Aula 01 Economia Internacional
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O modelo de Heckscher-Ohlin; o teorema da equalizao dos preos dos fatores; comrcio e distribuio de renda: o teorema de StolperSamuelson; modelo de concorrncia monopolstica, diferenciao de produtos e comrcio intraindustrial. Vantagens comparativas dinmicas.
As vantagens comparativas dinmicas veremos na prxima aula. Antes de prosseguirmos com os tpicos da aula 01 que aborda as teorias neoclssicas e novas teorias de comrcio internacional, vamos ver mais uma teoria clssica.
A Teoria da Demanda Recproca foi desenvolvida por John Stuart Mill, economista ingls, em sua obra Principles of Political Economy, de 1848. Formula sua teoria de forma inversa a de Ricardo, tentando evidenciar a eficincia comparativa: a base para a produo de um produto no sua unidade, mas o que, em um determinado nmero de horas, dois pases diferentes possam produzir. Alm disso, h um outro fator que estabelecer o valor exato das trocas: a demanda por mercadorias em cada pas (logo, o nome da teoria), sendo esse o segundo avano. De acordo com Mill, a demanda que definir o valor monetrio da troca, ou, de outra forma, a definio do termo de troca vai depender da demanda recproca. Assim, a demanda passa a ter importncia, de modo a ser destacada no nome da teoria que Teoria da Demanda Recproca. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 1
As teorias de Smith, Ricardo e Mill foram aceitas por um longo perodo, devendo ser destacadas tambm teorias modernas sobre o comrcio
internacional, teorias as quais do maior nfase a fatores de produo como matria prima, investimentos (equipamentos, patentes e sistemas
Teorias Neoclssicas
1. O modelo de Heckscher-Ohlin
Um sculo aps Ricardo ter estabelecido o princpio das vantagens comparativas, Eli Heckscher e Bertil Ohlin formularam uma teoria que procurava responder o que determina a vantagem comparativa e o efeito do comrcio internacional sobre os rendimentos dos vrios fatores de produo Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 2
domesticamente. Isso porque, onde o fator abundante (capital, por exemplo), seu custo relativo aos demais fatores (trabalho e terra) menor, o
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No
modelo,
bem
ser
intensivo
em
capital
se
relao
capital/trabalho em sua produo for superior taxa usada para produzir o bem X: KM/LM > KX/LX. Consequentemente, se o bem M intensivo em capital, o bem X ser intensivo em trabalho. Quanto aos pases, o pas A ser relativamente abundante em capital se a taxa capital/trabalho (K/L) for maior que a taxa K/L do pas B: (K/L)A > (K/L)B . Nesse caso, sendo o pas A relativamente abundante em capital, o pas B ter abundncia relativa de trabalho. Assim, o modelo de H-O mostra que as vantagens comparativas so influenciadas por: Intensidade relativa no emprego de fatores (K, L)1 no que se refere a bens; Abundncia relativa de fatores (K, L) no que se refere a pases. Dadas as suposies do modelo acima, um pas exportar a commodity cuja produo intensiva no fator relativamente mais abundante
domesticamente. Isso tambm equivale a dizer, que as trocas internacionais podem ser identificadas como a troca de fatores abundantes por fatores escassos. Assim, por exemplo, a especializao dos pases latino americanos na produo de produtos primrios para a exportao, associada importao de
No exemplo foram usados K= capital e L= trabalho, mas o fator Terra tambm condiderado como fator de produo
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Em relao ao custo de oportunidade, em um modelo de um nico fator de produo, como o caso do Modelo de Ricardo, a Fronteira de Possibilidades de Produo da economia uma reta e o custo de oportunidade constante. J em um modelo de dois ou mais fatores, a Fronteira de Possibilidades de produo da economia uma curva e os custos de oportunidade so crescentes.
Os pressupostos bsicos do modelo H-O so os seguintes: As funes de produo para ambas as commodities exibem retornos constantes de escala2, mas diferem entre si no que diz respeito utilizao de capital e trabalho. Ou seja, uma commodity capital-intensiva e a outra trabalho-intensiva. Ambos os pases possuem as mesmas tecnologias de produo (constante). As preferncias so homogneas e idnticas em ambos os pases. A nica diferena entre os pases se deve abundncia relativa de capital, trabalho e terra em cada pas.
2 No caso dos rendimentos constantes de escala tendo os insumos dobrados, a funo de produo tambm ir dobrar, ou seja, o aumento na produo se d na mesma proporo do aumento dos insumos utilizados.
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Na tentativa de avaliar a relao entre distribuio de renda e comrcio internacional, o teorema foi aprimorado para mostrar que haveria uma equalizao internacional. dos preos relativos dos fatores de produo com o comrcio
2.
Teorema
Hecksher-Ohlin-Samuelson
ou
Teorema
da
Como decorrncia da Teoria Heckscher-Ohlin, surgiu o Teorema da Equalizao dos Preos dos Fatores, desenvolvida por Paul Samuelson. tambm conhecido como Teorema da Equalizao dos Custos dos Recursos ou Teorema Heckscher-Ohlin-Samuelson. Os pressupostos do Teorema H-O-S so os mesmos do modelo de H-O, mas agora a anlise feita sobre os efeitos do livre comrcio na remunerao dos fatores de produo.
Por exemplo, vamos novamente usar o modelo 2x2x2 - Dois pases China e Alemanha; - Dois bens vesturio e automveis; - Dois fatores de produo K e L (Capital e Trabalho)
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3. O Teorema de Stolper-Samuelson
O Teorema de Stolper-Samuelson, diz que o aumento no preo relativo de um bem provoca um aumento mais que proporcional da renda do fator de produo empregado intensivamente em sua produo e uma reduo da remunerao do fator de produo escasso. Suponha que a intensidade do uso fator trabalho maior na produo do bem 1 que na produo do bem 2. Se aumentar o preo do bem 1 (p1), o preo de equilbrio do trabalho (fator usado intensivamente na produo do bem 1) aumenta, enquanto que o preo do outro fator, no usado intensivamente, diminui. Isso porque o aumento do preo do bem 1 provoca um estmulo expanso da produo em detrimento da produo do bem 2, o que acaba gerando um aumento da demanda pelo insumo (fator) de produo do bem, que eleva seu preo.
Vimos no modelo H-O-S os efeitos do livre comrcio sobre a distribuio de renda. Mas o que acontece com as remuneraes dos fatores de produo se houver protecionismo (imposio de barreiras), ao invs do livre comrcio? Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 9
automveis. Mas, o que acontece se a China colocar uma tarifa (imposto de importao) sobre a importao de vesturio? Num primeiro momento, a oferta externa (importao) de vesturio tende a diminuir (pois agora h uma barreira tarifria que deixa o produto mais caro), mas a demanda domstica se mantm constante. Nesse caso, a indstria de roupas chinesa ser incentivada a produzir mais, pois a proteo abre espao para o aumento da oferta nacional. S que, para produzir em maior escala, a indstria chinesa necessitar de maior quantidade de mo de obra. O aumento da demanda por trabalhadores provocar uma elevao dos salrios. E se os chineses cobrassem imposto de importao sobe automveis? Nesse caso, sendo que oferta externa de carros tende a diminuir e a demanda se mantm constante, os preos dos carros sobem na China. As empresas chinesas de automveis vo se sentir ento estimuladas a produzir mais e, para isso, vo precisar de capital para aumentar a produo. O aumento da procura por capital leva a um aumento da remunerao deste fator, ou seja, os juros sobem na China. Com isso, podemos afirmar que, de acordo com o Teorema StolperSamuelson, a imposio de tarifa sobre a importao de um bem tem como efeito o aumento da remunerao do fator de produo intensivo no bem protegido. Dito de outra forma, a proteo favorece o fator usado de forma intensiva no setor que compete com as importaes.
