Carnot Teorema
Carnot Teorema
Carnot Teorema
Carlos A.Gomes Natal/RN, UFRN Um resultado altamente inesperado encontrado no maravilhoso texto Advanced Euclidean Geometry de Roger Johnsons publicado pela Dover publications em 1960. um antigo teorema japons que pelo seu surpreendente contedo merece ser ressuscitado agora na lngua portuguesa para que ele seja conhecido e apreciado com muito louvor pelos amantes da harmonia da matemtica e em especial pelos gemetras. Seja um polgono convexo, que possa ser inscrito numa circunferncia. Se triangularizarmos esse polgono a partir de um de seus vrtices (traando diagonais, claro!) e inscrevermos em cada um destes tringulos uma circunferncia a soma das medidas dos raios dessas circunferncias permanece constante independente da triangularizao realizada com o polgono. Veja um exemplo ilustrativo com um hexgono:
Nas duas figuras acima a soma das medidas dos raios das circunferncias inscritas nos tringulos a mesma.(apesar das medidas dos raios serem diferentes) Para verificarmos o que foi dito acima usaremos o TEOREMA DE CARNOT: Num tringulo ABC a soma (algbrica) das distncias do circuncentro do tringulo ABC aos lados AB, AC e BC desse tringulo igual a R+r, onde R a medida do raio da circunferncia circunscrita ao tringulo ABC e r a medida do raio da circunferncia inscrita no tringulo ABC. * A conveno de sinais ser: + Quando pelo menos uma parte do segmento est no interior do tringulo. - Quando o segmento est completamente fora do tringulo. Observe as figuras:
o +
+ -
Vamos considerar aqui o caso do tringulo acutngulo. Os outros dois casos podem ser verificados de modo razoavelmente semelhantes. B
HA a MA Mc O
Hc
HB
MB b
2 (ABC) = a OM A + b OMB + c OM C e da r (a + b + c) = a OM A + b OM B + c OMC (0) Agora perceba que: AOB = 2 C; BOC = 2 A; AOC = 2B (Pelo teorema do ngulo inscrito). Assim podemos observar as seguintes semelhanas:
AB B AH C OM A (1) = = c b R BH A BHC OMB (2) BAH A ~ BCH C ~ COM B = = c a R CH B CH A OMC (3) CBH B ~ CAH A ~ AOM C = = a b R ABH B ~ ACH C ~ BOM A
e da de (1), (2) e (3) temos que
AB B AHC OM A AHb + AH c = = = c b R c +b BH A BH C OM B BH A + BH c = = = c a R c +a CH B CH a OM C CH B + CH a = = = a b R a +b
OM a (b + c ) + OMb (a + c ) + OM c (a + b ) = R (a + b + c ) (7)
finalmente fazendo (7) + (0) temos:
OM a (b + c ) + OMb (a + c ) + OM c (a + b ) = R (a + b + c )
+
(OM
+ OMb + OM c (a + b + c ) = (R + r )(a + b + c )
e finalmente, OM a + OMb + OM c = R + r . Obs. Na conveno estabelecida para os sinais da medida algbrica dos segmentos o sinal (-) justificvel para garantir a igualdade que relaciona as medidas das reas conforme ilustramos abaixo: B
o
c
A (ABC) = (OAC) + (OCB) (OAB) e da, r (a + b + c) = a OM a + b OMb c OM c Bem, de posse do teorema de Carnot vamos agora provar a nossa jia rara! Vejamos: Primeiro perceba que qualquer triangularizao de ngono com diagonais desse polgono gera n2 tringulos. Vamos assumir que os tringulos so numerados de 1 a (n 2). Seja ni a medida do raio da circunferncia inscrita no isimo tringulo e para cada tringulo seja
Assim a soma OO1 + OO2 + ... + OOn 2 corresponde a soma das distncias de O aos lados do polgono (que constante)e da conclumos que r1 + r2 + ... + rn 2 constante pois
Referncias: [1] Mathematical gems III , Ross Honsberger, MAA [2] www.cut-the-knot.org/proofs/jap.shtml
Edita: