 467 CLT). Liberao das guias do seguro desemprego, sob pena de indenizao (sum. 389, inc. II, TST) e

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FGTS. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa, para efeitos meramente fiscais, o valor de R$ _____. Termos em que, Pede e espera deferimento, Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO Trata-se de uma ao de natureza civil cabvel em sede trabalhista. aquela ao que tem por escopo o depsito em juzo dos salrios ou verbas que o empregado esteja recusando-se a receber, para evitar os efeitos da mora; ou seja, se o empregado titular de crditos trabalhistas recusar o recebimento ou no comparecer ao sindicato para homologao da resciso do seu contrato de trabalho, o empregador, para cessar a mora, dever propor, em prazo razovel, a ao de consignao em pagamento, instruindo a Petio Inicial com a prova do depsito e da recusa. Na ao de consignao em pagamento, o autor da ao o empregador (designado de consignante), devedor da obrigao; e o ru o empregado (designado de consignado), credor da obrigao.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 9. Determinado empregado foi admitido aos servios de uma empresa em 22.06.00, percebendo mensalmente a quantia de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) a ttulo de salrios. Devido crise econmico-financeira pela qual tem passado a empresa, esta por diversas vezes tentou negociar reduo de salrios com o sindicato da categoria profissional (art. 7, inc. VI, CF/88) mas sem qualquer xito. No tendo alternativa, em 08.10.06 resolveu extinguir o estabelecimento no qual trabalhava o empregado em questo. sabido que a categoria a que pertence o empregado bastante forte, prevendo sua Conveno Coletiva melhores condies tais como o dobro do aviso prvio previsto em lei. Dada a extino do estabelecimento, os empregados, inclusive o da presente questo, com os nimos exaltados e sob orientao do sindicato, recusaram-se a receber as verbas rescisrias e indenizatrias, apesar de regularmente convocados para tanto. sabido que o empregado no gozou seu ltimo perodo completo de frias e que sua data-base no ms de janeiro. Como advogado da empresa, promova a pea processual adequada para a defesa de seus interesses evitando a mora, abordando obrigatoriamente os seguintes pontos: a) verbas trabalhistas; b) liquidao das verbas; c) data da baixa da CTPS. Leve em considerao para a interposio da ao o dia 18.10.2006. ESPAO DO ALUNO

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO

AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO

CONSIGNANTE, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Cidade, Estado-UF, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO contra CONSIGNADO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: I SINOPSE DOS FATOS O consignado foi admitido aos servios da consignante em 22.06.2000, percebendo mensalmente a quantia de R$ 1.200,00. Em virtude de grave crise financeira por que tem passado a empresa, por vrias vezes tentou-se junto ao sindicado profissional conveno ou acordo coletivos de Trabalho com a finalidade de se reduzir salrios com base no art. 7, inc. VI, CF/88. No entanto, frustrada a negociao coletiva de trabalho, outra opo no restou a consignante seno a extino do estabelecimento em 08.10.2006, com a cessao dos contratos de trabalho, com a convoo do consignado para receber suas verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias. Ante o no comparecimento do consignado no sindicato para homologao da resciso, a consignante, para evitar a mora e incorrer na penalidade prevista no 8 do art. 477 da CLT, prope o reclamante a presente medida judicial de consignao em pagamento. II.1 DO CABIMENTO DA PRESENTE AO O artigo 890 e seguintes do CPC lei adjetiva utilizada de forma subsidiaria a CLT (art. 769 da CLT), com o intuito de garantir direitos do devedor assegurou que nos casos previstos em lei, poder o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignao da quantia ou da coisa devida. Tal procedimento j aceito pela Justia do trabalho de forma mansa e pacfica. Como se pode notar, a Ao de Consignao em Pagamento um instrumento processual totalmente aplicvel Justia do Trabalho por fora do art. 769, CLT, vez que no afronta qualquer dispositivo da CLT. O art. 334 do Cdigo Civil considera pagamento e extingue a obrigaao o depsito judicial de coisa devida. No presente caso, caiu-se na hiptese do inc. I do

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art. 335, CC, na medida em que caber ao de consignao em pagamento quando credor se recusar a receber o pagamento ou dar quitao na forma devida, que, segundo o art. 477, caput, e 1 da CLT, a homologao no sindicato de sua categoria. III DAS PARCELAS CONSIGNADAS Em decorrncia do contrato firmado em 22.06.00 e notificao da resciso sem justa causa em 08.10.06, no tendo o consignado gozado as ltimas frias adquiridas, levando-se em considerao o aviso prvio indenizado de sessenta dias, as verbas consignadas so as seguintes: a) aviso prvio; b) saldo de salrios; c) 13 proporcional; frias vencidas simples 2005 + tero constitucional; d) frias proporcionais 2006 + tero constitucional; e) indenizao 40% FGTS; f) indenizao adicional. III.1 DO AVISO PRVIO INDENIZADO De acordo com o art. 487 da CLT, nos contratos a prazo indeterminado, a parte que sem justo motivo quiser rescindir o contrato dever conceder a outra aviso prvio (art. 7, inc. XXI, CF/88) que dever ser proporcional ao tempo de servio (art. 1 o da Lei 12.506/11). Tendo em vista o fato de a conveno coletiva da categoria prever aviso prvio mnimo de 60 dias (OJ 367, SDI-1, TST), a estes devero ser somados mais 15 dias em virtude do aviso prvio proporcional, totalizando 75 dias de aviso, devidos mesmo em caso de extino do estabelecimento por fora maior (smula 44, TST). Assim, tendo o contrato iniciado em 22.06.00 terminar em 22.12.06 sendo este perodo tempo de servio para efeitos de dcimo terceiro salrio, frias, FGTS e salrios, com a data de sada na CTPS 22.12.06 (OJ 82, SDI-1, TST), correspondendo a R$ 3.000,00. III.2 13 SALRIO PROPORCIONAL A Lei 4090/62 prev que o pagamento do 13 salrio ser proporcional quando houver resciso sem justa causa dos contratos sem prazo, na proporo de 1/12 por ms trabalhado ou frao igual ou superior a 15 dias. Assim, com a projeo do aviso prvio, o contrato de trabalho ter sua resciso efetivamente apenas e to-somente em 22.12.06, tendo o reclamante, portanto, direito ao 13o integral do perodo, no valor de R$ 1.200,00. III.3 DAS FRIAS Tendo o contrato de trabalho sido rescindido antes do trmino do perodo concessivo das frias de 2005, tem direito o reclamante ao seu perodo completo acrescido do tero constitucional (R$ 1.200,00 + R$ 400,00), art. 129, 134, CLT e c/c art. 7, inc. XVII, CF/88. O pargrafo nico do art. 146, CLT, prev o direito do

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empregado ao perodo incompleto de frias na proporo de 1/12 por ms trabalhado ou frao superior a 14 dias. Assim, tendo o perodo de frias de 2006 se iniciado em 22.06.06 sem que se tenha completado em virtude da resciso injusta do contrato de trabalho em 22.12.06, tem direito o reclamante ao pagamento de frias proporcionais na razo de 7/12 acrescidos do tero constitucional (R$ 600,00 + R$ 200,00). III.4 DA INDENIZAO SOBRE O FGTS Diz o art. 15 da Lei 8.036/90 que todo empregador dever depositar at o dia sete de cada ms na conta vinculada do empregado a importncia correspondente a 8% de sua remunerao devida no ms anterior. Em assim sendo, requer os depsitos do FGTS relativos ao perodo do aviso prvio indenizado (Sum. 305, TST), devendo ainda a indenizao de 40% prevista no art. 7, inc. I, CF/88, c/c 1 do art. 18 da Lei 8.036/90 incidir sobre a totalidade dos depsitos feitos na conta vinculada do trabalhador na poca da comunicao da dispensa (OJ 42, SDI-1), cujo valor de aproximadamente R$ 3.000,00. III.5 DA INDENIZAO ADICIONAL O art. 9 da Lei 7.238/84 estabelece uma indenizao a ser paga ao empregado que tiver seu contrato de trabalho rescindido sem justa causa nos 30 dias que antecedem sua data-base que o ms de janeiro. Assim, com a projeo do aviso prvio (Sm. 182/TST), tendo o contrato de trabalho terminado em 07.12.06, isto , nos 30 dias que antecedem sua data-base, dever o reclamante receber a ttulo de indenizao adicional o equivalente a um ms de salrio: R$ 1.200,00.

III.6 SALDO DE SALRIOS Tendo em vista que os incs. IV e XIII da CF/88 prevem como regra geral o salrio-hora como modo normal de sua aferio, tendo o empregado cumprido sua jornada normal de trabalho por 8 dias (R$ 320,00) incluindo-se a o repouso semanal remunerado, tem direito adquirido aos salrios dos dias trabalhados (art. 5, inc. XXXVI, CF/88). III.7 DAS GUIAS DE LEVANTAMENTO DO SEGURO DESEMPREGO Vem ainda a consignante apresentar as guias de levantamento do segurodesemprego e as de levantamento dos depsitos do FGTS. IV DO PEDIDO

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Diante de todo o expsto, CONSIGNANTE requer o depsito da quantia de R$ 11.000,00 (onze mil reais) relativa s parcelas acima descritas a ser efetivada no ato da interposio da presente ao, bem como vem apresentar as guias de segurodesemprego e de levantamento do FGTS, devendo o consignado ser notificado para que levante os depsito ou apresente sua resposta at a primeira audincia, sob pena de revelia e confisso. Requer, finalmente, o julgamento totalmente procedente da presente demanda de modo a dar quitao ao termo de resciso trabalhista em anexo, liberando o empregador de tais parcelas para nada mais reclamar o consiganado. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. D-se causa para efeitos fiscais o valor de R$ 11.000,00 (onze mil reais) Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEA PRTICO PROFISSIONAL 10. Fbio trabalhava desde agosto de 1997 para a pessoa jurdica Zeta, exercendo a funo de auxiliar administrativo, no cargo de supervisor de contas, nvel 1. Atendendo a interesses da empresa, Fbio foi remanejado para o cargo de encarregado de recebimento de mercadorias, com a mesma remunerao. Nessa funo, Fbio passou a auxiliar na carga e descarga de caminhes dos fornecedores da Zeta. importante ressaltar que o cargo de supervisor de contas possui plano de carreira, para o qual o empregado sobe um nvel a cada 5 anos de tempo de servio na funo, com acrscimo de 50% do valor total da remunerao do cargo anterior, enquanto o cargo de encarregado de recebimento de mercadorias no possui plano de carreira. Em 8 de janeiro de 2006, Fbio foi demitido sem justa causa, recebendo todos os seus direitos trabalhistas, com base na remunerao de encarregado de recebimento de mercadorias, tendo sido o termo de resciso de contrato de trabalho devidamente homologado no respectivo sindicato da categoria. Considerando a situao hipottica apresentada, elabore uma reclamao trabalhista em que Fbio pleiteie seu direito a reenquadramento funcional, informando a legislao aplicvel e os direitos advindos desse reenquadramento (relativos s verbas rescisrias e retroativos). Observaes: No h necessidade de apresentao de clculos nem de especificao de valores. A ao tramitar no rito ordinrio. O valor da causa ser meramente estimativo. ESPAO DO ALUNO

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE-ESTADO

RECLAMAO TRABALHISTA

FBIO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portadora do RG de n, residente e domiciliada na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, por intermdio de seu advogado abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor a presente RECLAMAO TRABALHISTA contra EMPRESA ZETA, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS O reclamante trabalhou desde agosto de 1997 para a pessoa jurdica Zeta, exercendo a funo de auxiliar administrativo, no cargo de supervisor de contas, nvel 1. Atendendo a interesses da empresa, o reclamante foi remanejado para o cargo de encarregado de recebimento de mercadorias, com a mesma remunerao. Nessa funo, o reclamante passou a auxiliar na carga e descarga de caminhes dos fornecedores da Zeta. Entretanto, importante ressaltar que o cargo de supervisor de contas possui plano de carreira, para o qual o empregado sobe um nvel a cada 5 anos de tempo de servio na funo, com acrscimo de 50% do valor total da remunerao do cargo anterior, enquanto o cargo de encarregado de recebimento de mercadorias no possui plano de carreira. Em 8 de janeiro de 2006, o reclamante foi demitido sem justa causa, recebendo todos os seus direitos trabalhistas, com base na remunerao de encarregado de recebimento de mercadorias. II DA ALTERAO CONTRATUAL LESIVA O art. 468 da Consolidao das Leis do Trabalho claro ao estabelecer que qualquer alterao contratual somente ser vlida com a observncia de dois requisitos: a) anuncia de ambas as partes; b) inexistncia de prejuzos diretos ou indiretos para o empregado, o que consagra o princpio da inalterabilidade contratual lesiva, podendo o empregado se utilizar de seu jus resitentiae a fim de evitar as modificaes contratuais que lhe sejam abusivas. No caso em exame, o empregado foi inicialmente enquadrado na funo de supervisor de contas, funo que faz parte de quadro organizado de carreira em que
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as promoes se do por antiguidade na proporo de um nvel para cada cinco anos de servios. Sob a alegativa de que a empresa necessitava de seus servios em outro departamento, o reclamante foi remanejado na funo de encarregado de recebimento de mercadorias que, no obstante ter o mesmo padro salarial, no possui quadro organizado de carreira, no havendo possibilidade de o empregado ascender profissionalmente na empresa, nem por antiguidade tampouco por merecimento, de forma que referida alterao contratual mostra-se lesiva afrontando o art. 468 da Consolidao. Assim, nula foi a alterao contratual de forma que o empregado tem direito ao reenquadramento funcional para a funo de supervisor de contas nvel 1 e, por ter mais de cinco anos de empresa quando de sua dispensa, o direito de ser reenquadrado para o nvel 2, com o aumento de 50% de seu salrio. III DA DIFERENA DAS VERBAS TRABALHISTAS Devido ao fato de que o reclamante tem direito ao reenquadramento para o nvel 2 na funo de supervisor de contas, dever ser pago ao reclamante a diferena salarial de 50% a partir de 2002, bem como sua repercusso nas verbas trabalhistas de todo o perodo (frias + 1/3 constitucional, dcimo terceiro salrio, FGTS) devem ser pagas com a diferenas de 50% de aumento, bem como as verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias, tais como aviso prvio, frias proporcionais + 1/3 constitucional e 40% sobre os depsitos do FGTS. IV DO PEDIDO Diante de todo o exposto, FBIO requer se digne V.Exa. julgar totalmente procedente a presente reclamao, declarando a nulidade da alterao realizada e reconhecendo o direito do autor ao reenquadramento funcional no cargo de supervisor de contas nvel 1 e, por j ter mais de cinco anos da funo poca de sua dispensa, reenquadramento para o nvel 2 com o pagamento das diferenas salariais (50% a mais no salrio) de todo o perodo, com a repercusso nas verbas de todo o contrato de trabalho: frias + 1/3 constitucional, dcimo terceiro salrio, FGTS, devem ser pagas com a diferenas de 50% de aumento, bem como as verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias, tais como aviso prvio, frias proporcionais + 1/3 constitucional e 40% sobre os depsitos do FGTS. Requer a notificao da reclamada para responder a presente ao sob pena de revelia e confisso. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa para efeitos fiscais o valor de R$ _____.

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Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, de dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

PEA PRTICO PROFISSIONAL 11. Joviniano empregado da empresa Gama Servios Ltda. foi contratado como avaliador de riscos ambientais pela empresa de Reflorestamento Sempre Verde com salrio de R$ 1.200,00 mensais. Walter empregado da empresa Gama, tambm avaliador de riscos ambientais na dita empresa de reflorestamento, percebia como salrio a quantia de R$ 2.000,00. sabido que os dois empregados eram terceirizados em atividade-fim da empresa tomadora e cobriam a mesma rea ambiental e enviavam relatrios semanais pare Sempre Verde Ltda. que sempre elogiava o trabalho de ambos pelo que os dois foram inclusive agraciados com diversos prmios de produtividade. Joviniano, no entanto, sentia-se preterido porque ganhava menos que Walter e por isso procurou as empresas Gama e Sempre Verde para reclamar seus direitos, pelo que a primeira disse que no tinha dinheiro e a segunda afirmou que nada tinha a ver com o caso. Gama o despediu sem justa nada lhe pagando a ttulo de verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias. Como advogado do sindicato da categoria de Joviniano, atualmente desempregado, promova a pea cabvel pleiteando o que for necessrio. ESPAO DO ALUNO

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CAPTULO 11 - DEFESA TRABALHISTA


CLT Art. 847. No havendo acordo, o reclamado ter vinte minutos para aduzir sua defesa, aps a leitura da reclamao, quando esta no for dispensada por ambas as partes. A resposta do ru divide-se em contestao, reconveno, exceo de suspeio e exceo de incompetncia relativa. A expresso contestao no existe na CLT, assim como reconveno, devendo ser aplicado o CPC (Arts. 300 a 302, e Art. 315) J as excees esto previstas na CLT, nos Arts. 799 a 802. Na contestao, deve ser impugnada toda a matria de defesa. Se no for argumentada toda a matria de defesa, sob aquilo que foi pedido na inicial (reclamao trabalhista) e no impugnado, vai se operar a eventualidade. A eventualidade a confisso ficta, ou seja, os fatos narrados na inicial devem ser impugnados sob pena de serem considerados como verdadeiros. Art. 301, CPC. Compete-lhe, porm, antes de discutir o mrito, alegar: I inexistncia ou nulidade da citao; II incompetncia absoluta; III inpcia da petio inicial; IV perempo; V litispendncia; VI coisa julgada; VII conexo; VIII incapacidade da parte, defeito de representao ou falta de autorizao; IX conveno de arbitragem; X carncia de ao; XI falta de cauo ou de outra prestao, que a lei exige como preliminar. ... Art. 302. Cabe tambm ao ru manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petio inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos no impugnados, salvo: I se no for admissvel, a seu respeito, a confisso; II se a petio inicial no estiver acompanhada do instrumento pblico que a lei considerar da substncia do ato; III se estiverem em contradio com a defesa, considerada em seu conjunto. Pargrafo nico. Esta regra, quanto ao nus da impugnao especificada dos fatos, no se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao rgo do Ministrio Pblico.

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COMPETNCIA RELATIVA A vara competente para processar e julgar uma reclamao trabalhista, regra geral, a vara do local da prestao de servios, ainda que o contrato tenha sido firmado em outro local. O empregado se estabelece no local da prestao de servios. CLT Art. 651. A competncia das Juntas de Conciliao e Julgamento determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar servios ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. No entanto, temos excees essa regra: A primeira delas a hiptese do empregado comercial (Vendedor) que trabalha viajando. Se essa regra especial do 1 do Art. 651 da CLT no existisse, esse profissional cairia na hiptese do 3 desse mesmo artigo. Mas existe; logo competente a vara do local onde haja agncia ou filial da empresa ou, no havendo, no do local do domiclio do empregado ou local mais prximo. CLT Art. 651 1 Quando for parte no dissdio agente ou viajante comercial, a competncia ser da Junta da localidade em que a empresa tenha agncia ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, ser competente a Junta da localizao em que o empregado tenha domiclio ou a localidade mais prxima. 2 A competncia das Juntas de Conciliao e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissdios ocorridos em agncia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e no haja conveno internacional dispondo em contrrio. A vara brasileira a competente, mas o artigo no estabeleceu qual a competncia. A exceo de incompetncia uma pea separada ou parte da contestao, de modo que, em audincia, primeiro entregue a exceo de incompetncia relativa, que suspender o processo pelo prazo de 24h. Aps julgada a exceo, ser entregue a contestao ao juzo competente. Atividade Itinerante aquela que s se desenvolve, ou melhor se desenvolve com a mudana do local da prestao de servios. Neste caso, diferentemente do caput do Art. 651, o empregado no se estabelece no local da prestao de servios. Art. 651 3 Em se tratando de empregador que promova realizao de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, assegurado ao empregado apresentar reclamao no foro da celebrao do contrato ou no da prestao dos respectivos servios.
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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 12. Joo, domiciliado em Anpolis-GO, foi contratado pela empresa Delta Servios Ltda., sediada na Cidade de Juazeiro do Norte-CE, para prestar servios na cidade de Palmas-TO na funo de gari com salrio mensal de R$ 500,00. Aps a alegao de cometimento de suposta falta grave, Joo foi dispensado sem justa causa, recebendo suas verbas rescisrias e indenizatrias de conformidade com a lei. Quase dois anos aps a resciso do contrato, a empresa Delta Servios Ltda. surpreendida com reclamao trabalhista oriunda da 1 Vara do Trabalho de Anpolis-GO. J contestada a ao, redija a pea processual competente para evitar a prorrogao de competncia. ESPAO DO ALUNO

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA 1 VARA DO TRABALHO DE ANPOLIS GO EXCEO DE INCOMPETNCIA RELATIVA EXCEPTO: JOO EXCIPIENTE: DELTA SERVIOS LTDA DELTA SERVIOS LTDA, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor a presente EXCEO DE INCOMPETNCIA RELATIVA em desfavor de JOO, nacionalidade, estado civil, vendedor, portador do RG e CPF de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I SINOPSE DOS FATOS O excepto foi contratado pela empresa Delta Servios Ltda, sediada na Cidade de Juazeiro do Norte-CE, para prestar servios na cidade de Palmas-TO na funo de gari. Joo foi dispensado sem justa causa, recebendo suas verbas rescisrias e indenizatrias de conformidade com a lei. Quase dois anos aps a resciso do contrato, o excepto ingressa com reclamao trabalhista elegendo como competente a 1 Vara do Trabalho de Anpolis. Em flagrante ofensa ao caput do art. 651, CLT, vem a excipiente propor a presente Exceo de Incompetncia. II DO DIREITO Nos termos do art. 651, caput, da CLT, a vara competente para processar e julgar reclamao trabalhista a da localidade da prestao de servios do empregado, ainda que o mesmo tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Assim, o local da execuo dos servios foi Palmas-TO pelo que a Reclamao Trabalhista l deveria ter sido interposta. No entanto, o reclamante, pelo simples fato de ser o local de seu domiclio, ajuizou a reclamao na Cidade de Anpolis-GO, sem qualquer respaldo legal, pois o simples fato de l ter fixado morada no tem o condo de prorrogar a competncia. Ante a existncia de Vara do Trabalho na Cidade de Palmas-TO, local da efetiva prestao de servios, tornou-se esta a competente para processar e julgar a reclamao trabalhista e demais aes com ela conexas. III DO PEDIDO Diante do exposto, com fundamento no caput do art. 651 da CLT, DELTA SERVIOS LTDA requer seja a presente exceo recebida e processada nos devidos termos e no final julgada procedente, declinando Vossa Excelncia da competncia para processar e julgar a presente Reclamao Trabalhista, remetendo-a a uma das

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Varas do Trabalho da Cidade de Palmas-TO. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

PEA PRTICO PROFISSIONAL 13. Em 02.01.2005, Jos da Silva Sauro de passagem por Belo Horizonte Minas Gerais foi ali contratado pela empresa de teatro Tragdia Grega, sediada em Mossor-RN, para prestar servios em Porto Alegre Rio Grande do Sul, seguindo em turn pelo centro-oeste e nordeste. No sendo mais seus servios necessrios, a empresa dispensou Jos em 04.04.2006, quando este trabalhava em Fortaleza Cear. Atualmente, o reclamante mantm suas atividades em Parnaba-PI onde pretende ficar por pelo menos dois anos dada suas atividades terem se tornado populares no meio, local escolhido para a propositura da reclamao trabalhista. Como advogado da empresa, promova a pea processual adequada aos interesses jurisdicionais da empresa. ESPAO DO ALUNO

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DE PARNABA PI EXCEO DE INCOMPETNCIA RELATIVA EXCEPTO: JOS DA SILVA SAURO EXCIPIENTE: TRAGDIA GREGA LTDA TRAGDIA GREGA LTDA, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Estado-UF, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor a presente EXCEO DE INCOMPETNCIA RELATIVA em desfavor de JOS DA SILVA SAURO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Mossor-RN, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I SINOPSE DOS FATOS Em 02.01.2004, Jos da Silva Sauro de passagem por Belo Horizonte Minas Gerais foi ali contratado pela empresa de teatro Tragdia Grega, para prestar servios em Porto Alegre Rio Grande do Sul, seguindo em turn pelo centro-oeste e nordeste. No sendo mais seus servios necessrios, a empresa dispensou o excepto em 04.04.2006, quando este trabalhava em Fortaleza Cear. Atualmente, o excepto mantm suas atividades em Fortaleza-Ce onde pretende ficar por pelo menos dois anos dada suas atividades terem se tornado populares no meio. II DO DIREITO Nos termos do art. 651, 3, da CLT, em se tratando de empregador que promova atividades fora do lugar do contrato de trabalho, assegurado ao empregado apresentar reclamao trabalhista no foro da celebrao do contrato ou no da prestao dos respectivos servios. Desse modo, deveria o excepto ter escolhido entre a Cidade de Belo Horizonte lugar da contratao ou ainda a Cidade de Fortaleza ltimo lugar de prestao de servios. No entanto, o empregado ajuizou reclamao na Cidade de Parnaba-PI, sem qualquer respaldo legal, pois o simples fato de estar a residindo no tem o condo de prorrogar a competncia, de modo que tanto uma das Varas da Cidade de FortalezaCE ou qualquer uma de Belo Horizonte-MG so as competentes para processarem e julgarem a demanda. III DO PEDIDO Diante do exposto, com fundamento no 3 do art. 651 da CLT, TRAGDIA GREGA LTDA requer seja a presente exceo recebida, processada nos devidos termos e no final julgada procedente, declinando Vossa Excelncia da competncia

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para processar e julgar a presente Reclamao Trabalhista, remetendo-a a uma das Varas do Trabalho da Cidade de Fortaleza, Estado do Cear ou Belo Horizonte, Minas Gerais. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

PEA PRTICO PROFISSIONAL 14. Albino, engenheiro mecnico, ingressou com reclamao trabalhista contra Cervejarias Pitbull S.A. pleiteando pagamento de suas verbas rescisrias que ainda no foram quitadas. A reclamao foi distribuda a Juiz de Vara que, por coincidncia, pai da atual namorada do reclamante. Como advogado(a), elabore a medida processual cabvel para a defesa dos interesses da reclamada. ESPAO DO ALUNO

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO EXCEO DE SUSPEIO CERVEJARIA PITBULL S.A., inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, por intermdio de seus patronos abaixo assinado, vem perante V.Exa. propor a presente EXCEO DE SUSPEIO em desfavor de ALBINO, nacionalidade, estado civil, engenheiro mecnico, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS O excepto interps reclamao trabalhista contra reclamada pleiteando o pagamento de suas verbas rescisrias. No entanto, a reclamao foi distribuda a V.Exa. que manteve com o reclamante lao de amizade em decorrncia de namoro entre este e sua filha. Em conseqncia, alternativa no resta reclamada seno a argio da presente exceo de suspeio. II DO DIREITO Embora seja Vossa Excelncia, eminente magistrado, pessoa de reconhecida integridade e atuao profissional ilibada, o excipiente sente-se no dever de argir a presente exceo, por temer pela necessria imparcialidade do julgado, como decorrncia do lao de amizade existente. A teor do que dispem os arts. 799 e 801 letra b, ambos da CLT, reputa-se fundada a suspeio de parcialidade do juiz quando amigo ntimo de qualquer das partes, de modo que este Juzo dever acolher a presente para se julgar suspeito, remetendo os autos outra Vara para que enfim seja processada e julgada. III DO PEDIDO Diante do exposto, com fundamento nos arts. 799 e 801 letra b, ambos da CLT, CERVEJARIA PITBULL S.A. requer seja a presente exceo recebida, processada nos devidos termos e no final julgada procedente, declarando-se Vossa Excelncia suspeito com a remessa dos autos a outra Vara do Trabalho. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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COMPENSAO

Compensao crdito contra crdito. Ateno: a compensao ou reteno somente pode ser alegada como matria de defesa. o que dispe o Art. 767 da CLT. A smula 48/TST traz ainda que a compensao somente poder ser arguida na contestao. perfeitamente possvel que o empregador adiante ao empregado verba salarial, sendo possvel a compensao, desde que alegada na contestao. TST SUM-18 COMPENSAO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A compensao, na Justia do Trabalho, est restrita a dvidas de natureza trabalhista. A compensao pode ser judicial, feita na justia do Trabalho: CLT Art. 767. A compensao, ou reteno, s poder ser arguida como matria de defesa. TST SUM-48 COMPENSAO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A compensao s poder ser argida com a contestao. Ou a compensao ser extrajudicial, feita fora da justia do trabalho, no momento do pagamento das verbas rescisrias: CLT Art. 477 5 Qualquer compensao no pagamento de que trata o pargrafo anterior no poder exceder o equivalente a um ms de remunerao do empregado. S cabe compensao entre crditos trabalhistas (Smula 18 do TST)
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RECONVEO Ao com dupla natureza jurdica = Resposta do ru e ao do mesmo contra o autor No possui previso no processo do trabalho, sendo aplicada com base no CPC (Art. 769 da CLT e Art. 315 do CPC) Obs.: Havendo um crdito maior do que o valor da RT, se deve compensar no limite do valor da RT e reconvir pelo valor total do crdito do empregador.

Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEAS PRTICO PROFISSIONAL PARA RESOLVER EM CASA 15. Ivanho foi contratado pela fbrica de cotonetes Ureiasseca Ltda., sediada na Cidade de Poos de Caldas-MG. Ivanho, vendedor, representava referida empresa em todo o Estado de Minas Gerais, tendo por base comercial a agncia situada no Municpio de Confins-MG, local em que prestava contas e se munia de todo o material propagandstico necessrio para a realizao de suas atividades. Sabe-se que Ivanho foi demitido por justa causa e que se recusou a receber suas verbas trabalhistas rescisrias, voltando descontente para Varginha, sua cidade natal distante a apenas alguns quilmetros de Confins. A fim de evitar a mora, a empresa ingressou com Ao de Consignao em Pagamento na 2 Vara do Trabalho de Poos de Caldas. Como advogado de Ivanho redija a pea adequada a defesa de seus interesses territoriais. Espao do Aluno
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PEA PRTICO PROFISSIONAL 16. Ariosvaldo recebia mensalmente a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a ttulo de salrio. Sua dispensa foi motivada pelo dano causado ao empregador dolosamente ao dirigir carro da empresa sem habilitao e em estado de embriaguez, causando-lhe um prejuzo de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), tudo devidamente apurado em sindicncia interna em que foi constatado o dolo do empregado e o prejuzo. Devidamente convocado para receber suas verbas rescisrias, Ariosvaldo no se conformou com o desconto da quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) de suas verbas rescisrias por fora da compensao prevista no 5 do art. 477, CLT e ingressou com reclamao trabalhista alegando dispensa sem justa causa, seus consectrios legais e a devoluo dos valores cobrados num total de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Na contestao, o empregador alegou o cometimento de falta grave e a compensao at o pretenso crdito do reclamante. Ainda em audincia defenda os interesses do empregador no sentido de reaver o restante dos prejuzos sofridos. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO RECONVENO RECONVINTE: EMPRESA RECONVINDO: ARIOSVALDO EMPRESA, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, CidadeEstado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar RECONVENO, com fulcro no art. 315 do CPC aplicado subsidiariamente co processo do trabalho conforme art. 769 da CLT, reclamao trabalhista contra si proposta por ARIOSVALDO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS Reconvinte e reconvindo mantiveram ente si contrato de emprego que foi rescindido por justa causa em decorrncia de dano material causado pelo empregado a veculo da empresa. Em virtude de ter agido com dolo, incorreu o reconvindo na hiptese prevista na letra a do art. 482 da CLT, tipificada como ato de improbidade ensejador da ruptura do pacto laboral sem nus para o empregador, pelo que foi descontada de suas verbas rescisrias a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a ttulo de compensao. Inconformado, o reconvindo ingressou com reclamao trabalhista requerendo o reconhecimento da dispensa sem justa causa e seus consectrios legais. O reconvinte, ao contestar a ao, alegou compensao da quantia de R$ 20.000,00 de eventual condenao a que venha sofrer. No entanto, o crdito do reclamado ultrapassa em R$ 8.000,00 (oito mil reais) o eventual crdito do reconvinte pelo que se utiliza da presente reconveno para ressarcimento dos danos sofridos. II DO CABIMENTO DA RECONVENO O art. 315 do Cdigo de Processo Civil, aplicado ao processo do trabalho por fora do art. 769, CLT, reza que o ru pode reconvir ao autor no mesmo processo toda vez que a reconveno seja conexa com a ao principal ou com o fundamento da defesa. Tendo em vista que a reclamao trabalhista fala sobre a inexistncia de justa causa e a defesa sobre a existncia da mesma com fundamento em dano causado pelo empregado ao empregador, cabvel a presente medida a fim de o reconvinte se ver ressarcido dos prejuzos sofridos. III DO DANO E SUA REPARAO Estabelece o art. 186 do Cdigo Civil que aquele que por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia causar dano a outrem comete ato ilcito, devendo reparar

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o dano causado at o limite do efetivo prejuzo, art. XXXX do CPC, ambos aplicados subsidiariamente ao direito do trabalho por fora do pargrafo nico do art. 8 da CLT. Ora, o reconvindo, ex-empregado, apoderou-se do carro da empresa embriagado e, sem qualquer autorizao, o conduziu pelas ruas da cidade vindo a abalrroar o mesmo causando prejuzos de ordem material ao empregador de acordo com as provas que acompanham estes autos. Sua conduta dolosa resultou grave prejuzo ao autor estando presente, portanto, o nexo de causalidade ensejador de sua responsabilidade. O 1 do art. 462 da CLT dispe expressamente que o empregador poder efetuar descontos no salrio do empregado desde que este tenha lhe causado prejuzo agindo com dolo, o que de fato ocorreu no caso em exame, pois o reconvindo se apoderou de veculo da empresa sem qualquer autorizao e habilitao, encontrando-se ainda em estado de embriaguez, destruindo-o e causando ao reconvinte um prejuzo de R$ 30.000,00 dos quais R$ 2.000,00 j foram devidamente compensados quando do pagamento das verbas rescisrias do empregado de que trata o 5 do art. 477 da CLT. Tendo em vista que o valor da resciso foi bem aqum do valor do prejuzo material causado pelo empregado, alternativa restou seno o manejo da presente reconveno, com fulcro no art. 315 do CPC, aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho por fora do art. 769 da CLT, para cobrar judicialmente e condenar o reconvinte no pagamento do valor remanescente do dano causado pelo empregado na quantia R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). III DO PEDIDO Diante de todo o exposto, EMPRESA requer se digne V.Exa. julgar totalmente procedente a presente Reconveno para condenar o empregado ao pagamento dos danos materiais por ele causados, subtrada a importncia j descontada quando da resciso do contrato de trabalho ( 5, art. 477, CLT). A notificao do reconvindo para, no prazo, legal contestar a presente. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. D-a causa o valor de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEA PRTICO PROFISSIONAL 17. Jos Bonifcio foi contratado pela empresa FIAT LUX Ltda., no dia 21.01.1990, como vendedor. Em sua CTPS constava sua condio de externo. Em 31.12.2002, aposentou-se por tempo de servio, mas continuou a trabalhar para a Reclamada, nas mesmas condies. Em 04.02.03, registrou-se candidato e ato contnuo foi eleito dirigente sindical de sua categoria, permanecendo no cargo at a extino de seu mandato em 05.03.05, perodo em que foi o cabea da deflagrao de vrias greves do sindicato de sua categoria profissional, chegando, inclusive, por vezes, a enfrentar seu empregador em negociaes coletivas acalouradas. Em 06.06.06 registrou-se novamente para o cargo de dirigente sindical. No entanto, o sindicato de sua categoria no informou ao empregador acerca do respectivo registro. No dia 11.06.06, ainda sem qualquer comunicao sobre o registro, foi dispensado por justa causa por ter cometido ato de improbidade (batimento de carto de ponto de outro empregado), causando prejuzos ao empregador, fato devidamente comprovado mediante sindicncia interna. Sabe-se que dias antes de sua dispensa, o empregador havia adiantado um ms de salrio ao empregado, o qual no foi pago quando de sua sada da empresa. No conformado com a atitude da empresa, ingressou com Reclamao Trabalhista requerendo sua reintegrao no emprego, bem como a nulidade de sua dispensa posto que, alegadamente estvel, somente poderia ser dispensado caso cometesse falta grave devidamente apurada atravs de inqurito judicial. Requereu ainda o pagamento das horas extraordinrias por trabalhar alm da oitava hora diria. Como pedido alternativo, requereu o pagamento da indenizao relativa ao perodo estabilitrio bem como todas as parcelas devidas pela resciso sem justa causa. Como advogado da empresa, defenda seus direitos em pea processual adequada, inclusive quanto ao valor adiantado. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO CONTESTAO FIAT LUX, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n., com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar CONTESTAO a Reclamao Trabalhista contra si proposta por JOS BONIFCIO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DA INEXISTNCIA DE ESTABILIDADE Apesar de o art. 8, inc. VIII CF/88 prever a garantia de emprego para o trabalhador dirigente sindical desde o registro de sua candidatura at um ano aps o trmino do mandato, continua ainda sendo aplicvel o 5 do art. 543, CLT, na medida em que prescreve a necessidade de comunicao do registro da candidatura pelo sindicato profissional ao empregador no prazo de 24 horas, a fim de se consumar a estabilidade provisria. Sem tal comunicao, no h que se falar em garantia de emprego do reclamante, smula 369, I, prescindindo a apurao mediante inqurito judicial (art. 853,CLT). Assim, no h verossimilhana das alegaes para a concesso de medida liminar de reintegrao, tampouco h irreversibilidade do dano (art. 273, CPC), j que no havendo garantia de emprego, a resciso do contrato de trabalho do empregado direito potestativo do empregador (art. 7, inc. I,. CF/88 c/c art. 482, CLT). No havendo estabilidade no h que se falar em qualquer procedncia do pedido do reintegrao muito menos na converso deste pedido em indenizao do perodo estabilitrio, pela regra de que o acessrio segue a sorte do principal. II DA JUSTA CAUSA No obstante a alegao do reclamante de dispensa sem justa causa, o empregado cometeu falta grave capitulada na letra a do art. 482 da CLT conhecida como ato de improbidade, em virtude de ter causado dano ao empregador ao bater ponto de outros empregados. Assim, empregado que causa dano dolosamente ao empregador, devidamente apurado em sindicncia interna, comete falta grave e deve receber a punio mxima que a resciso do contrato de trabalho com justa causa, sem nus para o empregador. III DA INEXISTNCIA DE HORAS EXTRAS