Teorema Stolper-Samuelson descreve os efeitos do protecionismo sobre a remunerao dos fatores de produo.
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4. Paradoxo de Leontief
Pelo modelo de Heckscher-Ohlin, os pases apresentam vantagens comparativas nos bens cuja produo utiliza-se do fator de produo abundante no pas, de modo que a tendncia a de que o pas exporte esses tipos de produtos. Todavia, um estudo do economista Wassily Leontief,
publicado em 1953, colocou em xeque a teoria de Hecksher-Ohlin, ao evidenciar que as exportaes norte-americanas, no ps-Segunda Guerra Mundial, eram menos capital-intensivas do que as importaes, ou seja, a economia mais capital-intensiva do mundo, os EUA, tinha um padro de comrcio que se afastava dos modelos clssico e neoclssico: exportava bens intensivos em trabalho e importava bens intensivos em capital. Essa constatao estatstica foi denominada de paradoxo de Leontief. Essa contradio levantou algumas hipteses em relao ao padro de comrcio americano. Alguns argumentos era de que os EUA detm uma Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 11
5. Teorema de Rybczynski
O teorema de Heckscher-Ohlin estabelece relac o entre comrcio e dotao de fatores: cada pas exporta o bem na produc o do qual utiliza intensivamente o fator relativamente abundante (o bem onde detm vantagem comparativa). Mas, no teorema H-O, os fatores de produo so estticos, ou seja, no se movem entre os pases. J o teorema de Rybczynski considera que h mobilidade entre os fatores de produo, o que mais realista, pois tanto a mo de obra (migrao de trabalhadores) quanto os fluxos de capital podem se deslocar entre os pases. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 12
Agora que vimos os modelos neoclssicos, podemos destacar: Vantagens do comrcio internacional: - Realocao dos recursos produtivos: transfere recursos destinados produc o de bens com desvantagem comparativa para a produc o de bens que tm vantagem comparativa; - Equalizac o dos preos no mercado internacional: em outras palavras, os preos da mercadoria X nos pases A e B tornam-se iguais. 5 - Melhora do nvel de vida da populac o: pela realocao dos recursos produtivos, haver reduo de custos e, por conseguinte, ampliao do poder aquisitivo dos consumidores. Falhas dos modelos:
5 Cabe esclarecer que essa equalizac o ocorre no preo FOB. Para simplificar, nos modelos neoclssicos no existem custos de transporte ou outros impedimentos ao comrcio internacional. Evidentemente, no mercado interno de cada pas haver diferenc as no valor do frete, seguro e principalmente na carga tributria.
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As inovaes tecnolgicas ocorridas a partir de meados da dcada de 70 geraram um novo paradigma tecnolgico. Os fundamentos desse novo paradigma so as novas tecnologias de informao e inovaes organizacionais relacionadas. No ncleo das transformaes recentes est a combinao da revoluo microeletrnica, originada nos Estados Unidos, com o modelo de organizao flexvel, desenvolvido inicialmente no Japo. Em nvel macro, assistimos, no incio da dcada de 80, ascenso do monetarismo e da corrente neoliberal nos Estados Unidos e Inglaterra, e sua influncia nas instituies multilaterais, FMI e Banco Mundial. Esse novo paradigma est redefinindo no s os parmetros de desenvolvimento, comrcio nacional e internacional, mas tambm as formas de organizao e gesto. As evidncias empricas sempre apontavam que a teoria tradicional das vantagens comparativas precisava ser complementada por outras hipteses, como as economias de escala, economias de escopo, fatores do lado da demanda como diferenciao de produto, tecnologia de mercado devido competio imperfeita e poltica governamental. A nova teoria do comrcio internacional procura dar conta desses novos fatores, desenvolvendo
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6. Economias de Escala
Os modelos clssicos apresentados tm como base a concorrncia perfeita e rendimentos constantes de escala. Em concorrncia perfeita, temos as seguintes caractersticas: elevado nmero de ofertantes e demandantes de forma que, isoladamente, nenhum deles exerce influencia sobre o preo; homogeneidade do produto no existe diferenciao entre os produtos; transparncia do mercado todos tem conhecimentos das condies do Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 15
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Custo mdio
Produo acumulada
Alm disso, o intenso comrcio entre pases de dotaes semelhantes no to difcil de explicar. intuitivo imaginar que pases prximos fisicamente tendero a ter dotaes semelhantes e, visto que os custos de transporte influenciam os dados do mundo real, temos uma explicao razovel. 7 Da mesma maneira, quando os custos mdios tendem a aumentar, tem-se deseconomias de escala ou rendimentos decrescentes em escala. http://www.eps.ufsc.br/disserta98/moreira/cap4.html 8 Por isso, economias de escala so mais freqentes em indstrias com altos custos fixos de produo: indstrias capital-intensivas.
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7. Concorrncia Imperfeita
Num mercado perfeitamente competitivo um mercado no qual h muitos compradores e vendedores, sendo que nenhum deles representa uma grande parte do mercado , as firmas so tomadoras de preos. Isto , os vendedores dos produtos acreditam que podem vender o quanto desejam ao preo corrente e no podem influenciar o preo que se paga pelo seu produto. Quando apenas algumas firmas produzem um bem, no entanto, a questo diferente. Na concorrncia imperfeita, ento, as firmas esto conscientes de que podem influenciar os preos dos seus produtos e que podem vender mais somente por meio da reduo dos preos. A concorrncia imperfeita caracterstica tanto de setores nos quais h poucos e grandes produtores, como dos setores nos quais o produto de cada produtor visto Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 19
At ento, estvamos estudando modelos que consideravam serem os bens homogneos, o que no verdade, afinal, para o comrcio de alguns Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 20
especializar-se na produo de determinados tipos de bens, que no poderia fazer na ausncia de comrcio, e ao mesmo tempo, proporciona uma maior gama de produtos aos seus consumidores. Com isso, s haver comrcio para atender gostos distintos dos consumidores se um pas no produzir todos os bens. Temos assim vantagens mtuas na existncia de comrcio entre pases, mesmo quando os pases tm diferenas a nveis de recursos e de tecnologia. O exemplo tradicional o da
10 Isto vale tanto para bens de consumo (ex. carros, eletrodomsticos, computadores) quanto para bens de capital (ex. tratores, tornos) e bens intermedirios (ex. microprocessadores). 11 Nesse tipo de estrutura mercadolgica, existem caractersticas de uma concorrncia perfeita (grande nmero de vendedores) e caractersticas de um monoplio (cada empresa detentora nica de seu produto).
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Modelo bsico de concorrncia monopolstica: imagine um setor com diversas firmas. Estas firmas produzem produtos diferenciados isto , bens que no so exatamente os mesmos, mas so substitutos uns dos outros. Cada firma , portanto, um monopolista no sentido de que no a nica firma a produzir um bem particular, mas a procura por seu bem depende dos outros produtos similares disponveis e dos preos das outras firmas do setor.
Hipteses do modelo: iniciamos descrevendo a procura do ponto de vista de uma firma em concorrncia monopolstica. Em geral, imaginamos que a empresa venda mais quanto maior for a procura total pelo produto e quanto maiores os preos cobrados pelos seus rivais. Por outro lado, supomos que a firma venda menos quanto maior for o nmero de firmas no setor e quanto maior o seu prprio preo. Uma equao particular para a procura da firma que tem essas propriedades :
Q = S{1/n - bx (P - P)}
em que Q so as vendas da firma, S so as vendas totais do setor, n o nmero de firmas no setor, b uma constante representando a sensibilidade das vendas de uma firma ao seu preo, P, o preo cobrado pela firma e P, o preo mdio cobrado pelos seus concorrentes. Esta equao tem a seguinte justificao intuitiva: se todas as firmas cobram o mesmo preo, cada uma ter uma parcela de mercado igual a 1/n. Uma firma que cobre mais do que a mdia das demais ter uma parcela de mercado menor; uma firma cobrando menos ter uma parcela de mercado maior.
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Subordinada aplicao do modelo de concorrncia monopolstica do comrcio est a ideia de que o comrcio aumenta o tamanho do mercado. Nas indstrias em que existem economias de escala, tanto a variedade dos bens que um pas pode produzir como a escala da sua produo so restringidas pelo tamanho do mercado. Comercializando entre si, forma-se um mercado mundial integrado que maior que qualquer mercado nacional individual. Como resultado, o comrcio oferece uma oportunidade de ganhos mtuos mesmo quando os pases no diferem em recursos ou tecnologia. O modelo de concorrncia monopolstica faz, na verdade, uma integrao entre os modelos com ganhos de escala e diferenciao de produtos. Do lado da oferta, os ganhos de escala resultam, em equilbrio, em um nmero finito de firmas na indstria. Do lado da demanda, a diferenciao dos produtos percebida pelos consumidores assegura aos produtores alguma margem para formao de preos, isto , os consumidores no deixaro de ser fiis aos seus produtos devido a pequenas mudanas nos preos (Krugman e Obstfeld). Se, em equilbrio, houver produtos diferenciados produzidos em mais de um pas, ento existir comrcio intraindustrial.
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intraindstria, assim denominado o comrcio dentro de um mesmo setor industrial. Outra caracterstica que o comrcio intraindstria
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8. Vantagem competitiva
Porter (1989), ao contestar as teorias clssicas, prope uma nova abordagem, que deve ir alm do conceito de vantagem comparativa, para se concentrar na vantagem competitiva dos pases, refletindo o conceito de competio, que inclui mercados segmentados, produtos diferenciados,
diversidades tecnolgicas e economias de escala. Para Porter, a competitividade de um pas depende da capacidade da sua indstria de inovar e melhorar. As diferenas nos valores nacionais, a cultura, as estruturas econmicas, as instituies e a histria so fatores que contribuem para o xito competitivo. Em todos os pases, constatam-se disparidades marcantes nos padres de competitividade. Nenhum pas capaz de competir em todos e nem mesmo na maioria dos setores. Trs ambientes da competitividade so apresentados por Porter: o ambiente empresarial, o estrutural e o sistmico. No primeiro, observamos a gesto de fato da firma em seus setores financeiro, tecnolgico, etc. Ainda numa perspectiva micro, no ambiente estrutural, o mercado entra em cena e passamos a considerar as interaes da firma com seus fornecedores, clientes, distribuidores e concorrentes, sejam eles efetivos ou potenciais. No ambiente sistmico, j numa viso macro, as variveis relevantes de anlise sero as polticas macroeconmicas, sociais, de infraestrutura, educacionais do pas. Na construo de suas estratgias, as empresas devem ter por base uma anlise da estrutura da indstria na qual a firma est inserida. A conduta das firmas dever ser pautada em cinco elementos fundamentais, os quais serviro Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 25
(commodities), a estratgia da liderana pelos custos priorizada, tendo como fundamento a ideia de que o menor custo num mercado de produtos homogneos fator primordial de aumento de competitividade e, por conseguinte, de lucros. Contudo, em mercado onde a diferenciao mais fcil, as firmas tendem a tirar proveito de tal aspecto e buscam a diferenciao de produtos e a criao de certo grau de monoplio relativamente ao produto. Na estratgia de enfoque, a firma escolhe seu nicho especfico do mercado quanto foco de busca de lucros. Talvez o ponto mais interessante e significante de abordagem de Porter acerca da vantagem competitiva das naes esteja na sua construo terica do que ele chama de diamante nacional. aqui que toda sua argumentao toma forma final de anlise nova sobre o tema do comrcio entre as naes. O diamante nacional seria na verdade a construo de vantagens competitivas das naes num ambiente estratgico sistmico. Quatro elementos principais so apresentados e interrelacionados como sendo de fundamental relevncia na construo do diamante nacional. So eles: 1) condies fatoriais (recursos humanos, fsicos, de conhecimento, de capital e infraestrutura); 2) condies de demanda (determina o rumo e o carter da inovao); 3) indstrias correlatas e de apoio (a proximidade de fornecedores e de indstrias correlatas aumenta a eficincia no acesso aos insumos, a coordenao de estratgias fica mais fcil, a inovao e o aperfeioamento contnuo so estimulados, ocorre a reduo dos custos de transao); 4) estruturas, estratgias e rivalidade de empresas (quanto maior a rivalidade e competio interna entre as firmas, maior a chance de se gerar grandes players internacionais a partir da base interna de competitividade). Alm dos quatro elementos principais, dois outros Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 26
9. Teoria de Linder
A teoria de Linder tambm conhecida como Teoria dos Gostos dos Consumidores ou Teoria da Sobreposic o da Procura, pois, para Linder, o que determina as vantagens comparativas a demanda dos consumidores (e no a oferta). Ele investigou por que os pases transacionam crescentemente produtos industrializados e viu que a causa estava na maior demanda por produtos diferenciados: a demanda por um produto est relacionada a sua qualidade e ao nvel de renda do pas que o adquire. Isso explicava porque que boa parte do comrcio internacional ocorria entre pases com nveis de desenvolvimento semelhante, ou seja, pases com mesmas dotaes de fatores de produo. Linder observou que pases com mesmas dotaes de fatores e um mesmo nvel de renda possuem estruturas produtivas semelhantes e demandas semelhantes. Com isso, o volume de trocas entre estes pases tende a ser maior. A concluso de que o comrcio de produtos industrializados maior entre pases com nveis de renda semelhantes contrria ao modelo de Heckscher-Ohlin, que prev um maior potencial de comrcio entre pases com diferentes nveis de renda per capita, o que significa diferentes razes capitaltrabalho. Ou seja, o potencial de comrcio de manufaturas maior entre pases com estrutura de demanda similar, ou ainda, com renda per capita similar. Linder traou uma intrnseca relac o entre nvel de renda e qualidade em func o da crescente exigncia dos consumidores. Evidentemente, para que isto fosse verdade, a produc o teria de se processar em escala a empresa deveria considerar o mercado global, intensificando a sua atuac o para um maior nmero de consumidores. Neste sentido, a competic o por Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 27
sofisticados de carros. Havendo demandas semelhantes, a produo semelhante. E se a produo semelhante, haver comrcio intraindstria entre os pases, suprindo o mercado consumidor com bens diferenciados.12
Crticas: Linder afirma que todo pas limitaria sua produo aos bens que estivessem dentro da faixa de qualidade dos produtos consumidos
internamente, porm isso no explica um tipo de comrcio que vem ganhando espao que a produo exclusivamente voltada para exportao, sem bases
12 Da mesma forma, fica difcil imaginar um comrcio intenso entre EUA e Angola, por exemplo, pases que tm estruturas de produo e consumo to diferentes.
