César Francisco - Refutando o Preterismo Completo
César Francisco - Refutando o Preterismo Completo
César Francisco - Refutando o Preterismo Completo
ltima Chamada
Edio Especial n 010
Refutando o
Preterismo Completo
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- Revista Crist ltima Chamada Edio Especial N 010 Editor: Csar Francisco Raymundo Peridico Revista Crist ltima Chamada, publicada com a devida autorizao e com todos os direitos reservados no Escritrio de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro sob n 236.908. E-mail: [email protected] Site: www.revistacrista.org Foto Capa: Coliseu Romano. proibida a distribuio deste material para fins comerciais. permitida a reproduo desde que seja distribudo gratuitamente. Outubro/Novembro de 2012 Porto Belo Santa Catarina
ndice
Apresentao..............................................................................................5 Introduo...................................................................................................7 Captulo 1 - A Explicao de Paulo Sobre o Arrebatamento Contradiz Explicitamente o Preterismo Completo...................................................11
? Descrio de Paulo Sobre a Segunda Vinda..............................................17 ? Uma Real Ressurreio Corporal dos Crentes que Morreram....................21 ? Uma Experincia Espiritual Subjetiva Versus um Evento Objetivo.............21 ? No Ar.........................................................................................................22 ? A Natureza do Encontro.............................................................................23 ? Conforto Um Outro
Captulo 3 - A Evidncia do Antigo Testamento Sobre Uma Ressurreio Corporal.....................................................................................................57 ? Passagens do Antigo Testamento Sobre a Ressurreio do Corpo............58 ? J 19:25-27...............................................................................................58 ? Daniel 12:1-2.............................................................................................60 ? Salmo 17:15..............................................................................................65 ? Salmo 16:9-11...........................................................................................67 ? Isaas 25:8.................................................................................................68 ? Isaas 26:19...............................................................................................70 Captulo 4 - A Evidncia do Novo Testamento Sobre Uma Ressurreio Corporal.....................................................................................................71 ? A Ressurreio de Cristo o Padro..........................................................71 ? A Veracidade de uma Ressurreio Literal, Corporal e Histrica de Cristo...........................................................................................................72 ? A Natureza da Ressurreio do Corpo de Cristo.........................................72 ? Passagens da Escritura que so Negadas.................................................72 ? O Assunto Ressurreio Leitinho de Criana...........................................74 ? Mateus 10:28.............................................................................................75 ? Mateus 22:23-32.......................................................................................76 ? Lucas 14:12-14..........................................................................................78 ? Joo 5:28-29.............................................................................................79 ? Joo 6:39...................................................................................................81 ? Atos 17:31-32............................................................................................81 ? Declarao de Paulo de Solidariedade com os Judeus..............................83 ? Digresso sobre Indicadores Tempo..........................................................86 ? Romanos 8:10-11......................................................................................88 ? Romanos 8:22-23......................................................................................92 ? 1 Corntios 15 (por Brian Schwertley)........................................................94 ? Refutao de Paulo Contra a Posio de Uma "No Ressurreio Fsica".........................................................................................................96 ? Discusso de Paulo Sobre a Natureza do Corpo na Ressurreio............103 ? Filipenses 3:20, 21 (Por Brian Schwertley)...............................................106 Concluso................................................................................................109 Bibliografia..............................................................................................110 Obras Importantes para Pesquisa..........................................................112
Apresentao
com muita satisfao que disponibilizo esta obra sobre to importante assunto que a heresia do momento: o preterismo completo. Foi com muito esforo e dedicao que preparei este e-book. No foi fcil, mas creio que o leitor ser recompensado e aprender muito. Quando decidi escrever este e-book, tive duas opes a seguir. A primeira delas, era o de traduzir o excelente texto de Brian Schwertley em que refuta o preterismo completo. Tal trabalho daria pelo menos duzentas e trinta pginas em formato de livro. A Segunda opo era fazer um resumo desse texto de Brian Schwertley. Assim, optei pelo resumo devido ao fato desta obra j estar muito atrasada e tambm pelo constante crescimento do preterismo completo atravs da internet. Enquanto muitos pastores reformados esto dormindo, os preteristas completos j esto se organizando, produzindo literaturas atravs de sites e at mesmo neste ano foi feito um congresso sobre o assunto no nordeste do pas. preciso que acordemos deste sono, pois a doutrina do preterismo completo a mesma de Himineu e Fileto. O Apstolo Paulo alerta em 2 Timteo 2.17-18 acerca desses dois falsos mestres na igreja em feso. Estes dois herticos, Himeneu e Fileto, ensinavam que o grande evento escatolgico da ressurreio dos mortos j tinha acontecido. Ao fazer isto eles perverteram a f de alguns na igreja (v. 18). O apstolo Paulo avisa a Timteo que essa heresia, corri como um cncer ou canker (v. 17). Segundo um site reformado, a
palavra canker significa gangrena. O aviso claro. A heresia alastra-se. Alastra-se como uma gangrena, a morte de tecidos mortos resultando em carne negra, putrefacta e mal-cheirosa. A gangrena sem tratamento espalha-se ao longo do membro afectado e leva morte do corpo. Normalmente o nico remdio o amputar da rea morta.* Portanto, antes que a coisa se torne pior e essa gangrena se alastre mais ainda pervertendo a f das pessoas, resolvi escrever e traduzir muitas das partes desta obra. Desde o primeiro captulo at o ltimo, o leitor ter um resumo do j referido artigo de Brian Schwertley, sempre acompanhado de perto a sequncia exata de seu texto com pequenas adaptaes. Que fique claro que toda vez (com algumas excees) que refiro-me ao escritor Brian Schwertley, mesmo sem a numerao de referncia, o leitor poder encontr-la no nmero 1 da seo Bibliografia no final deste e-book.
Boa leitura!
Csar Francisco Raymundo Editor da Revista Crist ltima Chamada www.revistacrista.org [email protected]
______________________ Notas:
* Site: www.cprf.co.uk/languages/portuguese_preterism.htm Infelizmente este site vai contra o preterismo parcial, cujo o ensino, acompanha a igreja desde os seus primrdios.
Introduo
doutrina da escatologia geral ou a doutrina das ltimas coisas importante para a f crist e deve ser um tema de estudo para todo crente. Essa doutrina fundamental, pois nos diz como a vitria completa do Salvador atravs da cruz e do tmulo vazio resultar em um triunfo final no futuro. Ela nos diz como o conselho de Deus no final perfeitamente realizado, que o Filho ser publica e universalmente glorificado, e Sua perfeita salvao ser para a concluso da histria. No ltimo dia, Cristo ser coroado com a vitria completa e todo o seu povo ser totalmente redimido e glorificado em corpo e alma. A escatologia nos diz onde a doutrina da salvao (no sentido amplo do termo), em ltima anlise, nos leva. A hora est chegando, quando Jesus Cristo retornar literal e corporalmente a esta terra. Haver uma literal, geral e corporal ressurreio dos mortos de todas as pessoas que j viveram neste mundo. Todo mundo vai estar diante do grande trono branco e ser julgado pelo Rei Messinico todopoderoso. Todos aqueles que rejeitaram a Cristo sero lanados no lago de fogo e tormento para sempre. Os crentes, no entanto, vo desfrutar da presena de Cristo e contemplar a face de Deus em seus corpos ressuscitados e glorificados. A morte, sofrimento, doena, angstia, lgrimas e tristezas sero banidas para sempre desta terra e o povo de Deus nunca mais ter que lutar contra o pecado. Deus conseguiu uma perfeita redeno por meio de Cristo e no vai deixar nada incompleto quando o Salvador retornar corporalmente a esta terra.
Esta concepo, padro e ortodoxa do fim do mundo (que em sua forma bsica tem sido ensinada por todos os ramos do cristianismo desde o incio da era ps-apostlica da igreja) est sob ataque nos ltimos 30 anos, com a disseminao de uma nova heresia (que surgiu na segunda metade do sculo XIX) chamada pelos ortodoxos de preterismo completo, preterismo consistente, hiper-preterismo e pantelismo (que no grego significa, tudo est concludo). Aqueles que tm esta viso simplesmente se referem a si mesmos como preteristas. Conseqentemente, os crentes ortodoxos distanciaram-se desse ensinamento perigoso, chamando a si mesmos de preteristas parciais. Os preteristas parciais crem que Jesus veio em julgamento contra Jerusalm no ano 66-70 d.C. e continua a vir em julgamento na histria, mas que o grande complexo de eventos que cercam a Segunda Vinda corporal de Cristo, obviamente, ainda no ocorreu. Veremos a seguir, alguns dos ensinamentos peculiares do preterismo completo: A segunda vinda de Cristo j aconteceu incluindo o arrebatamento, a ressurreio geral dos mortos e o juzo final, os cus e a terra velhos passaram completamente, e os novos cus e terra j esto presentes. A Grande Comisso j foi completamente cumprida (Mt 28:18-20). O Noivo voltou para a Sua Igreja. Tanto a morte e o inferno (ou Hades) foram lanados no lago de fogo (Apocalipse 20:13-14). Ao estudarmos os eventos relacionados com a Segunda Vinda Corporal de Cristo, veremos que as teses centrais do preterismo completo so descaradamente anti-bblicas e completamente absurdas. Os preteristas completos, como todos os hereges, encontram formas inteligentes de torcer, deturpar e interpretar mal passagens das Escrituras, a fim de for-las a atender suas pressuposies no-bblicas. Uma vez que eles acreditam que tudo o que compe o complexo de eventos relacionados com a Segunda Vinda de Cristo j ocorreram, eles redefiniram a natureza da Segunda Vinda em si, a ressurreio do corpo, o arrebatamento dos santos, o julgamento final e a natureza do estado final. Estas so doutrinas cruciais e no questes secundrias sobre a quais os cristos professos podem concordar ou discordar. Por esta razo, os pastores ortodoxos e os crentes em geral no devem estender a mo de companheirismo para esses hereges at que se arrependam e parem de perverter uma parte importante da obra de Cristo.
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Tenha tambm em mente que os preteristas completos no podem assinar nem confessar nenhum dos credos ecumnicos ou smbolos protestantes [se Luterana, Episcopal, Reformada ou Batista] sobre a Segunda Vinda de Cristo. Ao examinarmos o preterismo completo, precisamos ter algumas coisas em mente. Primeiro, embora as crenas gerais sobre a Segunda Vinda so basicamente ensinada por todos os preteristas completos, h uma diversidade de doutrinas individuais (por exemplo, a ressurreio, o arrebatamento, o julgamento e assim por diante) na interpretao das passagens-chave. O movimento relativamente jovem e ainda est em fluxo. Quando analisamos o preterismo completo de acordo com as Escrituras, vemos que h uma srie de abordagens diferentes do mesmo. um pouco trgico e triste ver homens (alguns dos quais tm doutorado e escrevem de forma erudita) lutando para interpretar e harmonizar com seu modelo bblico, passagens que claramente contradizem e desmentem o seu sistema. Isto uma lio interessante sobre como criativa e inteligente a mente humana pode ser quando se apia uma idia antibblica. Alm disso, tenha em mente que na internet h vrios escritores amadores e descuidados que so preteristas completos, enquanto h outros que so excepcionalmente brilhantes, inteligentes e cautelosos. Ambos os grupos, no entanto, so igualmente herticos e anti-bblicos. Na verdade, os mais cuidadosos (escritores acadmicos) so os mais perigosos porque seu uso inteligente de estudos de palavras gregas faz com que o preterismo completo parea ser mais plausvel. Em segundo lugar, praticamente todos os preteristas completos vivem suas vidas de maneira inconsistente com sua teologia da Segunda Vinda. A maioria ainda acredita no casamento e na famlia. Eles ainda crem que devemos pregar para os perdidos, no testemunho pessoal, na participao dos sacramentos e da Igreja institucional, embora sobre sua teoria falsa (caso fosse verdade) poderia se dizer que essas coisas que j no existem ou no so mais necessrias. Por exemplo, se a Grande Comisso1 j foi cumprida, ento no haveria necessidade de misses ou missionrios. Se entramos no descanso eterno e celestial de Deus, ento o sbado cristo no primeiro dia da semana tambm no mais necessrio. Alguns preteristas completos tentam contornar essas flagrantes inconsistncias ensinando que a concluso de todas as coisas ainda tem uma aplicao permanente ao longo da histria. Esta uma fuga e uma grande inconsistncia de todo o sistema.
Em terceiro lugar, mais uma vez, importante poder distinguir entre preteristas parciais (que so cristos ortodoxos) e preteristas completos (que so hereges) que deveriam ser excomungados se eles no se arrependerem. Todos os cristos so preteristas parciais em algum grau, na medida em que reconhecem que algumas profecias do Novo Testamento j ocorreram. Hoje as pessoas que crem no preterismo parcial geralmente ensinam que Mateus 24, pelo menos at o versculo 34, foi cumprido quando Jesus veio em julgamento contra Jerusalm destruindo o Templo no ano 66-70 d.C. Alm disso, muitas partes do Apocalipse so vistos como j cumpridas. Alguns autores populares e modernos do preterismo parcial so Milton Terry, RC Sproul, Greg Bahnsen, Ken Gentry Jr. e Gary Demar. Embora haja uma srie de diferenas entre os preteristas parciais sobre certas passagens e, especialmente, como abordar o livro do Apocalipse, todos os escritores do preterismo parcial tm o cuidado de fazer uma clara distino entre o julgamento de nosso Senhor contra Israel e da final e Corporal Vinda de Cristo. Assim, mantida a interpretao ortodoxa da Segunda Vinda de Cristo, do Arrebatamento, da Ressurreio e do Julgamento Final. Nosso mtodo de refutar o preterismo completo ser basicamente prtico. Vamos olhar para vrias passagens que discutem os eventos associados a Segunda Vinda e dar em seguida uma exposio do ensinamento. Este mtodo por si s ir refutar o preterismo completo. Mas para fortalecer o ensinamento bblico e lgico contra essa heresia, iremos interagir com alguns dos seus argumentos mais comuns que tentam contornar o sentido claro das Escrituras.
Brian Schwertley 2
______________________ Notas:
1. A Grande Comisso, na tradio crist, a instruo dada pelo Jesus ressuscitado aos seus discpulos para que eles espalhassem seus ensinamentos para todas as naes do mundo. Mateus 28.19, 20: Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias at consumao do sculo.
2. Artigo: Full Preterism Refuted, Part 1: The Rapture. Escrito por Brian Schwertley Site: www.reformedonline.com Acessado em 20/10/2012
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Captulo 1
No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para no vos entristecerdes como os demais, que no tm esperana. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: ns, os vivos, os que ficarmos at vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro; depois, ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. 1 Tessalonicenses 4.13-18 Aqui est um texto que contradiz explicitamente o preterismo completo. Os preteristas completos interpretam esta passagem espiritualizando-a. At o versculo 12, o apstolo Paulo fala da necessidade dos crentes tessalnicos viverem uma vida santa. A partir do versculo 13 ele muda abruptamente de assunto passando a falar da preocupao que os Tessalonicenses tinham manifestado a respeito de qual situao os crentes mortos estariam na Vinda de Cristo. Pelo que parece, os tessalonicenses haviam adotado a idia de que quem morria antes da vinda de Cristo, tal pessoa estaria em desvantagem em relao aos que estivessem vivos. claro que a respeito dessa dvida no h nada claro aqui. Talvez eles estavam preocupados que os crentes mortos no
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participariam da Segunda Vinda em si. Esta preocupao est implcita na discusso de Paulo sobre a Vinda. Existe a possibilidade de que alguns dentro da igreja foram influenciados pela literatura apocalptica judaica, que ensinava que as pessoas que estavam vivas na consumao seriam levadas para o cu, enquanto que as pessoas que tinham morrido teriam uma existncia separada na terra. O fato , que no podemos de maneira alguma espiritualizar essa passagem negando assim tanto o arrebatamento como a ressurreio corporal dos santos. Os preteristas completos ensinam que a ressurreio foi a libertao dos crentes que estavam presos no reino hadeano, ou seja, segundo eles quem morria antes da morte e ressurreio de Cristo, ia para um lugar chamado Hades ou Seio de Abrao. Como a morte de Cristo ainda no havia sido completada os crentes iam para esse lugar aps a morte. Segundo a crena do preterismo completo, a ressurreio seria a libertao das almas que estavam no Hades. Para que esses ensinamentos se encaixem em seu sistema hertico, necessrio que os preteristas completos espiritualizem a passagem de 1 Tessalonicenses. Mas, como veremos agora, a prpria passagem mostra que ela no pode ser espiritualizada. Veja o versculo 13 novamente: No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para no vos entristecerdes como os demais, que no tm esperana. Paulo fala aqui da tristeza dos tessalonicenses pelo os que haviam morrido. Estes crentes mortos cujos corpos estavam enterrados nas sepulturas haviam morrido literalmente. Segundo Brian Schwertley1 a expresso os que dormem refere-se aos cristos que morreram fisicamente. O verbo koimaomai ocorre 18 vezes no Novo Testamento em quatro casos (Mateus 28:13, Lucas 22:45, Joo 11:12, Atos 12:16). usado no sentido literal de estar dormindo. Mas em todos os outros casos, usado metaforicamente e eufemisticamente por estar morto. O apstolo estava discutindo o que vai acontecer com os crentes que morreram fisicamente e, em seguida, foram colocados em um tmulo ou sepultura. Esta interpretao apoiada pelo versculo 16, onde Paulo diz que os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro.
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Portanto aqui no trata-se de uma tristeza por quem foi para o Hades. Alis, Paulo contrasta e diz que os crentes tessalnicos no devem se entristecer como os demais, que no tm esperana. Ora, como os demais, ou seja, os pagos daquela poca se entristeciam e por qu? Segundo Brian Schwertley os gregos pagos tinham um conceito de morte que no lhes dava nenhuma esperana para o futuro. Eles no acreditavam na felicidade do cu para os remidos e rejeitavam enfaticamente o conceito bblico da ressurreio de nossos corpos fsicos. Eles acreditavam que, quando uma pessoa morria, sua alma saa pela boca ou atravs de uma ferida aberta. A alma, ento, vivia em um submundo sombrio chamado Hades. O reino dos mortos era um lugar de trevas e uma grave descida do reino dos vivos, assim os mortos tinham uma existncia muito deprimente. Por isso, os gregos s poderiam se aproximar da morte com medo e pavor. O apstolo Paulo sabia do terrvel futuro que aguardava todos aqueles que morreram sem Cristo, que suas almas seriam imediatamente lanadas no inferno (Lc .16:23). Alm disso, eles sofrero angstias ainda maiores depois que seus corpos forem ressuscitados, pois sero julgados por Cristo (Ap 20:12;. Mt 25:31-46) e, em seguida, corpo e alma sero lanados para dentro do lago de fogo (Ap 20:14-15;. cf Rom,01:18-20; 1 Tes. 01:10, 5:9). O prximo julgamento de Deus s pode produzir angstia, terror e desespero entre aqueles que no acreditam e obedecem ao Salvador. Portanto Brian Schwertley acertou quando disse que o fato de que Paulo est discutindo a respeito de crentes que esto mortos fisicamente e enterrados, apresenta dificuldades insuperveis para os preteristas completos, que tentam espiritualizar essa passagem ou faz-la se referir a algo que acontece no interior das pessoas que esto vivas. Alm disso, no pode se referir a uma transferncia das almas dos crentes que esto presos no Hades para estarem com Jesus no cu porque a Escritura inequivocamente ensina que as almas dos crentes vo para ficar com nosso Senhor no momento em que morrem. Veremos que apenas uma real, literal, ressurreio corporal dos crentes falecidos faz justia a essa passagem.
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A partir do versculo 14, Paulo diz: Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem. Observe, para o apstolo Paulo, toda a discusso a respeito da salvao e ressurreio dos santos tem como ponto de partida a morte e ressurreio de Cristo. A morte e ressurreio corporal de Cristo que foram eventos literais so o ponto de partida. Note, que Jesus trar em sua companhia, os que dormem. Sendo assim, os que morreram antes da segunda vinda de Cristo j esto com Cristo, mesmo antes da ressurreio corporal. A morte e a ressurreio de Cristo a garantia da ressurreio futura de todos ns que estamos em Cristo. Preste ateno que Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia ao invs de simplesmente dizer Deus vai levant-los. O preterista completo que tenta espiritualizar essa passagem de Tessalonicenses ao dizer que a ressurreio espiritual, na verdade ignora o contexto mais amplo da Escritura sobre os efeitos do trabalho de Jesus nos eleitos. A unio que temos com Cristo em Sua morte e ressurreio o fundamento da nossa regenerao e santificao (Ef 2:5-6, Colossenses 2:1314; Rom. 6:3-11), bem como a ressurreio de nossos corpos fsicos (1 Ts. 04:14, Rm. 08:11, 1 Corntios. 15:20-23). Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: ns, os vivos, os que ficarmos at vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. (versculo 15 o grifo meu) Este versculo usado pelos preteristas completos para afirmar que Paulo cria que o arrebatamento e a ressurreio espiritual aconteceriam em seus dias ou nos dias de vida de seus leitores. A mesma interpretao feita pelos ateus que afirmam que Paulo errou ao pensar que a vinda de Cristo seria em seu tempo de vida. O apstolo no est de maneira alguma afirmando que a segunda vinda de Cristo seria no seu tempo de vida. Sobre isto, tenho trs respostas prticas. A primeira, a do reformador Joo Calvino. Ao comentar sobre esse versculo Calvino escreveu:
Quanto, porm, circunstncia de que, falando na primeira pessoa, fazse como que um do nmero daqueles que estaro vivos no ltimo dia, ele pretende com isto despertar os tessalonicenses para que a esperassem; mais ainda, manter todos os fiis em suspense, para que no se comprometessem com algum tempo em particular; pois, admitindo que fosse por uma revelao especial que sabia que Cristo viria em um tempo
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relativamente posterior, contudo era necessrio que esta doutrina fosse entregue em comum Igreja, para que os fiis estivessem preparados em todos os tempos. Ao mesmo tempo, era necessrio cortar assim todo o pretexto de curiosidade de muitos conforme veremos depois ele fazendo isto em maiores detalhes. Quando, porm, diz ns, os que ficarmos vivos, ele faz uso do tempo presente ao invs do futuro, em harmonia com o idiomatismo hebraico.2
Alm do uso do idiomatismo hebraico, temos ainda outra questo gramatical. No podemos nos esquecer sobre o termo NS, OS QUE FICARMOS VIVOS PARA A VINDA DO SENHOR que a palavra ns tambm pode ser de uso genrico, ou seja, no que ns vamos estar vivos at o dia da volta de Jesus, mas uma forma de nos colocarmos entre aqueles que podero estar vivos neste evento. exatamente isto que Paulo fez. Para citar um exemplo, certa vez vi um cientista dizendo que daqui a trezentos anos ns vamos olhar para trs e achar que o mundo atual um tanto primitivo. Ao dizer isto, ele estava referindo-se humanidade, os seres humanos que estaro vivos daqui a trezentos anos. No que esse cientista creia que viver tanto tempo, pelo contrrio, o uso genrico da palavra ns. Se no for assim, ser que Paulo por volta do ano 56 d.C., acreditava que todos os inimigos de Cristo no mundo inteiro iriam ser subjugados em seu prprio tempo de vida quando escreveu 1 Corntios 15:25? Este versculo ele escreveu 14 anos antes do ano 70 d.C. Vrias passagens da Escritura afirmam que a volta de Jesus seria num futuro distante e desconhecido. Basta ler uma delas em Mateus 25.14-19: Pois ser como um homem que, ausentando-se do pas, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua prpria capacidade; e, ento, partiu. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. (o grifo meu)
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Veja tambm a parbola do gro de mostarda e do fermento em Mateus 13.31-33. Aqui Jesus mostra que o crescimento do Reino gradual ao longo do tempo at se espalhar em toda a terra. Ou o conhecimento do Senhor cobriu toda a terra como as guas cobrem o mar somente no primeiro sculo ou at o ano 70 d.C. (confira Isaas 11:09 cf Sl 72:8)? Ser que as naes dos gentios vm igreja para aprender sobre a lei de Deus, para que pudessem governar de acordo com a justia bblica ( Isaas 2:3-4)? Neste caso os preteristas completam rejeitam completamente o psmilenismo e como disse Brian Schwertley redefiniram a vitria do Salvador em termos de um segredo, vitria, indetectvel espiritual que at mesmo a igreja de Cristo no tinha conhecimento at o sculo XIX. Os preteristas completos se encontram em maus lenis! Seu falho sistema no pode explicar satisfatoriamente algumas coisas descritas na Bblia. O problema deles comea com a Grande Comisso. Se em Mateus 28.19 todas as naes refere-se apenas sobre as naes dentro do Imprio romano que foram evangelizados antes do ano 70 d.C. (cf. Mateus 24.14) e esta passagem foi cumprida, ento a tarefa de misses mundiais foi concluda. Se eles argumentam que Mateus 28.19 ainda no foi cumprida e a segunda e definitiva vinda de Cristo ocorreu em 70 dC, ento Jesus no esperou at que todas as suas ovelhas fossem reunidas porque Deus espera que cada pessoa eleita cheguem ao arrependimento. Os preteristas completos tambm no podem explicar adequadamente o Milnio. Diferente deles os escritores Reformados sempre puderam explicar sobre o Milnio. Para finalizar esta seo, podemos tambm ainda dizer sobre aquelas palavras de Paulo NS, OS QUE FICARMOS VIVOS PARA A VINDA DO SENHOR que trata-se tambm de uma forma com que Paulo se colocava entre aqueles que estaro vivos na vinda do Senhor como tambm se colocava entre os mortos. Veja isto em 1 Corntios 15.51. No livro de Atos, o apstolo Paulo se colocou entre aqueles que morreriam: Atendei por vs e por todo o rebanho sobre o qual o Esprito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu prprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vs penetraro lobos vorazes, que no pouparo o rebanho. (Atos 20.28-29) Em 2 Timteo 4.6 diz que: Quanto a mim, estou sendo j oferecido por libao, e o tempo da minha partida chegado.
