Síntese Do Ácido Acetilsalicílico
Síntese Do Ácido Acetilsalicílico
Síntese Do Ácido Acetilsalicílico
CAROLINA ALMEIDA DE LIMA CARLOS ADRIANO MOREIRA DA SILVA DAYRIANE DO SOCORRO DE OLIVEIRA COSTA MARCO ROGERIO SCIENZA MARCUS VINICIUS COSTA SILVA RMULO ARTHUR MATHEWS DA SILVA
BELM-PA 2010
RESUMO
O objetivo deste trabalho obter a Aspirina (cido Acetilsaliclico), que um cristal de cor branca, a partir do cido Saliclico e do Anidrido Actico. A reao acontecer na presena de cido sulfrico que atua como catalisador. Sero empregadas vrias tcnicas, como aquecimento em banho-maria, banho-frio, filtrao a vcuo e filtrao simples, visando-se obter a cristalizao completa. Logos mais, a purificao da aspirina ser obtida por recristalizao, dissolvendo-se o produto em etanol e aquecendo-o. Os cristais de cido acetilsaliclico sero separados por filtrao simples, podendo-se assim, obter o ponto de fuso e o clculo de rendimento do processo.
INTRODUO As reaes qumicas tm como base a procura de novos materiais que tenham uso na nossa sociedade, de modificarem, melhorando os j existentes ou como meio de perceberem os segredos e os mecanismos destas reaes. (Site 01) Reproduzir em laboratrio aquilo que a Natureza produz ou criar aquilo que no existe na Natureza sintetizar. As snteses laboratoriais procuram a obteno de novos produtos com as suas propriedades mais acentuadas, mais concentradas do que as existentes na Natureza ou compostos com propriedades inexistentes nos produtos naturais ou ainda produtos em quantidades superiores quelas que so possveis extrair de fontes naturais. Podemos, portanto afirmar que a sntese est presente em toda a nossa vida, pois revolucionou o mundo ao permitir a produo em massa de compostos muito mais potentes dos que esto presentes na Natureza. (Site 01) Uma das snteses mais importantes e difundidas no mundo todo a da aspirina (cido Acetilsaliclico, nome IUPAC: cido 2-acetoxibenzico). O cido Acetilsaliclico (AAS), tambm conhecido como Aspirina, um dos remdios mais populares mundialmente. Milhares de toneladas de AAS so produzidas anualmente, somente nos Estados Unidos. O AAS foi desenvolvido na Alemanha h mais de cem anos por Felix Hoffmann, um pesquisador das indstrias Bayer. Este frmaco de estrutura relativamente simples atua no corpo humano como um poderoso analgsico (alivia a dor), antipirtico (reduz a febre) e antiinflamatrio. (Site 02).
Adicionalmente, uma vez que a aspirina inibe a agregao de plaquetas e a coagulao do sangue, tambm usada em doses baixas para tratar doentes em risco de ataque cardaco. Pertence ao grupo dos medicamentos anti-inamatrios no-esterides (NSAIDs). (NELSON e COX, 2005) Detalhando as indicaes da aspirina: alvio sintomtico de dores de intensidade leve a moderada, como dor de cabea, dor de dente, dor de garganta, dor menstrual, dor muscular, dor nas articulaes, dor nas costas, dor da artrite e alvio sintomtico da dor e da febre nos resfriados ou gripes. (Site 03) Detalhando as contra-indicaes da aspirina: No usar este medicamento:
se j tiver apresentado crise de asma desencadeada por salicilatos ou outras substncias de ao semelhantes, especialmente antiinflamatrios no-esteroidais; se tiver lcera de estmago ou de intestino ; se tiver tendncia para sangramentos; se tiver alterao grave da funo dos rins (insuficincia renal grave), do fgado (insuficincia heptica grave) ou do corao (insuficincia cardaca grave) ; se estiver em tratamento com metotrexato em doses iguais ou superiores a 15 mg por semana;
A sntese da Aspirina se faz hoje como h 100 anos, por acetilao do cido saliclico. A acetilao consiste na esterificao da funo fenol do cido saliclico com anidrido actico, em presena de gotas de cido sulfrico como catalisador. (Site 04)
O cido saliclico (cido hidrobenzico) um composto bifuncional. Ele um fenol (hidroxibenzeno) e um cido carboxlico e, na presena de anidrido actico, forma-se cido acetilsaliclico (aspirina). (Site 04).
Apesar de possuir propriedades medicinais similares ao do AAS, o emprego do cido saliclico como um frmaco severamente limitado por seus efeitos colaterais, ocasionando severa irritao na mucosa da boca, garganta, e estmago. (Site 02)
MATERIAIS UTILIZADOS - Erlenmeyer; - Pipeta; - Papel de Filtro; - Funil de Bchner; - Kitassato; - Funil; - Bquer; - Basto de Vidro; - Frascos de Vidro; - Capilares; - Vela; - Aparelho para determinao do ponto de fuso; - cido Saliclico; - Anidrido Actico; - cido Sulfrico Concentrado; - gua Gelada; - gua Quente; - Banho Maria; - Etanol.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
SNTESE DA ASPIRINA
Colocou-se em um erlenmeyer de 125 mL, 3,5 g de cido saliclico, 6 mL de anidrido actico e 5 gotas de cido sulfrico concentrado. Agitou-se e aqueceu-se a mistura em banho-maria (50-60 C) durante 20 minutos. Observa-se que ocorre a precipitao de um slido branco. Resfriou-se em banho frio e adicionou-se 15 mL de gua destilada gelada para decompor o excesso de anidrido actico. Resfriou-se at que a cristalizao seja completa. Filtrou-se em funil de Bchner lavando com pequena quantidade de gua gelada.