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Raymond Vernon (1966) faz uma crtica s teorias neoclssicas do comrcio internacional devido sua nfase exclusiva nos custos relativos dos fatores produtivos e no conceito de vantagens comparativas (estticas) como determinantes dos fluxos internacionais de comrcio, deixando assim de considerar outros elementos, cuja importncia j se mostrava bastante evidente, a saber: as inovaes, as economias de escala e a ignorncia e incerteza decorrentes da informao limitada. Ao enfatizar a importncia desses elementos sobre a definio dos padres de comrcio e de investimento internacionais, a teoria do ciclo do produto desenvolve o argumento de que deciso sobre quando e onde investir na produo de um novo produto influenciada pela evoluo das vantagens comparativas de custos ao longo do ciclo de vida do produto. E ao faz-lo amplia o marco terico da anlise do comrcio e investimento internacionais, na medida em que: i) estabelece um elo entre padro de demanda e padro de inovao; ii) imprime um sentido dinmico noo clssica de vantagens comparativas de custos, evidenciando assim o equvoco de se considerar a condio de vantagem/desvantagem comparativa de custos como sendo funo exclusiva da dotao relativa de fatores, como se estes fossem conceitos intercambiveis. A noo de ciclo de vida do produto a seguinte: surgem novos produtos, estes se desenvolvem, atingem a maturidade, entram em declnio e, eventualmente, desaparecem.
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As fases do ciclo de vida do produto so: I Introduo ou lanamento: na fase inicial do desenvolvimento do produto os investimentos so crescentes. Com a introduo h um perodo lento crescimento das vendas. No h lucros nesse estgio devido aos altos custos da introduo (investimento inicial, propaganda, distribuio). II Crescimento : perodo de rpida aceitao no mercado e de lucros crescente (supondo que o produto foi aceito pelo mercado). Durante esta fase, os lucros aumentam medida que os custos promocionais se diluem sobre o maior volume de vendas. III Maturidade : perodo em que o crescimento das vendas se estabiliza. Nessa fase novos produtos concorrentes j esto se projetando, o que provoca reduo das vendas. Gasta-se muito dinheiro com propaganda para enfrentar a concorrncia. O lucro tambm estabiliza-se at entrar em declnio IV Declnio : perodo em que as vendas e os lucros caem. A queda nas vendas ocorre por diversas razes, incluindo avanos tecnolgicos, mudanas nos gostos dos consumidores, obsolescncia e devido ao aumento da competio tanto domstica quanto pela entrada de concorrentes estrangeiros. Vernon parte desse conceito e o articula a uma teoria do comrcio que aponta para uma noo de vantagens comparativas de carter dinmico e a uma Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 30
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Exportao - Importao Pases em desenvolvimento 0 t0 t1 t2 t3 t4 pas inovador Introduo Maturao Padronizado (1) (2) (3) Estgios de desenvolvimento do produto outros pases desenvolvidos Tempo
A Teoria do Ciclo do Produto baseia-se num conceito dinmico de vantagens comparativas, ao contrrio das teorias neoclssicas que supoem vantagens comparativas estticas. A dinmica se d em torno dos produtos mais sofisticados que so originalmente produzidos em pases desenvolvidos e, posteriormente, passam a ser produzidos nos pases em desenvolvimento em decorrncias dos custos de produo que so mais baixos nestes ltimos. Ento, as vantagens comparativas se deslocam para os pases em
desenvolvimento no estgio em que passam de intensivos em capital para intensivos em trabalho. A teoria explica bem o processo de internacionalizao e decises de investimento das empresas em outros pases. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 32
desenvolvidos, teve o seu poder de anlise progressivamente reduzido medida que se aprofundavam as transformaes tecnolgicas e produtivas nas dcadas de 1970 e 1980; - Alm disso, a teoria no se sustenta mais num mundo globalizado. Com o processo de globalizao da produo, as fases de produo so realizadas em diferentes pases, muitas vezes inclusive em pases em desenvolvimento onde os custos de produo so mais competitivos. No h que se esperar a maturidade do produto para sua internacionalizao.
Johnson (1971) prope a construo, a partir das contribuies de Linder e Vernon, de uma explicao mais geral do comrcio internacional, superando as hipteses simplificadoras do modelo H-O e tentando sintetizar as hipteses tecnolgicas. Na tentativa de dinamizao das vantagens comparativas, a teoria da sntese dinmica inclui novos elementos negligenciados pelas teorias
tradicionais: economias de escala, diferenciaes tecnolgicas, grau de monoplio, desigualdades em termos de dimenso e riqueza dos mercados nacionais, polticas governamentais orientadas para a criao de vantagens especficas (pesquisa, financiamento da inovao, formao em capital humano etc.), diferenciaes culturais e sociais e diferenas de poder entre empresas. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 33
mecanismos de transferncia da produo (imitao da inovao, investimento no estrangeiro, compra de patentes e a disposio livre do conhecimento, que perdem valor comercial). Johnson sugere uma sntese de enfoques fatoriais e tecnolgicos atravs de um conceito ampliado de capital, incluindo no apenas capital humano, mas tambm capital intelectual na forma de conhecimento produtivo. Assim, devese reconhecer tanto a obsolescncia de produtos e processos produtivos como a mobilidade internacional de capital.
EXERCCIOS
1. (ESAF AFRF/2000) A Teoria de Vantagens Absolutas afirma em quais condies determinado produto ou servio poderia ser oferecido com: a) preos de custo inferiores aos do concorrente. b) preos de aquisio inferiores aos do concorrente. c) preo final (CIF) inferiores aos do concorrente. d) custo de oportunidade maior que as do concorrente. e) menor eficincia que os do concorrente.
Comentrios a) A Teoria das Vantagens Absolutas afirma que os pases devem se especializar na produo daquilo em que forem mais eficientes. A forma de se medir essa eficincia pelo custo de produo. Logo, cada pas deve se especializar na produo dos produtos que tenham menor custo de produo, ou seja, menor preos de custo menores que os concorrentes. certo Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 34
comparativa reflete o custo de oportunidade relativa, isto , a relao entre as quantidades de um determinado bem que dois pases precisam deixar de produzir para focar sua produo em outro bem. errado e) Ao contrrio, a base da teoria a maior eficincia na alocao do fator trabalho. errado
______________ 2. (ESAF - MDIC/2002) Sobre a Teoria das Vantagens Comparativas no Comrcio Internacional, correto afirmar o seguinte: a) ao se considerar a eficincia produtiva dos pases A e B, para que o pas A aproveite os ganhos de vantagem comparativa ao produzir um bem ou servio especfico, ele precisa possuir vantagem absoluta na produo do mesmo bem em relao a B. b) no modelo de Ricardo, as condies de demanda interna condicionam os preos internos antes da abertura do mercado, j que tais preos so apenas parcialmente determinados pelo fator trabalho. c) depois da abertura do mercado torna-se interessante para o pas A comprar um bem ou servio do pas B, que o produza a custo menor do que A, visto que A passa a poder empregar sua mo-de-obra na produo de outros bens ou servios, em que tenha alguma vantagem comparativa. d) mesmo sabendo-se os valores dos preos de mo-de-obra e os requisitos de trabalho inerentes produo de um bem especfico em dois pases, no se Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 35
Comentrios Vamos recordar a Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo. Antes de Ricardo, Adam Smith criou a Teoria das Vantagens Absolutas que dizia que os pases deveriam se especializar e exportar bens em que fossem mais eficientes e comprar os bens que no fossem eficientes na produo. Se um pas mais eficiente em tudo no haveria comrcio. J a Teoria das Vantagens Comparativas ou Relativas provou que, mesmo um pas A seja mais eficiente na produo dos dois produtos, ainda assim valeria a pena comercializar com o exterior (B), devendo o pas A este se especializar na produo do bem em que fosse mais eficiente e B se especializar na fabricao daquele em que fosse menos ineficiente. a) pela teoria das vantagens comparativas, o pas A no precisa ter vantagem absoluta na produo dos bens, e o comrcio ocorrer desde que A seja relativamente mais eficiente na produo de outro bem, no do mesmo bem. errado b) na teoria de Ricardo os preos so totalmente influenciados pelo fator trabalho. errado c) Com a abertura comercial, os pases iro se especializar na produo de bens que o produzam a custo menor, empregando os recursos disponveis na produo destes bens e importaro produtos que tenham um custo de produo interna relativamente mais elevado. certo Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 36
quantidade de bens do que em autarquia (economia fechada). A vantagem da abertura comercial a competio e reduo dos custos. errado