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Os preteristas completos costumam comparar essa passagem de Atos 1.911 com a de Mateus 24.30 que diz que Jesus vir sobre as nuvens. Dizem eles que h semelhanas porque em Atos tambm se diz a respeito de uma nuvem. Acontece que em Atos se diz apenas que a nuvem encobriu Jesus dos olhos dos discpulos. Uma vez que nos cus existem muitas nuvens, nada mais seria to bvio haver nuvens naquela ocasio. Trata-se apenas de um item da narrativa. No entanto, em Mateus 24 a nfase est em vir sobre as nuvens, que indica uma vinda em juzo, linguagem esta muito conhecida no Velho Testamento. Em atos a nfase est na subida, na forma como Cristo subiu e no na questo da nuvem. Essa segunda vinda fsica e literal de Cristo apoiada por Atos 5:31-32 onde vemos Pedro dizer que os apstolos foram testemunhas da exaltao de Cristo. Isto significa que os discpulos viram o Salvador ressuscitado e observou-o subir para a glria com seus prprios olhos. Eles no estavam na sala do trono quando Ele veio diante do Pai (Daniel 7.13-14), ), mas viram o Senhor ascender at Ele ser encoberto por uma nuvem (At 1:9). Nas epstolas tambm encontramos um ensinamento de uma vinda literal de Cristo. Paulo ensinou em 2 Tessaloninceses 1.7 que o Senhor se manifestar do cu com os anjos do seu poder. Assim Paulo refere-se a vinda de Jesus como uma revelao ou um momento em que Ele se revela. Tambm encontramos em 1 Joo 2.28; 3.2 ensinamento de que veremos a Cristo quando ele voltar: Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiana e dele no nos afastemos envergonhados na sua vinda. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda no se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de v-lo como ele . No me diga que essa vinda a do primeiro sculo! Pois se afastar envergonhado na sua vinda acontecer na ressurreio de justos e injustos. Quem for ressuscitado na ressurreio dos injustos se afastar envergonhado. A palavra traduzida por manifestou (NVI, Nova Verso Internacional) ou phanerothe que significa literalmente deve aparecer. Paulo usa a mesma palavra para descrever a segunda vinda de Cristo em Colossenses 3.4 ele se manifestar: Quando Cristo, que a nossa vida se manifestar, ento tambm vs vos manifestareis com Ele em glria. Segundo Brian Schwertley a
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palavra manifestou significa fazer visvel. Isso pode significar que algo revelado ou claro para os sentidos (especialmente vista) ou est claro para o entendimento. Um outro problema do preterismo completo, bem como do dispensacionalismo, e de muitos crentes hoje em dia, no saber a respeito dos diferentes tipos de vinda de Cristo. J falei sobre este assunto no site da Revista Crist ltima Chamada, edio de Setembro de 2012. 3 Veja a seguir um resumo do assunto em questo: A vinda em Teofanias (Gnesis 3:8; Gnesis 17:1) A Vinda de Belm, seu nascimento e manifestao (Mateus 2:6; 1 Joo 3:5-8). Sua vinda em julgamento contra Israel A ltima vinda no Fim do Tempo e lhes disseram: Vares galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vs foi assunto ao cu vir do modo como o vistes subir. (Atos 1:11; ver tambm 1 Tessalonicenses 4:13-17; 1 Corntios 15:20-26). A vinda ao Pai - A Ascenso Eu estava olhando nas minhas vises da noite, e eis que vinha com as nuvens do cu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancio de Dias, e o fizeram chegar at ele. (Daniel 7:13 - o grifo meu) Isso ocorreu aps a ressurreio e ascenso de Cristo. A vinda atravs do Esprito Santo E eu rogarei ao Pai, e ele vos dar outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Esprito da verdade, que o mundo no pode receber, porque no o v, nem o conhece; vs o conheceis, porque ele habita convosco e estar em vs. No vos deixarei rfos, voltarei para vs outros. (Joo 14:16-18 - o grifo meu) Isso ocorreu no dia de Pentecostes com a descida do Esprito Santo.
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A vinda em julgamento Lembra-te, pois, de onde caste, arrepende-te e volta prtica das primeiras obras; e, se no, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso no te arrependas. (Apocalipse 2:5 - o grifo meu) Um Julgamento veio contra Israel O prprio Jesus bateu muito neste ponto em seu ministrio terreno ao dizer que Ele viria em julgamento contra Israel. (Mateus 21:40-41, 43-45; Mateus 22:6-7; Mateus 23:33-39) Isto exatamente o que Ele fez em 70 dC com a destruio de Jerusalm. Nosso ponto nesta seo que h um juzo que veio contra Israel, que o que Jesus predisse. Portanto, caso soubessem diferenciar a respeito dos diversos tipos de vinda de Cristo, os preteristas completos saberiam que Jesus no veio somente no ano 70 d.C. em juzo contra Israel. Qualquer pessoa leiga, intelectual, professora de portugus ou at mesmo um analfabeto funcional conseguir ver que Atos 1.9-11 fala de uma vinda literal de Cristo. O texto no poderia ser mais claro. At mesmo o estudioso preterista completo, o estudioso J. Stuart Russell, admitiu que Atos 1.9-11 ensina sobre uma vinda literal de Cristo:
As palavras, no entanto, implica que esta vinda para ser visvel e pessoal, o que excluiria a interpretao que considera como providencial , ou 4 espiritual.
Para finalizar esta seo, veja em Atos 3.21 mais um ensinamento sobre a vinda literal e corporal de Cristo: ...o qual convm que o cu contenha at aos tempos da restaurao de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princpio. No me venha dizer que isto referese somente a eventos do primeiro sculo, pois a prpria palavra clara ao dizer que o Senhor Jesus ser contido no cu at a RESTAURAO DE TUDO. Olhe ao seu redor e veja o que precisa ser restaurado no mundo. Tudo o que mau, tudo o que no havia antes da queda precisa ser restaurado. Ou voc preterista completo acha que a morte, doena, pranto, luto e dor fazem parte do plano original de Deus e, portanto, o mundo no precisa de restaurao? Na verdade, o preterista completo pensa que a eternidade deste mundo presente (incluindo morte e sofrimento) devem continuar para sempre.
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Os vivos so arrebatados por ocasio da segunda vinda de Cristo j com lugar marcado para encontro, ou seja, entre nuvens e nos ares. Estamos diante de um evento objetivo, literal e no em um evento espiritual, figurado ou subjetivo. A mesma palavra grega para arrebatados usada em Atos 8:39 em que usada para descrever Filipe sendo arrebatado repentinamente pelo Esprito Santo. Diversas passagens falam de pessoas ou coisas sendo arrebatadas com significado literal.
No Ar
...para o encontro do Senhor nos ares... (1 Tessalonicenses 4.17) Os defensores do preterismo completo tambm redefiniram a palavra ar para significar o esprito do homem. A palavra ar no grego significa atmosfera, o ar em torno dos seres humanos. Uma vez que respiramos esse mesmo ar da atmosfera terrestre e tal ar vai direto para os pulmes, no podemos pensar que Paulo est usando uma analogia para dizer que o encontro com o Senhor ser um encontro interno, no esprito como afirma alguns preteristas completos. Se Paulo realmente quisesse dizer que o arrebatamento seria apenas um encontro espiritual e no literal, h recursos na prpria lngua grega para dizer isto sem precisar recorrer a complicadas analogias, o que nos deixaria em suspenso a respeito do significado das palavras. Ele poderia usar a palavra grega pneuma (esprito) para dizer que nosso encontro com o Senhor seria no esprito. Alm disso, se o encontro e arrebatamento apenas no esprito, porque precisa do Senhor descer do cu (versculo 16)? Portanto, no grego ar significa atmosfera, o ar em redor dos seres vivos. Devemos tomar cuidado com o uso de palavras gregas, pois certos eruditos usam apenas um dos significados de uma determinada palavra para defender sua tese. Para comparao, podemos pensar na palavra grega genea que significa gerao. Em seu significado primrio nos lxicos, gerao significa aqueles vivendo ao mesmo tempo ao passo que o significado de raa listada entre os ltimos significados possveis para gerao. Por isto, preste ateno no uso equivocado de palavras gregas, procure, pesquise, hoje temos recursos para isto na internet. O encontro entre nuvens tambm testifica a natureza desse encontro no arrebatamento.
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A Natureza do Encontro
Sobre a natureza do encontro com Cristo no arrebatamento e ressurreio, RC Sproul, comentou apontando para a imagem que o Apstolo Paulo usou em seu testemunho do arrebatamento na carta de 1 Tessalonicenses do Novo Testamento:
O objetivo das imagens aqui ecoa e reflete algo que era comum no mundo contemporneo em que Paulo escreveu - ou seja, o padro e a prtica do retorno triunfal a Roma dos exrcitos romanos... Depois de vencer uma batalha, os exrcitos Romanos acampariam fora da cidade e mandariam um mensageiro anunciar a sua chegada. A cidade passaria ento a ser preparada com uma decorao e um arco de triunfo. Em um momento pr-arranjado, um sinal seria feito atravs de trombetas para que fosse destrudo. Ou seja, quando os exrcitos marchariam em triunfo na cidade. Mas antes de comearem a marcha ao sinal da trombeta, todo mundo que era um cidado real de Roma seria convidado para vir para fora da cidade para participar do desfile de marcha de volta atravs do arco do triunfo com o exrcito vitorioso... . Com isso, o nativo de Pittsburgh concluiu: "O que eu ouo que Paulo est dizendo que quando Jesus voltar, ele vai voltar a esta terra com toda a sua Igreja, a Igreja ser arrebatada para encontr-lo enquanto ele descer e vai continuar a descer junto com sua comitiva inteira dos crentes." Mais especificamente, citando os ensinamentos de Paulo, Sproul afirmou que aqueles que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro e sero levados para o ar e os que esto vivos na segunda vinda de Cristo tambm sero levados para o encontro com o Senhor enquanto ele descer. Sobre quando tudo isso ocorre, isto desconhecido.8
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No final das contas Paulo diz: Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. (1 Tessalonicenses 4.18) Essas palavras sobre o arrebatamento e a ressurreio dos mortos nos servem de consolo e esperana. Este tem sido o ensinamento de Paulo e da igreja de um modo geral nesses dois mil anos de histria. Se o leitor, lendo a Bblia por si s, nunca chegou a essas concluses absurdas do preterismo completo, mas do mesmo para aprender a espiritualizar passagens como essa de 1 Tessalonicenses 4, comece a duvidar desse seu sistema de ensino o quanto antes.
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para o propsito de trazer esperana e conforto aos Tessalonicenses. Em qualquer caso, o que Paulo est prestes a dizer vem de Deus, divinamente inspirado e deve resolver este problema para a igreja em Tessalnica. Este apelo direto autoridade divina projetado para fortalecer a f dos destinatrios da carta em que Paulo est prestes a dizer. Pois bem, vamos agora ver uma tabela feita pelos defensores do preterismo completo, usada para dar suporte afirmao de que Mateus 24 e 1 Tessalonicenses 4 e 5, seriam semelhantes. Usando a tabela abaixo, eles afirmam que no so apenas as caractersticas princpais do Monte das Oliveiras no relato de Paulo, mas at mesmo a ordem substancialmente a mesma. A seguir, vamos analisar a tabela do preterismo completo sempre seguido de uma refutao: 1. O prprio Cristo retorna 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:30 Refutao: Sim, h um retorno de Cristo em ambos os textos. No de 1 Tessalonicenses o retorno corporal, a segunda Vinda em que o Senhor descer dos cus. No texto de Mateus 24.30, temos o retorno em juzo contra a nao de Israel. Sobre Mateus 24.30 o Dr. Gary DeMar escreveu:
Em primeiro lugar, o texto no fala de Jesus aparecendo no cu (fsico). A traduo direta do grego, palavra por palavra, ficaria assim: e ento aparecer o sinal do Filho do Homem no cu. Jesus disse aos discpulos para olharem o sinal de sua entronizao no cu.9
2. No cu 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:30 Refutao: conforme j vimos, em 1 Tessalonicenses o Senhor descer dos cus ao passo que em Mateus 24.30 apenas o sinal do Filho do Homem aparece no cu. 3. Com um soar de trombeta 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:30 Refutao: Embora haja semelhanas no tocante a trombeta em ambos os textos, as diferenas so tambm enormes. Em 1 Tessalonicenses 4.16 a trombeta em questo a ltima trombeta, pois a Segunda Vinda de Cristo est sempre associada com a ressurreio dos mortos. Veja isto 1 Corntios 15.52: ...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da ltima trombeta.
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A trombeta soar, os mortos ressuscitaro incorruptveis, e ns seremos transformados. A trombeta descrita em Mateus 24.30 totalmente diferente, veja isto no comentrio de Gary DeMar:
A grande trombeta o chamado do Evangelho. Remete a Nmeros 10.110 onde trombetas de prata foram feitas para chamar o povo adorao e para cadenciar sua marcha. Tambm se refere ao Jubileu, o ano em que a terra voltava para os donos originais, o ano em que Satans desapossado e Cristo reclama para si o mundo (At 3.19-21). O ano do Jubileu significou a vinda do Reino de Cristo, e foi anunciado por trombetas (Lv 25.8-17; Lc 4.1621; Is 61.1-3). A voz dos mensageiros do Evangelho atua de forma similar ao som da trombeta chamando o povo ao arrependimento: Clama em alta voz, no te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgresso e casa de Jac, os seus pecados (Is 58.1; v. Tb. Jr 6.1; Ez 33.3-6; Rm 10.18). A trombeta tambm usada para reunir a nao como povo unificado: E ser, naquele dia, que o Senhor padejar o seu fruto desde as correntes do rio at o rio do Egito; e vs, filhos de Israel, sereis colhidos um a um. E ser, naquele dia, que se tocar um grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assria e os que foram desterrados para a terra do Egito tornaro a vir e adoraro ao SENHOR no monte santo, em Jerusalm (Is 27.12,13). O ajuntamento se d desde a Assria at o Egito, lugares aonde os judeus foram levados em cativeiro. Edward J. Young escreveu: Esse linguajar figurado simboliza o chamado para o retorno. No devemos conceber uma trombeta literal soprada. Mateus 24.31 se baseia no imaginrio do Antigo Testamento para simbolizar a grande obra que estava prestes a ter incio: o grande ajuntamento do povo de Deus em uma nova nao.10
4. Acompanhado por anjos 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:31 Refutao: Creio que Cristo vir acompanhado de seus anjos em sua Segunda Vinda, mas, no entanto, o texto de 1 Tessalonicenses 4.16 no fala de anjos, mas de arcanjo e tambm apenas diz que ser ouvida a voz do arcanjo ao passo que em Mateus 24.31 diz que ele enviar os seus anjos (no plural)
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para reunir os seus escolhidos. J em 1 Tessalonicenses, o arrebatamento acontece pelo poder de Deus e no pelo trabalho dos anjos. 5. Com a trombeta de Deus 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:31 Refutao: mais uma vez encontramos diferenas e no somente semelhanas! Em 1 Tessalonicenses ressoada a trombeta de Deus para em seguida o Senhor descer dos cus. Em Mateus o grande clangor de trombeta para enviar seus anjos para reunir os seus escolhidos. 6. Crentes reunidos 1 Tessalonicenses 4:17 / Mateus 24:31, 40-41 ...depois, ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Observe que em 1 Tessalonicenses, os vivos so arrebatamentos juntamente com os mortos, assim de certa forma so todos reunidos. O problema que em Mateus 24.31 o significado outro, veja a passagem: E ele enviar os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reuniro os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos cus. O escritor Gary DeMar comenta esta passagem assim:
O termo grego traduzido por anjos (angelos) utilizado ao longo da Bblia como designao de mensageiros humanos (2Cr 26.15; Ag 1.13; Ml 2.7; 3.1; Mt 11.10; Mc 1.2; Lc 7.24,27; 9.52; Tg 2.25). Com isso em vista, alguns comentaristas interpretam que Jesus disse da seguinte forma: depois do juzo sobre Jerusalm, seus mensageiros pregariam o Evangelho do Novo Pacto muito alm das fronteiras do Imprio Romano. Ainda que essa seja uma interpretao possvel, R. T. France, que argumentava dessa maneira, agora cr ser mais provvel que os anjos desempenhem o papel de 'missionrios' para juntar o povo de Deus (cf. a descrio dos anjos em Hb 1.14: No so, porventura, todos eles espritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que ho de herdar a salvao?). A expresso desde os quatro ventos uma referncia ao mundo inteiro. De fato, a expresso os quatro cantos da Terra comum ainda hoje. Jesus destaca o fato de que, sob o Novo Pacto, seus eleitos so reunidos de todos os lugares.11 (o grifo meu)
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Aps esta elucidativa explicao, gostaria de chamar ateno do leitor sobre a expresso desde os quatro ventos. muito interessante que esses escolhidos so reunidos apenas do ponto de vista terreno. Do tanto que Jesus referiu-se a ressurreio dos mortos em seu ministrio terreno e pela importncia do assunto MUITO INTERESSANTE QUE NADA FALA QUER DIRETA OU INDIRETAMENTE a respeito das almas que estavam no Hades. Tambm absolutamente nada falado sobre a reunio dessas almas com os vivos. 7. Nas nuvens 1 Tessalonicenses 4:17 / Mateus 24:30 Em Tessalonicenses, o arrebatamento acontece entre nuvens porque o encontro com o Senhor nos ares e no em qualquer outro lugar. No caso de Mateus 24.30 a nfase recai no fato de que Jesus est voltando em julgamento: e vero o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do cu. Vir nas nuvens indicao de juzo (Ezequiel 30.3; Joel 2.1,2; Naum 1.3; Isaas 19.1; v. Tb. Salmos 104.3,4). Baseado em textos bblicos, Gary DeMar comenta que as
nuvens so o smbolo da presena de Deus de sua salvao ou de seu juzo. No caso de Mateus 24.30, uma citao direta de Daniel 7.13 que diz: Eu estava olhando nas minhas vises da noite, e eis que vinha com as nuvens do cu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancio de Dias, e o fizeram chegar at ele. Gary DeMar nos explica que a vinda do Filho do Homem aqui no descendente, mas ascendente. A perspectiva do cu e o Filho do Homem sobe para Deus Pai a fim de receber o Reino. Com isso em vista, fica claro que em Mateus 24.30 Jesus descrevia para os discpulos sua entronizao poderosa e triunfal, pois haveria de infligir a vitria justa contra seus inimigos.12
Em 1 Tessalonicenses no temos referncia sobre o Reino, mas sobre o encontro de estar para sempre como Senhor. 8. Tempo Desconhecido 1 Tessalonicenses 5:1-2 / Mateus 24:36 Irmos, relativamente aos tempos e s pocas, no h necessidade de que eu vos escreva; pois vs mesmos estais inteirados com preciso de que o Dia do Senhor vem como ladro de noite.
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Mas a respeito daquele dia e hora ningum sabe, nem os anjos dos cus, nem o Filho, seno o Pai. Seja qual for a vinda de Cristo, seja em julgamento contra uma igreja, seja em julgamento contra Israel no ano 70 d.C., ou mesmo o arrebatamento e a ressurreio no final dos dias, jamais Deus nos forneceu ou fornecer alguma data. Leia todos os textos que fala das vindas de Cristo, da ressurreio e mesmo os juzos divino no antigo Testamento e me fale se existe algum indicativo de datas. Os juzos de Deus podem so iminentes, ningum sabem quando se daro! 9. Vir como um ladro 1 Tessalonicenses 5:2,4 / Mateus 24:43 No precisaria nem de comentrios, mas seja qual for vinda do Senhor, ela sempre ser como um ladro. Veja o que Jesus falou especificamente para a igreja de Sardes: Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espritos de Deus e as sete estrelas: Conheo as tuas obras, que tens nome de que vives e ests morto. S vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque no tenho achado ntegras as tuas obras na presena do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se no vigiares, virei como ladro, e no conhecers de modo algum em que hora virei contra ti. (Apocalipse 3.1-3 o grifo meu) 10. Incrdulos desconhecem juzo iminente 1 Tessalonicenses 5:3 / Mateus 24:37-39 Aqui estamos diante do bvio mais uma vez! Os incrdulos sempre desconhecero os juzos de Deus! O dia do Senhor nunca pega um filho de Deus de surpresa: Mas vs, irmos, no estais em trevas, para que esse Dia como ladro vos apanhe de surpresa (v. 4). Existem outras semelhanas entre 1 Tessalonicenses e Mateus 24, mas analisei somente o que achei relevante para o momento. Segundo os preteristas completos nada pode disfarar a um olho honesto o paralelo entre Mateus 24:30-31 e I Tessalonicenses 4:15-18. Pois bem, nada tambm pode disfarar a um olho honesto tambm para as grandes diferenas.