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O reclamante nunca prestou horas extraordinrias at porque nunca teve controle de jornada uma vez que era vendedor externo e de acordo com o inc. I do art. 62 da CLT esto excludos do controle de jornada os trabalhadores externos desde que a prestao de servio seja incompatvel com a fixao de horrios e tal fato esteja registrado tanto na CTPS como no livro de registro de empregados. V DA COMPENSAO O art. 767, CLT, prescreve que a compensao somente poder ser alegada como matria de defesa. Por se tratar de adiantamento de salrio do empregado, crdito decorrente da relao de emprego, cabvel a presente compensao (Sum. 18, TST) caso V.Exa. entenda ser devida qualquer verba ao reclamante de modo a se evitar o enriquecimento sem causa de que trata o art. 884 do Cdigo Civil. VI DAS VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS Diante da existncia de justa causa, no h que se falar em deferimento de qualquer verba trabalhista rescisria e/ou indenizatria, sendo devidos apenas frias vencidas (art. 146, caput, CLT), se houver, e saldo de salrios (art. 5, inc. XXXVI, CF/88). VII CONCLUSO Diante de todo o exposto, FIAT LUX requer se digne V.Exa. acolher a presente contestao em todos os seus termos. No mrito, julgar totalmente improcedente a presente reclamao para reconhecer a inexistncia de estabilidade e, consequentemente, qualquer direito reintegrao, reconhecimento da existncia de falta grave do empregado e a extino do contrato de trabalho por justa causa. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB
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PRELIMINARES / PREJUDICIAIS Preliminar de mrito, como o prprio nome diz, aquilo que vem antes do mrito. Nas preliminares, discute-se se a relao processual vlida ou no. Trata-se de defesa processual, que somente pode ser alegada pelo Ru. As questes preliminares atacam a formao da relao processual ou trade processual, que a relao existente entre reclamante, reclamado e juiz. J a prejudicial defesa de mrito, que ultrapassa as preliminares, ou seja, quando se chega nas prejudiciais, j deve ter se esgotado toda a matria processual a ser atacada. Discute-se matria que prejudique o mrito. Na prova de 2 fase da OAB, s devem ser alegadas as seguintes matrias em preliminar (Ateno! S vale para a prova da OAB): CPC Art. 301. Competelhe, porm, antes de Comentrios discutir o mrito, alegar: I inexistncia ou Alegar a inexistncia ou nulidade da citao significa dizer nulidade da citao; que a relao processual no se formou validamente. Princpio da aparncia: no processo do trabalho funciona no s para pessoa jurdica, mas para pessoa fsica tambm. Significa que a notificao no precisa ser pessoal, bastando que seja feita no nome e endereo correto do ru. CLT Art. 852-B. Nas reclamaes enquadradas no procedimento sumarssimo: I o pedido dever ser certo ou determinado e indicar o valor correspondente; II no se far citao por edital, incumbindo ao autor a correta indicao do nome e endereo do reclamado; III a apreciao da reclamao dever ocorrer no prazo mximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessrio, de acordo com o movimento judicirio da Junta de Conciliao e Julgamento. 1 O no atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importar no arquivamento da reclamao e condenao ao pagamento de custas sobre

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o valor da causa. 2 As partes e advogados comunicaro ao juzo as mudanas de endereo ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimaes enviadas ao local anteriormente indicado, na ausncia de comunicao. II incompetncia Discute a possibilidade de o juiz decidir a causa. absoluta; CF - Art. 114. Compete Justia do Trabalho processar e julgar: I as aes oriundas da relao de trabalho, abrangidos os entes de direito pblico externo e da administrao pblica direta e indireta da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios; II as aes que envolvam exerccio do direito de greve; III as aes sobre representao sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV os mandados de segurana, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matria sujeita sua jurisdio; V os conflitos de competncia entre rgos com jurisdio trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI as aes de indenizao por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relao de trabalho; VII as aes relativas s penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos rgos de fiscalizao das relaes de trabalho; VIII a execuo, de ofcio, das contribuies sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acrscimos legais, decorrentes das sentenas que proferir; IX outras controvrsias decorrentes da relao de trabalho, na forma da lei. 1 Frustrada a negociao coletiva, as partes podero eleger rbitros. 2 Recusando-se qualquer das partes negociao coletiva ou arbitragem, facultado s mesmas, de comum acordo, ajuizar dissdio coletivo de natureza econmica, podendo a Justia do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposies mnimas legais de proteo ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 3 Em caso de greve em atividade essencial, com

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possibilidade de leso do interesse pblico, o Ministrio Pblico do Trabalho poder ajuizar dissdio coletivo, competindo Justia do Trabalho decidir o conflito. III inpcia da petio Petio inicial que no est apta a ser julgada. inicial; Entre o fato e o pedido deve haver correlao. CLT - Art. 840. A reclamao poder ser escrita ou verbal. 1 Sendo escrita, a reclamao dever conter a designao do Presidente da Junta, ou do Juiz de Direito, a quem for dirigida, a qualificao do reclamante e do reclamado, uma breve exposio dos fatos de que resulte o dissdio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 2 Se verbal, a reclamao ser reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivo ou chefes de secretaria, observado, no que couber, o disposto no pargrafo anterior. CPC - Art. 295. A petio inicial ser indeferida: I - quando for inepta; ... Pargrafo nico. Considera-se inepta a petio inicial quando: I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir; II - da narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso; III - o pedido for juridicamente impossvel; IV - contiver pedidos incompatveis entre si. Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: I quando o juiz indeferir a petio inicial; II quando ficar parado durante mais de um ano por negligncia das partes; III quando, por no promover os atos e diligncias que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de trinta dias; IV quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e de desenvolvimento vlido e regular do processo; V quando o juiz acolher a alegao de perempo, litispendncia ou de coisa julgada; VI quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das

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partes e o interesse processual; VII pela conveno de arbitragem; VIII quando o autor desistir da ao; IX quando a ao for considerada intransmissvel por disposio legal; X quando ocorrer confuso entre autor e ru; XI nos demais casos prescritos neste Cdigo. 1 O juiz ordenar, nos casos dos nos II e III, o arquivamento dos autos, declarando a extino do processo, se a parte, intimada pessoalmente, no suprir a falta em quarenta e oito horas. 2 No caso do pargrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagaro proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor ser condenado ao pagamento das despesas e honorrios de advogado (artigo 28). 3 O juiz conhecer de ofcio, em qualquer tempo e grau de jurisdio, enquanto no proferida a sentena de mrito, da matria constante dos nos IV, V e VI; todavia, o ru que a no alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responder pelas custas de retardamento. 4 Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor no poder, sem o consentimento do ru, desistir da ao. TST SUM-263 PETIO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUO OBRIGATRIA DEFICIENTE (nova redao) Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Salvo nas hipteses do art. 295 do CPC, o indeferimento da petio inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensvel propositura da ao ou no preencher outro requisito legal, somente cabvel se, aps intimada para suprir a irregularidade em 10 (dez) dias, a parte no o fizer. IV perempo; No processo do trabalho diferente do processo civil. No processo civil ocorre quando o autor deixa o processo Perempo trabalhista arquivar por trs vezes seguidas, no podendo nunca mais perda do direito de ao ajuizar a ao contra o mesmo ru, em relao aquele pelo prazo de 6 meses. pedido e a causa de pedir. No processo do trabalho, a perempo dura 6 meses e existem dois casos diferentes: a) Arts. 731 e 732/CLT
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Art. 731. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamao verbal, no se apresentar, no prazo estabelecido no pargrafo nico do artigo 786, Junta ou Juzo para faz-la tomar por termo, incorrer na pena de perda, pelo prazo de seis meses, do direito de reclamar perante a Justia do Trabalho. A reclamao trabalhista pode ser verbal ou escrita. A petio verbal ser reduzida a termo (comumente chamado de atermaao na JT) Art. 840. A reclamao poder ser escrita ou verbal. 1 Sendo escrita, a reclamao dever conter a designao do Presidente da Junta, ou do Juiz de Direito, a quem for dirigida, a qualificao do reclamante e do reclamado, uma breve exposio dos fatos de que resulte o dissdio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 2 Se verbal, a reclamao ser reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivo ou chefes de secretaria, observado, no que couber, o disposto no pargrafo anterior. A petio verbal distribuda antes de ser reduzida a termo, devendo aps o reclamante, no prazo de 5 dias, comparecer Vara sorteada para reduzi-la a termo, sob pena do Art. 731/CLT. Art. 786. A reclamao verbal ser distribuda antes de sua reduo a termo. Pargrafo nico. Distribuda a reclamao verbal, o reclamante dever, salvo motivo de fora maior, apresentar-se no prazo de cinco dias, ao cartrio ou secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no artigo 731. Art. 732. Na mesma pena do artigo anterior incorrer o reclamante que, por duas vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o artigo 844. b) Arts. 843 e 844/CLT

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Art. 843. Na audincia de julgamento devero estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos de Reclamatrias Plrimas ou Aes de Cumprimento, quando os empregados podero fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. Art. 844. O no comparecimento do reclamante audincia importa o arquivamento da reclamao, e o no comparecimento do reclamado importa revelia, alm de confisso quanto matria de fato. So parecidas, mas no so iguais. Tanto uma como outra exigem aes idnticas, ou seja, com as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. Na litispendncia existe uma lide que ainda no foi julgada, pendente de soluo. Quando h conflito pendente de julgamento final, significa que a ao est pendente de sentena transitada em julgado, ou seja, a sentena ainda passvel de recurso. Se uma ao ajuizada idntica outra que j tramita e se encontra pendente de julgamento, esta segunda ao ser extinta sem julgamento de mrito por litispendncia. Se, no entanto, a primeira ao j foi julgada e a deciso j transitou em julgado, a segunda ao, idntica a primeira, ser extinta sem julgamento de mrito por coisa julgada. CPC - Art. 301 1 Verifica-se a litispendncia ou a coisa julgada, quando se reproduz ao anteriormente ajuizada. 2 Uma ao idntica outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 3 H litispendncia, quando se repete ao, que est em curso; h coisa julgada, quando se repete ao que j foi decidida por sentena, de que no caiba recurso. Ocorre que o processo do trabalho admite coisa julgada em processos diferentes, quando existe identidade de partes mas divergncia entre os pedidos e causa de pedir. Cuidado! Se houver o acordo homologado judicialmente, no admitida nova reclamao:

V litispendncia; VI coisa julgada;

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OJ-SDI2-132 AO RESCISRIA. ACORDO HOMOLOGADO. ALCAN-CE. OFENSA COISA JULGADA (DJ 04.05.2004) Acordo celebrado - homologado judicialmente - em que o empregado d plena e ampla quitao, sem qualquer ressalva, alcana no s o objeto da inicial, como tambm todas as demais parcelas referentes ao extinto contrato de trabalho, violando a coisa julgada, a propositura de nova reclamao trabalhista. VII conexo; VIII incapacidade da parte, defeito de representao ou falta de autorizao; Capacidade processual trabalhista: CF - Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XXXIII proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos; Menor de 14 anos: absolutamente incapaz Entre 14 e 18 anos: assistido Acima de 18 anos: totalmente capaz Art. 793. A reclamao trabalhista do menor de 18 anos ser feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justia do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministrio Pblico estadual ou curador nomeado em juzo Representao: a procurao pode ser verbal ou escrita, expressa ou tcita. Procurao tcita: aquela que no escrita nem verbal, mas que os atos praticados so suficientes para demonstrar a inteno do representado, servindo o termo de audincia como suficiente para configurar o mandato. A procurao tcita permite a interposio de recursos mesmo sem mandato expresso. OJ-SDI1-286 AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRASLADO. MANDATO TCITO. ATA DE AUDINCIA. CONFIGURAO (alterada) Res. 167/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 I - A juntada da ata de audincia, em que consignada a

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presena do advogado, desde que no estivesse atuando com mandato expresso, torna dispensvel a procurao deste, porque demonstrada a existncia de mandato tcito. IX conveno arbitragem; de No admitida no Processo do Trabalho, pois o Direito Trabalhista direito indisponvel, no podendo ser tratando em arbitragem. X carncia de ao; So condies da ao: legitimidade da parte, possibilidade jurdica do pedido e interesse de agir. Todas elas devem estar presentes. Na ausncia de uma delas, h carncia de ao. Definio concurseira de ilegitimidade da parte: Considera-se parte ilegtima aquela que na relao de emprego no pode ser considerada nem empregado, nem empregador, nem responsvel solidrio, nem responsvel subsidirio, ou que j tenha cumprido com todas as suas obrigaes trabalhistas. Ex.: 1) Contrato de empreitada No existe nenhum dispositivo de lei que preveja a qualquer responsabilidade subsidiria nem solidria do dono da obra nos contratos de empreitas, mas apenas do empreiteiro principal com o subempreiteiro. Art. 455/CLT OJ-SDI1-191 DONO DA OBRA. RESPONSABILIDADE (inserida em 08.11.2000) Diante da inexistncia de previso legal, o contrato de empreitada entre o dono da obra e o empreiteiro no enseja responsabilidade solidria ou subsidiria nas obrigaes trabalhistas contradas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora. Trata-se de responsabilidade subsidiria e no solidria. 2) Factum prncipis CLT - Art. 486. No caso de paralisao temporria ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgao de lei ou resoluo que impossibilite a continuao da atividade, prevalecer o pagamento da indenizao, que ficar a cargo do Governo responsvel. Se o pedido de verba indenizatria, o indenizao
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devida pela Autoridade, no havendo responsabilidade do empregador. Impossibilidade jurdica do pedido: pedido contra a lei ou contra a constituio. matria de direito, somente podendo recair sobre fatos, se forem os mesmos incontroversos. Ex.: 1) Pedir vnculo de emprego com menor de 14 anos (se no h capacidade do agente, o contrato nulo, a relao de emprego inexistente. De acordo com entendimento do TST, em caso de trabalho de criana juridicamente impossvel a formao do vinculo empregatcio, no entanto, todos os direitos trabalhistas sero garantidos. Toda relao de emprego nasce obrigatria e necessariamente de um contrato de emprego, logo negcio jurdico, devendo obedincia ao Art. 104/CC). 2) Licitude do objeto. O objeto do contrato de trabalho a prestao de servios do empregado, devendo ser lcita. Quando a prpria prestao de servios crime ou contraveno, estamos diante de atividade ilcita, ou seja, objeto ilcito. OJ-SDI1-199 JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILCITO (ttulo alterado e inserido dispositivo) - DEJT divulgado em 16, 17 e 18.11.2010 nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente prtica do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formao do ato jurdico. 3) SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redao) Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A contratao de servidor pblico, aps a CF/1988, sem prvia aprovao em concurso pblico, encontra bice no respectivo art. 37, II e 2, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestao pactuada, em relao ao nmero de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salrio mnimo, e dos valores referentes aos depsitos do FGTS. 4) OJ-SDI2-128 AO RESCISRIA. CONCURSO PBLICO

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ANULADO POSTERIORMENTE. APLICAO DA SMULA N 363 DO TST (DJ 09.12.2003) O certame pblico posteriormente anulado equivale contratao realizada sem a observncia da exigncia contida no art. 37, II, da Constituio Federal de 1988. Assim sendo, aplicam-se hiptese os efeitos previstos na Smula n 363 do TST. 5) Pedido de reintegrao sem o direito a ela ( pedido contra a lei, pois a lei no prev) Interesse de agir: somente h interesse de agir se houver leso ou ameaa de leso a direito. A lide deve se adequar pretenso. Ex.: Anulao de acordo ou nulidade do termo de conciliao (Sm. 259/TST e Art. 794/CLT) XI falta de cauo ou O ato jurdico trabalhista informal, no solene. de outra prestao, que Excepcionalmente pode ser solene. o caso do pagamento a lei exige como das verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias, pois preliminar. necessrio que seja feito mediante recibo. O pagamento de salrios deve obedecer a forma estabelecida no Art. 464/CLT, que estabelece que s vlido contra recibo assinado pelo empregado. A Lei exige o recibo assinado, ou com impresso digital ou a seu rogo. Trata-se de negcio jurdico que deve obedecer ao Art. 104 do CC. PRESCRIO Definio: uma limitao temporal ao exerccio do direito de ao. O direito de ao (actio nata) nasce quando voc passa a ter interesse de agir, ou seja, quando h leso ou ameaa de leso ao seu direito. Regra geral, existe um prazo previsto em lei, para se buscar o direito violado, para se exercer o direito de ao. Trata-se do prazo prescricional. Juntamente com o direito de ao nasce a prescrio, ou seja, o prazo para exerc-lo. Ultrapassado este, h a perda do direito de ao. Exemplos: 1. No Direito Civil: Evento danoso em 08/02/11. Reparao civil extracontratual (prazo prescricional de 3 anos). Prescrio em 08/02/14. At esta data possvel ajuizar ao requerendo a reparao do dano ocorrido naquela data.

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2. No Direito do Trabalho: temos dois prazos prescricionais (de 2 e 5 anos) CF Art. 7 XXIX ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho; Enquanto no houver extino do contrato, s deve ser observada a prescrio quinquenal. Do dia do evento danoso tem-se 5 anos para ajuizar a ao. Inicia-se o prazo a partir do evento danoso. Da data de ajuizamento da ao, pode-se buscar at 5 anos antes. Havendo resciso do contrato, a sim se observa o prazo prescricional bienal.

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Evento danoso em 08/02/11. Em tese a prescrio ser em 08/02/16. Isso se no houver resciso neste lapso temporal. Se, no entanto, houver resciso nesse perodo, a prescrio se reduz para 2 anos aps a extino. Assim, no exemplo dado, havendo resciso em 15/04/11, possvel ajuizar a ao at 15/04/13. No entanto, neste caso, somente ser possvel requerer direitos que foram violados at cinco anos antes. Logo, uma prescrio PODER anular a outra, visto que, se a ao for ajuizada em 15/04/13, somente podero ser pedidos os direitos de at 5 anos atrs.

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Quanto mais tempo o reclamante demorar para ajuizar a ao, mais direitos so perdidos. Inclusive, quando se entra com a ao trabalhista, so contatos 5 anos anteriores ao ajuizamento e no do trmino do contrato. TST SUM-308 PRESCRIO QUINQUENAL (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 204 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I. Respeitado o binio subsequente cessao contratual, a prescrio da ao trabalhista concerne s pretenses imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamao e, no, s anteriores ao qinqnio da data da extino do contrato. (ex-OJ n 204 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) II. A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrio da ao trabalhista para 5 (cinco) anos de aplicao imediata e no atinge pretenses j alcanadas pela prescrio bienal quando da promulgao da CF/1988. (ex-Smula n 308 - Res. 6/1992, DJ 05.11.1992) ATENO: Se a pea for uma reclamao, pea tudo! Se for defesa, atente para a data e pea a prescrio. Na defesa, o reclamado no projeta o aviso prvio, salvo na ao de consignao em pagamento. SDI-1 OJ-83 AVISO PRVIO. INDENIZADO. PRESCRIO (inserida em 28.04.1997) A prescrio comea a fluir no final da data do trmino do aviso prvio. Art. 487, 1, CLT. TST entende que dano moral na relao de emprego crdito trabalhista! Logo respeita os prazos prescricionais do direito do trabalho. PRESCRIO QUANTO AO FGTS Regra geral, a prescrio do FGTS trintenria ou trintenal, podendo ser buscados os ltimos 30 anos de

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FGTS. Mas, como toda regra geral, h excees, havendo casos de prescrio quinquenal e bienal. Ex.: O empregado comeou a trabalhar em 1960, como optante do FGTS. Trabalhou at 2010, quando se aposentou espontaneamente. O simples fato de ter se aposentando, ainda que no haja extino do contrato, d direito ao levantamento do FGTS. Vejamos duas situaes hipotticas: 1. Durante todo o contrato de trabalho houve pagamento de salrios, mas nunca houve depsitos de FGTS. 30 anos FGTS sobre salrios pagos xxxxxxxxxxxxxxx 1970 1981 10/03/11 RT

Na Reclamao Trabalhista, pede-se somente os depsitos de FGTS sobre salrios pagos. Se o reclamante ajuizar ao em 2010, recupera at 1980 e perde 10 anos de FGTS devido prescrio trintenal.

2. Durante todo o contrato de trabalho houve pagamento de salrios e prestao de horas extras, mas nunca houve pagamento de horas extras nem depsitos de FGTS. 30 anos (FGTS sobre salrios pagos)

5 anos (horas extras) xxxxxxxxxxxxxxxxxx 1970 1981 10/03/06 10/03/11 10/03/13 RT

TST SUM-206 FGTS. INCIDNCIA SOBRE PARCELAS PRESCRITAS (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A prescrio da pretenso relativa s parcelas remuneratrias alcana o respectivo recolhimento da contribuio para o FGTS.

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Na Reclamao Trabalhista pede-se: a) depsito de FGTS sobre salrios pagos dos ltimos 30 anos; b) Pagamento, integrao e reflexos das horas extras. Hora extra crdito trabalhista, logo sua prescrio de 5 anos; c) Depsitos de FGTS sobre as horas extras dos ltimos 5 anos, tendo em vista que o fato gerador do FGTS, neste caso, so as horas extras que prescrevem em 5 anos. Concluso: FGTS no incide sobre parcela prescrita. a inteligncia da Smula 206 do TST:

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A prescrio do FGTS, como afirmado, tambm bienal: TST SUM-362 FGTS. PRESCRIO (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 trintenria a prescrio do direito de reclamar contra o no-recolhimento da contribuio para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos aps o trmino do contrato de trabalho.

PRESCRIO CONTRA MENOR Contra menor no corre prescrio. O prazo prescricional s comea a correr quando atingir a maioridade. Logo, a menoridade impede a prescrio. CLT Art. 440. Contra os menores de dezoito anos no corre nenhum prazo de prescrio. Para entendermos melhor, criamos a chamada TEORIA DO PACOTE: Ex.: 1) Criana com 10 anos de idade comea a trabalhar (contrato nulo, no gera vnculo, mas so garantidos os direitos). Trabalhou at 15 anos de idade. Extinguindo-se o contrato de trabalho com 15 anos, a prescrio s comea a correr aos 18 anos, atingindo todos os direitos garantidos, adquiridos dos 10 aos 15 anos. Assim, o ex-empregado poder ajuizar reclamao trabalhista at os 20 anos de idade (prescrio bienal), pedindo os crditos dos 10 aos 15 anos de idade. Logo, no h se falar na prescrio quinquenal neste caso, pois contra menor no corre prescrio, devendo ser observada apenas a prescrio bienal aps atingida a maioridade. Imagine que todos os direitos trabalhistas do empregado menor de idade se encontram guardados num pacote, como um presente que ele poder vim a receber futuramente, caso busque seus direitos.

Incio Prazo de prescrio prescrio bienal

10 anos

15 anos

18 anos

20 anos

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3. Empregado comeou a trabalhar ainda criana, com 10 anos de idade, extinguindo-se seu contrato aos 30 anos de idade. A prescrio bienal comea a correr aos 30 anos. A partir dos 18 anos de idade, o empregado dever observar o prazo quinquenal, que finda-se aos 23 anos, at quando poder ser buscados os direitos dos 10 aos 18 anos. Concluindo: se o contrato de trabalho extinguir-se enquanto o empregado ainda for menor, no h se falar em prescrio quinquenal, mas apenas na bienal a partir da maioridade. Se o contrato extinguir-se aps a maioridade, alm da bienal deve ser observada a prescrio quinquenal, sendo a primeira contada do trmino da relao de trabalho e a segunda a partir da maioridade.

Prescrio bienal 10 anos 18 anos Incio da prescrio quinquenal 23 anos 30 anos 32 anos

INTERRUPO DA PRESCRIO A interrupo de qualquer prazo faz com que ele zere e recomece a contagem. Ex.: Incio do contrato de trabalho em 07/07/00. Em 07/07/10 extinguiu-se o contrato de trabalho. De 07/07/00 at 07/07/05 o empregado prestava horas extras e noturnas, sem nunca ter recebido por elas. Nesta ocasio, o empregado ingressa com sua primeira reclamao trabalhista, ainda durante o contrato de trabalho, pedindo somente horas extras, de 2000 a 2005, no havendo pedido de horas noturnas.

A interposio da reclamao trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrio (seja quinquenal, seja bienal): TST SUM-268 PRESCRIO. INTERRUPO. AO TRABALHISTA ARQUI-VADA (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ao trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrio somente em relao aos pedidos idnticos. Ateno: a interrupo da prescrio atinge somente os pedidos feitos na reclamao ajuizada. Porm, o empregado desiste da ao, no comparecendo a audincia, arquivando-se o processo.
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Continua trabalhando para o mesmo empregador, desta vez, cumprindo somente horas extras, sem horas noturnas, at 2010, quando ajuza nova reclamao trabalhista, pedindo horas extras de 2000 a 2005 (pois a prescrio foi interrompida) e horas extras de 2005 a 2010 (ainda dentro do prazo prescricional). Em relao s horas noturnas, j ocorreu a prescrio.

Horas extras e noturnas 07/07/00

Horas extras 07.07.10

07/07/05 Ajuizamento de RT - arquivamento Interrupo da prescrio

No pacote esto as horas extras trabalhadas entre 2000 e 2005

Ateno: a interrupo da prescrio s ocorre uma nica vez para cada pedido. CC Art. 202. A interrupo da prescrio, que somente poder ocorrer uma vez, dar-se-: ... Se, nesse mesmo exemplo, o empregado ajuza a ao somente em 08/07/10, volta 5 anos, no havendo que se falar em perda do direito das horas extras de 2000 a 2005, salvo se ajuizada a segunda RT aps 07/07/10, pois neste caso j houve prescrio relativa contagem do segundo prazo, aps ter sido o mesmo zerado quando da interposio da primeira RT.

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Extino do contrato de trabalho em 23.04.2010 (j com projeo do aviso prvio). O empregado pode ajuizar a reclamao at 23.04.12 (prescrio bienal). Em 28.08.11 o empregado ajuza sua primeira reclamao trabalhista, reclamando os direitos de 2006 a 2010. Por qualquer motivo, o empregado no comparece audincia sendo a reclamao arquivada. O ajuizamento interrompe a prescrio, reiniciando a contagem do prazo. Logo, poder ser ajuizada nova ao referente aos mesmos direitos (de 2006 a 2010) at 28.08.13.

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Prazo de prescrio bienal 23.04.10 20.08.11 Ajuizamento de RT Interrupo da prescrio 23.04.12 20.08.13

Novo prazo de prescrio bienal Com a interrupo da prescrio, todos os direitos trabalhistas forem resguardados (imagine-os guardados no pacote!), sendo garantidos at 28.08.13, data em que ainda possvel ajuizar nova ao reclamando todos os direitos do pacote.

PRESCRIO TOTAL E PARCIAL Tanto a prescrio total quanto a parcial so qinqenal, ou seja, de 5 anos. Existem direitos que decorrem de lei e existem direitos que decorrem do contrato. Decorre de lei aquele em que a obrigao de pagar est prevista em lei (hora-extra, repouso semanal, insalubridade, periculosidade, horas noturnas, etc.). Decorrem do contrato aqueles em que a lei no obriga ao pagamento, mas apenas prev o direito, sendo o contrato que obriga o pagamento, somente fazendo jus o empregado porque esto previstos no contrato de trabalho (por exemplo, gratificao de funo). Se o empregador no cumpre com o pagamento de direitos decorrentes de lei, a prescrio parcial; se a falta de pagamento de direitos decorrentes de contrato, a prescrio total. a inteligncia da Smula 294 do TST: TST Smula N 294 do TST PRESCRIO. ALTERAO CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Tratando-se de ao que envolva pedido de prestaes sucessivas decorrente de alterao do pactuado, a prescrio total, exceto quando o direito parcela esteja tambm assegurado por preceito de lei. Em algo parcial no se mensura tudo, mas somente uma parte. Se a prescrio parcial, ao ajuizar a RT, o empregado pode reclamar os direitos dos ltimos 5 anos, logo, s alcanar uma parte dos direitos.

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Se a prescrio total, ajuizando a RT, volta-se os ltimos 5 anos, ou se alcana a alterao contratual e leva tudo ou no alcana e no leva nada. tudo ou nada, ou seja, quando o empregado volta os 5 anos para trs, ou ganha o direito todo ou no ganha nada. Ex.: a) Prescrio Parcial Dois contratos de trabalho que comearam na mesma data (no ano de 2000) e se extinguiram na mesma data (em 25.10.10). Um sujeito comeou a trabalhar em 2000. Do inicio do contrato at 01/03/2002, ele prestou horas extras e recebeu a remunerao devida sobre essas horas extras. A partir daquela data, o empregado continuou prestando horas extras mas o empregador deixou de fazer o devido pagamento, no o efetuando at a data da extino do contrato, em 25/10/2010. Como o pagamento de horas extras decorre de lei, a prescrio parcial.
Prestao e recebimento de horas extras Ano 2000 Prestao de horas extras sem o recebimento 25.10.10

01.03.02

Se, neste caso, o empregado diligentemente ajuza RT na data do trmino do contrato de trabalho, volta-se 5 anos e ele receber todos os direitos relativos s horas extras prestadas e no pagas neste perodo, ou seja, de 25/10/2005 a 25/10/2010. Sendo assim, as horas extras de 01/03/2002 a 24/10/2005 esto prescritas. Como se trata de pagamento devido por lei, ao no efetu-lo, o empregador fere direito do empregado, gerando o seu direito de ao, que renovado ms a ms. Da ser a prescrio parcial, onde possvel o recebimento de parte dos direitos devidos. Nesse caso, a prescrio parcial, na verdade, porque a lei diz, no Art. 59/CLT73 e no Art. 7, XVI/CF74, que o pagamento das horas extras garantido por lei. Assim, todo ms que o empregado presta horas extras a lei lhe garante que essas horas extras sejam pagas. Se o empregador no as paga, todo ms o empregador est lesionando o direito do empregado. Ento todo ms nasce para o empregado o direito de ao. Renova-se o tempo e o direito de ao. b) Prescrio Total O empregado de uma loja, desde o incio do seu contrato de trabalho, no ano de 2000, recebia comisso de 10% sobre as vendas. Em 01/03/2002, o empregador altera o contrato de trabalho e reduz a comisso para 8%. Tendo em vista que essa reduz traz prejuzos ao empregado, a alterao nula, o que
Art. 59, CLT - A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. 74 Art. 7 XVI, CF - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal;
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ignorado pelo empregador que procede alterao, exigindo que os empregados assinem o contrato dela dispondo. Enquanto o ato nulo no Direito Civil no prescreve, no Direito do Trabalho o ato nulo prescreve. Assim, o empregado tem 5 anos a partir do ato (da alterao contratual) para buscar a nulidade dessa alterao e a diferena da reduo. Em 01/03/2002 o empregador alterou o contrato de trabalho e ao alterar o contrato de trabalho ele cometeu ato ilcito. Esse empregado s entrou com a Reclamao Trabalhista em 25/10/2010. Como o direito decorre do contrato, a prescrio total e, se total, quando esse empregado entrar com a ao projetando 5 anos para trs, ou ele ganha tudo ou no ganha nada. Voltando os 5 anos, volta-se data de 25/10/2005. Ocorre que a alterao contratual foi anterior a essa data (01/03/2002). Neste caso, o empregado no ganha o direito s diferenas pela reduo da comisso, visto que o ato ilcito do empregador somente ocorreu quando da alterao contratual que no poderia ter sido feita, no havendo que se falar em renovao do direito de ao, pois o direito do empregado somente foi ferido com a alterao do contrato, em afronta lei. Ainda neste caso, para requerer a diferena da comisso, antes necessrio requerer a anulao da alterao contratual, o que somente poderia ser feito at 01/03/07.

Alterao do contrato pelo empregador Comisso de 10% sobre as vendas Comisso de 8% sobre as vendas Ano 2000 01.03.02 25.10.05 25.10.10 RT

Logo, se o empregador lesionou o direito do empregado no dia 01/03/2002, nesta data nasce para o empregado o direito de ao. Nascendo o direito de ao, comea a se contar o prazo de prescrio, tendo o empregado 5 anos para entrar com a ao. Nesse caso teria at o dia 01/03/2007. Se o empregado entrar com a RT at esta data, volta 5 anos e alcana a data da alterao. Nesse caso, o juiz declara a alterao contratual nula e o empregado ter direito a diferena de 2% das comisses do perodo. O direito foi violado uma nica vez: quando o empregador alterou o contrato. A alterao do contrato que foi a violao do direito. Quando o empregador violou o contrato e reduziu a comisso de 10% para 8%, fez um ato nico. O direito violado foi o direito a inalterabilidade contratual lesiva 75.

Art. 468, CLT - Nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das respectivas condies por mtuo consentimento, e ainda assim desde que no resultem, direta ou indiretamente, prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade da clusula infringente desta garantia.
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Quando o empregador, depois da alterao contratual, passou a pagar 8%, na realidade ele no violou o contrato, pelo contrrio, ele est cumprindo o contrato, est pagando de acordo com o contrato, que foi alterado e assinado pelo empregado. O ato ilcito foi o da alterao contratual. O direito de ao comea do ato ilcito. Diferentemente ocorre nos casos de descumprimento contratual. H casos em que o empregador no altera o contrato mas simplesmente o descumpre. Nesses casos, o entendimento dominante do TST, que ainda que as parcelas decorram de contrato a prescrio vai ser parcial, ou seja, ela se renova a cada ms. Isso porque, de acordo com o exemplo acima, o contrato continua prevendo comisso de 10% e o empregador que comea a pagar somente 8%, descumprindo ms a ms o contrato de trabalho. Assim, DESCUMPRIMENTO DE LEI E DE CONTRATO PRESCRIO PARCIAL.