_______________ 3. (ESAF AFRF/2000) O conceito de vantagens comparativas refere-se a: a) Conceito de custos onde se relacionam dois produtos (A e B) produzidos por dois pases distintos (1 e 2) comparando-os. Possui vantagem comparativa o pas onde for menor a relao de custos de produo dos produtos (A e B). b) Conceito de vantagens onde estas so baseadas na ideia de produtividade onde se relacionam dois produtos (A e B) produzidos por dois pases distintos (1 e 2) comparando-os em termos de produtividade. Possui maiores vantagens comparativas aquele pas que possuir a menor eficincia relativa na produo de um dos bens. c) Conceito de vantagens baseados na ideia de alternativas de produo, onde se relacionam dois produtos (A e B) produzidos por dois pases distintos (1 e 2) comparando-os ao longo da curva de produo. Possui vantagem
comparativa o pas onde for maior o deslocamento em direo a curva de fronteira de produo (em termos possibilidades tecnolgicas de produo) na produo dos produtos (A e B). d) Conceito de vantagens onde estas so baseadas na ideia de abundncia de fatores de produo, onde se relacionam dois produtos (A e B) produzidos por dois pases distintos (1 Profa. Julia Olzog e 2) comparando-os em termos da referida Pgina 37
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Comentrios a) Vantagens comparativas: os pases se especializam na produo dos bens em que seus custos de produo so relativamente menores. certo b) Conceito de vantagens onde estas so baseadas na ideia de produtividade onde se relacionam dois produtos (A e B) produzidos por dois pases distintos (1 e 2) comparando-os em termos de produtividade: OK/ Possui maiores vantagens comparativas aquele pas que possuir a menor eficincia relativa na produo de um dos bens: errado, possui maior eficincia relativa. errado c) Esse conceito abrange a Teoria das Vantagens Absolutas. Quanto maior a produo, ou seja, quanto maior o deslocamento em direo curva de fronteira de produo, maior a vantagem absoluta. errado d) A teoria que fala da abundncia de fatores de produo a de HeckscherOhlin. errado e) Conceitualmente est certo, mas cronologicamente no. As vantagens comparativas dependem da quantidade que se deixa de produzir de um bem para se produzir um segundo produto, que est ligado ideia de custo de oportunidade. Se o pas 2 produz um bem a um custo relativamente menor do que o pas 1, 1 no vai produzir o bem, vai comprar de 2 e vai empregar sua mo de obra na produo de outros bens ou servios, em que tenha alguma vantagem comparativa. Assim, um pas possuir vantagem comparativa nos bens em que possuam menor custo de oportunidade de produo interna. Mas esse conceito (Teoria de Custos de Oportunidade) somente surgiu em 1933.
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________________ 4. (Cesgranrio BNDES/2011) No modelo de Heckscher-Ohlin de comrcio internacional, as vantagens comparativas, que levam ao comrcio entre dois pases, decorrem de a) economias de escala na produo b) dotaes diferentes dos fatores de produo c) tecnologias de produo diferentes d) diferenas nas taxas de inflao interna dos pases e) desvalorizaes cambiais competitivas
Comentrios a) O modelo H-O supe retornos constantes de escala, ou seja, produo aumenta na mesma proporo que o aumento dos insumos. errado b) Segundo o Teorema Hecksher-Ohlin, os pases se especializam na produo de bens intensivos no fator de produo abundante em seu territrio, ento, o fator que determina a vantagem comparativa de um pas (especializao) a dotao de fatores de produo. Assim, o comrcio internacional ocorre em funo de os pases possurem diferentes dotaes de terra, capital e produtividade da mo de obra. letra b c) as teorias neoclssicas assumem que os pases possuem a mesma tecnologia de produo. errado d) o modelo no faz referncia inflao domstica. errado e) nem s diferenas de cmbio. errado
_____________ 5. (Cesgranrio BNDES/2002) No modelo de Heckscher-Ohlin, a causa mais importante para explicar por que as naes trocam mercadorias entre si (comrcio internacional) a diferena Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 39
Comentrios a) No modelo H-O as tecnologias dos pases so constantes, o que significa que a tecnologia a mesma nos pases, no h diferena de tecnologia. errado b) Esse o pressuposto do modelo, como vimos na questo anterior. certo c) O modelo supe que os consumidores nos diferentes pases tm as mesmas preferncias. errado d) o modelo baseia-se nas condies de oferta. errado e) no faz referncia ao nvel de preos. errado
______________ 6. (ESAF MDIC/2012) Considere as premissas e os objetivos do Modelo Hecksher-Ohlin e assinale a opo correta. a) O modelo permite demonstrar como a oferta relativa de fatores de produo e o emprego dos mesmos em diferentes intensidades na produo explicam os padres de especializao e as possibilidades do comrcio internacional. b) O modelo um complemento do modelo ricardiano por aliar a abundncia dos fatores de produo aos custos do trabalho como fator explicativo dos padres de especializao e dos ganhos do comrcio. c) O modelo preconiza que um pas produzir e exportar aqueles produtos cujos fatores produtivos sejam aproveitados mais eficientemente,
independentemente de sua oferta internamente. d) O modelo ressalta a dotao de recursos como fator determinante dos padres de especializao e de comrcio, considerando de importncia secundria os custos dos fatores e a intensidade relativa de seu emprego na produo como elementos explicativos daqueles padres. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 40
Comentrios a) De acordo com o teorema de H-O, os fatores de produo (capital, trabalho e terra) so empregados em diferentes intensidades na produo. Assim, por exemplo, a especializao dos pases latino-americanos na produo de produtos primrios para a exportao, associada importao de produtos manufaturados, seria a confirmao do teorema de Hecksher-Ohlin, dado que estes pases possuem uma abundante dotao de recursos naturais e de mo de obra de baixa qualificao. certo b) O modelo um complemento do modelo ricardiano/ sim; por aliar a abundncia dos fatores de produo aos custos do trabalho/ no; como fator explicativo dos padres de especializao e dos ganhos do comrcio/ no. O modelo no tratou dos custos do trabalho nem dos ganhos do comrcio, mas sim dos padres de especializao e a abundncia da dotao dos fatores. errado c) Os pases tm vantagens comparativas naqueles bens cuja produo seja relativamente mais eficiente domesticamente. errado d) Os custos dos fatores e a intensidade no emprego de cada fator determinam as vantagens de cada pas nas trocas comerciais. errado e) A teoria no explica a diferenciao de preos dos fatores de produtos no mercado internacional. Trata da abundncia dos fatores como causa da especializao. errado
___________________ 7. (ESAF - AFRFB/2002) De acordo com a moderna teoria do comrcio internacional, segundo o modelo Heckcsher-Ohlin,
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Comentrios a) no importam os preos praticados, e sim quais os fatores abundantes. errado b) Segundo Hecksher-Ohlin, os pases se especializam na produo de bens cujo fator de produo abundante em seu territrio. certo c) o modelo das vantagens absolutas diz que os pases tendero a concentrarse na produo e exportao de bens cujos custos de produo, definidos pela remunerao do fator trabalho, seja menor. errado d) O modelo das vantagens comparativas que estabelece que a
especializao decorre da produtividade da mo-de-obra. errado e) A disponibilidade dos fatores de produo exerce influncia significativa sobre o padro de especializao e, pelo modelo, no h mobilidade dos fatores de produo entre os pases. errado
__________________ 8. (ESAF AFRF/2000) O comrcio internacional depende das diferenas dos custos (ou preos) relativos dos artigos produzidos pelos vrios pases. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 42
Comentrios a) A Dotao Relativa dos Fatores de Produo ou Teoria da Dotao dos Fatores ou Teoria de Teoria de Heckscher-Ohlin refere-se as diferenas entre pases na alocao dos fatores de produo como trabalho, capital e terra. Por exemplo, pases com grandes extenses de terra produziro produtos agrcolas na diviso internacional do trabalho. J os pases com muito capital produziro computadores. Mas a teoria no se preocupa com as condies sociais. errado b, c, d, e) Pela teoria de H-O: os pases tm dotaes distintas de recursos, ou seja, os fatores de produo no se encontram distribudos nas mesmas propores nos diversos pases; um fator relativamente escasso em um pas ter um custo relativo mais elevado; a causa da diferena de custos relativos reside na distribuio desigual de recursos (fatores) de produo, cada produto tem diferentes necessidades de fatores de produo; os fatores de produo so imveis, mas os produtos so mveis. certo
Empiricamente, entretanto, verificou-se o contrrio. Este fato chamado a) efeito preo cruzado. b) distoro das relaes de troca. c) Paradoxo de Giffen. d) Paradoxo de Leontief. e) Reverso de Bhagwati.
Comentrios Um estudo do economista Wassily Leontief, publicado em 1953, colocou em xeque a teoria de Hecksher-Ohlin, ao evidenciar que as exportaes norteamericanas, no ps-Segunda Guerra Mundial, eram menos capital-intensivas do que as importaes, ou seja, a economia mais capital-intensiva do mundo, os EUA, tinha um padro de comrcio que se afastava dos modelos clssico e neoclssico: exportava bens intensivos em trabalho e importava bens intensivos em capital. Essa constatao estatstica foi denominada de paradoxo de Leontief.
_________________ 10. (ESAF - CVM/2010) Em nvel terico, a abordagem tradicional do comrcio internacional, com suporte no teorema de Stolper-Samuelson, referese ao processo de abertura comercial como uma forma de reduzir as disparidades de salrio entre trabalhadores qualificados e no qualificados nos pases em desenvolvimento. Esse argumento tem como pressuposto o fato de a liberalizao comercial: a) diminuir o preo do fator abundante (trabalho no qualificado) nos pases em desenvolvimento. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 44
Comentrios O enunciado da questo faz uma confuso. Como est falando em liberalismo comercial, deveria citar o Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson que o que explica os efeitos da liberalizao comercial sobre a remunerao dos fatores de produo. J o Teorema Stolper-Samuelson explica os efeitos de barreiras comerciais efeitos do protecionismo. O Teorema H-O-S diz que o pas com abundncia em um fator de produo e escassez em outro ir demandar mais fator de produo abundante para atender s exportaes nas quais possui vantagem comparativa. Ao longo do tempo, isso possibilitar aumentar a remunerao do fator abundante. Ento, o livre comrcio provoca o aumento da remunerao do fator de produo abundante e a reduo da remunerao do fator de produo escasso. A questo quer saber o pressuposto da abertura comercial como uma forma de reduzir as disparidades de salrio entre trabalhadores qualificados e no qualificados nos pases em desenvolvimento: a) os pases em desenvolvimento so intensivos em trabalho, ento, pelo teorema, haveria aumento do preo da mo de obra no qualificada. errado b) mo de obra qualificada um fator escasso nos pases em desenvolvimento. Assim, sendo um fator escasso, a abertura comercial aumentar a
remunerao do fator abundante que o trabalho desqualificado e reduzir a remunerao do fator escasso. certo c) d) Termos de troca preo relativo dos bens exportveis em termos dos bens que so importados, ou a quantidade de importaes recebida em troca de uma unidade de exportaes. A questo menciona os efeitos nos salrios. errado Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 45
________________ 11. (Cesgranrio BNDES/2009) Duas economias so precisamente iguais, em termos de dotao de fatores, tecnologia usada, estrutura da demanda interna, de impostos e gastos pblicos (e, portanto, idnticas em preos e custos). A abertura comercial entre as duas e o consequente aumento do mercado disponvel para as empresas, em ambas, a) vai levar ao comrcio internacional se houver rendimentos crescentes de escala em pelo menos um setor produtivo. b) vai levar ao comrcio internacional apenas se houver rendimentos crescentes de escala em todos os setores produtivos. c) no vai levar ao comrcio internacional, pois no h possibilidades de ganhos. d) aumentar a competio entre as empresas e reduzir seus lucros. e) reduzir os salrios reais, pela maior oferta de mo de obra.
Comentrios Ao contrrio das teorias clssicas e neoclssicas, que assume rendimentos constantes de escala, na prtica, muitas indstrias so caracterizadas por possuir rendimentos crescentes de escala. Pode-se argumentar que as economias de escala so um incentivo para os pases se especializarem e comercializarem, mesmo havendo uma grande semelhana de recursos e tecnologia entre eles. Isto porque, os rendimentos crescentes de escala permitem que cada pas concentre sua produo em uma variedade restrita de bens, produzindo-os em escala maior e de modo mais eficiente do que se cada pas buscasse produzir toda a variedade de bens por si mesmo. H, portanto, ganhos adicionais de comrcio, pois a variedade de produtos disponveis em cada pas no comprometida, podendo a economia mundial produzir mais de cada bem. letra a Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 46
Comentrios a) Pela teoria das vantagens comparativas os pases se especializaro na produo de bens que o seu trabalho produz de forma relativamente mais eficiente, independente de terem estruturas produtivas semelhantes ou no. errado b) de fato no explica, mas tambm no sugere porque o comrcio internacional tem sido muito intenso entre os pases industrializados. errado c) esse padro de comrcio explicado pelos modelos de concorrncia imperfeita. errado d) o comrcio entre pases industrializados altamente influenciado pelo comrcio intraindstria. errado e) Como vimos na questo anterior, as economias de escala so um incentivo para que os pases comercializem, mesmo que possuam estruturas produtivas e dotaes similares de fatores de produo. certo
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Comentrios A teoria da concorrncia monopolstica afirma que s haver comrcio gerado por gostos distintos se um Pas no produzir todos os bens. Um pas deve produzir apenas alguns bens para tirar vantagem das economias de escala. Portanto, a teoria da concorrncia monopolstica combina as preferncias dos consumidores e os ganhos de escala decorrentes da especializao de apenas alguns bens e no todos os bens. letra a
_________________ 14. (ESAF MDIC/2012) Analise as assertivas abaixo e, em seguida, assinale a opo correta. a) O aproveitamento de economias de escala em diferentes pases conduz especializao em um nmero restrito de produtos, reduzindo assim a oferta de bens no mercado mundial e as possibilidades de comrcio entre eles. b) Em um modelo de concorrncia imperfeita e em condies monopolsticas, o comrcio internacional restringido pela segmentao dos mercados, escalas de produo limitadas e pequena diversidade de bens disponveis para o intercmbio comercial. c) Mesmo em condies de concorrncia imperfeita, as possibilidades e os ganhos do comrcio resultam de vantagens comparativas relativas tal como definidas no modelo ricardiano e no do aproveitamento de economias de escala pelas indstrias.