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Captulo 2
A Ressurreio do Corpo
A ressurreio dos corpos dos crentes na segunda vinda de Cristo um dos ensinamentos centrais da igreja crist desde o seu nascimento. O credo dos apstolos j dizia: Creio... na ressurreio da carne, na vida eterna. A doutrina da ressurreio do corpo serve de grande esperana e consolo para os crentes em Jesus. Por ser um assunto fundamental, ele est intimamente ligado com outras doutrinas importantes da Bblia. muitssimo e seriamente importante que a ensinemos corretamente. O preterismo completo normalmente rejeita a autoridade dos Credos afirmando que os
credos foram escritos por homens no inspirados e falveis, por isso sustentam que as prprias Escrituras, somente as Escrituras devem ser a nossa nica regra de f e prtica (sola scriptura).13
Na verdade, temos um equvoco aqui. A partir do momento que uma pessoa - mesmo que individualmente - tem uma confisso de f, ela na verdade tem um credo. Credo uma pblica confisso de f. Segundo o dicionrio on-line Michaelis, a palavra credo que comea em latim pela palavra Credo, que 14 significa Creio. Portanto, credo aquilo em que voc cr e publicamente recita como profisso de f. Os preteristas completos embora tentem evitar os Credos antigos, eles tambm possuem um credo prprio que tambm usando suas prprias palavras podemos dizer que foram escritos por homens no inspirados e falveis.
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Os preteristas completos veem a ressurreio apenas como uma libertao do pecado e da morte, no a morte fsica! Assim, fazendo, eles esto se comportando como os humanistas e ateus que afirmam que a morte fsica natural e faz parte da criao. Da mesma forma que os defensores do preterismo completo, os humanistas e ateus rejeitam a ressurreio do corpo afirmando que os nossos corpos fsicos ficaro na sepultura para sempre. Segundo Brian Schwertley, a respeito da ressurreio na segunda vinda de Cristo, existe pelo menos trs diferentes vises entre os preteristas completos: 1 Alguns definem cada meno de uma ressurreio futura em termos de uma ressurreio espiritual (por exemplo, a regenerao); 2 - Outros vem a ressurreio como uma libertao das almas do Hades no ano 70 dC.; 3 - Outros ainda acreditam que uma ressurreio corporal ocorreu em 70 dC, mas isso envolveu a criao de novos corpos completamente espirituais que substituram os corpos deixados a se decompor para sempre na terra. Eles alegam que todos os que morrem depois de 70 dC recebe seus corpos ressuscitados novas imediatamente aps a morte. Como consequncia, a ressurreio em vez de ser parte do evento de um grande momento escatolgico no final da histria, eles ensinam uma ressurreio progressiva que ocorre milhes de vezes ao longo da histria. Tudo isso um absurdo ensino hertico.
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[...] Para compreender a gravidade deste erro de tempo, lembramos que o ensino de Paulo estava ligada a ressurreio dos mortos fora do Hades com a destruio do sistema do Antigo Concerto (2 Tessalonicenses 2:1-10;. Cf Mt 24:15 ). Esta ligao foi crucial por uma razo: ele colocou a vitria sobre a morte e o hades para fora da poca da Antiga Aliana e sistema do pactual judico. Ao dizer que os mortos tinham alcanado a vitria, enquanto o sistema pactual antigo estava de p, Himeneu e Fileto estavam em conjunto com os judaizantes que falsamente ensinavam que a salvao veio por meio do pacto da Lei de Moiss.16
O preterismo completo tambm ensina que na poca do apstolo Paulo havia um conceito entre os cristos a respeito da ressurreio dos mortos. Segundo eles, os cristos primitivos acreditavam numa ressurreio espiritual. Para tal, afirmam que se himineu e fileto ensinavam sobre uma ressurreio fsica j ocorrida, era s os cristos olharem a sua volta e no verem nenhuma evidncia desse evento. Embora o preterista completo argumente que Himeneu e Fileto afirmavam que os mortos tinham alcanado a vitria, enquanto o sistema pactual antigo estava de p, Paulo fala da heresia deles sem expor a doutrina no dando nenhuma explicao sobre o que significa essa ressurreio j acontecida. Portanto, o preterismo completo apenas est especulando sobre o significado do ensinamento de Himeneu e Fileto. J que podemos somente especular, vou mostrar seguir a interpretao que mais se aproxima do erro de Himeneu e Fileto:
E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satans, para que aprendam a no blasfemar (1Tm 1.20). Timteo, um obreiro ainda bem jovem, estava enfrentando srios problemas na igreja de feso. Por conta disso, o apstolo Paulo lhe escreveu uma carta encorajando-o a manter a ordem entre os irmos. Os falsos mestres estavam deturpando os ensinos originais nos quais a igreja tinha sido instruda e, entre os tais, Paulo cita dois nomes: Himeneu e Alexandre. Quando recebeu o ministrio eclesistico pela imposio das mos do presbitrio, o jovem Timteo recebeu juntamente a responsabilidade de combater as heresias que possivelmente surgiriam no seio da igreja (1Tm 1.18; 4.14; 6.12).
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No h meno especfica a respeito das heresias com as quais aqueles dois falsos obreiros se envolveram. Entretanto, parece que a carta de Paulo a Timteo visava tratar problemas de crenas religiosas e idias filosficas. O contexto sugere que esses obreiros estavam envolvidos com questes pertinentes ao gnosticismo, sendo que Himeneu citado por Paulo em 2Timteo 2.17,18 como que ensinando que a ressurreio j tinha acontecido, alegorizando-a e minando a esperana futura dos irmos.17
Creio que o preterismo completo em sua negao da ressurreio fsica, est mais perto gnosticismo. Ou no ser o preterismo completo uma espcie de gnosticismo moderno? Seja qual for o ensinamento de que a ressurreio j tenha acontecido, seja de natureza fsica ou espiritual, no importa, o que importa que o evento da ressurreio dos mortos algo que ainda ir ocorrer no futuro e ensinar que tal evento j ocorreu heresia grave.
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Ele no est aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galilia, quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia. Ento, se lembraram das suas palavras. E, voltando do tmulo, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os mais que com eles estavam. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, me de Tiago; tambm as demais que estavam com elas confirmaram estas coisas aos apstolos. Tais palavras lhes pareciam um como delrio, e no acreditaram nelas. (Lucas 24.5-11 o grifo meu) Veja tambm o exemplo de quando Paulo pregou em Atenas (Atos 17). Ele foi zombado pelos gregos porque pregou a respeito da ressurreio. Porque ele foi zombado se a ressurreio dos mortos no era uma realidade fsica? No seria problema para os gregos crerem em uma ressurreio espiritual uma vez que j criam na imortalidade da alma. De fato, eles entenderam que Paulo ensinava sobre uma ressurreio fsica. Se foi um mal entendido, porque Paulo no os corrigiu como sempre fazia ? Sobre essas questes, Kenneth L. Gentry, Jr. faz outras consideraes:
Devemos nos perguntar por que Paulo se alinhava com os fariseus na questo da ressurreio (Atos 23:6-9; 24:15, 21). Devemos nos perguntar por que ns cristos ainda casamos e nos damos em casamento, visto que Cristo disse que na ressurreio no casaramos (Lc. 20:35). Devemos nos perguntar por que os apstolos nunca corrigiram a noo espalhada de uma ressurreio fsica, que era to corrente no Judasmo (cf. Josefo, Talmude, etc.). Devemos nos perguntar por que ns cristos ressurretos ainda precisamos morrer; porque no deixar esse mundo como Enoque e Elias? Ademais, quando e o que a ressurreio dos perdidos (Jo. 5; Ap. 20)? Paulo considerou Himeneu e Fileto como tendo pervertido a f de alguns ao dizer que a ressurreio era passada (2Tm. 2:17-18). Uma viso errnea da ressurreio era um assunto srio para Paulo. Oitavo, me pergunto, sob a viso hiperpreterista, que diferena nossa ressurreio faz nesta vida? Adoecemos e enfraquecemos na mesma escala daqueles que viveram antes da ressurreio de 70 d.C. Essa gloriosa
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ressurreio do corpo espiritual no tem nenhum impacto em nossa condio presente? Uma anlise hiperpreterista pode nos fazer pensar que Paulo via o ano 70 d.C. como um agente de alvio dos gemidos e tentaes da carne (Rm. 7:25); todavia, ainda temos tais coisas a despeito da suposta ressurreio.18
Sobre a noo espalhada de uma ressurreio fsica, que era to corrente no Judasmo, veremos a seguir um texto que mostra claramente o que o judasmo pensava a respeito da ressurreio:
Ressurreio dos mortos - Onde e quando isto ocorrer? Estive participando de uma aula sobre a Ressurreio dos Mortos e me restaram algumas dvidas: 1) Quando isto ocorrer? 2) Quando se fala sobre vida aps a morte, a inteno sobre a Ressurreio ou sobre as almas no Paraso? 3) Como a pessoa ressuscitar, velha ou jovem, doente ou curada, com ou sem roupas? 4) Onde ressuscitar? RESPOSTA: Na Tor e nos ditos de nossos sbios encontramos vrias promessas e recompensas para os bons atos cometidos durante a vida fsica. Encontramos tambm muitas vezes o conceito no futuro, quando tal e tal ocorrer. Este futuro, quando as promessas sero realizadas, na verdade pode estar falando de trs fases distintas: a) o Gan den (traduzido como Paraso) para onde a alma vai aps se separar do corpo, i.e., aps a morte (porm no so todas as almas que chegam diretamente ao Gan den, sendo que certas almas tem que passar por um processo de purificao antes de adentr-lo). Conforme a opinio de certos sbios (Maimnides entre eles) este nvel chamado de Mundo Vindouro, embora exista no presente, pois vem aps a morte. b) A Era Messinica ter incio logo aps a vinda de Mashiach no final da galut (exlio) atual, quando todo o povo judeu voltar a se reunir na Terra Santa. No haver inimigos e ser, portanto, poca de paz e harmonia. O Templo Sagrado ser reconstrudo e todos se dedicaro ao conhecimento Divino. No Talmud h vrias opinies se esta ser uma poca milagrosa e at que nvel a vida ser diferente.
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c) A Era da Ressurreio dos Mortos que ocorrer aps a Era Messinica (h diferentes opinies sobre quanto tempo depois, porm isto s saberemos com certeza quando ocorrer, conforme nos diz Maimnides no fim de sua obra magna, Mishn Tor). Nesta etapa as almas voltaro aos corpos em que viviam no mundo fsico, e novamente tero uma vida neste mundo material, desta vez superior quela em que se encontrava no Gan den. Esta poca chamada de Olam Hab por vrios sbios (entre ele, Nachmnides) e a opinio aceita pela Chassidut. Este ser o objetivo e a recompensa final do mundo. A vida ser um constante Shabat; ser eterna, de paz, harmonia e elevao espiritual. Nossos sbios dizem no Talmud e no Midrash que, da mesma forma que a pessoa faleceu, assim ser sua ressurreio. Se faleceu velha e doente ou com algum defeito fsico, assim levantar. Porm minutos aps a Ressurreio, D'us far brilhar o Sol com uma luz especial que curar toda e qualquer doena ou defeito. Da mesma forma de que a pessoa estava vestida ao ser enterrada, assim levantar (por este motivo dedicada tanta ateno lavagem e vestimentas do falecido antes do enterro). A Ressurreio ocorrer na Terra Santa, sendo que todos que foram enterrados fora de Israel tero que rolar por tneis subterrneos ou de outra forma para l ressuscitar. Por este motivo, muitos fazem questo de ser enterrados na Terra Santa ou pelo menos que seja colocada terra de Israel no tmulo; tudo isto para facilitar a Ressurreio. Porm como Maimnides declarou (mencionado acima), os detalhes deste poca somente saberemos aps terem ocorrido, sendo que o que conseguirmos interpretar atualmente das palavras de nossos sbios s um conceito geral.19
tambm digno de nota a viso universal dos judeus no-helenizados, teologicamente conservadores. Eles criam em uma futura ressurreio literal e corporal dos justos. A descrena em uma ressurreio fsica tambm possvel encontrar nas Testemunhas de Jeov. A organizao delas, a Sociedade Torre de Vigia de Bblias e Tratados, tem veementemente negado a ressurreio corporal de Cristo e sustentado a sua ressurreio em corpo meramente espiritual.
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Quando perguntamos sobre o que aconteceu ao corpo carnal do divino Mestre, eles respondem: Deus removeu o corpo de Jesus.21 Assim o Jesus das Testemunhas de Jeov no passa de um impostor, pois ele enganou at mesmo Tom materializando ou simulando um corpo que no era o seu verdadeiro. Em nossa era, muitos interpretam que a ressurreio de Cristo no foi real, e assim dizem que a mensagem de Cristo que ressuscitou. Embora no neguem a ressurreio fsica de Cristo, mas ao negar a ressurreio fsica dos santos, os preteristas completos fazem coro com os gnsticos, Testemunhas de Jeov e principalmente os ateus e humanistas de nossa poca, os quais afirmam que jamais haver uma ressurreio. Sobre o preterismo completo Ross A. Taylor escreveu;
A falha do preterismo completo que ele falha em entender que a segunda vinda de Cristo ser corporal. O preterismo completo tambm falha em entender que a ressurreio ser uma ressurreio corprea. Ao invs disso, eles propem uma segunda vinda e uma ressurreio do corpo que so espirituais. O preterismo completo reintroduz o erro de Himeneu (veja 2Tm. 2:17-18) de que a ressurreio j aconteceu. Isto est sendo ensinado agora na forma de preterismo completo ou hiperpreterismo, que ensina que a segunda vinda e a ressurreio j ocorreram no ano 70 d.C.22
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Gnesis 3:5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abriro os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. Ento, aqueles que defendem uma morte fsica podem negar que os olhos de Ado e Eva foram abertos assim que eles comerem do fruto proibido? No levou 1000 anos (usando a lgica de que 1000 anos equivalem a 1 dia), foi no momento seguinte aps terem comido do fruto. Veja abaixo como foi um acontecimento seguinte e no um acontecimento que demorou anos: Gnesis 3:7, 11 - Ento foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da rvore de que te ordenei que no comesses? Os olhos de Ado e Eva foram abertos assim que eles comeram o fruto, exatamente como Deus disse. Da mesma forma a morte, eles morreram assim que comeram o fruto, exatamente como Deus disse. Gnesis 2 No dia em que dela comerdes = morte Gnesis 3 No dia em que dela comerdes se abriro os vossos olhos = ciente de estar nu, conhecimento do bem e do mal. Eles morreram (foram separados de Deus) naquele dia. Agora se voc ainda insistir que tinha a ver com a morte fsica, ento eu devo fazer esta pergunta. Se a morte do Jardim era a morte fsica e Jesus pagou por nossos pecados, ento, uma vez aplicado isso ao crente, por que ainda estamos pagando por nossos pecados, morrendo fisicamente? Isso no faz sentido.23
Segundo essas e outras informaes, o sistema do preterismo completo ensina que a morte fsica um aspecto natural do universo criado por Deus. Ado e Eva teria morrido fisicamente, mesmo que no comer do fruto proibido. Eles devem adotar essa posio para evitar a concluso bvia de que a redeno tambm envolve nossos corpos fsicos e, portanto, uma ressurreio literal conforme nos diz Brian Schwertley.
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A morte sacrificial e a ressurreio de Cristo vo eliminar a maldio sobre a terra que trouxe aos animais a regra de serem predadores. Quando progressivamente tudo estiver consumado at a vinda de Cristo e finalmente os novos cus e nova terra forem restaurados, tambm literalmente no haver mais maldio (Ap 22:3), no haver mais morte, nem pranto, nem clamor ou dor (Ap 21:4). Do ponto de vista espiritual a eliminao dessas coisas j so reais. Para quem est em Cristo no h mais maldio, morte espiritual etc. Mas, progressivamente, na histria, a medida que todas as coisas sero restauradas e com a segunda vinda de Cristo, TUDO voltar como era antes e numa glria ainda maior. ...o qual convm que o cu contenha at aos tempos da restaurao de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princpio. (Atos 3.21)
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de sangue no h remisso (Hebreus 9.22). Alm disso, o ato da graa de Deus precede Seu ato de julgamento. Deus cobriu Ado e Eva antes de os expulsar do jardim. Ambos aprenderam sobre a necessidade de uma morte, isto , um sangue-sacrifcio como uma expiao do pecado por revelao direta de Deus, e em algum momento, para o seu segundo filho Abel que soube sacrificar animais limpos (uma ovelha primognito) a Deus (Gnesis 4:4). Mais uma vez vemos a clara conexo na Escritura entre o pecado e a morte fsica. Para finalizar esta seo, quero compartilhar uma citao que um preterista completo me fez para contestar que a morte no existia antes da queda. Ele citou o Salmo 116.15 que diz: Preciosa , vista do Senhor, a morte dos Seus santos. Ser mesmo a morte preciosa? Ainda mais a de um santo de Deus? Veja o que Sociedade Bblia do Brasil nos diz sobre esse salmo:
Por que a traduo do Salmo 116.15 na Nova Traduo na Linguagem de Hoje to diferente da traduo de Almeida? preciso olhar o contexto, que ajuda a determinar o sentido em que cada palavra empregada. No possvel traduzir certa palavra do original sempre pela mesma palavra em portugus. A palavra yaqar um bom exemplo de como o contexto ajuda a determinar o sentido das palavras. O texto de Salmo 116.15 aparece assim na traduo de Almeida: "Preciosa aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos." A NTLH traduz assim: "O SENHOR Deus sente pesar quando v morrerem os que so fiis a ele." O adjetivo yaqar aplicado, por exemplo, a pedras preciosas, e no Salmo 36.7 fcil entender-se o que o salmista diz: "Como precioso o seu amor!" Mas no contexto do Salmo 116, fica esquisito pensar-se que o salmista esteja afirmando que a morte de um dos adoradores do SENHOR seja algo que alegre ou agrade a Deus. Isso porque no contexto prximo (versculos 3-4,89) o salmista declara ter sido libertado do perigo da morte e agora anda, agradecido, no mundo dos vivos. O que o salmista diz que o SENHOR no fica alegre quando um dos seus fiis morre; ele fica triste. E fica triste porque, quando um desses fiis morre, como pensava o povo do Antigo Testamento, vai parar no mundo dos mortos, um buraco imenso e escuro, onde reina silncio absoluto. um adorador a menos para o SENHOR, porque, como diz
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o Salmo 6.5 (contexto remoto): "pois no mundo dos mortos no s lembrado, e l ningum pode te louvar." No Salmo 116, portanto, yaqar quer dizer "custoso". A morte de um dos fiis "custosa" para Deus. Algumas Bblias traduzem esse versculo exatamente assim: "Custa ao Senhor ver morrer um dos seus fiis." A perspectiva do Novo Testamento sobre a morte diferente. Mas o Antigo Testamento no pode ser traduzido pela tica do Novo Testamento. Embora o Antigo Testamento faa parte do cnon da nossa Bblia, deve ser traduzido como Escritura hebraica ou judaica. preciso dar o sentido que a mensagem teve no tempo em que foi transmitida e como foi entendida pelos leitores daquele tempo. Isso inclui, naturalmente, preceitos ticos e conceitos teolgicos considerados pr-cristos.24
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Segundo Brian Schwertley grande bno do homem se transforma em uma maldio. Dificuldades, secas, doenas, insetos, fome, terremotos, furaces, tsunamis, vulces, tornados, pragas, a esterilidade de insetos, e ataques de animais so todos resultados do pecado. Eles fluem todas da maldio. Trabalho, necessrio para a tomada de domnio, no a maldio, as grandes dificuldades, dificuldades, contratempos, frustraes e fracassos que acompanham o trabalho do homem aps a queda so. A terra amaldioada por causa do pecado de Ado e, consequentemente, a obra de Cristo, para ser perfeita e completa, deve eliminar essa maldio. Paulo fala sobre esta questo, quando escreve: Pois a criao est sujeita vaidade, no voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperana de que a prpria criao ser redimida do cativeiro da corrupo, para a liberdade da glria dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criao, a um s tempo, geme e suporta angstias at agora. E no somente ela, mas tambm ns, que temos as primcias do Esprito, igualmente gememos em nosso ntimo, aguardando a adoo de filhos, a redeno do nosso corpo. (Romanos 8.20-23 o grifo meu) Note que o apostolo diz que a eliminao da maldio nesta terra coincidente com a ressurreio corporal dos santos. Ele cita isto ao falar da redeno do nosso corpo. Brian Schwertley diz que enquanto esta terra amaldioada e os cristos esto dormindo em suas sepulturas, sabemos que Jesus [ainda] no voltou. A tentativa do preterista completo para encaixar tudo no ano 70 d.C. tornou o trabalho de salvao de Cristo ineficaz e incompleto. Por fim, ao pronunciar vrias sentenas contra o homem e sua mulher, lemos que, aps uma vida inteira de labuta, suor e lutas, todos os homens vo morrer fisicamente. Porque tu s p, e em p te tornars (Gnesis 3:19). Brian Schwertley nos diz que embora um nmero de intrpretes veem isso como significando que apenas o trabalho duro do homem no final das contas termina em morte, neste contexto, deve ser visto tambm como parte da pena em geral. Esta penalidade agora determina que o corpo do homem, que era o seu instrumento de domnio, deve decair e voltar ao p de onde veio. Como diz
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Paulo: A morte entrou no mundo por causa do pecado (Romanos 5.12). A morte espiritual a causa direta da morte fsica. Esta declarao uma confirmao da ameaa de morte dada anteriormente. No momento em que Ado comeu do fruto proibido, ele morreu espiritualmente e tornou-se uma criatura mortal, perecvel. Seu relgio de mortalidade, por assim dizer, comeou a funcionar. O corpo do homem foi feito do p , e ainda era to, de modo que l no precisava de mais do que recordar a concesso da imortalidade, e retirar o poder que foi colocado para apoi-lo, e ento ele iria, claro, voltar ao p. O fato de que Ado e sua esposa Eva no foram mortos fisicamente no momento em que eles pecaram foi um ato de graa, para que uma semente pudesse nascer da mulher e que iria esmagar a cabea da serpente (cf. Gnesis 3.15).
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Ado deve sair [do jardim do den] e entrar no reino de espinhos e cardos. No s Ado forado a deixar den, mas querubins e uma espada flamejante esto a postos para certificar-se de que o homem no tenta voltar ao den. Qual o objetivo principal dessa expulso e os guardas com a espada de fogo? Deus quer ter certeza de que Ado est completamente desligado do acesso rvore da vida, porque se ele toma da rvore e come, viver eternamente. Esta proibio foi dada como uma consequncia necessria da queda. E, obviamente, implica que se Ado no tivesse pecado, ele teria livre acesso a essa rvore e no morreria fisicamente. Ele tambm acabaria por ter obtido glorificao e vida celestial eterna. A rvore real no Jardim do den poderia permitir que Ado e Eva pudessem viver eternamente e poderiam continuar a comer seus frutos. Mas o seu acesso a essa rvore tinha sido condicionada sua obedincia. Ao cortar a humanidade do acesso rvore da vida, por um acesso de restrio para isso, os homens poderiam, ento, ser preparado para receber a verdadeira rvore da vida, Jesus Cristo . S se pode concluir a partir desta narrativa que a morte no natural. um resultado do pecado e uma consequncia da separao de Deus. A partir do momento que Ado comeu o fruto, ele era uma criatura mortal. Se algum argumentar que Ado foi criado mortal e corruptvel e teria morrido mesmo se no tivesse pecado, ento a negao do acesso rvore da vida no faz sentido. Alm disso, aqueles que argumentam que a queda s causa a morte a morte espiritual, porque a pena tinha que comear no dia em que o fruto foi comido, no leva em considerao que a expulso de Ado do Jardim e da rvore da vida est ligado sua morte fsica. Ado j estava espiritualmente morto quando ele foi excludo do den. Portanto, a morte fsica tinha que ser a consequncia dessa excluso permanente, at mesmo uma morte a mais de 900 anos depois. Alm disso, Jesus morreu na cruz e ressuscitou, e atravs dele podemos recuperar o que Ado perdeu como nosso representante. Obviamente, se Ado tivesse obedecido, ele teria tido acesso rvore da vida. A rvore da vida significada e selada tanto a vida interminvel fsica (a imortalidade do corpo), bem como a glorificao e a felicidade da comunho eterna com Deus que a glorificao garantia. A Escritura se refere a Cristo como a rvore da vida, porque Ele completamente obliterado as consequncias da queda para o seu povo e restaura a vida Sua Igreja, cuja promessa da rvore da vida poderia ter selado a nossos primeiros pais.
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Turretin escreve: Verdadeiramente ele a nica rvore porque ningum exceto Cristo o autor da vida eterna (nem h salvao em nenhum outro, Atos 4. 12). Ningum, exceto Cristo est no meio do paraso (Ap 2.7) e da rua da cidade (Ap 22.2). Cristo est no meio da igreja (como um lugar mais digno e adequado) para estar perto de tudo e difundir seu poder vivificante entre todos, para ser visto por todos, como o centro em que todas as linhas de f e amor devem atender, para que possam concordar com ele.
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Se um morreu por todos, logo todos morreram, e Ele morreu por todos que os que vivem no vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Corntios 5.14-15.). Ns cremos que Jesus morreu e ressuscitou (1 Tessalonicenses 4.14). Nosso Senhor veio para o sofrimento da morte (Hebreus 9.15). Porque a pena para o pecado a morte, nenhum grau de sofrimento teria sido suficiente como expiao pelos nossos pecados sem a morte real do sacrifcio. Jesus Cristo poderia ter sofrido tudo o que Ele sofreu sem uma extino total de vida, mas Ele no deveria apenas sofrer, Ele tambm deveria morrer. A morte de Cristo foi necessria para satisfazer a justia divina. Hodge escreve:
Ele foi condenado morte, e ns nele. Para ser morto para a lei, significa estar livre da lei pela morte. A morte, de fato, no a nossa, mas a nossa vicariamente, como somos crucificados em Cristo, que morreu na cruz em nosso favor, em nosso lugar. , portanto, acrescentado pelo corpo de Cristo, ou seja, o seu corpo como morto. Ele nos resgatou da lei por morte por ser uma maldio, Gal. 3.13, pelo seu sangue, Ef. 1.7, 2.13, pela sua carne, Ef. 3.15; pela cruz, Ef. 2.16; pelo corpo da sua carne, Col. 1. 22. Estas so todas as expresses equivalentes. Todos eles ensinam a mesma doutrina, que Cristo levou os nossos pecados sobre o madeiro, para que seu sofrimento e morte fossem uma satisfao justia, e, sendo assim destinados e aceitos, eles afetam a nossa libertao da penalidade da lei.25
Na verdade, Ele o mediador de uma nova aliana, por meio da morte (Hb 9.15). A morte sacrificial de Cristo o ponto de todo o Antigo Testamento com seus rituais e sacrifcios. Sempre que a purificao do pecado era necessria, um animal limpo tinha de ser morto e tinha de haver um ritual de sangue, porque o sangue representa a essncia da vida (Lv 17.10-11). O sangue de um animal morto limpo era usado para fazer expiao, porque o relacionamento com Deus no pode ser renovado sem ele. Cristo sofreu, derramou Seu sangue e deu a Sua vida no lugar do Seu povo. Os cristos so justificados pelo seu sangue (Rm 5.9). Se o pecado de morte (ou a morte espiritual) no tem nenhuma relao com a morte fsica em todos [os seres humanos], porque a morte fsica natural, ento a morte fsica de Cristo foi arbitrria. Foi desnecessria e s serviu para um papel dramtico. Tal viso radicalmente defeituosa e anti-bblica.
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Como o segundo Ado que veio para salvar o seu povo a partir do primeiro Ado e seus prprios pecados, Jesus sofreu a penalidade para o pecado. Portanto, se queremos saber o que as consequncias ou punies para o pecado so, ns simplesmente precisamos olhar para os castigos divinos que o Salvador experimentou. Existem basicamente trs: (1) a separao e a alienao de Deus que o Nosso Senhor experimentou na cruz. Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste? (Mt. 27.46). (2) Ele tambm experimentou o sofrimento, maldio, dor, angstia e terror que assiste a alienao de Deus, Sua ira e desprazer. Assim, era necessrio que o Cristo padecesse ( Lc . 24.46). Cristo sofreu por ns (1 Pe 2.21). Cristo sofreu por ns na carne (1 Pe 4.1). E, estando em agonia, orava mais intensamente ( Lc 22.44). Um Homem de dores e familiarizado com o sofrimento... Ele carregou os nossos sofrimentos e as nossas dores, porm ns o reputvamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido (Isaas 53.3, 4). (3) Finalmente, Ele sofreu uma morte fsica na cruz e sua alma foi separada de seu corpo. Ele foi cortado da terra dos vivos .... Ele derramou a sua alma at a morte (Is 53.8, 12). Designaram-lhe a sepultura com os perversos (Is 53.9). Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras (1 Corntios 15.3). Dada toda esta evidncia, as consequncias penais do pecado de Ado no Jardim no podem ser limitadas morte espiritual. O termo morte na narrativa do Gnesis deve incluir a morte no sentido mais amplo do termo. Compreende a morte espiritual e toda a misria que brota do nosso afastamento de Deus. Ela afeta a alma, assim como o corpo e a anttese da vida, no sentido mais amplo do termo. A morte fsica de Ado foi garantida no momento em que comeu o fruto. organicamente ligada sua morte espiritual. Porque preteristas completos no entendem a relao entre o pecado e a morte fsica, eles pervertem o significado da ressurreio. Jesus teve que sofrer e morrer para pagar por nossos pecados e vencer a morte. Para ser ressuscitado dentre os mortos, nosso Senhor teve que primeiro morrer na cruz e ser colocado em um tmulo. A fim de conquistar a morte para sempre para o seu povo, Ele teve que pagar a pena na ntegra e, em seguida, tomar posse da fortaleza de seus inimigos. A morte e a corrupo no pde segur-Lo, por isso Ele saiu vitorioso. Ele agora possui as chaves da sepultura, porque Ele passou
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dentro e fora novamente e ganhou por Sua obra redentora a entrada e a sada livre para ns. Ns receberemos gloriosos corpos ressuscitados, incorruptveis, espirituais e poderosos na segunda vinda de nosso Senhor, porque Jesus submeteu-se morte e ressuscitou. Cristo morreu para salvar os nossos corpos, assim como nossas almas. A ressurreio dos mortos em Cristo chamada de redeno do nosso corpo (Rm 8.23). Mas com a doutrina da queda, implicando apenas o pecado de morte (ou a morte espiritual), o preterista completo pode definir a ressurreio geral apenas como uma espcie de experincia espiritual, ou, como apenas uma transferncia das almas do Hades, ou, a criao de um corpo completamente novo e diferente espiritual que no tem nenhuma ligao com o corpo anterior, que viveu na Terra. Eles, na sua essncia, desligam a ressurreio literal de Cristo da ressurreio corporal do crente. Elas so supostamente duas ressurreies muito diferentes. Tudo essa exegese, equivocada, defeituosa, uma teologia criativa e uma heresia que rejeita a conexo da morte fsica com a queda. Por isso, quando eles olham para a declarao de Paulo sobre o fim da morte na segunda vinda de Cristo, que diz: Porque convm que ele reine at que haja posto todos os inimigos debaixo dos ps. O ltimo inimigo a ser destrudo a morte. E, quando este corpo corruptvel se revestir de incorruptibilidade, e o que mortal se revestir de imortalidade, ento, se cumprir a palavra que est escrita: Tragada foi a morte pela vitria. Onde est, morte, a tua vitria? Onde est, morte, o teu aguilho? O aguilho da morte o pecado, e a fora do pecado a lei. Graas a Deus, que nos d a vitria por intermdio de nosso Senhor Jesus Cristo. [1 Corntios.15:25, 26, 54-57]), negam que isso significa exatamente o que diz. Em sua viso de mundo, a morte teologicamente pervertida continua para sempre. (Se eles negam essa acusao e postulam um fim da morte e sofrimento no futuro, eles s podem fazer isso contradizendo o seu prprio sistema. Alm disso, uma vez que acreditam que tudo na Bblia j foi cumprido, eles no podem apelar para a Bblia para argumentar que o pecado e a morte tero fim no futuro. Consequentemente, eles negam a eficcia da morte e ressurreio de Cristo para finalmente vencer a morte e as consequncias da queda de Ado . Que heresia repugnante e lamentvel!).
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Uma Anlise Sobre como o Preterista Completo Tenta Justificar a Morte Fsica Antes da Queda
Todas as tentativas do preterismo completo para afirmar que a morte fsica natural e faz parte da ordem criado por Deus, so errneas e lamentveis. Os argumentos dos preteristas completos so: 1 - A morte fsica tinha que existir fora do jardim do den para servir como um aviso espiritual para Ado; 2 - Os preteristas completos argumentam que a morte, a calamidade, a violncia, furaces, impactos de meteoros, tsunamis e afins foram construdos no tecido da criao por Deus para ensinar os seres humanos sobre o cuidado de Deus; 3 - Os preteristas completos argumentam que os termos hebraicos usados na Bblia para os animais carnvoros (por exemplo, leo significa violento, falco significa rasgar) indicam que Ado ao dar nomes a esses animais, descreveu um mundo j cheio de morte e destruio mesmo antes da queda. Vamos analisar cada um desses trs argumentos vistos acima e refut-los a luz da Bblia. A morte fsica tinha que existir fora do jardim do den como aviso para Ado? Brian Schwertley nos diz que a idia de que a morte tinha que existir fora do jardim como um aviso um argumento a partir do silncio. Alm disso, ela assume que Deus foi incapaz de comunicar o conceito de rebelio do pecado e do mal para Ado sem primeiro criar exemplos de morte e do mal para observar. Este um grande erro. Todos os telogos ortodoxos ensinam que Ado e Eva tinham a obra da lei moral de Deus escrita em seus coraes (Rm 2.15). Consequentemente, dado este fato e a realidade da revelao direta de Deus, seria um absurdo insistir que Deus teria que criar mentirosos, ladres, adlteros e assassinos para que Ado pudesse entender esses conceitos morais. Deus poderia avisar Ado sobre as consequncias do pecado sem ter que criar diretamente as consequncias do pecado que violem Sua natureza e carter.
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A idia de que Deus deliberadamente e diretamente colocou o mal neste mundo antes da queda uma blasfmia e contrrio a toda a teologia e exegese. Se Deus criou o mal antes da queda, ento Deus o autor direto do mal. Isto bblica e teologicamente impossvel. Jeov no a causa direta ou autor responsvel do pecado no mundo, Ado . ...longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer injustia. (J 34.10). Deus absolutamente santo e justo e odeia o pecado e o mal ( Is 6.3;. Dt 32.4). Ele no pode ser tentado e no tenta o homem para o pecado (Tiago 1.13). A Bblia ensina explicitamente que, depois que Deus criou este mundo, Ele proclamou ser tudo muito bom (Gn 1.31). Se o mal existe, ento Deus teria que proclamar o prprio mal a ser muito bom. Tal ponto de vista obviamente irracional e errado. As tentativas do preterismo completo para justificar a morte fsica antes da queda leva no s a negar o evangelho (ou seja, eles argumentam que a morte fsica de Jesus no foi um substitutivo expiao, mas era necessrio apenas para produzir a ressurreio como um sinal para os judeus . Outros argumentam que Jesus morreu para que sua alma pudesse ir para o Hades e liberar os santos do Antigo Testamento presos l), mas tambm para perverter a doutrina de Deus. Calamidades, violncias etc foram criados por Deus no tecido da criao para ensinar os seres humanos sobre o Seu cuidado? Sobre esta segunda questo, Brian Schwertley nos responde em seu artigo: Segundo, os preteristas completos argumentam que a morte, a calamidade, a violncia, furaces, impactos de meteoros, furaces, tsunamis e afins foram construdos no tecido da criao por Deus para ensinar os seres humanos sobre o cuidado de Deus. Eles dizem que antes da queda a natureza era naturalmente perigosa, para que assim possamos entender que Deus inerentemente perigoso. Qual o problema com este tipo de raciocnio? Ele ignora o fato de que Deus s perigoso para as pessoas que pecam e se rebelam contra ele. Ado e Eva eram sem pecado e viviam no paraso. A Bblia ensina explicitamente que s a terra tornou-se maldita, como resultado do pecado de Ado (Gn 3.17-19). Alm disso, o raciocnio preterista completo, mais uma vez, ignora o fato de que Deus comunicou Sua vontade a Ado sobre a rebelio atravs de revelao direta. O preterista completo postula um universo onde a ira de Deus contra o pecado exibida antes mesmo da existncia do pecado. Deus no precisa criar a morte, o sofrimento e o mal para alertar o homem contra o pecado.
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Sua revelao verbal suficiente. Como o argumento anterior, aqui o preterista completo faz de Deus a causa direta e o agente responsvel do mal e no o homem. Tal viso deve ser imediatamente rejeitada por qualquer cristo que cr na Bblia. E sobre os termos hebraicos usados na Bblia para descrever os animais carnvoros? Segundo Brian Schwertley este argumento refutado pelas seguintes consideraes. (1) Dada histria bblica e o que os estudiosos modernos sabem sobre lingustica, extremamente improvvel que Ado falava hebraico no jardim do den. Todos os homens eram de uma raa e falavam um idioma at que Deus dividiu a raa humana e fez vrias lnguas no episdio da Torre de Babel (Gnesis 11.1-9). Essas so as poucas lnguas que saem do tronco principal a partir do qual todas as lnguas evoluram. provvel que um desses idiomas fosse uma lngua proto-semita do qual se desenvolveu o hebraico e outras lnguas semticas. Devemos lembrar que Ado est na mesma relao com a lngua hebraica como o chins, indo-europeu, as lnguas latinas e Africanas. Ado no era mais um semita que uma pessoa indiana ou japonesa. Alm disso, mesmo se Ado falava o hebraico (que extremamente improvvel dada Gnesis 11.9, O Senhor confundiu a linguagem de toda a terra), as lnguas so to evoludas que extremamente improvvel que Ado podia mesmo ter uma conversa com Moiss. (Ns, por exemplo, seramos completamente incapazes de se comunicar com um anglo-saxo da poca romana.) (2) Os nomes que Ado deu os animais no esto registrados nas Escrituras. Assim, o argumento uma suposio baseada em nenhuma evidncia. Os nomes hebraicos de animais escritos milhares de anos depois que Ado e Eva viveram teriam provavelmente se originado com as tribos semitas no Oriente Mdio e no no jardim do den. (3) O argumento preterista completo assume que Ado saiu do paraso para observar as diversas prticas perigosas dos animais selvagens, pois assim deu nome aos animais de acordo [o comportamento selvagem deles]. Esta hiptese refutada de duas maneiras. a) O texto bblico diz que Deus trouxe os animais para Ado ver como iria cham-los (Gn 2.19). Deus certamente no trouxe os animais para o paraso, para que pudessem rasgar-se na presena de Ado. Alm disso, mesmo preteristas completos pensam na violncia, no
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sofrimento, na brutalidade do derramamento de sangue e morte que existiam naquela poca como que ocorrendo fora do jardim do den. b) O relato bblico ensina explicitamente que antes da queda o homem e os animais eram vegetarianos. E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que do semente e se acham na superfcie de toda a terra e todas as rvores em que h fruto que d semente; isso vos ser para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos cus, e a todos os rpteis da terra, em que h flego de vida, toda erva verde lhes ser para mantimento. E assim se fez. (Gn 1.29-30). O versculo 30 significa exatamente o que diz. Este verso uma indicao da perfeita harmonia que prevalece no mundo animal. Nenhum animal predava o outro. Vorazes e ferozes animais selvagens no existiam. Esse versculo, ento, indica muito brevemente para este captulo que se desdobra em detalhes no captulo dois, que um estado paradisaco prevaleceu na criao. [...] Em nenhum momento nada (seres humanos, animais, pssaros) permitiu-se tirar a vida de outro ser vivo e consumi-lo por comida. O domnio atribudo ao casal humano sobre o mundo animal no inclui a prerrogativa de aougueiro. Em vez disso, a humanidade sobrevive com uma dieta vegetariana. Aqueles que se opem ao que a Bblia ensina nesta passagem baseada na maneira como carnvoros viviam ou se mostram em nossos dias so simplesmente culpados de incredulidade. Alguns iro opor-se a esta interpretao e vo argumentar que no encontramos uma explcita proibio sobre morte de animais para alimento nesta passagem. O problema com essa objeo que este tipo de mandamento positivo claramente declarado para limitar a dieta do homem. Ele pressupe tal proibio. Quando Deus diz: Isto o que vos tenho dado a comer o alimento, tem o mesmo sentido dee isso o que voc est autorizado a comer. Com esse mandamento positivo Deus no precisa estabelecer uma lista de proibio de itens. O fato de que eles no so permitidos automaticamente os exclui. [...]
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Alm disso, quando Deus apresentou Eva para Ado para que fosse sua esposa, ele automaticamente exclua todas as relaes homossexuais, incluindo sodomia e casamentos homossexuais. Alm disso, o cenrio da natureza antes da queda de acordo com o preterismo completo, era to cheio de violncia, derramamento de sangue, dor, sofrimento e morte que contradiz o contexto mais amplo da Escritura. Se Ado e Eva poderiam matar ou sequestrar animais para complementar sua dieta, ento por que Deus deu a No permisso especfica para comer animais depois do dilvio (Gn 9.3-4)? Por que as Escrituras dizem especificamente que a vitria do reino de Cristo ir resultar no final da violncia animal; que at os carnvoros mais perigosos vo ser vegetarianos (por exemplo, Isaas 11.7)? Se os argumentos preteristas completos sobre este ponto nos disser que o fim da violncia animal no para ser tomado literalmente - porque uma metfora para a paz - ento eles ainda tm um problema insupervel. Note, se a violncia animal e assassinato estavam ocorrendo antes da queda e foram uma coisa boa, ento por que (mesmo que a profecia seja simplesmente uma metfora) a excluso desta violncia e assassinato so apresentadas a ns por Deus como um dos grandes benefcios do reino vitorioso de Cristo? De acordo com preteristas completos essa cessao de morte e violncia no seria natural ou bom. De fato, como vimos, eles ensinam que um mundo sem violncia, dor, sofrimento e morte iria comunicar uma falsa imagem de Deus. A nica concluso lgica que podemos chegar a partir do quadro proftico do Reino que a violncia, [...] o sofrimento e a morte - at mesmo no reino animal - anormal [e deve ser vista] como consequncia do pecado, como uma perverso da ordem criada por Deus. [...] Vimos nesta breve dissertao que no h boas razes para abandonar o entendimento tradicional e ortodoxo sobre a criao e a queda. A heresia do preterismo completo ensina-nos uma lio muito importante: a de que uma perverso, radical fundamental da escatologia leva a uma perverso hertica sobre o incio da histria.
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Captulo 3
Segundo Brian Schwertley as Escrituras do Antigo Testamento contm poucas referncias esperana da ressurreio do corpo. Esta uma rea de pensamento que se torna muito mais clara conforme a revelao progride na era da Nova Aliana (essa observao, no entanto, no significa de modo algum que a ressurreio corporal fosse desconhecida ou sem importncia para o povo de Deus no Antigo Testamento). Desde que a obra redentora de Cristo foi apenas gradualmente revelada e desde que a ressurreio do corpo para a vida eterna um resultado da conquista da morte [pela obra de Cristo], faz todo o sentido que existam poucas referncias explcitas ressurreio corporal nas Escrituras da Antiga Aliana. Ainda segundo Brian Schwertley no cntico de Moiss, os israelitas cantaram: No h Deus alm de mim, eu mato e eu fao viver ( Dt 32.39). Isso no simplesmente uma declarao de que Deus o autor da vida, mas de que Deus tambm pode ressuscitar os mortos. Abrao compreendeu esta verdade, pois o autor de Hebreus diz que o patriarca estava disposto a matar seu filho, porque ele acreditava que Deus era capaz de levant-lo, mesmo dentre os mortos (11.9). O autor de Hebreus escreve que os patriarcas piedosos morreram todos na f, porque eles estavam olhando para a frente, para uma cidade preparada para eles em um pas celestial (11.16). Isso implica mais do que uma esperana de ir para o Seol ou Hades. No Antigo Testamento,
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houve os traslados corporais e ascenses de Enoque (Gn 5.23-24; cf. Hb 11.5) e Elias (2 Rs 2.11, 12). Estes homens obtiveram a vida eterna com Deus no cu com seus corpos fsicos ainda unidos s suas almas . Isso implica no apenas que Deus pode transformar nossos corpos fsicos e cados para torn-los aptos para um ambiente celestial, mas tambm que h um futuro abenoado para os santos em suas pessoas completas, tanto de corpo e alma . Se a teoria preterista completa fosse verdade, ento s Enoque, Elias e Jesus tm verdadeiros e glorificados, corpos espirituais que so realmente seus prprios corpos (a nica maneira de evitar uma idia to estranha seria afirmar que, em algum tempo indeterminado eles lanam fora seus corpos ou colocam em armazenamento ou ento deixam em algum lugar para que se dissolvam. Tal viso insuportvel, arbitrria e absurda para Escritura. Alm disso, radicalmente denigre a verdadeira humanidade do Mediador teantrpico).
inspiradas). [...] J olha com f para o Redentor vivo, que ir justific-lo no fim do tempo quando Ele vem para julgar os vivos e os mortos. [...] (3) Que J est falando de uma ressurreio corporal literal comprovado por suas referncias pele, a carne e os olhos. Ele no um esprito desencarnado, quando Seu Redentor vem, nem ele simplesmente v o Salvador com os olhos da mente. A questo toda que ele vai contemplar Cristo com um verdadeiro corpo (ainda espiritual) fsico. Muito tempo depois de trabalho, ele morre, e seu corpo vira p, assim vai surgir e olhar para Deus com seus prprios olhos. [Quando se diz os meus olhos o vero, e no outros como se ele estivesse falando de uma coisa que pertence a si mesmo. Ao atribuir a viso de si mesmo, em particular, ele no nega sobre os outros, mas d a entender que ele, em seu prprio corpo (que morreu), e no outro, que surgem para ver Deus. Esta observao desmente a teoria preterista completo que na ressurreio os corpos dos santos mortos no surgem da sepultura, mas so substitudos por corpos completamente novos e diferentes. (4) Essa esperana que J depositava em uma ressurreio corporal tambm demonstrada pelo fato de que ele no tinha f ou esperana de que sua sade seria restaurada. Ele resignou-se probabilidade de que sua doena era a morte e, portanto, estava olhando para a frente para um bem maior, uma mais nobre libertao na ressurreio. Ele no esperava ser totalmente justificado diante de seus acusadores at o dia do julgamento. A objeo moderna e comum de que a idia da ressurreio corporal entrou muito tarde judasmo, no nada mais do que a especulao dos modernistas. Esta passagem deixa bem claro que a esperana da ressurreio do corpo para a vida eterna era uma pea central da f de J.
