2013 - PROJETO de PESQUISA - Ibrahin Sued - Cronica Social
2013 - PROJETO de PESQUISA - Ibrahin Sued - Cronica Social
2013 - PROJETO de PESQUISA - Ibrahin Sued - Cronica Social
PROJETO DE PESQUISA
Projeto de Pesquisa apresentado por LAMIA JORGE SAADI ao Programa de Ps Graduao em Cincias Sociais da Faculdade de Filosofia e Cincias segundo as exigncias contidas no Edital o Processo Seletivo Programa de Ps Graduao em Cincias Sociais 2013, na linha de Pesquisa: Pensamento Social e Polticas Pblicas.
Marlia
2 2013
TTULO A crnica social: Ibrahim Sued, etiqueta para caixas altas e baixas 1. RESUMO Centrado na crnica social de Ibrahim Ahmed Sued, o Turco, como algumas vezes era chamado nos lugares pelos quais circulava na cidade do Rio de Janeiro, este projeto tenta dar conta das relaes complexas nas diferentes formas de projeo social reveladas pelo autor na medida em que as apresentava aos leitores como: valores, hbitos, tradies, estilos de vida ou comportamentos que distinguiam as pessoas. O estudo do colunismo social e da anlise crtica do legado deixado pelo jornalista e colunista abordar o significado dos assuntos tratados em formato de coluna social com foco no papel desempenhado pelas normas de etiqueta, que para o caso - como ele prprio definia, destinava-se aos caixas: altas e baixas, ou seja, queles que ocupam posies sociais ou aos demais que, pertencendo a grupos e camadas sociais inferiores, no dispensavam o chamado bom tom em suas aes. Apoiado em grande medida, mas no unicamente, na perspectiva bourdieniana, esse trabalho pretende analisar e compreender as dinmicas individual, social e histrica por meio das quais ocorreram entrelaamentos entre histria de vida e legado jornalstico deixados por um filho de imigrante rabe que, tendo emergido como radialista, fotgrafo, jornalista e colunista, conviveu com a high-society carioca por mais de trs dcadas e extravasou essa influncia para os planos nacional e internacional. Trata-se, portanto, de uma investigao no campo das anlises de trajetrias e dos estudos sobre distino social, sendo os conceitos de campo, habitus e capital simblico elementares e fundamentais para desdobramentos em que se buscar desvendar o papel e a fora identitria da coluna social, a importncia dos colunveis e do pblico leitor. inteno do percurso de investigao considerar os aspectos que conformavam sociedade carioca, mormente a alta-sociedade, e sua projeo cultural sobre o resto do pas, uma vez que a cidade do Rio de Janeiro, at 1960, era a capital poltica do Brasil.
4 2. INTRODUO A crnica social e o seu conhecimento so reveladores do comportamento social. por meio da imprensa que a crnica social se apresenta ao pblico com dupla importncia: a de informar um leque de variedades a respeito do que acontece entre pessoas de destaque em determinados grupos e nichos sociais e tornar fiel um pblico consumidor dessas notcias como forma de compartilhamento e co-participao do ethos de um mundo considerado seleto e que, em funo disso, imprime valor vida e lhe confere atributos de reconhecimento, respeito e ateno Ao abordar a crnica social na cidade do Rio de Janeiro entre as dcadas de 1950 a 1980 e conferir relevo trajetria de Ibrahim Sued como o jornalista de maior destaque nessa atividade, o presente trabalho procurar elucidar e compreender o movimento da sociedade, suas estruturas de poder e escalas de valor por meio da ao de um de seus membros. A pesquisa buscar revelar nesse campo de atuao os modos e os percursos capazes de conferir xito e projeo social, ao mesmo tempo em que, caindo no gosto de um pblico leitor mais amplo compe um cenrio no qual a coluna social tem algo a dizer sobre a sociedade que a produz e que a consome. Nesse passo, o autor ser considerado como um dos artfices desse campo ao mesmo tempo em que a formao do campo configura o autor que nele se sobressai.1 Segundo Bourdieu:
"Tentar compreender a vida como uma srie nica e por si suficiente de acontecimentos sucessivos, sem outro vnculo que no a associao a um sujeito cuja constncia certamente no seno aquela de um nome prprio quase to absurdo como tentar explicar a razo de um trajeto de metr sem levar em conta a estrutura da rede, isto , a matriz das relaes objetivas entre as diferentes estaes. Os acontecimentos biogrficos se definem como colocaes e deslocamentos no espao social, isto , mais precisamente nos diferentes estados sucessivos da estrutura da distribuio das diferentes espcies de capital que esto em jogo no campo considerado"2
Estudos sobre descendentes de rabes que obtiveram xito, principalmente nos campos dos negcios e da poltica no so incomuns entre ns. Destaca-se dentre eles os elaborados por Oswaldo Truzzi3. Todavia, nesse estudo o foco recai sobre srios e libaneses que se destacaram no estado de So Paulo e na poltica brasileira numa
1
Pierre BOURDIEU. O poder simblico. Rio de Janeiro: Bertrand, 1982. p. 58-73 ________. A Economia das Trocas Simblicas. Trad. Srgio Miceli [et al.]. Introduo Srgio Miceli. So Paulo: Perspectiva, 1992. p. 183-203.
2
Pierre BOURDIEU. A ilustrao biogrfica. In: FERREIRA, Marieta de M. e AMADO, Janaina. (orgs.) Usos & Abusos da Histria Oral. Rio de Janeiro: Editora da Fundao Getlio Vargas, 1996. cap. 13 - p. 190. (grifo nosso).
5 perspectiva da sociologia da imigrao que distingue os first commers daqueles que vieram depois. O diapaso do sucesso estaria centrado nas vantagens auferidas pelos imigrantes que chegaram primeiro em relao aos que vieram depois. Na comparao dos papeis scio-econmicos desempenhados por imigrantes rabes nos Estados Unidos e no Brasil, os imigrantes que para c vieram obtiveram vantagem significativa pelo fato de terem vindo nas primeiras levas, enquanto que nos EUA eles chegaram no mesmo tempo, mas depois de outras etnias terem galgado os postos disponveis. Analisando a trajetria de Ibrahim Sued podemos afirmar que ele no se enquadra, apesar de ser facilmente associado ao papel de imigrante rabe de sucesso, nos termos propostos por Truzzi. De origem libanesa e proveniente de famlia a qual nunca se reportava, mas sabidamente de origem honrada e modesta, j que na maioria das poucas vezes que o fez, ele associava sua origem aos costumes, hbitos e valores de seu povo e no de sua famlia. Nesta pesquisa procuraremos compreender quem foi Ibrahim Sued no contexto cultural, histrico, social em que se tornou um colunista e, depois, uma grande liderana, principalmente social. Procuraremos demonstrar que Sued foi, em grande medida, um cronista que dava realce aos acontecimentos polticos, sociais, econmicos e culturais que tinham lugar no Rio de Janeiro que era a capital do pas, mas tambm um grande centro de festas e da boemia. Pode-se afirmar at que ele foi um caso bemsucedido, o cronista social de maior relevncia em nosso pas, sendo copiado e imitado at hoje. Ao construir um forte relacionamento com os seus colunveis, relacionamento sustentado na perspectiva das relaes de tipo social, econmica, poltica e cultural filtrada pela coluna social por meio da qual exercia grande autoridade sobre colunveis e pblico leitor que o legitimavam social e moralmente; contudo, Sued no fora detentor de caractersticas que sempre apontou como denotadoras da distino social em torno da qual sempre se bateu. Sued um caso mpar de indivduo que ascendeu e notabilizou-se em torno da construo de uma imagem, de uma imaginao e de uma identidade social que compartilhou sem ser exatamente um dentre os da estirpe que propalava. Bem vestido, no fazia o estilo nobre e clssico que sempre projetou; homem de belas feies, no se assemelhava ao padro de beleza europeu; escritor de redao livre, jamais obedeceu aos padres cultos da lngua; extremamente politizado e lidando
3
Oswaldo TRUZZI. De mascates a doutores: srios e libaneses em So Paulo. So Paulo: Sumar/ Fapesp; Braslia: CNPq, 1991. (Srie Imigrao). v. 2.
6 com o fato poltico, sempre desdenhou a poltica; jornalista colecionador de furos de reportagem, jamais deixou de faz-lo fora da crnica social. Essas so algumas das contradies que tipificam o personagem aqui retratado e, certamente, esse feixe de contradies que do a medida do meio caminho ou do meio termo dos maneirismos dos quais se valeu. Eles so a chave para aprofundarmos de uma anlise a partir da ideia que o notabilizou: a produo de uma etiqueta que fosse comum a caixas altas e baixas. Referncia velada ao linguajar da imprensa em que as manchetes do noticirios so inscritas em destaque, com caixa alta, em face da matria que impressa em letras chamadas caixa baixa, Sued fez coluna social entremeando situaes que envolviam primeiramente os de estirpe, os bem-nascidos, os de sucesso, os poderosos; mas no se descuidava de incluir os leitores, que comumente um meio de comunicao atinge, como apreciadores de uma boa novidade jornalstica, ou de um furo de reportagem, ou mesmo de uma pura e simples fofoca sobre o alinho ou o desalinho, o jeito ou o mal jeito dos personagens por ele tratados no formato de coluna social. Embora a crnica social no tivesse sido uma criao de Ibrahim Sued, j que ela tem suas bases constitutivas desde as cortes europeias 4, pari passu ao declnio do Antigo Regime, e ganhou o grande pblico no final do sculo XIX e no princpio do sculo XX na imprensa estadunidense5, ela repercutiu com xito e adquiriu valor no jornalismo latino-americano e no menos intensamente isso tambm vai ocorrer no Brasil a partir da dcada de 19406. A peculiaridade brasileira reside na juno entre formuladores de etiqueta e crnicas sociais e estes antecederam Ibrahim Sued, tal o caso de Marcelino de Carvalho e Maneco Mller (assinava Jacintho de Thormes) 7. Entretanto, ele, Ibrahim Sued, quem ir conferir atividade de ditar normas ao convvio social no s um suporte peculiar, mas a far repercutir de modo notvel na cidade do Rio de Janeiro e no pas. Sua obra dar ensejo ao surgimento de um significativo nmero de cronistas que procuraro reafirmar os elos entre sociedade e crnica, melhor dizendo estes elos eram
Caroline WEBER. Rainha da moda: como Maria Antonieta se vestiu para a Revoluo. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges, Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
5
Ciro J. R. MARCONDES FILHO. O Capital da Notcia: Jornalismo como produo social da segunda natureza . So Paulo: tica 1992. Luiz Gonzaga MOTTA. Imprensa e poder. Braslia: UNB, 2002.
6
Muniz SODR & Raquel PAIVA. Cidade dos artistas: cartografia da televiso e da fama no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Mauad, 2004.
7
Ricardo BOECHAT. Copacabana Palace: um hotel e sua histria. So Paulo: DBA Artes Grficas, 1998. Isabel S. TRAVANCAS O mundo dos jornalistas. So Paulo: Summus, 1993.
7 predominantemente travados entre a alta sociedade e a crnica social, nos moldes que Sued assumiu e depois consagrou com um novo sotaque que ele ir imprimir. Sued imprimiu coluna social um destaque que a transformou de um subgnero jornalstico em um artefato de consumo massivo. Imprimiu ao seu ofcio uma caracterstica que o destoou da tonalidade de imprensa cor de rosa que at ento se firmara. A tipificao dele ser algum que devia narrar depois de acontecido algum detalhe, fato ou coisa decorrentes de seu acesso aos crculos mais fechados e de ser dotado de uma discrio bem dosada no perfil que pudesse a Sued ser atribudo. Seu prestigio de cronista social, que necessariamente circulava pelos espaos do jet-set internacional, dos grand-finos, da elite dirigente, dos donos do jornal no se restringiu a isso. Ele, ao trazer esses aspectos a seu pblico, filtrados pelo exacerbado senso de oportunidade os apresentava de um modo original, a ponto de transforma-se em celebridade daquilo que fazia como colunista. Nascido em 1924, sabe-se que Ibrahim Sued teve um irmo que foi jornalista rfo, perdeu sua me ainda criana e acabou sendo criado por uma tia que tambm faleceu antes de se tornar adulto. Eduardo Sued, seu irmo, integrou juntamente com ele o famoso Clube dos Cafajestes, do qual participavam outros jovens, em sua maioria provenientes de famlias de destaque da alta da sociedade carioca e que se notabilizou pela irreverncia juvenil de seus integrantes. Ibrahim Sued fez seus primeiros estudos em escola pblica pouco conceituada na poca e estudou no Liceu de Artes e Ofcio do Rio de Janeiro, no tendo frequentado cursos superiores. Embora viesse a ser condecorado com o ttulo de professor emrito de jornalismo da Faculdade de Jornalismo do Rio de Janeiro. Era inteno de Eduardo Sued conseguir uma colocao para Ibrahim na sesso de imprensa do Ministrio da Justia e foi nesse perodo que j trabalhava como reprter fotogrfico na qualidade de free-lancer. Tendo atuado no jornalismo desde 1938, na Revista Diretrizes, provavelmente como fotgrafo e junto com Joel Silveira, foi nessa ocasio que o peridico fundado por Samuel Wainer e Azevedo Amaral, sabidamente de tendncia esquerdista, conferiu a Ibrahim Sued a possibilidade de conhecer gente, circular entre os polticos, frequentar festas e, no menos importante, criar as bases para depois tornar a piscina e a prgula do Copacabana Palace seu point por excelncia. Gravitando entre os membros e os fatos que fizeram da Revista um semanrio e depois um dirio denominado Diretrizes, em 1945, foi, ento, que se transferiu para o
8 jornal A Tribuna da Imprensa de propriedade de Carlos Lacerda, fundado em 1948 e no qual escrevia uma coluna denominada Pequenas Notcias, na sesso Vozes da Cidade. Em 1951, Sued integra o jornal A Vanguarda, no qual responsabilizou-se pela coluna Zum-Zum. Entre 1950 e 1954, Sued trabalhou na Gazeta de Notcias, no Dirio da Noite, no Dirio Carioca e na Revista Manchete. Suas colunas receberam ttulos diversos como: Crnica Social, Jornal do Ibrahim Sued e a Semana de Ibrahim Sued. Em 1954, trabalhar para o jornal O Globo no qual permaneceu, salvo breve perodo, at 1995, quando faleceu. Nesse jornal sua coluna persistiu sob a denominao Reportagem Social de Ibrahim Sued. A verso diria dessa coluna tornou-se semanal em 1993, mas o espao ocupado por Sued aumentar progressivamente passando de vinte centmetros para ocupar meia pgina ou at pgina inteira em algumas edies. No O Globo foi que Sued se destacou como cronista social, causou polmica e fixou a mania de eleger as(os) dez mais elegantes, as mais belas e as melhores anfitris da sociedade carioca. Imprimiu um sentido estritamente informativo ao seu jornalismo e, a partir do final da dcada de 1950, sua coluna passou a ser lida por todas as camadas sociais, tendo influenciado jornalistas como Anselmo Gois e Ricardo Boechat. Uma pesquisa da Revista Imprensa de 1988, atribui a Sued a denominao de "o jornalista mais lido no Rio de Janeiro". Vrios jornais de todo o Brasil e em cidades de diferentes tamanhos republicavam matrias de Sued originalmente exibidas em O Globo8. Enquanto escrevia regularmente para O Globo, a partir de 1958 passou a manter um programa televisivo exclusivo pela antiga TV Rio, denominado Ibrahim Sued e Gente Bem, no qual apresentava entrevistas, reportagens filmadas e comentrios sobre a sociedade em geral. Houve um perodo, 1966 a 1974, que Sued trabalhou na TV Globo com o programa Ibrahim Sued Reprter, uma verso adaptada da coluna social televiso mesclado com notcias, algumas exclusivas sobre poltica, economia e assuntos de repercusso internacional. A partir de agosto de 1974 o seu programa dirio deixou de existir e ele passou a apresentar pequenas inseres dominicais no Fantstico. Com o destaque conquistado na imprensa Sued ampliou seu leque de atuao no jet-set internacional, conquistou honrarias, obteve reconhecimento de jornais e revistas europeus e estadunidenses. Escreveu vrios livros relatando suas experincias como jornalista, cronista, pessoa de destaque no campo da etiqueta, sua perspectiva ante a
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Isabel S. TRAVANCAS. A coluna de Ibrahim Sued: um gnero jornalstico. Disponvel em http://www.bocc.ubi.pt/pag/travancas-isabel-coluna-ibrahim-sued.pdf. Bocc - Biblioteca on-line da Cincia da Comunicao. 2000. Acesso em 06/06/2010
9 detalhes da vida em sociedade, suas incurses nos negcios como marchand, conselheiro econmico, compositor musical9 e dono de restaurante, alm de um extenso volume de notas sobre assuntos de destaque da vida sociopoltica em sua prpria trajetria na qual asseverava ser "mais importante ser nobre do que nascer nobre". Seu texto era estruturado em forma de notas curtas e diretas, informativas por excelncia, escritas em tom descontrado e pontuadas por ditos populares e expresses pitorescas, muitas delas inventadas por ele e relacionadas a situaes e acontecimentos autenticamente vivenciados por ele. Rapidamente suas expresses tornavam-se moda e caam no gosto popular, pois retratavam informaes sobre a vida mundana sem repeties, afetaes, aulicismos e requentamentos a que jornalistas costumavam se valer. Um exemplo era a frase com a qual encerrava o programa de televiso: "... e agora que vocs esto informados, durmam bem e adem, de leve, porque eu vou em frente". O produto jornalstico de Sued era quase sempre destitudo de romantismo10. Sued protagonizou a sntese: em pessoa e em obra, das mudanas experimentadas pela sociedade e pelo jornalismo brasileiro nas dcadas de 1940 e 1950, ou seja, a mudana de um jornalismo ancorado e voltado para uma sociedade ainda marcada por ranos do agrarismo e da influncia de laos familiares, nas relaes entre agentes e atores de ento, para uma sociedade da vida urbano-industrial que tendeu a se impor pela reinveno de novos papis, pela acomodao aos padres pr-existentes e pela tendncia de conservao presentes nas aes prticas e nas instituies. Mudanas e tendncia de conservao que avanaro pelas dcadas de 1960 e 1970. Nesse passo, modificou-se o jornalismo e tambm o estilo da crnica social, de modo a permitir as condies e possibilidades da ascenso social de um libans marginalmente colocado, mas descrevendo uma trajetria exitosa sui generis se comparada com outras formas de ascenso verificadas entre outros descendentes de imigrantes e recm-chegados. Ou seja, em um processo de acumulao de capital social em sua variante cultural e simblica, nos campos pelos quais transitou e nos quais atuou. 2.1. Sntese da bibliografia consultada
DICIONRIO CRAVO ALBIN DA MUSICA POPULAR BRASILEIRA . disponvel em http://www.dicionariompb.com.br/ibrahim-sued/biografia acesso em 17.01.2012. AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) [ et al.] Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982. 10 Isabel S. TRAVANCAS. A coluna de Ibrahim Sued:... Op. cit.
10 Alm da obra de Ibrahim Sued11, j compulsada, e de outros textos a serem localizados ao longo da pesquisa, alguns esgotados, e outros que compem o panorama da sociedade e da poltica do Rio de Janeiro e do Brasil da dcada de 1950 at 1995 12; o presente trabalho no se valer das mais de quinze mil colunas produzidas por ele ao longo de sua vida jornalstica, sendo certa a necessidade de se estabelecer critrios para a seleo de algumas delas a partir elementos presentes na bibliografia citada. Autores que, primeiramente, identificaram o modus operandi da aclitamatao de rabes sociedade brasileira13 sero includos na pesquisa. O trabalho incluir tambm um balano de autores que pensaram e produziram suporte terico para o entendimento da sociedade de corte apropriado s esferas de convivncia, notadamente, quanto racionalizao de condutas e individualizao das aes14. , por meio dessa apropriao conceitual ao ramo das normas de comportamento social que chegamos a Norbert Elias 15, cuja obra permite articular, em diferentes formaes sociais, a evoluo de modos que superaram hbitos ditos no civilizados como: cuspir no cho, trinchar carnes com as mos, arrotar mesa, atirar restos aos ces etc., formando a sociedade de corte que legou historicamente esse amplo processo de racionalizao da conduta dita civilizada. Para que o trabalho no corra o risco de se deixar enredar na querela da diferenas conceituais entre comportamentos culturais e comportamento civilizado, no engano de tratar a cultura como formas de erudio, ou ainda no ultrapasse as generalizaes amplas; esse processo de aclimao do objeto da pesquisa: Ibrahim Sued e a crnica social como etiqueta para distintos estratos sociais no cotidiano carioca e brasileiro por extenso, ter como marco conceitual as formas de extravasamento de fronteira cultural como se ver adiante.
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Ibrahim SUED. 20 anos de caviar. Rio de Janeiro: Bloch, 1972. ________. O segredo do meu SU...SUCESSO. Rio de Janeiro: Editora Top Promoes e Publicidade, 1976. ________. Nova etiqueta. Rio de Janeiro: Editora Top Promoes e Publicidade, 1978. ________. 30 anos de reportagem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983. ________. Vida, sexo, etiqueta e culinria (do rico e do pobre). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
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Isabel SUED. Ibraim Sued: em sociedade tudo se sabe. Rio de Janeiro: Rocco, 2001, p. 7. Oswaldo TRUZZI. Op.cit. e ________. Patrcios. Srios e libaneses em So Paulo. So Paulo: Hucitec, 1997 KALIL. Glria. Chic[rrimo]: moda e etiqueta em novo regime. 5 ed. So Paulo: Codex, 2004.
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Norbert ELIAS. O processo civilizador. Traduo, Ruy Jungmann; Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. 2v. ________. A sociedade dos indivduos. Traduo, Vera Ribeiro; Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. ________. A sociedade de corte: investigao sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Traduo Pedro Sssekind; Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
11 Caractersticas mais atuais desse processo foram mais detidamente tratadas por Elias em colaborao com Scotson16.de modo a permitir enquadrar o problema da pesquisa nas relaes que entretecem grupos sociais distintos quando se colocam face a face como estabelecidos e outsiders, ou seja, o modo pelo qual os indivduos esto interligados em redes de inter-relaes, interdependncias, figuraes e as possveis variveis que ligam os homens e que limitam o que possvel decidir ou fazer. No perdendo de vista que em algumas sociedades o que possvel decidir ou fazer toca nveis e formas de exerccio da violncia, em alguns casos de modo explcito e fsico e, em outros casos, assumindo formas dissimuladas no menos agudas pelo seu substrato predominantemente simblico e seu potencial de atualizar e sintetizar uma comunidade imaginria na era dos meio massivos de comunicao17. As obras acima mencionadas, entretanto, no permitiriam pesquisa alcanar a sua meta de construo social da realidade sem o aporte conceitual deixado por Bourdieu em seus estudos sobre uma sociologia da experincia vivida, da experimentao e das estratgias de reproduo social18. No mbito desse conjunto ser possvel operar com a noo de dominao de classe a partir da busca pelo estabelecimento de regras que definem uma hierarquia social ao mesmo tempo em que se busca praticar uma sociologia da experimentao da vida social. Ser sumamente importante que o trabalho se valha das noes de habitus e de campo para se lhe configurar o campo da crnica social no mbito do jornalismo. Ser igualmente importante precisar o surgimento de um estilo e a capacidade desse estilo representar simbolicamente um capital cultural. Para Bourdieu19:
16
Norbert ELIAS &, John L. SCOTSON. Os estabelecidos e os outsiders. Sociologia das relaes de poder a partir de uma pequena comunidade. Traduo, Vera Ribeiro; Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
17
Esther HAMBURGUER. Diluindo fronteiras: a televiso e as novelas no cotidiano. In: VRIOS AUTORES. Histria da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contempornea. Coordenador Geral da Coleo Fernando A. Novais; organizadora do volume Lilia Moritz Schwartz. - So Paulo: Cia das Letras, 1998, - (Histria da vida privada no Brasil; 4). p. 439-488.
18
Pierre BOURDIEU. O poder simblico. Op. Cit. ________. A Economia das Trocas Simblicas. Op. Cit. ________. As regras da arte. Trad. M. L. Machado, So Paulo: Cia das Letras, 1996. ________. Economia das trocas lingsticas. Trad. Sergio Miceli, So Paulo: Edusp, 1998. ________. Sobre a televiso. Rio de Janeiro, Zahar, 1997. ________. Pierre Bourdieu: entrevistado por Maria Andra Loyola. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2002. ________. O senso prtico. Traduo Maria Ferreira. - Petrpolis, RJ: Vozes, 2009. ________. Razes prticas: sobre a teoria da ao. Traduo: Mariza Corra - 11a. ed. - Campinas, SP: Papirus, 2011.________. Las estrategias de la reproduccin social. - 1a.ed. - Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2011. ________. El sentido social del gusto. Elementos para una sociloga de la cultura . Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2012. ________. La distincin: criterio y bases sociales del gusto. Buenos Aires: Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara, 2012.
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El desarrollo de una verdadera industria cultural, y en particular la relacin que se establece entre la prensa cotidiana y la literatura - que favorece la produccin en serie de obras elaboradas segn mtodos casi industriales, como el folletn [...] coincide con la ampliacin del pblico gracias a la generalizacin de la enseaza elemental, que posibilita el acceso de nuevas classes (y mujeres) al consumo simblico.
Nessa perspectiva e de modo algo genrico sobre a coluna social, Gadini 21 lembra que entre as principais caractersticas do chamado jornalismo cultural no jornalismo brasileiro pode-se destacar nas estruturas editorias:
[...] enquanto as reportagens e notcias possuem um eco interpretativo nas crticas e nos textos dos articulistas dos cadernos culturais, ampliando o espao de uma abordagem propriamente jornalstica o que em alguns casos, totaliza entre duas e cinco pginas de uma mdia de oito a doze dos cadernos a coluna social parece manter uma tradio herdada das revistas de variedades, com pequenas notas, comentrios e frases de efeito, cercando imagens do que, regra geral, apresentado como flashes da vida social das cidades plo, da regio geogrfica de abrangncia e circulao dos dirios. Imagens festivas, comemoraes, lanamentos, exposies, aniversariantes, homenagens e afins: tudo parece ser (bom!) motivo para ocupar os espaos das colunas sociais diariamente mantida pelos cadernos culturais dos jornais brasileiros.
As colunas sociais podem, segundo Lustosa22, ser classificadas em vrios modelos, pois o termo coluna assume um conceito algo abrangente, j que um artigo regular no mesmo espao de um jornal passa a receber a denominao de coluna.
[...] h colunas com informaes sobre uma variada gama de temas. [...] As colunas, segundo uma lenda difundida por velhos profissionais do jornalismo foram inventadas para divulgar aquelas notinhas a respeito de parentes e amigos dos donos de jornais, bem
20 21
idem. p. 87-88.
Luiz Srgio GADINI. Interesses cruzados: a produo da cultura no jornalismo brasileiro. So Paulo: Paulus, 2009. p. 202-205.
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como sobre os bons anunciantes. As prprias colunas sociais podem e devem abordar com malcia e inteligncia os fatos que divulgam, mesmo tratando de informaes sobre recepes, festinhas e mexericos.
As colunas sociais podem sinalizar como as estruturas e relaes de poder representam comentrios privados como se fossem de interesse pblico. Essas representaes de fragmentos da vida dos colunveis em pginas dirias, por meio de imagens e registros de festas pblicas, recepes privadas, datas comemorativas, casamentos e outras situaes tm a funo de legitimar os hbitos de setores da elite em espaos freqentados pelos detentores de figuraes sociais dignas de destaque. Interesses econmicos, polticos, culturais e at mesmo religiosos se apresentam nas colunas sociais e so marcados por uma modalidade de personalismo que se reveste de interesse coletivo e que consumido por um pblico leitor muitas vezes distante dos meios em que se movem esses atores sociais. Assim a coluna social cumpre o papel de conferir uma lgica aceitvel na medida em que personas so criadas e recriadas como legtimos ocupantes de seus postos. Embora Pierre Bourdieu tenha conferido mais nfase s formas de dominao exercidas entre grupos sociais pela via da distino a partir da aceitao legtima de titulao acadmica e de certificao tcnica conferidas pela instituio escolar, para o cumprimento dos objetivos do presente trabalhos, cabe aqui estabelecer a crnica social como campo de dominao hierrquica e como meio de organizao desse campo em que as elites se impem pela competncia dos construtores de figuraes sociais. Nesse caso o cronista aparece como intelectual marginal s instituies escolares porque seu produto quase que exclusivamente simblico, mas exerce um papel no inferior na medida em que constri um verdadeiro paradigma de dominao no qual os efeitos sobre os leitores geram um sentido que no para de ser exercido como um campo de poder, campo intelectual e como habitus de classe23. Adicionalmente o trabalho buscar estabelecer correlaes ao processo de modernizao vivenciado na cidade de So Paulo e interpretado por Arruda 24 com o fito de distingui-lo na formao de campos correlatos no mbito da cultura25.
23
Pierre BOURDIEU. Intelectuales, poltica, poder. Buenos Aires: Eudeba, 2011. p. 23-42 . ________. La distincin: criterio y bases sociales del gusto. Buenos Aires: Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara, 2012. p. 456-468.
24
Maria Arminda do Nascimento ARRUDA. Metrpole e Cultura. O novo Modernismo Paulista. Revista Tempo Social, So Paulo, v. 9, n. 2, 1997 p. 39-52. ________. Prismas da Memria: Imigrao e Desenraizamento Populao e Sociedade. Populao e Sociedade, Porto, v. 4, p. 17-28, 1999. ________. Metrpole e Cultura: em So Paulo no Sculo XX. Bauru/SP: Editora da Universidade de So Paulo - EDUSP, 2001
25
Maria Izilda Santos MATOS. Dolores Duran: experincias bomias em Copacabana nos anos 50. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. Maurcio B. A PARADA. A fundao do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro : a elite
14 Pois sabido que em So Paulo a produo da cultura esteve fortemente relacionada por personalidades e instituies provenientes do meio empresarial, enquanto que no Rio de Janeiro o principal mentor do desenvolvimento artstico e cultural foi o poder pblico. Entre distines e correlaes a pesquisa se direcionar para a identificao de um tipo de ethos, que permitiu crnica social ganhar o gosto e ser recepcionada por amplo segmento da sociedade brasileira de modo a configurar-se como uma pesquisa que procura precisar elementos para o incremento da crtica social. Uma crtica social que se insere predominantemente no campo do simblico. Ainda que em alguns segmentos como intelectuais e polticos essa recepo tenha adquirido forma propositalmente discreta e, em decorrncia disso, a crnica social no tenha ganho status de condies e possibilidades de se interpretar o Brasil 26, o presente trabalho busca inserir a crnica e o cronista como material de uma sociologia da cultura que conferem sentido interpretao do Brasil27. Para alm das diferenas na formao das instituies da cultura em regies brasileiras, a mudana scio-cultural aqui tratada se valer de comparaes com outros movimentos em que grupos experimentaram mobilidade por outros meios, como, por exemplo, a afirmao do prestigio alcanado pelos afro-descendentes estadunidenses retratados por Smith28. Tais comparaes serviro de variveis de controle que tanto no contedo, como na forma se valeram da imprensa e de uma indstria fonogrfica especializada na msica e na dana de um modo bem distinto do que acontecia no Rio de Janeiro, mas tambm com algumas semelhanas. Ainda assim, os elementos comparativos presente no trabalho, que aqui se esboa como projeto, tm a finalidade de elucidar os nexos entre o eu colunvel e o eu social e, desse modo a nfase no recair sobre o objeto Ibrahim Sued, mas buscar revelar um eu social que se construiu a partir de relaes de poder e de tenso presentes na sua coluna social. Nesse caso, a coluna social ser vista como meio para grupos que
carioca e as imagens da modernidade no Brasil nos anos 50. (Dissertao Mestrado). PUC, Rio de Janeiro. Yolanda PENTEADO. Tudo em cor de rosa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997
26
Andr BOTELHO & Lilia Moritz SCHWARCZ (Orgs.). Um enigma chamado Brasil: 29 intrpretes do Brasil. So Paulo, Companhia das Letras. 2009.
27
MICELI, Srgio. Intelectuais e a classe dirigente no Brasil (1920-1945). So Paulo: Difel, 1979. ________. Imagens negociadas: retratos da elite brasileira (1920-40). So Paulo: Cia das Letras, 1996. ________. Intelectuais brasileira. So Paulo: Cia das Letras, 2001. ________. A noite da madrinha: e outros ensaios sobre o ter nacional. So Paulo: Cia das Letras, 2005. ________. Histria do pensamento comunicacional cenrios e personagens. So Paulo: Paulus, 2003.
28
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15 necessitam se firmar frente aos demais, numa espcie de reelaborao da identidade para os grupos se verem uns frente aos outros. Na medida em que o trabalho elucidar as questes identidade-alteridade presentes nessa relao de extravasamento de elementos culturais grupais, numa espcie de avano de fronteiras culturais 29, por meio da coluna social, o objeto Ibrahim Sued tender a aparecer como autor de um discurso de sacralizao de bens simblicos entre os quais ele prprio acabou sendo plasmado como uma esttua que compe a paisagem do entorno do Copacabana Palace. Aqui as questes tnicas ligadas origem libanesa do autor parecem no desempenharem um papel fundamental quanto ao objeto principal do trabalho, mas no deixam de ter algum nexo, pois essa modalidade de extravasamento de cultura de grupo por meio de uma recepo passiva e ausente, ao assumir um sotaque ligeiramente distinto, confere um tom diferenciador-legitimador que medeia a forma e o uso da coluna social. 3. JUSTIFICATIVA E RELEVNCIA DO ESTUDO 3.1. Tema e problema A sociedade do Rio de Janeiro e a crnica social de Ibrahim Sued como aporte para demonstrao da ascenso social do prprio personagem e de reforo da condio social de seus colunveis so momentos de um fenmeno revelador de uma trajetria que se tornou emblemtica do ponto de vista das formas de entrada na cultura da alta roda e do estabelecimento de novos parmetros para seu reconhecimento e como fixao de normas. A indagao a respeito do tema buscar compreender as vrias combinaes existentes na relao que se estabelece entre o cronista e os seus colunveis e com eles orientam suas vidas segundo o seu eu colunvel, como simbolizam fama, sucesso, beleza e riqueza e vertiam essa simbolizao em formas de comportamento, bem como exerciam certo controle social a partir disso. A construo dessas imagens exerce fascnio que se estende para alm dos envolvidos no jogo cronista-colunveis-crnica e esse fascnio s pode ser exercido pela exposio dos seus consumidores ao meio de sua divulgao: a coluna social.