SDI-1 OJ-175 COMISSES. ALTERAO OU SUPRESSO. PRESCRIO TOTAL (nova redao em decorrncia da incorporao da Orientao Jurisprudencial n 248 da SBDI-1) - DJ 22.11.2005 A supresso das comisses, ou a alterao quanto forma ou ao percentual, em prejuzo do empregado, suscetvel de operar a prescrio total da ao, nos termos da Smula n 294 do TST, em virtude de cuidar-se de parcela no assegurada por preceito de lei. TST SUM-275 PRESCRIO. DESVIO DE FUNO E REENQUADRAMENTO (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 144 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Na ao que objetive corrigir desvio funcional, a prescrio s alcana as diferenas salariais vencidas no perodo de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Smula n 275 alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - Em se tratando de pedido de reenquadramento, a prescrio total, contada da data do enquadramento do empregado. (ex-OJ n 144 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) Na Smula 275 do TST h um caso de desvio e de reenquadramento funcional. O inciso I fala de Desvio de Funo. O desvio de funo quando o contrato prev uma funo qual corresponde um salrio, e o empregado desempenha outra funo que corresponde a um salrio distinto. Sempre que algum contratado o contrato estabelece uma funo e quando se est em desvio de funo se est em flagrante descumprimento contratual. Para que um empregado passe a ocupar outra funo preciso que se faa, obrigatoriamente, a alterao na CTPS, convidando realmente o empregado a assumir a nova funo. No desvio de funo, o empregado passa a exercer funo diversa da que foi contratado sem alterao contratual, no havendo pagamento de salrio correspondente. Logo, um descumprimento

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contratual. J quando se est em descumprimento contratual, o empregado exerce a nova funo para a qual foi promovido, mas continua recebendo o salrio anterior, quando deveria receber o salrio da nova funo. Neste caso, todo ms o empregador contraria o contrato, surgindo para o empregado, ms a ms, o direito de ao. A prescrio que se renova todo ms a prescrio parcial. Ento, desvio de funo no passa de um descumprimento contratual, porque o empregador deveria ter alterado a funo no contrato e no o fez. A alterao contratual ilcita prescrio total. O descumprimento contratual prescrio parcial. O inciso II da Smula 275 do TST fala de reenquadramento. Quando se fala em reenquadramento pensa-se logo em promoo. O ato de o empregador enquadrar o empregado em outra funo abaixo da ocupada anteriormente ato nulo, pois trata-se de uma alterao contratual prejudicial ao empregado. Nesses casos, o direito reintegrao decorre do contrato e o empregado tem 5 anos para reclamar e pedir o reenquadramento, limitado a 2 anos aps a extino do contrato de trabalho. SUM-6 EQUIPARAO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (incorporao das Smulas ns 22, 68, 111, 120, 135 e 274 e das Orientaes Jurisprudenciais ns 252, 298 e 328 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 IX - Na ao de equiparao salarial, a prescrio parcial e s alcana as diferenas salariais vencidas no perodo de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Smula n 274 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003). Como a equiparao um direito garantido pela lei, a prescrio parcial. Logo, quando o empregado ajuizar RT, s poder reclamar direitos dos ltimos 5 anos. SUM-326 COMPLEMENTAO DOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA. PARCELA NUNCA RECEBIDA. PRESCRIO TOTAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Tratando-se de pedido de complementao de aposentadoria oriunda de norma regulamentar e jamais paga ao ex-empregado, a prescrio aplicvel a total, comeando a fluir o binio a partir da aposentadoria. Se um empregado ganha por ms R$ 15.000,00 e tem como previdncia somente o regime geral (apenas o INSS), este empregado receber no mximo R$ 3.000,00 de aposentadoria. Durante o perodo de trabalho o empregado recebia R$ 15.000,00 e contribua sobre R$ 3.000,00. Para esse empregado evitar a queda no padro salarial, ele far uma previdncia complementar, pagando a diferena para que ao se aposentar continue recebendo R$ 15.000,00. Acontece que esses planos oferecidos e geridos pelo empregador, geralmente so mal administrados, sendo comum at que essas empresas se utilizem do fundo de aposentadoria complementar para evitar falncia ou dvidas da empresa. Dessa forma, o fundo se torna invivel, havendo casos em que a diferena sequer repassada ao empregado aposentado. Nesses casos, o empregado tem prescrio total do direito, conforme Smula 326 do TST.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL PARA RESOLVER EM CASA 18. Defuntina Covas prestou servios para a empresa Funerria Moribunda Ltda. desde 12 de fevereiro de 1997, quando foi sumariamente despedida em 22 de junho de 2009. Durante todo o contrato, trabalhou no perodo noturno das 22h s 5h, prorrogando at s 7h da manh, sem nunca ter recebido qualquer adicional, na funo de supervisora de tanatopraxia (conservador e maquiador de cadveres), e por esta funo recebia mensalmente uma gratificao, que acabou sendo suprimida em 08 de agosto de 2008. De acordo com seu empregador, sua dispensa foi motivada pelo cometimento de suposta falta grave, desdia no desempenho de suas funes, uma vez que os parentes de um dos defuntos reclamaram que a tanatopraxia estava muito mal feita, o que acabou causando prejuzos ao empregador. No entanto, a empregada alegou que os produtos comprados pela empresa para o servio j estavam com o prazo de validade vencido, o que foi devidamente comunicado por Defuntina Covas a seu empregador. Trs meses aps sua demisso, a empregada descobriu que poca de sua dispensa j estava grvida e procurou voc, que, na qualidade de advogado do sindicato da categoria dos tanatopraxistas, dever propor a pea processual adequada para a defesa dos interesses de sua cliente. 19. Paolo Bald, conhecido maquiador, foi contratado para prestar servios em salo de beleza em que atendia clientes da alta sociedade da cidade em que morava. Em janeiro de 2008, foi constatado que era soropositivo, molstia grave e incurvel sem relao com o trabalho, sendo afastado de suas funes para a percepo de benefcio previdencirio. Seu empregador foi notificado pelo INSS sobre o motivo de seu afastamento logo aps seu retorno ao trabalho. Em janeiro de 2009, efetivamente retornou aos servios, mas foi logo comunicado por seu empregador que no mais seria necessrio empresa, que o dispensou justamente por causa da doena que originou seu afastamento, recebendo a s verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias a que tinha direito. Insatisfeito com a atitude de seu empregador procura voc, que, na qualidade de advogado do sindicato da categoria dos maquiadores, dever propor a pea processual adequada para a defesa dos interesses de seu cliente.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 20. Sigmund prestou concurso pblico para a empresa pblica Kapa Econmica Federal em 15. 07.00 para a funo de caixa. Assumindo o emprego pblico em 20.08.00 com jornada de trabalho de 6 horas dirias e 30 horas semanais. Aps 4 anos de efetivos servios assumiu a funo de gerente, recebendo adicional em razo disso, com jornada de trabalho de 8 horas/dia e quarenta semanais. Em decorrncia de desentendimentos com a direo da empresa, foi demitido sem justa causa e que suas verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias foram quitadas no sindicato de sua categoria, inclusive com horas extras zeradas, sem qualquer ressalva. Sabe-se que Sigmund tem 18 anos incompletos e utiliza-se do jus postulandi e que, inconformado, ingressou com reclamao trabalhista pleiteado sua reintegrao ao empregado em decorrncia da estabilidade prevista no art. 41, CF/88, alegando, inclusive, nulidade de sua dispensa por falta de motivao do ato jurdico. No ensejo, pleiteou igualmente o pagamento da stima e oitava horas como extraordinrias. Como advogado da empresa elabore sua defesa. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO CONTESTAO KAPA ECONMICA FEDERAL, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n., com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar CONTESTAO a Reclamao Trabalhista contra si proposta por SIGMUND, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: DA FALTA DE INTERESSE DE AGIR Falta interesse de agir do reclamante uma vez que deu quitao s horas extras com valor zerado no sindicato de sua categoria profissional sem qualquer ressalva. O 2 do art. 477, CLT, esclarece que o recibo de quitao tem eficcia liberatria em relao as parcelas e valores constantes do recibo. Assim, ao constar do recibo as horas extras, deveria ter o empregado feito ressalva no verso do recibo a fim de resguardar seu direito de pleitear as mesmas em eventual reclamatria trabalhista, nos exatos termos do caput da sumula 330, TST. Diante do exposto, ante a falta de qualquer violao a direito do reclamante, no tem ele qualquer interesse de agir em relao s horas extras supostamente no pagas, pelo que o presente pedido deve ser extinto sem soluo de mrito, nos termos do art. 267, inc. IV, CPC. DA INCAPACIDADE PROCESSUAL O art. 793, CLT, estabelece que a reclamao trabalhista de menor de 18 anos feita por seus representantes. Como o reclamante tem dezoito anos incompletos, deve ele ser assistido para a prtica de qualquer ato processual, sob pena de extino do feito sem soluo de mrito nos termos do inc. IV, art. 267, CPC. DA NULIDADE CONTRATUAL Em 15.07.00 prestou o reclamante concurso pblico para a funo de caixa de instituio financeira (empresa publica), assumindo seu emprego pblico em 20.08.00, quando ento era menor de 14 anos de idade. No entanto, o inc. V, ao art. 5 da Lei 8112/90 preceitua que a idade mnima para prestar concurso pblico 18 anos de idade. Assim, como o art. 104, CC, exige para a validade do negocio jurdico a capacidade do agente, no foi o negocio jurdico vlido, pelo que inexiste qualquer vnculo empregatcio DA INEXISTENCIA DO DIREITO A REINTEGRAAO VALIDADE DA DISPENSA
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A deciso de primeiro grau contrariou entendimento dominante do TST no sentido de que os empregados pblicos de sociedades de economia mista e empresas pblicas podem ser arbitrariamente despedidos, sem que para isso, haja necessidade de motivao do ato, consagrada atravs da Orientao Jurisprudencial n 247 SDI-1: Orientao jurisprudencial 247 SDI: Servidor Pblico. Celetista concursado. Despedida imotivada. Empresa pblica ou sociedade de economia mista. Possibilidade. Tal entendimento s veio a confirmar o que diz o art. 173, 1, inc. II da CF/88 na medida em que as sociedades de economia mista, as empresas pblicas e suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios esto sujeitas ao regime jurdico prprio das empresas privadas, no se podendo mesmo falar em estabilidade, j que est pacificado no Tribunal Superior do Trabalho a inexistncia de estabilidade que indique a reintegrao de empregado: Smula 390, inc. II. Ao empregado de empresa pblica ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovao em concurso pblico, no garantida a estabilidade prevista no art. 41, CF/88. Cabendo recorrente decidir pela continuidade ou no dos contratos de trabalho de seus empregados pblicos, observando, apenas, o pagamento das verbas rescisrias do perodo e a indenizao dos 40% sobre os depsitos do FGTS, no h que se falar em reintegrao, pois s se reintegra empregado cuja demisso se constitua em ato jurdico nulo, o que no ocorre no caso em exame, pois a demisso de empregado pblico poder potestativo do empregador pblico, em se tratando das hipteses do art. 173, 1, inc. II da CF/88. DA INEXISTNCIA DE DIREITO S HORAS EXTRAS O art. 224, CLT, estabelece claramente que a jornada normal do empregado bancrio de 6 horas dirias e 30 horas semanais, sendo extraordinrias, segundo o inc. XVI art. 7, CF/88 as horas que excederem a jornada normal de trabalho do empregado. No entanto, ficam excludos do regime de 6 horas, caindo na regra geral de 8 horas (art. 7, inc. VI CF/88 c/c 2, art. 224, CLT) os empregados bancrios que desempenhem funo de confiana, pelo que recebero um adicional de 1/3 sobre o valor dos salrios. Essa gratificao de um tero, aliada ao cargo de confiana, tm o condo de aumentar a jornada do bancrio de 6h para 8h, sendo remuneradas como extras

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apenas a 7 e 8 horas, segundo dispe a sumula 102, incs. II e IV, TST: o bancrio que exerce a funo a que se refere o pargrafo segundo do art. 224, CLT, e recebe gratificao no inferior a um tero j tem remuneradas as duas horas extraordinrias excedentes de seis. Assim, no tem o reclamante direito ao recebimento da 7 e 8 horas extraordinrias. CONCLUSO Diante de todo o exposto, Kapa Econmica Federal requer se digne V.Exa. acolher as preliminares de falta de interesse de agir, incapacidade processual, nulidade contratual e impossibilidade jurdica do pedido, extinguindo o feito sem soluo de mrito. No mrito, requer o julgamento improcedente da presente reclamao com o reconhecimento da inexistncia de horas extras e da validade da dispensa. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEA PRTICO PROFISSIONAL 21. Freud eleito membro de CIPA foi despedido com justa causa aps ser pego realizando pequenos furtos dentro da empresa. No dia marcado para recebimento das verbas rescisrias l no compareceu. Dias depois, a empresa recebe notificao de reclamao trabalhista em que Freud alega ter sido despedido sem justa causa e pede, conseqentemente, sua reintegrao ao emprego j que a falta grave supostamente por si cometida no foi apurada mediante inqurito judicial como determina a lei. Sabe-se que a empresa, dois dias antes da distribuio da reclamao trabalhista de Freud, ingressou com ao de consignao em pagamento alegando falta grave e o depsito da quantia devida com efeito de pagamento. Em sua pea vestibular h pedido de honorrios advocatcios de 20% e que seu advogado particular. Como advogado da empresa defenda seus direitos. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO CONTESTAO EMPRESA, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n., com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar CONTESTAO a Reclamao Trabalhista contra si proposta por FREUD, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: PRELIMINAR DE CONEXO Estabelece o art. 102, CPC, que conexas so aes em que tem idnticas as partes e a causa de pedir. Assim, como a ao de consignao em pagamento tem como causa de pedir o comento de falta grave pelo empregado para a consignao apenas de saldo de salrios e frias vencidas mais o tero constitucional e a reclamao trabalhista a inexistncia da mesma falta grave, interferindo o mrito de uma ao no da outra, so as mesmas conexas e devem ser julgadas em conjunto a fim de evitar sentenas contraditrias, pelo que tem a competncia para julgar as duas aes o juzo da ao de consignao em pagamento, uma vez que de acordo com a doutrina e a jurisprudncia o juzo prevento aquele a quem primeiro foi distribuda uma das aes conexas, isto , o da consignao pelo que a presente ao deve para aquele juzo ser remetida. DA INEXISTNCIA DO DIREITO REINTEGRAO O art. 10, inc. II, a dispe expressamente que no podero sofrer dispensa arbitrria ou sem justa causa os empregados eleitos dirigentes de comisso interna de preveno de acidentes desde o registro da candidatura at um ano aps o trmino do mandato. Ora, a norma constitucional imps como requisitos para a estabilidade do cipeiro o fato de ser eleito para o cargo de direo. Assim, o simples membro da CIPA, ainda que eleito, no tem qualquer estabilidade, mas apenas e to somente os que so eleitos para o cargos de direo. Ad aregumentandum tantum, caso V.Exa. entenda haver qualquer tipo de estabilidade, a norma jurdica que garante ao cipeiro estabilidade no condiciona a dispensa por falta grave do empregado eleito diretor da CIPA apurao de tal falta mediante a interposio de inqurito judicial, assim como fez com o dirigente sindical (art. 8, inc. VIII, CF/88) e outros estveis. Logo, sua dispensa resulta de mero cometimento da falta grave alegada, que ser provada no curso do presente processo, devendo o presente pedido ser extinto sem soluo de mrito nos termos
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do inc. IV, art. 267, CPC. DO COMENTIMENTO DE FALTA GRAVE Ainda que fosse garantida ao empregado qualquer estabilidade em decorrncia de ser membro da CIPA, esta sucumbiria ao cometimento de falta grave, de modo que o empregado foi pego realizando pequenos furtos dentro da empresa, incorrendo na falta ato de improbidade (art. 482, a, CLT), pelo que, estvel ou no, acaba tendo seu contrato de emprego rescindido por justa causa, fazendo jus apenas ao saldo de salrios e aos depsitos de FGTS. DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS Igualmente contesta a reclamada o pedido de deferimento da verba honorria de sucumbncia mngua de amparo legal, pois o recorrido est assistido por advogado particular, tampouco fez prova de sua hipossuficincia econmica, de modo a no preencher as exigncias contidas nos Enunciados do TST 219 e 329. Ainda que fossem devidos honorrios de sucumbncia, o que se admite apenas para esgotamento destas razes, estes seriam de 15% e no de 20%, conforme dispe a smula 219 do TST. CONCLUSO Diante de todo o exposto, EMPREGADOR requer se digne V.Exa. acolher a preliminar de conexo, remetendo o presente feito ao juzo prevento (o da consignao em pagamento) a fim de evitar sentenas contraditrias. Requer ainda o acolhimento da preliminar de impossibilidade jurdica do pedido por inexistncia de estabilidade e, conseqentemente, reintegrao. No mrito, requer o julgamento improcedente da presente reclamao com o reconhecimento de falta grave e inexistncia de direito reintegrao pleiteada e aos honorrios advocatcios reclamados. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB
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PEA PRTICO PROFISSIONAL 22. Clodoaldo gerente de marketing de um supermercado e poca de sua dispensa, 22.06.04, percebia a quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) a ttulo de salrio o que representava pelo menos cinqenta por cento a mais do que a mdia salarial da empresa. Como j contava com mais de 5 anos na empresa, sua resciso foi devidamente homologada no sindicato de sua categoria, constando em seu recibo de quitao as seguintes verbas e valores: a) aviso prvio R$ 4.000,00; b) saldo de salrios (22 dias) R$ 2.000,00; c) Frias vencidas +1/3: R$ 5.500,00; d) frias proporcionais + 1/3: R$ 3.500,00; e) 40% sobre FGTS: R$ 10.000,00. Em 23.06.06 ingressou com reclamao trabalhista alegando que seu salrio, na verdade, no era R$ 4.000,00, mas, sim, R$ 5.000,00 e, alm disso, prestou duas horas extras por dia no ltimo ano de trabalho e que tais verbas deveriam repercutir nas rescisrias e indenizatrias constantes do recibo. Por fim, pede honorrios advocatcios de 20%. Como advogado da empresa, elabora a defesa competente. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO CONTESTAO EMPRESA, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n., com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar CONTESTAO a Reclamao Trabalhista contra si proposta por CLODOALDO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: PRELIMINAR DE CARNCIA DE AO FALTA DE INTERESSE DE AGIR O caput da smula 330 do Tribunal Superior do Trabalho prescreve o seguinte: A quitao passada pelo empregado, com assistncia de entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observncia dos requisitos exigidos nos pargrafos do art. 477 da CLT, tem eficcia liberatria em relao s parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva expressa e especificada ao valor dado parcela ou parcelas impugnadas. Assim, como no houve qualquer ressalva especfica indicativa das parcelas e valores em relao aos quais o reclamante com eles no concordava, operou-se a eficcia liberatria de todos os direitos e valores constantes expressamente do termo de resciso contratual ( 2, art. 477, CLT), no podendo mais reclamar sobre o valor de sua remunerao e demais verbas, faltando-lhe interesse processual para ingresso em juzo com a presente reclamao, devendo o referido pedido de pagamento da diferena de tais verbas ser extinto sem soluo de mrito, conforme art. 267, inc. VI. PREJUDICIAL DE PRESCRIO BIENAL O contrato de trabalho do empregado, conforme salientado, foi rescindido em 22.06.04 tendo ingressado com reclamao trabalhista apenas em 23.06.06, portanto, dois anos e um dia aps a extino do pacto laboral. O art. 7, inc. XXIX da Constituio Federal estabelece prazo prescricional de dois anos aps a extino do contrato para que o reclamante exera o direito processual de ao. Assim, deixando transcorrer in albis o prazo, a pretenso foi atingida pela prescrio pelo que o presente feito deve ser extinto com julgamento de mrito de conformidade com o art. 269, inc. IV, CPC.
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PREJUDICIAL DE PRESCRIO QUINQUENAL Caso ultrapassada a prejudicial acima, argi-se a prescrio qinqenal (art. 7., inc. XXIX, CF) na medida em que, como a reclamao trabalhista foi interposta em 23.06.06 tem o empregado o direito de reclamar apenas as parcelas relativas aos cinco anos anteriores ai ingresso da reclamao trabalhista (sum. 308, TST), pelo que as verbas anteriores a 23.06.2001 foram atingidas pela prescrio qinqenal, pelo que referido pedido deve ser extinto com soluo de mrito nos termos doa RT. 269, inc. IV, CPC. MRITO DA INEXISTNCIA DE DIREITO S HORAS EXTRAS O art. 62, caput, da Consolidao das Leis do Trabalho diz que esto excludos do regime de Jornada de Trabalho, alm dos vendedores externos, os gerentes, assim considerados os exercentes de cargo de gesto, aos quais se equiparam para efeito do disposto neste artigo os diretores e chefes de departamento e/ou filial. Alm do mais, de acordo com o pargrafo nico do art. 62, CLT, o controle de jornada de trabalho no aplicada aos empregados diretores, gerentes e chefes de estabelecimento e/ou filial quando receberem alm do salrio normal, gratificao de funo for de pelo menos 40% sobre o valor do salrio contratual. No presente caso, a gratificao de funo do reclamante de 50%, incidindo sobre ele a regra o art. 62 e lhe retirando, portanto, o direito ao recebimento de horas extraordinrias. DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS Igualmente contesta a reclamada o pedido de deferimento da verba honorria de sucumbncia mngua de amparo legal, pois o recorrido est assistido por advogado particular, tampouco fez prova de sua hipossuficincia econmica, de modo a no preencher as exigncias contidas nos Enunciados do TST 219 e 329. Ainda que fossem devidos honorrios de sucumbncia, o que se admite apenas para esgotamento destas razes, estes seriam de 15% e no de 20%, conforme dispe a smula 219 do TST. CONCLUSO Diante de todo o exposto, EMPREGADOR requer se digne V.Exa. acolher a preliminar de falta de interesse processual relativamente ao pedido de pagamento de diferenas salariais oriundas do termo de resciso do contrato de trabalho extinguindo tal pedido sem soluo de mrito. Requer ainda o acolhimento das prejudiciais de prescrio bienal e qinqenal, devendo tais pedidos serem extintos

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com julgamento de mrito. No mrito, requer o julgamento improcedente da presente reclamao com o reconhecimento da inexistncia de direito s horas extras e aos honorrios advocatcios reclamados. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO

PEA PRTICO PROFISSIONAL 23. Jos Doidinho era dirigente sindical e vivia conclamando seus companheiros de fbrica a reivindicarem melhores condies de salrio. Vez ou outra aparecia na porta da empresa munido de megafones incitando seus colegas a comparecerem Assemblia Geral de Greve para deliberao acerca do movimento paredista. Seu empregador, a empresa Gama, passou a no mais suportar tais atividades proibindo, inclusive com reforo policial, a instalao da Kombi do sindicato de Jos Doidinho nas caladas defronte a empresa. O sindicalista no se deu por rendido e ao invs de uma levou cinco Kombis, caixas de som e artistas de rua que ficaram em frente a empresa comunicando os empregados da mesma acerca da greve que havia sido deflagrada. O empregador entendeu que Jos Doidinho havia cometido falta grave e suspendeu seu contrato de trabalho em 25.05.06 para a instaurao do competente Inqurito Judicial para Apurao de Falta Grave, que foi devidamente protocolado em 27.06.06. Como advogado de Jos Doidinho elabore sua defesa, levando em considerao que os dias 25.05.06 e 27.06.06 so dias teis e discorrendo acerca das atitudes do empregador de forma fundamentada. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO CONTESTAO JOS DOIDINHO, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n., com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar CONTESTAO ao Inqurito Judicial para Apurao de Falta Grave contra si proposta por GAMA, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: PREJUDICIAL DE MRITO DECADNCIA O art. 494 da Consolidao preceitua que o empregador poder suspender o empregado estvel para o ajuizamento do competente Inqurito Judicial para apurao de falta grave, pressuposto legal para que empregado dirigente sindical estvel tenha seu contrato de trabalho rescindido. No entanto, se houver a suspenso do empregado, por fora do disposto no art. 853, CLT, o empregador dever ingressar com o respectivo Inqurito Judicial no prazo de 30 dias contados da suspenso do empregado. Assim, tendo sido o empregado suspenso em 25.05.06, teria o empregador at o dia 24.06.06 para o protocolo da ao, coisa que no fez, pois somente ingressou com reclamao em 27.06.06, portanto, trs dias aps o prazo, decaindo seu direito de ao j que o Supremo Tribunal Federal sumulou entendimento no sentido de que decadencial o prazo de 30 dias para que o empregador ingresse com Inqurito Judicial para apurao de falta grave (smula 403, STF). Assim, verificada a decadncia deve o presente feito ser julgado com soluo de mrito de conformidade com o art. 269, inc. IV do Cdigo de Processo Civil. DO MRITO DA INEXISTNCIA DE FALTA GRAVE A greve direito constitucional dos empregados urbanos e rurais por expressa disposio do art. 9 na medida em que assegurado o direito de greve competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exerc-lo e sobre o interesse que devam por meio dele defender, tendo sido regulamentado tal direito pela Lei 7783/89. Prev referida lei que se constituem prticas anti-sindicais, punveis na forma da lei, as empresas adotarem ou praticarem quaisquer atos no sentido de constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho bem como frustrar a
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divulgao do movimento (art. 6, 2, Lei 7783/89), coisa que o empregador fez quando requisitou inclusive fora policial para dispersar os grevistas. Alm do mais, como dirigente sindical o empregado tem direito de empregar meios pacficos tendentes a persuadir e aliciar os trabalhadores a aderirem greve, assim como arrecadar fundos e divulgar livremente o movimento paredista (art. 6, incs. I e II, Lei 7783/89). Por outro lado, a empresa no poder de qualquer modo frustrar ou tentar frustrar o reclamante, dirigente sindical, a exercer livremente seu mister de dirigente sindical, constituindo-se em infrao administrativa ( 6, art. 543, CLT). De todo modo, no praticou o reclamado ato capaz de configurar qualquer das faltas graves previstas em lei. Muito pelo contrrio. Exercitou seu mister de dirigente sindical, no merecendo nenhuma punio pelo exerccio regular de um direito. DA READMISSO Conforme dispe o art. 495 celetista, caso o inqurito seja julgado improcedente dever o empregado retornar aos servios e o empregar lhe pagar todas as vantagens auferidas pela categoria durante o perodo de afastamento, com a contagem do tempo de servio para o efeito de frias, dcimo terceiro e contribuio previdenciria. CONCLUSO Diante de todo o exposto, EMPREGADOR requer se digne V.Exa. acolher a prejudicial de decadncia extinguindo o presente feito com julgamento de mrito. No mrito, julgar totalmente improcedente o presente Inqurito Judicial para apurao de falta grave, devendo o reclamado reassumir suas funes e receber os salrios e demais vantagens do perodo de afastamento. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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24. Pertubaldo foi eleito ao cargo de dirigente sindical da categoria dos enfermeiros e exerce na empresa em que trabalha a funo de nutricionista. Devido grave crise econmico-financeira por que tem passado a empresa, Pertubaldo foi demitido sem justa causa, recebendo todas as verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias a que tinha direito, sem fazer qualquer ressalva no termo de resciso homologado pelo sindicato de sua categoria quanto a tais verbas. sabido que Perturbaldo recebia adicional de insalubridade em grau mximo por trabalhar com substncia insalubre, mas seis meses antes de sua dispensa referida substncia foi desclassificada como insalubre pelo rgo competente, fato este ressalvado no ato da homologao. Durante o aviso prvio, Perturbaldo enquanto se dirigia ao trabalho foi atropelado por motorista que dirigia em alta velocidade e embriagado, vindo Perturbaldo a falecer logo em seguida. Sua viva e herdeiros Ingressaram com reclamao trabalhista contra a empresa pedindo indenizao por danos materiais e morais decorrente do acidente de trabalho que resultou na morte do empregado, indenizao pelo perodo estabilitrio, j que tinha estabilidade. Como advogado da empresa promova a defesa de seus direitos. Ressalte-se que Perturbaldo poca de seu falecimento j havia recebido suas verbas rescisrias e homologatrias. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO CONTESTAO EMPRESA, pessoa jurdica, inscrita no CNPJ sob o n., com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar CONTESTAO a Reclamao Trabalhista contra si proposta por VIVA E HERDEIROS DE PERTURBALDO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: DA INEXISTNCIA DE ESTABILIDADE E INDENIZAO ESTABILITRIA No obstante o art. 8, inc. VIII da CF preveja a estabilidade do empregado eleito para o cargo de direo ou representao sindical desde o registro da candidatura at um ano aps o trmino do mandato, somente podendo ter seu contrato de trabalho rescindido aps apurao de falta grave cometida mediante inqurito em que se verifique sua procedncia de acordo com os arts. 494, 853 da CLT e smula 197 do Supremo Tribunal Federal, a estabilidade do dirigente sindical tem um propsito, qual seja, a proteo daquele empregado frente seu empregador afim de que possa cumprir seu mister de dirigente, muitas vezes enfrentando seu patro em negociaes coletivas ou em deflagraes de greves. No entanto, a categoria para a qual o empregado foi eleito dirigente sindical, enfermeiros, nada tem a ver com as funes de nutricionista que desempenha na empresa, de forma que no representa essa categoria e no havendo a possibilidade, enquanto dirigente sindical dos enfermeiros, enfrentar seu empregador em negociaes coletivas. Assim, como a estabilidade do dirigente decorre do cargo ocupado e para o cargo ocupado, no sendo garantia pessoal, no h que se falar em estabilidade tampouco em indenizao do perodo estabilitrio, sendo este o entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho consubstanciado na Smula 369, inc. III. Em cometendo falta grave ou no, pode ser dispensado a qualquer momento sem direito reintegrao ou pagamento de salrios do perodo do afastamento, no se lhe aplicando o art. 495 da CLT. DA INEXISTNCIA DE INDENIZAO POR DANO MORAL Muito embora o empregado tenha sofrido acidente de trabalho, vindo a falecer em decorrncia de referido acidente, gerando certamente dano moral reflexo (ricochete) em relao viva e herdeiros, no tem qualquer responsabilidade o empregador uma vez que falta nexo de causalidade entre a ao do agente e o dano experimentado pela vtima ou por seus descendentes. que o inc. XXVIII, art. 7, CF, esclarece que a obrigao do empregador pelo dano moral sofrido pelo empregado em decorrncia de acidente de trabalho por este sofrido subjetiva, ou seja, est subordinada a ocorrncia de dolo ou culpa por parte do empregador. Assim, como o acidente sofrido foi culpa de terceiro, sem qualquer ao ou omisso do

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empregador para a ocorrncia do dano, deve aquele ser o responsabilizado pela indenizao. CONCLUSO Diante de todo o exposto, EMPREGADOR requer se digne V.Exa. acolher a preliminar de impossibilidade jurdica do pedido de indenizao do perodo estabilitrio e, no mrito, julgar totalmente improcedente a presente Reclamao Trabalhista afastando a possibilidade de indenizao do perodo estabilitrio, tampouco indenizao por danos matrias ou morais decorrentes de acidente de trabalho. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.

Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano.


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PEA PRTICO PROFISSIONAL 25. Marcelo Santos, brasileiro, solteiro, portador da CTPS 2.222 e do CPF 001.001.001-01, residente e domiciliado na rua X, casa 1, cidade Nova, funcionrio da empresa Chuva de Prata Ltda. desde 20 de abril de 2000, exercia a funo de vigia noturno, cumprindo jornada de trabalho das 19 h s 7 h do dia seguinte, e, em razo do trabalho noturno, recebia o respectivo adicional. A partir de 20/12/2006, a empresa, unilateralmente, determinou que Marcelo trabalhasse no perodo diurno, deixando de pagar ao funcionrio o adicional noturno. Em setembro de 2007, Marcelo foi eleito membro do conselho fiscal do sindicato de sua categoria profissional. Em 5 de janeiro de 2008, a empresa Chuva de Prata Ltda. demitiu Marcelo sem justa causa e efetuou o pagamento das verbas rescisrias devidas. Marcelo ingressou com uma reclamao trabalhista contra a empresa, pleiteando, alm de sua imediata reintegrao, sob o argumento de que gozava da estabilidade provisria prevista nos arts. 543, 3., da CLT e 8., VIII, da Constituio Federal, o pagamento do adicional noturno que recebera ininterruptamente por mais de cinco anos, bem como a nulidade da alterao de sua jornada. Na condio de advogado(a) da empresa Chuva de Prata Ltda., redija a pea processual adequada situao hipottica apresentada, expondo os fundamentos legais pertinentes e o entendimento da jurisprudncia do TST a respeito do fato. Espao do Aluno

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EXCELETSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA ____ REGIO CONTESTAO EMPRESA CHUVA DE PRATA LTDA, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ de n, com endereo na Rua, Bairro, Cidade, Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem com o devido respeito e acato de estilo apresentar CONTESTAO Reclamao Trabalhista contra si proposta por MARCELO SANTOS, brasileiro, solteiro, portador da CTPS 2.222 e do CPF 001.001.001-01, residente e domiciliado na rua X, casa 1, cidade Nova, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: DA INEXISTNCIA DO DIREITO ESTABILIDADE O reclamante foi eleito para o cargo de conselheiro fiscal do sindicato de sua categoria profissional. No entanto, a funo de conselheiro fiscal no atua na defesa dos interesses de sua categoria nos termos do art. 8, inc. VIII, CF/88 e 3, art. 543, CLT, e nos termos da OJ 365, SDI-1, TST, tem sua competncia limitada fiscalizao da gesto financeira do sindicato ( 2, art. 522, CLT). No havendo estabilidade, no h que se falar no direito reintegrao at porque no atendidos os requisitos da antecipao de tutela previstos no art. 273, CPC, incisos Ie II, porquanto no h verossimilhana das alegaes, tampouco perigo na demora do provimento jurisdicional. Sem o direito reintegrao no emprego, descabe tambm qualquer pedido quanto aos salrios do perodo do afastamento. DA INEXISTNICA DO DIREITO AO ADICIONAL NOTURNO O reclamante foi transferido do perodo noturno para o diurno no sendo referida alterao contratual tomada como unilateral e, portanto, nula de pleno direito nos termos do art. 468, caput, CLT, uma vez que referida alterao trouxe conseqncias benficas ao obreiro j que o trabalho diurno menos prejudicial sade do trabalhador que o noturno. Alm do mais, a smula 265, TST, clara no sentido de que a transferncia do empregado do perodo noturno para o diurno implica a perda do respectivo adicional, sendo totalmente improcedente o pedido de pagamento do mesmo. CONCLUSO Diante do exposto, requer se digne V.Exa. julgar totalmente improcedente a presente reclamao trabalhista rejeitando o pedido de reintegrao por inexistncia de estabilidade e inexistncia do direito ao adicional noturno. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito permitidos.

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Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade de dia de ms de ano. ADVOGADO OAB RECURSO ORDINRIO Recurso ordinrio o recurso cabvel da primeira deciso que julgar o processo na instncia ordinria. Instncias Ordinrias Varas do Trabalho e TRT perfeitamente possvel a reviso ou reexame de matria de fato e de direito Instncias Extraordinrias TST e STF S cabe reexame de matria de direito

SDI-2 OJ-69 FUNGIBILIDADE RECURSAL. INDEFERIMENTO LIMINAR DE AO RESCISRIA OU MANDADO DE SEGURANA. RECURSO PARA O TST. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL E DEVOLUO DOS AUTOS AO TRT (inserida em 20.09.2000)

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CLT Art. 895. Cabe recurso ordinrio para a instncia superior: I das decises definitivas ou terminativas das Varas e Juzos, no prazo de 8 (oito) dias; e II das decises definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competncia originria, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissdios individuais, quer nos dissdios coletivos. c Smulas nos 1, 23, 158, 192, 197, 214, 296 e 411 do TST. 1 Nas reclamaes sujeitas ao procedimento sumarssimo, o recurso ordinrio: I VETADO; II ser imediatamente distribudo, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liber-lo no prazo mximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma coloc-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; III ter parecer oral do representante do Ministrio Pblico presente sesso de julgamento, se este entender necessrio o parecer, com registro na certido; IV ter acrdo consistente unicamente na certido de julgamento, com a indicao suficiente do processo e parte dispositiva, e das razes de decidir do voto prevalente. Se a sentena for confirmada pelos prprios fundamentos, a certido de julgamento, registrando tal circunstncia, servir de acrdo. 2 Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, podero designar Turma para o julgamento dos recursos ordinrios interpostos das sentenas prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumarssimo.