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Daniel 12.1-2 Nesse tempo, se levantar Miguel, o grande prncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haver tempo de angstia, qual nunca houve, desde que houve nao at quele tempo; mas, naquele tempo, ser salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro. Muitos dos que dormem no p da terra ressuscitaro, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. (Daniel 12.1-2) De acordo com o pastor Brian Schwertley [aqui em Daniel 12.1-2] encontramos uma passagem que fala claramente sobre uma ressurreio corprea e simultnea dos justos e dos mpios mortos. Embora o versculo dois no seja difcil de entender, o contexto deste versculo gerou muita discordncia. Um verso remete para o tempo do fim descrito em 11.40-45. Embora seja geralmente reconhecido que o captulo 11 at o versculo 40 esteja discutindo o perodo de conflito entre Egito e Sria (ou seja, os Ptolomeus vs Selucidas) e as atividades do grego tirano Antoco Epifnio (Antoco famoso por uma severa perseguio contra o povo de Deus e por colocar dolos no templo e sacrificar um porco no santurio [sendo esta a] abominao da desolao) , os versos 40-45 so interpretados de vrias maneiras. Alguns vem estes versos como uma continuao das atividades Antoco Epifnio. Outros os vem como descrevendo as atividades de sua posteridade. Outros ainda atribuem estes versos para a conquista do Imprio romano. H dispensacionalistas que acreditam que isso se aplica a um revivido Imprio romano no fim do tempo. H tambm uma srie de comentaristas que vem um cumprimento duplo, em outras palavras, esses versculos se aplicam para o perodo antes do nascimento de Cristo, bem como o fim do mundo. Muitos preteristas completos acreditam que a passagem se refere destruio de Israel em 66-70 dC e, consequentemente, eles ensinam que a ressurreio geral um evento no passado distante. Sem ter tempo para descobrir exatamente qual a histria especfica do perodo inter-Testamental [...], h uma srie de coisas importantes que podemos aprender a partir do versculo dois. Primeiro, h uma ressurreio simultnea de ambos os justos e os mpios. Este fato elimina uma srie de interpretaes. (1) O pr-milenista dispensacionalista carrega a idia de uma ressurreio separada, contradizendo explicitamente esta passagem.
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(2) A idia (com base na palavra muitos) que esta a ressurreio parcial dos santos que ocorreu quando Jesus ressuscitou dos mortos (ano 33 d.C.) insustentvel, porque os santos apenas saram de suas tumbas naquele dia maravilhoso (Mt 27.52-53). No h indicao de que os maus tambm surgiram com Cristo, e no h boas razes teolgicas para tal ocorrncia. (3) O fato de que ambos surgem ao mesmo tempo, exclui qualquer idia de um sentido figurado, por exemplo, que este refere-se restaurao da nao judaica ou que essa ressurreio simboliza a regenerao. (4) refutada a interpretao preterista completa, porque eles (pelo menos a maioria deles) acreditam em uma viso progressista da ressurreio a partir do ano 70 d.C. para a eternidade. Daniel ensina uma ressurreio geral, seguidos de uma vida eterna (hayye olam) ou o desprezo eterno (Diron olam). Segundo, note que os justos e os mpios mortos acordam ou saem do p da terra. Aqueles que j morreram e viraram p sairo da poeira. Esta passagem refere-se a sepulturas e uma literal ressurreio corporal. Algo fsico est acontecendo [nesse versculo]. Esta realidade refuta uma srie de idias. (1) Isso no pode ser uma referncia apenas s almas sendo libertadas do Hades, ou na ressurreio de Cristo, ou no ano 70 d.C. As almas no dormem na morte e tambm no surgem do p. (2) No pode se referir a uma ressurreio corprea no ano 70 d.C., porque o p da terra ainda contm o p dos justos mortos, e tambm do perverso. (3) No versculo12.13 Daniel diz que ele tambm ir surgir naquele dia e receber a sua recompensa no final da histria. Tu, porm, segue o teu caminho at ao fim; pois descansars e, ao fim dos dias, te levantars para receber a tua herana. Este versculo tambm contradiz quaisquer concepes de simplesmente uma transferncia [de almas] do Hades ou uma experincia espiritual. O corpo de Daniel est em repouso no tmulo e ir surgir no final dos dias, o perodo final (consumao). O ano 70 d.C. foi o fim da era judaica, mas no foi o fim dos dias. Deus no tem duas ressurreies separadas do corpo, uma para os santos do Antigo Testamento e uma para os santos do Novo. Todo mundo que salvo por Cristo surgir juntos no fim do mundo.
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Dado o claro ensino de Daniel 12 sobre a natureza da ressurreio, precisamos fazer duas perguntas. Primeiro, por que que esta profecia fala da ressurreio final dos justos e dos mpios no final de uma seo que trata do perodo intertestamental da histria que envolve graves dificuldades e perseguies dos judeus justos [...]? A razo era simples. A ressurreio final foi um consolo especial e esperana para os judeus perseguidos, como seria para os cristos perseguidos em sofrimento. Aps a grande e longa tempestade de perseguio, os fiis judeus que no contaminaram as suas vestes sero recompensados de acordo com suas obras na ressurreio. Alm disso, seus perseguidores mpios, e os judeus apstatas que os apoiaram para salvar sua pele, iro sofrer a justa punio que merecem. Deus vingar os seus santos. Um tempo de salvao plena e completa justia est chegando. E o apstolo, falando dos judeus piedosos que sofreram o martrio sob Antoco, diz-nos que, apesar de terem sido torturados eles ainda no aceitaram a libertao , porque esperavam obter uma superior ressurreio (Hebreus 11.35). Paulo tambm se cobria com a esperana da ressurreio dos mortos (cf. Atos 24.15; 1 Corntios 15.54-58; 1 Tessalonicenses 4.13-18). O Justo ser acordado para a ressurreio da vida e as recompensas da graa, enquanto que os mpios surgem em seus pecados para a eterna agonia. [...] Em segundo lugar, muitos expositores tm ficado perplexos com o uso que Daniel faz [da palavra] muitos em vez de usar a palavra todos. Algumas pessoas perguntam, como isso poderia ser a ressurreio final, quando a palavra todos no usada na passagem? No disse nosso Senhor que todos iro sair das suas sepulturas (cf. Jo 5.28)? O uso da palavra muitos no um problema srio quando consideramos que muitos pode ter o sentido de todos na Bblia (por exemplo, Rm 5.15, 19). O autor no est enfatizando que cada pessoa ir surgir, mas, simplesmente, que a ressurreio seria composto de um grande nmero de pessoas, uma vasta multido. Isto como a palavra usada no Salmo 97.1. Uma multido inumervel de mortos vo surgir a partir do p da terra. Como nota Calvino: A palavra muitos aqui parece claramente indicar todos, e isto no para ser considerado como absolutamente absurdo [...]. Aqui est claro a referncia uma ressurreio final, na qual deve haver uma separao entre o bem e o mal; no temporal, mas eterna, como para a vida eterna e, como a morte e desgraa eterna.
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Uma vez que entendemos que a palavra muitos no usada para ensinar uma ressurreio parcial, ento vemos uma semelhana impressionante entre Daniel 12.2 e a declarao de Jesus sobre a ressurreio em Joo 5.28-29: Daniel 12:2
Muitos dos que dormem no p da terra...
Joo 5:28-29
vem a hora em que todos os que se acham nos tmulos ouviro a sua voz e sairo
os que tiverem feito o bem, para a ressurreio da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreio do juzo.
Praticamente todos os comentaristas e telogos da igreja crist ao longo dos tempos tm considerado estas passagens como afirmaes claras sobre a ressurreio final. Que o prprio Cristo entendeu a passagem de Daniel 12.2 como uma referncia ressurreio final demonstrado por sua provvel aluso a Daniel 12.3 como o fim da parbola do joio. Observe as semelhanas: Daniel 12.3
Os que forem sbios, pois, resplandecero como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem justia, como as estrelas, sempre e eternamente.
Mateus 13.43
Ento, os justos resplandecero como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos [para ouvir], oua.
Os preteristas completos ignoram a natureza da ressurreio descrita por Daniel e, em vez de insistir que a ressurreio tinha que ocorrer no ano 70 d.C., porque Daniel liga a abominao que causa desolao (11.31; 12.11) com a ressurreio (12:2)? Esta viso tem srios problemas e deve ser rejeitada pelas seguintes razes. (1) No livro de Daniel a abominao da desolao se refere ao sacrilgio horrvel perpetrado pelo infame rei Antoco Epifnio . A referncia claramente para os eventos de 167 a.C., quando Antoco Epifnio conquistou Jerusalm e proibiu o culto sacrificial judaico, e criou um altar para sacrifcios pagos (incluindo o abate de sunos) em cima do altar do
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holocausto (Josefo, Ant. 12,253). Quando Jesus disse: Quando, pois, virdes o abominvel da desolao de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem l entenda), Ele no est dizendo necessariamente que o ano 70 d.C. o especfico cumprimento de Daniel, mas que, assim como o templo foi profanado por Antoco, algo como isso vai acontecer novamente. Lenski concorda, Jesus no diz que Daniel profetizou o evento que iria inaugurar a destruio de Jerusalm. Ele diz apenas que o mesmo tipo de abominao com o mesmo tipo de efeito apareceria no Templo. Alm disso, uma vez que evidente que nenhuma ressurreio corporal ocorreu na abominao da desolao no ano de 167 a.C. (e continuou por trs anos), ento no h razo para insistir que a ressurreio ocorreu no ano 70 d.C. Se o preterista completo for coerente e defender a realizao de algum tipo de duplo [cumprimento da profecia] (por exemplo, 167 a.C. e 70 d.C.), ento ele deve argumentar por duas ressurreies e no apenas uma no ano 70 d.C. O preterista completo no essencialmente melhor do que o futurista dispensacional que ignora a profecia original para olhar para um futuro revivido Imprio romano e o anticristo. O fato de que a ressurreio ocorreu em 167 a.C. suporta a viso ortodoxa crist da profecia de que, por vezes, Deus pode colocar informaes cruciais sobre eventos distantes prximos aos eventos que esto prestes a acontecer para o conforto e a esperana dos crentes. A grande esperana dos crentes perseguidos em todos os tempos a ressurreio do corpo no fim da histria. (2) No h nada em Mateus 24 sobre um arrebatamento dos santos vivos ou sobre uma ressurreio corporal e literal. Os corpos dos justos e os mpios no ressurgiram do p. Isto simplesmente no aconteceu [ainda]. O preterista completo s pode chegar a uma ressurreio [espiritual], redefinindo a ressurreio fsica e literal. Alm disso, como observamos em nossa discusso de 1 Tessalonicenses 4.13-18 Jesus no deixou o cu em Pessoa teantrpica em 70 d.C. A segunda vinda corporal de Cristo e os eventos escatolgicos que a rodeiam so para ns ainda no futuro.
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Salmo 17.15 (Por Brian Schwertley) Eu, porm, na justia contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhana. Neste Salmo Davi descreve a si mesmo como um homem justo, que deseja ardentemente a graa de ser mantido de forma justa e santa na vida, mesmo que ele tenha inimigos que desejam oprimi-lo, cerc-lo e destru-lo. Davi procura a amorosa bondade e libertao de Deus contra aqueles que se levantam contra ele. Sua orao inspirada fecha com uma grande declarao de f no amor de Deus e completa salvao. Davi ir contemplar a face de Deus e desfrutar de Sua presena (a viso de Deus e Seu rosto so muitas vezes referidos na Bblia como um grande privilgio que, em geral, negado aos crentes na vida presente. algo que est reservado para a prxima vida e do tempo aps a consumao [cf. Ex 33.20;. Juzes .13.22, Mt. 5.8, 1 Corntios 13.12, 2 Corntios 3.18, 1 Jo 3.2; Ap 21.3, 23; 22.3-5]). Davi vai receber satisfao perfeita e completa quando ele acordar da morte em seu corpo ressuscitado semelhana de Deus. Um nmero muito pequeno de comentadores no v uma ressurreio do corpo nessa passagem. Portanto, nos beneficiaria um olhar para os seus argumentos. Um argumento que o despertar significa o despertar de um sono literal. Isto baseia-se na referncia a noite no verso trs. Mas por que Davi espera para ver Deus, quando ele acorda na manh seguinte, ou na manh de um dia qualquer? Tal ponto de vista um absurdo. Outro argumento que viglia uma metfora para a libertao de seu tempo presente de tristeza e sofrimento. Esta interpretao, no entanto, uma explicao completamente inadequada. Sofrimento e aflio nunca comparada na Escritura com dormir. Mas, acordando da morte e do sono, como uma metfora para a morte, comum na Bblia (2 Rs 4.21; Is 26.19; Jo 11.11, 1 Corntios 15.18, 1 Tessalonicenses 4.13, 14, etc). Alguns intrpretes argumentam que no pode se referir a uma esperana de uma ressurreio corporal, porque a esta altura da histria tal concepo clara da ressurreio era desconhecida. O problema com essa viso que J 19.25-27, bem como o Salmo 16 oferecem uma prova clara de que o povo de Deus, de fato, j tem uma esperana na ressurreio e na bem-aventurana do alm.
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A nica interpretao que faz justia a essa passagem a analogia da Escritura em que Davi vai ficar realmente satisfeito quando sua alma estiver reunida com seu corpo ao despertar do sono da morte para contemplar a face de Deus. Este o clmax salvfico ao pedido do versculo 7 que diz: mostra as maravilhas da tua bondade. Spurgeon escreve: Os santos no cu ainda no despertaram semelhana de Deus. Os corpos dos justos ainda dormem, mas eles devem ser satisfeitos na manh da ressurreio, quando sero acordados. Quando um conquistador romano estava em guerra, e ganhava grandes vitrias, ele voltaria para Roma com seus soldados, ficava privado em sua casa, e se divertia at o dia seguinte, quando ele saa da cidade para reinserir-se publicamente em triunfo. Agora, os santos, como se estivessem em particular no cu, sem seus corpos, mas no ltimo dia, quando seus corpos acordarem, eles vo entrar em seus carros triunfais.
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Salmo 16.9-11(Por Brian Schwertley) Alegra-se, pois, o meu corao, e o meu esprito exulta; at o meu corpo repousar seguro. Pois no deixars a minha alma na morte, nem permitirs que o teu Santo veja corrupo. Tu me fars ver os caminhos da vida; na tua presena h plenitude de alegria, na tua destra, delcias perpetuamente. Embora Pedro aplique esta passagem diretamente a Jesus Cristo em seu sermo no dia de Pentecostes (At 2.25 ss.), e salienta que Davi ainda est mofando no tmulo, no entanto, esta profecia est diretamente ligada com a prpria esperana que Davi tinha da redeno de sua carne ou corpo. To grande vitria sobre a morte e a sepultura obtido pela f em Jesus Cristo, que um crente pode estabelecer o seu corpo, como em uma cama, para descansar l, na esperana da ressurreio. Para aqueles que esto em Cristo so os que mais seguramente compartilham os frutos que Sua ressurreio vindicou, esta a afirmao ousada de Davi pela f. Davi tem consolo na redeno de seu corpo, porque todos em Jesus so entregues a partir do tmulo atravs de Sua gloriosa ressurreio. Como nosso Senhor disse: ...porque eu vivo, vs tambm vivereis. (Jo14.19). Se a esperana de Davi era apenas que seu esprito seria liberado de Hades como alguns preteristas completos afirmam, ou, que ele iria receber um corpo completamente diferente, que no tinha nada a ver com o seu corpo fsico como outros preteristas completos afirmam, ento sua esperana em Jesus numa ressurreio corporal-fsico (ainda espiritual) no faz sentido. Como observamos em nossa discusso sobre a morte fsica como consequncia da morte espiritual, o sistema preterista completo no pode explicar por que Jesus teve que morrer fisicamente e, em seguida, subir novamente no mesmo corpo que morreu (embora agora glorificado).
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Isaas 25.8 (Por Brian Schwertley) Tragar a morte para sempre, e, assim, enxugar o SENHOR Deus as lgrimas de todos os rostos, e tirar de toda a terra o oprbrio do seu povo, porque o SENHOR falou. Esta passagem aplicada especificamente por Paulo para a ressurreio dos santos em 1 Corntios 15.54 [...] (Paulo, seguindo uma linguagem comum da LXX, traduz a palavra hebraica para sempre como vitria). A Vinda de Cristo, a ressurreio e a glorificao dos santos so os resultados da abolio da prpria morte Depois que Deus diz no versculo sete que Ele iria destruir [...], o vu ou cobertura que representa a dor e o sofrimento das naes, Jeov usa o mesmo verbo para nos dizer como seu sofrimento e luto cessaro. Deus, atravs da morte e ressurreio de seu Filho, ir eliminar o pecado e vencer a morte para sempre. Edward J. Young escreve: Isaas usa o artigo definido com a morte, para salientar o fato bem conhecido que a morte foi um terror para a humanidade. A morte, at ento, em si, tinha engolido tudo. Como em Gnesis 2.17, aqui a palavra morte inclui todos os males que a envolve. Quando a morte tragada, assim tambm so tragadas todas as misrias que ela traz. Alm disso, a morte para ser tragada para sempre, para nunca mais reaparecer. A interpretao de Paulo inteiramente verdade no Antigo Testamento: A morte foi tragada pela vitria (1 Corntios 15.54). O livro do Apocalipse traz o significado claro: no haver mais morte (Ap 21.4). Quando Deus comear a reinar em Sio, Ele dar um banquete de coisas ricas para as naes, e Ele na poca tambm destruir a morte, de modo que no haver mais qualquer motivo para o luto e a tristeza. Esta a imagem inteira em forma compacta. A partir do Novo Testamento, alm disso, aprendemos que com o estabelecimento do reino de Sio, a Igreja, as bnos aqui previstas foram de fato cumpridas. Pela Sua morte Cristo fez engolir a morte na vitria. Ao mesmo tempo, ns tambm aprendemos com o Novo Testamento que os efeitos do pecado permanecem, e que somente com a segunda vinda de Cristo que vamos ver as bnos prometidas em toda a sua extenso. Isaas est falando da vitria fundamental do Senhor...
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Jesus Cristo venceu a morte de uma vez por todas. Esta vitria completa abrange todas as pessoas desta terra (cf. Rm 6.14; 1 Corntios 15.12-57; 1 Ts 4.14; Ap. 1.17, 18; 21.4, etc). Se Cristo no tivesse derrotado a morte pela cruz e o tmulo vazio, ento as consequncias da queda de Ado ainda estariam em vigor sobre este mundo e seus povos, aps a consumao. Alm disso, como esse versculo deixa claro, se no formos libertados da morte e do pecado as questes de morte, sofrimento e dor no podem ser removidos tambm. Mas Deus promete remover toda a dor e tristeza. Como uma me amorosa enxuga as lgrimas de seu filho, Jeov vai limpar as lgrimas de nosso rosto. A remoo de todas as formas de sofrimento , obviamente, a consequncia da vitria completa do Messias sobre a morte. O Redentor elimina o pecado, culpa, bem como todas as consequncias do pecado em sua ltima vinda. [...] O preterismo completo tragicamente faz uma pardia completa desse verso e outros como ele. Deus diz que Cristo vai engolir a morte na Sua vitria. O preterista completo ensina que a morte natural e continuar para sempre. A Bblia afirma claramente que as consequncias da queda, como tristeza, sofrimento e lgrimas sero apagados e removidos para sempre pelo Filho de Deus na Sua vinda. A viso de mundo do preterista completo estende lgrimas de sofrimento e angstia para a eternidade. Eles veem de maneira muito reduzida a salvao de Cristo a uma economia individualista progressiva de algumas almas, aqui e ali, em um mundo de misria e pecado, que se estende para a eternidade. A derrota de Satans, do pecado e da morte e da regenerao de todas as coisas na cruz nunca levada a termo [por eles]. Em sua viso de mundo nunca pode ser levada a termo, porque a segunda vinda corporal de Cristo substituda pelo juzo nacional sobre Israel no meio da histria.
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Isaas 26.19 (Por Brian Schwertley) Os vossos mortos e tambm o meu cadver vivero e ressuscitaro; despertai e exultai, os que habitais no p, porque o teu orvalho, Deus, ser como o orvalho de vida, e a terra dar luz os seus mortos. O contexto desta passagem que as pessoas no tm sido capazes de livrar-se da opresso em todas as suas formas e demonstrar o poder de Deus para o mundo, derrubando o poder do mundo opressivo. Como o versculo seguinte deixa claro, a implicao que, em vez de uma nova vida resultante da luta, s a morte resultou. Isso levanta a questo subjacente do lamento: bom acreditar que Deus um dia ser coroado no Monte Sio e convidamos a todos os santos para festejar com ele, na presena de seus inimigos, mas e sobre todos os santos que viveram, lutaram e morreram, entretanto, sem resultado aparente? No versculo 19 vemos a resposta para a pergunta implcita de versculos 17 e 18. Isaas d uma resposta inspirada que Deus vai restaurar o que os santos perderam. Todas as pessoas piedosas que viveram e morreram sem ver a vitria do Messias vo subir novamente fora de suas sepulturas. Este versculo no se destina a ser tomado em sentido figurado. A declarao o meu cadver vivero e ressuscitaro, salienta que os mortos so rgos ou cadveres. Isaas no est falando apenas de espritos no Seol, mas da ressurreio de cadveres fsicos do p. Estes santos surgiro da poeira e sairo da terra. Como em Daniel 12.2, p o lugar dos mortos. No Salmo 22.15a crucificao de Cristo tr-lo ao p da morte. Em rabe moderno, a mesma palavra turab (poeira) uma designao do cemitrio; o local onde [esto] os corpos mortos no sono da morte em podrido e poeira. Os crentes mortos sairo de suas tumbas cantando louvores de alegria. Isaas claramente acreditava e ensinava que Deus iria levantar os corpos dos santos fora de suas tumbas. Temos que aceitar o significado claro do que o profeta aqui ensina ou temos de torcer as Escrituras e tornar essa passagem como sem sentido. Ou ns abraamos a doutrina ortodoxa gloriosa que o Deus vivo vai fazer com que os corpos dos santos ressurjam e gritem de alegria ou podemos aceitar os pressupostos herticos, arbitrrios, dos preteristas completos.
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Captulo 4
Segundo Brian Schwertley como era de se esperar, o Novo Testamento dnos um quadro mais completo sobre a ressurreio. Ele d os seguintes usos do termo: 1 - Como no Antigo Testamento, h exemplos de ressurreies de volta vida mortal. H trs exemplos de Jesus levantando as pessoas da morte ( a filha de Jairo, Mc 5.35-42, Mt 9.23-26, Lc 8.49-56; o filho da viva, Lc 7.11-17, e Lzaro, Jo 11.1-44). No livro de Atos as ressurreies de Tabitha (9.37-41) e utico (20.9-12) so registrados. Ningum contesta o fato de que estes exemplos so de ressurreies reais de mortos em seus corpos fsicos. [o grifo meu] H tambm o exemplo dos santos que saram de suas tumbas o momento em que Jesus morreu na cruz (Mt 27.51-53).
Uma vez que a ressurreio de Cristo o paradigma ou o padro da nossa ressurreio, devemos procurar na prpria Escritura o que ela nos diz sobre a ressurreio de nosso Senhor. o que veremos a seguir.