29
Fredrik BARTH, Os grupos tnicos e suas fronteiras. In: Tomke LASK, (Org.). O guru, o iniciador e outras variaes antropolgicas. Rio de Janeiro: Contracapa Livraria, 2000. p. 25-67.
16 A coluna social e o jogo das imagens nela construda so reveladores de relaes de dependncia, interdependncia e figurao social que documentam um estilo de vida no qual as representaes sociais evidenciam a combinao de configuraes selecionadas. Tais configuraes se apresentam como figuraes na medida em que receberam tratamento do cronista no sentido de serem apresentadas como exigncias e atitudes passveis de compartilhamento por aqueles que se acreditam inseridos nesse contexto. O tratamento que o cronista faz de sua matria leva aquele que o analisa a diversas funes sociais que os indivduos desenvolvem como: o refinamento na fala e no comportamento, bem como a atitudes que convm ou no a algum de acordo com sua posio e com o seu valor na sociedade. Essa sociedade confere grande ateno manifestao de vida de uma pessoa, sua casa, ao seu carro, s roupas que usa, enfim dos bens e servios de que dispe, entre outros valores distintivos de sua posio; por isso representa a sua figurao dentro dos limites impostos pela hierarquia social, bem como o seu valor social e o seu prestgio. As estratgias de distino social dependem da posio do indivduo no grupo, mas tambm da posio do prprio grupo na estrutura social. A combinao entre relaes de dependncia, interdependncia e figurao no ocorrem em separado da dinmica social e esta s pode ser exercida por atores sociais situados e articulados em cumplicidade e em compartilhamento em uma mesma estrutura social e, para tanto, almejarem aquilo que comum a toda estrutura social, ou seja, o reconhecimento social enquanto vivncia social compartilhada. O compartilhamento do reconhecimento social tomado enquanto vivncia se nutre de uma utopia quanto ao futuro e se articula com base em um passado de tradies que identifica os indivduos e os grupos, seus papis e seus respectivos estatutos sociais. Enfim, o reconhecimento social veiculado pela crnica e configurado pelo cronista repercutem um imaginrio social que s pode ser compreendido no mbito de uma estrutura e de uma dinmica social, ou ainda, no mbito da sociedade do Rio de Janeiro e no papel que ela exerceu sobre a sociedade brasileira em determinado momento: o momento da crnica social. 3.2 Justificativa Do ponto de vista do veculo no qual o gnero crnica jornalstica aparece, apesar de relatar fatos, no propriamente uma reportagem. Trata-se de uma modalidade na qual as informaes mais ou menos comuns no cotidiano dos leitores so
17 interpretadas e refletidas por quem a escreve. Assinada por seu autor, a crnica revela a sua subjetividade e, em funo disso, o tom reflexivo que o autor imprime revela o estilo e a viso pessoal podendo ser includas certas liberdades lingsticas presentes tanto na ironia, na crtica como no elogio. A crnica cumpre a funo de aliviar a pauta jornalstica, muitas vezes sobrecarregada de fatos. Nesse sentido ela se reveste da sensibilidade, da expressividade e da originalidade que o autor desenvolve no sentido de galvanizar, pelo aligeiramento e pela facilidade de leitura, a ateno de um leitor que busca interpretar com a ajuda do cronista. Essa ajuda aparece muito comumente na forma de lies sobre a vida social. A proposta desse trabalho a de explicar ou de compreender uma parte especfica do mundo social na cidade do Rio de Janeiro que se estruturou entre as dcadas de 1950 a 1980. Esse processo de constituio do trabalho de pesquisa e equacionamento das respostas possveis ao problema da pesquisa ocorrer por meio da no separao e da no compartimentao de momentos de constituio de um mesmo objeto sociolgico: o problema do reconhecimento social produzido pelo enunciador e pelo enunciado dessa configurao social. Visa, portanto, a compreenso a dialtica cronista e a crnica social e seu objeto de tratamento, os colunveis em relao ao seu pblico leitor. Busca compreender e explicar a trajetria de um colunista social e evidenciar os motivos pelos quais um outsider tornou-se um estabelecido social e relevante distribuidor de capital simblico, de smbolos de status conquistando legitimidade para tal. Essa tarefa enseja primeiramente o conhecimento do legado documental deixado pelo prprio personagem, que servir de eixo norteador da articulao das vrias dimenses da pesquisa. Demandar estudos e aprofundamentos tericos e reviso da literatura pertinente interpretao sociolgica do papel de indivduos nos grupos sociais e dos grupos sociais nas estruturas sociais, suas implicaes do ponto de vista da dinmica, da mobilidade e dos dilemas e conflitos que esse movimento pode esclarecer. No menos importante ser a compreenso dessas configuraes sociais entretecidas em artigos publicados e em livros sobre o tema que o personagem Ibrahim Sued deixou como legado de toda uma trajetria. Imagem e imaginrio, poder simblico e representao sero noes a partir das quais a compreenso procurar explicao. Valores, comportamentos, interesses em jogo na dinmica dos grupos sociais e das pessoas de destaque representativas desses grupos enunciadas na crnica sero
18 selecionados como representativos do que a crnica social quer dizer. Nesse mesmo passo a anlise buscar relacionar o que diz a crnica social e o que demanda a sociedade que consome a crnica social. 4. OBJETIVOS GERAL E ESPECFICOS 4.1. Objetivo Geral Evidenciar a trajetria de Ibrahim Sued, em um seguido contraponto entre objetividade e subjetivao contida nesse percurso. Localizar os posicionamentos adotados por Sued, as colocaes e os deslocamentos percorridos de modo a trazer compreenso o sentido e o valor de suas aes prticas numa dada estrutura de distribuio de capital social que estavam em jogo nos campos considerados, notadamente no campo da crnica social. Identificar a dinmica social dos grupos que se apresentaram na crnica social de Ibrahim Sued e interpretar o comportamento desses grupos do ponto de vista da mobilidade social. Da perspectiva do personagem tratado revelar como ele se apropriou de uma cultura de salo e, a partir da, passou a ditar normas e regras para a sociedade carioca com desdobramentos para a sociedade brasileira. Entender o desempenho desse filho de imigrantes rabes, por mais de trs dcadas na formao intra e inter social, econmica, poltica e tambm como formador de opinio do Rio de Janeiro colaborando no processo de adaptao cultural, de assimilao, de resistncia e de emergncia e fixao de novos laos revelando traos culturais muito particulares pela fixao de condutas nos espaos pelos quais foi marcando sua presena. Durante o perodo estudado, a tarefa que se impe verificar as possveis respostas para o seguinte conjunto de perguntas: questionando como, por que e quando esse filho de imigrante conquistou presena e destaque nos assuntos sociais do Rio de Janeiro, chegando a ser um ditador de novos modos e costumes. Como e por que as pessoas demandam aparecer nas colunas sociais. Isto identifica, diferencia e qualifica esta proposta de trabalho. O personagem estudado protagonizou formas de ascenso social e exerceu influncia na sociedade como um todo. Sua coluna era lida por expressiva parcela da sociedade, desde governadores, polticos, empresrios, intelectuais e um expressivo contingente de leitores da populao em geral, enfim o seu pblico era composto por caixas altas e caixas baixas.
19 Do ponto de vista da pesquisa, o foco dever dar conta dos fatos que culminaram com Ibraim Sued atingindo o posto de o mais badalado e respeitado colunista social do Brasil. 4.2. Objetivos Especficos As inquietaes acima levaram a problematizar a seguinte questo: Em que medida esse filho de imigrantes rabes se preocupou em transmitir sociedade de acolhimento os traos de cultura que suas famlias lhes imprimiam? A personalidade e a moral social, alm dos prprios hbitos comuns, agiram no caso como uma demonstrao da resistncia pela incorporao cultural de alguns elementos que, muitas vezes, eram obrigados a protagonizar pelas circunstncias e pelos laos sociais a que foram submetidos? Trata-se de modalidade de esforo de adaptao e assimilao dos valores e condutas da sociedade tidas como significativas de serem protagonizadas? Ao que indicam as evidncias at aqui colecionadas, esse processo submeteu o ator social difcil tarefa de ascender socialmente, assumir novos traos de conduta e maneiras de comportar-se sem perderem o lan que os identificavam na origem, mas forando-o a protagonizar a estruturao de um campo: o campo da crnica social. Para alm da construo idealizada do cronista social desvinculada das normas familiares, do campo de trabalho e das obrigaes sociais, o que se pretende nessa proposta de trabalho identific-lo em uma teia de regras do mundo social no qual se integrou e para o qual se tornou um destacado divulgador das condutas estabelecidas nesse universo. Desta forma, para alm de precisar as ambigidades da prpria figura Ibrahim Sued e seu campo de atuao, o encaminhamento dos estudos remete a uma srie de indagaes colaterais, mas nem por isso menos importantes, mas, sobretudo, apoiadoras da trajetria de pesquisa que se pretende. 1- Quais as vicissitudes decorrentes da aclimatao scio-cultural dos primeiros chegados e seus descendentes, especialmente quando o protagonista provm de culturas, sociedades e memrias totalmente diversas daquelas em que protagonizar enquanto pessoa e enquanto formador do campo de atuao profissional? 2- Qual o real significado da atuao social de Ibrahim Sued na sociedade carioca?
20 3- Qual o peso da atuao social, poltica, econmica e como formador de opinio de Ibrahim Sued no Rio de Janeiro? 4- O que escrevia Ibrahim em sua coluna? 5- Quem eram seus leitores? 6- Quem so os personagens da coluna social? 7- Como formado o imaginrio dos leitores de uma coluna social? 8- Como Ibrahim Sued, por meio de sua coluna, sinaliza e ensina etiqueta aos caixas altas e caixas baixas e arrasta consigo um significativo nmero de leitores compreenso e legitimao de condutas percebidas como as mais adequadas? 9- O eu pessoal de Ibrahim Sued se sobrepe, se mescla ou se confunde com o seu o eu colunvel? Enfim, o que se busca com esse esforo de investigao no um padro, pois a experincia da crnica social tratada por meio de Ibrahim Sued certamente se constitui em um fenmeno para o qual o a ateno ao que relacional deve ser o foco, pois os estudos preliminares at aqui desenvolvido apontam para uma dinmica de diferenciao e de integrao que se compe no tratamento do objeto. 5. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS 5.1. Mtodo de abordagem A abordagem do tema seguir um caminho predominantemente relacionado pesquisa histrica e investigao documental a ela relacionada. O cotejamento dos resultados dessa investigao ao enquadramento terico j mencionado se far por meio das tcnicas e procedimentos tpicos de um estudo de caso descritivo e buscar, nesse caminho, destacar predominantemente opinies veiculadas sobre as pessoas e sobre as atitudes tidas como socialmente aceitas pelo colunista em determinados momentos do cotidiano. Nesse sentido alguns cuidados sero estruturadores dos procedimentos capazes de conferir consistncia e coerncia pesquisa que se trata de desenvolver. Ou seja, ser necessrio delimitar os dados da investigao aos diferentes propsitos encontrados nas crnicas e nos livros deixados pelo autor de modo que eles no apaream como informao sobre variedades da vida social ou do senso-comum presente nesse cotidiano.