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Recurso ordinrio interposto contra despacho monocrtico indeferitrio da petio inicial de ao rescisria ou de mandado de segurana pode, pelo princpio de fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hiptese de no conhecimento do recurso pelo TST e devoluo dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental. Quando se fala em competncia originria, quer-se dizer a competncia para processar e julgar pela primeira vez determinada matria. Regra geral, a competncia originria trabalhista das Varas do Trabalho (reclamao trabalhista, consignao em pagamento, etc.), mas existem aes que so de competncia originria dos Tribunais Regionais do Trabalho (mandado de segurana contra ato do juiz, ao rescisria contra sentena de juiz da VT e contra acrdo do TRT, conforme art. 678, I, c, 2/CLT). Cuidado! MS contra ato de fiscal do trabalho (autoridade administrativa) a competncia da Vara do Trabalho. CLT Art. 678. Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete: I ao Tribunal Pleno, especialmente: c) processar e julgar em ltima instncia: 2) as aes rescisrias das decises das Juntas de Conciliao e Julgamento, dos Juzes de Direito investidos na jurisdio trabalhista, das Turmas e de seus prprios acrdos;

Das aes de competncia originria nos TRTs, cabem RO para o TST. RO tem prazo, em regra, de 8 dias e efeito, em regra, meramente devolutivo. Deciso terminativa aquela que extingue o feito sem soluo de mrito. Deciso definitiva aquela que extingue o feito com soluo de mrito ou julga o mrito. Todo recurso trabalhista tem o primeiro juzo de admissibilidade e o segundo juzo de admissibilidade. O primeiro o juzo a quo e o segundo o juzo ad quem. O juzo a quo o juzo prolator da deciso recorrida. O juzo ad quem o juzo perante o qual o recurso ser processado e ao final julgado. O recurso apresentado perante o juzo a quo. Se presentes os pressupostos intrnsecos e extrnsecos, o processo enviado para a instncia superior, onde sero analisados de novo os pressupostos intrnsecos e extrnsecos do recurso. Por isso, enquanto as demais peas so compostas de uma pea nica, os recursos so compostos de duas peas com um s contedo, quais sejam, a folha de rosto ou de apresentao (direcionada ao juzo a quo), e as razes recursais (direcionadas ao juzo ad quem). No h se falar em efeito suspensivo, devendo ser requerido a remessa ao Tribunal, no efeito devolutivo, se for o caso, custas, depsito recursal e a intimao da parte contrria para contra arrazoar. Nas razes recursais, deve ser dito porque a deciso est errada e porque deve ser modificada, pedindo a reforma. Deve ser feita interpretao ftica e jurdica, e o pedido de reforma.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 26. Merival prestou servios determinada sociedade de economia mista perodo de 04 (quatro) anos. Utilizando-se do direito de demitir seus empregados pblicos, dispensou o recorrido pagando-lhe todas as suas verbas rescisrias. Inconformado, ingressou o recorrido com reclamao trabalhista em que requereu a nulidade da dispensa, sua reintegrao ao emprego, os salrios de todo o perodo em que ficou afastado, bem como seus reflexos nas demais verbas trabalhistas e honorrios advocatcios. Devidamente instruda, a reclamao foi julgada totalmente procedente, determinando a imediata reintegrao do reclamante ao emprego e o pagamento de todos os salrios do perodo em que ficou afastado, contando o perodo do afastamento para frias, dcimo terceiro, tempo de servio, FGTS e ainda ao pagamento de honorrios sucumbenciais em 15% sobre o valor da condenao. Como advogado da empresa estatal atue em prol de seus direitos.

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Espao do Aluno EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO

RECURSO ORDINRIO RECORRENTE: SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA RECORRIDO: MERIVAL

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA MUNICIPAL, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n, endereo, cidade-estado, estado civil, ocupao, endereo, cidade-estado, vem, atravs de seu advogado "in fine" assinado, com o devido respeito, em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro nos artigos 893, II e 895, I, alnea "a" da Legislao Consolidada, interpor RECURSO ORDINRIO, contra deciso de V.Exa. que julgou procedente reclamao trabalhista contra si interposta por MERIVAL, nacionalidade, estado civil, ocupao, endereo, cidade-estado, fazendo-o pelas razes anexas e requer reverentemente a V. Exa. que se digne receber o apelo em seu efeito devolutivo (art. 899, CLT), remetendo-o ao Egrgio Tribunal Regional do Trabalho da ____ Regio, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que o recorrente cumpriu as formalidades de lei, recolhendo as custas processuais (art. 789, CLT) e efetuando o depsito recursal (art. 899 e , CLT). Requer, outrossim, a notificao da parte recorrida para apresentar contra-razes ao recurso apresentado (art. 900,CLT). Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ RELATOR DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___ REGIO

RAZES DE RECURSO ORDINRIO RECORRENTE: SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA RECORRIDO: MERIVAL

COLENDA CORTE, A DECISO MERECE SER REFORMADA PELAS RAZES ABAIXO EXPOSTAS: I DA INEXISTNCIA DO DIREITO A REINTEGRAO A deciso de primeiro grau contrariou entendimento dominante do TST no sentido de que os empregados pblicos de sociedades de economia mista e empresas pblicas podem ser arbitrariamente despedidos, sem que para isso, haja necessidade de motivao do ato, consagrada atravs da Orientao Jurisprudencial n 247 SDI-1: N 247 SERVIDOR PBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE (alterada Res. n 143/2007) - DJ 13.11.2007 I - A despedida de empregados de empresa pblica e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso pblico, independe de ato motivado para sua validade. Tal entendimento s veio a confirmar o que diz o art. 173, 1, inc. II da CF/88 na medida em que as sociedades de economia mista, as empresas pblicas e suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios esto sujeitas ao regime jurdico prprio das empresas privadas, no se podendo mesmo falar em estabilidade, j que est pacificado em nvel de Tribunal Superior do Trabalho a inexistncia de estabilidade que indique a reintegrao de empregado: Smula 390, inc. II. Ao empregado de empresa pblica ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovao em concurso pblico, no garantida a estabilidade prevista no art. 41, CF/88. Cabendo recorrente decidir pela continuidade ou no dos contratos de trabalho de seus empregados pblicos, observando, apenas, o pagamento das verbas

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rescisrias do perodo e a indenizao dos 40% sobre os depsitos do FGTS, no h que se falar em reintegrao, pois s se reintegra empregado cuja demisso se constitua em ato jurdico nulo, o que no ocorre no caso em exame, pois a demisso de empregado pblico poder potestativo do empregador pblico, em se tratando das hipteses do art. 173, 1, inc. II da CF/88. II DAS PARCELAS DECORRENTES DA REINTEGRAO sabido que a sorte do acessrio segue a do principal, desta maneira, pelo fato de sua dispensa no encontrar bice legal tampouco constitucional, esta foi perfeitamente vlida e, conseqentemente, no h que se falar em reintegrao, tampouco nas verbas trabalhistas da decorrentes. Assim, incabvel a reintegrao do recorrido ao emprego e o pagamento de todos os salrios do perodo em que ficou afastado, contando o perodo do afastamento para frias, dcimo terceiro, tempo de servio, FGTS. III DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS Igualmente, impugna a reclamada pela reforma da sentena atacada tambm no que se refere ao deferimento de verba honorria de sucumbncia mngua de amparo legal, pois o recorrido est assistido por advogado particular, tampouco fez prova de sua hipossuficincia econmica, de modo a no preencher as exigncias contidas nos Enunciados do TST 219 e 329. IV CONCLUSO Diante do exposto, SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA MUNICIPAL requer, respeitosamente, o acolhimento das razes jurdicas levantadas no presente recurso ordinrio para reformar a sentena do juzo "a quo" e assim dar provimento ao presente recurso em todos os seus termos, por ser do mais ldimo direito. Termos em que, Pede e espera provimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEA PRTICO PROFISSIONAL 27. Ismnia ingressou com reclamao trabalhista em 02.02.2004, em que buscou reconhecimento de vnculo de emprego, supostamente havido entre 15.03.90 e 01.12.2001, e pagamento de horas extras de todo o perodo, bem como adicional de insalubridade em decorrncia do contato da empregada com lixo do escritrio, comprovado por laudo pericial juntado pela prpria reclamante. A notificao da empresa deu-se no dia 05.02.04 e a audincia de julgamento marcada para o dia 08.02.04. Compareceu a empresa-reclamada audincia e postulou seu adiamento uma vez que no havia tido tempo de preparar sua defesa. O juzo a quo, ignorando seus apelos, indeferiu o pedido entendendo que o comparecimento espontneo da reclamada supriria a falta de notificao, o que foi decidido sob protestos. Decretada a confisso ficta ante a ausncia de contestao, o juiz acolheu integralmente os trs pedidos, julgando totalmente procedente a reclamao. Como advogado da empresa elabore a medida processual adequada. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO

RECURSO ORDINRIO

EMPRESA, pessoa jurdica, portadora do CNPJ de n, endereo, cidade-estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro nos artigos 893, II e 895, alnea "a" da CLT, interpor RECURSO ORDINRIO, contra deciso dessa Vara do Trabalho que julgou procedente reclamao trabalhista proposta por ISMNIA, nacionalidade, estado civil, ocupao, endereo, cidade-estado, fazendo-o pelas razes anexas, as quais fazem parte integrante desta petio, e, requer reverentemente a V. Exa. que se digne receber o apelo no efeito devolutivo, remetendo-o ao Tribunal Regional do Trabalho da ___ Regio, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que as custas processuais foram devidamente recolhidas (art. 789, CLT) e o depsito recursal efetuado (art. 899 e , CLT). Requer-se, finalmente, a notificao da parte contrria para apresentao das contra-razes de acordo com o art. 900, CLT.

Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano.

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ RELATOR DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___ REGIO RAZES DE RECURSO ORDINRIO COLENDA CORTE, EMPRESA, inconformada com a sentena proferida que julgou totalmente procedente a reclamao trabalhista contra si interposta, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, atravs de seus advogados apresentar Razes de Recurso Ordinrio da deciso pelas razes de fato e de direito abaixo alinhadas: I DO CERCEAMENTO DE DEFESA O art. 841, tambm da CLT, preceitua que entre a notificao e a audincia, dever haver um mnimo de cinco dias, a fim de que a parte reclamada possa ter tempo de preparar sua defesa. O comparecimento espontneo da recorrente-reclamada audincia por si s no tem o condo afastar referido prazo, a no ser que a titular do direito tivesse aberto mo do mesmo, o que no ocorreu. Na verdade, a recorrente protestou pelo adiamento da audincia, pois no teve fsica condio de preparar habilmente sua defesa, vendo-se cerceada do devido processo legal, ampla defesa e contraditrio (art. 5, incs. LIV e LV CF/88). Segundo o disposto no art. 794 da CLT, no processo do trabalho s haver nulidade quando o ato resultar manifesto prejuzo s partes litigantes . o prejuzo manifesto nos presentes autos na medida em que no se obedecendo norma contida no art. 841 da CLT evidente o prejuzo da recorrente-reclamada no seu direito de defesa, uma vez que no teve tempo hbil para preparar documentos e testemunhas. II DA PRESCRIO BIENAL No obstante tratar-se de o presente de recurso ordinrio, a Smula 153, TST, estabelece que a prescrio poder ser alegada enquanto na instncia ordinria, assim a reclamao trabalhista encontra-se totalmente prescrita uma vez que o contrato de trabalho terminou em 01.12.01 e a ao trabalhista somente foi interposta em 02.02.04, portanto, muito mais que dois anos aps a extino do contrato, devendo haver a incidncia do inc. XXIX do art. 7 da Constituio Federal na medida em que estabelece que a ao quanto aos crditos trabalhista dos empregados urbanos e rurais prescrevem em cinco anos, limitado a dois anos aps a
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extino do contrato de trabalho, no havendo, em razo disso, que se falar em vnculo empregatcio. III DA PRESCRIO QUINQUENAL Caso V.Exa. no acolha a preliminar e a prejudicial acima, pugna-se pela prescrio de todos os direitos trabalhistas anteriores a 02.02.99, notadamente do pedido de horas extras e do adicional de insalubridade, ante a incidncia do disposto no inc. XXIX, art. 7 CF/88, ressaltando-se que pela smula 153 do TST pode-se argir a prescrio em sede de Recurso Ordinrio. IV DA INEXISTNCIA DE VNCULO EMPREGATCIO Diante do fato de que a reclamante no preenche os requisitos do vnculo empregatcio, notadamente pessoalidade, no-eventualidade, subordinao e a inteno de receber salrio previstos no art. 3, CLT, no tem qualquer vnculo de emprego com a reclamada pelo que improcede o pedido de qualquer verba trabalhista rescisria e indenizatria. V DA NECESSIDADE DE PERCIA PARA INSALUBRIDADE O art. 195, 2 da Consolidao prescreve claramente que arguda em juzo insalubridade ou periculosidade dever o juiz proceder a prova pericial. Assim, mesmo que a reclamada tenha sido revel e confessa, por fora de lei se impe a prova pericial para a averiguao no apenas da insalubridade alegada, mas igualmente do adicional a ser aplicado e se a atividade, ainda que insalubre, se encontra tipificada como tal em qualquer das Portarias do MTE (OJ n 4, inc. I, SBDI). Alm do mais, a OJ n 4, I e II, do Tribunal Superior do Trabalho dispe de forma precisa que a limpeza em residncias e escritrios no podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, justamente porque no se encontram dentre as classificadas como lixo urbano pela Portaria do Ministrio do Trabalho. VI DA INEXISTNCIA DE HORAS EXTRAS A reclamante nunca prestou qualquer servio extraordinrio, cumprindo fielmente a jornada de trabalho prevista no art. 7, inc. XIII, CF/88 de modo a afastar a incidncia do inc. XVI do art. 7, CF bem como do caput do art. 59 da CLT. VII CONCLUSO Diante de todo o exposto, a RECORRENTE requer se digne V.Exa. declarar a
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nulidade da sentena por cerceio de defesa, retornando os autos primeira instncia para que o juzo a quo designe nova audincia de conciliao e instruo, concedendo ao recorrente, dessa vez, tempo hbil para a apresentao de defesa. No mrito, seja extinto o processo com julgamento de mrito pelo reconhecimento da prescrio total do direito de ao do autor. Requer ainda a prescrio parcial dos pedidos relativos aos crditos trabalhistas anteriores a 02.02.99 ante a prescrio bienal. No mrito, reformar a sentena para julgar a reclamao totalmente improcedente. Termos em que, Pede espera provimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEA PRTICO PROFISSIONAL 28. Empregador autuado por Auditor Fiscal do Trabalho, tendo em conta no haver recolhido FGTS sobre as frias vencidas pagas em dobro a empregado quando da resciso do contrato de trabalho, impetra mandado de segurana, perante a Justia do Trabalho. Notificada a autoridade coatora e prestadas as informaes, o juzo declara sua incompetncia e determina a remessa dos autos Justia Federal. Como advogado do impetrante proceda em prol de seus interesses. Espao do Aluno

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RAZES DE RECURSO ORDINRIO RECORRENTE: IMPETRANTE RECORRIDO: UNIO FEDERAL

RECORRENTE-IMPETRANTE, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade, Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro nos artigos 2, art. 799, art. 893, inc. II, art. 895, a, todos CLT, interpor RECURSO ORDINRIO em desfavor de UNIO FEDERAL, pessoa jurdica de direito pblico interno, CNPJ, endereo, fazendo-o pelas razes anexas, as quais fazem parte integrante desta petio, e, requer reverentemente a V. Exa. que se digne receber o apelo em seu efeito devolutivo, intimando o recorrido para apresentar contra-razes, remetendo-o ao Egrgio Tribunal Regional do Trabalho da ____ Regio, para a sua devida apreciao e Julgamento, como de DIREITO. Ressalte-se que o recorrente cumpriu as formalidades de lei, pelo que recolheu as custas processuais (art. 789, inc. II, CLT). Depsito recursal dispensado ante a inexistncia de condenao pecuniria. Requer-se, finalmente, a intimao da parte contrria para apresentao das contra-razes de acordo com o art. 900, CLT.

Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano.

ADVOGADO
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RAZES DE RECURSO ORDINRIO COLENDA CORTE a deciso atacada merece ser reformada. I DA COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO O 2 do art. 799 da Consolidao prev expressamente a possibilidade de interposio de Recurso das decises que terminarem o feito sem julgamento de mrito ao acolher exceo de incompetncia relativa ou preliminar de incompetncia absoluta. Assim, cabvel o presente Recurso Ordinrio para impugnar a deciso terminativa de feito em que fora reconhecida a incompetncia absoluta da Justia do Trabalho com a remessa de autos para outra justia. Aps a Emenda Constitucional n 45/04, passou a Justia do Trabalho, por fora do art. 114, incs. IV e VII, CF/88, a ter competncia para processar e julgar as aes relativas s penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos rgos de fiscalizao das relaes de trabalho, assim como os mandados de segurana, habeas corpus e hbeas data, quando o ato questionado envolver matria sujeita sua jurisdio. Assim, em sendo afeita jurisdio trabalhista a imposio de multas pelos rgos de fiscalizao do trabalho, surge sua competncia para processar e julgar os mandados de segurana contra atos do Delegado Regional do Trabalho e dos Auditores Fiscais do Trabalho. Incontroversa, pois, a competncia da Justia do Trabalho para processar e julgar os mandados de segurana que versarem sobre a imposio de multa pelos rgos de fiscalizao do trabalho. II DO JULGAMENTO DO MRITO DO MANDADO DE SEGURANA O 3 do art. 515, CPC, estabelece claramente a possibilidade do mrito do mandado de segurana impetrado contra ato do Auditor Fiscal do Trabalho ser julgado pelo presente Tribunal quando a matria nele versar exclusivamente de direito, estando o presente processo em condio de ser imediatamente julgado. Ocorre que o auto de infrao lavrado contra o ora recorrente versou sobre o fato de no ter sido recolhido a contribuio para o Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) sobre frias indenizadas. Ocorre que tais frias tm natureza indenizatria de modo que o FGTS tem por hiptese de incidncia parcelas de natureza remuneratria (art. 15 lei 8036/90). Assim, a Orientao Jurisprudencial de

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n 195, SDI-1, esclarece que o FGTS no recai sobre a parcela relativa s frias indenizadas, sendo nulo, portanto, o auto de infrao lavrado. III - CONCLUSO Diante de todo o exposto, a RECORRENTE requer se digne V.Exa. acolher o presente recuso porque tempestivo e cabvel, declarando a competncia material da Justia do Trabalho para processar e julgar o mrito do mandado de segurana impetrado, com fulcro no 3, art. 515, CPC. Termos em que, Pede espera provimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

TEORIA DA CAUSA MADURA ART. 515, 3, CPC Causa madura aquela que est pronta para ser julgada. CPC Art. 515 3 Nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (artigo 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento. Requisitos: 1. Matria exclusiva de direito 2. Extino do feito sem soluo de mrito 3. Processo em condio de imediato julgamento

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PEA PRTICO PROFISSIONAL 29. Determinado empregado domiciliado em Areia Branca-RN para prestar servios em Mossor-RN ingressou com reclamao trabalhista na Vara nica desta cidade, pleiteando verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias em decorrncia da resciso de seu contrato de trabalho sem justa causa. Na primeira audincia, a empresa-reclamada, ao apresentar contestao, ingressou com petio de exceo de incompetncia relativa requerendo que aquele juzo se desse por incompetente remetendo o processo para a Vara nica de Limoeiro do Norte, local do domiclio da empresa e da contratao do empregado. O juiz, atendendo o pedido, deu-se por incompetente e determinou a imediata remessa dos autos para a Vara nica de Limoeiro. Como advogado do empregado elabore a pea necessria para a defesa de seus interesses. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE MOSSOR ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

RECURSO ORDINRIO

RECORRENTE, nacionalidade, estado civil, ocupao, endereo, cidade-estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro nos artigos 895, inc. I, CLT, 2, art. 799, CLT e smula 214, c, TST, interpor RECURSO ORDINRIO, contra deciso dessa Vara do Trabalho que acolheu Exceo de Incompetncia Relativa contra si proposta por julgou procedente reclamao trabalhista proposta por RECORRIDO, pessoa jurdica, portadora do CNPJ de n, endereo, cidade-estado, fazendo-o pelas razes anexas, as quais fazem parte integrante desta petio, e, requer reverentemente a V. Exa. que se digne receber o apelo no efeito devolutivo, remetendo-o ao Tribunal Regional do Trabalho da 21 Regio, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que as custas processuais foram devidamente recolhidas (art. 789, CLT). Depsito recursal dispensado por falta de condenao em pecnia (art. 899, 1, CLT). Requer-se, finalmente, a notificao da parte contrria para apresentao das contra-razes de acordo com o art. 900, CLT.

Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano.

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21 REGIO

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RAZES DE RECURSO ORDINRIO COLENDA CORTE, RECORRENTE, inconformada com a deciso de V.Exa. que acolheu Exceo de Incompetncia Relativa e determinou a remessa dos autos para Vara do Trabalhista distinta do Tribunal Regional excepcionado, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, atravs de seus advogados apresentar Razes de Recurso Ordinrio da deciso pelas razes de fato e de direito abaixo alinhadas: DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ORDINRIO Muito embora o 1 do art. 893, CLT, preveja a irrecorribilidade das decises interlocutrias, cabendo a apreciao das mesmas apenas quando do recurso da deciso principal, o 2 do art. 799, CLT, dispe que as decises sobre excees de incompetncia, quando terminativas de feito, so recorrveis. Aliado a este dispositivo, a alnea c da smula 214, TST, esclarece que na Justia do Trabalho, nos termos do 1 do art. 893, CLT, as decises interlocutrias no comportam recurso imediato, salvo nas hipteses de deciso que acolhe exceo de incompetncia territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juzo excepcionado, consoante disposto no art. 799, 2, CLT. Tendo em vista a deciso ser terminativa de feito, o recurso cabvel o Recurso Ordinrio nos termos do inc. I, art. 895, CLT. DA COMPETNCIA DA VARA DO TRABALHO DE MOSSOR

De acordo com a regra contida no art. 651, caput, CLT a vara competente para processar e julgar a reclamao trabalhista a da localidade da prestao de servios do empregado, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Assim, tendo sido o empregado contratado em Limoeiro do Norte para prestar servios em Mossor-RN, a Vara competente a de Mossor-RN e no a de Limoeiro do Norte, de modo que a deciso do juiz da Vara do Trabalho que acolheu exceo de incompetncia relativa deve ser reformada para manter a competncia daquela Vara (Mossor-RN).
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CONCLUSO Diante do exposto, RECORRENTE requer se digne V.Exa. acolher o presente recurso porque cabvel e tempestivo para dar-lhe provimento e reformar a deciso impugnada determinando a manuteno da competncia da Vara do Trabalho de Mossor-RN. Termos em que, Pede e espera provimento. Cidade de dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

Regra geral, as decises interlocutrias no processo do trabalho no comportam recurso (Art. 893, 1/CLT). Deciso interlocutria aquela que julga uma questo incidental. Ao julgar uma questo incidental atravs de deciso interlocutria, deve a parte prejudicada protestar, consignando seu protesto em ata de audincia; e, quando da interposio do recurso principal, levantar a questo em preliminar. CLT Art. 893 1 Os incidentes do processo so resolvidos pelo prprio Juzo ou Tribunal, admitindose a apreciao do merecimento das decises interlocutrias somente em recursos da deciso definitiva. RECURSO DE REVISTA O Recurso de Revista, assim como o RO, possui duas peas de um nico contedo: a folha de apresentao e as razes recursais. As razes recursais so divididas em duas partes: 1. Da divergncia jurisprudencial 2. Do direito CLT Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decises proferidas em grau de recurso ordinrio, em dissdio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
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A competncia para processar e julgar o RR de uma das oito turmas do TST, no havendo que se falar em julgamento pelas SDIs ou pelo pleno do Tribunal. O RR sempre ser processado e julgado por uma turma. Somente caber RR quando o Tribunal julgar um RO, ou seja, o RR tem a funo de atacar apenas e to somente deciso prolatada em grau de recurso ordinrio , no havendo interposio de RR para atacar qualquer outra deciso dos TRTs. TST SUM-218 RECURSO DE REVISTA. ACRDO PROFERIDO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 incabvel recurso de revista interposto de acrdo regional prolatado em agravo de instrumento. O RR tambm s caber em dissdio individual, no sendo admitido para dissdio coletivo. As decises judiciais muitas vezes so prolatadas com interpretaes diversas de um mesmo dispositivo de lei. Isso ocorre porque na prtica o juiz no aplica a lei, mas sim a sua interpretao do comando legal. perfeitamente possvel que haja interpretaes diferentes do mesmo dispositivo legal. O RR caber sempre que um TRT, ao julgar um RO, interpretar uma lei federal de forma prejudicial parte, em que seja possvel provar a divergncia entre a interpretao da lei de um e outro Tribunal. Para demonstrar a divergncia preciso provar que outro TRT, ao julgar outro processo, interpretou o mesmo dispositivo de forma diferente. Por isso no adianta somente a parte atacar a deciso, sendo necessrio comprovar a divergncia entre as interpretaes do dispositivo legal. No RR, as razes recursais sero feitas em duas partes: na primeira deve ser aposta a divergncia de interpretao, sendo necessrio colocar a deciso divergente, transcrevendo as ementas e/ou trechos dos acrdos trazidos configurao do dissdio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso; provar que ela existe, atravs de certido ou cpia autenticada do acrdo paradigma ou citando a fonte oficial ou o repositrio autorizado em que foi publicado, frisando que o acrdo paradigma no pode ter sido prolatado no mesmo TRT da deciso que se quer atacar . SDI-1 OJ-111 RECURSO DE REVISTA. DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL. ARESTO ORIUNDO DO MESMO TRIBUNAL REGIONAL. LEI N 9.756/1998. INSERVVEL AO CONHECIMENTO (nova redao) - DJ 20.04.2005 No servvel ao conhecimento de recurso de revista aresto oriundo de mesmo Tribunal Regional do Trabalho, salvo se o recurso houver sido interposto anteriormente vigncia da Lei n 9.756/1998. TST SUM-337 COMPROVAO DE DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE
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REVISTA E DE EMBARGOS (redao alterada pelo Tribunal Pleno em sesso realizada em 16.11.2010, em decorrncia da incluso dos itens III e IV) - Res. 173/2010, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.11.2010 I - Para comprovao da divergncia justificadora do recurso, necessrio que o recorrente: a) Junte certido ou cpia autenticada do acrdo paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositrio autorizado em que foi publicado; e b) Transcreva, nas razes recursais, as ementas e/ou trechos dos acrdos trazidos configurao do dissdio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acrdos j se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Smula n 337 alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - A concesso de registro de publicao como repositrio autorizado de jurisprudncia do TST torna vlidas todas as suas edies anteriores. (ex-OJ n 317 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003); III A mera indicao da data de publicao, em fonte oficial, de aresto paradigma invlida para comprovao de divergncia jurisprudencial, nos termos do item I, a, desta smula, quando a parte pretende demonstrar o conflito de teses mediante a transcrio de trechos que integram a fundamentao do acrdo divergente, uma vez que s se publicam o dispositivo e a ementa dos acrdos; IV vlida para a comprovao da divergncia jurisprudencial justificadora do recurso a indicao de aresto extrado de repositrio oficial na internet, sendo necessrio que o recorrente transcreva o trecho divergente e aponte o stio de onde foi extrado com a devida indicao do endereo do respectivo contedo na rede (URL Universal Resource Locator). CLT Art. 896. a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretao diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seo de Dissdios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Smula de Jurisprudncia Uniforme dessa Corte; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Conveno Coletiva de trabalho, Acordo Coletivo, sentena normativa ou regulamento empresarial de observncia obrigatria, em rea territorial que exceda a jurisdio do Tribunal Regional prolator da deciso recorrida, interpretao divergente, na forma da alnea a; c) proferidas com violao literal de disposio de lei federal ou afronta direta e literal Constituio Federal. perfeitamente possvel que a divergncia jurisprudencial se d entre dois TRTs, ou entre TRT e SDI, ou entre TRT e OJ, ou, ainda, entre TRT e smula. SDI-1

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OJ-219 RECURSO DE REVISTA OU DE EMBARGOS FUNDAMEN-TADO EM ORIENTAO JURISPRUDENCIAL DO TST (inserida em 02.04.2001) vlida, para efeito de conhecimento do recurso de revista ou de embargos, a invocao de Orientao Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razes recursais, conste o seu nmero ou contedo. No confunda: toda OJ vem da SDI, mas nem tudo que se origina na SDI OJ. Pergunta: possvel que uma deciso de turma do TST sirva como deciso paradigma do RR? No! Deciso de turma do TST no serve simplesmente porque no h previso legal. Exemplos: 1. CLT - Art. 195. A caracterizao e a classificao da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministrio do Trabalho, far-se-o atravs de percia a cargo de Mdico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio. Durante muito tempo alguns TRTs afirmavam que ao final deste artigo deveria ter um respectivamente. Ocorre que h OJ sobre o assunto: SDI-1 OJ-165 PERCIA. ENGENHEIRO OU MDICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VLIDO. ART. 195 DA CLT (inserida em 26.03.1999) O art. 195 da CLT no faz qualquer distino entre o mdico e o engenheiro para efeito de caracterizao e classificao da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaborao do laudo seja o profissional devidamente qualificado. Os fatos da deciso recorrida e da divergncia devem ser idnticos: TST SUM-296 RECURSO. DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL. ESPECIFICIDA-DE (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 37 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - A divergncia jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso h de ser especfica, revelando a existncia de teses diversas na interpretao de um mesmo dispositivo legal, embora idnticos os fatos que as ensejaram. (ex-Smula n 296 - Res. 6/1989, DJ 19.04.1989)

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Exemplo:
RECORRIDA TRT22Regio (RO) Percia Insalubridade Engenheiro Nulidade DIVERGNCIA TRT 11Regio(RO)

Sm. 337, I, a e b, II/TST Ou SDI ou OJ (OJ 219, SDI-1) ou Smula Sm. 296, I/TST

?
D Percia Periculosidade Mdico Validade

Qual das opes abaixo pode ser usada como paradigma? A B C Percia Percia Percia Insalubridade Periculosidade Insalubridade Mdico Engenheiro Engenheiro Validade Validade Validade EXERCCIO DE FIXAO

DECISO 01. EMENTA: INSALUBRIDADE. CARACTERIZAO. MDICO OU ENGENHEIRO DO TRABALHO. VIOLAO DO ART. 195 DA CONSOLIDAO Da redao do art. 195, caput, da Consolidao se extrai a obrigatoriedade de que a percia para averiguao de periculosidade se faz necessariamente atravs de engenheiro do trabalho e no por mdico do trabalho, de modo que o laudo realizado por profissional no qualificado se mostra nulo de pleno direito, invalidando deciso que condenou empregador a pagar a empregado referida verba salarial (TRT 3 R. RO 00192.2004.012.03.00.0 1 T. Rel Juza Rosemary de Oliveira Pires DJMG 26.11.2004 p. 04). Escolha corretamente a deciso paradigma para fins de interposio de recurso de revista, obedecendo assim o teor do disposto na Smula 296, inc. I, TST: a) AGRAVO DE INSTRUMENTO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE NECESSIDADE DE REALIZAO DE PERCIA VIOLAO DO ARTIGO 195 DA CLT NO CARACTERIZAO Em que pese a condio criada pelo artigo 195 da CLT para a caracterizao e classificao da insalubridade por meio de percia a cargo de Mdico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministrio do Trabalho, tal no se ala a condio absoluta, podendo o referido adicional ser deferido em circunstncias outras. Exemplificadamente, temos a possibilidade da empresa pagar espontaneamente o adicional de insalubridade, haver confisso patronal quanto ao ambiente insalubre onde so desenvolvidas as atividades obreiras, e, ainda, a possibilidade de norma coletiva prever o pagamento de tal plus ao salrio. No caso, h prova emprestada (percia tcnica) dispondo que o local onde o reclamante desenvolvia suas atividades era insalubre e que os EPIs no eliminavam tais condies. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TST AIRR 512/2004-203-08-40.4 1 T. Rel. Juiz Conv. Guilherme Bastos DJU 20.04.2007).

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b) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE PERCIA HABILITAO DO PERITO A caracterizao e a classificao da insalubridade e da periculosidade, de acordo com o artigo 195 da CLT, far-se-o atravs de percia a cargo de mdico ou engenheiro do trabalho, registrados no Ministrio do Trabalho. A exigncia de registro, porm, excessivamente formalista, pode e deve ser mitigada em localidades onde no haja peritos registrados. Aplicao, mutatis mutandis, do artigo 145, 3, do CPC. (TRT 24 R. RO 1001/2003-071-24-00-9 Rel. Juiz Mrcio Eurico Vitral Amaro DJMS 08.06.2005). c) NULIDADE DO JULGADO NEGATIVA DE PRESTAO JURISDICIONAL ADICIONAL DE INSALUBRIDADE LAUDO PERICIAL ELABORADO POR ENGENHEIRO VALIDADE. Tese regional que se coaduna com os termos da Orientao Jurisprudencial 165 da SDI-1 do TST, Percia. Engenheiro ou mdico. Adicional de insalubridade e periculosidade. Vlido. Art. 195, no sentido de que, para a verificao de caracterizao e classificao da periculosidade, inexiste distino entre mdico e engenheiro, bastando que o profissional seja devidamente qualificado. Incidncia do Enunciado 333 do TST. (TST EDRR 549591 SDI-1. Rel Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi DJU 03.12.2004). d) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE LAUDO PERICIAL COMPROVAO O art. 195, da CLT, estabelece que a caracterizao e classificao da insalubridade far-se- segundo normas do Ministrio do Trabalho, atravs de percia a cargo de Mdico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministrio do Trabalho. In casu o laudo pericial concluiu que as atividades e operaes no setor de caldeira e esterilizador da reclamada esto em desacordo com a legislao pertinente e apresentam-se insalubres em grau mdio. (TRT 8 R. RO 00728-2003-106-08-00-5 2 T. Rel Juza Sulamir Palmeira Monassa de Almeida J. 15.12.2004).

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DECISO 02. EMENTA: HORAS EXTRAS HABITUALIDADE REFLEXOS LEGAIS A habitualidade no requisito essencial integrao das horas extras ao salrio, tampouco deve haver repercusso do servio extraordinrio nas frias, 13 salrio e descanso semanal remunerado. In hoc casu, ainda que evidenciada a prestao habitual de horas extras durante todo o contrato de trabalho, no se h de reconhecer sua integrao ao salrio. (TRT 22 R. RO 00419-2006-001-22-00-1 Rel. Juiz Manoel Edilson Cardoso DJU 06.12.2006 p. 18). Escolha corretamente a deciso paradigma para fins de interposio de recurso de revista, obedecendo assim o teor do disposto na Smula 296, inc. I, TST: a) ADMINISTRATIVO PROCESSUAL CIVIL SERVIDOR PBLICO MUDANA DE REGIME CELETISTA PARA ESTATUTRIO HORAS-EXTRAS INCORPORADAS NA CONSTNCIA DO REGIME CELETISTA INCORPORAO INDEVIDA VIOLAO AO ENUNCIADO 76 DO TST SUPRESSO RECURSO IMPROVIDO 1. Os autores, a partir da vigncia do RJU, passaram do regime celetista para estatutrio; 2. Ocorre que quando ainda celetistas estes tiveram incorporadas a sua remunerao as horas-extras prestadas; 3. A partir de maro/92, com a aplicao das regras do enquadramento da Lei n 8.270/91, tais horas-extras foram suprimidas dos contra-cheques dos demandantes; 4. Ao tempo da referida incorporao, o TST j havia revisto o Enunciado de n 76 pelo Enunciado de n 291, onde no mais se reconhecia o direito de incorporao das horas extras prestadas com habitualidade por mais de dois anos; 5. Considerando-se que a referida incorporao carece de fundamento legal, bem como que foi concedida contrariando o Enunciado n 291 supra, de ter-se que os autores no faziam jus a mesma (TRF 5 R. AC 2003.83.00.015382-6 2 T. Rel. Des. Fed. Petrucio Ferreira DJU 06.07.2007 p. 727). b) HORAS EXTRAS HABITUALIDADE INTEGRAO As horas extras prestadas e pagas habitualmente integram o salrio para todos os fins legais, repercutindo, assim, nas demais parcelas trabalhistas pagas no perodo de execuo do labor extraordinrio. Trata-se, todavia, o adicional de horas extras de salrio-condio, somente devido quando mantidas as condies excepcionais de labor em jornada excedente legalmente prevista. Uma vez suprimido o trabalho suplementar, no h que se falar em incorporao do valor do adicional respectivo (Smula 291, TST). Por sua vez, a habitualidade no labor extraordinrio critrio determinante para a repercusso do valor pago a ttulo de horas extras nas demais parcelas trabalhistas, devendo-se, com base no princpio da razoabilidade, ausncia de disposio legal especfica, fixar em 06 (seis) meses por ano, consecutivos ou no, o lapso temporal mnimo de trabalho extraordinrio necessrio para caracterizao da habitualidade a ensejar a integrao das horas extras nos clculos das frias (art. 142, 5, da CLT), 13 salrio (Smula n 45/TST) e do repouso semanal remunerado (Smula n 172/TST). Demonstrada a habitualidade na prestao de jornada extraordinria durante todo o perodo imprescrito, impe-se a incidncia dos valores pagos a ttulo de horas extras sobre as parcelas de frias com o tero constitucional, 13 salrio e repouso semanal remunerado j adimplidas neste perodo. (TRT 22 R. RO 00013-2006-003-22-00-1 Rel. Juiz Arnaldo Boson Paes DJU 08.03.2007 p. 12).

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c) HABITUALIDADE DO PAGAMENTO INCORPORAO REMUNERAO REPERCUSSO NAS HORAS EXTRAS Compulsando-se os contracheques acostados, verifica-se a habitualidade no pagamento da parcela denominada "ATS INCORPORADO". Assim, nos moldes da Smula n 264, do C. TST, tem-se que a referida parcela no possua carter indenizatrio, mas sim remuneratrio. Logo, impe-se a reforma da sentena originria, para determinar que, nos clculos das horas extras, seja computado o valor pago a ttulo de ATS. Recurso ordinrio obreiro, parcialmente, provido. (TRT 19 R. RO 01517.2003.006.19.00-1 Rel. Juiz Jos Ablio J. 04.08.2005) d) HORAS EXTRAS HABITUALIDADE INTEGRAO cedio que as horas extras prestadas e pagas habitualmente pelo empregado integram seu salrio para todos os fins legais, repercutindo, assim, nas demais parcelas trabalhistas admitidas no perodo de execuo do labor extraordinrio. A habitualidade critrio determinante para a repercusso do valor pago a ttulo de horas extras nas demais parcelas trabalhistas, devendo-se, com base no princpio da razoabilidade, ausncia de disposio legal especfica, fixar em 06 (seis) meses por ano, consecutivos ou no, o lapso temporal mnimo de trabalho extraordinrio necessrio para caracterizao da habitualidade a ensejar a integrao das horas extras. No demonstrada a habitualidade na prestao de jornada extraordinria, correta a deciso que no concedeu a incidncia dos valores pagos a ttulo de horas extras na base de clculo das parcelas de frias com o tero constitucional, 13 salrio e repouso semanal remunerado. (TRT 22 R. RORO 00088-2006-002-22-00-6 Rel. Juiz Arnaldo Boson Paes DJU 08.03.2007 p. 11) e) HORAS EXTRAS INTEGRAES Evidenciada a habitualidade na prestao de horas extras, por certo devem as mesmas integrar o salrio do obreiro para todos os efeitos legais, inclusive a remunerao dos repousos semanais e feriados, por fora do disposto no art. 7, alnea a, da Lei n 605/49. A integrao das horas extras acarreta o aumento da mdia remuneratria mensal, a qual deve repercutir sobre as demais parcelas que tm como base de clculo a remunerao mensal do empregado. (TRT 4 R. RO 00100-2005-003-04-00-6 Rel Juza Jane Alice de Azevedo Machado J. 14.12.2005).

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DECISO 03. EMENTA: NATUREZA SALARIAL DA VANTAGEM PRECONIZADA NO 4 DO ARTIGO 71 DA CLT REFLEXOS EM OUTROS TTULOS TRABALHISTAS INEXISTNCIA (...) Em que pese o entendimento da douta SBDI-I, este colegiado vem sufragando a tese de no ser salarial a natureza das horas relativas a no concesso do intervalo intrajornada, concluindo em razo disso pelo seu no reflexo nas demais verbas trabalhistas. Recurso desprovido (TRT 7 Regio RO 872/2005-069-09-00.2 2 T. Rel. Juiz Antonio Carlos Chaves Antero DJU 20.04.2007). Escolha corretamente a deciso paradigma para fins de interposio de recurso de revista, obedecendo assim o teor do disposto na Smula 296, inc. I TST: a) RECURSO DE REVISTA HORAS EXTRAS INOBSERVNCIA DO INTERVALO INTRAJORNADA NATUREZA JURDICA Os valores decorrentes da inobservncia do intervalo para repouso e alimentao possuem natureza salarial. Ressalva de entendimento pessoal do Relator. Recurso de revista a que se d parcial provimento. (TST RR 1.712/2002-021-15-00.5 5 T. Rel. Min. Gelson de Azevedo DJU 20.04.2007). b) INTERVALO INTRAJORNADA NO-CONCESSO ARTIGO 71, 4, DA CLT NATUREZA SALARIAL A no-concesso de intervalo intrajornada gera extraordinrio de natureza salarial, nos termos do que dispe o artigo 71, 4, da CLT, tendo em vista que o referido dispositivo legal visa a desestimular o labor durante aquele perodo, de modo a preservar a sade do trabalhador. Precedentes desta Corte: ERR - 520/2004-088-15-00 Min. Aloysio Corra da Veiga - DJ - 16/03/2007 - E-RR - 2675/2002-079-02-00 Min. Joo Oreste Dalazen - DJ - 02/03/2007 (TRT 7 Regio RO 872/2005-069-09-00.2 1 T. Rela. Juza Dulcina de Holanda Palhano DJU 20.04.2007). c) HORAS EXTRAS PELA SUPRESSO DO INTERVALO INTRAJORNADA NATUREZA SALARIAL As horas intervalares trabalhadas devem ser reconhecidas como horas extras e possuem natureza salarial, e no indenizatria ou compensatria, gerando todos os reflexos prprios destas parcelas, pois so efetivamente tempo disposio do empregador, tal como as horas normais que do causa ao prprio salrio. (TRT 12 R. RO 03574-2005-004-12-00-2 (04616/2007) Rel Juza gueda Maria Lavorato Pereira DJU 28.03.2007) d) HORAS EXTRAS NATUREZA JURDICA DO INTERVALO INTRAJORNADA Tem natureza salarial e, portanto, no indenizatria, da parcela prevista no art. 71 4 da CLT, em virtude da reduo pelo empregador de intervalo mnimo intrajornada para repouso e alimentao. Recurso conhecido e desprovido. (TST RR 590/2002-051-02-00.2 3 T. Rel. Min. Carlos Alberto Reis de Paula DJU 01.12.2006)

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Exemplo: 1 e 2, art. 14, Lei 5.584/70 Art. 2, Lei 1.060/50


RECORRIDA TRT10 Regio (RO) Sm. 296, I/TST Advogado Particular Honorrios Sucumbncia Impossibilidade DIVERGNCIA TRT 8 Regio(RO) Advogado Particular Honorrios Sucumbncia Possibilidade

Sm. 337, I, a e b, II/TST Ou SDI ou OJ (OJ 219, SDI-1) ou Smula Sm. 333/TST

Neste caso, no cabe RR, pois a divergncia fere smula sobre o assunto. J se o exemplo for outro:
RECORRIDA TRT10 Regio (RO) Sm. 296, I/TST Advogado Particular Honorrios Sucumbncia Possibilidade DIVERGNCIA TRT 8 Regio(RO) Advogado Particular Honorrios Sucumbncia Impossibilidade

Sm. 337, I, a e b, II/TST Ou SDI ou OJ (OJ 219, SDI-1) ou Smula Sm. 333/TST

Neste caso, cabe RR pois a deciso tanto diverge de deciso de outro TRT como da Smula.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 30. Determinado recurso ordinrio foi improvido sob a seguinte ementa: REEMBOLSO DE COMBUSTVEL E AJUDA DE CUSTO POSSIBILIDADE DE INTEGRAO AO SALRIO Mesmo que comprovado que os valores pagos a ttulo de reembolso de combustvel e de ajuda de custo se destinavam ao ressarcimento de despesas realizadas em prol do trabalho, defere-se a natureza salarial das ajudas de custo a fim de lhes atribuir carter salarial. (TRT 3 R. RO 01366.2006.136.03.00.1 1 T. Rel Des Deoclcia Amorelli Dias DJMG 24.01.2007). Inconformada, Iota Empreendimentos S.A. contrata voc como advogado. Defenda seus interesses propondo a medida cabvel tomando como paradigma a deciso abaixo, apontando os dispositivos de lei que est sendo interpretado de modo diferente pelas decises recorrida e paradigma: AJUDA DE CUSTO INTEGRAO AO SALRIO O valor pago a ttulo de ajuda de custo, no caso vertente, era para custear as despesas decorrentes do exerccio da profisso de vendedor viajante, sendo correto concluir, ento, que no deve integrar a remunerao obreira, por no ter natureza salarial, conforme determina o pargrafo 2 do art. 457 da CLT, mormente se o reclamante, na inicial, limitou-se a afirmar que recebia tal parcela, nada alegando acerca do seu desvirtuamento. Recurso ao qual se nega provimento, no particular. (TRT 23 R. RO 01570.2003.004.23.00-8 Cuiab Rel. Juiz Jos Simioni DJMT 06.12.2004 p. 19). Espao do Aluno
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EXCELENTSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3 REGIO

RECURSO DE REVISTA RECORRENTE: EMPREGADO RECORRIDO: IOTA EMPREENDIMENTOS S.A.

IOTA EMPREENDIMENTOS S.A., pessoa jurdica, CNPJ, endereo, cidade, estado, nos autos do processo em epgrafe, vem, atravs de seu advogado abaixo assinado, com o devido respeito, em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro no artigo 896 alnea a da Consolidao das Leis do Trabalho, interpor o presente RECURSO DE REVISTA contra deciso de V.Exa. que negou provimento a Recurso Ordinrio proposto contra EMPREGADO, nacionalidade, ocupao, estado civil, endereo, cidade-estado, fazendo-o pelas razes anexas, e requer reverentemente a V. Exa. que se digne receber o apelo em seu efeito devolutivo (art. 899, CLT), remetendo-o ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que o recorrente cumpriu as formalidades da lei, recolhendo as custas processuais (art. 789, CLT) e o depsito recursal (art. 899, 1, CLT). Requer, outrossim, a notificao da parte recorrida para apresentar contra-razes ao recurso apresentado (art. 900, CLT). Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano.

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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO RAZES DE REVISTA RECORRENTE: IOTA EMPREENDIMENTOS LTDA. RECORRIDO: EMPREGADO COLENDA CORTE, A DECISO MERECE SER REFORMADA PELAS RAZES ABAIXO EXPOSTAS: I DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO DE REVISTA A deciso recorrida que negou provimento ao Recurso Ordinrio interposto deu interpretao ao 2 do art. 457, CLT, diversa daquela dada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 23 Regio, recaindo justamente na hiptese de cabimento de Recurso de Revista prevista no art. 896, alnea a da CLT. II DA DIVERGNCIA JURISPRUDENCIAL A fim de se comprovar a divergncia jurisprudencial ensejadora do presente Recurso de Revista, e em conformidade com a Smula 337, inciso I, alinea b do Tribunal Superior do Trabalho, que exige a transcrio, nas razes recursais, das ementas e/ou trechos dos acrdos trazidos configurao do dissdio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acrdos j se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso, vejamos: A deciso recorrida interpretou o disposto no 2 do art. 457/CLT de forma diversa da que o Tribunal Regional do Trabalho da 23 Regio lhe deu, na medida em que entendeu que a verba paga ao empregado a ttulo de ajuda de custo deve ter natureza salarial e, portanto, integrar salrio do empregado para todos os efeitos, verbis: REEMBOLSO DE COMBUSTVEL E AJUDA DE CUSTO POSSIBILIDADE DE INTEGRAO AO SALRIO Mesmo que comprovado que os valores pagos a ttulo de reembolso de combustvel e de ajuda de custo se destinavam ao ressarcimento de despesas realizadas em prol do trabalho, defere-se a natureza salarial das ajudas de custo a fim de lhes atribuir carter salarial. (TRT 3 R. RO 01366.2006.136.03.00.1 1 T. Rel Des Deoclcia Amorelli Dias DJMG 24.01.2007). O Tribunal Regional do Trabalho da 23 Regio, ao interpretar o mesmo
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dispositivo de lei federal, qual seja, 2 do art. 457, CLT, o fez de forma correta no reconhecendo natureza salarial a verba paga como ajuda de custo, litteris: AJUDA DE CUSTO INTEGRAO AO SALRIO O valor pago a ttulo de ajuda de custo, no caso vertente, era para custear as despesas decorrentes do exerccio da profisso de vendedor viajante, sendo correto concluir, ento, que no deve integrar a remunerao obreira, por no ter natureza salarial, conforme determina o pargrafo 2 do art. 457 da CLT, mormente se o reclamante, na inicial, limitou-se a afirmar que recebia tal parcela, nada alegando acerca do seu desvirtuamento. Recurso ao qual se nega provimento, no particular. (TRT 23 R. RO 01570.2003.004.23.00-8 Cuiab Rel. Juiz Jos Simioni DJMT 06.12.2004 p. 19). Incontroversa, pois, a divergncia de interpretao sobre o mesmo dispositivo de lei federal, preenchendo-se a hiptese de cabimento do presente recurso de revista. III DA NATUREZA INDENIZATRIA DA AJUDA DE CUSTO Muito embora as dirias para viagem possam ter natureza salarial quando ultrapassarem 50% (cinquenta por cento) o valor do salrio do empregado, em relao s ajudas de custo no h a possibilidade prevista em lei para a mutao de sua natureza compensatria, de acordo com a redao literal do 2 do art. 457, CLT: Art. 457 (...) 1 2. No se incluem nos salrios as ajudas de custo, assim como as dirias para viagem que no excedam de 50% (cinqenta por cento) do salrio percebido pelo empregado. Ora, da interpretao meramente gramatical do dispositivo vislumbra-se que as ajudas de custo no tm natureza salarial de forma alguma, mas apenas as dirias para viagem que excederem de 50% (cinquenta por cento) do salrio percebido pelo empregado. Alm do mais, as ajudas de custo so concedidas pelo empregador ao empregado para o trabalho, ou seja, elas so indispensveis prestao de servios na medida em que servem para compensar eventuais gastos feitos pelo empregado quando da execuo do contrato de trabalho, uma vez que tais gastos so de responsabilidade do empregador em decorrncia do princpio da alteridade previsto no art. 2 da CLT que define empregador. IV CONCLUSO Diante de todo o exposto, IOTA EMPREENDIMENTOS S.A. requer se digna V.Exa.

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conhecer o presente recurso de revista porque tempestivo e cabvel e, no mrito, darlhe provimento para reformar o acrdo que o negou ao recurso ordinrio interposto, reformando a deciso para retirar a natureza jurdica da parcela ajuda de custo, reconhecendo-lhe a natureza meramente compensatria. Termos em que, Pede e espera provimento. Cidade, de dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

PEA PRTICO PROFISSIONAL 31. Pedro ingressou com reclamao trabalhista contra o estado de So Paulo para ver reconhecido o vnculo de emprego entre ambos, ainda que no tenha havido prvia aprovao em concurso pblico. A ao foi julgada improcedente pelo juiz do trabalho. Foi interposto recurso ordinrio contra a sentena, repetindo-se os argumentos trazidos na petio inicial, e, sucessivamente, solicitando-se a condenao do reclamado ao pagamento das verbas decorrentes do contrato de trabalho havido entre as partes (aviso prvio, 13. salrio proporcional, frias em dobro e simples acrescidas de um tero, depsitos do FGTS e indenizao de 40% sobre o saldo do FGTS). O tribunal regional do trabalho (TRT) deu provimento ao recurso, por entender caracterizada a existncia de relao de emprego, na forma dos art.s 2. e 3. da CLT, da CF/88, pois o servio foi prestado de forma pessoal, onerosa e com subordinao, cabendo ao ente pblico arcar com as verbas decorrentes do contrato de trabalho. Como advogado do Estado de So Paulo promova o recurso adequado. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ______ REGIO

RECURSO DE REVISTA RECORRENTE: ESTADO DE SO PAULO RECORRIDO: PEDRO

ESTADO DE SO PAULO, pessoa jurdica, CNPJ, vem, atravs de seu procurador abaixo assinado, com o devido respeito, em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro no artigo 896 alneas a e c da Consolidao das Leis do Trabalho, interpor o presente RECURSO DE REVISTA contra deciso de V.Exa. que negou provimento a Recurso Ordinrio interposto contra PEDRO, nacionalidade, ocupao, estado civil, endereo, cidade-estado; fazendo-o pelas razes anexas e requer a V. Exa. que se digne receber o apelo em seu efeito devolutivo (art. 899, CLT), remetendo-o ao Tribunal Superior do Trabalho, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que o recorrente dispensado das custas (inc. I do art. 790-A, CLT) e do depsito recursal (Dec. 779/69). Requer, outrossim, a notificao da parte recorrida para apresentar contra-razes ao recurso apresentado (art. 900, CLT). Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano.

ADVOGADO OAB

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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO RAZES DE REVISTA RECORRENTE: ESTADO DE SO PAULO RECORRIDO: PEDRO COLENDA CORTE, A DECISO MERECE SER REFORMADA PELAS RAZES ABAIXO EXPOSTAS: I DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO DE REVISTA A deciso recorrida que negou provimento ao Recurso Ordinrio interposto julgou com malferimento direto e literal Constituio Federal na medida em que reconheceu vnculo empregatcio com o Estado de So Paulo sem realizao de concurso pblico, pelo que restou violado em sua literalidade o 2, inc. II do art. 37 da Constituio, atendendo-se, assim, ao disposto na sumula 221, inc. I e OJ 335, SDI-1, ambas do TST. Como conseqncia do vnculo, a deciso recorrida reconheceu o direito do empregado ao pagamento de todas as verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias da decorrentes contrariando a smula 363 do TST que impe o cabimento do presente recurso com base na alnea a do art. 896, CLT. II DA VIOLAO DIRETA E LITERAL DA CONSTITUIO FEDERAL Muito embora o recorrido nunca tenha prestado concurso pblico, a deciso impugnada reconheceu vnculo empregatcio com o Estado de So Paulo, de modo que o TRT condenou o recorrente nas seguintes verbas: existncia de relao de emprego, na forma dos art.s 2. e 3. da CLT, entendendo que o servio foi prestado de forma pessoal, onerosa e com subordinao, cabendo ao ente pblico arcar com as verbas decorrentes do contrato de trabalho, tais como aviso prvio, 13. salrio proporcional, frias em dobro e simples acrescidas de um tero, depsitos do FGTS e indenizao de 40% sobre o saldo do FGTS. O 2, inc. II do art. 37 da CF/88 estabelece que a administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal obedecer aos princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficincia e tambm ao fato de que a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico, sob pena de nulidade do ato e a punio da autoridade responsvel. De fato, inconteste que o recorrido nunca prestou concurso pblico de forma que no h que se falar em vnculo empregatcio, muito embora presentes os requisitos do art. 3 da CLT, de
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modo que o contrato nulo, pois falta a obedincia forma prescrita em lei como determina o art. 104 do Cdigo Civil, tornando nulo o ato jurdico da contratao de pleno direito. III DA INEXISTNCIA DO DIREITO S VERBAS RESCISRIAS E INDENIZATRIAS No obstante o TRT ter reconhecido a nulidade do contrato, condenou o recorrente cabendo ao ente pblico arcar com as verbas decorrentes do contrato de trabalho, tais como aviso prvio, 13. salrio proporcional, frias em dobro e simples acrescidas de um tero, depsitos do FGTS e indenizao de 40% sobre o saldo do FGTS. Referida deciso contrariou entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho na medida em que a smula 363 estabelece claramente que aps a CF/88 a assuno de cargo ou emprego pblico depende de prvia aprovao em concurso pblico de modo que na falta de concurso o contrato nulo de pleno direito gerando como efeitos apenas os salrios pelas horas efetivamente trabalhadas, respeitado o salrio mnimo hora e os depsitos do FGTS, no tendo direito o recorrido s demais parcelas relativas a uma dispensa sem justa causa. IV CONCLUSO Diante de todo o exposto, ESTADO DE SO PAULO requer se digne V.Exa. conhecer o presente recurso de revista porque tempestivo e cabvel e, no mrito, darlhe provimento para reformar o acrdo que negou provimento ao recurso ordinrio interposto, reformando a deciso para declarar a inexistncia de vnculo empregatcio e verbas rescisrias e indenizatrias. Termos em que, Pede e espera provimento. Cidade, de dia de ms de ano. ADVOGADO OAB
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PEA PRTICO PROFISSIONAL 32. A reclamante ingressou com reclamao trabalhista que foi julgada procedente no valor de R$ 20.000,00 para condenar a reclamada ao pagamento do aviso prvio de 30 (trinta) dias no concedido por sua empregadora quando da resciso contratual. Inconformada com a sentena, a recorrente interps Recurso Ordinrio alegando que a Lei n 5.859/72 omissa com relao ao aviso prvio e que no se aplica o art. 487 da CLT ao domstico em virtude da letra a do art. 7 da CLT. O Recurso Ordinrio interposto um dia aps o prazo recursal, pois no dia mesmo do prazo foi feriado local, sem que a parte recorrente tenha feito juntar comprovante de referido feriado. O recurso tambm se fez acompanhar do comprovante das custas no valor de R$ 380,00, juntado aos autos um dia aps o trmino do prazo recursal; depsito recursal realizado no valor de R$ 4.993,76. Sabe-se ainda que o advogado do recorrente no fez juntar procurao quando devidamente instado a fazlo. Intimado a se manifestar sobre o recurso, como advogado do empregado, promova o que de direito. Considere o valor oficial do depsito recursal para recurso ordinrio R$ 4.993,78. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO

CONTRA-RAZES DE RECURSO ORDINRIO RECORRENTE RECORRIDO

RECORRIDO-RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, ocupao, residente e domiciliada na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro no artigo 900 da CLT, apresentar CONTRA-RAZES ao RECURSO ORDINRIO interposto contra deciso dessa Vara do Trabalho por RECORRENTE-RECLAMADA, nacionalidade, estado civil, ocupao, residente e domiciliada na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, fazendo-o pelas razes anexas, as quais fazem parte integrante desta petio. Requer ainda a V. Exa. que se digne receber a presente pea processual remetendo-a ao Tribunal Regional do Trabalho da ____ Regio para a sua devida apreciao.

Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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EXCELENTSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR TRABALHO DA ___ REGIO CONTRA-RAZES DE RECURSO ORDINRIO I DA DESERO

DO TRIBUNAL REGIONAL DO

O 1 do art. 899 da CLT claro ao estabelecer que o recurso ordinrio ser interposto por simples petio e se far acompanhar no somente das custas processuais, mas tambm do depsito recursal, que dever ser observado mesmo por pessoa fsica, j que no houve distino entre pessoa fsica ou jurdica pela norma consolidada. No entanto, tanto as custas quanto o depsito recursal foram recolhidos em valores insuficientes j que, no caso das custas, estas so calculadas no percentual de 2% sobre o valor da condenao, ou seja, 2% sobre R$ 20.000,00 resultando no recolhimento de R$ 400,00 e no nos R$ 380,00 efetivamente realizados. J o depsito recursal tem valor oficial de R$ 4.993,78, tendo sido feito seu depsito em apenas R$ 4.993,76. O Tribunal Superior do Trabalho atravs da OJ 140, SDI-1, pacificou entendimento de que se considera deserto recurso pelo recolhimento a menor de custas e/ou depsito recursal: OJ 140. Depsito recursal e custas. Diferena nfima. Desero. Ocorrncia. Ocorre desero de recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do depsito recursal, ainda que a diferena em relao ao quantum devido seja nfima, referente centavos. Assim, deserto o Recurso Ordinrio interposto, pelo que se requer a V.Exa. consider-lo como tal (deserto), extinguindo-o, com a conseqente remessa dos presentes autos Vara de origem para execuo definitiva do julgado. II DO DEFEITO DE REPRESENTAO Dispe a smula 383, incs.I e II do Tribunal Superior do Trabalho que se considera inexistente o recurso interposto por quem no tem procurao nos autos, de modo que a regularidade de representao s pode ocorrer no juzo de primeiro grau e no em instncia recursal. Como o recurso foi interposto sem que o procurador do recorrente tivesse regularizado sua representao, inexiste o presente recurso pelo que no deve ser conhecido. III DA INTEMPESTIVIDADE
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Estabelece a smula 385 do Tribunal Superior do Trabalho que em caindo o ltimo dia do prazo do recurso em dia feriado, a parte que interpuser o recurso no dia til subseqente dever comprovar o feriado local, uma vez que o juiz s obrigado a conhecer lei federal de acordo com o que dispe o art. 337 do Cdigo de Processo Civil, pelo que o presente recurso intempestivo. II DO DIREITO Ad argumentandum, caso V.Exas. entendam prejudicada a preliminar de nulidade acima argida, o que se admite apenas esgotamento destas razes, adentrase o mrito para sustentar o direito da recorrida ao pagamento do aviso prvio. No obstante a argumentao de que a Lei do Domstico (Lei n 5859/72) ter silenciado acerca do direito do domstico ao aviso prvio de 30 (trinta) dias, e levando-se em considerao o fato de que a CLT s se aplica ao domstico quando ela assim expressamente dispuser (art. 7, a), tais afirmaes no podem prosperar em face da atual Constituio Federal. Ocorre que o pargrafo nico do art. 7 da CF/88 dispe expressamente que alguns dos direitos ali constantes so estendidos aos domsticos, dentre os quais o do aviso prvio de, no mnimo, 30 (trinta) dias (art. 7, inc. XXI, CF). Portanto, tem direito o empregado domstico ao referido prazo do aviso quando da cessao injusta de seu contrato de trabalho, de modo que a sentena de primeiro grau acertou quando condenou a recorrente ao pagamento da referida verba. III - CONCLUSO Diante de todo o exposto, a Recorrida-reclamante requer se dignem Vs. Exas. acolher as consideraes levantadas, reconhecendo a desero do Recurso Ordinrio interposto, bem como sua intempestividade e defeito de representao, retornando os autos primeira instncia para que se processe a execuo definitiva do julgado. Caso superada a preliminar acima, o que no se espera, no se vislumbra qualquer direito da recorrente para a reformulao da sentena, devendo a mesma ser mantida na integra, em virtude da extenso ao domstico do direito ao aviso prvio (pargrafo nico do art. 7 CF/88). Termos em que, Pede espera provimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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EMBARGOS DE DECLARAO Por fora do Art. 5, XXV/CF, o Juiz obrigado a se manifestar sobre todos os pontos do processo. Ocorre que, na prtica, muitos erros ocorrem, sendo prolatadas sentenas omissas, contraditrias ou obscuras que, por este motivo, so nulas. CF Art. 93 IX todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s prprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservao do direito intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao; A omisso ocorre quando o Juiz deixa de se manifestar sobre algum ponto do processo, sobre algum pedido formulado. A contradio ocorre quando o juiz conclui algo e decide diferente do que concluiu. A obscuridade ocorre quando h pontos obscuros, ou seja, pontos na deciso de difcil compreenso. A omisso, a contradio e a obscuridade so sanadas com os EMBARGOS DE DECLARAO, previstos no Art. 897-A da CLT, que devem ser opostos no prazo de cinco dias, a contar da intimao ou publicao da deciso. Embargos de declarao INTERROMPEM o prazo recursal (Art. 538/CPC aplicado ao processo do trabalho por fora do Art. 769/CLT) A interrupo ocorre independente de os embargos terem sido opostos pelo reclamante ou pelo reclamado. Para oposio dos ED no necessrio o depsito recursal, nem so devidas custas.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL "A" moveu reclamao trabalhista contra "B", pleiteando o recebimento de horas extras, adicional de insalubridade e verbas rescisrias. "B", em defesa, primeiramente alegou a prescrio total em face de o empregado "A" ter sido demitido em 10.05.1996 e a reclamatria ter sido proposta somente em 10.12.1998, contestando aps o mrito, alegando, inclusive, justa causa para a dispensa do empregado. Na audincia de instruo, "B" chegou atrasado e lhe foi aplicada a pena de confisso, tendo sido julgada a ao totalmente procedente, inclusive quanto ao adicional de insalubridade, mesmo no tendo sido produzida a prova pericial. A r. sentena foi omissa quanto prescrio alegada. Como advogado de "B", utilize o instrumento judicial adequado. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE ESTADO

EMBARGOS DE DECLARAO COM EFEITOS INFRINGENTES

B, inscrito no CNPJ sob o n, com sede na Rua, n, Bairro, Cidade, Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem com o devido respeito e acato de estilo opor EMBARGOS DE DECLARAO COM EFEITOS INFRINGENTES em desfavor da sentena que julgou procedente reclamao trabalhista proposta por A, nacionalidade, estado civil, ocupao, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade, Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DA OMISSO A SER SANADA Em que pese o j conhecido saber jurdico de V.Exa. a sentena foi omissa em ponto crucial da defesa da embargante, qual seja, o pedido de prejudicial de prescrio. O art. 897-A claro ao estabelecer que cabero embargos de declarao da sentena, inclusive com efeito modificativo, quando houver omisso, contradio, obscuridade e erro material no julgado. Assim, deixa a sentena de se pronunciar sobre a alegao de prescrio bienal do direito do autor de ingressar com reclamao trabalhista, o que findou por induzir V.Exa. a julgar procedente a reclamao, contrariando preceito constitucional insculpido no inc. XXIX, art. 7 da CF/88. A sentena judicial para ser vlida deve se pronunciar sobre todos os pontos levantados pelas partes tanto na pea de ingresso quanto em sua defesa (art. 5, XXXV/CF), a fim de afastar a negativa de prestao jurisdicional (art. 93, inc. IX, CF/88) naturais das decises citrapetita. A pronncia sobre a prescrio certamente acarretar modificao no julgado, devendo este douto juzo intimar a parte contrria para se manifestar sobre os presentes embargos, de modo a prestigiar a isonomia processual (OJ 142, SDI-1), extinguindo o presente feito com soluo de mrito (art. 269, VI, CPC). III CONCLUSO Diante de todo o exposto, B requer se digne V.Exa. conhecer dos presentes Embargos porque tempestivos, julgando-os procedentes a fim de suprir a omisso, devendo V.Exa. pronunciar-se acerca da prejudicial de prescrio alegada, imprimindo

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a esta medida efeito modificativo para extinguir a reclamao com julgamento de mrito (art. 269, CPC). Requer-se ainda a intimao da parte contrria para se manifestar acerca da presente medida, em homenagem ao princpio da isonomia processual. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

Quando os embargos de declarao forem opostos para suprir omisso, tero efeitos modificativos, que tambm so chamados de efeitos infringentes. Sempre que os embargos tiverem tais efeitos, obrigatoriamente o juiz dever conceder prazo s partes para manifestao: SDI-1 OJ-142 EMBARGOS DE DECLARAO. EFEITO MODIFICATIVO. VISTA PARTE CONTRRIA (inserido dispositivo) - DEJT divulgado em 16, 17 e 18.11.2010 passvel de nulidade deciso que acolhe embargos de declarao com efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestao prvia parte contrria. Embargos de declarao para sanar contradio tambm possuem sempre efeitos modificativos.

EMBARGOS DE DIVERGNCIA Quando a prova fala somente em EMBARGOS, est falando de embargos de divergncia. Se ela quiser se referir aos embargos de declarao ou aos embargos de execuo, ela dir especificamente. Genericamente, EMBARGOS sero os de divergncia.
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perfeitamente possvel que haja divergncia entre os ministros de uma mesma turma do TST. Por isso a Lei 7.701/88 criou a SDI Sesso de Dissdios Individuais do TST com a finalidade de uniformizar o entendimento daquele Tribunal Superior. Havendo divergncia entre as decises das turmas do TST sobre o mesmo dispositivo de lei federal, cabe embargos de divergncia para a SDI, que julga e uniformiza o entendimento. Assim, os embargos de divergncia podero ser opostos perante a SDI quando houver julgamento de recurso de revista por uma turma do TST em desconformidade com outro julgamento de outra turma.

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A SDI um rgo superior s turmas, tendo em vista a sua funo de uniformizar o entendimento do TST. De acordo com o Art. 894/CLT, cabem embargos de divergncia da turma para a SDI, das decises das turmas que divergirem entre si, entre a turma e a SDI, entre a turma e a OJ, e entre a turma e a smula. CLT Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I de deciso no unnime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliao em dissdios coletivos que excedam a competncia territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenas normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e (alnea b Vetado) II das decises das Turmas que divergirem entre si, ou das decises proferidas pela Seo de Dissdios Individuais, salvo se a deciso recorrida estiver em consonncia com smula ou orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. Por isso foi dito que nem tudo que se origina na SDI OJ. As OJs so criadas aps repetidas decises das SDIs. Quando h entendimento da SDI, os entendimentos das turmas no o superam, mas ao contrrio, devem observ-lo.

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

PEA PRTICO PROFISSIONAL 33. Aps julgamento de seu Recurso de Revista perante a 4 Turma do Tribunal Superior do Trabalho, esta entendeu que o empregado que se aposenta espontaneamente tem seu contrato de trabalho rescindido e caso queira continuar trabalhando celebra com seu empregador novo contrato de emprego, de modo que negou provimento ao Recurso de Revista interposto para afastar da condenao a indenizao dos 40% sobre os depsitos do FGTS de todo o contrato de trabalho, recaindo esta apenas sobre os depsitos ps aposentadoria. Como advogado do empregado atue em prol dos seus interesses. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DA 4 TURMA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO EMBARGOS DE DIVERGNCIA EMBARGANTE, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa., com fulcro no art. 894, CLT, interpor os presente EMBARGOS DE DIVERGNCIA contra deciso que negou provimento a RECURSO DE REVISTA proposto contra EMBARGADA, pessoa jurdica, portador do CNPJ de n, com sede na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado recebendo-o em seu efeito devolutivo, aduzindo para tanto as razes em anexo, s quais fazem parte integrante desta petio de rosto. Iseno de custas por ser o embargante pobre na forma da lei, conforme art. 790, 3 da CLT. Depsito recursal dispensado. Finalmente, requer o Embargante a notificao da parte contrria para apresentao da contraminuta no prazo de 8 dias (art. 900, CLT). Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO DA SEO DE DISSDIOS INDIVIDUAIS DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO EMBARGO DE DIVERGNCIA DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO O art. 894, II, CLT e a Lei 7.701/88 estabelecem claramente que cabem embargos para o Tribunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias das decises das turmas que divergirem de Orientao Jurisprudencial da Seo de Dissdios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho. DO DESACERTO DA DECISO A deciso recorrida entendeu que o empregado que se aposenta espontaneamente tem seu contrato de trabalho rescindido e, caso queira continuar trabalhando, celebra com seu empregador novo contrato de emprego. Caso seja despedido posteriormente, a indenizao dos 40% sobre os depsitos do FGTS s recairia sobre o perodo ps aposentadoria. No entanto, em outubro de 2006, o Supremo Tribunal Federal julgou meritoriamente inconstitucionais os 1 e 2 do art. 453, CLT, na medida em que a aposentadoria espontnea no mais extingue o contrato de trabalho, de modo que se o trabalhador continuar a prestao de servios, consubstancia-se no mesmo contrato. Assim, a OJ 361, resultado do cancelamento da OJ 177, SDI-1, esclarece que a aposentadoria espontnea no causa de extino do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando servios ao empregador depois da jubilao. Por ocasio da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depsitos efetuados no curso do pacto laboral. CONCLUSO Diante de todo o exposto, EMBARGANTE requer que a Seo de Dissdios Individuais conhea do presente recurso porque cabvel e tempestivo, para dar-lhe provimento de modo a reformar a deciso recorrida para condenar o empregador a pagar a multa dos 40% sobre os depsitos do FGTS de todo o contrato de trabalho. Termo em que, Pede e espera provimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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RECURSO ADESIVO Recurso adesivo aquele utilizado pela parte quando perde o prazo para o recurso principal, desde que a parte adversa tenha tambm interposto seu recurso. aquele interposto no prazo para resposta ao recurso interposto pela outra parte, e que fica adesivo (dependente, colado) ao primeiro recurso (interposto pela parte contrria), motivo pelo qual, se o recurso principal no for admitido ou se a outra parte dele desistir, o recurso adesivo tambm se extinguir. Perfeitamente cabvel no Processo do Trabalho por fora da aplicao subsidiria do inc. I do art. 500, CPC, a smula 383, TST, esclarece que caber recurso adesivo em recurso ordinrio, recurso de revista, embargos de divergncia e agravo de petio. O recurso adesivo interposto dentro do prazo das contra-razes ao recurso principal da parte adversa. PEA PRTICO PROFISSIONAL 34. Determinado empregado ingressou com reclamao trabalhista pleiteando o pagamento de adicional de periculosidade sobre salrios e demais vantagens de natureza salarial relativo aos ltimos dez anos de trabalho. Notificado, compareceu o empregado alegando prescrio qinqenal (art. 7, inc. XXIX, CF) e que o adicional de periculosidade deve ser calculado sobre o salrio base sem o acrscimo de nenhum outro adicional (art. 193, CLT). Encerrada a instruo, em sua sentena, o juiz julgou o pedido parcialmente procedente pelo que acolheu a prescrio qinqenal, mas condenou o reclamado a pagar ao reclamante os ltimos cinco anos de adicional de periculosidade sobre o salrio base acrescido dos demais adicionais com base na Lei 7369/85 e parte final da smula 191, TST. O reclamante, inconformado ingressa com recurso ordinrio pedindo a reforma da deciso quanto aplicao da prescrio quinquenal. O reclamado deixa passar em branco o prazo recursal comum s partes. Admitido o recurso do reclamante na origem, o juzo a quo determina a apresentao de contra-razes pelo empregador. Agora, inconformado com que deciso que julgou a reclamao trabalhista parcialmente procedente, elabore a medida legal cabvel a ser apresentada no mesmo prazo que as contra-razes ao recurso ordinrio interposto. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE - ESTADO

RAZES DE RECURSO ORDINRIO ADESIVO RECORRENTE: RECORRIDA: RECORRENTE, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro nos artigos 500, inc. I do CPC, 895, inc. I da CLT e smula 283, TST, interpor RECURSO ORDINRIO ADESIVO, contra deciso dessa Vara do Trabalho que julgou parcialmente procedente Reclamao Trabalhista proposta por RECORRIDO, nacionalidade, estado civil, ocupao, endereo, cidade-estado, fazendo-o pelas razes anexas, as quais fazem parte integrante desta petio, e, requer reverentemente a V. Exa. que se digne receber o apelo em seu efeito devolutivo, remetendo-o ao Egrgio Tribunal Regional do Trabalho da ____ Regio, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que o recorrente cumpriu as formalidades de lei, recolhendo as custas processuais (art. 789, CLT) e o depsito recursal (art. 899 e 1, CLT). Requer ainda a intimao da parte contrria para apresentao das contrarazes (art. 900l, CLT).

Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano.

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DO EGRGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___ REGIO RAZES DE RECURSO ORDINRIO ADESIVO COLENDA CORTE, RECORRENTE-RECLAMADO, inconformado com a sentena proferida que julgou parcialmente procedente a reclamao trabalhista contra si interposta, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, atravs de seus advogados, apresentar Razes de Recurso Ordinrio Adesivo da deciso pelas razes de fato e de direito abaixo alinhadas: I DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO Inicialmente vlido ressaltar que o presente recurso perfeitamentente cabvel no caso em anlise, conforme Smula 283 do TST, aplicando-se subsidiariamente o Art. 500, I, CPC, conforme art. 769 da CLT II DO PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE APENAS SOBRE SALRIOS SEM AS DEMAIS VANTAGENS O art. 193, caput, CLT claro ao estabelecer que o pagamento do adicional de periculosidade deve ser pago no percentual de 30% sobre o salrio do empregado sem o acrscimo de qualquer outra vantagem salarial. A exceo seria a prevista na Lei 7.369/85 relativa a categoria dos eletricitrios cujo adicional de periculosidade seria calculado a base de 30% sobre o salrio contratual do empregado acrescido dos demais adicionais, de conformidade com o que dispes, tambm, a smula 191, TST. Assim, no sendo o reclamante da categoria dos eletricitrios, seu adicional deve ser calculado sobre o salrio contratual sem o acrscimo de qualquer outra vantagem contratual, pelo que a deciso dever ser reformada neste particular. III CONCLUSO Diante de todo exposto, RECORRENTE requer se digne V.Exa. receber o presente apelo por tempestivo e cabvel para reformar a deciso que condenou o empregador a pagar adicional de periculosidade sobre o salrio base do empregado acrescido das demais vantagens salariais para pagamento apenas sobre o salrio base, nos termos do caput do art. 193, CLT. Termos em que, Pede espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEAS PRTICO PROFISSIONAL PARA RESOLVER EM CASA 35. Roberto Walser ingressa com reclamao trabalhista em face de Tobler Invenes Ltda. Fora admitido como empregado aos 03 de janeiro de 2000. Nos ltimos 5 anos anteriores dispensa (ocorrida aos 20/03/2006) laborou em ambiente e condies insalubres. Informa o salrio nominal de R$2.000,00 e o salrio normativo da categoria, fixado em conveno coletiva de trabalho, no valor mnimo de R$1.200,00. Junta a norma coletiva comprobatria. Alega que a insalubridade decorre do manuseio de material definido como insalubre pelas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). O local era inadequado conferindo, para a jornada de 8 horas dirias, o percentual de insalubridade em seu grau mximo. Informa que no fora realizada percia no local de trabalho. Alega, ainda, que a empresa no fornecia equipamento individual de segurana. Pede o pagamento do adicional de insalubridade em seu grau mximo, incidncia de FGTS e sobre este a multa de 40%, integrao no pagamento de 13 salrio, frias acrescidas de 1/3 e no aviso prvio. Deu causa o valor de R$50.000,00. No h comisso de conciliao previa na empresa ou no mbito da categoria profissional. Designada audincia una, fora o reclamado validamente citado para comparecer, acompanhado de advogado, ocasio em que dever apresentar defesa escrita e prestar depoimento pessoal. Foram cominadas as penas, em caso de ausncia. No dia da audincia voc, como advogado constitudo pelo reclamado, compareceu com defesa escrita, instrumento de procurao e cpia dos atos constitutivos da empresa. O preposto, sem nenhuma justificativa ou motivo relevante, no compareceu. Compareceram o reclamante e seu advogado. O Juiz constata a contumcia do reclamado. O advogado do reclamante, diante da revelia, requer seja aplicada pena de confisso ficta. Restou infrutfera a tentativa de conciliao. Voc requer a juntada da defesa escrita, acompanhada dos documentos e produo de prova tcnica. O Juiz indefere. Registra, em ata, os protestos. Junta a procurao e os atos constitutivos da empresa. Considera prejudicada a tentativa final de conciliao e, desde logo, passa ao julgamento. Faz o relatrio e fundamenta a deciso. Diante da ausncia injustificada do reclamado, considerando a contumcia e revelia, aplica a pena de confisso. Considera como verdadeiros os fatos alegados pelo reclamante e condena o reclamado no pedido, deferindo o pagamento do adicional de insalubridade, em seu grau mximo, cujo percentual recair sobre o salrio normativo definido na conveno coletiva de trabalho. Defere o pagamento dos reflexos, como pedido. Incidncia de INSS e IRF, nos termos da lei. Os valores sero apurados em liquidao de sentena. Arbitra provisoriamente o valor de R$48.000,00 e custas, pelo reclamado, no importe de R$ 960,00. As partes saem intimadas da deciso nos termos da Sumula 197 do TST. Considerando rigorosamente os elementos acima, interponha, como advogado do reclamado, o recurso cabvel para a melhor, mais ampla e exaustiva defesa de seu cliente. Considere que hoje, no dia da prova, transcorreram 7 (sete) dias contados da cincia da sentena. No sero, portanto, aceitos embargos de declarao. Os pressupostos recursais devem ser demonstrados na pea.
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36. Processo: TRT-RO-0000-2006-001-10-00.0 Recorrente: Antonio da Silva Recorrido: Indstrias Ltex S/A Ementa: Gratificao de funo. Gratificaes distintas. Forma de clculo. Ainda que o empregado receba distintas gratificaes, dever ser integrado remunerao do trabalhador, o valor mdio das gratificaes recebidas, na hiptese de reverso sem justa causa para o cargo efetivo, mesmo que no tenha completado 10 anos. RELATRIO. Trata-se de recurso ordinrio contra deciso proferida pelo Excelentssimo Juiz da 1 a. Vara de Braslia que julgou improcedentes os pedidos da inicial, deferindo ao autor a benesse da Justia Gratuita. Inconformado recorre o reclamante (fls.210/227) pretendendo a reforma do julgado para condenar a empresa na integrao da gratificao de funo e conseqente repercusso nas parcelas salariais e FGTS, bem como, nos honorrios advocatcios. Dispensado das custas processuais (fls.206). Contrarazes apresentadas pelo reclamado (fls.230/238). Sem remessa ao Ministrio Pblico do Trabalho, pela ausncia de pressuposto legal. VOTO. Admissibilidade. O recorrente fora dispensado do recolhimento das custas processuais (fl.208). O recurso tempestivo encontrando-se regular a representao processual (procurao fl. 12). H sucumbncia e o valor da causa supera o dobro do mnimo legal (fixado o valor da causa em R$30.000,00). O recurso est adequado e bem fundamentado (Smula 422 do TST). Conheo. Gratificao de funo. Insurge-se o reclamante contra o indeferimento dos seus pedidos alegando que a supresso da gratificao de funo, percebida por longos anos, adquire natureza de salrio. Rebate os fundamentos da sentena argumentando que o fato de ter percebido distintas gratificaes ao longo dos anos no impede o reconhecimento de que sempre exercera funo gratificada. Quanto exigncia de no mnimo 10 anos, alega, ainda, que restou incontroverso nos autos que a reverso para o cargo efetivo ocorreu sem justo motivo. Por fim, pede que a integrao se d com o valor da gratificao percebida por ocasio da supresso. Em sede de defesa a empresa sustenta que a possibilidade de reverso ao cargo efetivo encontra expressa previso legal. Que no pode ser condenada a manter o pagamento de gratificao de funo para aquele que no mais a exerce. Sustenta, ainda, que est rigorosamente dentro do seu poder diretivo escolher os detentores de cargos de confiana. No h controvrsia acerca da reverso para o cargo efetivo, sem justa causa, e antes de completar 10 anos de exerccio. O artigo 468, pargrafo nico, assegura a reverso. A verba gratificao de funo tem natureza eminentemente salarial, uma vez paga durante 9 anos, alm do fato de retribuir efetivo servio prestado em determinada funo. Certo que o reclamante recebeu a parcela gratificao de funo por longos nove anos de servio, sendo-lhe assegurado o direito de t-la incorporada ao salrio, ainda que seja exonerado da funo de confiana e revertido ao cargo efetivo, em face da habitualidade com que a parcela foi recebida e da aplicao do princpio da irredutibilidade salarial. De outro lado, o inciso VI, do artigo 7 da Constituio federal, impede a reduo salarial, salvo se decorrente de acordo coletivo ou conveno coletiva (no o caso). Quanto ao tempo, filio-me corrente que assegura a estabilidade financeira independentemente do cumprimento integral dos 10 anos. Basta que se

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demonstre o efetivo exerccio por longos anos e a arbitrria reverso. De outro lado, o verbete n 12/2004 da Smula de jurisprudncia uniforme do Tribunal Regional do Trabalho da 10a. Regio: Ainda que o empregado receba gratificaes durante o decnio de que trata a OJ 45, da SBDI-1/TST, esta ser aplicvel, devendo ser integrada remunerao do trabalhador o valor mdio das gratificaes recebidas nos ltimos 10 (dez) anos, observado para fins de clculo o importe relativo a cada uma delas, ou equivalente, na data da supresso(Publicado no DJ-3 em 17.12.2004). Assim, aplicada a Smula e observados os parmetros do caso concreto, dou provimento parcial ao recurso ordinrio do reclamante para condenar o reclamado no pagamento do valor mdio das gratificaes recebidas, com os reflexos nos termos e limites do pedido. Preenchidos os requisitos legais, condeno ainda nos honorrios assistenciais (Smula 219, I do TST) em 15% sobre o valor da condenao. Rearbitro o valor da causa em R$50.0000,00. Custas pelo reclamado fixadas em R$1.000,00 CONCLUSO. Acordam os Juizes da 1. Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10a. Regio, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso ordinrio do reclamante, ao recurso ordinrio do reclamante para condenar o reclamado no pagamento do valor mdio das gratificaes recebidas, com os reflexos nos termos e limites do pedido. Preenchidos os requisitos legais, condeno ainda nos honorrios assistenciais (Smula 219, I do TST) em 15% sobre o valor da condenao. Rearbitro o valor da causa em R$ 50.0000,00. Custas pelo reclamado fixadas em R$1.000,00,nos termos do voto do relator, vencido o Juiz X. Leia atentamente o que se pede na questo: Com base nesta deciso voc dever interpor o recurso cabvel. Obedea aos seguintes parmetros obrigatrios: a) na data em que voc est fazendo a prova j foram consumidos 6 dias de prazo, sem oposio de declaratrios por qualquer uma das partes; b) escolha, dentre as ementas abaixo, aquela que esteja formal e materialmente adequada ao recurso e apenas uma; Ementas: Gratificao de funo Incorporao. A gratificao de funo quando paga ao empregado, durante no mnimo dez anos, incorpora-se ao seu patrimnio, no mais podendo ser suprimida. (Ac. TRT 9a. Regio, 2. Turma, Relator Jos Orozimbo, prolatado em 12.4.02). A percepo de gratificao de funo, desde que recebida por dez ou mais anos, incorpora -se ao patrimnio do empregado, no podendo ser suprimida, quando da dispensa do cargo comissionado. (Ac. 1a. Turma TST, Rel. Ministra Cna Moreira, DJU 7/12/90, pgina 14724) A gratificao de funo integra o salrio, para efeito de clculo das horas extras. (Ac. TST SDI Relator Ministro Orlando Teixeira da Costa, DJU 1/12/89, pgina 17806).

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Na hiptese de o empregado perceber gratificao de funo por menos de dez anos lcita, a reverso ao cargo efetivo sem a manuteno do pagamento da gratificao de funo. No impressiona o fato de, na espcie, o Reclamante ter exercido a funo por 9 anos e 8 meses. Isso porque eventual elastecimento da aludida diretriz jurisprudencial daria azo a subjetivismo incompatvel com a iseno objetiva que deve pautar qualquer pronunciamento judicial. (Processo TST -E-RR-535-2002-*00220.00.4-SDI-I, Relator Ministro Joo Oreste Dalazen- DJ 23.04.2004) No subsiste estabilidade econmica, na hiptese do empregado reverter a cargo efetivo aps ter exercido funo de confiana por lapso temporal inferior a 10 anos (Processo TRT -10. Reg. RO403.194/1997 2. T - SDI-I-Relator Juiz Ferre

c) Alm da ementa escolhida, obrigatria a utilizao de uma Smula do TST, que esteja adequada aos pressupostos intrnsecos e ao mrito recurso; d) O candidato dever interpor recurso pela empresa-reclamada. e) Demonstre obrigatoriamente o preenchimento dos requisitos extrnsecos do recurso interposto. f) Observe a tcnica adequada ao tipo de recurso escolhido.

AGRAVO Todo recurso passa pelos juzos de admissibilidades, onde so analisados os pressupostos intrnsecos e extrnsecos do recurso. Em ambos os juzos so analisados os pressupostos intrnsecos e extrnsecos. Quando a parte ganha o recurso, diz-se que houve provimento ao recurso (recurso provido, sentena reformada); se a parte perde, diz-se que houve no provimento ao recurso (recurso improvido, deciso mantida).

No segmento

No conhecimento

Da deciso que d segmento ao recurso no cabe recurso, exceto ED, conforme art. 897-A, CLT. Da deciso do primeiro juzo de inadmissibilidade que nega segmento ao recurso cabe agravo de instrumento (art. 897/CLT)

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1 Juzo de Admissibilidade: a quo 2 Juzo de Admissibilidade Deciso interlocutria da qual, em regra, no cabe recurso. Conhecimento Segmento Confirmao da presena dos requisitos.

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O agravo de instrumento, no processo do trabalho, somente tem a finalidade de destrancar recurso. CLT Art. 897. Cabe agravo, no prazo de oito dias: b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposio de recursos. Das decises do relator que do conhecimento ao recurso no cabe recurso. Das decises do relator que negam conhecimento ao recurso cabe AGRAVO DE REGIMENTO (art. 896, 5/CLT e arts. 235 e 239/RI-TST) CLT Art. 896 5 Estando a deciso recorrida em consonncia com enunciado da Smula da Jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho, poder o Ministro Relator, indicandoo, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Ser denegado seguimento ao Recurso nas hipteses de intempestividade, desero, falta de alada e ilegitimidade de representao, cabendo a interposio de Agravo. Reg. Int. TST Art. 235. Cabe agravo regimental, no prazo de oito dias, para o rgo Especial, Sees Especializadas e Turmas, observada a competncia dos respectivos rgos, nas seguintes hipteses: I - do despacho do Presidente do Tribunal que denegar seguimento aos embargos infringentes; II - do despacho do Presidente do Tribunal que suspender execuo de liminares ou de deciso concessiva de mandado de segurana; III - do despacho do Presidente do Tribunal que conceder ou negar suspenso da execuo de liminar, antecipao de tutela ou da sentena em cautelar; IV - do despacho do Presidente do Tribunal concessivo de liminar em mandado de segurana ou em ao cautelar; V - do despacho do Presidente do Tribunal proferido em pedido de efeito suspensivo; VI - das decises e despachos proferidos pelo Corregedor-Geral da Justia do Trabalho; VII - do despacho do Relator que negar prosseguimento a recurso, ressalvada a hiptese do art. 239; VIII - do despacho do Relator que indeferir inicial de ao de competncia originria do Tribunal; e IX - do despacho ou da deciso do Presidente do Tribunal, de Presidente de Turma, do Corregedor-Geral da Justia do Trabalho ou Relator que causar prejuzo ao direito da parte, ressalvados aqueles contra os quais haja recursos prprios previstos na legislao ou neste Regimento.

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Art. 239. Caber agravo ao rgo colegiado competente para o julgamento do respectivo recurso, no prazo de oito dias, a contar da publicao no rgo oficial: I - da deciso do Relator, tomada com base no 5. do art. 896 da CLT; II - da deciso do Relator, dando ou negando provimento ou negando seguimento a recurso, nos termos do art. 557 e 1.-A do CPC. Exemplos: deciso que nega requerimento de realizao de percia deciso interlocutria, no cabendo, em regra, recurso. Mas, em se tratando de ato de autoridade contra direito lquido e certo, cabe MS. (Ateno! MS ao e no recurso!) J no Tribunal, o relator nega a liminar no MS. Trata-se de mais uma deciso interlocutria. Neste caso, de deciso interlocutria que nega (indefere) liminar, cabe agravo. Em relao ao MS, a smula 418 do TST diz que o juiz no obrigado a conceder liminar, no cabendo direito lquido e certo, logo, no sendo possvel a interposio de MS. TST SUM-418 MANDADO DE SEGURANA VISANDO CONCESSO DE LIMI-NAR OU HOMOLOGAO DE ACORDO (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 120 e 141 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 A concesso de liminar ou a homologao de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito lquido e certo tutelvel pela via do mandado de segurana. No entanto, se o juiz conceder a liminar quando no h direito lquido e certo a ser protegido, caber MS contra o ato do juiz que conced-la: SDI-2 OJ-64 MANDADO DE SEGURANA. REINTEGRAO LIMINARMENTE CONCEDIDA (inserida em 20.09.2000) No fere direito lquido e certo a concesso de tutela antecipada para reintegrao de empregado protegido por estabilidade provisria decorrente de lei ou norma coletiva. Se, no caso da OJ acima, fizermos o raciocnio contrrio, veremos que se o empregado NO tem direito a estabilidade e, ainda assim, o juiz conceder a liminar pela reintegrao, haver ferimento ao direito lquido e certo do empregador, que tem a faculdade de rescindir o contrato de trabalho. CLT Art. 897 5 Sob pena de no conhecimento, as partes promovero a formao do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petio de interposio: I obrigatoriamente, com cpias da deciso agravada, da certido da respectiva intimao, das procuraes outorgadas
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aos advogados do agravante e do agravado, da petio inicial, da contestao, da deciso originria, da comprovao do depsito recursal e do recolhimento das custas; II facultativamente, com outras peas que o agravante reputar teis ao deslinde da matria de mrito controvertida. O valor do depsito recursal do agravo de instrumento, hoje, o valor de 50% do valor do depsito do recurso que se pretende destrancar. CLT Art. 899 7o No ato de interposio do agravo de instrumento, o depsito recursal corresponder a 50% (cinquenta por cento) do valor do depsito do recurso ao qual se pretende destrancar (acrescentado pela Lei 12.275/10).

PEA PRTICO PROFISSIONAL 37. Analise a seguinte situao hipottica: empregado transferido provisoriamente dispensado sem justa causa, no tendo recebido pagamento de adicional de transferncia. Ajuza reclamao para cobrar referidas parcelas. Os pedidos so julgados totalmente improcedentes em primeiro grau. Publicada sentena em 02.05.06, o empregador ope embargos de declarao para sanar obscuridade. Em 05.08.06 (segunda-feira) publicada deciso julgando improcedentes os embargos. Em 13 de agosto do mesmo ano, o empregado apresenta recurso ordinrio. O Juiz da Vara nega seguimento ao recurso em despacho com o seguinte teor:
Vistos etc. Nego seguimento ao Recurso Ordinrio interposto porque intempestivo; inexistente, uma vez s h assinatura do advogado na folha de apresentao; defeituoso de representao porque o advogado agravante s se fez acompanhar de procurao tcita. Intime-se.

Como advogado do empregado apresente a medida processual cabvel. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA ____ REGIO AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE AGRAVADO EMPREGADO-AGRAVANTE, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa., com fulcro no art. 897 da CLT, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO contra deciso que denegou seguimento a RECURSO ORDINRIO proposto contra deciso de V.Exa. que manteve sentena que julgou improcedente Reclamao Trabalhista contra EMPRESAAGRAVADA, pessoa jurdica inscrita no CNPJ sob o n., com endereo na rua., CidadeEstado, recebendo-o em seu efeito devolutivo para o fim de ver destrancado o Recurso de Revista, aduzindo para tanto as razes em anexo, s quais fazem parte integrante desta petio de rosto. O presente Agravo de Instrumento, em atendimento ao disposto no art. 897, 5,incs. I e II da CLT, vai acompanhado de cpias devidamente autenticadas dos seguintes documentos: a) deciso agravada (denegou seguimento ao Recurso Ordinrio); b) certido da respectiva intimao; c) procuraes outorgadas aos advogados do agravante e agravado; d) petio inicial; e) contestao; f) sentena de primeiro grau e acrdo recorrido; g) razes de recurso ordinrio; h) contra-razes de recurso ordinrio. Em virtude do princpio do efeito regressivo e com base no art. 529 do CPC, o Agravante requer se digne V.Exa. exercitar o juzo de retratao para reconsiderar a deciso agravada, reconhecendo a tempestividade do recurso e determinando sua subida ao Tribunal Regional do Trabalho para a devida apreciao. Finalmente, requer o Agravante a notificao da parte contrria para apresentao da contraminuta no prazo de 8 dias (art. 900, CLT). Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB
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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIO MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVANTE AGRAVADO I DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO ORDINRIO Como dito acima, da deciso do juiz que julgou improcedente a reclamao, foram opostos Embargos de Declarao para corrigir obscuridade no julgado. O art. 538 do CPC, aqui aplicado subsidiariamente (art. 769, CLT), claramente estabelecem que a oposio dos Embargos de Declarao por qualquer das partes interrompe o prazo para interposio de qualquer outro recurso. A concluso lgica a que se chega a de que se houve interrupo, o prazo recursal para o manejo do Recurso Ordinrio do Empregado comeou a fluir da data da intimao da deciso que julgou os Embargos (05.08.06), e no da primeira deciso, como entendeu o juzo a quo. Assim, incorreta a deciso que denegou a subida do Recurso Ordinrio interposto pelo que deve ser reformada para conhecimento de seu mrito. II DA VALIDADE DO RECURSO A deciso recorrida entendeu inexistente o recurso interposto. No entanto, a folha de rosto parte integrante do recurso, sendo duas partes componentes de um todo, o recurso. Assim, o Tribunal Superior do Trabalho j pacificou entendimento no sentido de que a assinatura de advogado ou na folha de rosto ou nas razes supre qualquer defeito do recurso por inexistncia, consubstanciado na OJ 120, SDI-1: OJ 120. Recurso. Assinatura da petio das razes recursais. Validade. O recurso sem assinatura ser tido por inexistente. Ser considerado vlido o apelo assinado, ao menos, na petio de apresentao ou nas razoe recursais. Em no havendo qualquer vcio formal que macule o recurso a este deve ser dado seguimento. III DA INEXISTNCIA DE DEFEITO DE REPRESENTAO Em verdade, a no juntada de procurao para a realizao de atos processuais,

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inclusive a interposio de recursos macula o ato por defeito ou irregularidade de representao por fora do disposto nos 1 e 2, art. 5 da Lei 8906/94 . No entanto, o Processo do Trabalho, dada sua informalidade, aceita a prtica de atos processuais tanto por procurao expressa quanto por tcita. Uma vez que o recorrente est municiado de procurao tcita, o Tribunal Superior do Trabalho, atravs da Smula 164 admite a interposio de recurso com procurao tcita: Smula 164. O no-cumprimento das determinaes dos 1 e 2 do art. 5 da Lei 8.906 de 04.07.1994 e do art. 37 pargrafo nico do Cdigo de Processo Civil importa o noconhecimento de recurso, por inexistente, exceto na hiptese de mandato tcito. IV DO MRITO DO RECUSO ORDINRIO O 5 do art. 897 da Consolidao diz claramente que sob pena de no conhecimento, as partes promovero a formao do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado . A Ordinrio foi interposto com fulcro no art. 895 da Consolidao na medida em que a sentena recorrida julgou improcedente reclamao trabalhista malferindo literalmente dispositivo de lei federal, qual seja, o 3 do art. 469 da CLT na medida em que negou ao empregado o adicional de transferncia sob o argumento de ser indevida a parcela no caso de transferncia provisria. O 3 do art. 469 da CLT, em sua literalidade, dispe que em caso de necessidade do servio, o empregador poder transferir o empregado para localidade diversa da que resultar o contrato, no obstante as restries do artigo anterior, mas, nesse caso, ficar obrigado a um pagamento suplementar nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salrios que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situao. Em assim sendo, devido adicional de transferncia sempre que a transferncia importar mudana de domiclio do empregado e for provisria. Referida provisoriedade foi reconhecida na deciso atacada motivo pelo que deve o presente recurso ser conhecido e provido para reformar o acrdo nesse particular. V CONCLUSO Diante de todo o exposto, EMPREGADO-AGRAVANTE requer esse Tribunal Regional do Trabalho conhea do presente Agravo de Instrumento porque cabvel e tempestivo para dar-lhe provimento, julgando o mrito do Recurso de Revista para reformar a deciso que negou ao reclamante o direito ao adicional de transferncia,

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contrariando a literalidade do 3 do art. 469 da CLT. Termo em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL O recurso ordinrio constitucional, capitulado nos arts. 539 a 540 do CPC, somente apreciado no STF ou STJ, tendo esta denominao porque permite o exame de matria de fato e de direito, alm de no ter limitao da matria alegada, podendo ser invocado nos Tribunais Superiores direito estadual ou municipal. Antes da constituio de 1988, este recurso era chamado de apelao, apenas para se distinguir do recurso ordinrio, cabvel somente em matria criminal. O ROC interposto para o STF, no prazo de 15 dias, contados da intimao do acrdo que DENEGOU o mandado de segurana, o mandado de injuno ou o habeas data, interpostos nos tribunais superiores enquanto nica instncia competente para processar tais aes, em observncia sua competncia originria. O ROC interposto para o STJ quando DENEGADO o mandado de segurana decidido em nica instncia nos Tribunais Regionais Federais ou nos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal. A competncia originria dos Tribunais, nestes casos, deve ser observada nas Constituies Estaduais. Se a medida concessiva, cabe recurso extraordinrio ou especial. O efeito devolutivo, podendo ser dado efeito suspensivo pelo relator. O juzo de admissibilidade feito no juzo a quo, conforme art. 540 do CPC. Deve-se observar, para o seu julgamento, o Regimento Interno do STF ou STJ quanto a preparo e procedimento.

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PEA PRTICO PROFISSIONAL 38. A determinado Recurso de Revista foi negado provimento por no ter se verificado, quando da anlise de seu mrito, violao direta e literal de lei federal. Inconformado com a deciso, Alvarenga interps Embargos para a SDI, recebidos na origem. No entanto, no foi dada a parte contrria a oportunidade para oferecimento de contra-razes de acordo com o art. 900, CLT, cerceando seu direito de defesa. Impetrado Mandado de Segurana para a SDI-2, no mrito a este foi negado a segurana sob o argumento de que as contra-razes so mera formalidade e no so obrigatrias. Como advogado do impetrante atue em prol de seus interesses.

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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DA SESSO DE DISSDIOS INDIVIDUAIS 2 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL

RECORRENTE, nacionalidade, estado civil, portador do RG de n, endereo, cidade-estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro nos artigos 102, II, a, CF, interpor RECURSO ORDINRIO CONSTITUCIONAL, em face da deciso que negou provimento da MANDADO DE SEGURANA proposto contra Ministro da Seo de Dissdios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, tendo como interessado o Recorrido, nacionalidade, estado civil, ocupao, endereo, cidade-estado, fazendo-o pelas razes anexas, as quais fazem parte integrante desta petio, e, requerendo reverentemente a V. Exa. que se digne receber o apelo no efeito devolutivo, remetendo-o ao Supremo Tribunal Federal, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que as custas processuais foram devidamente recolhidas (art. 789, CLT) e o depsito recursal dispensado pela inexistncia de condenao em pecnia (art. 899 e , CLT). Requer-se, finalmente, a notificao da parte contrria para apresentao das contra-razes de acordo com o art. 900, CLT.

Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RAZES DE RECURSO ORDINRIO COLENDA CORTE, RECORRENTE, inconformada com a sentena proferida que julgou totalmente procedente a reclamao trabalhista contra si interposta, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, atravs de seus advogados, apresentar Razes de Recurso Ordinrio em face da deciso, pelas razes de fato e de direito abaixo alinhadas: I DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO O art. 102, II, a da Constituio Federal estabelece que da competncia do STF processar, e ao final julgar, em nica instncia, os recursos ordinrios em mandados de segurana de competncia originria dos Tribunais Superiores, quando denegatria a deciso. II DO DESACERTO DA DECISO Aps interposio de Embargos para a SDI, no foi dado ao recorrente oportunidade para oferecimento de contra-razes de acordo com o art. 900, CLT, cerceando seu direito de defesa. Impetrado Mandado de Segurana para a SDI-2, no mrito, a este foi negado a segurana, sob o argumento de que as contra-razes so mera formalidade e no so obrigatrias. No entanto, direito liquido e certo da parte contra quem foi interposto recurso, apresentar contra-razes no mesmo prazo do recurso, em conformidade com o disposto no art. 900 da CLT, na medida em que interposto recurso, ser notificado o recorrido para oferecer suas razes, em prazo igual ao que tiver tido o recorrente. O art. 5, inc. LV, CF, garante a ampla defesa e o contraditrio em procedimentos judiciais e administrativos com os recursos a ele inerentes, de modo que a no concesso do prazo feriu seu direito de defender-se contra o arrazoado nos Embargos para a SDI, devendo a deciso atacada ser reformada para devolver-lhe o prazo para contra arrazoar. III CONCLUSO Diante de todo o exposto, o RECORRENTE requer se dignem V.Exas. acolherem o presente recurso, porque cabvel e tempestivo, para, no mrito, dar-lhe provimento para reformar a deciso que negou a segurana pretendida.

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Termos em que, Pede e espera provimento. Cidade, de dia de ms de ano.

ADVOGADO OAB

RECURSO EXTRAORDINRIO

Para interpor Recurso Extraordinrio necessrio provar a existncia de repercusso geral. Art. 102, 3/CF Lei 11.418/06, Art. 2, 3 Sempre haver repercusso geral quando a deciso for contrria smula do STF.

PEA PRATICO PROFISSIONAL

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39. Deflagrada greve no Sindicato dos Maquiadores do Estado do Cear, Paolo Bald, dirigente do referido sindicato, era dos mais fervorosos ativistas, sempre conclamando seus colegas de trabalho a reivindicarem melhores condies de trabalho. Diante das intransigncias do sindicato da categoria econmica, Paolo deu incio ao grito de guerra do movimento paredista determinando a invaso do estabelecimento comercial do maior salo de beleza da cidade a fim de forarem o sindicato dos patres a aceitarem a reivindicao dos trabalhadores. Referido salo de beleza resolveu ingressar com ao possessria com o intuito de o dono do salo se ver reintegrado em sua posse. O Juiz do trabalho declarou sua incompetncia absoluta por entender tratar-se a matria de direito civil e, portanto, fora da competncia da Justia do Trabalho. Inconformado com a deciso, o sindicato patronal promoveu Recurso Ordinrio da deciso, o que foi improvido. Apresentado o competente Recurso de Revista, a este tambm foi negado provimento sob o argumento da incompetncia. Propostos Embargos de Divergncia para a SDI ante a divergncia existente entre as turmas sobre a matria, a Seo tambm negou a competncia trabalhista, consolidando o entendimento da Corte. Mais uma vez inconformado com a deciso desfavorvel, o salo de beleza procura voc que na qualidade de advogado dever propor a medida cabvel.

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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

RECURSO EXTRAORDINRIO

SALO DE BELEZA, pessoa jurdica de direito privado, portadora do CNPJ de n, endereo, cidade-estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. em tempo hbil e atendidos os pressupostos legais, com fulcro nos artigos 102, III, a, CF/88 interpor RECURSO EXTRAORDINRIO da deciso que negou provimento a EMBARGOS DE DIVERGNCIA proposto perante a Seo de Dissdios Individuais I do Tribunal Superior do Trabalho, tendo como interessado Sindicato dos Maquiadores, pessoa jurdica de direito privado, portadora do CNPJ de n, endereo, cidade-estado, fazendo-o pelas razes anexas, as quais fazem parte integrante desta petio, e, requer a V. Exa. que se digne receber o apelo no efeito devolutivo, remetendo-o ao Supremo Tribunal Federal, para a sua devida apreciao e Julgamento. Ressalte-se que as custas processuais foram devidamente recolhidas (art. 789, CLT) e o depsito recursal dispensado, art. 899 e 1, CLT, mngua de condenao pecuniria. Requer-se, finalmente, a notificao da parte contrria para apresentao das contra-razes de acordo com o art. 900, CLT.

Termos em que, Pede e espera seguimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB
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EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RAZES DE RECURSO EXTRAORDINRIO COLENDA CORTE,

RECORRENTE inconformada com a sentena proferida que julgou totalmente procedente a reclamao trabalhista contra si interposta, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, atravs de seus advogados apresentar Razes de Recurso Extraordinrio da deciso pelas razes de fato e de direito abaixo alinhadas: I DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO O art. 102, III, a da Constituio Federal estabelece que da competncia do STF processar e ao final julgar em nica ou ltima instncia os recursos extraordinrio quando a deciso recorrida contrariar dispositivo da Constituio federal e, no caso em exame, violao ao inc. II do art. 114, CF/88. II PRELIMINAR: DA REPERCUSSO GERAL Em atendimento ao disposto no 3 deo art. 102 da Constituio Federal, regulamentado pela Lei 11.418/2006, demonstra-se a repercusso geral da questo constitucional discutida no presente processo, uma vez que a deciso da Seo de Dissdios Individuais ao negar provimento aos Embargos de Divergncia propostos nao apenas violou de forma direta e literal o inc. II do art. 114, CF/88, mas violou Smula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, qual seja, a de nmero 23, uma vez que sempre haver repercusso geral quando o recurso impugnar deciso contrria a smula ou jurisprudncia dominante do Tribunal. III DA COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO O art. 114, CF/88, estabelece a competncia da Justia do Trabalho para processar e julgar aes relativas ao exerccio do direito de greve. Assim, em tendo sido abusivo o exerccio do direito de greve pelo Sindicato dos Maquiadores do Estado do Cear que determinou a invaso de estabelecimento comercial para forar o empregador a acatar as exigncias da categoria profissional, as aes possessrias sobre abuso do direito de greve so de competncia da Justia do Trabalho inclusive por fora da smula vinculante 23 do Supremo Tribunal Federal. Assim, clara e cristalina a competncia da justia laboral pelo que deve ser a deciso reformada.

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IV CONCLUSO Diante do exposto, SALO DE BELEZA requer se digne V.Exa. receber o presente apelo por ser tempestivo e cabvel, reconhecendo a repercusso geral da matria constitucional aventada, para no mrito dar-lhe provimento reformando a deciso que negou competncia da Justia do Trabalho para aes possessrias relativas ao exerccio abusivo do direito de greve. Termos em que, Pede e espera provimento. Cidade de dia de ms de ano.

ADVOGADO OAB

MANDADO DE SEGURANA a ao residual que serve para atacar ato abusivo ilegal que fere direito lquido e certo, para o qual no existe recurso prprio. As decises interlocutrias no admitem recurso no processo do trabalho. Logo, havendo ato abusivo e ilegal, caber MS. O MS tem lei prpria, qual seja: Lei 12.016/09. Cabe pedido de liminar no MS. Excees s irrecorribilidades no processo do trabalho: 1. 2. 3. 4. 5. 6. B, art. 897 CLT: Agravo Instrumento Art. 897-A, CLT: ED Art. 2, 2, Lei 5.584/70: Pedido de Reviso Sm. 214, a, TST: RR Sm. 214, b, TST: Agravo de Regimento Sm. 214, c, TST: RO

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EXECUO Pra que serviria a sentena se no tivssemos a execuo? Se no houvesse procedimento no sentido de forar o devedor a pagar, a sentena no serviria para nada. Temos dois tipos de execuo: a definitiva e a provisria. A execuo definitiva, de acordo com o art. 876 da CLT, aquela que parte de uma deciso transitada em julgado. J a execuo provisria aquela que parte de uma deciso ainda no transitada em julgado. A execuo provisria existe para dar mais celeridade ao processo, pois havendo recursos, o processo sobe fisicamente, podendo ser o mesmo adiantado na horizontal, ou seja, podendo ser dada continuidade a ele enquanto os recursos so decididos. Os recursos trabalhistas, em regra, no detm efeito suspensivo (art. 899/CLT). por isso que se permite a execuo provisria. No entanto, a execuo provisria s alcana os atos constritivos. Logo, em regra, a execuo provisria no permite os atos expropriatrios, que somente sero realizados na execuo definitiva. A execuo provisria deve ser feita enquanto o processo ainda est em curso. Havendo recurso, fisicamente o processo sobe para instncia superior, devendo ser feita a chamada extrao de carta de sentena, a fim de tornar possvel a continuidade da execuo provisria. A petio de extrao de carta de sentena endereada ao Juiz da Vara, requerendo que, tendo em vista que o recurso no tem efeito suspensivo, seja dado incio execuo provisria, devendo ser juntados trs documentos, quais sejam: cpia da sentena, cpia das procuraes dos advogados e certido do Tribunal informando que o recurso no foi recebido no efeito suspensivo. CPC Art. 475-O 3 Ao requerer a execuo provisria, o exequente instruir a petio com cpias autenticadas das seguintes peas do processo, podendo o advogado valer-se do disposto na parte final do art. 544, 1: I sentena ou acrdo exequendo; II certido de interposio do recurso no dotado de efeito suspensivo; III procuraes outorgadas pelas partes; IV deciso de habilitao, se for o caso; V facultativamente, outras peas processuais que o exequente considere necessrias.

De acordo com o Art. 876 da CLT, o ttulo executivo de uma execuo provisria uma deciso no transitada em julgado. J os ttulos executivos da execuo definitiva so: deciso transitada em julgado,

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sentena homologatria de acordo descumprido, TAC (termos de ajustamento de conduta) e acordo no cumprido assumidos em CCP (comisso de conciliao prvia)

Art. 876. As decises passadas em julgado ou das quais no tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando no cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministrio Pblico do Trabalho e os termos de conciliao firmados perante as Comisses de Conciliao Prvia sero executados pela forma estabelecida neste Captulo. Pargrafo nico. Sero executadas ex officio as contribuies sociais devidas em decorrncia de deciso proferida pelos Juzes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenao ou homologao de acordo, inclusive sobre os salrios pagos durante o perodo contratual reconhecido. A sentena lquida quando o juiz define o valor da condenao. Nela, o ttulo executivo est pronto para ser executado, exigido. A sentena ilquida aquela em que o valor estipulado geral, global, sem dados numricos especficos. Nesses casos, a sentena deve ser liquidada, podendo ser a liquidao por clculo, arbitramento ou artigo, em conformidade com o art. 879 da CLT: CLT Art. 879. Sendo ilquida a sentena exequenda, ordenar-se-, previamente, a sua liquidao, que poder ser feita por clculo, por arbitramento ou por artigos. 1-A. A liquidao abranger, tambm, o clculo das contribuies previdencirias devidas. 1-B. As partes devero ser previamente intimadas para a apresentao do clculo de liquidao, inclusive da contribuio previdenciria incidente. Uma vez elaborados os clculos, tem-se a chamada conta de liquidao, que , nada mais que os clculos elaborados para se chegar aos valores de cada parcela da condenao. Uma vez apresentada a conta de liquidao, esta dever ser homologada pelo juiz. Se o juiz concordar com a conta, a sentena passa a ser lquida. Se no concordar, pode ( faculdade do juiz) abrir prazo para as partes se manifestarem a respeito dos clculos. Se o fizer e as partes no se manifestarem, dar-se- a precluso e no poder ser haver questionamento dos clculos em embargos de execuo. Se, no entanto, o juiz homologar a conta sem abrir prazo s partes, pode a parte impugnar os clculos nos embargos. CLT Art. 879. 2 Elaborada a conta e tornada lquida, o Juiz poder abrir s partes prazo sucessivo de dez dias para impugnao fundamentada com a indicao dos itens e valores objeto da discordncia, sob pena de precluso.

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O prazo para manifestao da Unio, diferente do que ocorre para as partes, obrigatrio: CLT Art. 879. 3 Elaborada a conta pela parte ou pelos rgos auxiliares da Justia do Trabalho, o juiz proceder intimao da Unio para manifestao, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de precluso.

A liquidao, por mais absurda que seja a deciso, dever ser feita nos seus exatos termos. CLT Art. 879. 1 Na liquidao, no se poder modificar, ou inovar, a sentena liquidanda, nem discutir matria pertinente causa principal.

Homologada a liquidao da sentena, ter-se- um ttulo executivo lquido, certo e exigvel. Nesse momento, inicia-se o processo de execuo, com a expedio do mandado de execuo, conforme art. 880/CLT. O mandado de execuo conter: 1. Cpia da deciso 2. Citao do devedor 3. Intimao para pagar em 48h 4. Nomeao de bens em 48h 5. Penhora de tantos bens quantos bastem para a garantia do juzo. Art. 880. Requerida a execuo, o juiz ou presidente do tribunal mandar expedir mandado de citao do executado, a fim de que cumpra a deciso ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominaes estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuies sociais devidas Unio, para que o faa em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execuo, sob pena de penhora. 1 O mandado de citao dever conter a deciso exequenda ou o termo de acordo no cumprido. 2 A citao ser feita pelos oficiais de justia. 3 Se o executado, procurado por duas vezes no espao de quarenta e oito horas, no for encontrado, far-se- citao por edital, publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juzo, durante cinco dias.

No art. 882 da CLT estabelecido que a nomeao de bens penhora deve observar a ordem preferencial dos bens indicados conforme art. 655 do CPC: Art. 882. O executado que no pagar a importncia reclamada poder garantir a execuo mediante depsito da mesma, atualizada

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e acrescida das despesas processuais, ou nomeando bens penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no artigo 655 do Cdigo Processual Civil. Art. 655. A penhora observar, preferencialmente, a seguinte ordem: I dinheiro, em espcie ou em depsito ou aplicao em instituio financeira; II veculos de via terrestre; III bens mveis em geral; IV bens imveis; V navios e aeronaves; VI aes e quotas de sociedades empresrias; VII percentual do faturamento de empresa devedora; VIII pedras e metais preciosos; IX ttulos da dvida pblica da Unio, Estados e Distrito Federal com cotao em mercado; X ttulos e valores mobilirios com cotao em mercado; XI outros direitos. Cuidado! Quando a execuo for definitiva, o executado obrigado a obedecer a ordem do art. 655 do CPC. Assim, se forem nomeados bens outros que no dinheiro em espcie, o juiz poder ignorar a nomeao e determinar o bloqueio na conta bancria do executado. Dessa deciso no cabe mandado de segurana. Na execuo provisria diferente. Nela, poder ser aplicado o art. 620 do CPC ( princpio da execuo menos gravosa ao devedor): Art. 620. Quando por vrios meios o credor puder promover a execuo, o juiz mandar que se faa pelo modo menos gravoso para o devedor. a inteligncia da smula 417/TST: SUM-417 MANDADO DE SEGURANA. PENHORA EM DINHEIRO (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 60, 61 e 62 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 I - No fere direito lquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado, em execuo definitiva, para garantir crdito exeqendo, uma vez que obedece gradao prevista no art. 655 do CPC. (ex-OJ n 60 da SBDI-2 inserida em 20.09.2000) II - Havendo discordncia do credor, em execuo definitiva, no tem o executado direito lquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no prprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC. (ex-OJ n 61 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) III - Em se tratando de execuo provisria, fere direito lquido e certo do impetrante a determinao de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens penhora, pois o executado tem direito a que a execuo se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC. (ex-OJ n 62 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) Se no prazo estipulado de 48h. o executado no pagou nem nomeou bens a penhora, o oficial de justia prosseguir penhora compulsria, devendo observar o art. 649 do CPC:

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Art. 649. So absolutamente impenhorveis: I os bens inalienveis e os declarados, por ato voluntrio, no sujeitos execuo; II os mveis, pertences e utilidades domsticas que guarnecem a residncia do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um mdio padro de vida; III os vesturios, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV os vencimentos, subsdios, soldos, salrios, remuneraes, proventos de aposentadoria, penses, peclios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua famlia, os ganhos de trabalhador autnomo e os honorrios de profissional liberal, observado o disposto no 3 deste artigo; V os livros, as mquinas, as ferramentas, os utenslios, os instrumentos ou outros bens mveis necessrios ou teis ao exerccio de qualquer profisso; VI o seguro de vida; VII os materiais necessrios para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia; IX os recursos pblicos recebidos por instituies privadas para aplicao compulsria em educao, sade ou assistncia social; X at o limite de 40 (quarenta) salrios-mnimos, a quantia depositada em caderneta de poupana; XI os recursos pblicos do fundo partidrio recebidos, nos termos da lei, por partido poltico. 1 A impenhorabilidade no oponvel cobrana do crdito concedido para a aquisio do prprio bem. 2 O disposto no inciso IV do caput deste artigo no se aplica no caso de penhora para pagamento de prestao alimentcia. 3 VETADO. Pergunta: Salrios podem ser penhorado? OJ-SDI2-153 MANDADO DE SEGURANA. EXECUO. ORDEM DE PENHORA SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALRIO. ART. 649, IV, DO CPC. ILEGALIDADE (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) Ofende direito lquido e certo deciso que determina o bloqueio de numerrio existente em conta salrio, para satisfao de crdito trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicao ou poupana, visto que o art. 649, IV, do CPC contm norma imperativa que no admite interpretao ampliativa, sendo a exceo prevista no art. 649, 2, do CPC espcie e no gnero de crdito de natureza alimentcia, no englobando o crdito trabalhista. Resposta: No e da deciso cabe MS. Contados da penhora o executado tem 5 dias para interpor embargos execuo. Se o executado for a Fazenda Pblica, o prazo de 30 dias, contados do mandado de citao, pois da Fazenda no possvel penhorar bens.

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Tal prazo para embargos de execuo (ao do devedor) ou para impugnao da liquidao (ao do credor). CLT Art. 884. Garantida a execuo ou penhorados os bens, ter o executado cinco dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para a impugnao. No embargos da execuo pode ser alegado: CLT Art. 884. 1 A matria de defesa ser restrita s alegaes de cumprimento da deciso ou do acordo, quitao ou prescrio da dvida. CPC Art. 475-L. A impugnao somente poder versar sobre: I falta ou nulidade da citao, se o processo correu revelia; II inexigibilidade do ttulo; III penhora incorreta ou avaliao errnea; IV ilegitimidade das partes; V excesso de execuo; Da deciso que julgar os embargos cabe agravo de petio no prazo de 5 dias para o TRT. Julgado o agravo de petio, a regra que no processo de execuo, NO cabe recurso de revista, salvo em se tratando de matria constitucional, ou seja, se houver afronta a CF. CLT Art. 896 2 Das decises proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execuo de sentena, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, no caber Recurso de Revista, salvo na hiptese de ofensa direta e literal de norma de Constituio Federal. SUM-266 RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE. EXECUO DE SENTENA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A admissibilidade do recurso de revista interposto de acrdo proferido em agravo de petio, na liquidao de sentena ou em processo incidente na execuo, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstrao inequvoca de violncia direta Constituio Federal.

PRESCRIO INTERCORRENTE Trata-se da prescrio que ocorre no curso do processo de execuo quando o credor no movimenta o processo por mais de 2 ou por mais de 5 anos.

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De acordo com a smula 114 do TST, regra geral, no cabe prescrio intercorrente no processo do trabalho, salvo, de acordo com a SDI-1 (julgado em maro 2008), em se tratando de execuo quando a liquidao feita por artigos, tendo em vista que na execuo por artigos o incio da execuo depende sempre do credor. SUM-114 PRESCRIO INTERCORRENTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 inaplicvel na Justia do Trabalho a prescrio intercorrente.

PEA PRATICO PROFISSIONAL 40. Em determinado processo sob o rito sumarssimo, o reclamante no indicou de forma correta o nome e o endereo do reclamado, tendo o juzo determinado sua citao por edital. Ausente a audincia em que deveria se defender, no compareceu o reclamado pelo que o processo foi julgado a sua revelia, aplicando-se-lhe a confisso ficta quanto a matria de fato. Inexistindo qualquer recurso, a sentena transitou em julgado. Em sua parte dispositiva, condena o reclamado nos seguintes termos: ... Isto posto, julgo procedente o pedido, para condenar o reclamado a pagar ao reclamante o que se apurar em liquidao de sentena a ttulo de adicional de insalubridade, com reflexo em frias, dcimo-terceiro salrio e FGTS, acrescido de multa de 40%... Iniciado o processo de execuo, o reclamante apresenta clculos de liquidao no valor de R$ 15.000,00, a ttulo de adicional de insalubridade, com reflexo em frias, dcimo terceiro salrio, aviso prvio, repouso semanal remunerado e FGTS, acrescido de multa de 40%. Os clculos feitos pelo reclamante so reputados supostamente corretos e o juzo, em conseqncia, determina de plano a citao do reclamado, para pagamento, fazendo-se, a seguir, a penhora, em dinheiro, de sua contasalrio. Apresente, como advogado do reclamado, a medida processual adequada na hiptese, com indicao do fundamento legal para a medida escolhida e do fundamento legal para a alegao a ser nela apresentada.

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Espao do Aluno EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE ESTADO

EMBARGOS EXECUO EMBARGANTE: EMPRESA EMBARGADO: EMPREGADO

EMPRESA-EMBARGANTE, inscrita no CNPJ sob o n, com endereo na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem perante V.Exa. apresentar com fulcro no art. 884, caput, da CLT EMBARGOS EXECUO em desfavor de EMPREGADO-EMBARGADO, nacionalidade, estado civil, ocupao, portador do RG de n, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade-UF, e o faz pelos motivos de fato e de direito abaixo alinhados: I DOS FATOS Em determinado processo sob o rito sumarssimo, o reclamante no indicou de forma correta o nome endereo do reclamado, tendo o juzo determinado sua citao por editial. Ausente a audincia em que deveria se defender, no compareceu o reclamado pelo que o processo foi julgado a sua revelia, aplicando-se-lhe a confisso ficta quanto a matria de fato. Inexistindo qualquer recurso, a sentena transitou em julgado. Iniciado o processo de execuo, o reclamante apresenta clculos de liquidao no valor de R$ 15.000,00, a ttulo de adicional de insalubridade, com reflexo em frias, dcimo-terceiro salrio, aviso prvio, repouso semanal remunerado e FGTS, acrescido de multa de 40%. Os clculos feitos pelo reclamante so reputados supostamente corretos e o juzo, em conseqncia, determina de plano a citao do reclamado, para pagamento, fazendo-se, a seguir, a penhora, em dinheiro, de sua conta-salrio. II DA NULIDADE DE CITAO Em se tratando de procedimento sumarssimo, dever o reclamante indicar, sob pena de arquivamento da reclamao trabalhista com condenao do reclamante no pagamento de custas, o nome e endereo completo do reclamado (art. 852-B, incs. I e II, pargrafo 1, CLT), uma vez que no permita a citao por edital. No entanto, o juiz determinou sua citao editalcia o que culminou com a invalidade do processo por cerceio de defesa (art. 5, incs. LIV e LV, CF/88), sendo imprescindvel a nulidade da sentena condenatria uma vez que houve prejuzo no direito de defesa do executado (art. 794, CLT), podendo referida nulidade ser alegada nos presentes embargos execuo nos termos do inc. I do art. 475-L, CPC e inc. I do

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art. 741, tambm do CPC, aplicados subsidiariamente ao processo do trabalho por fora do art. 769, CLT. II.2 DA DESCONSTITUIO DA PENHORA A penhora recaiu sobre a conta-salrio do empregador pelo que deve ser desconstituda uma vez que pelo art. 649, inc. IV, CPC, so impenhorveis os subsdios, soldos, vencimentos, salrios (), causando-lhe graves prejuzos a sua sobrevivncia e a de sua famlia. Na mesma linha de raciocnio, a OJ 153, SDI-2, TST, na medida em que ofende direito lquido e certo deciso que determina bloqueio de numerrio existente em conta salrio para satisfao de crdito trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou revertidos para fundo de aplicao ou poupana, visto que o art. 649, inc. IV, CPC, contm norma imperativa que no admite interpretao ampliativa, sendo a exceo prevista no art. 649, 2, CPC, espcie e no gnero de crdito de natureza alimentcia, no englobando o crdito trabalhista. II.1 MALFERIMENTO COISA JULGADA MATERIAL Segundo o 1 do art. 879 da Consolidao, na liquidao no se poder modificar ou inovar a sentena liquidanda, nem discutir matria pertinente causa principal. Transitada em julgado sentena de primeiro grau, operou-se a coisa julgada com relao a essa matria, de modo que nem mesmo a lei poder prejudic-la (art. 5, inc. XXXVI, CF/88), verbis: Art. 5, inc. XXXVI: a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada Assim, diante da coisa julgada no poder a sentena de liquidao, em sede de execuo, determinar o reflexo do adicional de insalubridade em parcelas no discriminadas na parte dispositiva da sentena, tais como o aviso prvio e repouso semanal remunerado, uma vez que inexiste determinao judicial vlida nesse sentido. A sentena de liquidao, nesse particular, inovou o que j fora decidido, sublevando a ordem jurdica e afrontando diretamente a Constituio Federal, sendo nula referida deciso de pleno direito.

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III DO PEDIDO Diante de todo o exposto, EMPRESA-EMBARGANTE requer se digne V.Exa. receber os presentes EMBARGOS EXECUO suspendendo a execuo at seu final deslinde, julgando-a ao final procedente para declarar a nulidade da execuo pelo cerceio de defesa, a nulidade da sentena de liquidao que determinou a incidncia dos reflexos do adicional de insalubridade sobre aviso prvio e repouso semanal remunerado, bem como determinar a nulidade da penhora sobre a conta-salrio do empregado. A notificao do Embargado para, no prazo legal, responder presente, sob as penas da lei. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa o valor de R$____ Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

PEA PRTICO PROFISSIONAL 41. Empregado pblico de determinada sociedade de economista mista dispensado sem justa causa por ato unilateral de seu empregador. Inconformado, ingressa com reclamao trabalhista com pedido liminar de antecipao de tutela para se ver reintegrado no emprego com base no art. 659, X, CLT e art. 41 da CF/88. Na audincia, aps o recebimento da contestao, requer o advogado do reclamante que o juiz aprecie o pedido de reintegrao, o que atendido prontamente com o deferimento da medida liminar que determinou a reintegrao e o pagamento das verbas relativas ao perodo do afastamento, sob protestos do advogado da parte reclamada. Como advogado do empregador, opere em sua defesa, propondo a ao cabvel com vistas a atacar o ato que deferiu a medida liminar requestada. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIO

MANDADO DE SEGURANA COM PEDIDO LIMINAR IMPETRANTE: SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA IMPETRADO: ATO DO JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO QUE CONCEDEU MEDIDA LIMINAR DE REINTEGRAO INTERESSADO: EMPREGADO

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n, com sede na Rua, n, Bairro, Cidade, Estado, por intermdio de seu patrono abaixo assinado, vem com fulcro na Lei 12.016/09 impetrar MANDADO DE SEGURANA contra ato ilegal do JUIZ DA __ VARA DO TRABALHO que concedeu medida liminar de reintegrao a EMPREGADO, nacionalidade, estado civil, ocupao, residente e domiciliado na Rua, n, Bairro, Cidade, Estado, e o faz pelos motivos de fato e de direito a seguir alinhados: I DOS FATOS A Impetrante sociedade de economia mista e dispensou sem justa causa empregado seu. Inconformado, o empregado ingressou com reclamao trabalhista com pedido liminar de reintegrao no emprego. Na audincia, aps o recebimento da contestao, requereu o advogado do reclamante que o juiz apreciasse o pedido de reintegrao, o que foi prontamente atendido com o deferimento da medida liminar. II DO DIREITO II.1 DO CABIMENTO DA PRESENTE SEGURANA A Lei 12.016/09 estabelece que cabe Mandado de Segurana no prazo de 120 dias contados da cincia do ato abusivo ou ilegal de autoridade sempre que houver malferimento direito lquido e certo e desde que o ato no seja passvel de ser impugnado mediante recurso previsto em lei. O art. 893, 1 da CLT prev a irrecorribilidade de decises interlocutrias, o que, somado ao fato de o ato ser de autoridade judicial e ferir direito liquido e certo do impetrante, tornam o presente remdio cabvel, por aplicao subsidiria da Lei 12.016/09 com base no art. 769 da CLT.
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II.1 DO DIREITO LQUIDO E CERTO A impetrante, como sociedade de economia mista que , ainda que parte da Administrao Pblica Indireta, tem personalidade jurdica de direito privado, regendo-se pelas normas de direito privado quando do trato com seus empregados. O inc. II do 1 do art. 173 da Constituio Federal estabelece claramente que: Art. 173, 1. A lei estabelecer o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios, dispondo sobre: Inc. II. A sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios. Assim, por se tratar de norma jurdica de eficcia contida, enquanto no vier a lei para regular a sujeio, esta deve ser aplicada de forma plena, de modo que a Impetrante, enquanto empregadora, se rege pelas normas jurdicas de direito privado, especialmente aquelas relativas ao Direito do Trabalho, no sendo necessrio nem mesmo motivar o ato de dispensa de seus empregados, posto que direito seu dispens-los com ou sem justa causa, tendo apenas que arcar com a indenizao compensatria correspondente (art. 7, inc. I, CF/88). Alm do mais, a reintegrao de empregado s ocorre quando este portador de estabilidade ou de garantia de emprego (art. 496, CLT), direito este que no detm o empregado dispensado, uma vez que a regra contida no art. 41 da CF/88 s aplicvel aos empregados pblicos da Administrao direta, autrquica e fundacional, como j decidiu o STF, bem como o TST na smula 390, I e II. O Tribunal Superior do Trabalho, atravs da Orientao Jurisprudencial de n 247, claramente entende pela possibilidade de dispensa sem justa causa de empregados pbicos de empresas estatais: OJ 247. Servidor Pblico. Celetista concursado. Despedida imotivada. Empresa pbica ou sociedade de economia mista. Possibilidade. Na mesma linha de raciocnio, a OJ 142, SDI-2, estabelece claramente que existe direito liquido e certo do impetrado caso a deciso que conceder liminar em antecipao de tutela no se funde em estabilidade, o que ocorre no presente caso. Em assim sendo, claro e cristalino o direito lquido e certo do Impetrante em despedir seus empregados sem justa causa ou sem qualquer motivao do ato, at
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porque tais empregados no so detentores de estabilidade, tampouco possuem garantia de emprego. II.2 DO FUMUS BONI JURIS ET PERICULUM IN MORA A fumaa do bom direito afigura-se-nos suficientemente demonstrado pela simples leitura das normas constitucionais e entendimentos sumulados transcritos acima. O perigo na demora est em que a medida liminar ilegal est prestes a ser cumprida de modo a reintegrar quem no detentor de estabilidade, e nem de garantia de emprego, o que certamente causar prejuzos aos cofres da administrao indireta, com o locupletamento do empregado. III DO PEDIDO Diante de todo o exposto, o IMPETRANTE requer se digne V.Exa. conceder a medida liminar de segurana determinando a imediata suspenso da deciso que determinou a reintegrao do empregado, diante da flagrante ilegalidade e inconstitucionalidade de que se revestiu o ato. No mrito, seja a demanda julgada totalmente procedente, confirmando a segurana. Requer a intimao da autoridade coatora para apresentar as informaes no prazo legal, bem como intimar o empregado interessado para manifestar-se sobre a presente ao. Requer ainda a intimao do Ministrio Pblico do Trabalho para dizer se tem interesse no feito. D-se causa o valor de R$ ____. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia de ms de ano. ADVOGADO OAB

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PEA PRATICO PROFISSIONAL

42. Deflagrada greve no sindicato das Piriguetes do Estado do Cear, a dirigente do referido sindicato conclamou suas colegas de trabalho a reivindicarem melhores condies de trabalho. Diante das intransigncias do sindicato da categoria econmica, o sindicato deu incio ao grito de guerra do movimento paredista, determinando a invaso de estabelecimento comercial, a fim de forar o sindicato dos patres a aceitar a reivindicao dos trabalhadores, bem como forar as trabalhadoras que ainda no aderiram a greve a faz-lo. Indignado com a invaso, e com a atitude desvairada do Sindicato das Piriguetes, o dono do estabelecimento procura voc, que na qualidade de advogado dever propor a medida cabvel. Espao do Aluno

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE ESTADO AO DE MANUTENO DE POSSE AUTOR: DONO DO ESTABELECIMENTO RU: SINDICATO DAS PIRIGUETES DO ESTADO DO CEAR DONO DO ESTABELECIMENTO, pessoa jurdica de direito privado, portador do CNPJ sob o n, endereo, vem, atravs de seu advogado ao final assinado, propor a presente AO DE REINTEGRAO DE POSSE com fulcro nos arts. 926 e 932 do CPC, em desfavor de SINDICATO DAS PIRIGUETES DO ESTADO DO CEAR, pessoa jurdica de direito privado, endereo, pelos fatos e fundamentos jurdicos que passa a expor: I DOS FATOS O Sindicato ru deflagrou greve geral da categoria, momento em que determinou a imediata paralisao dos trabalhos. Durante o movimento e insatisfeitos com a no adeso dos empregados do autor greve iniciada, os trabalhadores grevistas invadiram o estabelecimento do autor impedindo o acesso de clientes e demais usurios do salo como forma de pressionar os funcionrios a aderirem paralisao. Assim, visando resguardar sua posse das ameaas sofridas, vem o autor propor a presente ao possessria, conforme fundamentos jurdicos a seguir expostos. II DO CABIMENTO DA PRESENTE AO POSSESSRIA NA JUSTIA DO TRABALHO Conforme disposto no art. 114, II, da CF, com redao dada pela Emenda Constitucional 45\2004, a Justia do Trabalho possui competncia material para processar e julgar aes que envolvam o exerccio do direito de greve. Percebe-se que a norma constitucional no faz qualquer restrio quanto a natureza das aes, podendo compreender aes de cunho possessrio. Nesse sentido, o STF sedimentou entendimento consubstanciado na smula vinculante 23. Assim, no caso presente, o autor est sofrendo verdadeira ameaa de turbao em sua posse, sendo perfeitamente cabvel a presente ao, pelo que a aplicao subsidiria dos arts. 926 e 932, CPC, se faz necessria por fora do art. 769, CLT. III DA TURBAO E CONSEQUENTE MANUTENO DA POSSE Dispe o art. 932 do CPC que o possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poder impetrar ao juiz que o segure da turbao ou esbulho iminente, mediante mandado proibitrio, em que se comine ao ru determinada pena pecuniria, caso transgrida o preceito.

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Na situao em exame, o autor legitimo possuidor de seu estabelecimento e est sendo injusta e ilegalmente atrapalhado em sua posse pelas constantes tentativas de invaso perpetradas pelo ru diante do movimento paredista deflagrado. Os grevistas tentam dia aps dia invadir o estabelecimento para l se instalarem e impedir o acesso de trabalhadores que no quiseram aderir ao movimento, bem como de clientes. Vale lembrar que o art. 2 da Lei 7.783\1989, que dispe sobre o exerccio do direito de greve, aduz que a mesma deve corresponder a uma paralisao pacfica do trabalho por iniciativa dos empregados. J o art. 6, I, da mesma lei de greve somente confere aos grevistas o direito de empregar meios pacficos na persuaso de trabalhadores a aderirem ao movimento, de modo que tais manifestaes no podero impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaa ou dano propriedade ou pessoa, nos moldes do 3 do referido artigo. V-se, pois, que o direito ampara por completo a pretenso do autor. IV DA LIMINAR Tal como demonstrado, o autor est sendo turbado em sua posse em razo do exerccio abusivo do direito de greve, sendo necessria a concesso de medida liminar visando a imediata manuteno de posse (art. 804, CPC) uma vez demonstrado o fumus boni jris (turbao) e o perigo na demora (impedimento do autor de exercer sua atividade empresarial). Imperioso, portanto, a expedio de mandado determinado que seja imediatamente mantido o autor com a cessao das tentativas de invaso, sob pena de multa diria de R$ _____, reversvel em favor do autor. V DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS No se tratando a presente ao de lide decorrente da relao de emprego, mas pretenso possessria decorrente do exerccio do direito de greve tem-se que os honorrios advocatcios so devidos pela mera sucumbncia, na forma do art. 5, da Instruo Normativa 27 de 2005 do TST, pelo que requer a condenao do ru ao pagamento de honorrios advocatcios, a serem arbitrados pelo Juzo na forma do art. 20, 3 e 4 do CPC, no se aplicando ao caso as smulas 219 e 329, TST, bem como OJ 305, SDI-1, TST. IV DO PEDIDO Ante o exposto, o autor postula que Vossa Excelncia se digne de receber e processar a presente ao posto que cabvel no caso, concedendo a medida liminar com a expedio do competente mandado de manuteno, sob pena de multa diria de R$ ____, reversvel em favor do autor;

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No mrito, julgar procedente a ao confirmando a liminar pedida, determinando que o ru se abstenha de tentar invadir o imvel, condenando o mesmo ao pagamento de honorrios sucumbenciais. Requer ainda a notificao da r para, querendo, contestar a presente ao sob as penas da lei. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa o valor de R$ ____. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade, dia, de ms de ano. ADVOGADO OAB

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Caro aluno, no deixe de ler a matria pertinente a cada pea processual, pois s se faz uma boa prova pesquisada se voc tiver lido antes e souber o que e onde encontrar nos livros consultados. Sem isso, uma prova pesquisada poder virar um verdadeiro pesadelo na hora H. E vira!

REVISO GERAL 1. Francisco moveu reclamao trabalhista contra a instituio filantrpica Instituto Meninos da Vila. Na reclamao trabalhista, Francisco formulou pedido de reconhecimento de vnculo empregatcio e o pagamento de todas as verbas decorrentes do reconhecimento do vnculo, vale dizer, aviso prvio, frias integrais e proporcionais, 13.o salrio fracional e integral, FGTS, multa rescisria do FGTS e multa prevista no artigo 477 da CLT. Os representantes legais do Instituto procuraram um escritrio de advocacia e relataram ao advogado os seguintes fatos: O Instituto Meninos da Vila uma entidade filantrpica, criada em outubro de 2003, com o objetivo de auxiliar crianas carentes. Francisco, fundador do Instituto, foi designado como presidente da entidade no ato de fundao, tendo permanecido na mesma funo at o seu afastamento do Instituto, que ocorreu em agosto de 2006. Francisco administrava o Instituto, ou seja, buscava doadores na comunidade, controlava as finanas, contratava e demitia pessoal, determinava a forma de aplicao dos recursos, estabelecia o horrio de trabalho de todos os funcionrios. Alm de Francisco, outros dois diretores compunham a diretoria do Instituto. Todos os diretores recebiam alm de uma ajuda de custo, um pr-labore por ms. De acordo com o estatuto social do Instituto, os membros da diretoria seriam eleitos a cada dois anos, aps escolha, em assemblia, dos scios da instituio. Ainda conforme o estatuto, a destituio de qualquer membro da diretoria tambm deveria ser referendada pela assemblia. Francisco foi afastado da presidncia e excludo do rol de scios do Instituto em agosto de 2006, aps ter sido flagrado desviando dinheiro instituio." Considerando a situao hipottica acima, elabore, na condio de advogado contratado pelo Instituto Meninos da Vila, a contestao dessa instituio, sustentando as teses de defesa cabveis. 2. Pedro ingressou com reclamao trabalhista contra o estado de So Paulo para ver reconhecido o vnculo de emprego entre ambos, ainda que no tenha havido prvia aprovao em concurso pblico. A ao foi julgada improcedente pelo juiz do trabalho. Foi interposto recurso ordinrio contra a sentena, repetindo-se os argumentos trazidos na petio inicial, e, sucessivamente, solicitando-se a condenao do reclamado ao pagamento das verbas decorrentes do contrato de trabalho havido entre as partes (aviso prvio, 13. salrio proporcional, frias em dobro e simples acrescidas de um tero, depsitos do FGTS e indenizao de 40% sobre o saldo do FGTS). O tribunal regional do trabalho (TRT) deu provimento ao recurso, por entender caracterizada a existncia de
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relao de emprego, na forma dos art.s 2. e 3. da CLT, mesmo diante da previso do art. 37, inciso II e 2., da CF/88, pois o servio foi prestado de forma pessoal, onerosa e com subordinao, cabendo ao ente pblico arcar com as verbas decorrentes do contrato de trabalho. Ao reformar a sentena, o TRT reconheceu a existncia do contrato nulo, mas entendeu ser ele capaz de gerar efeitos jurdicos, pelo que determinou o retorno dos autos vara de origem para exame dos demais pedidos da inicial. Dessa deciso interps o Estado recurso de revista, cujo seguimento foi negado, sob o argumento de que as decises interlocutrias so irrecorrveis (art. 893, 1., da CLT e Smula 214/TST). Em face da situao hipottica acima descrita, redija a medida cabvel e apresente argumentos fundamentados, considerando que, em sua deciso, o TRT reconheceu ser devido o pagamento de todas as verbas trabalhistas em hiptese de contrato nulo. 3. A 10 Vara do Trabalho de So Paulo, analisando reclamao trabalhista ajuizada por Manuel, julgou improcedente a ao, por entender caracterizada hiptese de dispensa por justa causa, tomando por fundamento um nico depoimento, prestado por testemunha arrolada pela reclamada. Essa testemunha, mesmo no tendo presenciado o ato de ter o empregado, Manuel, esmurrado o gerente da empresa, disse ter ouvido falar do ocorrido pelo prprio ofendido. Ficou evidenciado, na instruo processual, que: a) somente passados dois meses do fato, deu-se a demisso por justa causa, sem que tenha havido sequer uma advertncia ao empregado; b) ningum presenciou a agresso; c) a nica testemunha do reclamado disse no trabalhar, nem nunca haver trabalhado, na empresa que este dirigia. Considerando a situao hipottica apresentada, redija a medida cabvel, argumentando sobre o fundamento da despedida de Manuel e sobre as provas produzidas em juzo. Analise a hiptese de a justa causa vir a ser descaracterizada, descrevendo quais sero as verbas e direitos devidos ao empregado. 4. Maria ingressou com reclamao trabalhista contra a empresa Brasil S.A., argumentando ter exercido funo de confiana, com o conseqente pagamento da gratificao salarial correspondente, durante seis anos consecutivos, tendo o empregador, sem justa causa e por ato unilateral, promovido sua reverso ao posto antes ocupado, quando, ento, foi reduzida sua remunerao. Maria pediu antecipao de tutela para que a reclamada procedesse imediata incorporao da gratificao, bem como o pagamento das diferenas salariais correspondentes, desde a data da supresso da vantagem. Ao final, postulou a confirmao da medida liminar. Juntou prova documental para comprovar suas alegaes. O juiz da 1. Vara do Trabalho de So Paulo, argumentando estarem satisfeitos os pressupostos autorizadores da medida, deferiu o pedido de antecipao dos efeitos da tutela. Em face dessa situao hipottica, redija a medida cabvel, argumentando a respeito da possibilidade de reduo salarial na hiptese de reverso do empregado ao cargo efetivo, antes ocupado, quando este deixar de exercer funo de confiana. 5. Determinada empresa contratou A, Engenheiro Mecnico, para ocupar as funes de encarregado de produo, funo na qual trabalhou durante 05 (cinco) anos. Na seqncia, foi promovido a Diretor Tcnico, funo na qual se ativou por mais 06 (seis) anos, cumprindo regularmente horrio de trabalho e sujeito mesma subordinao jurdica. Despedido sem justa causa, a empregadora considerou, para fins de contagem de tempo de servio, apenas o primeiro perodo de cinco anos, sob a alegao de que no perodo subsequente o contrato de trabalho estivera suspenso em razo do

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exerccio de cargo de confiana. QUESTO: Na condio de patrono de A, promover a medida legal cabvel contra a referida empresa, aqui nominada B, para postular a soma de perodos e os direitos trabalhistas da derivados, apresentando os devidos fundamentos legais e jurisprudenciais atinentes ao tema. 6. Alegando dificuldades setoriais de mercado, determinada empresa afixou comunicado no quadro de avisos, no qual informou a reduo dos salrios de todos os empregados em 20% (vinte por cento), situao que perdurou por dois anos. Aps tal perodo, demitiu um nmero represnetativo de empreagos, promovendo o pagamento das verbas rescisrias, tendo como base o salrio j reduzido. Sentindo-se prejudicado, um ex-empregado promoveu reclamao perante a justia do Trabalho, postulando as diferenas salariais de todo perodo da reduo, bem como a recomposio salarial para a que as diferenas das verbas rescisrias fossem pagas pelo maior salrio. A ao foi julgada improcedente em primeiro grau sob o fundamento de que, tal fato, a crise que abalara aquele setor era pblica e notria, o que legitimara a ao empresarial j narrada. Questo: como advogado do ex empregado, propor a medida processual cabvel com a finalidade de reverter a deciso, apresentando em suas razes os fundamentos legais e doutrinrios pertinentes ao tema. 7. Aps 05 (cinco) anos de trabalho, o empregado Joo da Silva foi despedido sem justa causa. Na data designada, compareceu perante o Sindicato de Classe e recebeu as verbas ofertadas pela empregadora, a saber: saldo de salrio, aviso prvio indenizado, frias proporcionais, 13. salrio proporcional e multa do FGTS. Um ms aps, ajuizou reclamatria trabalhista postulando adicional de periculosidade, alegando ter laborado de forma permanente em contato com inflamveis, bem como horas extras com o adicional legal por todo o perodo, alm dos reflexos de ambos os pedidos nas demais verbas. Acolhendo a defesa da Reclamada (Empresa X Ltda.), o juzo de primeiro grau julgou, sem qualquer dilao probatria, improcedente a reclamatria, sob o fundamento de inexistncia de ressalva expressa quanto a supostos direitos de adicional de periculosidade e de horas extras. QUESTO: Como Advogado do reclamante, promover a medida processual adequada visando reverso do que foi decidido em primeiro grau, apresentando em suas razes os fundamentos legais e jurisprudenciais cabveis. 8. Determinado empregado ingressou com Recurso de Revista para o Tribunal Superior do Trabalho alegando, dentre outra coisas, que o acrdo regional recorrido interpretou lei federal de forma diversa que outro regional. A controvrsia girou em torno do art. 2, 2 da CLT na medida em que o tribunal recorrido (7 Regio) considerou que as demais empresas componentes do grupo econmico somente seriam legitimadas passivos na execuo caso tivessem participado do processo de conhecimento. Como deciso paradigma, colacionou aresto da 12 Regio em que o tribunal sustentou tese diversa, embora idnticos os fatos, de modo que a empresas do grupo mesmo que no tenham participado do processo de conhecimento so legitimadas no processo de execuo e podem ter seus bens penhorados para a garantia do juzo. Em primeiro juzo de admissibilidade, o Presidente do TRT o recebeu e, por estarem presentes os pressupostos de admissibilidade, determinou seu imediato seguimento para o TST. Em deciso monocrtica, o relator negou conhecimento ao RR interposto por entender que a controvrsia no era atual ( 4, art. 896, CLT),

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pois j estava pacificada por smula do TST. Como advogado do empregado, promova o recurso cabvel. 9. Antnio da Silva fora admitido como empregado do Banco Mltiplo S/A em 11.09.2000. Exerceu a funo de escriturrio, com jornada de 6 horas dirias de segunda a sexta feira, do incio da contratao at setembro de 2001. A partir de 01 de outubro de 2001, passou funo de caixa executivo, percebendo salrio fixo acrescido de gratificao de funo. Ao salrio base de R$1.000,00 era acrescida a gratificao de 55%, elevando a remunerao total para R$1.550,00, com jornada normal de trabalho de 8 horas dirias, de segunda a sexta feira. Na data-base da categoria bancria (01 de setembro) obteve majorao de 10%, em 01 de setembro de 2002; 0% em 01 de setembro de 2003; 0% em 01 de setembro de 2004; 10% em 01 de setembro de 2005 e 0% em 01 de setembro de 2006, sobre a remunerao total. Em 04 de setembro de 2006, foi comunicado, pelo empregador, de sua dispensa sem justa causa. Antonio o procura e informa que: a) dois dias aps a comunicao da dispensa, fora afastado para tratamento mdico, com emisso de Comunicao de Acidente do Trabalho CAT, pelo sindicato; b) que j fora encaminhado para o INSS, passando por percia e permanecendo em gozo de auxilio-doena-acidentrio; c) que se trata da chamada LER/DORT; d) que h norma coletiva da categoria prevendo a complementao de benefcio previdencrio; e) que no tinha pausas durante o expediente, sendo de 30 minutos o intervalo para refeio; f) durante 3 dias, na semana, trabalhava at as 19horas; g) as horas eram anotadas em sistema eletrnico de ponto; h) o banco pagava, integralmente, assistncia mdico-hospitalar. Antonio pretende ingressar com reclamao trabalhista que lhe assegure a manuteno do vnculo empregatcio e, imediatamente, a assistncia mdico-hospitalar. Quer, ainda, as horas extraordinrias que entende devidas. Como advogado(a) de Antonio, promova a medida judicial cabvel para atender e preservar, a partir das referncias dadas, amplamente os seus direitos e interesses (no h necessidade de liquidao dos pedidos). 10. Antnio, empregado da pessoa jurdica micron, foi admitido em 22/7/2000 na funo de operador de p mecnica em subsolo. A empresa tem por objeto social a extrao de minrio de ferro. Em 27/5/2005, foi editada lei federal que determinou a desapropriao da regio onde estava localizada a sede da micron, nico estabelecimento empresarial da empresa, para a construo de usina hidreltrica. No dia 31/10/2005, devido paralisao definitiva das atividades da empresa, conforme determinao da referida lei, Antnio foi despedido, sem receber nenhum valor a ttulo de verba rescisria. O termo de resciso de seu contrato de trabalho foi devidamente homologado pelo sindicato da categoria profissional. Inconformado, Antnio ajuizou reclamao trabalhista, pleiteando o recebimento integral das verbas rescisrias, por ter sido seu contrato de trabalho rescindido sem justa causa. Considerando a situao hipottica apresentada e com base no ordenamento jurdico vigente, elabore a contestao da empresa micron reclamao ajuizada por Antnio. 11. O Secretrio de Relaes do Trabalho do Ministrio do Trabalho e Emprego, com atuao em Braslia DF, recusando-se a efetivao do registro sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Educao Bsica do Estado de So Paulo (SINTEB/SP) sob o argumento de que estaria desatendido o principio da unicidade sindical, determinou o arquivo do respectivo processo administrativo. O Sindicato recorreu da deciso demonstrando, por meio de documento, no haver outro Sindicato a representar

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a referida categoria profissional no mbito do mesmo municpio. Em face da situao hipottica acima, na condio de advogado(a) contratado(a) pelo SINTEB/SP e considerando que a entidade teve seus estatutos registrados no Cartrio competente, redija a pea judicial cabvel contra o arquivamento do processo de Registro Sindical, na qual seja abordados os necessariamente, os seguintes aspectos: a) princpio da unidade sindical; b) atuao do Ministrio do Trabalho e emprego no registro das organizaes sindicais. 12. Joaquim foi admitido, em dezembro de 2004, mediante concurso pblico, pela Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT), no cargo de operador de triagem e transbordo. Foi demitido, imotivadamente, em maro de 2008. Em abril do mesmo ano, ajuizou ao trabalhista na 2.a Vara do Trabalho de So Paulo, pedindo sua reintegrao na empresa pblica, em razo da peculiar condio da ECT, que equiparada fazenda pblica. O juiz do trabalho negou o pedido constante na reclamao trabalhista ajuizada por Francisco, argumentando que o vnculo jurdico com a ECT seria de natureza contratual, sujeito s normas determinadas na CLT, razo pela qual seria desnecessrio exigir que a ECT se submetesse, para fins de demisso de seus funcionrios, a processo administrativo em que constasse a motivao do ato. Considerando a situao hipottica acima apresentada, na condio de advogado(a) contratado(a) por Joaquim, redija a pea judicial cabvel em defesa do direito de seu cliente ser reintegrado no cargo. 13. Raimundo e Pedro, propagandistas-vendedores da empresa Medicamentos Baixo Custo, foram demitidos, sem justa causa, em janeiro de 2007. Em abril do mesmo ano, ajuizaram ao na 5.a Vara do Trabalho de So Paulo, argumentando que foram dispensados imotivadamente, embora possussem estabilidade provisria por integrar, respectivamente, a 8.a e a 9.a suplncia da diretoria do Sindicato dos Empregados Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacuticos do Estado de So Paulo. A empresa contestou a ao, alegando que a quantidade dos membros eleitos para a diretoria do sindicato teria ultrapassado o nmero legal. O juiz de 1. grau reconheceu que, embora o estatuto do sindicato estabelea um nmero maior de membros efetivos e suplentes para a diretoria, ambos os vendedores estariam protegidos pela estabilidade, razo pela qual determinou a reintegrao dos trabalhadores. Houve recurso por parte da empresa, tendo o TRT da 2.a Regio mantido a deciso nos seus exatos termos. Em face da situao hipottica acima, na condio de advogado(a) contratado(a) pela empresa Medicamentos Baixo Custo, redija a pea judicial cabvel em defesa de sua cliente, apresentando os argumentos de fato e de direito pertinentes matria. 14. Manuel da Silva, torneiro-mecnico, embora prestasse servios exclusivamente internos e estivesse em atividade, em mdia, durante dez horas dirias, no perodo de segunda-feira a sexta-feira, alm de quatro horas aos sbados, foi despedido sem justa causa, aps cinco anos de labor, tendo recebido todas as verbas rescisrias a que fazia jus. Manuel pleiteou junto ao ex-empregador, a empresa XY Ltda., j no ato da homologao da resciso do contrato de trabalho, pagamento de horas extras trabalhadas, que, segundo ele, jamais lhe foram pagas. A empresa alegou ser indevida tal verba sob o fundamento de que, pela liderana que Manoel exercia junto aos seus colegas de trabalho, as horas extras eram indevidas, ante o que dispe o art. 62 da CLT. Considerando a situao
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hipottica acima, redija, na condio de advogado de Manuel da Silva, a medida judicial cabvel, com a devida justificativa quanto improcedncia da excludente apresentada. 15. Sob o fundamento de que a legislao brasileira no admite a despedida arbitrria ou sem justa causa e, sobretudo, considerando em pleno vigor a Conveno n.o 158, da OIT, um juiz do trabalho determinou, em sentena, a nulidade da dispensa sem justa causa de empregado de determinada empresa, a despeito de esta ter comprovado o pagamento, com assistncia sindical, de todas as verbas rescisrias. Em conseqncia da sentena proferida, foi determinada a reintegrao do reclamante no emprego. Considerando a situao hipottica acima, redija, na condio de advogado da reclamada, a medida judicial cabvel, na qual sejam apresentados os argumentos contrrios ao da fundamentao da sentena, com as conseqncias processuais decorrentes. 16. Em janeiro de 2008, a empresa Eneccerus Ceras S.A. foi declarada revel e confessa por no comparecer a audincia de conciliao em reclamao trabalhista contra si proposta no valor de R$ 8.000,00 em que pleiteou adicional de insalubridade e seus reflexos aos salrios e demais verbas. Ficou sabendo do ocorrido j na fase de execuo quando teve bloqueado e penhorado valores em sua conta corrente. Descobriu que o endereo indicado pelo reclamante fornecido pelo reclamante em sua RT no era o da empresa-reclamada e, tendo o AR voltado, o juiz determinou a notificao por edital nos termos do 1 do art. 841. Mesmo revel, o juiz determinou a realizao de percia e constatou a insalubridade pleiteada condenando o empregador a pagar 40% sobre o salrio mnimo de acordo com a parte final do art. 192, CLT, com nas demais verbas. Agora na fase de execuo, aps a garantia do juzo, promova a ao cabvel para a total defesa dos interesses do empregador. 17. Cear Oiticica S.A., ingressou com ao de consignao em pagamento contra o Almir uma vez que o mesmo se recusou a receber suas verbas trabalhistas rescisrias quando despedido por justa causa ao ser pego embriagado em servio depois de beber com seus colegas de trabalho num sbado durante o almoo. Referida ao de consignao em pagamento foi distribuda para a 1 Vara do Trabalho de Fortaleza-CE, tendo j havido audincia momento em que foi devidamente contestada. Dias aps a audincia, a empresa Cear Oiticica SA. recebe notificao de uma reclamao trabalhista proposta por Almir alegando a inexistncia de falta grave e, consequentemente, motivo para a dispensa por justa causa. Na mesma reclamao, esta segunda distribuda para a 10 Vara de Fortaleza, Almir pede adicional de insalubridade por manipular leos minerais. Sabe-se que Almir menor de 18 anos e props reclamao trabalhista sozinho. Como advogado do empregador defenda seus direitos alegando o que entender cabvel. 18. Paulo foi contratado para prestar servios para o Municpio de Araoiaba durante os anos de 2000 a 2004, sem, contudo, prestar concurso pblico. Quando seu candidato perdeu a reeleio prefeitura da cidade foi sumariamente despedido recebendo do municpio apenas os salrios e depsitos do FGTS. Revoltado com o novo prefeito, Paulo procurou advogado e ingressou com reclamao trabalhista requerendo frias de todo o perodo mais o tero constitucional, dcimo terceiro salrios atrasados, verbas que efetivamente nunca recebeu. Reclamou ainda anotao na CTPS do vinculo empregatcio, multa dos 40% sobre os depostos do FGTS e honorrios advocatcios de 20%. Na qualidade de advogado contratado do municpio defenda seus interesses.
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19. Omar foi contratado em Fortaleza para prestar servios em Maracana na qualidade de vigilante no incio dos anos 70 sem que sua CTPS houvesse sido anotada. Trinta e tantos anos aps a resciso do contrato de trabalho, precisando comprovar tempo de servio para fins previdencirios, Omar ingressa com reclamao trabalhista visando o reconhecimento do vnculo com a empresa para quem prestou servios e a conseqente anotao e baixa na CTPS do perodo trabalhado. Aps a instruo, o juiz acolheu prejudicial de prescrio bienal e qinqenal levantada pela empresa e extinguiu o feito com soluo de mrito com base no art. 269, inc. IV CPC. Como advogado de Omar elabore a pea processual adequada e defenda seus direitos. 20. Ibrahim foi contratado pela empresa Afif Ltda para prestao de servios de vendedor percebendo alm de sua remunerao mensal uma gratificao correspondente a 20% sobre seus salrios no caso de ultrapassagem da quota mensal de vendas. Em 1995, o empregador comunicou a Ibrahim que havia mudado o regulamento de empresa e que a partir daquela data no mais pagaria a gratificao, no obstante Ibrahim ter ultrapassado sua quota mensal de vendas todos em meses em que trabalhou para a empresa Afif Ltda at a extino do contrato de trabalho em 2006. Ingressou com reclamao trabalhista no mesmo ano postulando o pagamento das gratificaes alegando que a alterao contratual foi ilcita e que por isso nula de pleno direito. Como conseqncia de seu pedido, a incorporao das gratificaes a seus salrios e os reflexos de tais valores nas parcelas de natureza rescisria e indenizatria. sabido que quando da homologao do sindicato de sua categoria, Ibrahim ressalvou seus direitos especificando as parcelas e os valores. Como advogado da empresa Afif elabore a pea processual adequada e defenda seus direitos. 21. Sandoval foi contratado por prazo determinado pelo perodo de dois anos para atender a servios de natureza transitria na empresa, com remunerao de R$ 1.000,00 (hum mil reais) mensais. Faltando apenas 2 meses para terminar o contrato, o empregador o dispensa sem justa causa alegando que o contrato possui clusula assecuratria de direito recproco de resciso antecipada. O empregador no lhe paga qualquer verba trabalhista de natureza rescisrias. Como advogado de Sandoval elabore a pea processual adequada para a defesa de seus interesses. 22. Aps calorosa e escandalosa discusso, rica e sua empregadora, Roberta, chegaram s vias de fato momento em que ambas se arranharam, se xingaram, uma puxando os cabelos da outra, rolaram no cho, enfim, uma cena dantesca prpria das meninas quando brigam. O fato, no entanto, somente foi presenciado quando a situao j estava crtica no se podendo dizer com segurana quem deu incio a que. Aps a confuso, rica considerou o contrato de trabalho rescindido e ingressou com reclamao trabalhista pleiteando as verbas rescisrias e indenizatrias prprias da resciso indireta. Em sua defesa, Roberta alegou falta grave da empregada, com o pagamento de seus consectrios legais. Aps instruo, o juiz entendeu que se tratava de culpa recproca pelo que condenou a empregadora ao pagamento dos valores integrais relativos aos 40% sobre os depsitos do FGTS, frias proporcionais, aviso prvio e dcimo terceiro proporcional. Na qualidade de advogada da empregadora, promova a medida processual adequada.

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23. Mnica teve seu contrato de trabalho rescindido em 22.06.04. Em 30.09.04 ingressou com reclamao trabalhista pleiteando aviso prvio, frias vencidas e proporcionais ambas acrescidas do tero constitucional e 40% sobre os depsitos do FGTS. No dia de sua audincia no compareceu e nem se fez representar, pelo que sua reclamao trabalhista foi arquivada. Em 26.06.06 ingressou com nova reclamao, desta vez requerendo aviso prvio, frias vencidas e proporcionais ambas acrescidas do tero constitucional e 40% sobre os depsitos do FGTS, horas extras e saldo de salrios. No entanto, novamente deixou a reclamao trabalhista arquivar. Em sua terceira reclamao, 29 de agosto de 2006, requereu os mesmos direitos. Sabe-se que Mnica teve seu contrato de trabalho rescindido por justa causa em decorrncia de pequenos furtos realizados dentro da empresa e que recebeu todas as suas verbas no sindicato no dia 02.07.04. Como advogado da empresa elabore a pea processual adequada e defenda seus direitos. 24. Seu Chico, trabalhador rural, ingressou com reclamao trabalhista pleiteando adicional de insalubridade pelo trabalho na roa em cu aberto, ficando durante vrias horas, segundo alegou, exposto a raios solares com a possibilidade de adquirir uma insolao e at mesmo cncer de pele. Em sua inicial, requer o pagamento do respectivo adicional de insalubridade em seu grau mximo tendo como valor de referncia seu salrio de R$ 1.000,00 (um mil reais). Seu Chico pede ainda o pagamento de uma hora e meia de intervalo intrajornada com adicional de 50%, j que seu intervalo dirio para repouso e alimentao era de apenas trinta minutos segundo costume local de sua regio. Como advogado do empregador rural, elabore a pea processual adequada e alegue o que de direito. 25. Empregado transferido provisoriamente dispensado sem justa causa, no tendo recebido pagamento de aviso prvio e de adicional de transferncia. Ajuza reclamao para cobrar referidas parcelas. O pedido julgado parcialmente procedente em primeiro grau e segundo grau, deferindose o pagamento de aviso prvio, mas no de adicional de transferncia, sob o argumento de ser indevida a parcela no caso de transferncia provisria. Publicado o acrdo, o empregador apresenta recurso de embargos de declarao, para corrigir omisso no julgado a respeito da poca prpria para atualizao da parcela deferida. O empregado, somente depois de publicado o acrdo proferido nos embargos de declarao, apresenta recurso de revista, sob alegao de ofensa ao 3 do art. 469, da CLT. O Presidente do Tribunal Regional do Trabalho indefere o processamento do recurso, com a alegao de intempestividade. Aduz que, no havendo o empregado apresentado embargos de declarao, o prazo para interposio de recurso de revista fluiu a partir do primeiro acrdo. Como advogado do empregado apresente a medida processual cabvel. 26. Jurandir trabalha num hospital e auxiliar de tcnico em radiologia. Ao ser despedido, Sr. Jurandir, que tem piso salarial de categoria definido em norma coletiva, reclamou em ao trabalhista adicional de insalubridade em seu grau mximo (40%) sobre o piso de usa categoria em decorrncia de exposio a raios ionizantes e o pagamento de aviso prvio, dcimo terceiro proporcional, frias proporcionais e 40% sobre FGTS em decorrncia de sua alegada despedida imotivada. Sabe-se que Jurandir foi despedido por cometer falta grave na empresa, tendo recebido saldo de salrios e frias vencidas. Devidamente contestada, a aco foi julgada parcialmente procedente, pelo que o juiz reconheceu a falta grave, mas condenou o empregador no pagamento de adicional de insalubridade
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em seu grau mximo sobre o piso salarial do empregado. Como advogado do hospital opere em sua defesa. 27. Determinado trabalhador foi admitido aos servios de uma empresa para trabalhar na filial de Fortaleza-CE em 04.02.98 na funo de operador de cobrana, tendo sua CTPS sido anotada apenas em 04.02.01. Cumpria jornada de 08:00h s 16:00h, com meia hora de intervalo e sem receber pelas horas extraordinrias trabalhadas. Em 22.10.02, teve seu contrato de trabalho rescindido sem justa causa e nada recebeu a ttulo de verbas rescisrias e indenizatrias. Em 22.06.04 ingressou com reclamao trabalhista, deixando-a arquivar, requerendo o pagamento das horas extras pelo excesso de jornada, as horas no respeitadas do intervalo intrajornada e as verbas rescisrias e indenizatrias. Como advogado do empregado, elabore reclamao trabalhista, requerendo, de forma fundamentada: a retificao da data de assinatura de sua CTPS para o dia exato do incio do labor, as horas extras pelo excesso de jornada, as horas no respeitadas do intervalo intrajornada e as verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias a que tem direito, tomando como base para a propositura da segunda reclamao o dia 22 de junho de 2006. Comente acerca da possibilidade de o operador de telemarketing ser enquadrado como telefonista. 28. Mnica, empregada nomeada para o cargo de representante do empregador em Comisso de Conciliao Prvia, foi transferida para filial da empresa para a qual prestava servios localizada na cidade de Anpolis-GO, devido ao fato de que, como supervisora de vendas, deveria ali implantar o mesmo programa que gerenciava na sede da empresa na cidade de Macei-AL. Descontente com a atitude da empresa, Mnica recusou-se ser transferida alegando que possua estabilidade e que empregado estvel no pode ser transferido a teor do art. 543, 3 o, CLT. A empresa entendeu que a recusa da empregada era injustificada e a demitiu por justa causa sob a alnea "h" do art. 482, CLT, insubordinao, recebendo, por conta disso, saldo de salrios e frias vencidas acrescidas do tero constitucional. Inconformada, Mnica ingressou com reclamao trabalhista requerendo liminarmente em antecipao de tutela a nulidade da transferncia e sua imediata reintegrao no emprego, com base no art. 659, incs. IX e X, CLT. Como pedido alternativo, requereu a indenizao pelo perodo estabiiitrio e o pagamento de aviso prvio indenizado, 13 salrio proporcional, frias proporcionais, levantamento do depsitos do FGTS e 40% sobre os mesmos, guias do seguro desemprego e indenizao adicional devido fato de que a data-base de sua categoria ser em setembro e seu contrato ter terminado em agosto j contado com o aviso prvio indenizado de trinta dias projetado. Como advogado da empresa, elabore a medida processual cabvel para a defesa de seus interesses. 29. Herculano, atualmente desempregado, quando comeou a trabalhar para a empresa Zigmund tinha apenas 10 anos de idade, lugar onde permaneceu prestando servios at a idade de 18 anos, quando ento resolveu ingressar com reclamao trabalhista requerendo o reconhecimento do vnculo empregatcio, o pagamento das frias de todo o perodo em suas formas dobradas, simples e proporcional, 13 salrio do perodo, aviso prvio, depsitos do FGTS, 40% sobre os depsitos e honorrios advocatcios. Realizada a ampla defesa e o contraditrio, o juiz acolhe o pedido de reconhecimento de vnculo e o pagamento das verbas trabalhistas at a idade de 13 anos de Herculano, pois daquela idade para trs entendeu a sentena estarem prescritas, sucumbindo quanto
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ao pedido de honorrios. Assim, o pagamento das frias de todo o perodo em suas formas dobradas, simples e proporcional, 13 salrio do perodo, aviso prvio, depsitos do FGTS e 40% restringir-se-o ao perodo no prescrito. Intimado da sentena, como advogado do sindicato de Herculano, elabore a medida processual cabvel para a defesa de seus direitos, fundamentando-a. 30. Carolina requereu, em sede de reclamao trabalhista, adicional de insalubridade em decorrncia de trabalho em ambiente ruidoso, bem como a incorporao aos seus salrios das utilidades pagas pelo empregador ao empregado relativas previdncia privada, assistncia mdica hospitalar e odontolgica, bem como o valor relativo utilizao do carro fornecido pela empresa para que prestasse seus servios de representante de vendas e honorrios advocatcios em 20%. Na primeira audincia a empresa reclamada foi revel e confessa, julgando o juiz os pedidos totalmente procedentes. Sabe-se que Carolina utilizou-se de seu jus postulandi. Como advogado da empresa promova a pea processual adequada defendendo seus interesses. 31. Menino Maluquinho, de apenas 15 anos de idade, prestou servios para determinada empresa pblica municipal por um ano. Em decorrncia das eleies, o prefeito da situao foi substitudo pelo da oposio que logo tratou de afastar todo o pessoal do antigo prefeito. Maluquinho, inconformado, imediatamente contratou advogado e a ele outorgou poderes de procurao para ingresso de reclamao trabalhista com pedido de reconhecimento de vnculo empregatcio. Como advogado da empresa pblica defenda seus direitos. 32. Gervsio foi contratado pelo Colgio Sabidinho como professor de fsica quntica. No ms de setembro de 2004, j com trs anos de casa, foi obrigado por seu empregador a entrar num acordo no qual o empregado pede demisso, mas continua trabalhando normalmente como se nada tivesse acontecido, vindo sua carteira de trabalho ser assinada trs meses depois com o mesmo salrio e a mesma carga horria. Em julho de 2007 efetivamente despedido, pagando seu empregador a indenizao compensatria de 40% apenas sobre os depsitos de FGTS relativos ao ltimo contrato. Gervsio ingressa com reclamao trabalhista requerendo que a indenizao dos 40% incidisse sobre os depsitos de FGTS tanto do primeiro quanto do segundo contrato de trabalho, tendo inclusive as testemunhas do reclamante atestado de forma robusta e cabal que os acordos eram coisa comum na empresa feita com todos os professores. A empresa contesta arguindo prescrio, dentre outras coisas. O Juiz em sua sentena acolhe o pedido de prescrio do pedido de 40% sobre os depsitos de FGTS do primeiro contrato. Inconformado com a deciso judicial que lhe foi desfavorvel Gervsio procura voc como advogado para defender seus direitos. 33. Determinado empregado acusado injustamente na frente de seus colegas de cometer pequenos furtos na empresa. Antes mesmo de se descobrir o verdadeiro culpado, a empresa resolve lhe demitir por justa causa convocando dito empregado a comparecer ao sindicato de sua categoria para pagarlhe as verbas rescisrias (saldo de salrios e frias vencidas). O empregado recusa-se a assinar o termo de resciso e a receber as verbas supostamente devidas. A empresa ingressa com ao de consignao em pagamento na Justia do Trabalho. Notificado para responder ao, o empregado contesta a consignao. Como advogado do empregado, redija a pea processual adequada a ser
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entregue juntamente com a contestao a fim de que o empregado possa requerer o que lhe de direito. 34. Sandoval foi contratado por prazo determinado pelo perodo de dois anos para atender a servios de natureza transitria na empresa, com remunerao de R$ 1.000,00 (hum mil reais) mensais. Faltando apenas 2 meses para terminar o contrato, o empregador o dispensa sem justa causa alegando que o contrato possui clusula assecuratria de direito recproco de resciso antecipada. O empregador no lhe paga qualquer verba trabalhista de natureza rescisrias. Como advogado de Sandoval elabore a pea processual adequada para a defesa de seus interesses. 35. Altair, representante dos empregados no CNPS, acusado de cometer falta grave por seu empregador na medida em que foi pego mal utilizando computador da empresa para baixar fotos e filmes de sexo explcito repassando-os a seus colegas durante o horrio de expediente causando constrangimento para alguns e acabando por tirar a ateno de outros o que gerou grande descontentamento em seu empregador. Como advogado deste, promova a pea processual adequada para a defesa de seus interesses. 36. Gema Galgnia aps ser repreendida diversas vezes por seu empregador em decorrncia do fato de estar vendendo produtos natureza no ambiente de trabalho, fazendo grande alarde quando chega de modo a desviar a ateno de suas colegas de trabalho com seus produtos de beleza, Gema foi despedida com justa causa. Seu empregador, no dcimo dia contado da notificao da demisso (20.09.2007), se dirigiu ao sindicato da categoria da empregada para a devida quitao de suas verbas rescisrias. L chegando, Gema recusou-se a dar quitao s verbas no assinando o termo de resciso do contrato de trabalho. Sabe-se que a empregada tinha salrios de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais) e que no gozou seu ltimo perodo de frias de 2006. Como advogado da empresa atue em defesa de seus interesses. 37. Durante audincia trabalhista, na fase de instruo em procedimento ordinrio, voc na qualidade de advogado de Pedro, uma vez que suas testemunhas no compareceram audincia de instruo, requer que as mesmas testemunhas sejam intimadas para comparecerem prxima audincia momento em que declinou o rol completo: nome e endereo. O juiz indeferiu seu pedido e determinou o imediato encerramento da prova testemunhai, sob protestos. Visando corrigir o desacerto da deciso interlocutria promova a ao competente. 38. Em determinada reclamao trabalhista, a prova pericial restou impossibilitada devido ao fato de que o estabelecimento em que trabalhava o empregado foi extinto antes mesmo de ser feita percia para a averiguao de possvel insalubridade. O advogado do reclamante requereu ao juiz que determinasse que a empresa apresentasse o PPRA - O Programa de Preveno de Riscos Ambientais, que um programa estabelecido pela Norma Regulamentadora NR-9, da Secretaria de Segurana e Sade do Trabalho, do Ministrio do Trabalho que tem por objetivo definir uma metodologia de ao que garanta a preservao da sade e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho. O juiz indeferiu, sob protestos, o pedido proferindo deciso interlocutria no sentido de que a prova pericial, por fora do 2 do art. 195, CLT, condio essencial para
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fundamentar deciso que vise conceder adicional de insalubridade. Descontente com o incidente processual decidido, proponha a co cabvel para resguardar os direitos do reclamante. 39. Determinado empregado foi admitido aos servios de uma empresa atravs de contrato por prazo determinado com clusula assecuratria de resciso antecipada pelo prazo de dois anos, no dcimo quarto ms, o empregador decidiu rescindir o contrato de trabalho sem qualquer motivo aparente e negou-se a pagar as verbas trabalhistas rescisrias e indenizatrias a que o empregado faz jus. Como advogado deste, promova a pea processual adequada reclamando seus direitos informando, inclusive, o prazo para que o empregador pague as verbas rescisrias. 40. Empregado pblico de determinada sociedade de economia mista dispensado sem justa causa por ato unilateral de seu empregador. Inconformado, ingressa com reclamao trabalhista com base no Art. 659, X, CLT e Art. 41 da CF. Na audincia, aps o recebimento da contestao, requer o advogado do reclamante que o juiz aprecie o pedido de reintegrao, o que atendido prontamente com o deferimento da medida liminar que determinou a reintegrao e o pagamento das verbas relativas ao perodo do afastamento, sob protestos do advogado da parte reclamada. Como advogado do empregador, opera em sua defesa propondo a ao cabvel com vistas a atacar o ato que deferiu a medida liminar requestada. 41. Tendo determinado empregado reclamado, em ao trabalhista, o pagamento de horas extras, adicional de insalubridade e reflexos de tais parcelas em frias, aviso prvio, dcimo terceiro salrio e FGTS, acrescido de multa de 40%, a sentena acolhe o pedido de pagamento de adicional de insalubridade, fazendo referncia apenas de reflexos em frias e aviso prvio, deixando de mencionar o reflexo em 13, FGTS e multa de 40%, julgando improcedente o pedido de pagamento de horas extras. Como advogado do empregado, apresente a medida processual cabvel, com a devida fundamentao legal. 42. Certo empregado foi dispensado com justa causa e ajuizou reclamao postulando o pagamento, entre outros ttulos, de frias vencidas. Em sede de deciso monocrtica de primeiro grau, o pedido julgado totalmente improcedente, sob a alegao de que a gravidade da falta praticada agresso fsica a superior hierrquico afasta a possibilidade de qualquer crdito ao empregado, mesmo sob a rubrica de frias vencidas. Tendo o prazo legal decorrido sem a interposio de recurso, operou-se o trnsito em julgado da deciso. Objetivando desconstituir a deciso, apresente a medida processual cabvel. 43. Seu Toinho foi contratado por um determinado condomnio nas funes de zelador. Como tal desempenhava suas funes para o condomnio e no para cada condmino separadamente. Morava em um quartinho fornecido pelo condomnio bem como a eletricidade l utilizada era igualmente paga pelo empregador. Em decorrncia de suas atividades, o empregador forneceu a Seu Toinho um celular a fim de que o empregado ficasse sempre ao alcance quando o condomnio precisasse de seus servios a qualquer hora do dia ou da noite. Ao ser dispensado, recebeu suas verbas rescisrias e indenizatrias, opondo ressalva no verso do termo quando da homologao. Em seguida, Sr. Toinho procurou para saber sobre a viabilidade de uma reclamao trabalhista pleiteando integrao dos
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valores relativos habitao e energia eltrica fornecias e ainda o pagamento de horas extras pelo uso do telefone celular. Como advogado consultado elabore parecer sobre a possibilidade jurdica de tais pedidos. 44. Emengarda Catarina finalmente realizou seu sonho: passou em concurso pblico para o provimento de emprego pblico como advogada de uma sociedade de economia mista federal. Aps quase dois anos de servios prestados empresa estatal, recebeu notcia de que uma deciso judicial transitada em julgado havia declarado seu concurso pblico nulo em decorrncia de fraude na realizao do certame. J devidamente afasta de seu emprego, recebeu apenas salrios e depsitos do FGTS. Emengarda, desesperada, resolve procurar advogado para ingressar com reclamao trabalhista a fim de receber pelo menos as frias vencidas e proporcionais, dcimo terceiro salrio e indenizao compensatria de 40% sobre os depsitos do FGTS. Como advogado da sociedade de economia mista federal defenda seus direitos. 45. Sininho prestou servios para a empresa Neverland Ltda na funo de manipuladora de leos minerais quando foi ento despedida sem justa causa, recebendo em razo disso suas verbas rescisrias e indenizatrias. No entanto, Sininho ressalvou seu direito de requerer judicialmente adicional de insalubridade pelo manuseio de leos minerais nunca pago durante todo o contrato de trabalho. Aps a realizao de percia por engenheiro do trabalho que concluiu pela existncia de insalubridade o juiz proferiu sua deciso no sentido de reconhecer o direito de Sininho ao adicional de insalubridade. A empresa recorreu de ordinrio e conseguiu junto ao Tribunal Regional do Trabalho reformar a sentena. O acrdo do TRT enfatizou que a prova pericial foi nula porque feita por engenheiro do trabalho uma vez que quando se tratar de pedido de adicional de insalubridade a percia deve ser realizada por mdico do trabalho. Alm do mais, sustentou o acrdo do TRT que a insalubridade s devida no caso de fabricao de leos minerais e no quando se tratar apenas de manuseio dos mesmos. Como advogado de Sininho elabore a pea processual adequada para a defesa de seus interesses.

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