Sendo, pois, ele profeta e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono (Atos 2.30, ARC o grifo meu) Jesus lhes respondeu: Destru este santurio, e eu o levantarei em trs dias. Os judeus prosseguiram: Este santurio levou quarenta e seis anos para ser edificado, e tu o levantars em trs dias? Mas o santurio ao qual ele se referia era o seu corpo. (Joo 2.19-21 o grifo meu) E, se o Esprito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vs, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos h de dar vida tambm aos vossos corpos mortais, pelo seu Esprito, que em vs habita. (Rm 8.11 o grifo meu) Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos. (Ef 5.30, ACF o grifo meu) Ao falar acerca da Ressurreio de Cristo Brian Schwertley escreveu:
Alguns modernistas, bem como alguns grupos pentecostais, que tm fortes influncias platnicas (i.e., a antiga idia grega que o corpo, que feito de substncia material, intrinsecamente mau e inferior) afirmam que Jesus ressuscitou apenas espiritualmente. Seu corpo permaneceu no sepulcro e os discpulos viram somente seu esprito. Essa viso contradiz o ensino explcito da Escritura. O Messias ressurreto disse: Vede as minhas mos e os meus ps, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um esprito no tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho (Lc. 24.39). Todas as objees doutrina bblica de uma ressurreio real, histrica, literal e corporal de Cristo procedem de axiomas apstatas e incrdulos. Existem muitas pessoas que no crem em Jesus Cristo como ele revelado nas Escrituras. Essas pessoas frequentemente tm uma necessidade interior para justificar sua rejeio de Cristo. Assim, eles inventam toda sorte de teorias mitolgicas para apaziguar suas conscincias culpadas, para suprimir a verdade em injustia. Tais pessoas no tm f na palavra infalvel de Deus; e, portanto, colocam sua f nas teorias especulativas de homens pecadores (homens que tm um motivo oculto, que no querem encarar a realidade do pecado, morte e inferno). De forma trgica, tais pessoas se apresentaro no final diante do tribunal de Cristo (Mt. 25:31-46), o mesmo a quem negaram e rejeitaram.28
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Meu amigo leitor, se voc foi enredado pelo preterismo completo, s posso lhe dizer trs coisas: 1 - ou voc teve um mau discipulado em sua igreja;
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2 - ou no est conseguindo entender um assunto de to fcil interpretao; 3 - Voc precisou do preterismo completo para chegar s absurdas interpretaes sobre a ressurreio, pois lendo a Bblia sozinho sobre um assunto de to fcil compreenso, tenho certeza que voc jamais chegaria a tais concluses absurdas ensinadas pelo preterismo completo. Na anlise que faremos dos textos a seguir, vamos ver no Novo Testamento o quo CLARA a Escritura Sagrada sobre a ressurreio dos mortos. Mateus 10.28 No temais os que matam o corpo e no podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. Esta passagem no fala diretamente sobre uma ressurreio corporal, mas assume que a mesma ser real. Segundo Brian Schwertley h uma srie de coisas neste versculo que refutam a concepo preterista completo sobre a ressurreio. Primeiro, no se pode negar que o nosso Senhor est discutindo o que acontece com a alma ou esprito (o invisvel, aspecto imaterial de uma pessoa) do homem, bem como seu corpo fsico (seu corpo de carne e ossos). O corpo (soma) contrastado com a alma (psiqu), algo que pode ser morto. Consequentemente, o corpo no pode ser uma metfora para o esprito ou uma experincia no material. Os incrdulos podem causar temporria dor e sofrimento para o corpo fsico de um cristo, mas eles no podem tocar a nossa relao com Cristo. Deus, no entanto, capaz de afligir sofrimento no corpo fsico dos incrdulos para sempre no inferno (Geena, a morada do corpo e das almas dos mpios, aps o dia do julgamento). O contraste entre o claro e temporrio sofrimento fsico dos corpos dos cristos nesta vida e do eterno sofrimento corporal dos incrdulos no inferno fazem este versculo se tornar impossvel para os preteristas completos de contorn-lo. Suas tentativas de aplicar este versculo para o sofrimento espiritual sozinho ou alguma experincia nacional so totalmente absurdas. Em segundo lugar, Jesus diz que a destruio eterna, do corpo e da alma, espera por todos aqueles que O rejeitam. A questo no simplesmente
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que os crentes devem estar dispostos a sofrer perseguio e morrer pela f, porque sua alma est segura e protegida, mesmo que sejam torturados, mutilados e mortos, mas tambm que a sua pessoa como um todo, o corpo e a alma esto seguros no julgamento final. Terceiro, se o ensino do preterista completo sobre a ressurreio fosse verdade, a declarao de nosso Senhor no teria sentido. O preterista completo ensina que os corpos dos cristos e descrentes apodrecero em seus tmulos para sempre. Se os mesmos corpos que viveram e morreram no sero ressuscitados para ser entregue eterna destruio e sofrimento, ento o ensino de Cristo est errado. O que Ele diz totalmente incompatvel com o preterismo completo. Mateus 22.23-32 (Brian Schwertley) Naquele dia, aproximaram-se dele alguns saduceus, que dizem no haver ressurreio, e lhe perguntaram: Mestre, Moiss disse: Se algum morrer, no tendo filhos, seu irmo casar com a viva e suscitar descendncia ao falecido. Ora, havia entre ns sete irmos. O primeiro, tendo casado, morreu e, no tendo descendncia, deixou sua mulher a seu irmo; o mesmo sucedeu com o segundo, com o terceiro, at ao stimo;depois de todos eles, morreu tambm a mulher. Portanto, na ressurreio, de qual dos sete ser ela esposa? Porque todos a desposaram. Respondeu-lhes Jesus: Errais, no conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreio, nem casam, nem se do em casamento; so, porm, como os anjos no cu. E, quanto ressurreio dos mortos, no tendes lido o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abrao, o Deus de Isaque e o Deus de Jac? Ele no Deus de mortos, e sim de vivos. Nesta seo da Escritura, os saduceus (que rejeitavam a ressurreio do corpo) fizeram a Jesus uma pergunta sobre uma das questes mais importantes da teologia que dividiam os judeus naquela poca. A finalidade principal
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desta questo era ridicularizar a compreenso dos fariseus a respeito da ressurreio, fazendo com que ela parea absurdo aos olhos do povo. Ao fazer esta pergunta, tinham a inteno de fazer de Cristo um incompetente como Mestre perante as pessoas e tambm para afastar Jesus de muitas das classes dominantes, que eram saduceus. Esta parte das Escrituras refuta o entendimento do preterista completo acerca ressurreio, da seguinte maneira. Primeiro, note que os perguntam pressupem que o prprio Jesus sustentava uma posio sobre a ressurreio que era semelhante dos fariseus. Se Jesus no acredita na ressurreio do corpo em todos ou apenas a numa ressurreio espiritual, como muitos preteristas completos pensam, esta questo nunca teria sido levantada. Lembre-se, eles estavam tentando fazer nosso Senhor tolo vista de todos. Essa no era uma pergunta sincera para aprender mais sobre a doutrina, mas um ataque. Segundo, nunca o Salvador nega uma ressurreio literal do corpo em sua resposta. Cristo ataca sua suposio de que a vida de casado continua no alm. Se nosso Senhor rejeitou a noo dos fariseus dos corpos fsicos dos santos sendo levantadas de seus tmulos para a vida eterna, ento Ele teria refutado este aspecto da sua pergunta em Sua resposta. Mas Ele no tem nenhum problema com a viso judaica de uma ressurreio literal. A declarao do nosso Senhor que diz ...pois na ressurreio nem se casam nem se do em casamento, mas sero como anjos de Deus no cu, no significa que, aps a ressurreio os santos so seres espirituais desencarnados. Significa, simplesmente, que os santos ressuscitados sero como os anjos que no se casam e nem tm relaes conjugais. Os santos glorificados sero como os anjos somente a este respeito. Os saduceus basearam seu argumento inteiro em uma premissa falsa que no tem absolutamente nenhum apoio da Escritura, que no reino e na consumao as mesmas condies sociais e familiares existentes estaro presentes nessa era. O relato de Lucas acrescenta o fato de que, na ressurreio, os santos sero iguais aos anjos, porque eles no sero capazes de morrer (Lc 20.36). Consequentemente, a necessidade de gerar filhos para propagar uma herana viva desnecessrio. Como filhos da ressurreio nossos corpos glorificados nunca mais iro envelhecer e morrer. Tais comentrios seriam completamente desnecessrios e fora questo se o nosso Senhor no acreditasse na ressurreio corporal e literal.
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Terceiro, porque os saduceus s aceitavam a autoridade do Pentateuco, Jesus prova que a ressurreio do corpo em xodo 3.6: Eu sou o Deus de Abrao ... Isaque e Jac... Deus no o Deus dos mortos, mas dos vivos. Embora estes santos estavam mortos fisicamente, eles esto vivos espiritualmente na presena de Deus e, consequentemente, os seus corpos sero ressuscitados, porque eles so salvos e tm uma relao de aliana com Deus. Os mortos so homens cujos corpos esto sem vida, que esto [...] em seus tmulos. Se no h ressurreio, ento os corpos de Abrao, Isaque e Jac ficariam mortos para sempre, e o que iria fazer de Deus o Deus de homens mortos (sendo este um pensamento impossvel). Isso significaria que a morte no foi conquistada; que a morte estava segurando sua presa e foi mais forte do que Deus; que a redeno tinha falhado, deixando a morte ainda triunfante. Mas no, a ressurreio prova que Deus o Deus de homens vivos. A morte sofreu sseu golpe mortal. Quarto, a questo dos saduceus assume que a ressurreio dos justos um evento singular, portanto, a ressurreio. A idia do preterista completo acerca de ressurreies progressivas ao longo da histria, resultando em, literalmente, milhes de dias diferentes de ressurreio , obviamente, uma inveno para fazer a ressurreio que supostamente ocorreu em 70 d.C. aplicar-se aos crentes que morrem aps essa data. O nico problema com essa viso que ele totalmente arbitrria e explicitamente contradiz a Escritura. Lucas 14.12-14 (Brian Schwertley) Disse tambm ao que o havia convidado: Quando deres um jantar ou uma ceia, no convides os teus amigos, nem teus irmos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para no suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado. Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e sers bem-aventurado, pelo fato de no terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porm, tu a recebers na ressurreio dos justos. Esta passagem pressupe que todos aqueles que crem em Jesus e so declarados justos sero ressuscitados juntos. Note que a palavra ressurreio est no singular. Essa ressurreio se conecta a ressurreio geral para o
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julgamento final, onde os homens so recompensados de acordo com a suas obras (Mt 25.31-46;. 1 Pe 4.5; Ro 14.10-12, 2 Corntios 5.6-10; Ap 20.1115). Mais uma vez vemos uma contradio explcita entre a Escritura e o conceito preterista completo acerca de ressurreies progressistas. Joo 5.25-29 Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e j chegou, em que os mortos ouviro a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem vivero. Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, tambm concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. E lhe deu autoridade para julgar, porque o Filho do Homem. No vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos tmulos ouviro a sua voz e sairo: os que tiverem feito o bem, para a ressurreio da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreio do juzo. De acordo com Frank Brito, o que este versculo quer dizer que haver a
ressurreio corporal no fim do mundo. Mas antes disso, h a ressurreio espiritual na histria o novo nascimento. Assim como todos nascem biologicamente, todos ressuscitaro corporalmente. Todavia, nem todos ressuscitam espiritualmente. Os que ressuscitam espiritualmente ressuscitaro corporalmente para a vida eterna. J os que ressuscitaro corporalmente sem na histria ressuscitarem espiritualmente sofrero a morte eterna no tormento eterno.30
Existe nestes versculos um claro contraste entre as duas ressurreies. A hora de ambas as ressurreies vem, mas somente em relao ressurreio espiritual que alm de vir hora tambm j chegou. Assim, progressivamente na histria, a hora da ressurreio espiritual continuamente vem e ao mesmo tempo j chegou. Outra coisa interessante no versculo acima que em relao ressurreio espiritual necessrio que somente os mortos espiritualmente ouam a voz do Filho. No caso da morte fsica preciso que ouam e saiam dos tmulos. Caso a ressurreio fosse apenas uma libertao do Hades, no haveria necessidade de sair dos tmulos ou levantar-se do p da terra. O prprio Jesus teria usado a palavra Hades ou Seio de Abrao.
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Sobre o uso da expresso est chegando a hora ou vem a hora, alguns preteristas completos afirmam que isto indica que o tempo de determinado acontecimento estaria perto. Para isto, citam o uso dessa expresso no episdio da mulher samaritana. Quando Jesus disse que vem a hora dos adoradores adorarem ao Pai em esprito e em verdade, Ele estava referindo-se a inaugurao da Nova Aliana, que teve lugar em breve (quando Jesus morreu e ressuscitou). Assim, os preteristas completos concluem que em Joo captulo 5, ao falar sobre a ressurreio dos mortos, o significado de vem a hora deve implicar em iminncia tambm. O problema de tal argumento que no episdio da mulher samaritana Jesus no apenas disse que vem a hora, mas tambm que ela havia chegado, veja: Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalm adorareis o Pai. Vs adorais o que no conheceis; ns adoramos o que conhecemos, porque a salvao vem dos judeus. Mas vem a hora e j chegou, em que os verdadeiros adoradores adoraro o Pai em esprito e em verdade; porque so estes que o Pai procura para seus adoradores. (Joo 4.21-23) A utilizao de uso exclusivo de uma frase ou expresso em apenas uma ocasio, no o suficiente para encontrar um padro consistente. Alm disso, existe a dificuldade intransponvel de dezenas de milhares de cemitrios que ainda esto cheios de cadveres. Se o preterista completo quiser argumentar que Joo 5 esteja discutindo sobre a regenerao e no sobre uma ressurreio literal, ter tambm que admitir que os perdidos tambm sero regenerados. Brian Schwertley disse que alm disso, a expresso vai sair dos tmulos nunca usada como uma metfora para a regenerao na Bblia. E tambm escreveu que o transferncia da alma de um lugar para outro [no caso do hades] sem o corpo fsico nunca chamado de ressurreio na Bblia. Alm disso, por que a palavra ressurreio significa uma coisa para Jesus (seu corpo fsico saindo do tmulo) e algo completamente diferente para os cristos (uma transferncia das almas do hades)? Este ponto de vista sobre o Hades deixa um labirinto de contradies e absurdos.
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Tambm no podemos nos esquecer que curiosamente, o ensinamento de Jesus e de Paulo sobre a ressurreio universal de todos os homens, se salvos ou no, explicitamente contradiz a doutrina dos fariseus e do Talmud que acreditavam que apenas os justos experimentariam uma ressurreio do corpo. Joo 6.39 (cf. vs. 40, 44, 54) E a vontade de quem me enviou esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrrio, eu o ressuscitarei no ltimo dia. Esta passagem importante por duas razes. Primeiro, ela ensina explicitamente que todos os santos em toda a toda a histria humana sero levantados no mesmo dia. Neste contexto, claro que a palavra indica os eleitos ou todos os crentes em Cristo. O contexto define esse grupo como aquele que vem a mim (v. 35); todo o que o Pai me d (v. 37); tudo o que Ele me tem dado (v. 39); todos os que... crem (v. 40); todos que o Pai atrai a Cristo (v. 44); Aquele que cr em mim (v. 47). Cada indivduo comprados pelo sangue de Cristo ao longo da histria humana at a consumao iro surgir ao mesmo tempo, e aparecem juntos com Jesus em Sua vinda (cf. 1 Tessalonicenses 4.13-18). A incluso de todos na ressurreio refuta as duas ou trs ressurreies separadas corporais dos pr-milenistas e dispensacionalistas, bem como a idia de ressurreies progressivas ao longo da histria depois do ano 70 d.C. Todos os crentes devem esperar at aquele ltimo dia antes de serem levantados fora de suas tumbas para uma vida de glria. Todo o propsito da unidade do complexo escatolgico da segunda vinda, a ressurreio geral e o juzo final ocorrero no dia final e publicamente glorificaro e exaltaro a Jesus Cristo perante toda a raa humana e os anfitries angelicais. Atos 17.31-32 (Brian Schwertley) ...porquanto estabeleceu um dia em que h de julgar o mundo com justia, por meio de um varo que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitandoo dentre os mortos. Quando ouviram falar de ressurreio de mortos, uns escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouviremos noutra ocasio.
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Nesta seo do sermo de Paulo no Arepago em Atenas (centro da filosofia grega), o apstolo comea o clmax de seu sermo, discutindo a ressurreio corporal de Cristo e sua relao com a sua exaltao. a prova de que Ele ser o juiz do mundo inteiro (oikoumenen). Ento, no versculo 32 que se ouve a reao de alguns desses filsofos gregos. Eles zombaram e rejeitaram a mensagem de Paulo porque ele falou da ressurreio dos mortos (plural). Traduzido literalmente, seria uma ressurreio de mortos, ou uma ressurreio de pessoas mortas (cadveres). Esta declarao indica que ou o relato de Lucas um resumo preciso do que Paulo pregou e que ele tambm deve ter discutido sobre a geral ressurreio dos justos e injustos no julgamento. Ou talvez, eles inferiram uma ressurreio geral baseada na ressurreio de Cristo na discusso de Paulo sobre o julgamento final. Em qualquer caso, evidente que eles rejeitaram uma ressurreio corporal e literal de homens para fora de suas tumbas. Os filsofos gregos (exceto talvez os epicuristas) no tinham nenhum problema com o conceito da imortalidade da alma. Essa idia foi ensinada por seus maiores filsofos. Mas a filosofia grega rejeitou enfaticamente a idia de uma ressurreio do corpo. Eles consideravam o aspecto (carne e ossos) corporal do homem como intrinsecamente inferior e menor em relao ao esprito do homem. Estas observaes levantam as seguintes questes. Se todos os homens que se tornam cristos experimentam apenas uma ressurreio espiritual (como muitos preteristas completos afirmam), porque os filsofos gregos se opuseram a tal doutrina? No, claro que no! Se a ressurreio era apenas uma metfora para a restaurao de Israel no ano 70 d.C., como outros hiperpreteristas ensinam, seria isto ofensivo aos gregos que vivem longe de Israel, em Atenas? No, isto seria improvvel [...]. Se o artigo definido foi intencionalmente omitido antes da expresso anastasin nekron (a ressurreio de mortos) porque a ressurreio de Jesus s se entende como uma amostra, ento por que Paulo simplesmente no explicou que a ressurreio de Cristo era apenas um tipo, um caso temporrio, para resgatar as almas dos cristos fora de Hades como muitos preteristas completos afirmam. Alm disso, eles ensinam que uma vez que Jesus cumpriu sua misso, seu corpo humano foi dissolvido ou armazenado, como um monumento. Tal ensino seria muito menos ofensivo aos gregos do que a tradicional viso ortodoxa crist.
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ensino farisaico da ressurreio? Claro que no! A doutrina dos fariseus no tinha nada em comum com o preterismo completo. O preterista completo ou deve admitir que Paulo acreditava na ressurreio literal dos corpos dos mortos ou ele deve afirmar que Paulo deliberadamente mentiu em um tribunal de direito pblico depois de jurar dizer a verdade diante de Deus. Dado o fato de que Paulo estava defendendo um aspecto do evangelho e no h reprovao na Escritura sobre a defesa de Paulo, a ltima alternativa impossvel. Paulo, o maior dos apstolos e defensor da f, acreditava na concepo tradicional e ortodoxa da ressurreio. Os preteristas completos tentam contornar as implicaes bvias da declarao do apstolo de acordo com os fariseus sobre a ressurreio, argumentando que, em primeiro lugar, os fariseus teriam incompreendido Paulo nesta doutrina. Eles afirmam que, mais tarde, quando os fariseus finalmente descobriram o que o ensino do apstolo sobre este assunto realmente era, tornaram-se muito irritados, se opondo a Paulo ao ponto de querer mat-lo. Consequentemente, os preteristas completos argumentam, que essas passagens de Atos no pode ser usadas como textos prova para a ressurreio do corpo. Este argumento (que pode soar bem para uma pessoa que ignorante das Escrituras) deve ser rejeitado por duas razes. Primeiro, como foi observado, o santo apstolo apresentado como uma pessoa que deliberadamente enganou o conselho, enquanto sob juramento de dizer a verdade diante de Deus. Paulo foi era um fariseu devoto no passado (cf. Filipenses 3.5-6). Ele sabia exatamente o que os fariseus acreditavam sobre a ressurreio dos mortos. Portanto, se suas crenas eram radicalmente diferentes do seu ensino (como preteristas completos afirmam) teria sido totalmente desonesto Paulo apelar a uma concordncia com os seus pontos de vista. Segundo, no h a menor evidncia no livro de Atos para apoiar a afirmao do preterismo completo de que os fariseus descobriram que a doutrina de Paulo era diferente e, como consequncia se voltaram contra ele. Na verdade, uma leitura cuidadosa dos eventos refuta completamente tal teoria. Os problemas do apstolo comearam em Jerusalm, quando Paulo preso no templo. Como ele tomado por judeus da sia, esses homens fazem as acusaes seguintes: Israelitas, socorro! Este o homem que por toda parte ensina todos a serem contra o povo, contra a lei e contra este lugar; ainda mais, introduziu at gregos no templo e profanou este recinto sagrado.
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(At 21.28). Ento, como Paulo est diante da multido e faz sua defesa, observe o que ele diz que transforma a multido decisivamente contra ele: Mas ele me disse: Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios. (At 22.21). A multido gritou: Ouviram-no at essa palavra e, ento, gritaram, dizendo: Tira tal homem da terra, porque no convm que ele viva! (At 22.22). Aps isso, o apstolo levado em custdia e aparece perante o Sindrio, onde ele apela para a f na ressurreio, a fim de dividir o conselho (At 23.6-10). Nessa primeira apario, Paulo maltratado e espancado pela polcia do templo sob as ordens diretas de Ananias, o sumo sacerdote e lder do Sindrio (At 23.2-3). Ento, apenas um dia depois, somos informados de uma conspirao de alguns dos judeus para matar Paulo (At 23.12). Essa conspirao teve a aprovao total dos sacerdotes e os ancios (At 23.14), incluindo o sumo sacerdote (At. 25:2-3). O ponto central destes fatos que havia judeus que odiavam Paulo e queriam ele morto desde o incio at o final do relato histrico. Embora seja verdade que havia fariseus sobre o conselho que vieram em defesa de Paulo por conta de seus comentrios sobre a ressurreio, o sumo sacerdote (Ananias) e aqueles que tiveram a mais alta autoridade eram saduceus. Alm disso, no sabemos nem se os fariseus do conselho se voltaram contra Paulo porque ele foi forado pela conspirao para colocar-se sob a jurisdio e controle do governo romano (At 23.22-35). Alm disso, quando o sumo sacerdote e seus comparsas vieram antes de Flix e fizeram sua acusao contra Paulo, eles no fizeram qualquer meno ressurreio: Porque, tendo ns verificado que este homem uma peste e promove sedies entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo tambm o principal agitador da seita dos nazarenos, o qual tambm tentou profanar o templo, ns o prendemos [com o intuito de julg-lo segundo a nossa lei. (At 24.5-6). Note-se que estas palavras refletem as acusaes originais feitas quando Paulo foi apreendido (At 21.28). Com todos esses detalhes histricos, se a teoria do preterismo completo de uma mudana radical na atitude dos fariseus fosse verdade, significaria que eles teriam uma reunio privada com Paulo na priso antes da conspirao (que foi formalizado no dia seguinte); pediram detalhes a Paulo sobre a doutrina da ressurreio, e, em seguida, decidiram que sua doutrina era errada e hertica. No s tal reunio no falada, mas seria altamente improvvel que o sumo sacerdote (um lder saduceu), que controlava a polcia do templo e a priso, que odiava os fariseus, permitiria tal encontro. A conteno do preterismo completo uma fantasia inventada para evitar o ensino bsico das Escrituras que era o fato de que Paulo concordava com os fariseus sobre a ressurreio do corpo.
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Se fosse verdade que a palavra Mello sempre ensinou a iminncia, ento o preterista completo pode argumentar que Lucas, Paulo, Pedro e o autor de Hebreus genuinamente acreditavam e ensinavam sob inspirao divina que a segunda vinda de Cristo, a ressurreio e julgamento final estavam prestes a acontecer. Eles eram eventos prestes a acontecer. Depois de olhar para o modo desajeitado, desleixado em que os preteristas completos torcem as passagens da segunda vinda, poderamos dizer que os indicadores de tempo so a base do seu sistema e servem como eixo de toda a sua argumentao principal. Consequentemente, temos de fazer uma pergunta crucial. verdade que sempre mello ensina ou implica em iminncia? O simples fato da questo que o seu argumento central completamente falso. O verbo mello em grego clssico e koin pode ter significados diferentes dependendo do contexto e sintaxe. Em Liddell e Scott estudo exaustivo do grego clssico do os seguintes usos: I. que se destinam ou provvel, indicando uma certeza ou forte probabilidade estimada no presente, passado ou futuro [...], de um destino ou probabilidade no futuro ... II. estar prestes a, em [um] sentido puramente temporal ... III. estar sempre vai fazer sem nunca fazer: assim, atrasar, adiar ... IV. parte. mellon usado quase adjetivamente... o tempo futuro... coisas para vir, o futuro. Walter Bauer (revisado por William Arndt, Wilbur F. Gingrich e Danker Fredrick) neste estudo exaustivo, ele d uma srie de significados diferentes: 1. Inf... com o futuro. Denota certeza de que um evento ir ocorrer no futuro... certamente vai ocorrer ou ser Atos 11.28, 24.15; 27.10... estar a ponto de, estar prestes a b. ser destinado, inevitvel (de acordo com a vontade de Deus)... [...] O excelente grego estudioso Joseph Henry Thayer, essencialmente, concorda com tudo o que vimos at agora. Ele diz que Mello tem os seguintes significados: ...as coisas futuras, as coisas por vir, ou seja, conforme o contexto.... [...]