21 Portanto, o caso Ibrahim Sued na crnica social demandar o recolhimento e o cotejamento documental legado em forma de livros, artigos de sua coluna em jornais de grande circulao O Globo e de reportagens veiculadas por meio da extinta TV Manchete com os elementos conceituais formadores do quadro terico escolhido, de modo a: evitar enviesamento na interpretao e promover rigor na anlise. 5.2 Formas de anlise Ser necessrio promover a datao, a contextualizao e produzir uma modalidade de confronto documental quando a documentao compulsada for insuficiente do ponto de vista de trazer elementos slidos anlise. Sendo certo que muitas informaes veiculadas pelo jornalista no se apresentavam como classes de informaes, embora sejam passveis de classificao. Ademais, no eram reveladoras de suas fontes de informaes privilegiadas poca, mas que no era menos certa a retomada do assunto quando o tema dizia respeito auto-referncia e ao auto-enaltecimento do qual o cronista se valeu como recurso de estilo em seus variados escritos. A pesquisa, ento, requerer confronto entre acervos documentais distintos a serem construdos como dados da pesquisa ao longo do percurso de investigao e ser importante ter em conta que h momentos e desdobramentos posteriores que se constituem como elementos reveladores de assuntos tratados pelo autor em outros contextos. Isso ocorreu principalmente quando seus furos de reportagem eram provenientes de pessoas ligadas ao prprio governo e ele no teve pejo de revelar algumas dessas fontes, quando o assunto j no era to quente. Outro exemplo do tipo de confronto documental que o trabalho exigir reside nas notcias relacionadas construo da Novacap, neologismo que ele criou para diferenciar Braslia da Belacap, neologismo referente cidade do Rio de Janeiro. Esse jogo entre as questes da crnica social relacionada mudana da capital talvez seja o momento emblemtico em que Sued mostrava que sabia das coisas, pois como ele mesmo dizia: Em sociedade, tudo se sabe!. Para dirimir os vazios de compreenso que a documentao sozinha no for capaz de oferecer, o presente trabalho se valer de entrevistas semi estruturadas com personagens que eventualmente possam contribuir para a compreenso desses vazios de compreenso oferecendo informaes e contribuies que aparecero to somente mediante um colquio balizado pelos objetivos da pesquisa. Entre os entrevistados
22 podero figurar pessoas chave como: Isabel Travancas, Ricardo Boechat, Isabel Sued, filha de Ibrahim, Carmem Mairinck Veiga, a socialite que mais vezes frequentou suas listas das mais-mais; entre outros entrevistados que aparecero no percurso de investigao como significativos de serem ouvidos. A classificao dos dados em diferentes chaves explicativas incluir crnica sobre fatos polticos, crnica de modos e maneiras de se comportar, crnica de pessoas e posicionamentos ideolgicos, alm de crnicas sobre si mesmo, suas razes libanesas, sua forma humorada de enfrentar a crtica e outras que o percurso de anlise dos dados evidenciar como necessrias. Com seu estilo popularesco e sua viso messinica a respeito de seus prprios feitos, Sued proclamava-se e deixou entrever que muito de seu sucesso dependia simultaneamente de suas fontes, das pessoas a que ele se referia, dos lugares de que ele tratava e da abrangncia na recepo de suas crnicas. Esse elemento na produo do poder da crnica social de Sued so reveladores de como ele construiu o campo da coluna e do colunismo social. Assim, a anlise da estilstica suediana ser apropriada s classes de crnicas produzidas por ele de modo a adicionar elementos capazes de filtrarem o que necessrio para ser um insider e se projetarem como compartilhamento aos no estabelecidos. 6. ATIVIDADES E CRONOGRAMA DE EXECUO 6.1 Plano de Trabalho A primeira iniciativa de pesquisa que o presente trabalho buscar cumprir poder ser denominada provisoriamente de: Em sociedade tudo se sabe de leve eu chego l! Nessa fase da pesquisa a meta confrontar a trajetria de vida do personagem de descendncia libanesa e, a partir de um breve relato da imigrao libanesa para o Brasil destacar as estratgias utilizadas por ele para escalar o posto de jornalista e cronista social que o qualificou e evidenciar os rgos de imprensa pelos quais passou. Audcia, sorte e ousadia se tornaram o lema desse homem que diz nunca ter chorado pela cervejota derramada. Outra meta dessa fase identificar como o personagem desenvolveu o estilo que o caracterizou, bem como as informaes e opinies que o notabilizaram. O presente
23 enquadramento buscar tambm configurar o contexto vivido pelo personagem na sociedade carioca tanto do ponto de vista das relaes sociais, quanto das influncias polticas entretecidas demarcando uma trama de relaes nas quais o indivduo e a coletividade estabeleceram influncias recprocas. Influncias marcadas pelo ir em frente busca de uma realizao difusa, a busca do novo para no se deixar dominar, ou seja, na constituio de um campo que demandou transgresses. Nessa fase, o trabalho se valer de comparaes entre o processo de modernizao da cultura nas cidades de So Paulo e na do Rio de Janeiro. Este veio diretamente de Paris gente fina outra coisa! A fase seguinte da pesquisa buscar determinar os elementos constitutivos da estrutura e da dinmica social e analis-las luz das figuraes contidas nas funes da coluna social. Para tanto, as etiquetas e os cerimoniais de celebrao, em alguma medida, buscaram consagrar comportamentos e formas de representar a dominao social, enquanto o poder pessoal do colunista descrevia uma trajetria de obteno de prestgio. Essa fase permitir delimitar at que ponto a crnica social se constitua de figuraes, cujo objetivo era reforar posies tpicas dos estabelecidos frente aos outsiders. Adicionalmente, ainda nessa fase, a pesquisa procurar identificar em que medida a crnica social exerceu funes de reforo e legitimao dos deslocamentos sociais e de poder que aconteciam naqueles tempos e estavam presentes no cotidiano dos leitores. A representao da dominao pelo personagem parece que ocorria por meio da aceitao de desafios e da coragem de tropear no lxico, sem perder a pose. Foram estas formas exaustivamente exibida pelo autor numa espcie de comedimento entre temeridade e coragem que fizeram dele, a um s tempo, crtico e reprodutor de hbitos sociais. Conferiram-lhe um ethos sobre etiquetas, sobre a arte de receber, de vestir-se, de alimentar-se, entre outras, em uma sociedade em mudana. O Campo que estruturou a imagem de Sued foi o campo que ele reestruturou com inventividade, humor, descontrao e como portador da novidade, que se tornou compartilhada por muitos na forma da crnica. Bomba, bomba, bomba... At j Rio! A terceira fase da pesquisa buscar tecer as influncias geradas pelo colunismo social de Ibrahim Sued por meio dos desdobramentos adquiridos enquanto gnero jornalstico e enquanto modus operandi de grupos sociais localizados, que assumiram o
24 trabalho de Sued como um verdadeiro paradigma e estendeu-se pelos meios noticiosos de vrias regies do pas. Nessa fase a pesquisa se valer de uma abordagem comparativa e anlises que possam permitir ao trabalho revelar pontos comuns e especificidades que a crnica social assumiu entre ns como forma de legitimao do conservadorismo e da dinmica de uma sociedade que reiterou padres tradicionais em contextos de mudana. Esse modelo se deslocou da grande imprensa e da sociedade situada na Belacap para outras coletividades e marcou o surgimento da profisso do cronista social em um processo conjunto de racionalizao dos procedimentos prprios do ofcio, ao mesmo tempo em que se verificou a sua reproduo em escala descendente marcando uma verdadeira cultura social, a cultura da crnica social no processo de modernizao experimentado no perodo. 6.2 Descrio das Atividades Ser desenvolvida, ao longo da investigao, pesquisa documental mediante a leitura sistematizada da obra do autor localizada em fontes escritas, televisivas e em arquivos j mencionados. Para que se possa fazer um balano crtico do legado deixado pelo personagem sero desenvolvidas classificaes das crnicas por assunto de modo a compreender o estilo utilizado pelo autor e a postura pessoal veiculada como imagem da crnica social. As classificaes j descritas sucintamente nos procedimentos metodolgicos devero passar por filtros tericos, ou por diferenciaes comparativas que o trabalho elenca como necessrios, bem como pelo cotejamento entre as imagens veiculadas pelo autor e as funes sociais por elas cumpridas no imaginrio do pblico leitor. A tessitura do trabalho requerer incurses em textos na rea do jornalismo de modo a permitir comparaes e estabelecer distines capazes de precisar como a crnica social cumpriu o papel de construo do imaginrio e como experimentamos essa modalidade de cultura social. 6.3. Cronograma de execuo
ANO ATIVIDADES 1 2 3 4
25 Levantamento de Arquivos e Fontes Leitura da Bibliografia Pesquisa Documental Tratamento e anlise documental Crditos em Disciplinas Redao prvia dos captulos Exame de Qualificao Elaborao da Redao Final Defesa de Tese X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
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