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Comentrios a) O aproveitamento de economias de escala em diferentes pases conduz especializao em um nmero restrito de produtos: OK /reduzindo assim a oferta de bens no mercado mundial e as possibilidades de comrcio entre eles: no, se cada pas se especializa num certo nmero de produtos quer dizer que vo empregar seus recursos de forma mais eficiente na produo destes bens, produzindo em maior escala e aumentando a oferta mundial do bem. errado b) A concorrncia monopolstica combina o livre comrcio com caractersticas de monoplio decorrente da diferenciao decorrente dos gostos dos
consumidores. No mercado mundial, a segmentao e especializao promove o aumento da diversidade dos bens, produo em escala e comrcio intraindstria. errado c) o modelo das vantagens comparativas baseado na concorrncia perfeita. O que explica o comrcio em mercados de concorrncia imperfeita so os ganhos de escala. errado d) As economias de escala, a diferenciao da oferta e a concorrncia imperfeita esto na origem dos fluxos de bens e servios entre economias homogneas em termos de desenvolvimento, produtividade e preferncia dos consumidores e ajudam a explicar o comrcio intraindstria, que o comrcio produtos de manufatura complexa e diferenciados. certo e) os ganhos crescentes de escala levam diminuio dos preos e (no a sua elevao) com impactos positivos no comrcio internacional. errado Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 49
disparidades de renda entre os mais ricos e os mais pobres. d) a abertura do mercado ocasiona a reduo do preo relativo do fator trabalho em uma economia em que este fator seja abundante e aumenta o seu preo na economia em que o fator capital seja relativamente abundante. e) a abertura do mercado ocasiona a reduo do preo relativo do fator trabalho tanto em uma economia em que este fator seja abundante quanto na economia em que o fator capital seja relativamente abundante.
Comentrios A questo pede a relao entre comrcio internacional e preos dos fatores de produo, com implicaes para a distribuio de renda. A teoria que faz essa anlise o Teorema Hecksher-Ohlin-Samuelson. Segundo esse teorema, o livre comrcio gera o aumento da remunerao do fator de produo abundante e a reduo da remunerao do fator de produo escasso. Isso ajuda a explicar os efeitos da distribuio de renda entre os pases, pois os proprietrios do fator de produo abundante saem ganhando com o aumento Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 50
______________ 16. (ESAF AFRF/2000) A Teoria do Ciclo de Vida do Produto foi criada por R. Vernon. Os enunciados citados abaixo so pressupostos da Teoria, exceto: a) As inovac es surgidas nos pases desenvolvidos do a estes situac o de monoplio provisoriamente na produc o de um certo bem. b) A Teoria procura explicar o comrcio internacional a partir do progresso tecnolgico. c) Novos Produtos e Processos Produtivos tendem a surgir nos pases ricos devido demanda por produtos sofisticados, pela existe ncia de capacidade empresarial e mo-de-obra especializada para trabalhar em Pesquisa e Desenvolvimento. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 51
Comentrios A Teoria do Ciclo de Vida do Produto de Raymond Vernon explica como se da a internacionalizac o da produc o. Segundo ele, os produtos mais
sofisticados (intensivos em capital) surgem nos pases avanados devido ao fato de na fase de desenvolvimento de um novo produto haver maior necessidade de investimentos em P&D, tecnologia e capital, fatores
abundantes nesses pases. A hiptese assumida pelo modelo e de que os novos produtos em questo se destinam a mercados consumidores de alta renda. Apos a introduo e padronizao da produo do novo produto, a produc o seria deslocada para os pases em desenvolvimento, para
aproveitar os custos mais reduzidos e aumentar a escala de produo. Nessa fase, esses produtos deixariam de ser intensivos em capital e passam a ser intensivos em trabalho, fator abundante nos pases em desenvolvimento. Assim, a vantagem comparativa se deslocaria, nesse segundo momento, dos pases desenvolvidos para os pases em desenvolvimento. A produc o , portanto, internacionalizada, o que explica o surgimento das multinacionais. a) O modelo de Vernon afirma ainda que na fase inicial do desenvolvimento do novo produto a concorrncia assume duas caractersticas principais: o nmero de produtores ser relativamente pouco expressivo, ao passo que ser observado um elevado o grau de diferenciao de produto entre eles. A primeira dessas caractersticas se deriva do carter assimtrico da dinmica inovativa, remetendo, pois, natureza seletiva e cumulativa desse processo, sendo tambm uma indicao clara da presena de elementos de monoplio na concorrncia. certo b) O progresso tecnolgico possibilita o surgimento de novos bens sofisticados para atender aos consumidores de maior renda, o que impulsiona o comrcio internacional. certo Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 52
___________ 17. (ESAF - AFTN/1998) As chamadas Novas Teorias do Comrcio Internacional incluem diversos elementos no devidamente incorporados pelas teorias anteriores. Entre tais elementos, destacam-se: a) tecnologia e produtividade b) preos, tecnologia e demanda/oferta c) abundncia dos fatores de produo e termos de troca d) preos e termos de troca e) economias de escala, diferenciao de produtos
Comentrios As novas teorias relacionam os seguintes elementos como relevantes existncia do comrcio: - Ganhos de Escala - Diversidade dos Gostos dos Consumidores Existncia de produtos diferenciados que geram gostos distintos - Concorrncia Monopolstica ganhos de escala + produtos diferenciados - Comrcio intraindstria comrcio entre mesmos setores econmicos de pases diferentes. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 53
a) A teoria que trata da tecnologia e produtividade a teoria clssica das vantagens comparativas: os pases exportaro e se especializaro na produo dos bens cujo custo for comparativamente menor em relao aos demais pases. a partir de diferenas tecnolgicas relativas, as quais se manifestam em produtividades do trabalho ou coeficientes de produo diferentes, que existem trocas internacionais. errado b) Est relacionado aos pensamento de Adam Smith e sua teoria das Vantagens Absolutas que acreditava que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), atravs do ajuste de preos ("mo invisvel"). errado c) A teoria que trata da abundncia dos fatores de produo a teoria neoclssica da dotao dos fatores ou H-O. errado d) preos e termos de trocas o argumento do modelo de substituio de importaes. errado e) A teoria moderna da concorrncia monopolstica aborda os conceitos de economias de escala e diferenciao de produtos. certo
______________ 18. (ESAF - AFRF/2000) A Teoria da Concorrncia Monopolstica no tem o seguinte pressuposto: a) Se h comrcio intraindstria, um pas pode produzir todos os bens. b) Existncia de diferenciao de produtos. c) Existncia de economias de escala. d) Existncia de importante comrcio intraindstria. e) Existncia de um grande nmero de firmas produzindo bens diferenciados.
Comentrios
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_____________ A internacionalizao crescente do espao econmico faz que o estudo da teoria do comrcio internacional, incluindo os aspectos macro e
microeconmicos das economias abertas, seja fundamental para uma insero adequada no cenrio mundial. Acerca desse assunto, julgue os itens.
19. (CESPE- MDIC/2008) De acordo com o modelo ricardiano, as vantagens comparativas, baseadas em diferenas nos custos de produo, na demanda e na presena de economias de escala, justificam a existncia do livre comrcio entre pases e se traduzem em ganhos adicionais para consumidores e produtores domsticos.
Comentrios Na teoria das Vantagens Comparativas de Ricardo os pases se especializam na produo dos bens em que seus custos de produo so relativamente menores. Economias de escala e diferenas entre as demandas pelos produtos no foram consideradas no modelo. errada.
___________ 20. (CESPE MDIC/2008) No modelo de Heckscher-Ohlin, a ideia de que o comrcio internacional promove a convergncia e at a equalizao dos salrios entre pases no se sustenta caso essas economias utilizem
tecnologias distintas.