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O motivo que Lucas usa a mellein (infinitivo) em Atos 24 .15 no porque ele acredita que a segunda vinda corporal est prestes a ocorrer, mas porque ele est enfatizando a certeza de uma futura ressurreio dos justos e os mpios: tendo esperana em Deus, como tambm estes a tm, de que haver ressurreio, tanto de justos como de injustos. Se o leitor aceita o que os preteristas completos tm ensinado sobre o indicador de tempo na palavra grega mello, em seguida, deve-se aceitar a alegao do absurdo fantstico de que houve uma conspirao em massa ao longo dos ltimos dois mil anos pelos sbios gregos, tradutores, escritores de lxicos e expositores para esconder o verdadeiro significado desta palavra. Essa conspirao teria que abranger estudiosos que so ateus, catlicos romanos, unitaristas, ortodoxos, protestantes, bem como modernistas de classificao. Ela teria que incluir todos os estudiosos do grego clssico, bem como todos aqueles que se especializam em grego koin (isto , do Novo Testamento em grego). Tambm teria de concluir que os pais da igreja grega que falaram, escreveu e estudaram em grego tiveram uma compreenso muito mais pobre da lngua grega que os modernos preteristas completos. O pano de fundo sobre este assunto simples. Os preteristas completos perpetuaram um mito sobre o indicador de tempo principal e foram ignorantes ou deliberadamente maus usando a lngua grega para provar sua teoria hertica. hora dos cristos ortodoxos fazer desaparecer o principal argumento que sustenta esse ensinamento, tolo falso e perigoso. Romanos 8.10-11 Se, porm, Cristo est em vs, o corpo, na verdade, est morto por causa do pecado, mas o esprito vida, por causa da justia. Se habita em vs o Esprito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificar tambm o vosso corpo mortal, por meio do seu Esprito, que em vs habita. Se o cristo vai receber um novo corpo no cu e o seu antigo corpo vai ficar para sempre na sepultura, como pode essa passagem fazer sentido? O texto no poderia ser mais claro. O corpo mortal presente que ser vivificado para ser transformado. O termo corpo no est sendo usado metaforicamente para referir-se a natureza pecaminosa dos seres humanos.
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Sobre isto, Brian Schwertley escreveu: No versculo 10, Paulo descreve o estado atual de um crente. Embora este verso tenha suas dificuldades, juntamente com o verso 11 poderia ser parafraseado como: Mas, se Cristo vive em voc, ento, embora por causa do pecado, o corpo deve morrer, no entanto, porque voc tem sido justificado, o Esprito, a prpria Vida, est vivo dentro de voc. E, se o Esprito, ou seja, o Esprito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vocs, ento aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos, no dia da ressurreio, dar vida tambm aos vossos corpos mortais. Ele vai faz-lo atravs da agncia do Esprito que habita dentro de voc. Esses versos (especialmente o verso 11) refutam completamente as tentativas do preterismo completo de redefinirem a ressurreio. Portanto, a nica coisa que podem fazer aqui argumentar que o corpo (soma) uma metfora para a natureza pecaminosa. H um nmero muito pequeno de expositores (incluindo Calvino) que veem o termo corpo metaforicamente, como outra forma de identificar a natureza pecaminosa (ou carne, sarx) que permanece dentro de todos os crentes. Este ponto de vista rejeitado pela grande maioria dos expositores e fcil de refutar. Que um corpo literal o que Paulo tinha em mente provado pelas seguintes observaes. (1) A viso comum entre os comentaristas mais velhos que o Esprito no versculo 10 no deve ser capitalizado porque se refere ao esprito do homem, ento tem uma anttese clara entre os aspectos fsicos e imateriais do homem neste versculo. Mesmo se tomarmos a viso de que o esprito se refere ao Esprito Santo, que, neste contexto, faz mais sentido, o termo corpo (soma) ainda se refere ao corpo fsico. (2) O imediato contexto aponta para um corpo humano fsico. A ressurreio de Cristo foi uma ressurreio corporal e literal, pois a frase corpo mortal no versculo 11 claramente no se destina a ser tomado em sentido figurado. (3) A nica outra possibilidade no faz qualquer sentido. Paulo usa corpo literalmente por todo o livro de Romanos (por exemplo, 1.24, 4.19; 6.12; 7.4; 8.10, 11, 13, 23; 12.1), com apenas algumas excees. No captulo 12, ele fala da igreja como um s corpo (v. 4, 5), e, no captulo 6, ele fala do corpo do pecado (6.6), o corpo em que reina o pecado (6.12) e o corpo de morte
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(7.24). Aqui Paulo est discutindo o corpo como uma metfora para o velho, ou a nossa natureza depravada. Se interpretarmos corpo no versculo 10 como a natureza pecaminosa, ento Paulo estaria dizendo que a nossa natureza pecaminosa morta por causa do pecado, que um absurdo. [...] (4) A gramtica tambm seria bem diferente se Paulo estivesse revisitando o mesmo tema como em Romanos, captulo 6. Seria de esperar que um dativo, como em 6.2, 10, 11, em vez de um acusativo se o pensamento era o mesmo em Rm 6. Ainda mais decisiva, a referncia ressurreio do corpo no versculo seguinte (8.11) sugere que a morte do corpo fsico contemplada... . Por conseguinte, a expresso o corpo est morto por causa do pecado refere-se para o fato de que nossos corpos fsicos tm as sementes da morte literalmente neles. A hora est chegando em que cada cristo deve morrer fisicamente. No momento em que entramos neste mundo e comeamos a viver, tambm comeamos a morrer. Sua primeira respirao um dos ltimos que voc nunca vai ter! ... O princpio da decadncia, levando morte, est em cada um de ns. No versculo 11, Paulo volta a sua ateno para o futuro do crente. Embora existam algumas diferenas de opinio entre os estudiosos a respeito da interpretao de certos termos, no versculo 10, expositores e telogos ortodoxos so quase unnimes quanto interpretao do versculo 11. O apstolo est falando sobre a ressurreio futura dos crentes mortos. Esta interpretao comprovada pelas seguintes consideraes. a) Todos os verdadeiros crentes j experimentaram uma ressurreio espiritual no momento em que foram regenerados e convertidos a Cristo. Embora a nossa santificao esteja fundada sobre a unio com o Redentor, em sua morte e ressurreio, ela um processo longo da vida e no um evento nico no futuro. Paulo sempre fala do novo nascimento como um evento passado na vida do cristo (Ef 2.1-5, Colossenses 2.11-14). b) A comparao da ressurreio de Jesus com a nossa prpria ressurreio futura significa que Deus nos ressuscitar, assim como Ele ressuscitou Jesus. Esse ensino comum nos escritos de Paulo (cf. 1 Co 15.23; 2 Corntios 4.14; 1 Tessalonicenses 4.14).
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c) Nesta passagem Paulo no est com foco na unio mstica dos crentes com o Salvador como uma fonte de vida nova, mas sim sobre a presena do Esprito Santo como a garantia e agente da ressurreio do corpo futuro. A vida que j obtivemos atravs de Cristo acabar por resultar em um completo triunfo sobre a morte. Mesmo que vamos morrer fisicamente, nossos corpos no iro continuar sob o poder da morte. Ele transformar o nosso corpo fraco e mortal e far com que fique igual ao seu prprio corpo glorioso, usando para isso o mesmo poder que ele tem para dominar todas as coisas. (Filipenses 3.21 - NTLH). Estamos totalmente redimidos, no corpo, bem como na alma. Tendo sido criado como espritos encarnados, Deus vai completar o seu trabalho em ns e vai traz-lo para a perfeio tambm em nossos corpos. No devemos negligenciar o fato de que o homem era um ser completo na sua criao. O homem no foi criado para ser um anjo ou para existir como uma entidade espiritual. Assim, a ressurreio do corpo necessria para reconstituir o homem para viver mais uma vez, como Deus fez originalmente no paraso. Uma diferena importante entre os crentes e Ado antes da queda que, como seres glorificados, os santos no sero mais capazes de cairem em pecado. Nossas almas e corpos sero espirituais. O uso da palavra mortal (thnetos) se refere claramente a corruptibilidade, fraqueza e mortalidade de nossos corpos fsicos, como resultado do pecado. O adjetivo mortal significa sujeito morte. Uma vez que uma pessoa verdadeiramente cr em Jesus ela no est mais sujeita morte espiritual porque o Esprito Santo sela e preserva espiritualmente durante toda a sua vida (veja Sl 37.28; Jer 32.40; Jo 6.39; 10.27-29; 17.11, Rm 14.4; 16.25, 1 Corntios 10.13; Ef 5.25; Filipenses 1.6; 1 Tessalonicenses 5.23-24; 2 Tessalonicenses 3.3; 2 Tm 1.12, 4.18) Alm disso, essa palavra (ou uma de suas formas) ocorre seis vezes no Novo Testamento (Rm 6.12; 8.11, 1 Corntios 15.53, 54;. 2 Corntios 4.11; 5.4). Em cada exemplo nico que est falando de nossos corpos fsicos. Desde que os crentes j possuem a vida eterna (Jo 3.15, 16, 36, 5.24; 6.47; 10.28; 1 Jo 5.13, 14) e j ressuscitou dos mortos ou metaforicamente espiritualmente, a nica coisa sobre ns que mortal, so os nossos corpos fsicos. Por causa do pecado nossos corpos envelhecem, desgastam-se, adoecem e morrem. Em seguida, eles apodrecem e viram p. Mas, por causa da obra redentora de Cristo (que morreu e ressuscitou) e nossa posse do Esprito Santo, os nossos corpos sero ressuscitados imortais e incorruptveis (cf. 1 Corntios 15.53-54).
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Este versculo ensina que os corpos fsicos dos crentes sero vivificados por Deus e sairo de seus tmulos. A alma de cada crente vai se reunir com o seu prprio corpo que surge glorificado, espiritual, incorruptvel e imortal. Sim, a vitria alcanada pela morte e ressurreio de Jesus se estende at mesmo aos nossos corpos mortais. [...] Que Paulo est falando de uma ressurreio corporal literal dos crentes em Romanos 8.11 foi ministrado por Matthew Poole, Matthew Henry, Robert Haldane, John Gill, Charles Hodge, William GT Shedd, HCG Moule, EH Gifford, David Brown, FF Bruce, Frederic Louis Godet, JP Lange e FR Fay; John Stott, John Murray, Leon Morris, William Hendriksen, D. Martyn LloydJones, William Sanday e Arthur C. Headlam, James Montgomery Boice, CEB Cranfield, Crisstomo e Agostinho (ver Cranfield, CH Dodd, Thomas R. Schriener, James Stifler, Ernst Kaseman, RCH Lenski, Everett F. Harrison, James Denney, Ralph Earle, John Wesley (vol. 2, sem paginao), Paul E. Kretzman, RJ Rushdoony e Henry Alford. Romanos 8.22-23 Porque sabemos que toda a criao, a um s tempo, geme e suporta angstias at agora. E no somente ela, mas tambm ns, que temos as primcias do Esprito, igualmente gememos em nosso ntimo, aguardando a adoo de filhos, a redeno do nosso corpo. Sobre este versculo Brian Schwertley escreveu: Em Romanos 8.19-22 Paulo personifica toda a criao sub-pessoal e discute a sua sujeio a futilidade como consequncia da queda, bem como o seu desejo de ser libertada da escravido e da corrupo. A natureza foi submetida queda por causa do pecado de Ado, mas a natureza ser entregue a partir desta escravido para participar na gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Ento, no versculo 23 Paulo, com uma forte nfase (mas tambm ns), acrescenta que os cristos tambm gemem com criao. Porque os crentes tm as primcias do Esprito, a redeno plena para vir.
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A expresso primcias refere-se prtica do Antigo Testamento quando o povo de Deus trazia os primeiros frutos de sua colheita para o templo, a fim de oferec-lo a Deus (cf. Lv. 23.10-11). O objetivo dessa lei do Antigo Testamento era o de consagrar toda a colheita por vir. Os primeiros frutos pressupem frutos mais tarde. Deus foi elogiado por esses primeiros frutos porque continham a prova da bno de Deus e a garantia de maior bno da colheita inteira que haveria de vir. No Novo Testamento, Jesus chamado de as primcias dos que dormem (1 Corntios 15.20), porque, pela Sua morte e ressurreio, ele garantiu a ressurreio de Seu povo. Sua ressurreio uma promessa e prova da ressurreio para a vida glorificada por vir. Aqui, no entanto, Paulo aplica esta expresso para o Esprito Santo, que regenera, santifica e preserva os crentes. O dom do Esprito Santo para os crentes uma promessa de salvao subsequente em toda a sua plenitude para os crentes na segunda vinda de Cristo. Todos os cristos tm o Esprito Santo e so regenerados e declarados justos por Deus. Mas h um sentido em que a sua salvao est incompleta em suas vidas. No a luta que temos todos os dias de nossas vidas com a nossa carne, ou contra a natureza pecaminosa. Alm disso, nossos corpos fsicos ainda esto sujeitos a enfermidades, sofrimento e morte. Consequentemente, gememos dentro de ns mesmos e a longo prazo aguardamos a redeno do nosso corpo. Ns encontramos uma afirmao muito semelhante sobre o Esprito Santo em Efsios 1.13-14: A mesma coisa aconteceu tambm com vocs. Quando ouviram a verdadeira mensagem, a boa notcia que trouxe para vocs a salvao, vocs creram em Cristo. E Deus ps em vocs a sua marca de proprietrio quando lhes deu o Esprito Santo, que ele havia prometido.O Esprito Santo a garantia de que receberemos o que Deus prometeu ao seu povo, e isso nos d a certeza de que Deus dar liberdade completa aos que so seus. Portanto, louvemos a sua glria. (NTLH) A expresso a redeno do nosso corpo refere-se libertao do nosso corpo da corrupo, morte e sepultura. A palavra redeno usada em vez de ressurreio porque Paulo est enfatizando a libertao de nossos corpos fsicos dos efeitos do pecado e da morte. Os incrdulos experimentaro uma ressurreio, mas seus corpos fsicos no sero resgatados. Nossos corpos que esto cados, fracos, corruptveis e que so a sede de nossa natureza pecaminosa iro ser transformados e glorificados.
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Esses corpos espirituais e incorruptveis no podem ser tentados para pecar e tambm no podem morrer. Somente quando isso ocorrer ser a nossa redeno, no sentido amplo do termo ser concluda. A consumao do processo de resgate est aguardando a transformao pela qual o corpo de nossa humilhao sero conformes imagem do corpo da glria de Cristo (cf. Filipenses 3.21) e por essa consumao que os filhos de Deus esperam. A nica questo que pode surgir em relao a este versculo o significado da clusula imediatamente anterior declarao sobre a ressurreio de nossos corpos. Como podem os crentes esperam ansiosamente para a adoo quando j foram adotados na famlia de Deus, no incio de sua vida crist? Obviamente, Paulo est usando o termo em dois sentidos diferentes. Em certo sentido, os crentes j so adotados na famlia de Deus e so filhos do Pai em Cristo. Todo aquele que um cristo tem uma relao especial com Deus e esta relao de amor, companheirismo e comunho jamais pode ser quebrada. Mas, na ressurreio do corpo e na consumao, os crentes recebem sua herana completa como filhos. Alm disso, na segunda vinda, os crentes sero pblica e totalmente reconhecidos como filhos de Deus. digno de nota que Paulo est pensando provavelmente sobre um costume romano relativo adoo. Os romanos (assim como os gregos) tiveram aprovao, em nosso sentido, isto , quando uma criana levada para fora de uma famlia e colocada em outra. Mas os romanos tambm tinham uma cerimnia importante em que o filho de uma famlia de um lder romano seria reconhecido publicamente como o filho e herdeiro. Quando Cristo voltar, os crentes recebem seus novos corpos glorificados, Eles sero reconhecidos publicamente por Jesus e vindicado antes de tudo, no julgamento, e recebero sua herana completa, bem como as recompensas da graa. Mais uma vez, a salvao no sentido mais amplo do termo trazida para a concluso. 1 Corntios 15 (por Brian Schwertley) Em 1 Corntios temos o ensinamento mais extenso de Paulo sobre a ressurreio dos santos. Um exame cuidadoso dos versculos do presente captulo, que sejam relevantes para o debate sobre a ressurreio entre os cristos ortodoxos e preteristas completos, ir solidificar e fortalecer a nossa f no ensino histrico sobre esta doutrina importante. O propsito de
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Paulo ao escrever este captulo foi o de defender e definir a doutrina da futura ressurreio corporal, literal dos crentes de mortos. A declarao de Paulo no versculo 12: Como alguns de vocs dizem que no h ressurreio dos mortos? indica que a razo de Paulo escrever este captulo foi para lidar com as pessoas na igreja que estavam negando o futuro da ressurreio corporal dos cristos. Os versculos 35-58 indicam que os falsos mestres em Corinto aparentemente estavam opondo-se ao aspecto corporal da ressurreio. Apesar de no sabermos o que especificamente causou a rejeio de uma ressurreio corporal, provvel que seja por causa da influncia da filosofia grega, talvez juntamente com o seu conceito pervertido da espiritualidade. luz de 1 Corntios 6.13, provvel que eles consideravam a salvao do corpo como desnecessria; que o corpo fsico acabaria por ser destrudo. Porque eles viam o corpo fsico como inferior e desnecessrio, assim redefiniram a futura ressurreio de uma maneira puramente espiritual. por esta razo que 1 Corntios 15 um texto bem adequado para refutar o preterismo completo. Este captulo contm trs divises sobre o assunto. Na primeira parte do captulo (vs. 1-11), o apstolo apela para os recursos na crena comum entre os corntios que Jesus Cristo foi ressuscitado dos mortos. Paulo enfatiza a natureza histrica factual da ressurreio de nosso Senhor, apelando a uma srie de pontos importantes. Primeiro, ele apela no incio (v. 1-2) e no final (v. 11) desta seo para o fato de que os corntios haviam aceitado o verdadeiro evangelho de Paulo. Em outras palavras, dado o fato de que Paulo havia pregado o contedo completo do evangelho e que os corntios tinham crido, ento, eles devem a sua prpria salvao a este ensino, ento como eles poderiam agora aceitar uma doutrina falsa? Se eles no se apegam ao evangelho, isto , se a sua posio atual como a ressurreio no est correta, ento Cristo no ressuscitou, que por sua vez significa que eles realmente acreditaram em vo. Se eles estiverem certos, ento tudo uma mentira, e eles deixam de existir como crentes completamente. Segundo, Paulo explica o evangelho estabelecendo duas doutrinas fundamentais da f crist: a morte sacrificial vicria de Cristo na cruz e a sua ressurreio corporal literal de entre os mortos (v. 3-4). Paulo menciona o fato de que nosso Senhor foi posto no tmulo e depois ressuscitou, isto para enfatizar o fato histrico de que o mesmo corpo morto do Salvador foi colocado em um tmulo e, consequentemente, seu cadver foi levantado e
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saiu do mesmo tmulo. A ressurreio do corpo de Cristo uma realidade objetiva e histrica. No metafrica ou simplesmente algum fenmeno espiritual. Terceiro, Paulo d uma lista de aparies de Cristo que inclui Cefas, um dos 12, mais de quinhentos irmos de uma s vez, Tiago, todos os apstolos e Paulo. Este agrupamento de testemunhas indica a importncia que Paulo atribui ressurreio do Senhor. Ele est prestes a mostrar suas consequncias para a f crist, e ele estabelece os fundamentos, mostrando o quo bem fundamentada a base da crena nEle. Ele no d uma lista completa de testemunhas, mas d o suficiente para mostrar que o fato extremamente bem atestado. Ento confivel a evidncia de que ela deve ser aceita.