Em seguida purificou-se a aspirina por recristalizao: dissolveu-se o produto em 10 mL de etanol em um erlenmeyer e aqueceu-se em banhomaria. Adicionou-se 25 mL de gua aquecida. O filtrado foi transferido para um frasco, fechado com papel alumnio e deixado em repouso para resfriar e eliminar uma parte do solvente, na capela. Aps 6 dias, separou-se os cristais obtidos por filtrao simples. Aps ser filtrado, o slido retido no papel de filtro foi armazenado na capela. Depois de uma semana, efetuou-se a pesagem dos cristais e a massa correspondeu a 2,3 g.
Dois capilares foram devidamente vedados na chama de uma vela (mantendo as extremidades arredondadas). Transferiu-se para cada capilar uma pequena quantidade de aspirina seca (cerca de 2 mm de altura). Compactou-se bem a aspirina no fundo dos capilares. Colocou-se o capilar
com a amostra no aparelho de ponto de fuso, realizando-se duas medidas. Ver figura 02.
Determinou-se o intervalo de fuso, considerando o incio a temperatura na qual a primeira gota de lquido aparece e o final, a temperatura em que o ltimo fragmento de slido desaparece. Aps o resfriamento do aparelho, repetiu-se a determinao. Tiraram-se as mdias dos valores obtidos e comparou-se com o valor tabelado (135-136 C).
RESULTADOS E DISCUSSES
As reaes qumicas gerais usadas para sintetizar o cido acetilsaliclico neste trabalho so semelhantes s usadas industrialmente. O mecanismo da reao est detalhado nas questes 1 e 2 mais adiante.
QUANTIDADES DE REAGENTES E PRODUTOS Na tabela, encontram-se as quantidades de reagentes realmente utilizadas. No final da etapa experimental, obteve-se, ento, cido acetilsaliclico. Substncia c. Saliclico c. Sulfrico Anidrido Actico Etanol Quantidade 3,5g 5 gotas 6 ml 10 ml
RENDIMENTO
A partir da reao balanceada de todo o processo pode-se calcular o rendimento da aspirina obtida, considerando a massa de cido saliclico utilizada igual a 3,5g. Tem-se a seguinte relao estequiomtrica:
1 mol de cido saliclico ----------------------- 1 mol de cido acetilsaliclico 138,12 g ----------------------- 180,16 g 3,5 g ------------------------ m (cido acetilsaliclico)
x 100
Onde,
Logo,
x 100
% cido acetilsaliclico (m/m) = 50 % O rendimento da sntese de aspirina foi significativo cerca de 50%. Esse valor s no foi maior devido a vrios fatores. Primeiro, parte da mistura fica sempre nos recipientes. Este agravante especialmente significativo quando se removem os slidos, ainda midos, dos funis parte fica sempre agarrada ao papel e ao prprio funil. Um segundo fator est associado baixa extenso da prpria reao qumica de sntese, pois tanto o cido saliclico quanto o cido acetilsaliclico so muito pouco solveis em gua (< 0,3 g por 100 ml a 20C), o que limita as suas reatividades.
Obtivemos, no final da sntese, um produto que apresentava uma cor branca, como era de se esperar. Ver figura abaixo:
O ponto de fuso do cido acetilsaliclico experimental foi obtido das mdias das duas determinaes feitas:
Mdia =
Ao notar as amplitudes destes intervalos e a prpria mdia final, e comparar estes valores com aquele da substncia no estado puro, 135C, pode-se concluir que a amostra continha impurezas.
RESOLUO DAS QUESTES PRESENTES NO ROTEIRO 1. Classificar o(s) mecanismo(s) da reao (es).
Esta reao envolve um mecanismo de catlise cida. O primeiro passo consiste na protonao do anidrido actico pelo cido sulfrico. Forma-se ento um ction com um grupo hidroxila. Este ction adicionado ao grupo hidroxila do cido saliclico, que ca com uma carga formal positiva (segundo passo). No passo seguinte, o prton (e carga) transferido para o tomo de oxignio do ction adicionado. Por m, ocorre uma reao de eliminao que origina cido actico. O outro produto converte-se no cido acetilsaliclico apenas pela perda de um prton, o que permite, adicionalmente, a recuperao do catalisador.
Depois de classificado cada mecanismo reacional da sntese do cido Acetilsaliclico, a seguir constam as etapas (ou passos do mecanismo reacional):
As foras intermoleculares, como a fora on-on, foras de dipolo-dipolo, ligaes de hidrognio, foras de Van der Walls (ou foras de London), por exemplo, influenciam nesta propriedade fsica. Outro fator que afeta o ponto de
fuso de muitos compostos orgnicos a compactao e a rigidez de suas molculas individuais (molculas simtricas geralmente possuem pontos de fuso normalmente elevados). Alm desses fatores, as impurezas, a presso, o tamanho das cadeias carbnicas afetam o ponto de fuso das substncias.
CONCLUSO Este processo do tratamento de cido saliclico com anidrido actico, em presena de cido sulfrico nos remete a uma das snteses mais difundidas e importantes da indstria farmacutica, a obteno do cido acetilsaliclico (Aspirina, AAS). Aps a descrio e anlise de todas as etapas reacionais, obteve-se uma massa de aspirina de 2,3 g. E a partir da estequiometria da reao e dos clculos realizados, concluiu-se que houve um rendimento de
aproximadamente 50 % (m/m).
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
NELSON, D. L. e COX, M. M. Lehninger Principles of Biochemistry. 4th ed. W. H. Freeman and Company. New York, 2005.
Site 01:
Site 02:
Site 03:
Site 04:
Site 05: