III Congresso Brasileiro de Gesto Ambiental Goinia/GO 19 a 22/11/2012

A IMPORTNCIA DO COMPLEXO MEMORIAL DO CERRADO PARA A EDUCAO AMBIENTAL E PRESERVAO DO BIOMA CERRADO
Frederico Macedo Vilela Graduado em Tecnologia em Gesto Ambiental pela Pontifcia Universidade Catlica de Gois (PUC GO), Ps Graduando em MBA Percia, Auditoria e Gesto Ambiental pelo Instituto de Ps-Graduao (IPOG). Email: [email protected] RESUMO O Memorial do Cerrado um projeto do Instituto do Trpico Submido da Pontifcia Universidade Catlica de Gois, inaugurado em Setembro de 1999 e est inserido no Centro de Humanismo e Educao contemplado no plano diretor do Instituto. O complexo Memorial do Cerrado visa despertar a conscincia e o conhecimento sobre os aspectos fsicos, biticos e culturais do Bioma Cerrado. O Memorial integra o espao fsico da Estao Cincia So Jos, localizada no Campus II da PUC Gois, Avenida Bela Vista, km 2, Jardim Olmpico, a sudoeste do municpio de Goinia Gois. O espao de visitao constitudo pelo Museu de Histria Natural, Vila Cenogrfica de Santa Luzia, Modelo de Fazendas Tradicionais, Quilombo, Aldeia Indgena Timbira, Espao de Educao Ambiental e Trilha Ecolgica da Semente Peregrina. O Complexo de visitao um cenrio perfeito para a prtica da Educao Ambiental, pois permite ao visitante a interao e a integrao do conhecimento no decorrer da visitao. PALAVRAS-CHAVE: Conscientizao Ambiental, Interatividade, Preservao Ambiental, Sustentabilidade. INTRODUO Segundo JNIOR e PELICIONI (2005), a Educao Ambiental nada mais do que a prpria educao, com sua base terica determinada historicamente e que tem como objetivo final melhorar a qualidade de vida e ambiental da coletividade e garantir a sua sustentabilidade. Durante a Rio-92, foi elaborado um documento, a Agenda 21, onde recomendou-se que a Educao Ambiental devesse reorientar a educao para o desenvolvimento sustentvel de forma a compatibilizar os objetivos sociais, ambientais e os objetivos econmicos, alm de aumentar a conscientizao popular, considerar o analfabetismo ambiental e promover treinamento (CARVALHO, 2006). De acordo com OLIVEIRA (2000), no se deve pensar que a educao ambiental deva servir ao propsito de convencer algum a comportar-se de forma A, B, ou C, antes, porm, deve-se imaginar que ela pode ser questionadora da prpria razo intencionada. A educao deve exercer o papel tico de fazer crescer, em cada um, a conscincia da existncia do ser pessoal e principalmente, a sabedoria de fazer respeitar o ser diferente. Todos os seres vivos tm necessidade de se apropriar de recursos da natureza, mesmo como condio necessria para o suprimento da prpria vida. Desde os primrdios de sua existncia, o homem buscou se organizar como forma de garantir uma sobrevivncia segura. De incio, associando-se em grupos, como forma de defesa e auto-preservao, garantia sua sobrevivncia como caadores e coletores de bens e recursos que o ambiente propiciava. Tais agrupamentos caracterizavam-se, a princpio, por bandos numerosos e indistintos de pessoas selvagens e indisciplinadas, que constituam verdadeiras hordas (CARVALHO, 2006). Os humanos ao assumirem a postura ereta, passaram a se locomover apoiados nos membros anteriores, deixaram os membros posteriores livres da tarefa de sustentao, permitindo o aprimoramento do sentido do tato e adquirindo habilidades de manuseio. Isto possibilitou ao homem criar instrumentos e utenslios como prolongamento de suas limitaes anatmicas (CARVALHO, 2006). De posse do instrumento, o homem buscou e desenvolveu tcnicas, aperfeioou habilidades na utilizao e fabricao de artefatos (machados, lanas, arcos, flechas, arpes) e o uso controlado do fogo. Essas aptides e a adaptabilidade aos mais variados climas permitiram o incio da conquista do planeta (CARVALHO, 2006).
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Conforme MEDINA e SANTOS (1999), a educao um subsistema aberto, que no pode isolar-se do meio sociocultural e se apresenta em um contnuo processo de interao com ele. Ao mesmo tempo, pode ser considerada como um subsistema complexo (compreendendo os diversos nveis de ensino). Segundo DIAS (2000), a Educao Ambiental tem como base o pensamento inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seu modo formal e no formal, promovendo a transformao e a construo da sociedade. individual e coletiva. Tem o propsito de formar cidados com conscincia local e planetria, que respeitem a autodeterminao dos povos, a preservao do meio ambiente e a soberania das naes. Ela deve envolver uma perspectiva holstica, enfocando a relao entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar. De acordo com MANO, PACHECO e BONELLI (2005), o governo brasileiro criou em 27 de abril de 1999 a lei 9.795, que institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental, por entender que a educao ambiental um processo importante que busca despertar a sensibilidade na sociedade para os cuidados com o meio ambiente em que as pessoas vivem e se relacionam. O Memorial do Cerrado est localizado a sudoeste do municpio de Goinia, estado de Gois, na Avenida Bela Vista, km 2, Jardim Olmpico, integrando o espao fsico da Estao Cincia So Jos no Campus 2 da PUC Gois e tem como objetivo, interagir no processo educativo de uma forma dinmica, influenciando na criao de novas ideias, formando assim, uma nova conscincia a respeito da questo ambiental e preservao do meio ambiente, despertando a conscincia e o conhecimento no decorrer dos ambientes, proporcionando ao visitante uma viso holstica sobre os aspectos fsicos, biticos e culturais da regio do Cerrado. Os mtodos de Educao Ambiental no Memorial do Cerrado so desenvolvidos durante a visitao, pois os visitantes recebem dos monitores as informaes contidas nas exposies organizadas nos diferentes espaos, onde feita uma relao entre o que demonstrado nos cenrios ou painis, dentro de um contexto ambiental mais amplo. Diante do que repassado, o visitante tem a oportunidade de adquirir e absorver um vasto conhecimento sobre o Sistema Biogeogrfico do Cerrado. Segundo a Fundao Jaime Cmara, o Complexo Memorial do Cerrado em 2008, foi considerado o ponto turstico mais bonito da cidade de Goinia. A IMPORTNCIA DA INTERATIVIDADE NO MEMORIAL DO CERRADO PARA O PROCESSO EDUCATIVO Ao entrar no complexo Memorial do Cerrado, os visitantes podem observar uma grande quantidade de espcies animais tpicas do Bioma Cerrado, como tartarugas (Trachemys dorbignyi), cgados (Mauremys leprosa), ourio cacheiro (Coendou prehensilis), gara branca (Casmerodius albus), mico estrela (Callithrix penicillata), entre outros. Os visitantes se sensibilizam com essa rica fauna existente no local e passam a ter uma nova concepo sobre preservao do Meio Ambiente. Um ambiente interativo muito importante para a compreenso e interesse das pessoas. O Memorial do Cerrado abrange de uma forma interativa, toda a evoluo do Planeta Terra, at a chegada do homem no Bioma Cerrado. No Museu de Histria Natural os visitantes descobrem o quanto importante o estudo do nosso planeta e de todos os seres vivos que o habitam, influenciando na educao de crianas, jovens e adultos. A integrao dos alunos com o mundo da cincia proporciona uma nova perspectiva tanto ao educando como para a prpria educao, levando a uma nova postura ante a conscientizao ambiental. Nesse espao as pessoas tm a oportunidade de absorver conhecimentos sobre os perodos geolgicos da terra, deriva continental, os principais grupos de rochas, as eras geolgicas: Pr cambriana, Paleozica, Mesozica e Cenozica, a fossilizao dos vegetais, as primeiras formas de vida, o surgimento dos peixes, rpteis e aves, o aparecimento e classificao dos mamferos, a megafauna sul-americana, as plantas florferas, a origem e ascenso do homem, a ocupao das Amricas e as principais culturas, a representao dos subsistemas do Bioma Cerrado em cenrios, como campo limpo, ambiente de mata, campos de altitude e veredas, vrias

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espcies taxidermizadas tpicas do Cerrado, algumas endmicas e as principais etnias indgenas do cerrado e sua decadncia. Ao passar pelo museu de histria natural o visitante absorve de forma intelectual e sensitiva, uma enorme carga de informaes sobre a complexidade do planeta e a importncia da interatividade entre os componentes da natureza para a manuteno da vida na terra.

Figura 1: Museu de Histria Natural Pe. Jos Pereira de Maria. Fonte: Autor do Trabalho. O ambiente da Vila Cenogrfica de Santa Luzia trs uma demonstrao de uma cidade onde se preserva as feies de uma arquitetura simples das cidades do interior do cerrado. Esta organizao est relacionada aos ciclos econmicos de curta durao que no foram capazes de acumular riquezas. Outro aspecto importante que desperta no visitante uma analise ambiental a localizao, grande parte dessas cidades vinculadas ao ciclo do ouro, surgiram na borda da vertente causando srios prejuzos aos mananciais e ao fluxo de fauna pelos corredores naturais de migrao (GOMES, 2001). Nesse espao cenogrfico observa-se a organizao de vrios ambientes de um espao urbano, como a casa de uma famlia mais abastada da poca, uma escola antiga com carteiras de madeira, lousa manual, palmatria, um mostrurio das oficinas urbanas (alfaiate, sapateiro) e brinquedos rsticos utilizados pelas crianas daquele tempo que usavam a imaginao e os recursos naturais disponveis (GOMES, 2001). A tipografia antiga demonstra a dificuldade de produzir jornais e livros, mas ao mesmo tempo, pode-se fazer uma analise do desperdcio vinculado produo em serie que feita atualmente, um espao dedicado a uma famlia de classe mdia com todos os seus mobilirios e na sequncia desses ambientes, a representao de um armazm antigo com todos os mobilirios, mercadorias, balanas e outros equipamentos de medidas (GOMES, 2001).

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Figura 2: Vila Cenogrfica de Santa Luzia. Fonte: Autor do Trabalho. O espao urbano da Vila Cenogrfica contempla tambm a praa dos trs poderes, responsvel pela religiosidade, disciplina e administrao da cidade. Na parte perifrica dos excludos, encontra-se o bordel e a vila dos pobres e negros alforriados. Na Vila Cenogrfica as pessoas tomam conscincia e adquirem conhecimentos sobre a organizao do espao das cidades do interior do Brasil Central no sculo XIX (GOMES, 2001). H uma transio do meio urbano para o meio rural, onde pode-se perceber o quanto a vida naquela poca no era fcil, principalmente nas fazendas. O ambiente rural uma representao das Fazendas Tradicionais, compostas com vrios artefatos interessantes que faziam parte do cotidiano dos moradores (GOMES, 2001). No sculo XIX as fazendas eram auto sustentveis, tudo era feito artesanalmente, o que torna os objetos bem rsticos. No ambiente rural pode ser encontrado o rancho do peo de boiadeiro, que retrata um perodo importante da histria do interior do Cerrado, pois a pecuria era muito importante para a economia da poca e as oficinas para demonstrar como era a fabricao de alimentos, como farinha, polvilho, beiju, rapadura, melado, pinga (cachaa) e garapa (GOMES, 2001). Os visitantes ao observarem esses ambientes, ficam sensibilizados com a simplicidade e capacidade de sobrevivncia dessas pessoas. Pode-se perceber que a Educao Ambiental no era predominante, mas comparando essa poca com a atual, percebe-se o quanto importante repensar as atitudes humanas em relao preservao do meio ambiente. O ambiente rural nos faz refletir sobre a complexidade da Educao Ambiental, pois um ambiente assim, onde os visitantes podem interagir com a natureza, nos mostra o quanto importante conscientizao sobre o assunto, e nesse ambiente, a informao passada de uma forma onde todos compreendem que fundamental preservar o nosso patrimnio, a natureza. Em 1888, a escravido foi abolida no Brasil, e no Memorial do Cerrado pode-se conhecer um pouco desse perodo representado pelo Quilombo. Tradicionalmente, os quilombos eram lugares de refgio para os escravos fugidos das fazendas e reas de garimpo. Estes stios geogrficos ficavam afastados dos centros urbanos e em locais de difcil acesso. Esse ambiente demonstra a capacidade que os escravos tinham para se refugiar e se adaptar ao ambiente inexplorado, convivendo diretamente com a natureza (GOMES, 2001).

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No espao do Quilombo as pessoas passam a refletir sobre a generosidade do meio ambiente para com o homem, sendo possvel interagir no espao recriado. As construes e moblias foram adquiridas diretamente dos recursos naturais locais, ou seja, a compreenso da benevolncia da natureza, neste caso especfico, transporta o visitante para mais um estgio de sensibilizao para proteo dos recursos naturais (GOMES, 2001).

Figura 3: Quilombo. Fonte: Autor do Trabalho. A relao entre homem-natureza muito presente no Memorial do Cerrado. Outro ambiente interessante do ponto de vista educativo a representao de uma Aldeia Indgena Timbira, que tambm fica em meio mata fechada, proporcionando ao visitante um verdadeiro contato com a natureza e mostra exatamente como os ndios vivem. Segundo PINTO (1990), os ndios Timbira foram os primeiros a povoarem a regio do Cerrado e atualmente s podem ser encontrados no estado do Tocantins. A aldeia, composta por oito ocas, um ambiente prazeroso, onde pode-se perceber a importncia da cultura, educao, respeito e preservao dos recursos naturais pelos indgenas. A aldeia indgena mais um exemplo de bondade da natureza para com o homem e exemplifica claramente que a sobrevivncia desses povos est diretamente relacionada com aquilo que o meio oferece e a convivncia pacfica, da tolerncia e da forma sustentvel de explorar os recursos naturais. A convivncia das pessoas nesse espao transcende o intelectual, pode-se dizer que mexe com a espiritualidade, com o sentimento mais profundo, que as levam a uma anlise detalhada de suas atitudes com relao ao Meio Ambiente.

Figura 4: Aldeia Indgena Timbira. Fonte: Autor do Trabalho.

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No Complexo Memorial do Cerrado existe a Trilha da Semente Peregrina, onde se pode entrar em meio mata fechada e observar o quanto rica a natureza em termos de fauna e flora. Na trilha pode-se observar mamferos, rpteis, aves, abelhas nativas e a grande variedade de rvores existentes no local. O clima bastante agradvel, devido a grande quantidade de rvores no decorrer da trilha, com isso, as pessoas observam o quanto importante a preservao de nossas florestas, porque sem elas, no sobreviveramos (MALHEIROS, 2001). A Educao Ambiental a principal temtica no Complexo Memorial do Cerrado e trs uma viso inovadora completa sobre o Bioma Cerrado, considerado de suma importncia para a preservao da biodiversidade brasileira. A vasta cultura que existe no Cerrado est diretamente relaciona com a grande riqueza biolgica que se encontra na regio, que estimulou diversas geraes a criar e aperfeioar tecnologias e desenvolver saberes que tem garantido a perpetuao do homem ceradensis (GOMES, 2001). O Espao de Educao Ambiental Prof. Dalila Coelho Barbosa um local onde os visitantes se renem para palestras e para ouvir um pouco mais sobre o Complexo, e assim, refletir sobre os conhecimentos adquiridos. O espao fica abaixo de frondosas Mangueiras e um ambiente muito agradvel para refletir sobre tudo que o complexo Memorial do Cerrado proporciona, em relao complexidade da natureza, remetendo o visitante a pensar sobre as mudanas de atitude em relao ao meio ambiente. O Complexo Memorial do Cerrado recebe anualmente milhares de visitantes oriundos de vrios locais do Brasil e do exterior, sendo que o fluxo maior concentra-se nas escolas municipais, estaduais e particulares do municpio de Goinia e do interior do estado. O (Quadro 1) demonstra a quantidade de visitantes dos ltimos 8 anos. Quadro 1. Nmero de visitantes por ano no Complexo Memorial do Cerrado - Fonte: Fundao Aroeira, 2012. ANO N DE VISITANTES 2011 57.083 2010 58.483 2009 54.681 2008 44.797 2007 52.271 2006 55.750 2005 39.319 2004 49.962 TOTAL 412.346 Estes dados demonstram a importncia deste espao para a formao de novas conscincias e atitudes para com os aspectos fsicos e culturais da regio do cerrado. O Memorial do Cerrado muito visitado em dois eventos importantes, a Semana de Cultura e Cidadania realizada no ms de Maio e a Semana do Folclore que acontece em Agosto, recebendo em mdia de 10 a 15 mil visitantes por evento. Esses eventos so muito importantes, pois os visitantes interagem com uma grande quantidade de atividades. Os ambientes passam a ser mais interativos, por exemplo, as oficinas existentes no ambiente rural passam a funcionar, tornando a interatividade muito importante no processo educativo. CONSIDERAES FINAIS Segundo LUZ e DAYRELL (2000), o Cerrado uma unidade ecolgica tpica da zona tropical, caracterizado por uma vegetao com fitofisionomias singulares. Ao lado da Amaznia, o domnio do Cerrado constitui um grande conjunto de terras que pode ser adequadamente ocupado, integrando o contexto scio econmico do Brasil.

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De acordo com PONTILI e COLAVITE (2009), o Cerrado pode ser considerado um grande laboratrio para estudos de ecologia tropical. E como o homem se faz cada vez mais presente nesse cenrio, transformando-o e sendo por ele transformado, o conhecimento da ecologia humana do Cerrado passa a ser crucial no s para a explanao cientfica das estratgias bioculturais de sobrevivncia do homem brasileiro, como tambm para fundamentar e orientar cientificamente a ao desenvolvimentista em qualquer ponto do pas. Assim sendo, pode-se afirmar, sem exagero, que o futuro do Brasil, pelo menos de um ponto de vista ecolgico-econmico, depende do futuro do Cerrado. Conforme PINTO (1990), o Bioma Cerrado muito rico em biodiversidade, mais de 1/3 das espcies brasileiras, animais e vegetais, so encontradas no Cerrado, e muitas delas so endmicas. No Cerrado podem ser encontradas nascentes das mais importantes bacias hidrogrficas da Amrica do Sul, como as do Rio So Francisco, Araguaia, Tocantins, Paraguai, Paran e Prata, alm de ser um cenrio da rica cultura popular, que so importantes para ajudar na preservao do Meio Ambiente por meio do conhecimento emprico e para pesquisas cientficas. J comprovado cientificamente que o Cerrado um sumidouro de carbono. As espcies vegetais so capazes de absorver gs carbnico. Por isso muito importante a preservao desse rico Bioma. O Brasil possui uma legislao ambiental considerada muito avanada. As comunidades encontram nela importantes mecanismos de participao, em busca da proteo e melhoria da sua qualidade ambiental. Dentre os mais expressivos da Constituio Federal de 1988 destacam-se: Cap. VI do Meio Ambiente. Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. importante citar a Lei n 4.771/65 do Cdigo Florestal Brasileiro: Art. 1 As florestas existentes no territrio nacional e as demais formas de vegetao, reconhecidas de utilidade s terras que revestem, so bens de interesse comum a todos os habitantes do Pas, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitaes que a legislao em geral e especialmente esta Lei estabelecem. Lei n 9.795/99 da Poltica Nacional de Educao Ambiental. Art. 1 Entende-se por educao ambiental os processos por meio dos quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Segundo MONTEIRO (2002), a Educao Ambiental surge da preocupao da sociedade com o futuro da vida e com a qualidade da existncia das presentes e futuras geraes. Nesse sentido, pode-se dizer que a Educao Ambiental herdeira direta do debate ecolgico e est entre as alternativas que visam construir novas maneiras de os grupos sociais se relacionarem com o meio ambiente. De acordo com CORSON e CAMARU (1996), a Educao Ambiental concebida inicialmente como preocupao dos movimentos ecolgicos com uma prtica de conscientizao capaz de chamar a ateno para a finitude e a m distribuio no acesso aos recursos naturais e envolver os cidados em aes sociais ambientalmente apropriadas. Em um segundo momento a Educao Ambiental vai se transformando em uma proposta educativa no sentido forte, isto , que dialoga com o campo educacional, com suas tradies, teorias e saberes.

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Conforme MEDINA e SANTOS (1999), a educao acontece como parte da ao humana de transformar a natureza em cultura, atribuindo-lhe sentidos, trazendo-a para o campo da compreenso e da experincia humana de estar no mundo e participar da vida. Sempre podemos repensar reinterpretar o que vemos e o que nos afeta luz de novas consideraes, do dilogo com nossos interlocutores, de novas percepes e sentimentos e das experincias acumuladas ao longo de nossa trajetria de vida. A Educao Ambiental presente no Complexo Memorial do Cerrado, juntamente com a preservao do Bioma Cerrado. Apesar dos ricos ambientes que existem no Memorial, ainda faltam alguns que enriqueceriam ainda mais o ambiente, como o espao do garimpeiro, espao da olaria e um abrigo pr-histrico em tamanho natural. Existem algumas publicaes sobre os ambientes que existem no Complexo, ambos usados e citados neste artigo, mas, porm, no existem obras completas sobre o Museu de Histria Natural e Aldeia Indgena Timbira. Um documento desta natureza seria de fundamental importncia para repassar todas as informaes contidas no complexo, pois atualmente s existem folders bastante resumidos e no apresentam a riqueza do Complexo. O Memorial do Cerrado recebe uma grande quantidade de visitantes por ano e essas pessoas absorvem um grande conhecimento sobre o assunto e saem com uma nova viso sobre Educao Ambiental e preservao do Meio Ambiente. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. Brasil. Cdigo Florestal Brasileiro. Lei 4.771, de 15 de Setembro de 1965. Brasil. Constituio da Repblica Federativa do Brasil (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF, Senado, 1998. Brasil. Poltica Nacional de Educao Ambiental. Lei 9.795, de 27 de Abril de 1999. Carvalho, Isabel Cristina de Moura. Educao Ambiental: a formao do sujeito ecolgico 2.ed. So Paulo: Cortez, 2006. 256p. Carvalho, Vilson Srgio de. Educao Ambiental e Desenvolvimento Comunitrio Rio de Janeiro: Wark ed, 2006. 256p. Corson, Walter H; Camaru, Alexandre Gomes. Manual Global de Ecologia: o que voc pode fazer a respeito da crise do meio ambiente 2.ed. So Paulo: Augustus, 1996. Dias, Genebaldo Freire. Educao Ambiental: princpios e prticas 6.ed. Rev. E ampl. Pelo autor So Paulo: Gaia, 2000. Gomes, Horiestes. Revisitando um Quilombo Brasileiro Goinia: Diviso Grfica e Editorial da Universidade Catlica de Gois, 2001. Gomes, Horiestes. Vila Cenogrfica de Santa Luzia Goinia: Diviso Grfica e Editorial da Universidade Catlica de Gois, 2001. Jnior, Arlindo Philippi; Pelicioni, Maria Ceclia Focesi. Educao Ambiental e Sustentabilidade Barueri, SP: Manole, 2005. Luz, Cludia; Dayrell, Carlos. Cerrado e Desenvolvimento: tradio e atualidade Montes Claros: Max Grfica e Editora ltda, 2000. Mano, Eloisa Biasotto; Pacheco, len Beatriz Acordi Vasquez; Bonelli, Cladia Maria Chagas. Meio Ambiente, Poluio e Reciclagem. 1 ed, So Paulo: Edgard Blucher, 2005. Malheiros, Roberto. Em busca da semente peregrina Goinia: Diviso Grfica e Editorial da Universidade Catlica de Gois, 2001. Medina, Nan Mininni, Santos, Elizabeth da Conceio. Educao Ambiental: uma metodologia participativa de formao Petrpolis, RJ: Vozes, 1999. Monteiro, Roselane Soares. Educao Ambiental em Mato Grosso Braslia: Ministrio da Integrao Nacional: Universidade Federal do Mato Grosso, 2002. Oliveira, Elsio Mrcio de. Educao Ambiental: uma possvel abordagem / 2.ed. Braslia ; ed. Ibama, 2000. 150p. Pinto, Maria Novaes. Cerrado: caracterizao, ocupao e perspectivas Braslia: Editora Universidade de Braslia, 1990. 657p. Pontili, Rosngela Maria; Colavite, Ana Paula. Estudos Regionais: enfoques socioeconmicos, ambiental, educacional e da paisagem Campo Mouro: Editora da Fecilcam, 2009. 335p.

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