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O argumento de Paulo no versculo 13 (que se repete no versculo 15) refuta a posio do preterista completo porque sua declarao que diz: se no h ressurreio dos mortos, tambm Cristo no ressuscitou, assume claramente uma ressurreio literal de cadveres. O argumento do apstolo seria invlido se a ressurreio dos santos fosse definida de uma maneira completamente diferente da ressurreio do Redentor. Paulo est dizendo que se no h plural A, ento no pode haver singular A. Se definirmos a ressurreio dos santos como meramente uma experincia espiritual ou uma metfora para um avivamento do Israel tnico, ento Paulo est comparando mas com laranjas. Ele estaria dizendo que se no h plural B, ento no pode haver singular A. O fato de que os preteristas completos podem encontrar referncias a ressurreies espirituais na Escritura no lhes permite contornar o significado claro do argumento de Paulo. Jesus foi ungido sem medida pelo Esprito Santo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 3.34), mas Ele nunca foi regenerado ou nascido de novo. Sua ressurreio era um corpo, a ressurreio fsica e literal de um tmulo. A clareza do argumento de Paulo no pode ser negada. Os preteristas completos tm uma compreenso hertica da ressurreio dos mortos crentes. Eles, claro, com veemncia opem-se ao que acaba de ser dito, insistindo que eles realmente acreditam na ressurreio. Mas se a sua definio da ressurreio dos santos no ltimo dia completamente diferente do que Cristo e os apstolos ensinaram, ento o que eles ensinam no melhor do que a doutrina dos modernistas, [ateus ou filsofos gregos]. Eles negam a ressurreio, por redefinio. (2) Nos versos 20-28 Paulo argumenta em sentido contrrio e aponta que, desde que Jesus ressuscitou dentre os mortos a ressurreio corporal dos crentes devem tambm acontecer. O apstolo usa o tempo perfeito [egegertai, v 20], o que significa que Cristo ressuscitou dos mortos no passado e continua permanentemente em seu carter como o Salvador ressuscitado e glorificado. A unio da aliana dos crentes com o Redentor em Sua morte e ressurreio estabelece uma ligao necessria entre a ressurreio de Cristo e a ressurreio de todos aqueles que so resgatados. Paulo fala da ressurreio de nosso Senhor como as primcias dos que [os cristos] que dormem [morreram fisicamente] (v. 20). A ressurreio do Salvador o penhor e a garantia de que haver uma colheita completa de todos os cristos em seus tmulos para serem glorificados em uma vida imortal. Assim, Paulo afirma que a ressurreio dos mortos absolutamente inevitvel. Ela foi garantida pelo prprio Deus. Assim como Ado o cabea da aliana de todos aqueles
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que morrem (morte, ou seja, inevitvel por causa da imputao do pecado de Ado e de nossos prprios pecados), Jesus o cabea da aliana de todos aqueles que sero vivificados. Embora seja verdade que a unio com Cristo resulta na regenerao e vida espiritual (Ef 2.5-6, Colossenses 2.11-13), o principal pensamento de Paulo neste contexto sobre a ressurreio fsica dos crentes na Vinda de Cristo. Esta ressurreio ser no futuro e Paulo estava escrevendo aos cristos que j foram levantados espiritualmente no passado. Esta seo do captulo 15 refuta uma srie de erros dos preteristas completos. Primeiro, negar aqui que Paulo est falando sobre uma ressurreio corporal futura dos crentes, deve-se ignorar completamente o contexto, que a ressurreio corporal dos crentes fisicamente mortos. Isto o que Paulo est estabelecendo para prova. Para ignorar esse fato e fingir que o apstolo est discutindo a regenerao, ou uma liberao das almas do Hades ou um renascimento de Israel tnico um disparate completo. Os preteristas completos devem violentar o sentido claro das Escrituras para manter a sua interpretao. Segundo, o verso 23: Mas cada um na sua prpria ordem: Cristo, as primcias, depois os que so de Cristo, na sua vinda, completamente refuta o conceito preterista de ressurreies progressivas ao longo da histria para os crentes que vivem aps o ano 70 d.C. O tagmati palavra (tagma) traduzida por ordem uma metfora militar, que refere-se a uma tropa ou corpo de tropas. O ponto desta passagem que quando Jesus voltar todo os corpos dos crentes de toda a histria humana ressuscitaro como tropas que saem juntos para assumir uma posio adequada de ordem em torno de seu lder. A expresso os que so de Cristo (hoi tou Kristou) abrangente. Refere-se a todo o corpo dos eleitos. Como Paulo tinha acabado de dizer no versculo 22, em Cristo todos sero vivificados. Esta ressurreio dos santos dita que ocorre na sua vinda. Na sua vinda deixa claro que Paulo est se referindo ao segundo advento. A palavra que ele usa parousia, que basicamente significa no mais do que 'vir' ou 'presena'... Mas ela veio para ser usada entre os cristos como o termo tcnico para a volta do Senhor. Cada um em sua prpria ordem significa exatamente dois e no trs [ou trs milhes]. Primcias so seguidas pela colheita, e isso tudo. No so cinco, seis ou milhes de safras distintas. O comentrio de David Brown nesta seo da Escritura digno de nota:
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Qualquer um que olhar para este captulo sublime, vai ver o peso que a ressurreio dos crentes em geral de os que so de Cristo, considerado como o segundo Ado. Como a morte deduzida a partir de sua relao com o primeiro Ado, portanto, sua ressurreio argumentar a partir de sua conexo com o segundo. Como em Ado (eles), todos morrem, assim em Cristo (eles) todos sero vivificados. E isso que imediatamente aps o apstolo diz: Mas cada um (partido) em sua prpria ordem, isto , Chefe principal e aqueles relacionados a ele, Cristo as primcias, depois os que so de Cristo (a colheita total) na sua vinda. Pode alguma coisa ser mais decisiva do que esta? O comentador explica de outra forma? O leitor imparcial nunca entendeu de outra forma? No , ento, uma liberdade muito ousada com a Palavra de Deus ao dizer, que apenas uma parte fracionria de os que so de Cristo so aqui falados? Que s significa, dentre eles, deve ter vivido antes do milnio? Que haver aos milhes de os que so de Cristo, que no sero ressuscitados na sua vinda, mas permanecem em seu estado mortal e sem glria sobre a terra por pelo menos mil anos depois? Aqui, pelo contrrio, encontramos a gerao toda do segundo Ado sendo vivificados juntos na sua vinda. [...] Este versculo concorda completamente com 1 Tessalonicenses 4.16-17, onde dito que Cristo descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro. Em seguida, os crentes que ainda esto vivos quando Jesus voltar, sero transformados e glorificados, e todos os santos vo encontrar-se com o Salvador na atmosfera da Terra. Nosso Senhor o primeiro fruto porque a sua ressurreio foi vitoriosa em resultados e garante a plena colheita na segunda vinda. Paulo menciona apenas duas categorias: Jesus e todos comprados pelo Seu sangue. S Jesus, que o capito da nossa salvao, est na primeira categoria e todos os crentes esto na segunda categoria. Isto significa que se a ressurreio dos santos mortos e o arrebatamento dos santos vivos ocorreram no ano 70 d.C., ento no haver ressurreio para as pessoas que vivem aps o ano 70 d.C. Obviamente, a segunda vinda s pode ocorrer no final da histria humana e no no final da histria da aliana de Israel.
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Note tambm que, se aceitarmos o argumento do preterismo completo de que todos os crentes aps o ano 70 d.C., simplesmente recebem seus corpos ressuscitados no momento da morte, ento, a ressurreio geral, seria progressiva em vez de ser um evento nico. Se fosse assim, 1 Tessalonicenses 4.17 no faria qualquer sentido. Se a ressurreio o que normalmente acontece na morte (como muitos preteristas completos afirmam), ento por que os crentes que estavam vivos na vinda de Cristo [no ano 70 d.C. segundo o preterismo completo] precisavam ter seus corpos transformados para serem arrebatados no ar para o encontro com Jesus, quando Ele descer? Os santos que estavam vivos naquela poca poderiam simplesmente esperar sua vez para morrer de morte natural, assim como todos os outros depois do ano 70 d.C. A nica explicao de 1 Corntios 15.23, 1 Tessalonicenses 4.17 e muitas outras passagens que no contradizem aquele significado claro das Escrituras que h uma ressurreio de todos os santos, no final da histria, e no uma infindvel srie de ressurreies separadas ao longo da histria. A maioria das passagens do Novo Testamento sobre a segunda vinda de Cristo e a ressurreio, no so passagens difceis. Elas no so o que chamam de passagens problemticas. Os comentrios de estudiosos gregos e exegetas sobre essas passagens esto em completa harmonia. Elas s se tornam extremamente difceis quando uma pessoa tenta encaix-las em eventos do ano 70 d.C. Quando confrontados com tais passagens claras, os preteristas completos s podem apelar para os seus indicadores de tempo e ignorarem o que essas passagens, na verdade dizem. Ou podem equivocar-se ao torcer o significado bvio do texto da Escritura. Terceiro, os versculos 24-28 conectam a ressurreio dos santos, no com a destruio de Jerusalm, mas com a vitria completa e definitiva de Cristo sobre todos os poderes ou foras que so contra o seu trono. Esta seo muito importante porque Paulo est falando sobre a extenso da vitria da ressurreio de Jesus. Por causa da queda de Ado, o pecado e a morte (no sentido mais abrangente da palavra) se espalhou para todos os homens (na verdade, a criao inteira foi afetada pelo pecado e a queda). Mas ao morrer na cruz e ressuscitar dos mortos, Jesus venceu a morte. No entanto, apesar de nosso Senhor ter alcanado uma vitria completa sobre a morte, os crentes continuam a morrer fisicamente. Consequentemente, para a salvao, no sentido mais abrangente do termo para ser completa, todos aqueles que
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estavam unidos com o Salvador, em Sua ressurreio devem ressurgirem porque a Sua vitria completa. S ento que o ltimo inimigo que a morte ser final e completamente subjugado. H uma srie de coisas importantes a se notar sobre esta parte das Escrituras que refutam o sistema do preterismo completo. (1) O contexto dessa passagem a ressurreio de Cristo e a ressurreio corporal dos crentes. Paulo ainda est expondo razes de por que uma ressurreio corporal dos cristos deve acontecer. Argumentar que Paulo est discutindo a regenerao, libertao da morte espiritual ou uma libertao de Israel no ano 70 d.C. puramente arbitrria. No h nada no contexto para apoiar essa afirmao. As pessoas que fazem esses argumentos esto simplesmente impondo as suas prprias idias preconcebidas sobre o texto. Alm disso, uma vez que os crentes j foram regenerados e justificados diante de Deus, o uso de Paulo da palavra morte deve se referir a um tipo de morte que os crentes ainda enfrentaro, ou seja, a experincia da morte fsica. (2) Paulo claramente liga a ressurreio corporal dos santos com o fim do mundo. Depois que Paulo estabelece a ordem do ressurreies - Cristo, as primcias - ento na colheita total dos santos na segunda vinda, diz ele, ento [vem] o fim (eita para telos). Embora a palavra eita (depois) no significa, necessariamente, imediatamente depois, neste contexto, quase certo que se conecta a ressurreio final com a vitria total de Cristo e a consumao de todas as coisas. Porque a palavra eita pode dizer o que posterior ou o que imediatamente consequente, pr-milenistas vem uma lacuna de mil anos entre a ressurreio dos santos entre a parousia e o fim do milnio. O problema com a viso pr-milenista e a viso do preterismo completo, que muito pior (pois no h nenhuma vitria final; sofrimento, morte e pecado continuam para sempre, todas as profecias e as promessas das Escrituras j foram cumpridas), que a Escritura coloca claramente a ressurreio do justo e o mpio no ltimo dia (Dn 12.1-2; Jo 5.28-29; At 24.15). Isso acontece no mesmo dia do julgamento final dos justos e dos injustos (Mt 13.30-50; 25.3146; 2 Tessalonicenses 1.7-10) e o fim de toda a oposio a Deus tambm acontece juntos no dia em que vem o Senhor (2 Pe 3.10-13; 1 Corntios 15.24-27; Ap. 20.11-15). [...]
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Tudo isso levanta a questo: Ser que a destruio de Jerusalm no ano 70 d.C. se comporta bem com a descrio de Paulo dos eventos finais ou que deve acontecer antes do fim? Paulo diz que o reino de Cristo como Mediador continua at que toda autoridade ou poder que se ope a Ele seja subjugado. O ltimo inimigo a ser destrudo a morte. A regra messinica que comeou na ressurreio de nosso Senhor deve continuar at que haja posto todos os inimigos debaixo de seus ps, incluindo a morte fsica. Ao submeter a prpria morte atravs da ressurreio dos mortos [santos], que causalmente relacionada com a sua, as primcias, Cristo acabar assim com a tirania de Satans definitivamente. Como cristos devemos ver a morte como um poder que contrrio inteno original de Deus para a raa humana. Ela tornou-se um inimigo triunfante sobre o homem quando Ado comeu o fruto proibido. A desobedincia de Ado resultou na morte de si mesmo, sua esposa, e de todos os seus descendentes. Mas Jesus venceu a morte atravs de sua ressurreio e ir aboli-la finalmente na consumao. Deveria ser bvio, agora, que Paulo no est descrevendo o fim de Israel como uma nao da aliana ou o fim da era judaica, mas o fim do processo redentor em si. Jesus traz a obra da redeno para a concluso na segunda vinda e depois entrega o reino ao Pai. Enquanto h inimigos de Cristo neste mundo, as pessoas ainda no pecado e os cristos continuam a morrer, e o processo de salvao ainda no foi completamente realizado. A ressurreio dos santos no pode ser restrita a regenerao, saindo da morte espiritual, pois a morte fsica ainda ser destruda na remoo de todo poder que se ope vontade de Deus. O verbo traduzido por destruir, abolir ou derrubar (katargeo) significa tornar nula e sem efeito, tornar inoperante, tornar ineficaz. Na ressurreio dos santos todos os descrentes sero julgados e lanados no lago de fogo com o diabo e seus anjos. A partir da ressurreio na segunda vinda, Satans que estava preso, [ser solto] para aps a Parousia ser lanado no lago de fogo para nunca mais ter absolutamente nenhuma influncia sobre este mundo. Nos cus completamente renovados e na nova terra, no haver morte nem mais, nem tristeza, nem choro. No haver mais dor, porque as primeiras coisas passaram (Ap 21.4). De acordo com o conceito do preterismo completo sobre os resultados finais da obra de Cristo, o mundo era muito melhor antes da queda, e nunca voltar a ser como antes. O sistema pecaminoso e os inimigos de Cristo estaro sempre conosco. No h vitria final.
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so tolos no sentido do Antigo Testamento por no levar Deus ou o Seu poder em conta nesta doutrina crucial. Aps esta repreenso pela palavra, ele apela para a analogia da semente para recolher uma colheita. A semente enterrada na terra, mas , ento, levantada com um novo corpo mais glorioso. Insensato! O que semeias no nasce, se primeiro no morrer; e, quando semeias, no semeias o corpo que h de ser, mas o simples gro, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus lhe d corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda carne a mesma; porm uma a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes. Tambm h corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dvida, uma a glria dos celestiais, e outra, a dos terrestres. Uma a glria do sol, outra, a glria da lua, e outra, a das estrelas; porque at entre estrela e estrela h diferenas de esplendor. Pois assim tambm a ressurreio dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupo, ressuscita na incorrupo. Semeia-se em desonra, ressuscita em glria. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se h corpo natural, h tambm corpo espiritual. (1 Corntios 15.36-44) Esta seo da Escritura contm uma srie de excelentes argumentos contra o preterismo completo. Primeiro, note que o argumento de Paulo s faz sentido se o que semeado na terra so os corpos dos crentes. As sementes so enterradas na terra e, assim, os cristos mortos tm seus corpos fsicos enterrados no cho. Esta analogia no pode se aplicar s almas dos crentes, porque elas no so enterradas. Eles imediatamente aps a morte vo para estar com Cristo (Filipenses 1.21-23;. Lc 23.43). Alm disso, quando um cristo regenerado e salvo, sua alma no pode morrer de novo espiritualmente. Paulo est escrevendo aos cristos. Portanto, ele no pode estar dizendo-lhes que a sua regenerao e libertao do pecado a morte, no futuro. Alm disso, qualquer idia de que Paulo est lidando com a morte tnica de Israel e sua ressurreio um disparate completo. O contexto mostra que os corntios no estavam discutindo sobre o Israel tnico em tudo. Em vez disso, eles estavam negando uma literal ressurreio corporal dos santos (1 Corntios 15.12).
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Em segundo lugar, que Paulo est falando de uma verdadeira ressurreio dos corpos fsicos provado pelos versos 38 e 39, onde o apstolo fala de corpos feitos de carne. O uso do termo carne neste contexto no pode se referir a nossa natureza corrupta, pois Paulo fala tambm sobre os diferentes tipos de corpos que os animais, aves e rpteis tm em comparao com os corpos humanos. Os animais no so regenerados. Eles no tm corao pecaminoso ou almas que esto sob o pecado e a morte. Lembre-se, Paulo est respondendo a pergunta, quais tipos de corpos que os cristos tm quando so ressuscitados (v. 35)? Esta observao tambm exclui completamente a idia de que Paulo est discutindo sobre a liberao das almas do Hades. Almas no so feitas de carne e nunca so referidas como corpos nas Escrituras. O objetivo de Paulo estabelecer o ponto que Deus tem feito muitos diferentes tipos de corpos e, portanto, ele tem a capacidade de elevar os nossos corpos mortais para uma nova forma de existncia que diferente e superior do que foi colocado no tmulo. Em terceiro lugar, o ponto de maior analogia de Paulo a semente para estabelecer uma verdadeira ressurreio, bem como uma transformao radical. O corpo que colocado no tmulo (a semente) ser levantado e transformado em um corpo espiritual glorificado ( o que a semente se torna). A semente que colocada no solo no se limita a apodrecer e virar em nada, enquanto Deus cria uma planta completamente nova e diferente em outro lugar. A mesma semente torna-se planta. Esta analogia assume a continuidade ou simplesmente falsa. Os agricultores no plantam trigo, de modo que Deus pode criar um alqueire de gro fora do ar. A semente plantada se torna um belo campo de trigo. Paulo est nos dizendo que a ressurreio dos crentes no simplesmente a reanimao de um cadver (como aconteceu com Lzaro). algo que envolve uma transformao de corpos mortos em algo que espiritual, incorruptvel, imortal e glorioso. Como Paulo diz em outro lugar, Jesus... transformar o nosso corpo de humilhao, para ser conforme o seu corpo glorioso (Fp 3.20, 21). A analogia da semente assume que Deus comea com algo (um corpo morto) e no em nada (idia do preterismo completa de um corpo ressuscitado do nada). A incrvel transformao do corpo morto descrita usando o passivo acelerou. A semente no vem para a vida de si mesmo, mas Deus lhe d vida... Como um morto na aparncia, a semente, nua e seca colocada no cho, mas o que surge uma planta verde, vigorosa e bela. A voz passiva indica que a semente colocada em prtica. O preterista completo acredita que
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a semente no cumprida, mas ignorada. Enquanto temos que ter cuidado para no fazer muito de uma analogia simples, o ensino do preterismo completo ignora um aspecto central dessa analogia. Os preteristas completos transformam o ensino de Paulo em 1 Corntios de cabea para baixo usando a analogia da semente como base para a sua idia de que os crentes recebem um corpo completamente novo e totalmente diferente com a morte. Esta interpretao deve ser rejeitada pelas seguintes razes. (1) Como se observa, a analogia da semente assume continuidade e mudana radical. Se (como os preteristas completos ensinam) os nossos corpos fsicos so deixados na terra para sempre, e no h conexo entre o nosso corpo ressuscitado que deixado no sepulcro, ento a semente no tem nada a ver com a planta. No h conexo real em tudo e a analogia de Paulo no se encaixa na ressurreio dos santos em tudo. O que os preteristas completos ensinam no uma ressurreio, mas sim uma criao. Eles realmente no consideram os cadveres dos cristos como sementes, mas sim como lixo. Em vez de serem resgatados, os corpos dos crentes so abandonados na sepultura para sempre. Filipenses 3.20, 21 (Por Brian Schwertley) Pois a nossa ptria est nos cus, de onde tambm aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformar o nosso corpo de humilhao, para ser igual ao corpo da sua glria, segundo a eficcia do poder que ele tem de at subordinar a si todas as coisas. Nestes versos, Paulo faz uma declarao sobre a posio e a expectativa dos crentes como um antdoto contra o mau comportamento e a atitude profana dos inimigos da Igreja (cf. Filipenses 3.18-19). Houve brigas na igreja e, assim, o apstolo quer que eles tenham unidade e sigam o seu exemplo. Os Filipenses precisam se concentrar em sua cidadania no cu (A cidade de Filipos era um posto avanado romano em 42 a.C. e foi governado como se fosse em solo italiano e os habitantes da cidade estavam orgulhosos dela). Eles precisam manter em sua mente que, finalmente, eles pertencem a uma comunidade celestial. Consequentemente, a sua atitude, o comportamento e as prioridades na vida devem refletir-se nesta regra celeste. Eles devem a aguardar ansiosamente (apekdechomai). Eles devem ter uma antecipao
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urgente da vitria escatolgica do Redentor. Assim, os cristos esperam ansiosamente a revelao dos filhos de Deus (Romanos 8.19), sua filiao, aqui descrito como a redeno do corpo (8.23), a esperana de futuro (8.25), a esperana da justia (Glatas 5.5), a revelao de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Corntios 1.7), e do Senhor Jesus Cristo como Salvador (Fp 3.20). O que particularmente importante para a nossa discusso sobre a ressurreio a descrio de Paulo do que ocorrer quando Jesus voltar. O versculo diz literalmente: [o] Senhor Jesus Cristo, que transformar o corpo da nossa humilhao para ser conforme ao corpo da sua glria. H uma srie de coisas que temos que examinar neste verso. Primeiro, o que Paulo quer dizer com o nosso corpo de humilhao ou o corpo de nossa humilhao? Quando a Escritura fala do corpo de humilhao no para dizer que o corpo seja mau, mas que o corpo tornou-se como um resultado da queda e do pecado. Por causa do pecado nossos corpos so fracos, sujeitos a doenas, a desonra, morte e decadncia fsica. Nossos corpos so mortais e perecveis (Rom 8.11, 1 Corntios 15.42-44). Como tal, eles no esto aptos ou prontos para herdar o reino de Deus (1 Corntios 15.50). Como Paulo observou antes, eles devem ser transformados (1 Corntios 15.51). Antes de estarem prontos para a eternidade com Cristo: isto que mortal se revista da imortalidade (1 Corntios 15.53) ?. Em segundo lugar, o que significa a palavra transformar? A palavra (metashematizo) um verbo composto consistindo de meta que carrega a idia de mudana ou transferncia, e de esquema, o que significa aparncia ou forma. O composto significa mudar de forma ou de aparncia (AS, p. 288). Thayer diz: para mudar a figura de, para transformar. Dada esta definio, a melhor traduo em portugus , provavelmente, transformar. As palavras mudana e remodelar, no entanto, so certamente adequadas. O que importante para o nosso estudo que a descrio de Paulo sobre a glorificao de nossos corpos fsicos e mortais, envolve uma mudana, remodelando ou transformando o que j existe. Esta descrio uma contradio explcita da concepo do preterismo completo acerca da ressurreio. O preterismo completo ensina que o corpo da nossa humilhao no alterado ou transformado, mas desconsiderado. Ele deixado apodrecendo no tmulo para sempre e substituda por algo completamente novo e diferente.
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Terceiro, Paulo diz que nossos corpos so transformados, a fim de serem conformes ao corpo glorioso de Cristo. O resultado desta transformao tambm suporta o conceito ortodoxo, tradicional da nossa glorificao. Nossos corpos fsicos passaro por uma mudana que o tornaro como o corpo glorificado de nosso Senhor ressuscitado. Isso apia o ensino de Paulo de que assim como trouxemos a imagem do homem do p, devemos trazer tambm a imagem do homem celeste (1 Corntios 15.49 - verso do autor, em ingls). Ele tambm concorda com Joo, quando escreveu: Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele (1 Joo 3.2). Nossos corpos sero transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a ltima trombeta (1 Corntios 15.51-52). Paulo no descreve a santificao, mas sim a transformao milagrosa e instantnea que ocorre na Parousia. O corpo do Senhor o prottipo da ressurreio dos corpos glorificados do Seu povo. Nossos corpos, que so fracos, frgeis e susceptveis doena, sofrimento, morte e decadncia, sero feitos espiritual, incorruptvel, glorioso, poderoso e perfeitos. Como Robert Johnstone eloquentemente afirma: No entanto, como diferente do homem como um todo ser, - como gloriosamente diferente! O corpo, semeado na corrupo, - livre da dor e da doena, da decadncia e mortalidade. Os olhos de Jac no devem mais enfraquecer por causa da idade; Mefibosete nunca mais ser coxo de seus ps [...] ...a enfermidade ser desconhecida para os filhos de ressurreio. Em quarto lugar, a transformao do nosso corpo de humilhao est de acordo com o poder de nosso Senhor que domina todas as coisas para Si mesmo (v. 21b). Como em um nmero de passagens sobre outras ressurreies, Paulo coloca a glorificao dos corpos dos crentes mortais em uma conexo com a sujeio do Salvador, ou seja, tudo sob seu reinado. Cristo capaz no s de transformar o corpo, mas tambm de sujeitar (kai upotaxai) todo o universo (ta panta) a Si mesmo. Na verdade, pode-se afirmar que a transformao de Cristo do homem em sua prpria imagem (cf. Rm 8.29) uma parte integrante da sua sujeio de todo o universo sua prpria pessoa. Assim, mais uma vez, vemos que, por redefinir as passagens sobre a ressurreio corporal e colocando a segunda vinda de Cristo no ano 70 d.C., o preterista completo forado a redefinir e limitar bastante a vitria na cruz e no tmulo vazio. Assim, [de acordo com o preterismo completo] a parte fsica dos cristos nunca redimida e o planeta Terra nunca livre dos efeitos do pecado.
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Concluso
iz um certo ditado que para um bom entendedor meia palavra basta. Creio que tudo quanto foi dito neste livro o suficiente para que o leitor possa conhecer e refutar o preterismo completo. Tambm o suficiente para um preterista completo se converter desse mau caminho, pois tal doutrina trata-se de heresia. E no se engane, heresia pecado e leva ao inferno. Reflita sobre isto se voc um preterista completo. Termino esta obra com as sbias palavras finais de Brian Schwertley que nos servem de alerta sobre o preterismo completo: O hiperpreterista reduziu a eficcia da obra redentora de Jesus ao ponto de que a vitria de Satans sobre Ado no jardim [do den] se torna permanente. [...] Sua doutrina faz uma pardia do carter de Deus, do poder da cruz e da realeza de Cristo.
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Bibliografia
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