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_____________ 21. (CESPE MDIC/2008) A hiptese de Linder de que o volume de comrcio maior entre pases ricos e semelhantes do que entre pases com nveis de rendimento per capita distintos decorre, em parte, da existncia de economias de escala e dos padres diferenciados de demanda que prevalecem nesses dois grupos de pases.
Comentrios Linder justifica a comrcio intraindstria afirmando que quanto mais parecida a estrutura de demanda (gosto dos consumidores) dos pases maior o fluxo comercial entre eles. O autor procurou enfatizar o lado da demanda a fim de explicar o padro de comrcio intraindustrial: quanto mais parecida for a demanda dos pases (ou seja, quanto mais prximo o nvel de
desenvolvimento dos pases), maior o comrcio entre esses pases, pois eles tendero a produzir bens que mais facilmente atendem demanda de potenciais importadores. Assim, os produtos a serem exportados so
preferencialmente aqueles j produzidos para atender ao prprio mercado domstico, j que os parceiros comerciais tm estruturas de demanda relativamente parecidas. A concorrncia entre pases, neste contexto, exercida com base em um processo de diferenciao de produto. certo
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Comentrios A partir dos anos 1970 os modelos de comrcio foram incorporando avanos da teoria da organizao industrial e das novas teorias de crescimento econmico. Nos dois casos trabalha-se com estruturas de mercado em concorrncia imperfeita (concorrncia monopolstica ou oligoplio) onde h retornos crescentes de escala, externalidades, diferenciao de produtos, tecnologia como um bem proprietrio, efeitos dinmicos de aprendizagem (learning by doing, learning by using, etc.), que criam espao para a justificativa de polticas comerciais estratgicas. Paul Krugman, um dos mais renomados estudiosos de economia internacional, afirma que possvel a existncia de comrcio entre pases com mesma estrutura de produo devido a existncia de comrcio intraindstria e economias de escala. As economias de escala implicam reduo dos custos mdios medida que a produo aumenta. O processo de learning-by-doing implica, similarmente, que os custos unitrios de produo reduzem-se medida que a produo se acumula ao longo do tempo. O learning by doing, um conceito econmico ligado especializao, que se refere capacidade dos trabalhadores aumentarem sua produtividade ao repetirem regularmente um mesmo tipo de atividade que leva a ganhos de escala. certo
_______________ 23. (CESPE ACE/2008) A idia de que, nos pases avanados, o comrcio internacional prioriza inovaes tecnolgicas fortemente baseadas em trabalho qualificado para dificultar a imitao tecnolgica pelos pases menos
desenvolvidos consistente com a hiptese de complementaridade entre o capital humano e as novas tecnologias, que resulta no aumento das desigualdades salariais nesses grupos de pases. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 57
________________ 24. (ESAF - AFRF/2000) A transnacionalizao um fenmeno distinto que, sutilmente, relega a internacionalizao comercial quase a um segundo plano. Este fenmeno comeou a ser percebido a meados dos anos sessenta, quando o valor da produo das subsidirias dos grandes conglomerados industriais no estrangeiro comeou a superar o valor do comrcio internacional. O auge da inverso estrangeira direta, que alentou a instalao destas sucursais, deveuse a mltiplos fatores: a reconstruo e recuperao de um mundo destrudo pela guerra, o descobrimento da possibilidade de dividir o ciclo produtivo de maneira muito mais fina do que no passado e a compreenso de que era possvel ter acesso s vantagens comparativas (relativas) peculiares que ofereciam os diversos pases e regies do mundo. O grande mrito de um economista foi mostrar que o comrcio tambm seria proveitoso para dois pases, mesmo que um deles tivesse vantagem absoluta sobre o outro na produo de todas as mercadorias; mas sua vantagem seria maior em alguns produtos do que em outros. O economista em questo foi: a) Adam Smith b) Stephen Kanitz c) Keneth Galbraith d) Karl Max Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 58
Comentrios A palavras chave comparativa, relativa e a declarao final de que o grande mrito de um economista foi mostrar que o comrcio tambm seria proveitoso para dois pases, mesmo que um deles tivesse vantagem absoluta sobre o outro na produo de todas as mercadorias; mas sua vantagem seria maior em alguns produtos do que em outros, indicam que o economista em questo David Ricardo. letra e
______________ 25. (ESAF-Aduana/1998) Tradicionalmente os pases latino-americanos mantiveram economias fechadas, fundamentalmente primrio-exportadoras, com uma indstria incipiente e protegida; governos grandes, nacionalistas e pouco eficientes; setores privados excessivamente tmidos e quase
inexistentes, sociedades simples, mas tremendamente dicotmicas; mercados de trabalho fortemente concentrados, e uma cultura paroquial que, de acordo com um ditado mexicano, vivia agarrada ao passado. Os primeiros passos de sua insero no processo de globalizao lhes deram acesso aos mercados comerciais, tecnolgicos e financeiros internacionais e, o que mais importante, aos mercados do conhecimento e das ideias, que favoreceu o fortalecimento de suas vinculaes polticas com o resto do mundo,
permitindo-lhes constituir esquemas de integrao competitivos, abertos e extrovertidos, proporcionando a diversificao de sua estrutura social e ocupacional, exercendo presso para a melhoria de seus sistemas educativos, estabelecendo desafios, cujas respostas esto surpreendentemente atrasadas, do ponto de vista da modernizao de seus sistemas polticos e do Estado. J vimos que o comrcio internacional depende das diferenas dos custos (ou preos) relativos dos artigos produzidos pelos vrios pases. Por que os pases apresentam uma estrutura de custo diferenciado?
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Comentrios Ento, pessoal para finalizar, cabe aqui um ultimo comentrio sobre as diferenas nas estrutura de custo dos pases que tenta explicar as diferenas de preos no comrcio internacional. Em 1919, o economista sueco Eli Heckscher publicou o artigo Os Efeitos do Comrcio Exterior sobre a Distribuio da Renda. O artigo de Heckscher passou vrios anos sem ser analisado e discutido at que, o tambm economista sueco Bertil Ohlin analisou-o e publicou, em 1933, o livro Comrcio Inter-Regional e
Internacional, onde elenca os pressupostos da Teoria Neoclssica do Comrcio Internacional. Na sua obra, Bertil Ohlin apresentou uma teoria regional da localizao mais prxima da realidade, sem a restrio da suposio de concorrncia perfeita, e sua definio de regio inclua diferentes economias internacionais e seus exemplos incluam tambm economias com diferentes moedas. No entanto, sua anlise relevante tambm para explicar
movimentos de fatores e comrcio entre regies nacionais, uma vez que assume um alto grau de mobilidade dos fatores e considera os mercados das principais regies como efetivamente integrados de forma mais ampla, apesar das variaes locais de mercado. Assim, introduz imperfeies, indivisibilidades e frices nos padres inter-regionais de demanda e oferta, incluindo os custos de transportes como fator que refora as imperfeies e frices do comrcio Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 60
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Errado
20 Certo
21 Certo
22 Certo
23 Certo
24 E
25 B
At a prxima aula!
Referncias Bibliogrficas
- Abrantes, Jos. Ciclo de vida de um produto: consideraes mercadolgicas, da produco e de conservao do meio ambiente. Centro Universitrio Augusto Motta. - Arajo, Bruno Csar Pino Oliveira. Potencial Exportador das Firmas Industriais Brasileiras. Mestrado Em Economia do Setor Pblico. Universidade de Braslia. Profa. Julia Olzog www.pontodosconcursos.com.br Pgina 61
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